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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

JOSÉ LUIZ COSTA

RISCOS OCUPACIONAIS NA CONSTRUÇÃO

EM TAIPA DE PILÃO MECANIZADA.

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA
2018
JOSÉ LUIZ COSTA

RISCOS OCUPACIONAIS NA CONSTRUÇÃO

EM TAIPA DE PILÃO MECANIZADA.

Monografia apresentada para obtenção


do título de Especialista no Curso de Pós
Graduação em Engenharia de Segurança
do Trabalho, Departamento Acadêmico de
Construção Civil – DACOC, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná – UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Adalberto Matoski.

CURITIBA
2018
JOSÉ LUIZ COSTA

RISCOS OCUPACIONAIS NA CONSTRUÇÃO EM TAIPA DE PILÃO


MECANIZADA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso
de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, pela comissão formada pelos professores:

Banca:

_____________________________________________
Prof. Dr. Cezar Augusto Romano
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

________________________________________
Prof. Dr. Adalberto Matoski (orientador)
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

_______________________________________
Prof. M.Eng. Massayuki Mário Hara
Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Curitiba
2019

“O termo de aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso”


Este estudo é dedicado a todos os que depositam esperança
na técnica e no compromisso diário de cada cidadão para que
se possa viver em uma sociedade saudável e equilibrada, por
muitas gerações.
AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente à minha família, por financiar este projeto e todo o


curso, além de me manter sempre motivado a seguir adiante, seja na vida pessoal,
acadêmica e profissional.
Gostaria de agradecer imensamente à Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, que vem sendo minha segunda casa desde meu ingresso em 2007 como
aluno do curso Técnico-Integrado em Segurança do Trabalho, passando pela
graduação em Arquitetura e Urbanismo, sempre proporcionando um ensino de
qualidade ímpar.
Aos meus amigos, mesmo àqueles que não estão próximo, mas que de algum
modo estiveram sempre dedicando uma palavra de motivação, acreditando nos
meus sonhos e no meu potencial.
Ao Sr. Paulo Sabino e ao Sr. Adriano Gregori por despenderem parte do seu
tempo me auxiliando de maneira contundente para que este projeto prosperasse, e
também aos professores Adalberto Matoski, o orientador desta pesquisa, e Rodrigo
Eduardo Catai, sempre prontos a me orientar e sanar minhas dúvidas.
A todos meu muito obrigado.
“A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela
nos resiste."
(SAINT-EXUPÉRY, Antoine de).
RESUMO

O objetivo deste trabalho é elencar os principais riscos ocupacionais aos quais os


trabalhadores da técnica de taipa de pilão mecanizada estão expostos, por meio do
levantamento, observação e simulação de alguns processos inerentes a esta
técnica. A taipa de pilão é uma tecnologia construtiva milenar, utilizada no Brasil na
época Colonial, consistindo basicamente em erigir edificações utilizando terra
compactada. A construção civil, um dos setores mais agressivos ao meio ambiente,
investiu em tecnologias limpas e sustentáveis, uma delas foi a ressignificação da
taipa de pilão - técnica que já vem sendo empregada em países desenvolvidos e
inicia seu novo processo de difusão no Brasil. Esta técnica apresenta diversos
benefícios, além do respeito ao meio ambiente, as construções em taipa são
econômicas, apresentam qualidade ambiental e grande durabilidade. No entanto,
ainda pouco se sabe a respeito da segurança dos trabalhadores envolvidos nos
processos de construção em taipa de pilão mecanizada. Esta pesquisa visa analisar
os riscos aos quais estes trabalhadores estão expostos, por meio de uma APR
(Análise Preliminar de Riscos), bem como propor métodos de prevenção de
acidentes, preservando a integridade física dos operários. O que se concluiu nesta
pesquisa é que os riscos ocupacionais são semelhantes às técnicas construtivas
tradicionais. No entanto, algumas etapas apresentam riscos específicos, como o
apiloamento mecanizado, que expõe os operadores a altos índices de vibração e
ruído, havendo a necessidade da proposição de medidas mitigadoras.

Palavras-chave: Riscos Ocupacionais; Taipa de Pilão; Construção Civil; Segurança


do Trabalho.
ABSTRACT

The objective of this work is to list the main occupational hazards to which the
workers of the mechanized pylon taipa technique are exposed, through the survey,
observation and simulation of some processes inherent in this technique. Pylon
mudstone is a millenarian constructive technology, used in Brazil in the Colonial era,
basically consisting of erecting buildings using compacted earth. Civil construction,
one of the most aggressive sectors for the environment, invested in clean and
sustainable technologies, one of which was the re-signification of pylon mud - a
technique that has already been used in developed countries and begins its new
diffusion process in Brazil. This technique has several benefits, in addition to respect
for the environment, the constructions in taipa are economic, have good
environmental quality and great durability. However, little is known about the safety of
the workers involved in the machined pylon machining processes. This research
aims to analyze the risks to which these workers are exposed, through an APR
(Preliminary Risk Analysis), as well as to propose methods of accident prevention,
preserving the physical integrity of the workers of this constructive technology that
tends to be disseminated every time more Brazil aside.
What has been concluded in this research is that the predominant risks are similar to
traditional construction techniques. However, some steps present worrying risks,
such as mechanized piling, which exposes the compactor operators to high vibration
and noise levels, and it is necessary to propose mitigating measures.

Keywords: Risk Analysis; Rammed Earth Technique; Civil Construction; Work


Safety.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - GESTÃO DE RISCOS. ............................................................................................................. 25


FIGURA 02 - MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS USADO NA APR. ........................................................ 29
FIGURA 03 - ESQUEMA EXPLICATIVO DA CONSTRUÇÃO EM TAIPA. ............................................................... 30
FIGURA 04 - TIPOS DE PILÃO MANUAL (OU SOQUETES)............................................................................... 31
FIGURA 05 - PILÃO PNEUMÁTICO. ............................................................................................................. 31
FIGURA 06 - RESIDÊNCIA COLINAS, REALIZADA EM TAIPA DE PILÃO, CONCRETO E MADEIRA. ......................... 33
FIGURA 07 - FÔRMA DE MADEIRA 100X30X30. .......................................................................................... 37
FIGURA 08 - COMPACTADOR WACKER NEUSON BS50-2I. ......................................................................... 37
FIGURA 09 - DECIBELÍMETRO MINIPA MSL-1325A. ................................................................................... 38
FIGURA 10 - ACELERÔMETRO AP2042. .................................................................................................... 39
FIGURA 11 - MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO COM O ACELERÔMETRO. .................................................................... 39
FIGURA 12 - GRÁFICO DOS NÍVEIS OBTIDOS DE ACELERAÇÃO REFERENTES A 1H DE EXPOSIÇÃO. O NÍVEL
TRACEJADO INDICA O LIMITE DE TOLERÂNCIA DIÁRIO PROPOSTO PELA NR-15. .................................... 43

FIGURA 13 - GRÁFICO DOS NÍVEIS OBTIDOS DE ACELERAÇÃO REFERENTES A 8H DE EXPOSIÇÃO. O NÍVEL


TRACEJADO INDICA O LIMITE DE TOLERÂNCIA DIÁRIO PROPOSTO PELA NR-15. .................................... 44

FIGURA 14 - PERSPECTIVA DA FÔRMA E COMPACTADOR SUGERIDOS. ......................................................... 54


FIGURA 15 - RESULTADO MÁXIMO OBTIDO NA MEDIÇÃO DE RUÍDO. ............................................................. 58
FIGURA 16 - RESULTADO OBTIDO NA PRIMEIRA MEDIÇÃO DE VIBRAÇÃO. ...................................................... 58
FIGURA 17 - RESULTADO OBTIDO NA SEGUNDA MEDIÇÃO DE VIBRAÇÃO. ..................................................... 59
FIGURA 18 - RESULTADO OBTIDO NA TERCEIRA MEDIÇÃO DE VIBRAÇÃO. ..................................................... 59
FIGURA 19 - CONTRATO DE ALUGUEL DO EQUIPAMENTO. ........................................................................... 60
FIGURA 20 - MANUAL DO EQUIPAMENTO. .................................................................................................. 61
FIGURA 21 - FISPQ RESINA SINTÉTICA "BIANCO" DA MARCA "VEDACIT"..................................................... 64
LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE. ....................................... 19


TABELA 02 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE
COM PERÍODOS DE DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. ................................ 21

TABELA 03 - EXEMPLO DE APR: SISTEMA DE CORTE DE VERGALHÃO DE AÇO. ............................................ 27


TABELA 04 - CLASSES PARA AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA DOS PERIGOS
IDENTIFICADOS. .............................................................................................................................. 28

TABELA 05 - CLASSES PARA AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE SEVERIDADE. ...................................................... 28


TABELA 06 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE FUNDAÇÃO. ................................................................................................................ 46

TABELA 07 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE MONTAGEM DAS FÔRMAS. .......................................................................................... 47
TABELA 08 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE PREENCHIMENTO DAS FÔRMAS. .................................................................................. 48

TABELA 09 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE COMPACTAÇÃO DE TERRA. ......................................................................................... 49
TABELA 10 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE VIGAMENTO................................................................................................................ 50

TABELA 11 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS REFERENTE AOS OPERÁRIOS DE TAIPA DE PILÃO MECANIZADA,
NA ETAPA DE ACABAMENTO. ............................................................................................................ 51
LISTA DE SIGLAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS


AEPS - ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
APR - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
CEEST - CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
CEF - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
CNEN - COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR
DACOC - DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
EPC - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA
EPI - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ
FISPQ - FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS
FJP - FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
IBUTG - ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO TERMÔMETRO DE GLOBO
IPEA - INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
MTE - MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
NBR - NORMA BRASILEIRA
NHO - NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL
NR - NORMA REGULAMENTADORA
OHSAS - OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY ASSESSMENT SERIES
ONG - ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
ONU - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PCMAT - PROGRAMA DAS CONDIÇÕES DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
PDCA - PLAN, DO, CHECK, ACT (PLANEJAR, EXECUTAR, CONTROLAR, AGIR)
PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
SNIS - SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO
TBN - TERMÔMETRO DE BULBO NATURAL
TBS - TERMÔMETRO DE BULBO ÚMIDO
TG - TERMÔMETRO DE GLOBO
UTFPR - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 PROBLEMA .................................................................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 14
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
2.1 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................ 16
2.1.1 Acidente de Trabalho .................................................................................................. 16
2.1.2 Riscos Ambientais ...................................................................................................... 17
2.1.2.1 Riscos Físicos .......................................................................................................... 18
2.1.2.1.1 Ruído ..................................................................................................................... 18
2.1.2.1.2 Vibrações .............................................................................................................. 20
2.1.2.1.3 Calor ...................................................................................................................... 20
2.1.2.2 Riscos Químicos ...................................................................................................... 21
2.1.2.3 Riscos Biológicos ..................................................................................................... 22
2.1.2.4 Riscos Ergonômicos ................................................................................................ 22
2.1.2.5 Riscos de Acidente .................................................................................................. 23
2.1.3 Segurança do Trabalho na Construção Civil .............................................................. 23
2.1.4 Gerenciamento de Riscos .......................................................................................... 24
2.1.4.1 APR - Análise Preliminar de Riscos ......................................................................... 26
2.1.5 Sustentabilidade ......................................................................................................... 29
2.2 TAIPA DE PILÃO .......................................................................................................... 30
2.2.1 O que é, vantagens e desvantagens .......................................................................... 30
2.2.2 Histórico ...................................................................................................................... 32
2.2.3 Resgate da Taipa ....................................................................................................... 32
2.2.4 Descrição das Etapas da Construção ........................................................................ 34

3 METODOLOGIA 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 40
4.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS ................................................................................. 40
4.1.1 Fundação .................................................................................................................... 40
4.1.2 Montagem das Fôrmas ............................................................................................... 41
4.1.3 Preenchimento das Fôrmas ........................................................................................ 42
4.1.4 Compactação da Terra ............................................................................................... 42
4.1.5 Vigamento (Cintamento) ............................................................................................. 45
4.1.6 Acabamento ................................................................................................................ 45
4.2 ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS ........................................................................ 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 53
13

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é uma das atividades que registram o maior


número de acidentes de trabalho no Brasil. De acordo com o Anuário Estatístico da
Previdência Social, em 2015 ocorreram 41.012 acidentes, número inferior somente
ao apresentado pela indústria de produtos alimentícios e bebidas (AEPS, 2015).
Levando em consideração estes números expressivos, verifica-se a
necessidade de estudar, quantificar e propor melhorias para a preservação da saúde
do trabalhador da construção civil.
A taipa de pilão mecanizada é um método construtivo que, devido à
abundância de matéria prima (terra), exequibilidade a baixo custo e o reduzido
impacto ambiental, pode se tornar uma tendência não somente no Brasil, mas em
vários países do mundo que já redescobriram a referida técnica.
De acordo com Oliveira (2012), existem registros de construção em taipa de
pilão há cerca de 5000 anos antes de Cristo, inclusive grande parte da Muralha da
China foi construída com esta técnica. No Brasil, ela foi trazida pelos portugueses e
amplamente utilizada no período colonial (1800-1850), sobretudo em São Paulo,
Goiás e Minas Gerais (COLIN, 2010).
De acordo com Colin (2010), a técnica consiste basicamente em amassar o
barro vermelho, matéria prima fundamental, colocado em formas de madeira,
conhecidas como taipais. Após a secagem, o taipal é deslocado para a posição
vizinha e assim sucessivamente.
Atualmente, frente ao aumento da preocupação com a sustentabilidade do
planeta, projetistas arquitetos e engenheiros enxergam com bons olhos a retomada
do uso da taipa de pilão nas construções contemporâneas, visto que a indústria
tradicional da construção é um dos ramos da economia que mais geram resíduos:
60% do lixo sólido das cidades vem da construção civil (PORTAL ECYCLE, 2018), e
como já mencionado, também é um dos ramos campeões nos índices de acidente.
Este trabalho é estruturado da seguinte maneira: uma breve contextualização,
compreendendo os preceitos históricos e quais foram os motivos pelos quais a taipa
de pilão ressurgiu no cenário da construção civil atual. Posteriormente, são descritas
as etapas da construção e, por fim, a análise dos riscos ocupacionais inerentes de
tais atividades.
14

1.1 PROBLEMA

A taipa de pilão é um método construtivo que foi amplamente empregado na


época colonial no Brasil. Após décadas em desuso, arquitetos estão resgatando esta
técnica nas construções contemporâneas, tendo em vista a sustentabilidade e
facilidade de obtenção da matéria prima. No entanto, alguns procedimentos podem
causar riscos aos operários. Somado a este fator, a falta de publicações referente à
segurança do trabalho na construção em taipa de pilão mecanizada mantém estes
operários à margem da legislação específica.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar e quantificar os riscos inerentes ao conjunto de atividades da


construção em taipa de pilão mecanizada.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Elencar os processos que envolvem a construção em taipa de pilão mecanizada;


- Levantar os riscos das atividades inerentes à técnica construtiva em estudo;
- Sugerir medidas de controle dos riscos ocupacionais.

1.3 JUSTIFICATIVA

A taipa de pilão é um método construtivo que foi muito empregado em


diversos países, inclusive no Brasil Colonial, porém esta técnica construtiva passou
décadas em desuso, visto que a produção em série de blocos cerâmicos tornava
mais fácil e rápida a construção (OLIVEIRA, 2012).
Países como Portugal (GREEN SAVERS, 2013), Canadá e Estados Unidos
estão redescobrindo a taipa de pilão. No Brasil, alguns escritórios de arquitetura vêm
utilizando a terra como método construtivo em seus projetos contemporâneos,
percebendo-se assim, a possibilidade de que este método passe a ser uma
tendência construtiva para as próximas décadas.
15

A taipa se caracteriza como um método construtivo sustentável, que estende


suas vantagens inclusive ao edifício já construído, devido ao fato de apresentar
melhor conforto térmico e acústico se comparado aos atuais métodos convencionais
(SILVA, 2000).
Vale ressaltar que o resgate da taipa é também um resgate à memória do
Brasil Colonial que vem se perdendo ao passar do tempo e com o avançar da
tecnologia. Há a necessidade de valorizar os operários que ainda trabalham com
esta técnica e incentivá-los a transmitir seu conhecimento, de modo que permaneça
vivo durante as próximas gerações.
Frente aos inegáveis benefícios ao meio ambiente, é necessário que se
observe a técnica pelo viés social, e nesta pesquisa, o foco serão os cidadãos que
trabalham com taipa de pilão mecanizada, portanto, a questão norteadora deste
trabalho é: "Quais são os riscos inerentes à construção em taipa de pilão
mecanizada?"
16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem como principal objetivo fornecer subsídios básicos


conceituais e históricos para a compreensão da relevância da técnica em estudo,
comprovando sua potencialidade em substituição a algumas técnicas tradicionais.
Inicia-se apresentando conceitos fundamentais pertinentes à segurança do
trabalho. Em seguida comenta-se o contexto de surgimento e compreensão dos
motivos de declínio e de resgate do método construtivo em taipa de pilão.
Posteriormente são descritas as etapas construtivas e ao fim, é proposta uma
reflexão sobre a rigidez da legislação brasileira e os empecilhos gerados, obrigando
milhares de pessoas a viver em locais impróprios e insalubres.

2.1 CONCEITOS BÁSICOS

2.1.1 Acidente de Trabalho

Segundo disposto pela Lei 8213/91, em seu artigo 19, acidente de trabalho é
aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução,
seja ela permanente ou temporária, da capacidade de trabalho.
Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, por meio da NBR
14289/99, que trata do Cadastro de Acidentes de Trabalho, entende este termo
como uma ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com
o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo
ou remoto dessa lesão.
Alguns acidentes podem não causar vítimas, podendo ser chamados de
incidentes. Em algumas empresas estes incidentes são chamados de acidentes sem
vítimas, com objetivo de não perder a força do termo e evitar com que esta
ocorrência se repita.
Ainda de acordo com a Lei 8213/91, aqueles acidentes que ocorrem fora da
empresa e fora do horário de trabalho, no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive
veículo de propriedade do segurado é considerado acidente de trajeto, sendo tratado
também como acidente de trabalho.
17

São considerados acidentes de trabalho também, doenças profissionais,


entendidas como aquelas produzidas pelo exercício do trabalho específico a
determinada atividade, desde que englobadas pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social.
Os acidentes são classificados como "com afastamento", quando ocorre
morte ou impossibilidade imediata de retorno às atividades, ou podem ser
entendidos como "sem afastamento", quando o trabalhador acidentado retorna
imediatamente às suas atividades, ou no dia seguinte do ocorrido.
Dentre as principais causas dos acidentes de trabalho, Bardi et al (2005, apud
Franquelice e Oliveira, 2009), destacam as falhas no sistema de trabalho, o não uso
ou o mau uso dos equipamentos de proteção, falhas nas ferramentas utilizadas,
deficiências nos processos manutentivos, bem como o fator humano, envolvendo
características psicossociais do trabalhador.
A grande incidência de acidentes no Brasil gera um custo de
aproximadamente R$71 bilhões ao ano, cerca de 9% da folha salarial do país
(ESTADÃO, 2012). A partir desses números alarmantes é que se ressalta a
necessidade em investir em políticas de segurança do trabalho, de modo a reduzir o
número de acidentes, que além da perda e sofrimento de inúmeras famílias,
representa em um gasto considerável para a União.

2.1.2 Riscos Ambientais

No âmbito geral, a palavra risco, segundo Vecchione et al. (2010), denota


incerteza perante um evento futuro, podendo ser definido como a probabilidade de
ocorrer um acidente, ou a probabilidade de concretização de um perigo.
De acordo com a NR-9, consideram-se riscos ambientais aqueles que, em
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Os riscos podem ser divididos em agentes físicos, químicos, biológicos, de
acidente e ergonômicos. Existe ainda uma sexta tipologia de risco, a psicossocial,
que a legislação ainda desconsidera. De acordo com Vecchione et al. (2010), os
agentes psicossociais estão relacionados à qualidade de vida inadequada, como por
exemplo, salário, alimentação, relações pessoais, entre outros.
18

O papel da segurança do trabalho é eliminar, reduzir ou neutralizar a ação


dos riscos ambientais. O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,
regido pela NR-9, é um documento obrigatório e que representa o compromisso da
empresa com a segurança dos seus trabalhadores e possui papel fundamental na
neutralização dos riscos ambientais.
A seguir serão detalhados os riscos mais esperados que se ocorram na
técnica em estudo.

2.1.2.1 Riscos Físicos

De acordo com NR-9 (BRASIL, 1994), os riscos físicos são diversas formas
de energia às quais os trabalhadores podem estar expostos, tais como ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

2.1.2.1.1 Ruído

De acordo com Fernandes (2013), potência sonora, ou ruído, é a quantidade


de energia acústica produzida por unidade de tempo. A essa potência sonora
corresponde uma intensidade sonora, ou seja, a densidade do fluxo da energia
acústica emitida por unidade de tempo, em um determinado ponto.
A NR-15 (BRASIL, 1978), separa o ruído em dois tipos principais: o ruído
contínuo (ou intermitente) e o ruído de impacto.
Ruído de impacto, segundo a referida norma, é aquele que apresenta picos
de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1
(um) segundo. Logo, todo ruído que não é de impacto é considerado contínuo.
O Anexo I da NR-15 (BRASIL, 1998) estabelece a relação intensidade
sonora/tempo de exposição, sendo valores inversamente proporcionais, ou seja,
quanto maior o ruído, menos tempo o trabalhador poderá ficar exposto à fonte
ruidosa.
19

Tabela 01 - Limites de tolerância para Ruído contínuo ou intermitente.


Nível de Ruído Máxima Exposição Diária
dB(A) Permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 08 minutos
115 07 minutos
Fonte: NR-15 (BRASIL, 1978).

De acordo com o Anexo I da NR-15 (Brasil, 1978), qualquer atividade ou


operação que exponha os trabalhadores a níveis de ruído contínuo ou intermitente
superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada oferecerá risco grave e iminente.
A leitura do nível de ruído pode ser realizada por um medidor de intensidade
sonora, conhecido como decibelímetro. No caso de ruído contínuo ou intermitente,
este equipamento deve operar no circuito de compensação A e circuito de resposta
lenta, aproximando o decibelímetro do ouvido do trabalhador (BRASIL, 1978).
De acordo com a Fiocruz (1998), o ruído age diretamente sobre o sistema
nervoso, ocasionando fadiga nervosa, alterações mentais, hipertensão, modificação
do ritmo cardíaco, perturbações gastrointestinais, dificuldade na percepção das
cores, além da perda temporária ou definitiva da audição.
20

Para evitar ou diminuir os danos causados podem ser tomadas algumas


medidas de proteção coletiva, como o enclausuramento da fonte ruidosa. Quando
ainda insuficiente, deverá ser dimensionado um ou mais EPI a serem utilizados pelo
trabalhador exposto, bem como treiná-los para o uso correto. É também
imprescindível o acompanhamento médico, através da realização de exames
audiométricos periódicos (FIOCRUZ, 1998).

2.1.2.1.2 Vibrações

Vibrações são movimentos oscilatórios presentes em diversas atividades,


principalmente em indústrias. Este fenômeno pode ser: localizado, quando são
provocados por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas, gerando alterações
neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações e braços e a perda de
substância óssea; e, generalizado, quando as lesões ocorrem no corpo todo,
causando dores lombares e dores na coluna (FIOCRUZ, 1998).
Não sendo inevitável, a vibração pode ter suas consequências maléficas à
saúde neutralizadas se houver revezamento na atividade dos operários expostos.
Para realizar a medição correta da vibração, a Norma de Higiene Ocupacional
NHO-9/2013, da Fundacentro é o procedimento técnico vigente no país.

2.1.2.1.3 Calor

O Anexo III da NR-15 (BRASIL, 1978) trata dos limites de tolerância para
exploração do calor, o qual prevê um regime de trabalho de acordo com o tipo de
atividade (leve, moderado ou pesado) e faixas de temperatura as quais os
trabalhadores estão expostos.
21

Tabela 02 - Limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente


com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

Regime de trabalho Tipo de Atividade


intermitente com
descanso no próprio
local de trabalho (por Leve Moderada Pesada
hora)

Trabalho Contínuo até 30 até 26,7 até 25,0

45 minutos trabalho e
15 minutos de 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
descanso
30 minutos de trabalho
e 30 minutos de 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
descanso
15 minutos de trabalho
e 45 minutos de 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
descanso

Não é permitido o
trabalho, sem medidas acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
de controle

Fonte: NR-15 (Brasil, 1978).

A exposição solar deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido -


Termômetro de Globo" (IBUTG). Para ambientes externos ou externos sem carga
solar utiliza-se a equação IBUTG = 0,7tbn + 0,3tg, já para ambientes externos com
carga solar utiliza-se IBUTG = 0,7tbn + 0,1tbs + 0,2tg, onde tbn é a temperatura de
bulbo úmido natural, tbs é a temperatura de bulbo seco e a tg é a temperatura de
globo (Brasil, 1978).
Quando excessivo o calor pode causar desidratação, erupções na pele,
câimbras, fadiga, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardiocirculatórios e
insolação. Para controle das ações nocivas do calor extremo, deve ser prevista a
ventilação local e o fornecimento de EPI como protetores solares em caso de
exposição solar direta. (FIOCRUZ, 1998).

2.1.2.2 Riscos Químicos

Os agentes químicos podem ser substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pelas vias respiratórias, ou que, pela natureza da
22

atividade de exposição possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo


através da pele ou por ingestão (BRASIL, 1994).
Os riscos químicos mais frequentes na construção civil são a inalação de
poeiras mineriais que causam pneumoconioses e as névoas, gases, vapores e
poeiras incomodas, que interagem com outros agentes nocivos presentes no
ambiente de trabalho, aumentando a sua potencialidade, podendo causar efeitos
anestésicos, asfixiantes e irritantes (DICLER, 2004 apud VECCHIONE ET AL, 2010).
O ideal é evitar a emissão desses agentes, no entanto, quando inevitável, é
fundamental o uso de EPI por parte dos funcionários expostos.

2.1.2.3 Riscos Biológicos

Agentes biológicos podem ser bactérias, fungos, bacilos, parasitas,


protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 1994).
Na construção civil, de acordo com Dicler (2004, apud Vecchione et al, 2010),
os riscos biológicos mais encontrados são vírus, bactérias e protozoários, devido a
eventual falta de higiene do canteiro, causando doenças infectocontagiosas. Além
disso, fungos e bacilos presentes nos materiais estocados, podem causar diversas
infecções externas (dermatites) e internas (doenças pulmonares).
Para evitar a ação destes agentes é fundamental um canteiro com instalações
sanitárias bem dimensionadas e higienizadas, bem como a utilização de EPI, como
luvas e respiradores.

2.1.2.4 Riscos Ergonômicos

Os riscos ergonômicos, de acordo com a NR-17 são condições de trabalho


que incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de
materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.
Para Dicler (2004, apud Vecchione et al, 2010), o esforço físico, levantamento
e transporte manual de pesos, a exigência de posturas específicas, ritmos
excessivos e jornadas prolongadas são os agentes ergonômicos mais presentes em
obras, causando cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial,
diabetes, problemas da coluna e ainda, aumenta a susceptibilidade da ocorrência de
23

acidentes. É necessário, para evitar a ocorrência destas consequências, a adoção


de medidas administrativas da jornada, prevendo pausas, além de investir em
maquinário que facilite o transporte de materiais pesados. Treinamento específico
também apresenta-se salutar.

2.1.2.5 Riscos de Acidente

Entende-se como risco de acidentes as condições que ocasionam lesão


corporal ou perturbação profissional que, no exercício ou por motivo do trabalho,
pode resultar a morte do empregado ou a sua incapacidade para o trabalho, total ou
parcial, permanente ou temporária.
Mais comum na construção civil, os riscos de acidentes mais presentes são:
arranjo físico inadequado, causando acidentes e desgaste físico excessivo;
máquinas sem proteção, como consequência gerando graves acidentes; iluminação
deficiente, causando fadiga, problemas visuais e acidentes de trabalho; ocasionando
curto circuito, choques, incêndios, queimaduras e acidentes fatais, destaca-se as
ligações elétricas deficientes; o armazenamento inadequado de materiais, bem
como as ferramentas defeituosas e o uso inadequado de EPI são responsáveis pela
ocorrência de acidentes de trabalho, bem como o surgimento de doenças
ocupacionais (DICLER, 2004 apud VECCHIONE ET AL, 2010).
De modo a evitar esses infortúnios, recomenda-se a instalação de um
canteiro adequado, limpo e organizado, bem como o fornecimento de máquinas e
ferramentas em boas condições de uso. Há também a necessidade de adotar o uso
de Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual em bom estado, além de treinar
os funcionários para o correto uso destes equipamentos e demais maquinários e
ferramentas adotadas nas obras.

2.1.3 Segurança do Trabalho na Construção Civil

A construção civil é um dos ramos da economia que mais contribuem no


aumento das estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil. Em 2015, de acordo
com o Anuário Estatístico da Previdência Social ocorreram mais de 41.000 acidentes
de trabalho em construções no país. Este número é inferior apenas ao apresentado
pela indústria de alimentícios e bebidas (AEPS, 2015).
24

Cada etapa de uma obra pode oferecer riscos das mais diversas naturezas
aos trabalhadores, desde a limpeza dos terrenos, quando o maior risco é o ataque
de animais peçonhentos, até a construção das coberturas, onde o risco
preponderante é a queda em altura.
A NR-18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de
organização que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de
trabalho na indústria da construção.
Em complemento, foi criada em 2012 a NR-35, específica para estabelecer os
requisitos mínimos e as medidas de proteção estabelecidas para o trabalho em
altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com
esta atividade.
A fase de fechamento e alvenaria, a que mais se distingue entre construções
tradicionais e construções em taipa de pilão, apresenta um alto registro de
dermatoses oriundas da manipulação direta com cimentos e demais substâncias
químicas incorporadas aos insumos. Além disso, outro risco é o desprendimento de
materiais, em especial blocos cerâmicos (ZARPELON et al, 2008).
A falta de organização no canteiro, que além de acarretar no desperdício de
materiais e consequente aumento da geração de resíduos é um dos fatores
principais na geração de acidentes (PORTAL SIENGE, 2017). De acordo com
Vecchione et al (2010) os principais agentes causadores de acidentes na construção
civil são aqueles relacionados ao movimento do corpo, como queda da própria
altura, tropeções e dores musculares oriundas do levantamento de peso.
Frente a este cenário verifica-se a importância de se revisar os processos
construtivos e, principalmente, treinar os funcionários, incentivando-os a utilizar os
equipamentos de proteção individual corretamente e motivando-os a realizar um
trabalho limpo e organizado.

2.1.4 Gerenciamento de Riscos

De acordo com Ruppenthal (2013), a gerência de riscos é a ciência que visa a


proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa. Após a
segunda guerra mundial, com a expansão das indústrias e o consequente aumento
25

dos riscos incorporados, tornou-se imprescindível garantir a proteção da empresa


quanto aos riscos de acidentes.

Figura 01 - Gestão de riscos.


Fonte: Ruppenthal, 2013.

Existe uma série de normas que visam o gerenciamento de riscos. Uma das
mais utilizadas no Brasil é a OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety
Assesment Series). Esta norma de caráter preventivo visa a redução e controle dos
riscos no ambiente de trabalho seguindo a abordagem PDCA1. A OHSAS 18001 foi
elaborada para ser aplicável em organizações de qualquer porte, segmento de
mercado, em qualquer lugar do mundo e seu sucesso está diretamente relacionado
com o envolvimento de todos na empresa.
Para Ruppenthal (2013), o processo de gerenciamento de riscos envolve a
criação de infraestrutura e cultura adequadas, procurando identificar e conhecer os
riscos a fim de permitir que as decisões de controle e eliminação de riscos sejam
tomadas. Ainda de acordo com a autora, outra forma de compreender o
gerenciamento de riscos é por meio dos seus objetivos:
- Gerenciamento do processo de tomadas de decisão;
- Identificação de ameaças e oportunidades no sistema;
- Aproveitar incertezas e variabilidade;
- Implementar uma gestão proativa e não reativa;
- Reduzir perdas e custos com indenizações;

1
De acordo com Vasconcellos (2016), o Ciclo PDCA, ou Ciclo de Deming é um conceito criado na
década de 20 e amplamente difundido pelo estatístico norte-americano William Edwards Deming
aplicado na melhoria contínua de processos de gestão. P (Planejar), D (Do - Executar), C (Controlar)
e A (Agir).
26

- Atender as exigências legais;


- Atuar na melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, oferecendo
segurança com relação à não ocorrência de acidentes.
De acordo com Ruppenthal (2013), primeiramente se faz necessário a
identificação do risco e sua posterior análise quantitativa e qualitativa. Após a
classificação é necessário decidir pelo tratamento dos riscos, que podem ser:
- Modificação do sistema, visando a eliminação do risco;
- Atuação sobre os fatores que influenciam a expectativa de ocorrência ou as
consequências, visando reduzir o risco;
- Transferir o risco, por meio de seguros, por exemplo;
- Quando as opções anteriores não forem possíveis, deve-se tomar a medida
contingencial de retenção do risco.
A inspeção de segurança é um procedimento que visa facilitar a identificação
de riscos e prevenção de acidentes. Os riscos mais comumente encontrados são:
falta de proteção de máquinas e equipamentos, falta de ordem e limpeza, mau
estado de conservação das ferramentas, iluminação e instalações elétricas
deficientes, pisos escorregadios ou em mau estado de conservação, falhas nos
equipamentos de proteção contra incêndio e falhas de operação gerais
(RUPPENTHAL, 2013). A autora também ressalta a importância da elaboração de
um roteiro de inspeção, além da devida documentação destes procedimentos.

2.1.4.1 APR - Análise Preliminar de Riscos

De acordo com De Cicco e Fantazzini (1994) a Análise Preliminar de Riscos


(APR) consiste no estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento
prematuro de um novo sistema, com o fim de se determinar os riscos que poderão
estar presentes em sua fase operacional. Trata-se de um procedimento de grande
importância quando a experiência em riscos de determinada atividade seja ainda
carente ou deficiente. Ruppenthal (2013) ressalta que a APR pode ser aplicada em
unidades já em operação, permitindo uma revisão dos aspectos de segurança
existentes.
Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), as etapas básicas de uma APR
devem ser as seguintes:
27

- Rever problemas conhecidos: revisar a experiência passada em sistemas similares


ou análogos para a determinação de riscos;
- Revisar a missão: revisar os objetivos, as exigências de desempenho, as principais
funções e procedimentos, bem como os ambientes das operações;
- Determinar os riscos principais: identificar os riscos com potencialidade para
causar direta e imediatamente lesões, perda de função, entre outros;
- Determinar os riscos iniciais e contribuintes de cada risco principal;
- Revisar os meios de eliminação ou controle de riscos procurando as melhores
opções compatíveis com as exigências do sistema;
- Analisar os métodos de restrição de danos no caso de perda de controle dos
riscos;
- Indicar quem levará a cabo as ações corretivas: designar os responsáveis pelas
ações corretivas, atribuindo cada unidade a qual deverão desenvolver.
A APR deverá ser sucedida por análises mais detalhadas ou específicas
assim que for possível (DE CICCO E FANTAZZINI, 1994). Segue uma
exemplificação de uma Análise Preliminar de Riscos referente a um sistema de corte
de vergalhões de aço.

Tabela 03 - Exemplo de APR: Sistema de corte de vergalhão de aço.


Nível
Medidas preventivas
Risco Causa Consequências de
e/ou corretivas
Risco
Instalações precárias Fazer aterramento;
(desencapada); Falta de Equipamento Proteger as instalações e
Choque aterramento; Excesso danificado; III os cabos; Usar EPI.
de umidade; Falha na Lesão ou morte. Manutenção dos
operação. equipamentos regular.
Usar EPI; Manutenção
Surdez dos equipamentos;
Falha de manutenção;
Ruído temporária ou II Diminuir o tempo de
Isolamento inadequado.
definitiva. exposição; Troca do
equipamento.
Queimaduras;
Contato do disco com o
Fagulhas Contato com os II Usar EPI e EPC.
vergalhão.
olhos.
Contato com o
Falta de proteção no Corte; Usar EPI e EPC;
ponto de III
ponto de operação. amputação. Treinar operadores.
operação
Altura inadequada da
Postura Dores Adequar equipamentos;
bancada; Manuseio I
inadequada musculares. Treinar operadores.
inadequado.
Fonte: Ruppenthal, 2013 - Adaptado.
28

Tabela 04 - Classes para avaliação qualitativa de frequência de ocorrência dos perigos


identificados.
Classe Denominação Descrição
Teoricamente possível, mas de
ocorrência extremamente
A Extremamente remota
improvável ao longo da vida útil da
instalação.
Ocorrência não esperada ao longo
B Remota
da vida útil da instalação.
Baixa probabilidade de ocorrência
C Improvável
ao longo da vida útil da instalação.
Ocorrência esperada até uma vez
D Provável
ao longo da vida útil da instalação.
Ocorrência esperada se repetir por
E Frequente várias vezes ao longo da vida útil
da instalação.
Fonte: Ruppenthal, 2013 (Adaptado).

Tabela 05 - Classes para avaliação qualitativa de severidade.


Classe Denominação Descrição
Não ocorrem lesões ou mortes de
funcionários, terceiros e comunidade ao
I Desprezível
redor. Pode ocorrer primeiros socorros
ou tratamento médico menor.
Lesões leves em funcionários, terceiros
II Marginal
e comunidade ao redor.
Lesões de gravidade moderada em
funcionários em terceiros e/ou
comunidade ao redor, com probabilidade
III Crítica remota de morte de funcionários e
terceiros. Exige ações corretivas
imediatas para evitar seu
desdobramento em catástrofe.
Provoca mortes ou lesões graves em
IV Catastrófica várias pessoas (funcionários, terceiros e
comunidade).
Fonte: Jeronimo e Sousa (2014 apud Amaral, 2010) - Adaptado.

Com base nas determinações das tabelas de frequência e severidade é


possível determinar o nível de risco com o auxílio da matriz a seguir.
29

Figura 02 - Matriz de Classificação de Riscos usado na APR.


Fonte: Jeronimo e Sousa (2014, apud Camacho e Amorim, 2010).

2.1.5 Sustentabilidade

A taipa de pilão é um dos métodos construtivos que menos agridem o meio


ambiente. Comparada às técnicas tradicionais, esta se mostra como uma das
tecnologias construtivas mais sustentáveis existentes.
De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(1987), uma das precursoras na tratativa do conceito de sustentabilidade, este termo
se refere ao desenvolvimento que atende as necessidades das gerações atuais sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas. Já para a
ONU (2002), por meio da Declaração de Johanesburgo sobre Desenvolvimento
Sustentável, a sustentabilidade é composta por três pilares interdependentes:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção do meio ambiente,
desde o âmbito local até o global.
A construção civil é uma atividade geradora de impactos ambientais: além do
intenso consumo de recursos naturais, grandes empreendimentos acarretam a
alteração da paisagem e geram resíduos, que, embora sejam classificados como de
baixa periculosidade, o impacto fica a cargo da grande quantidade gerada (IPEA,
2012). A quantidade de resíduos sólidos coletada em 2008 somou a marca de
14.557.938,9 toneladas, sendo composto, em sua maioria, por argamassa, concreto
e blocos (SNIS, 2010 apud IPEA, 2012).
Frente aos números preocupantes, segundo Corrêa (2009), a incorporação de
práticas de sustentabilidade na construção civil vem se tornando uma tendência
crescente no mercado. Para o autor, sua adoção é um "caminho sem volta", tendo
em vista a crescente pressão, advindas das diferentes esferas sociais, para que as
práticas de sustentabilidade sejam incorporadas.
30

Uma construção sustentável deve atender a quatro requisitos: adequação


ambiental, viabilidade econômica, justiça social e aceitação cultural. A noção de
construção sustentável deve estar presente em todo o ciclo de vida do
empreendimento (CORRÊA, 2009).
Uma das possíveis soluções é o investimento em novas técnicas e materiais.
É nesse contexto que a bioconstrução 2 se insere, considerando resíduos como
recursos e propondo a utilização de materiais locais, reduzindo custos e gastos
energéticos. Terra, pedra, palha e madeira, trabalhados com diferentes técnicas,
como a taipa de pilão, são materiais compreendidos pela bioconstrução. Se bem
trabalhados, esses materiais e técnicas podem conferir durabilidade e atributos de
conforto ambiental superiores se comparadas às técnicas tradicionais (MMA -
Ministério do Meio Ambiente, 2008).

2.2 TAIPA DE PILÃO

2.2.1 O que é, vantagens e desvantagens

Taipa de pilão é um método construtivo milenar de origem mourisca que


consiste basicamente na compactação de barro vermelho, através do apiloamento,
que pode ser manual ou mecanizado, dentro de fôrmas de madeira, os chamados
taipais. A medida que se conclui uma fiada, ou seja, quando o nível de terra atinge a
parte mais alta do taipal, este é desmontado e em seguida remontado ao alto da
parede para assim seguir subindo (MMA, 2008).

Figura 03 - Esquema explicativo da construção em taipa.


Fonte: Curso de Bioconstrução - MMA, 2008.

2
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2008), bioconstrução é o termo utilizado para a
construção de ambientes sustentáveis por meio do uso de materiais de baixo impacto ambiental,
adequação da arquitetura ao clima local e tratamento de resíduos.
31

Os materiais empregados são basicamente terra, madeira e pregos (MMA,


2008). No método não mecanizado, em algumas regiões são misturados alguns
aditivos à terra, para garantir durabilidade, como areia, cal, cascalho, fibra vegetal e
até o estrume de animais (ALBERNAZ E LIMA, 1998 apud PISANI, 2004). O
apiloamento pode ser realizado com pilões ou soquetes de diferentes tipos, inclusive
mecanizados (MMA. 2008).

Figura 04 - Tipos de pilão manual (ou soquetes).


Fonte: Curso de Bioconstrução - MMA, 2008.

Figura 05 - Pilão pneumático.


Fonte: Taipal. Disponível em: http://taipal.com.br/ Acesso em: 12 Jan. 2018

De acordo com a MMA (2008), as paredes construídas em taipa de pilão


possuem de 30 a 120cm de espessura. Cada camada de terra apiloada possui de 10
a 15cm de altura e os taipais variam de 1 a 1,5m de altura e 2 a 4m de comprimento.
Dentre as vantagens deste sistema construtivo destaca-se o baixo custo, a
sua rápida execução, qualidades ambientais e a sustentabilidade. Já dentre as
desvantagens, a principal é a fragilidade do material contra a umidade, além disso
apresenta limitação vertical e há a formação de trincas com a secagem da terra.
Outra desvantagem é que, devido ao fato de não ser um material padronizado, este
deve ser analisado em cada local que se deseja construir para que sejam propostas
correções com aditivos de maneira assertiva (PISANI, 2004).
32

De acordo com Schimdt (1946 apud Pisani, 2004), a tipologia de terra a ser
utilizada deve ser a vermelha, no entanto são bem aceitas também a roxa e a parda
graças a boa trabalhabilidade apresentada, devendo ser isenta de areias,
pedregulhos e material orgânico.
São várias as técnicas que usam a terra como matéria prima. Existe uma
segunda tipologia de taipa, chamada taipa de mão, conhecida como pau-a-pique, no
entanto esta técnica se diferencia substancialmente da taipa de pilão e, portanto,
não será considerada nesta pesquisa.

2.2.2 Histórico

Existem registros de construções em terra há cerca de 5000 anos antes de


Cristo, ao longo do Rio Amarelo, na China. Nos primórdios de seu uso, a taipa foi
utilizada como uma conversão de um recurso disponível em uma parede de
proteção (OLIVEIRA, 2012).
Segundo Oliveira (2012), no início do século XX importantes arquitetos como
Le Corbusier projetaram edifícios em taipa, sendo esta técnica uma solução para os
períodos pós guerra na Europa, devido a escassez de materiais. De acordo com
Hoffmann (2017), na América, os mais antigos monumentos em terra são devidos às
culturas pré-incaicas estabelecidas ao norte do Peru.
No Brasil, a construção em taipa foi trazida pelos portugueses e os escravos
africanos também contribuíram para a difusão do uso da terra crua (MILANEZ, 1958
apud OLIVEIRA, 2012). De acordo com Colin (2010), a técnica foi bastante utilizada
no país principalmente durante a época colonial.
De acordo com Schmidt (1946, apud Pisani, 2004), a taipa de pilão caiu em
desuso a partir da década de 1940, devido à maior rapidez em se construir com os
tijolos maciços comuns. Além disso, a mão de obra formada por taipeiros começou a
desaparecer, dando lugar aos pedreiros, cuja formação profissional é mais rápida.

2.2.3 Resgate da Taipa

De acordo com Oliveira (2012), a preocupação com o meio ambiente e a crise


energética fez acender no mundo, intensas discussões a partir da década de 1970.
33

Na construção civil pesquisas desenvolveram uma verdadeira infinidade de


materiais e técnicas capazes de reduzir o impacto ambiental das obras. Alguns
estudos ficaram pautados em observar técnicas construtivas antepassadas e a taipa
de pilão passou novamente a ser valorizada, principalmente em países como
Estados Unidos, França, Austrália e Índia
No Brasil, alguns arquitetos já utilizam a técnica, como é o caso de uma
construtora de Piracicaba/SP, uma das precursoras na construção em taipa de pilão
mecanizada no país.

Figura 06 - Residência Colinas, realizada em taipa de pilão, concreto e madeira.


Fonte: Taipal. Disponível em: http://taipal.com.br/
Acesso em: 12 Jan. 2018

Apesar de ser o centro das atenções de alguns seminários e debates no


Brasil, o uso da arquitetura em terra ainda se encontra concentrado no uso da
técnica vernacular, sendo ensinado de maneira superficial em ONGs e ecovilas ou
utilizado em obras de restauro arquitetônico (OLIVEIRA, 2012).
Apesar de apresentar fragilidades, a taipa de pilão pode apresentar qualidade
construtiva similar às técnicas convencionais, basta observar as casas bandeiristas
paulistas, com mais de três séculos de existência. Quanto à proteção contra a
umidade é aconselhada a instalação de beirais maiores, além de se construir
patamar em concreto de modo a evitar a formação de umidade nas bases da obra,
oriunda de enxurradas (PISANI, 2004). Logo, verifica-se a perfeita aplicabilidade da
técnica nos dias atuais, desde que sejam tomados alguns cuidados necessários.
34

2.2.4 Descrição das Etapas da Construção

De acordo com Oliveira (2012), a construção em taipa de pilão obedece a


sete etapas básicas: fundação, montagem dos taipais, preenchimento dos taipais,
realização das esquadrias e aberturas, cintamento e cobertura e, por fim,
acabamento. Cada uma destas etapas serão descritas para entendimento e
posterior levantamento de riscos oriundos de cada uma delas.
A fase inicial, a de fundação, consiste na construção de uma sapata corrida
nivelada, em toda a extensão de onde as paredes de taipa de pilão se apoiarão.
Esta estrutura tem parte subterrânea e parte acima do solo, de modo a evitar a ação
da água por capilaridade nas paredes quando em contato direto com o solo. Com a
finalidade de melhorar a aderência da fundação com a parede podem ser instaladas
peças de madeira ou bambu fincadas verticalmente (OLIVEIRA, 2012).
A etapa seguinte consiste na montagem das formas, semelhante ao método
vernacular, mencionado no capítulo anterior. Segundo Oliveira (2012), são
comumente utilizadas fôrmas para concreto armado, podendo ser de madeira, ferro,
alumínio ou plástico e os instrumentos de suporte e fixação, metálicos.
Após a montagem do taipal, ocorre o preenchimento destes. De acordo com
Oliveira (2012), o transporte da terra é realizado com o auxílio de tratores e esteiras
rolantes, ou mesmo manualmente. Após a deposição da terra, esta é comprimida
por golpes realizados por pilões pneumáticos, primeiramente nos cantos da forma, e
depois no centro, de 3 a 4 vezes na mesma superfície (VERALDO, 2015). Após a
compactação são realizadas ranhuras na camada inferior de modo que a camada
superior fique melhor aderente.
Para a realização de aberturas, existem duas possibilidades: as janelas de
peitoris, em que o peitoril é construído em taipa de pilão, e as janelas rasgadas, que
possuem abertura do chão ao teto e posteriormente são preenchidas por tijolos de
adobe 3 ou madeira. Os marcos de madeira das esquadrias são robustos e
resistentes para suportar as cargas. Estes marcos são afixados por chumbadores
embutidos em rasgos feitos na parede e assentados com argamassa composta por
material similar do qual é feito a parede (OLIVEIRA, 2012).

3
De acordo com o MMA (2008), tijolo de adobe é um bloco composto por barro e palha mesclados,
moldado e seco naturalmente.
35

No topo das fôrmas são construídas vigas armadas de concreto ou madeira,


que transferem a carga da cobertura para as paredes autoportantes. As instalações
hidráulicas e elétricas podem ser colocadas externamente ou embutidas à parede,
durante o preenchimento destas (OLIVEIRA, 2012).
As paredes podem ser finalizadas com a aplicação de argamassa para
revestimento cerâmico, gesso ou massa corrida. Empregam-se ainda, azulejos lisos
e tábuas. A pintura é comumente realizada com tintas de origem natural ou à base
d'água (OLIVEIRA, 2012). Se a escolha do projetista é de manter o aspecto natural
das paredes em taipa de pilão, é aconselhado o uso de materiais hidrofugantes, de
modo a evitar a penetração de umidade.
36

3 METODOLOGIA

A metodologia inicialmente escolhida para elucidar a pesquisa foi elencar


obras que utilizassem a taipa de pilão mecanizada como método construtivo para
posterior contato com seus responsáveis de modo a realizar uma visita a alguma
destas obras.
Após o retorno de um dos construtores contatados, a visita ocorreu no dia 01
de fevereiro de 2018, em uma obra no bairro Vila Mariana, na cidade de São
Paulo/SP. O canteiro é de um edifício de apartamentos tipo quitinete, que possuiria
um muro frontal em taipa de pilão.
A visita já havia sido previamente agendada, no entanto devido às chuvas
intensas do mês de janeiro, a terra enviada para compactação estava encharcada, o
que atrasou o processo. Foi possível apenas observar as primeiras fases da
construção do muro, como a fundação e fôrmas já finalizadas. De acordo com o
arquiteto responsável, a compactação de terra iniciaria no dia 05 de fevereiro, com
duração estimada de dois dias.
Estava prevista a medição de ruído, com o auxílio de um medidor de
intensidade sonora emprestado pela Universidade, bem como a observação da
atividade seguida de uma conversa com o empreiteiro e o operário responsável pela
compactação. Algumas informações foram enviadas posteriormente via correio
eletrônico pelo arquiteto responsável pela construção do muro.
O muro, com aproximadamente 13 metros de extensão e 3 metros de altura,
conta com cabeamento embutido e, associado ao paisagismo do novo
empreendimento, cria um elemento de destaque.
Frente ao ocorrido, não foi possível realizar as medições e, frente a
impossibilidade de realização de uma nova visita, devido a até então escassez de
obras, a estratégia de análise dos riscos baseou-se em uma simulação reduzida do
processo. Por meio desta será possível aferir o nível de intensidade sonora, bem
como os índices de vibração que o equipamento de apiloar expõe o operário.
Com o auxílio do técnico responsável pelo canteiro experimental da UTFPR,
foi realizada a construção de uma fôrma retangular de chapas de madeira
(100x30x30) para posterior preenchimento com terra e sua compactação com o
auxílio do compactador de solo, da marca Wacker Neuson, modelo BS50-2i movido
a gasolina. O equipamento foi alugado da empresa Casa do Construtor, em
37

Curitiba/PR. Este modelo é o mais similar ao utilizado encontrado no mercado de


locação de equipamentos na região e obtém resultados semelhantes.

Figura 07 - Fôrma de madeira 100x30x30.


Fonte: Autor (2018).

O compactador utilizado possui 58Kg, com uma energia de impacto de 50


Joules, conferindo um rendimento de 301m2/hora. Seu consumo médio é de 1,0 litro
de combustível por hora de uso.

Figura 08 - Compactador Wacker Neuson BS50-2i.


Fonte: Autor (2018).

Além da observação do processo, previu-se a medição de ruído emitido da


máquina, bem como a aferição da vibração de mãos e braços do operário.
38

A aferição do ruído deu-se, seguindo as orientações da NR-15. O ruído foi


identificado como contínuo, portanto utilizando a curva A e velocidade de resposta
lenta (SLOW). O equipamento utilizado foi um decibelímetro digital da fabricante
Minipa, modelo MSL-1325A, obtido como empréstimo da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná.

Figura 09 - Decibelímetro Minipa MSL-1325A.


Fonte: Autor (2018).

Já a vibração foi aferida com o auxílio do mestrando em Engenharia Civil da


Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Sr. Adriano Gregori. Esta medição
ocorreu utilizando um acelerômetro de modelo AP2042, cujas células de captação
foram fixadas na mão do operador. Estavam previstas três medições de
aproximadamente um minuto cada. Uma delas seria sem o uso de luvas, outra com
o uso de uma luva de borracha comum e uma terceira medição com a operação
conjunta de dois usuários.
39

Figura 10 - Acelerômetro AP2042.


Fonte: Autor (2018).

Figura 11 - Medição da vibração com o acelerômetro.


Fonte: Autor (2018).

A previsão era de se realizar as medições no canteiro experimental do bloco


IJ da sede Ecoville da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no entanto, o
manual de instruções do compactador proíbe expressamente o uso deste
equipamento em local fechado, optando-se assim, por realizar as medições na área
externa da residência do autor desta monografia.
Esta simulação, portanto, ocorreu no dia 26 de março de 2018, entre as 14h e
15h30, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba/PR.
Após a obtenção dos dados, pretende-se confrontá-los com as normas
vigentes, em especial a NR-9 e NR-15, estabelecendo critérios de segurança para
as atividades.
40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base na acurada análise dos processos de construção em taipa de pilão


é possível plotar uma análise preliminar de riscos, observando os perigos, as
causas, suas consequências e respectiva severidade de cada uma, bem como
prospectar medidas de prevenção, controle ou correção dos riscos levantados.

4.1 LEVANTAMENTO DOS RISCOS

4.1.1 Fundação

A fase de fundação de uma obra em taipa de pilão é muito semelhante à das


técnicas tradicionais que vêm sendo empregadas na construção civil e, portanto, os
riscos também são análogos.
A primeira condição identificada é compartilhada com praticamente todas as
outras fases posteriores da obra: o trabalho a céu aberto, deixando o trabalhador
exposto às intempéries, principalmente em caso de temperaturas extremas, que
podem causar queimaduras e insolações, em caso de calor, ou doenças
respiratórias no caso de baixas temperaturas.
A escavação de terra manual, realizada com o auxílio de foices e pás,
apresenta riscos de acidente com as ferramentas e também riscos ergonômicos,
devido à má postura exigida, além do levantamento de peso excessivo.
Para montagem da fôrma que posteriormente receberá as armaduras e o
concreto, se faz necessário um trabalho de carpintaria, envolvendo atividades de
prega por exemplo, que podem causar ferimentos, como cortes, punções e
esmagamentos de membros, especialmente dedos.
A base da escavação precisa ser bem nivelada. Para tal podem ser utilizados
compactadores, que representam riscos a serem discutidos posteriormente.
A falta de organização e asseio do canteiro é outra condição que pode gerar
acidentes. Pisos desnivelados e com presença de material espalhado pode
favorecer, por exemplo, o acontecimento de quedas de própria altura dos
trabalhadores. A falta de limpeza, de um modo geral, pode atrair animais
peçonhentos, bem como insetos indesejados que transmitem doenças.
41

O uso da carriola também faz-se necessário para o transporte de insumos.


Esta atividade representa riscos de origem ergonômica, como má postura e
transporte de peso excessivo.
Após a montagem das fôrmas são alocadas as ferragens. O transporte destes
materiais de grandes dimensões podem causar acidentes no canteiro, como
perfurações e colisões em caso de descuido.
Se for necessário algum ajuste, o corte e a dobra do aço gera riscos de
acidentes: durante o corte com auxílio de equipamentos mecânicos podem ocorrer
cortes de membros, entorses, além de queimaduras em caso de contato do motor
com a pele, bem como choques se o equipamento não estiver em dia com a sua
manutenção. Outro risco inerente a esta atividade é o ruído intenso provocado pelo
contato do disco com a ferragem.
Alocadas as ferragens ocorre, finalmente, a concretagem. O uso da betoneira
inspira cuidados: esta, além de expor os operadores a ruídos intensos, pode projetar
agregados, causando ferimentos. Esta pode também liberar poeiras, propiciando
problemas respiratórios, alergias e até queimaduras na pele nos operadores. Tanto
o carregamento, quanto o descarregamento da betoneira gera riscos de
levantamento de peso excessivo. A operação de betoneiras não aterradas
adequadamente representa risco de choques elétricos.
Em seguida ocorre a deposição e espalhamento de concreto na fôrma, com o
auxílio de pás, apresentando riscos ergonômicos, devido à má postura exigida.

4.1.2 Montagem das Fôrmas

A fase de montagem das fôrmas, ou taipais, ocorre, geralmente, a céu aberto,


expondo os trabalhadores às ações climáticas.
As fôrmas são compostas de peças metálicas e chapas de madeira, havendo
a necessidade de trabalho de carpintaria, como pregas e cortes de chapas,
representando risco de cortes, perfurações e esmagamentos de membros. O
transporte das peças metálicas, muitas delas de grandes dimensões, pode causar
acidentes, bem como sobrecarga física dos operários devido à má postura exigida
para o trabalho, além de carregamento de peso excessivo.
42

Existe ainda, a condição de trabalho em altura, no posicionamento das peças


acima de dois metros, conforme estabelecido pela NR-35, havendo o risco de queda
de nível.

4.1.3 Preenchimento das Fôrmas

Uma vez montadas as fôrmas, inicia-se o processo de preenchimento para


posterior apiloamento da terra em seu interior.
Como nas etapas anteriores, esta fase da obra é geralmente executada a céu
aberto, expondo os trabalhadores a fatores climáticos.
O transporte de terra é feito com o auxílio de carriolas e pás, representando
riscos ergonômicos, como sobrecarga e distensões devido à má postura exigida pela
atividade, bem como carregamento manual de peso excessivo. Quando as paredes
já estão em certa altitude, o carregamento de terra é feito pelo içamento de baldes,
também representando riscos ergonômicos.
Outra condição geradora de riscos da referida atividade é o trabalho em
altura, tendo em vista que as paredes geralmente são construídas com mais de dois
metros, o que, associado a outros fatores, pode possibilitar a ocorrência de quedas
dos trabalhadores, além da queda de ferramentas e materiais.

4.1.4 Compactação da Terra

Esta é a fase mais importante das obras em taipa de pilão mecanizada - é a


que dá forma ao projeto - mas também que expõe os operários envolvidos a alguns
riscos específicos.
Ao passo que a técnica mecanizada confere rapidez e eficiência se
comparado ao processo antigo da taipa de pilão, esta pode expor o trabalhador a
riscos mais severos, destacando-se a vibração e o ruído.
De acordo com a simulação realizada, os índices de vibração se apresentam
muito acentuados, possibilitando ao operário uma exposição muito pequena ao
risco. Segundo a NR-9, em seu item 4.2.3, o limite de exposição ocupacional diária à
vibração em mãos e braços corresponde a um valor de aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) de 5m/s2, considerando o nível de ação sendo 50%
deste índice.
43

Na primeira medição, de 50 segundos, obteve-se uma aceleração resultante


de 0,38m/s2, indicando que o operário, segundo a NR-9, poderia realizar a atividade
de compactação por, no máximo, 10 minutos e 58 segundos.
Na segunda medição, com a utilização de luvas de borracha, ocorreu uma
atenuação. A aceleração resultante obtida foi de 0,35m/s2 em uma medição de 55
segundos, podendo o operário realizar a atividade por, no máximo, 13 minutos e 6
segundos.
Na terceira aferição, realizada com dois operários em conjunto, houve uma
piora do quadro, quando a terra já se encontrava mais compactada. A medição
durou 36 segundos, apresentando uma aceleração de 0,49m/s2, podendo o operário
realizar a atividade por, no máximo, 6 minutos e 7 segundos.
Considerando-se a alínea 4.2.2 da NR-9, para a adoção de níveis de ação,
basta atingir 50% dos tempos anunciados, ou seja, números muito baixos, exigindo
a adoção de medidas administrativas, como rodízios ou a substituição do
equipamento, por exemplo, tendo em vista que os compactadores encontrados no
mercado não são específicos para este tipo de trabalho, sendo interessante
também, o desenvolvimento de um compactador adaptado à realidade da atividade.
Nos gráficos a seguir, é possível observar que, mesmo com apenas 1 hora de
exposição os níveis de vibração já estariam, pelo menos, quatro vezes acima do
nível desejado para uma jornada de trabalho completa de 8h (representado pela
linha pontilhada, de acordo com a NR-15).

Figura 12 - Gráfico dos níveis obtidos de aceleração referentes a 1h de exposição. O nível


tracejado indica o limite de tolerância diário proposto pela NR-15.
Fonte: Autor (2018).
44

Figura 13 - Gráfico dos níveis obtidos de aceleração referentes a 8h de exposição. O nível


tracejado indica o limite de tolerância diário proposto pela NR-15.
Fonte: Autor (2018).

Ao que se diz respeito ao ruído, o índice máximo obtido nas medições foi de
97dB(A), podendo o operário estar exposto por um período de, no máximo, 1 hora e
15 minutos, de acordo com o Anexo I da NR-15.
Além dos altos índices de vibração e ruído, a compactação mecanizada
representa outros riscos. O peso excessivo do próprio equipamento, cerca de 58Kg,
é um fator que gera riscos, em especial de origem ergonômica, tendo em vista que
não existem dispositivos que facilitem seu carregamento.
O próprio ato de apiloar gera riscos. De acordo com o arquiteto especialista
na técnica, já ocorreram casos em que os operários golpearam os próprios pés com
o compactador. Ainda segundo ele, devido ao fato de a atividade ocorrer a céu
aberto já houveram casos de insolação, bem como queixas de dores nas costas
oriundas do carregamento de peso excessivo. Como as fôrmas são geralmente
estreitas (variando entre 30 e 60cm), de acordo com o arquiteto consultado, é
comum que os operários choquem seus membros contra a estrutura das fôrmas,
causando pequenas lesões, especialmente nos joelhos.
Ainda existe o perigo de trabalho em altura, tendo em vista que, geralmente,
as estruturas de taipa de pilão possuem mais de dois metros de altura.
45

4.1.5 Vigamento (Cintamento)

O vigamento pode ser realizado em madeira ou concreto. Independentemente


da técnica utilizada, existe exposição aos riscos inerentes à ação das intempéries,
assim como os riscos de queda em altura e aqueles oriundos da movimentação de
grandes peças, como colisões e perfurações em caso de descuido.
Há a possibilidade da ocorrência de perfurações e cortes oriundos do trabalho
com carpintaria, necessário para a confecção de fôrmas para a estrutura em
concreto ou para a realização da fixação das estruturas de madeira em si. No caso
do vigamento em concreto há também a possibilidade de ocorrência de queimaduras
e dermatites no caso de contato da pele com o cimento.
Riscos ergonômicos, como levantamento de equipamentos e materiais
pesados, bem como a má postura exigida em determinados momentos também
estão presentes. Além disso, há também o perigo de trabalho em altura.

4.1.6 Acabamento

Existem diversas formas de realizar o acabamento das paredes construídas


em taipa de pilão. No entanto, é considerado de grande valia pelos projetistas, que
se deixem evidentes as marcas que caracterizam a técnica, nas construções
contemporâneas.
Segundo o arquiteto consultado, o material de acabamento mais utilizado é
uma resina sintética, que confere plasticidade e melhor impermeabilização das
paredes. O produto utilizado por este profissional é o adesivo de alto desempenho
para argamassas e chapiscos "Bianco" da marca "Vedacit", cuja FISPQ (Ficha de
Informações de Segurança de Produtos Químicos) segue como anexo.
De acordo com a fabricante, este produto pode ocasionar irritação na pele e,
caso haja contato prolongado existe o risco de se adquirir uma dermatite. Outro risco
ocasionado pela resina é a irritação ocular.
O ato de aplicação do produto causa riscos de origem ergonômica, devido à
má postura exigida, bem como risco de quedas em altura.
46

4.2 ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS

Etapa: Fundação
Tabela 06 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Fundação.
Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Cobertura
provisória em dias
de calor extremo;
Queimaduras
Uso de
Temperatura Trabalho à céu solares;
3 equipamentos de
Extrema aberto Problemas
proteção, como
respiratórios.
bloqueadores
solares, botinas e
uniforme.
Manter em dia a
Falta de Picada de insetos limpeza e
organização e e/ou animais; organização do
Animais
limpeza do Proliferação de 2 canteiro;
Peçonhentos
canteiro de doenças Uso de EPIs
obras. transmissíveis. adequados, como
botinas e perneiras.
Falhas de
Cortes, punções
operação;
e esmagamentos
Trabalho de Ferramentas em Manutenção dos
de membros,
Carpintaria e mau estado de equipamentos;
especialmente
Movimentação uso; 2 Treinamentos
superiores;
manual de Transporte de específicos;
Dores
terra peso excessivo; Inspeção periódica.
musculares e
Má postura;
lombalgias.
Desatenção.
Isolamento da área;
Transporte de Falta de
Treinamento;
ferragens de atenção; Perfurações e
3 Uso de EPIs, como
grandes Falta de colisões
luvas, capacetes e
dimensões treinamento.
óculos.
Cortes de Uso de EPIs como
membros; protetores
Contato do Surdez auriculares, luvas,
disco de corte temporária ou óculos e máscaras;
Corte e dobra
com a ferragem; definitiva graças 3 Aterramento
de ferragens
Eventual falta ao ruído; adequado das
de aterramento. Projeção de instalações
fagulhas; elétricas;
Choque elétrico. Treinamentos.
47

Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Ruído no
tambor em Correta
funcionamento, Surdez manutenção dos
projeção de temporária ou equipamentos;
agregados, definitiva; Correto
Uso de liberação de Ferimentos; aterramento;
3
betoneira poeiras e Alergias e Uso dos EPIs
liberação de problemas adequados, como
descarga respiratórios; máscaras, óculos,
elétrica caso Choques. luvas e protetores
não haja correto auriculares.
aterramento.
Deposição e
Dores Treinamentos
Postura espalhamento
musculares e 2 específicos;
inadequada da massa de
lombalgias. Ginástica laboral.
concreto.
Uso de EPIs
Contato direto Composição do Queimaduras e
2 adequados, como
com cimento concreto. dermatites.
luvas e uniforme.
Fonte: Autor (2018).

Esta etapa apresenta riscos considerados menores ou moderados,


destacando as altas temperaturas, manuseio, corte e dobra de ferragens de grandes
dimensões e uso da betoneira, exigindo cuidados básicos como o uso de
equipamentos de proteção, sinalização das áreas e treinamentos adequados.

Etapa: Montagem das Fôrmas


Tabela 07 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Montagem das Fôrmas.
Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Cobertura
provisória em dias
de temperatura
extrema;
Queimaduras
Uso de
Temperatura Trabalho à céu solares;
3 equipamentos de
Extrema aberto Problemas
proteção, como
respiratórios.
bloqueadores
solares, botinas e
uso de uniforme
apropriado.
48

Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Falhas de
Cortes, punções
operação;
e esmagamentos
Ferramentas em Manutenção dos
de membros,
mau estado de equipamentos;
Trabalho de especialmente
uso; Transporte 2 Treinamentos
Carpintaria superiores;
de peso específicos;
Dores
excessivo; Inspeção periódica.
musculares e
Má postura;
lombalgias.
Desatenção.
Transporte de Falta de Isolamento da área;
ferragens de atenção; Perfurações e Treinamento;
3
grandes Falta de colisões Uso de EPIs, como
dimensões treinamento. luvas e capacetes.
Muitas vezes as
Queda de altura; Uso de andaimes e
Trabalho em fôrmas
Queda de 4 cintos de
altura excedem os 2m
objetos. segurança.
de altura.
Fonte: Autor (2018).

Durante a montagem das fôrmas, o risco mais severo encontrado,


considerado sério, é o de queda de altura, devendo o profissional da segurança do
trabalho atentar-se para o uso de andaimes e cintos de segurança adequados.

Etapa: Preenchimento das Fôrmas


Tabela 08 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Preenchimento das Fôrmas.
Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Cobertura
provisória em dias
de calor extremo;
Queimaduras
Uso de
Temperatura Trabalho à céu solares;
3 equipamentos de
Extrema aberto Problemas
proteção, como
respiratórios.
bloqueadores
solares, botinas e
uniforme.
Postura Treinamento;
Transporte de Dores
inadequada/ Ginástica Laboral;
terra (peso musculares e 2
Carregamento Sistema de polias
excessivo) lombalgias.
de peso para içamento.
49

Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Muitas vezes as
Queda de altura; Uso de andaimes e
Trabalho em fôrmas
Queda de 4 cintos de
altura excedem os 2m
objetos. segurança.
de altura.
Fonte: Autor (2018).

Durante esta etapa, considera-se o trabalho desenvolvido em altura o perigo


mais severo, devendo ainda, atentar-se ao trabalho a céu aberto, principalmente nos
dias mais quentes.

Etapa: Compactação de Terra


Tabela 09 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Compactação de Terra.
Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Cobertura
provisória em dias
de calor extremo;
Queimaduras solares; Uso de
Temperatura Trabalho à céu
Problemas 3 equipamentos de
Extrema aberto
respiratórios. proteção, como
bloqueadores
solares, botinas e
uniforme.
Uso da carriola para
Carregamento Transporte do Dores musculares e
2 o transporte do
de peso equipamento lombalgias.
equipamento;
Perda de equilíbrio;
Lentidão de reflexos;
Dificuldade de
concentração;
Compactação
Vibração de Distúrbios visuais; Rodízios*;
de terra com o
Mãos e Braços Efeitos nos sistemas 5 Substituição do
compactador
(VMB) cardíaco e equipamento.
mecanizado.
gastrointestinal;
Degeneração
gradativa.
Rodízios;
Surdez temporária e
Compactação Substituição do
definitiva; Dificuldade
Ruído da terra; motor 4 equipamento;
de concentração e
equipamento. Protetor auricular
perturbações.
adequado**.
50

Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Treinamento
Compactação dos
Equipamento específico;
pés;
pode sair do Uso de EPIs
Choques mecânicos
Acidentes controle; 4 adequados,
de membros com a
Desatenção; principalmente a
estrutura da forma e
Fôrma estreita. botina de
com o compactador.
segurança.
Muitas vezes as
Uso de andaimes e
Trabalho em fôrmas Queda de altura;
4 cintos de
altura excedem os 2m Queda de objetos.
segurança.
de altura.
Fonte: Autor (2018).

Notas:
* Luvas específicas reduzem cerca de 40% dos efeitos da vibração, se mostrando
eficazes somente na utilização do equipamento por um curto período de tempo.
** Atenuação do ruído de, pelo menos, 12dB(A).

Esta é a etapa mais crítica. Além do perigo de trabalhar em altura em


determinados momentos, o ruído produzido pelo compactador é excessivo e
considerado risco sério, assim como o risco de acidentes, devido à dificuldade de
controle do equipamento. O risco crítico é a vibração, tendo em vista a grande
aceleração produzida pelo equipamento e seu uso prolongado, podendo gerar
diversos problemas no corpo do trabalhador.

Etapa: Vigamento (Cintamento)


Tabela 10 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Vigamento.
Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Cobertura
provisória em dias
Queimaduras de calor extremo;
Temperatura Trabalho à céu solares; Uso de proteção
3
Extrema aberto Problemas adequada, como
respiratórios. bloqueadores
solares, botinas e
uniforme.
51

Medidas
Nível de
Risco Causa Consequências preventivas e/ou
Risco
corretivas
Falhas de
Cortes, punções
operação;
e esmagamentos
Ferramentas em Manutenção dos
de membros,
mau estado de equipamentos;
Trabalho de especialmente
uso; 2 Treinamentos
Carpintaria superiores;
Transporte de específicos;
Dores
peso excessivo; Inspeção periódica.
musculares e
Má postura;
lombalgias.
Desatenção.
Transporte de Falta de Isolamento da área;
ferragens de atenção; Perfurações e Treinamento;
3
grandes Falta de colisões Uso de EPIs, como
dimensões treinamento. luvas e capacetes.
Uso de EPIs
Contato direto Composição do Queimaduras e
2 adequados, como
com cimento concreto. dermatites.
luvas e uniforme.
Muitas vezes as
Queda de altura; Uso de andaimes e
Trabalho em fôrmas
Queda de 4 cintos de
altura excedem os 2m
objetos. segurança.
de altura.
Fonte: Autor (2018).

Similar ao que foi observado nas demais etapas, o risco mais severo
considerado no cintamento é a queda de nível, especialmente havendo a
necessidade de alocação e manuseio de peças de grande porte.

Etapa: Acabamento
Tabela 11 - Análise Preliminar de Riscos referente aos operários de Taipa de Pilão Mecanizada,
na etapa de Acabamento.

Nível de Medidas preventivas


Risco Causa Consequências
Risco e/ou corretivas

Cobertura provisória;
Queimaduras
Uso de EPIs adequados,
Temperatura Trabalho à céu solares;
3 como bloqueadores
Extrema aberto Problemas
solares, botinas e
respiratórios.
uniforme.
Produto Treinamentos e
Manuseio de utilizado na inspeções;
Dermatites;
Produto impermeabi- 3 Uso de EPIs adequados,
Irritação ocular.
Químico lização das como máscaras, óculos
paredes. e luvas.
52

Nível de Medidas preventivas


Risco Causa Consequências
Risco e/ou corretivas
Postura Treinamento específico;
Transporte de Dores
inadequada/ Ginástica Laboral;
terra (peso musculares e 2
Carregamento Sistema de polias para
excessivo) lombalgias.
de peso içamento.
Muitas vezes as
Queda de altura;
Trabalho em fôrmas Uso de andaimes e
Queda de 4
altura excedem os 2m cintos de segurança.
objetos.
de altura.
Fonte: Autor (2018).

O acabamento, por fim, apresenta riscos semelhantes às demais etapas, no


entanto há o manuseio de equipamentos químicos, que adicionam consequências
como dermatites e irritação ocular, reforçando a necessidade do uso de luvas,
óculos de proteção e máscaras.
53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A taipa de pilão segue uma sequência construtiva similar às técnicas


tradicionais utilizadas no Brasil, apresentando diferença principal nas etapas de
alvenaria e acabamento.
Quanto aos riscos, além dos já conhecidos presentes nos demais métodos
construtivos, a taipa de pilão mecanizada apresentou altos índices de vibração e
ruído causados pelo pilão mecanizado, havendo a necessidade da proposição de
medidas de mitigação, sendo o mais efetivo, neste caso, a substituição ou
adequação do equipamento.
Realizou-se uma simulação do processo, em uma escala diminuída, durante a
qual foi possível realizar as medições propostas de vibração e ruído. Para a vibração
foram realizados três testes que apresentaram acelerações de 27.3, 22.8 e 49.0m/s2
em um período projetado de uma hora, níveis pelo menos quatro vezes acima do
preconizado pela NR-9 para uma inteira jornada. Já o ruído apresentou índices de
97dB(A), permitindo que o trabalhador realize sua função sem proteção por, no
máximo, 1h15 minutos.
Tendo em vista que a vibração foi um dos riscos ocupacionais mais
representativos e preocupantes no processo, definiu-se a proposta de estudo de um
compactador específico para os trabalhos com taipa de pilão, que evita o contato do
trabalhador com a máquina em funcionamento.
Com largura fixa de uma parede média construída em taipa (40cm), o
compactador é deslizante em barras metálicas apoiadas na própria fôrma, cabendo
ao funcionário somente guiar o equipamento por meio de uma barra vertical
removível que possui o comando de acionamento e desligamento do compactador.
54

Figura 14 - Perspectiva da fôrma e compactador sugeridos.


Fonte: Autor (2018).

Evitando o contato direto do funcionário com o equipamento, espera-se que


os níveis de vibração aos quais o operário se expõe, sejam reduzidos
sensivelmente. Por meio de estudos e experimentos, pode-se determinar a
quantidade de tempo necessária para se obter o nível de compactação desejado,
sendo este tempo controlado pelo operário, que, ao finalizar a compactação no
segmento, desliza o equipamento adiante e compacta um novo segmento pelo
mesmo período de tempo que o anterior, de modo a obter o resultado mais
homogêneo possível.
A técnica da taipa de pilão ainda está em processo de reimplantação no
Brasil, apresentando algumas falhas executivas e também no âmbito da segurança
dos trabalhadores, sendo esta monografia um dos primeiros materiais relacionando
o redescobrimento da técnica à área de saúde e segurança do trabalho - é ainda
necessário que novos estudos ocorram de modo que, à medida que a técnica se
difunda, os operários estejam cada vez mais capacitados, qualificados e possam
realizar uma atividade segura, tanto imediatamente quanto à longo prazo.
Portanto, conclui-se que, da forma como vem sendo realizada, a taipa de
pilão mecanizada apresenta resultados incompatíveis com a saúde e segurança dos
trabalhadores.
55

REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Secretaria De Extrativismo E


Desenvolvimento Rural Sustentável. Departamento De Desenvolvimento Rural
Sustentável. Curso de Bioconstrução. Texto elaborado por Cecília Prompt.
Brasília, 2008.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-9- Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília, 2017.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-17- Ergonomia. Brasília,


2017.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-18- Programa das


Condições do Meio Ambiente de Trabalho. Brasília, 2017.

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http://www.portal.cohapar.pr.gov.br:81/portalDeProgramas/legislacao/FAR_ENTIDA
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2018.

COLIN, Silvio. Técnicas Construtivas do Período Colonial. Rio de Janeiro, 2010.


Disponível em: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-
construtivas-do-periodo-colonial-i/ Acesso em: 09 Jan. 2018.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso


Futuro Comum. 2a. Edição. Ed. Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 1991.
Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso-
Futuro-Comum-Em-Portugues Acesso em: 10 Jan. 2018.

CONSTRUTORA TAIPAL. Disponível em: http://taipal.com.br/ Acesso em: 12 Jan.


2018.

CORRÊA, Lásaro R. Sustentabilidade na Construção Civil. Monografia.


Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009.

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gasta-r-72-bilhoes-por-ano-com-acidente-de-trabalho-imp-,825342 Acesso em 07
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56

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Central da SETH, SA. Dissertação de mestrado. Setúbal, 2013.

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FRANQUELICE, Karina de M. e OLIVEIRA, Márcia R. de. Acidente de Trabalho:


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58

APÊNDICES

Figura 15 - Resultado máximo obtido na medição de ruído.


Fonte: Autor (2018).

Figura 16 - Resultado obtido na primeira medição de vibração.


Fonte: Autor (2018).
59

Figura 17 - Resultado obtido na segunda medição de vibração.


Fonte: Autor (2018).

Figura 18 - Resultado obtido na terceira medição de vibração.


Fonte: Autor (2018).
60

ANEXOS

Figura 19 - Contrato de aluguel do equipamento.


Fonte: Autor (2018).
61

Figura 20 - Manual do equipamento.


Fonte: Autor (2018).
62
63
64

Figura 21 - FISPQ Resina Sintética "Bianco" da marca "Vedacit".


Fonte: Portal Vedacit (2018).

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