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FACULDADE FASIPE

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CLEBERSON WALZ SAMURIO

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM ALTURA:


UMA ABORDAGEM APOIADA NA NR-18 E NR-35

Sinop/MT
2018
CLEBERSON WALZ SAMURIO

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM ALTURA:


UMA ABORDAGEM APOIADA NA NR-18 E NR-35

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Banca Avaliadora do Departamento de
Engenharia Civil, da Faculdade de Sinop
FASIP, como requisito parcial para a obtenção
de título de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: :Jaime |Figueiredo
Co orientador: Profº. Patrícia Limper

Sinop/MT
2018
CLEBERSON WALZ SAMURIO

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM ALTURA: UMA


ABORDAGEM APOIADA NA NR-18 E NR-35

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de


Engenharia Civil, Faculdade de Sinop FASIP, como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em ______ de ____________ 2018.

________________________________________

Professora Orientadora
Departamento de Engenharia Civil – FASIPE

________________________________________

Professor Avaliador
Departamento de Engenharia Civil – FASIPE

________________________________________

Professor Avaliador
Departamento de Engenharia Civil – FASIPE

________________________________________

Coordenador do Curso de Engenharia Civil


Departamento de Engenharia Civil – FASIPE

Sinop/MT
2018
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos os nossos


familiares e pessoas ligadas à minha vida, que
no período de desenvolvimento deste trabalho
me ajudaram com paciência, carinho e
compreensão, demonstrando que essas
atitudes, nos momentos difíceis, vale a pena,
por estar ao lado de quem realmente se
importa com nosso sucesso.
AGRADECIMENTOS

-Acima de tudo a Deus, porque se não fosse


através d’ Ele, não teria chegado até aqui;
- Aos meus pais, que me ajudaram a dar os
primeiros passos na vida;
-Ao professor orientador, que me orientou de
forma objetiva para obter êxito neste trabalho;
-Aos demais professores do curso de
graduação, que me transmitiram seus
conhecimentos e muito contribuíram para
minha formação.
-A todos que, direta e indiretamente,
contribuíram para a realização deste trabalho e
permitiram o enriquecimento de minha
aprendizagem.
13

EPÍGRAFE

“A persistência é o caminho do êxito”.

Charles Chaplin
14

Samurio, Cleberson Walz. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM


ALTURA: UMA ABORDAGEM APOIADA NA NR-18 E NR-35. TCC- Trabalho de
Conclusão de Curso do 9º semestre B Noturno do Curso de Engenharia Civil da FASIPE.
2018/2

RESUMO

Este projeto de pesquisa tem por finalidade, demonstrar de forma qualitativa e quantitativa
posteriormente, formas de desenvolver e implantar uma promoção de um ambiente seguro
com medidas de proteção contra queda em altura para a construção civil com base nas normas
regulamentadoras como a NR-18 e NR-35. Para se alcançar o objetivo passa pela gestão, na
elaboração do projeto da construção, quando se define como será o canteiro de obras, até
destinando local específico para a implantação e montagem das áreas de vivência, como
refeitório, instalações sanitárias, vestiários. Além de que se elabora um documento, Programa
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, onde prevê todas as
fases de execução da obra, orientando quanto as medidas de controle e prevenção de acidentes
que devem ser adotadas, para melhorar o ambiente de trabalho. Essas e outras medidas de
prevenção são abordadas junto com as normas nr-18 e nr-35, para verificar quanto as
diretrizes mínimas a serem adotadas quanto a queda em altura.

Palavras-Chave: Construção civil. Segurança do trabalho. Trabalho em altura.


15
16

Samurio, Cleberson Walz. MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS EM


ALTURA: UMA ABORDAGEM APOIADA NA NR-18 E NR-35. TCC- Trabalho de
Conclusão de Curso do 9º semestre B Noturno do Curso de Engenharia Civil da FASIPE.
2018/2

ABSTRACT

This course completion work has the purpose of qualitatively and quantitatively
demonstrating later ways to develop and implement a safe environment promotion with fall
protection measures for civil construction based on regulatory standards such as NR- 18 and
NR-35. In order to reach the goal, it is necessary to manage the construction project, when it
is defined as the construction site, and to set aside a specific place for the installation and
assembly of living areas, such as a dining room, sanitary facilities, locker rooms. In addition,
a document, Working Conditions and Environment Program in the Construction Industry, is
drawn up, which provides for all phases of the work execution, guiding the accident control
and prevention measures that must be adopted, to improve the environment of work. These
and other prevention measures are addressed along with standards nr-18 and nr-35, to check
how much minimum guidelines to adopt for fall in height.

Key words: Safety of the work, Workplace safety. Work at height.


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LISTA DE GRÁFICOS

Figura 1: Pirâmide de Frank Bird.................................................................................25


Figura 2: Acidentes com C.A.T. (2013)........................................................................29
Figura 3: Por Sexo do total de acidentes.......................................................................29
Figura 4: Construção civil: tipos de acidentes..............................................................30
18

LISTA DE SIGLAS

C.A.T. - comunicado de acidente de trabalho


CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FAP - Fator Acidentário Previdenciário
ISO - International Organization for Standardization
I.N.S.S. - Instituto Nacional de Seguro Social
ICE - Institution of Civil Engineers
M.P.S. - Ministério da Previdência Social
MTe - Ministério do Trabalho e Emprego
NR - Normas Regulamentadoras
OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series
PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
PIB - Produto Interno Bruto
RAT – Riscos Ambiental do Trabalho
SST - Segurança e Saúde do Trabalho
19

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................19

1.1 Justificativa.............................................................................................................20

1.2 Problematização......................................................................................................21

1.3 Objetivos.................................................................................................................21

1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................21

1.3.2 Objetivos Específicos...........................................................................................21

2. REVISAO DE LITERATURA.................................................................................23

2.1 Segurança do Trabalho............................................................................................23

2.2 Histórico da Segurança do Trabalho no mundo e Brasil.........................................24

2.3 A construção Civil..................................................................................................26

2.4 Acidente de Trabalho..............................................................................................27

2.5 Acidente de trabalho na construção civil................................................................30

2.6 – Prevenção de acidentes........................................................................................32

2.7 - NR 18 /- Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.....34

2.8 - Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura – NR 18.13................................35

2.9 - NR-35 Trabalho em altura....................................................................................38

2.10 – Sistemas de gestão e normas pertinentes a prevenção de queda em altura........41

3. METODOLOGIA.....................................................................................................45

3.1 Tipo de Pesquisa.....................................................................................................45

3.2 População e amostra................................................................................................46

3.3 Coleta de dados.......................................................................................................46

3.4 Cronograma.............................................................................................................47

4. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................48
20

1. INTRODUÇÃO

O segmento da construção civil exerce uma colaboração considerável no processo de


desenvolvimento econômico e social, produzindo em grande escala, empregos e renda,
obtendo grande participação no produto Interno Bruto (PIB) da economia do País
(TEIXEIRA, 2010).

A indústria da construção civil possui altos números de acidentes, o que representa


perdas consideráveis do ponto de vista econômico e social, tanto para a empresa, quanto para
os trabalhadores e também para o Governo. Este fato se deve as transformações que o
segmento obteve em evolução nas metodologias construtivas através dos tempos (MOURA,
2017).

A Segurança do Trabalho no setor da construção civil surgiu como uma reação ao


grande número de acidentes ocorridos durante as atividades laborativas num período em que
as construções civis estavam em alta expansão. A incorporação da Engenharia de Segurança
no Trabalho no setor da construção civil vem garantindo aos colaboradores quesitos mínimos
de qualidade no canteiro de obras como, instalações sanitárias adequadas, arranjo físico
devidamente planejado e outros. A partir desse simples planejamento, começa-se a surgir
bons resultados na segurança do trabalho, tendo como beneficiários, empregado e
empregador.
Entretanto como é visto a seguir, para que as medidas de segurança do trabalho
sejam eficientes é necessário o envolvimento de todos, da alta gerência aos demais
colaboradores é importante também que seja utilizados técnicas e sistemas de gestão de
segurança, como, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI),
21

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), cursos, palestras, Diálogo Diário de Segurança


(DDS) e outros sistemas.
Os danos causados devido aos acidentes de trabalho podem ser físicos ou
psicológicos e produzem perdas econômicas e sociais, como por exemplo, impactando
diretamente na vida familiar das vítimas, como danos sérios a saúde do colaborador, gastos
com remédios, desgaste financeiro, psicológico e emocional. O acidente do trabalho ainda
desencadeia uma reação negativa em toda a sociedade, iniciando-se pelo colaborador, família,
empresa e sociedade em geral. Na empresa o setor sofre com paralisação, danos materiais,
trauma psicológico nos demais colegas e na sociedade ocupação de hospitais e utilização de
auxílios acidente/doença (CONECT, 2017).
Percebe-se que vários fatores influenciam nos principais acidentes que ocorrem no
segmento da construção civil. Acidentes este que em sua maioria são classificados como
típicos e somam cerca de 83% dos acidentes ocorridos, podendo ser, cortes, perfurações, e
principalmente quedas de diferença de nível, seja em escadas, rampas, passarelas, andaimes
dos mais diversos tipos, periferia de pavimento ou vãos abertos na laje. Muitos desses fatores
se dão, por uma má aplicação das normas vigentes no País (CALDEIRAS e PIMENTA,
2013).

1.1 Justificativa

O ramo da construção civil está entre os três segmentos onde mais ocorrem acidentes
de trabalho no Brasil e muitos são de alta gravidade, de acordo com dados estatísticos da
previdência social (FAZENDA, 2017). Acidentes estes que ocorrem devido a vários fatores,
onde por via de regra, se expõem as atividades de riscos como, trabalhos em altura, atividades
com materiais cortantes, químicos, poeiras, exposição à ruídos, calor, raios ultravioletas,
riscos ergonômicos e entre outros, todos fatores determinantes que se não tomado as medidas
de prevenção adequadas, os tornam mais suscetíveis aos acidentes.
Ainda as estatísticas sobre segurança e saúde no trabalho no Brasil aponta uma
situação alarmante conforme os dados da previdência social durante o ano de 2013, no
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) obteve um registro de 717,9 mil acidentes do
trabalho no ano de 2013. Já em 2012 para 2013 o número de acidentes registrados com
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) aumentou em 2,30%. No segmento da
construção civil, em 2013 atingiram um total de 48.509 acidentes com CAT, ou seja 6,75%
22

tem ligação direta com à construção civil, contudo a situação pode ser mais crítica do que o
imaginado pois vários acidentes ocorrem e não são emitidos a junto a INSS. Adicionando
então acidentes registrados e não registrados, alcança-se um total de 61.889 acidentes (AEPS,
2013).
No âmbito da prevenção de acidentes de trabalho, as normas regulamentadoras
auxiliam e fornece parâmetros mínimos a serem seguidos com o intuito de prevenir e evitar os
acidentes. Normas regulamentadoras como a NR-35 (Trabalho em altura), NR-06
Equipamentos de Proteção Individual, NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção, pode-se ainda citar o Sistema de Gestão para Segurança e Saúde
Ocupacional 18001 (OHSAS 18001), que é uma poderosa ferramenta no combate aos
acidentes de trabalho, atuando em medidas administrativas e de gestão na prevenção de
acidentes (KULKAMP e SILVA, 2014).
Devido a ocorrência tantos acidentes, gastos com previdência social, sem acrescentar
os efeitos secundários que o acidente de trabalho acarreta, se faz necessário uma análise mais
crítica sobre o tema, pois com esses numerosos acidentes traz consigo variados transtornos.
Diante do conteúdo apresentado, convém a escolha do assunto, pois se faz proveitoso
analisar os aspectos legais utilizando as normas regulamentadoras para parametrizar e
oferecer ao setor da construção civil meios de diminuir os acidentes de trabalho, com ênfase
na questão de trabalho em altura.

1.2 Problematização

O trabalho em altura pode ser exercido em vários segmentos, mas é realizado


principalmente no ramo da construção civil. Não é difícil compreender a importância do uso
correto de equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva
(EPC), especialmente quando se trata de trabalho em altura onde qualquer acidente de
trabalho pode vir a ser fatal, por menor que seja o risco.
Devido a esses fatores, que benefícios para a construção civil a adesão de medidas de
proteção contra queda em altura pode oferecer?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral


23

 Promoção de um ambiente seguro com medidas de proteção contra queda em


altura para a construção civil com base nas normas regulamentadoras como a
NR-18 e NR-35.

1.3.2 Objetivos Específicos


 Buscar referencial teórico que abordam a NR 18 (Condições de meio ambiente
de trabalho na indústria da construção) e a NR 35 (Prevenção de acidentes nos
trabalhos em altura).
 Realizar pesquisa de campo com seleção de algumas construções do munícipio
de Sinop.
 Analisar as condições, procedimentos de segurança e atendimento da NR 18 e
NR 35 nas obras, Associação dos Condôminos do Edifício Angra dos Reis,
Expand Araucária.
 Apontar alguns procedimentos de segurança para prevenção de acidentes no
que diz respeito ao trabalho em altura, com base nas normas regulamentadoras.
24

2. REVISAO DE LITERATURA

2.1 Segurança do Trabalho


O acidente ocorre desde os primórdios da humanidade e os relacionados ao trabalho
não são diferentes, entretanto a partir do período da revolução industrial ocorrida no século
XVIII para cá eles se intensificaram, fazendo com que estudiosos criassem conceitos sobre a
problemática (ENGOBRA, 2018).
Com o intuito de minimizar os acidentes, e dentro do âmbito do trabalho pode ser
entendida como os conjuntos de medidas, de normas que são adotadas visando minimizar os
acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física,
capacidade de trabalho do trabalhador, promovendo a saúde e o bem-estar do colaborador.
Para a execução de medidas como essas não basta apenas as ações do Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), há a necessidade da participação de todos que se envolve
com o trabalho diretamente ou indiretamente, deve ser responsabilidade de todos (PEIXOTO
e FERREIRA, 2012).
A segurança do trabalho atua afim de evitar o acidente de trabalho que pode ser
estabelecido como, aquilo que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanente ou temporária. Entretanto em um conceito
prevencionista é definido como, a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,
relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão ou não do colaborador (SILVA,
2015).
25

2.2 Histórico da Segurança do Trabalho no mundo e Brasil


Com o surgimento da revolução industrial que se originou na Inglaterra, a partir da
segunda metade do século 18, novas formas de atividades laborais surgiram expondo os
colaboradores a novos riscos e situações de perigos que tornavam os trabalhos inseguros.
Além das novas situações de trabalho, as condições físicas em que se executava as atividades
eram péssimas, com a falta do mínimo de higiene, ventilação, determinação de período de
trabalho, máquinas com proteções e devido as más condições. Devido a essas condições uma
onda de doenças e acidentes de trabalho se alastrou por diversas industrias, a situação chegou
a ficar tão desesperadora, que a preocupação era de uma possível falta de mão–de–obra
(BITENCOURT e QUELHAS, 2008).
Em 1802, foi aprovada a “lei de saúde e moral dos aprendizes”, a primeira lei de
proteção aos trabalhadores, estabelecendo um limite de 12 horas de trabalho, proibindo
trabalho noturno e exigindo das industrias a lavagem das paredes duas vezes ano e a adoção
de ventilação nas fabricas. Já em 1831 uma comissão foi instaurada para analisar a situação
dos colaboradores, este relatório produzido teve forte impacto na opinião pública,
descrevendo que homens, mulheres e crianças encontravam-se, doentes. Devido a isso em
1833 criou-se a primeira legislação eficiente em prol dos trabalhadores no âmbito da
segurança do trabalho, chamada de “Factory Act”. O “Factory Act”, definia então algumas
obrigações as fábricas da Inglaterra de modo que proibia mais de 69 horas semanais e no
máximo 12 diárias, a adoção de escolas nas fábricas, idade mínima para trabalho passou a ser
9 anos e a presença de um médico na fábrica, para realizar exames admissional e periódico
(PEIXOTO e FERREIRA, 2012).
26

Em 1967 e 1968, o norte americano Frank Bird analisou 297 companhias nos

Estados Unidos da América, estando envolvidas nesta análise 170.000 colaboradores de 21


grupos distintos de função. Durante o período, houveram 1.753.498 acidentes registrados. A
contar com essas informações foi elaborada a pirâmide de Frank Bird, onde chega-se ao
entendimento que, para que ocorra um acidente que deixe o colaborador incapacitado,
anteriormente a isso, acontecerão 600 incidentes sem danos pessoais e/ou materiais, como é
visto na figura 1:

Figura 1: Pirâmide de Frank Bird

Fonte: (BITENCOURT e QUELHAS, 2008)

Em 1950, através de Comissão conjunta, a Organização Internacional do Trabalho


(OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu-se alguns objetivos voltados a
saúde ocupacional. Já em 1954, por meio de estudos e pesquisas, um grupo de peritos de
vários continentes chegaram à conclusão que as, condições de trabalho variam de acordo com
o País, e até dentro do mesmo País. As conclusões alcançadas foram de máxima importância,
para a finalidade de estabelecimento de normas afim de serem adotadas pela OIT futuramente
(SIMÕES, 2010).
As pesquisas foram tão relevantes que na 43ª Conferência Internacional do Trabalho
à recomendação número 112, a qual foi dado o seguinte título: ”Recomendação para os
serviços de saúde ocupacional, 1959” onde a OIT definiu o serviço de saúde ocupacional
como sendo um serviço médico instalado em um estabelecimento de trabalho, ou em suas
proximidades, com objetivos explícitos afim de que a empresa adota-se meios para proteger
trabalhadores contra os riscos a saúde, contribuir para ajustes físicos e mentais com
adequações no ambiente de trabalho e treinamentos/capacitações de operação de máquinas e
27

por fim asseio e higiene completo dos locais de trabalho proporcionando um bem-estar físico
e mental (BITENCOURT e QUELHAS, 2008).
No Brasil, a preocupação a respeito da segurança do trabalho iniciou-se em 1919, na
ocasião em que Rui Barbosa, durante campanha eleitoral, preconizou criação de leis que de
alguma forma assegura-se a saúde, segurança e o bem-estar do colaborador. Em 1941 fundou-
se a Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes (ABPA) a preocupação entorno da
segurança do trabalho torna-se maior em 1944 no Governo de Getúlio Vargas, onde se elabora
a Consolidação das Leis do Trabalho (doravante CLT) decreto Lei n° 5452, e em seu capítulo
V trazia consigo à Segurança e Medicina do Trabalho. De modo que, o primeiro conjunto de
leis referente ao trabalho, tratando sobre horários, formas de pagamentos e sobre a Saúde e
Segurança do Trabalho (SST), incluindo a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) (PEREIRA, 2001).
Com a maior quantidade de funcionários industriais, juntamente com o descaso com
a saúde e bem-estar deles, a quantidade de acidentes cresceu exponencialmente, sendo então
necessária uma padronização nos locais de trabalho para redução no número de acidentes.
Foram então criadas as Normas Regulamentadoras pela portaria nº 3.214, 8 de junho de 1978,
atualmente existem trinta e seis (36) normas e a trigésima sétima (37ª) está em consulta
pública (ALMEIDA, 2016).

2.3 A construção Civil


A construção civil é ligada diretamente com a profissão da engenharia Civil, pois a
mesma é quem faz projetos para o segmento, contudo é uma das mais antigas profissões
existentes no mundo, sendo que a primeira alcunha designada para a engenharia civil advém
dos Romanos “Ingenium Civitas”, ou seja, Engenharia da Civilização (SILVA, 2015).
A engenharia civil tem como objetivo direcionar as fontes de energia na natureza
para uso e sobrevivência das espécies, como meio de produção e de movimentação, ambos
para troca interna e externa, destinadas na execução de pontes, estradas, canais, aquedutos,
navegação de rios e na edificação de escotilhas, docas, quebra-mares e faróis, na navegação
através de energia artificial para comércio, e na drenagem de cidades e vilas. Engenharia civil
é a ocupação na qual a aplicação dos conhecimentos de ciências matemáticas, físicas
alcançadas ao longo dos anos, são utilizadas com sabedoria para transformar a vida e o bem-
estar da humanidade mais confortável e seguro, através das mais diversas construções e
engenhosidades (ENGOBRA, 2018).
28

O dizer “engenharia civil” surgiu no Brasil ainda na era colonial. Mas somente
depois da chegada da família real portuguesa, em 1808, surgiu a primeira escola de
engenharia brasileira: a da Real Academia Militar do Rio de Janeiro. Com algumas
modificações ao longo dos anos, essa escola se dividiu: O Instituto Militar de Engenharia, que
tinha ideais puramente militares; e a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, voltada para a pesquisa e as engenharias (EBAH, 2012).
Segundo (RIELI, 2012) antes que a engenharia civil alcançasse o desenvolvimento,
foi necessário percorrer um extenso trajeto de seis milênios, desde a saída do homem que
abandonou as cavernas e começou a desejar um local mais seguro e confortável.

2.4 Acidente de Trabalho


Antes de qualquer informação sobre Acidente do Trabalho, cabe definir o que é
acidente do trabalho.
É dentre o Direito Previdenciário onde se consegue a definição legal do acidente do
trabalho, através da Lei n. º 8.213/91, artigo 19, como sendo aquele que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho, ou seja, apenas é considerado acidente de trabalho se houver a
lesão no colaborador que o impossibilite de suas atividades normais durante o período laboral
(MARTINS, 2004).
Ainda conforme (MARTINS, 2004), também se equipara a acidente de trabalho
situações como, doença profissional, doença do trabalho, acidente de trajeto, todavia, há de
destacar-se que outrem artigos previdenciários apresentam definições legais, fundamental à
caracterização do acidente do trabalho, como se verá a seguir.
Desta forma, o artigo 20, incisos I e II, Lei n. º 8.213/91, equipara doenças
profissionais e do trabalho ao acidente do trabalho, como sendo:
 Doença do trabalho: o Inciso II do artigo 20, da Lei 8.213/91, define como
sendo aquela “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante
da relação mencionada no inciso I”.
 Doença profissional: equiparada ao acidente do trabalho que, conforme
explicita o Inciso I do Artigo 20, da Lei 8.213/91, é “produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
29

constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da


Previdência Social”. Exemplos: PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído),
LER (Lesão por Esforços Repetitivos), DORT (Doença Osteomuscular
Relativa ao Trabalho), Asbestose, Silicose, Bissinose, etc (BRASIL, 2018).
Ainda para (BRASIL, 2018) a equiparação do acidente de trajeto sendo aquele que
ocorre no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. É equiparado ao
acidente do trabalho, conforme art. 21 da Lei 8.213/91.
Existem dois principais fatores que são considerados responsáveis, além de uma série
de eventos que corroboram para os acidentes nas atividades laborais, sendo eles o ato inseguro
e a condição insegura. O ato inseguro sendo uma violação de procedimento aceito como
seguro, ou seja, falta do uso de equipamento de proteção individual, uso de celular ao
executar atividade, manutenção de máquina em movimento. Já condição insegura é a
condição ambiental do local, máquinas sem proteções, piso com irregularidades,
escorregadios, sem demarcações, fios descascados, falta de manutenção em máquinas, baixa
luminosidade e outros (SANTOS, 2008).
Um acidente de trabalho pode generalizar diversos impactos tanto para a empresa
quanto para o acidentado. Após o acidente, a empresa fica responsável em investigar o
acidente e descobrir as causas do mesmo, emitindo em seguida o comunicado de acidente de
trabalho (C.A.T). Dependendo do índice de emissão de CAT’S o nível de qualificação e risco
da empresa é alterado, influenciando diretamente nos recolhimentos do Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS). Entretanto, os fatores que mais influenciam à empresa referem-se à
ausência do funcionário (mão de obra), possíveis perdas financeiras (materiais) o que acaba
prejudicando sua produtividade.
Já para o principal envolvido no acidente de trabalho, além dos efeitos causados pelo
acidente (dores e inabilitações decorrentes), o acidentado deve-se submeter a tratamentos
médicos, se ausentando das atividades laborais (CONECT, 2017).
As figuras a seguir exemplificam os índices acidentais do ano 2013. A figura 2
ilustra os índices de acidentes de forma geral com destaque nos acidentes típicos (onde se
enquadram as quedas em altura, cortes, perfurações, esmagamentos queimaduras etc). A
figura 3 que aborda o total de acidentes por sexo, considerando que o sexo masculino tem a
maior parcela nos acidentes. E a figura 3 que especifica os índices de acidentes para o ramo
da construção civil, com os acidentes típicos também em grande proporção:
30

Figura 2: Acidentes com C.A.T. (2013).

Acidentes com C.A.T. (2013)


100
90 78.6
80
70
60
50
40
30 18.6
20
10 2.8
0
Acidentes típicos Acidentes trajeto Doenças do trabalho

Acidentes com C.A.T. (717,9 mil)

Fonte: (AEPS, 2013)

Na figura 3 apresenta o total de acidentes ocorridos, quando comparados o sexo dos


acidentados em relação ao mesmo ano de 2013, podendo observar que os homens são os que
sofrem mais acidentes de trabalho:

Figura 3: Por Sexo do total de acidentes.

Por sexo do total de acidentes


(2013).
100
75.3
80
60
40 24.7
20
0
Sexo masculino Sexo feminino

Por sexo do total de acidentes (717,9 mil)

Fonte: (AEPS, 2013)


31

Do total de 48,509 mil acidentes de trabalho acontecido, referente ao segmento da


construção civil, os acidentes típicos foram responsáveis por 83,42%, os de trajeto 15% e os
de doença trabalho 1,57%, conforme a figura 4:

Figura 4: Construção civil: tipos de acidentes.

Construção civil: tipos de


acidentes (2013).
100 83.42
80
60
40
20 15.01
1.57
0
s o ho
ico j et l
tí p tra ba
s rt a
te de do
en es as
ci d nt
A i de enç
Ac Do

Fonte: (AEPS, 2013)

Avalia-se que o INSS possua um custo anual de bilhões devido as despesas geradas
pelos colaboradores que vivenciaram de alguma forma uma doença ou acidente de trabalho
mesmo que temporária ou permanente. Estimasse que até dezembro de 2017 foram 2 milhões
de benefícios concedidos, atingindo um valor total de R$ 2,25 bilhões, segundo fonte do
ministério da fazenda, com base nesses dados é visível que há uma falha ou até mesmo uma
isenção da segurança do trabalho nos canteiros de obra e demais segmentos de trabalho
(FAZENDA, 2017).

2.5 Acidente de trabalho na construção civil


A construção civil apresenta um grande índice de acidentes do trabalho por se tratar
de uma atividade dinâmica. E os riscos variam de acordo com a fase em que se encontra a
atividade, tais como: escavação, demolição, alvenaria entre outros. Como também em
atividades como a carpintaria, armação e operações de soldagem (SOUZA, 2017).
32

Os diversos projetistas da edificação devem ser informados, pelo engenheiro de


segurança, das práticas de segurança que minimizem os riscos de acidentes do trabalho, com a
finalidade de adequação dos projetos ou adequação às medidas de prevenção propostas e
previstas. A construção de um edifício vertical tem, em geral, seis fases de produção:
infraestrutura, estrutura, vedações, instalações, revestimentos e acabamentos. Dentro destas
fases constatam-se, nas cinco últimas, serviços relacionados ao trabalho em altura propício de
quedas (MARTINS, 2004).
Ainda para Martins, (2004) em várias pesquisas pode-se observar que, no Brasil, a
maioria dos acidentes de trabalho tem relação direta com quedas de diferença de nível, “de
forma geral é pela falta de proteções nas aberturas, seja no piso ou na periferia das edificações
em construção”. Outro aspecto relacionado com a segurança é a mudança dos riscos
ocupacionais conforme se mudam as fases de produção da obra. Portanto, a previsão
antecipada dos riscos e a elaboração de projetos que contemplem aspectos de segurança é uma
das principais estratégias de prevenção.
A construção civil caracteriza-se por ser um setor cujo índice de acidentes é muito
alto e dentre os principais motivos que causam danos físicos ou mesmo a morte do
trabalhador estão as quedas. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
40% dos acidentes de trabalho no Brasil estão relacionados a queda de trabalhadores em
altura.
De acordo com o (FUNDACENTRO, 2011) a construção civil apresenta em seu
processo construtivo atividades que envolvem riscos de queda em altura, como as seguintes:
 Trabalhos em partes periféricas de lajes;
 Aberturas de pisos;
 Trabalhos em vãos de acesso às caixas de elevadores;
 Trabalhos em vãos de escadarias ou rampas;
 Serviços executados em sacadas ou varandas;
 Construção e montagem de telhados e/ou coberturas;
 Montagem e desmontagem de torres de elevadores de obras;
 Trabalhos em andaimes suspensos;
 Montagem de elementos estruturais (pré-moldados, metálicos);
 Trabalhos em confecção de fôrmas, ferragens e concretagem de estruturas e
lajes;
 Manutenção de fachadas de edifícios;
33

 Inspeção e manutenção de chaminés.


O mesmo autor ainda cita que as quedas podem ocorrer por mais de um motivo e
estão relacionadas ao ambiente de trabalho e ao próprio trabalhador. Portanto, características
inerentes aos indivíduos como falta de atenção e concentração durante a realização de
determinada atividade, aliada à falta ou uso incorreto dos equipamentos de proteção
individual, podem gerar quedas. Além disso, o local onde se realiza a atividade pode ser um
fator gerador dos acidentes. Ambientes com pouca iluminação, superfícies escorregadias e
buracos geram em muitos casos, acidentes devido a quedas. Por se tratar de um ramo em que
o trabalhador está sempre exposto a riscos devido à grande variedade de serviços e processos,
essa categoria de profissional sofre intensamente com as consequências de seu ambiente de
trabalho.

2.6 – Prevenção de acidentes


O conceito de saúde do trabalho inclui três aspectos básicos, a saúde orgânica,
funcionamento correto do conjunto de células, tecidos, órgãos e sistemas biológicos; A saúde
psíquica, pressupõe um equilíbrio intelectual e emocional; A saúde social, bem-estar do
indivíduo em suas relações sociais (SOUZA, 2017).
O autor complementa que na segurança do trabalho a prevenção de acidentes deve
garantir ao trabalhador esses três aspectos. Sendo que existem duas maneiras de se fazer a
prevenção: A primeira é a prevenção passiva no qual estuda-se os acidentes, causas e danos
que são gerados, para então implementar medidas de segurança necessárias para evitar que
aconteça novamente. A segunda prevenção é a ativa, que é a que se presume o efeito que pode
causar e atua-se antes que o acidente ocorra, atuando de forma preventiva, mas para tal é
imprescindível conhecer afundo o ambiente de trabalho, processos e equipamentos. Portanto
pode-se dizer que a prevenção ativa se constitui de identificação dos riscos nos postos de
trabalho, avaliação de riscos, escolha de medidas para prevenir e proteger e vigilância e
avaliação das medidas adotadas.
Estudos realizados por (HINZE, 1997), (LISKA, 1993) e ( (DAVIES e TOMASIN,
1990) em 1990, demonstraram a necessidade de elaborar e implantar programas ou seja outras
formas de prevenção de acidentes, como por exemplo, 5s ( seiri (organização), seiton
(arrumação), seiso (limpeza), seiketsu (higiene/saúde) e shitsuke (disciplina), incentivos para
os colaboradores quando houver redução de acidentes, planejamento e investimento em
treinamentos/qualificação dos colaboradores, diminuição da rotatividade e também a
34

padronização, criação de procedimentos seguros para as atividades desenvolvidas dentro da


empresa, estas recomendações perduram até os dias atuais.
Para se atingir uma prevenção de segurança no trabalho adequada não há uma forma
mais eficiente que adotar um sistema de gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), ou
seja, uma estrutura, um modelo padronizado, para identificar irregularidades em processos e
procedimentos desempenhados pelos colaboradores e redefini-los de forma que os torne mais
seguros e eficientes. Atualmente alguns sistemas de gestão são utilizados para proporcionar
tais melhorias, conseguindo melhorar os ambientes de trabalho e ainda cumprir com as
legislações, de maneira que decrescesse os acidentes e aumentasse a satisfação e
produtividade (ISO-45001, 2018).
Um fator que é determinante para as ocorrências de acidentes de trabalho que
acontece na construção civil é a falta ou ineficiência da implantação de um sistema de gestão
de segurança do trabalho, porém apenas um sistema de gestão pode não ser totalmente
eficiente, devendo-se observar as normas regulamentadoras sendo que para o segmento da
construção civil possui uma norma específica devido suas peculiaridades, esta é a norma
regulamentadora NR 18 - condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
Apesar disso outras normas podem e inclusive devem ser observadas e aplicadas na
construção civil, dentre as principais destaca-se a, NR-01 - disposições gerais, NR–05
comissão interna de prevenção de acidentes – cipa, NR–06 equipamento de proteção
individual (epi), NR-07 programa de controle médico de saúde ocupacional (pcmso), NR-09
programa de preveção de riscos ambientais (ppra), NR-10 segurança em instalações e serviços
de eletricidade, NR-11 transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais,
NR-12 máquinas e equipamentos, NR-15 atividades e operações insalubres, NR-17
ergonomia, NR-23 proteção contra incêndios, NR-24 condições sanitárias dos locais de
trabalho, NR-25 resíduos industriais, NR--26 sinalização de segurança, NR-35 trabalho em
altura (FERREIRA, 2017).
Apesar dos avanços nas normas regulamentadoras vigentes no Brasil, não podemos
deixar de lado outros parâmetros que possui um padrão mais rígido no que tange a prática da
prevenção de acidentes, padrões estes criados pela União Europeia e Estados Unidos.
Contudo quando alguns parâmetros se tornam obsoletos é preciso observar normas
internacionais que forneça informações sobre segurança e saúde no trabalho, podendo ser uma
International Organization for Standardization (ISO 9000, ISO 14000 ou ISO 45001),
Occupational Health ans Safety Assessments Series (OSHA 18001), Association Advancing
Occupational and Environmental Health (ACGIH). As ISO’s atuam como gestão de
35

qualidade atuando diretamente no procedimentos e processos produtivos, enquanto a OHSA e


ACGIH são voltadas para o âmbito da segurança e saúde do trabalho, com o complemento
dessas normas no combate aos acidentes, atinge-se uma maior taxa de sucesso na prevenção
(SILVA, 2006).
A ISO 45001 lançada este ano (2018) vem como o mais novo sistema de gestão no
que tange a segurança e saúde do trabalho, tendo como objetivo trazer as partes mais
interessadas, colaboradores e empregadores a participarem ativamente na prevenção de
acidentes, buscando o maior sucesso possível em evitar acidentes ou doenças do trabalho. A
norma preconiza o envolvimento o envolvimento da alta direção, em liderar e promover uma
cultura de apoio aos resultados pretendidos pela gestão de segurança e saúde do trabalho
(SST), liderança, comprometimento, responsabilidade e responsabilização de resultados,
comunicação adequada entre todos, participação mais efetiva de colaboradores e líderes,
disponibilização de recursos, identificação de processos eficazes afim de visualizar os perigos
e controlar os riscos de SST e aproveitar e avaliação continuada do sistema de gestão (ISO-
45001, 2018).

2.7 - NR 18 /- Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção


O interesse maior na NR-18, se deve pelo fato de que ela é a única voltada
especificamente para área da indústria construção civil, dentre suas exigências consta no item
18.3 - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
(PCMAT), e seus anexos a obrigatoriedade de construções que contemplem no seu quadro de
colaboradores uma quantidade igual ou superior a 20 (vinte) funcionários deve elaborar e
implantar o PCMAT (NR-18, 1978).
A norma traz consigo os parâmetros mínimos para a elaboração do PCMAT sendo
que deve conter, conforme em seus subitens, 18.3.1.1. contemplar as exigências contidas na
NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais, e integram o PCMAT conforme o
subitem 18.3.4.:
36

a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e


operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho
e suas respectivas medidas preventivas;
b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de
execução da obra;
c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;
d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em
conformidade com as etapas de execução da obra;
e) layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho,
contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
a) programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, com sua carga horária. (NR-18, 1978)

Mais importante que um PCMAT bem elaborado abrangendo todos possíveis riscos
envolvendo uma obra é de suma importância que o engenheiro execute o de forma adequada
todas as orientações que compõem o programa, fazendo uma área de vivência adequada,
esteja atento em todas as etapas da construção, como na demolição, escavação, fundações,
carpintaria, armações, escadas, rampas, e entre outros processos.
A (NR-18, 1978), ainda traz consigo diretrizes mínimas em todos os processos, como
no item 18.4 – áreas de vivência, que garante instalações sanitárias, vestiário, alojamento,
local de refeições, cozinha, no caso de haver preparo de refeições, lavanderia para a lavagem
de roupas, área de lazer e ambulatório, quando na obra possuir 50 (cinquenta) ou mais
colaboradores. No caso de não haver colaboradores alojados, o alojamento, lavanderia e área
de lazer não se torna obrigatório o cumprimento deste item. A implantação de uma área de
vivência adequada garante aos colaboradores conforto, condições de higiene e qualidade de
vida e bem-estar que acaba refletindo e influenciando em seu desempenho nas atividades
dentro da obra, principalmente em sua produção e na redução de acidentes.
Alguns pontos ainda da norma devem ser comentados pois são fatores fundamentais
no combate aos acidentes de trabalho, com os itens 18.13 – Medidas de proteção de quedas de
altura, 18.21 – Instalações elétricas, 18.22 – Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas,
18.23 – Equipamentos de proteção individual, todos estes itens possuem algo em comum,
uma norma específica que auxilia na implementação de diretrizes de SST, fazendo-se
necessário que os colaboradores passem por treinamentos/qualificação adequada para
executarem atividades em trabalho em altura (acima de 2m), atividades com eletricidade, e
um acompanhamento constante na utilização dos EPI’s (Equipamento de proteção individual)
em todo o período laboral.
A uma certa dificuldade de aplicação e implementação da NR-18 e demais normas
nos canteiros de obras, devido ao ônus que ela ocasiona no custo final do empreendimento
devido as medidas preventivas que se tornam necessárias para evitar-se os acidentes. Em
37

pesquisas realizadas por Araújo (2002), a autora cita que o custo de implementação da NR-18
não excede 1,5% do custo total da obra, todavia, por outro lado um canteiro de obras bem
planejado, organizado e executado pode apresentar a uma economia de 10% do custo total da
obra.

2.8 - Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura – NR 18.13


A norma Regulamentadora NR 18 apresenta o item 18.13 que trata das medidas de
proteção contra quedas de altura estipulando a obrigatoriedade de instalação de Equipamento
de Proteção Coletiva (EPC), tratando das proteções em aberturas de pisos, de beirada de lajes,
das dimensões para o guarda-corpo rodapé e das plataformas de limitação de quedas de
materiais (NR-18, 1978).
Sob o olhar da NR 18, a principal falha na proteção contra quedas de altura se
resume basicamente às medidas de proteções coletivas (EPC). Este item demonstra
obrigatoriedades que se faz necessário uma modificação no modo de pensar em um canteiro
de obras, adotando-se primeiramente os EPC´s e em seguida os EPI´s, propiciando assim um
ambiente de maior segurança e bem-estar dentro do canteiro de obras (SOUZA, 2017).
Segundo (CALDEIRAS e PIMENTA, 2013) perante estes problemas de proteção,
podem ser destacados várias serviços no segmento da indústria da construção civil que
possuem relação com os riscos de queda de altura, riscos estes podem ser destacados como:
 Partes periféricas de lajes
 Abertura de pisos
 Vãos de acesso às caixas de elevadores
 Vãos de escadarias ou rampas
 Serviços executados em sacadas e/ou varandas
 Construção e manutenção de telhados e/ou coberturas
 Montagem e desmontagem de andaimes fachadeiros
 Montagem e desmontagem de torres de elevadores de obras
 Trabalhos em andaimes suspensos
 Montagem de elementos estruturais (pré-moldados, metálicos)
 Trabalhos em confecção de fôrmas, ferragens e concretagem de estruturas e
lajes
 Manutenção de fachadas de edifícios
38

 Inspeção e manutenção de chaminés


Segundo a norma NR-18.13, a instalação de proteção coletiva é obrigatória não só
onde houver risco de queda de trabalhadores, mas também quando existir perigo de queda ou
de projeção de materiais. As medidas de proteção da norma em questão, são apresentadas em
doze itens, com seus respectivos subitens, devidamente mostrados com seus requisitos e
procedimentos, que serão dispostos sucintamente:

Quadro 1: Itens da NR 18.13 - Medidas de Proteção contra Quedas de Altura


18.13.1. É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de
queda de trabalhadores ou de projeção e materiais.
18.13.2 As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente
18.13.3 Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento
provisório de, no mínimo, 1,20m (um metro e vinte centímetros) de altura, constituído
de material resistente e seguramente fixado à estrutura, até a colocação definitiva das
portas.
18.13.4 É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção
contra queda de trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços
necessários à concretagem da primeira laje.
18.13.5 A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos rígidos, em
sistema de guarda-corpo e rodapé, deve atender aos requisitos estabelecidos pela
norma.
18.13.6 Em todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4 (quatro)
pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma
principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito
acima do nível do terreno.
18.13.7 Acima e a partir da plataforma principal de proteção, devem ser
instaladas, também, plataformas secundárias de proteção, em balanço, de 3 (três) em 3
(três) lajes.
18.13.8 Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo, devem ser
instaladas, ainda, plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes,
contadas em direção ao subsolo e a partir da laje referente à instalação da plataforma
principal de proteção
18.13.9 O perímetro da construção de edifícios, além do disposto nos subitens
18.13.6 e 18.13.7, deve ser fechado com tela a partir da plataforma principal de
39

proteção.
18.13.10 Em construções em que os pavimentos mais altos forem recuados,
deve ser considerada a primeira laje do corpo recuado para a instalação de plataforma
principal de proteção e aplicar o disposto nos subitens 18.13.7 e 18.13.9.
18.13.11 As plataformas de proteção devem ser construídas de maneira
resistente e mantidas sem sobrecarga que prejudique a estabilidade de sua estrutura
18.13.12 Redes de Segurança (Incluído pela Portaria SIT n.º 157, de 10 de
abril de 2006)
Fonte: (NR-18, 1978).

Alguns dos EPC’s solicitados para que atenda as exigências da norma são os guarda-
corpos, que são elementos de proteção contra quedas de pessoas e objetos que potencialmente
seriam projetadas através das bordas das lajes dos edifícios em construção. A norma ainda cita
recomendações mínimas a serem atendidas na implantação das proteções contra quedas,
devendo ser obedecido, as seguintes recomendações: Constituir de anteparos rígidos, em
sistema de guarda-corpo e rodapé; Ter altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) para o
travessão superior e 0,70m (setenta centímetros) para o travessão intermediário; Ter rodapé
com altura de 0,20m (vinte centímetros) e ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou
outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura (MARTINS, 2004).

2.9 - NR-35 Trabalho em altura


Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta
atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois
metros) do nível inferior, onde haja risco de queda (NR-35, 2012).
A expectativa é que esta norma venha a diminuir os índices estatísticos de acidentes
em altura no mercado brasileiro, com isso a NR 35 em seu item 35.1.3 possibilita o amparo de
trabalhos através de normas técnicas internacionais quando não existirem normas nacionais
equivalentes.
A NR 35 trabalho em altura estabelece as responsabilidades dos empregadores e dos
funcionários sendo como no que cabe ao empregador:
40

a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma;


b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da
Permissão de Trabalho - PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho
em altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em
altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas
de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de
controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as
medidas de proteção definidas nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou
condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja
possível;
i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em
altura;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma
será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta
Norma.

Ainda traz consigo deveres que os colaboradores devem estar desenvolvendo e


obedecendo, como:
35.2.2 Cabe aos trabalhadores:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive
os procedimentos expedidos pelo empregador;
b) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta
Norma;
c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a
de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico,
que diligenciará as medidas cabíveis;
d) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho.

Em relação à Capacitação e o Treinamento do Trabalhador a NR 35 propõe no item


35.3, que o empregador deva promover programas para a realização de trabalho em altura.
Para ser capacitado em trabalho em altura, o trabalhador deve ser submetido e aprovado em
treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas, cujo conteúdo
programático deve, no mínimo, incluir:
a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
b) análise de Risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e
controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e
de primeiros socorros (NR-35-COMENTADA, 2012).
41

Segundo a (NR-35-COMENTADA, 2012) o empregador deve realizar treinamento


periódico bienal, no horário de trabalho com carga horária mínima de oito horas, e sempre que
ocorrer quaisquer das seguintes situações: mudança nos procedimentos, condições ou
operações de trabalho, evento que indique a necessidade de novo treinamento, retorno de
afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias; mudança de empresa.
Em seu item 35.4.1, define que todo trabalho em altura dever ser planejado,
organizado e executado. A autorização se dá por meio de um processo administrativo no qual
o empregador, autoriza o colaborador para o trabalho em altura, porém devem ser atendidos
alguns requisitos: a capacitação e a aptidão do trabalhador.
Trabalhador autorizado, é aquele capacitado para o trabalho em altura que foi
avaliado e considerado apto para essa atividade. O empregador tem como responsabilidade
avaliar o estado de saúde dos trabalhadores. Sendo assim é preciso realizar exames voltados a
patologias que podem causar mal súbito e originar queda de altura, tais como, epilepsia,
vertigem e tontura, distúrbios do equilíbrio e deficiência da estabilidade postural, alterações
cardiovasculares, acrofobia e diabetes Mellitus (SOUZA, 2017).

De acordo com o item 35.4.2 da referida norma, no planejamento devem-se adotar


medidas controle atendendo as seguintes hierarquias, primeiramente medidas para evitar o
trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execução, em seguida medidas que
eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de execução do trabalho de
outra forma e por fim medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de
queda não puder ser eliminado (NR-35, 2012).
A norma NR-35 ainda preconiza que quando não se pode evitar a realização do
trabalho em altura, uma das medidas de eliminação de riscos de acidentes de altura é a
utilização de proteção coletiva. Todo trabalho em altura deverá possuir análise de risco (AR) e
permissão de trabalho em altura (PTA). Este deve considerar, de acordo com a norma, os
seguintes pontos:
42

a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;


b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de
proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações
dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de
forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
m) a forma de supervisão.

O item 35.5 da NR 35 estabelece que os EPI’s, acessórios e sistemas de ancoragem


devem ser especificados e selecionados considerando a sua eficiência, conforto, a carga
aplicada. Os equipamentos de proteção individual devem ser submetidos a inspeções
periódicas de forma a observar eventuais defeitos e deformações. Antes do início das
atividades todos os EPI’s, acessórios e sistemas de ancoragem devem ser inspecionados,
quando apresentarem defeitos ou imperfeições deverão ser inutilizados e descartados.
Conforme o item 35.5.3, o EPI, cinturão de segurança deve ser do tipo paraquedista e possuir
dispositivo para conexão em sistema de ancoragem (talabarte). Ainda em observância a
NR35, obriga o uso de absorvedor de energia nas seguintes situações, fator de queda maior
que 1 e comprimento do talabarte for maior que 0,9.
Os pontos de ancoragem devem ser selecionados e dimensionados por profissional
habilitado, devem possuir resistência para suportar a carga máxima aplicável e serem
inspecionados quanto a sua integridade.

2.10 – Sistemas de gestão e normas pertinentes a prevenção de queda em altura

Nos dias que correm a norma internacional mais relevante no que tange a segurança
e saúde do trabalho em uma ótica de sistema é a OSHA 18001 - Sistemas de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho. A Norma OHSAS 18001 foi desenvolvida de forma a ser
compatível com outras normas de gestão de segurança como as ISO’s, de qualidade e
ambiente, tendo como objetivo de simplificar e integrar os diversos sistemas de gestão da
saúde e segurança do trabalho. Estes sistemas proporcionam as empresas a atingirem seus
43

objetivos de prevenção de segurança no trabalho, aumento de produtividade com qualidade.


Ainda conforme a Norma OHSAS, se baseia na metodologia conhecida como Planejar-
Executar-Verificar-Agir, no planejamento se estabelece os objetivos e os processos
necessários para atingir resultados, de acordo com a política de SST da organização; A
execução corresponde à implementação de processos; A verificação diz respeito do
monitoramento e medição dos processos face à política de SST, objetivos, requisitos legais e
outros requisitos, relatando por fim os resultados; A etapa “agir” empreende ações para
melhorar continuamente o desempenho da SST (SIMÕES, 2010).
Segundo a Norma 18001:2007, a organização deve estabelecer e manter
procedimentos para monitorar e medir periodicamente o desempenho em SST. Estes
procedimentos devem providenciar, por exemplo, as medidas qualitativas e quantitativas,
monitorar os objetivos de SST e monitorar a eficácia dos controles.
O mais novo sistema de gestão (ISO-45001, 2018) é um sistema de gestão de saúde e
segurança ocupacional que ajuda as organizações a reduzirem os acidentes e problemas
relacionados a saúde de seus colaboradores, evitando processos caros, reduzindo valores de
seguros, bem como criando uma cultura de positividade nas empresas. Assim como outras
Normas, a ISO 45001 baseia-se na metodologia Plan-Do-Check-Act (PDCA) afim de terem
compatibilidade. Seus objetivos são claros, sendo eles: prevenção de mortes, acidentes de
trabalho e problemas de saúde, melhorar e proporcionar um ambiente de trabalho seguro e
saudável para os trabalhadores e para terceiros sob controle da organização e desenvolvendo e
apoiando uma cultura de segurança e saúde ocupacional na organização. Entretanto para
atingir essas metas devem ter o envolvimento da alta direção, em liderar e promover uma
cultura de apoio aos resultados pretendidos pela gestão de SST, liderança, comprometimento,
responsabilidade e responsabilização de resultados, comunicação entre todos os envolvidos.
A presente norma pode ser aplicada em qualquer empresa independente do tamanho
ou atividade, apenas deve desejar melhorar a segurança e saúde no trabalho, através da
eliminação ou minimização dos riscos existentes estas são algumas das recomendações da
ISO 45001.
Contudo algumas outras medidas de ordem administrativa se faz necessária como os
Diálogos Diários de Segurança (DDS), com os colaboradores sendo que o técnico em
segurança da empresa e os líderes de equipe, devem comentar a respeito de algum tema
relacionado à segurança do trabalho, procedimento de determinada atividade, de modo que
fique claro e objetivo para os colaboradores quais são suas responsabilidades e como executar
as atividades de um modo seguro (FRAGA e MENESES, 2016).
44

Ainda para Fraga e Menses, (2016) na realização de DDS, deve-se abordar temas
relevantes as atividades que estão ou serão executadas, afim de orientar quanto a
procedimentos e alguns cuidados a serem adotados durante o processo, lembrar e relembrar
quanto a execução de forma segura e adequada. Todavia torna-se uma maneira mais prática de
instruir e melhorar o desempenho na área da segurança, produção e demais atividades na
construção civil.
Ainda existe outros meios de se combater os acidentes e incidentes dentro da
construção civil, fazendo com que haja multiplicadores da visão da segurança do trabalho no
canteiro de obras, um dos meios é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) que
é composta por representantes do empregador e dos empregados, conforme determina a NR-
18 e de forma mais específica a própria NR-5. Os representantes dos empregadores, tanto
titulares quanto suplentes são por eles designados. Ela tem com objetivos prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente,
o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador, destacando a
comunicação dos resultados das reuniões aos responsáveis, apresentar e aplicar no ambiente
de trabalho as recomendações de prevenção de acidentes (NR-18, 1978).
A NR-06 equipamento de proteção individual (EPI), possui um papel fundamental
dentro do universo da construção civil, com o propósito de eliminar/evitar/diminuir/ acidentes
ou as consequências dos mesmos, trazendo consigo no seu item 6.3, a obrigatoriedade da
empresa a fornecer os EPI’s adequados as funções de acordos com os riscos, sempre que, as
medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho, enquanto as medidas de proteção coletiva
estiverem sendo implantadas e para atender a situações de emergência (NR-06, 1978).
Como o próprio nome já diz, esses equipamentos inferem proteção a cada
profissional individualmente, conferindo proteção aos membros do corpo que são a cabeça, o
tronco, os membros superiores, inferiores, a pele e o aparelho respiratório do indivíduo. De
fabricação nacional ou importado, eles só poderão ser postos à venda ou utilizados com a
indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A escolha do
EPI a ser utilizado cabe ao Engenheiro de Segurança, que deverá observar os riscos do
colaborador e indicar qual o EPI correto à se utilizar (SIMÕES, 2010).
Podem ser citados como EPI’s aqueles que fornecem proteção e seu uso é individual,
na construção civil sendo que os mais usuais são os, capacete com jugular, cinturão de
segurança com dois talabartes em Y, botina de segurança, luvas dos mais diversos tipos
45

(pigmentada, raspa, vaqueta, látex, Neoprene), óculos de segurança (incolor ou escuro),


viseira facial, aventais de raspa ou pvc, uniforme, protetor solar, mangotes e respiradores
descartáveis, seu uso é conforme os riscos expostos e indicação do responsável pela segurança
e saúde no trabalho (SOUZA, 2017).
46

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa


A palavra metodologia é derivada de “método” que advém do Latim “methodus” e
de acordo com o dicionário Aurélio a define como, a arte de dirigir o espírito na investigação
da verdade e/ou aplicação do método no ensino, já outros autores definem metodologia
científica como, “Método é uma forma de selecionar técnicas, uma forma de avaliar
alternativas para ação científica. Métodos são regras de escolha; técnicas são as próprias
escolhas” (ACKOFF, 1976).
Para Bunge, (1974) “Método é um procedimento regular, explícito e passível de ser
repetido para conseguir algo material ou conceitual. Método científico é um conjunto de
procedimentos por meio dos quais são propostos os problemas científicos e, a seguir, são
colocadas à prova as hipóteses científicas”.
Inicialmente a pesquisa é constituída de um levantamento bibliográfico afim de
aprofundar-se quanto ao tema. Conforme Martins e Lintz (2007, p. 15) “a pesquisa
bibliográfica procura explicar e discutir um tema ou um problema com base em referências
teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos, normas, artigos, monografias e etc.” Por
intermédio de literatura específica, de Norma NR 18 – (Condições e meio ambiente de
trabalho na indústria da construção), Norma Regulamentadora NR 35 - (Segurança e Saúde no
Trabalho em Altura), da Norma NR 6 – (Equipamento de proteção individual- EPI) se tornou
possível levantar e analisar a problemática numa ótica mais técnica.
O processo de pesquisa também se dará junto a obras (Associação dos Condôminos
do Edifício Angra dos Reis, Expand Araucária) no Município de Sinop, por meio da pesquisa
de campo, onde abordará as medidas de proteção contra queda em altura encontrada, onde
serão capturadas imagens, aplicado questionários, realizado anotações e coletado informações
47

necessárias, para posteriormente serem analisadas chegando-se a uma conclusão, portanto


assim estudar e propor as melhorias a serem realizadas.
Segundo Gonsalves (2001, p.67), “A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que
pretende buscar a informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do
pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o
fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas
[...]”.

3.2 População e amostra

As obras escolhidas para a realização das pesquisas situam-se na cidade de Sinop,


constituindo duas obras, sendo representadas por uma obra residencial (Expand Araucária) e
por um prédio de 20 andares (Associação dos Condôminos do Edifício Angra dos Reis).
Avaliadas com pesquisas quantitativas e qualitativas, afim de identificar uma melhor forma de
implementar medidas de prevenção de quedas ema altura.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados se dará por meio de informações primárias, visto que foram
embasados juntamente com trechos de artigos científicos, livros, monografias, TCC’s, sites e
outros, que auxiliaram no desenvolvimento da revisão literária com informações sólidas e
seguras.
Ainda se deve coletar os dados secundários, ou seja, juntar informações para as
análises de conclusão, que por sua vez se dará através de captura de imagens, questionários
semiestruturados tanto para os colaboradores de gerência e comando quanto para os
comandados. Os dados coletados através de um questionário semiestruturado tem o objetivo
de melhorar o entendimento sobre o índice de proteções e medidas preventivas utilizadas nas
obras.
Segundo Minayo (2004, p. 108) considera que o questionário semiestruturado
“combina perguntas fechadas e abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer o
tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelo pesquisador.”
Após o levantamento da pesquisa em campo realizada, as informações retiradas
servirão para alimentar gráficos, planilhas, imagens que apresentará os resultados obtidos.
48

Essas informações serão cruzadas, afim de comparação, para encontrar uma melhor solução
para as problemáticas levantadas, juntamente com base nas normas regulamentadoras como
base.

3.4 Cronograma

Agosto/ Setembro/ Outubro/ Novembro/ Dezembro/


ATIVIDADES
2018 2018 2018 2018 2018

Pesquisa
x
Bibliográfica

Elaboração do
x
Projeto

Avaliação do
x
Projeto

Seleção de artigos x x X

Desenvolvimento x x x

Apresentação/
X
defesa TCC 1

Correção X

Conclusão X
49
50

4. BIBLIOGRAFIA

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