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Lorena Costa Nunes

PRINCIPAIS RISCOS E CAUSAS DOS ACIDENTES EM CANTEIROS ESTUDO DE


CASO: OBRAS UNIFAMILIARES E COMERCIAIS

Rio de Janeiro
2023
Lorena Costa Nunes

PRINCIPAIS RISCOS E CAUSAS DOS ACIDENTES EM CANTEIROS ESTUDO DE


CASO: OBRAS UNIFAMILIARES E COMERCIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Digital Descomplica, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do grau
de pós graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho.

Professor Orientador: Sebastião Anastácio


Gomes Neto.

Rio de Janeiro
2023
RESUMO

A atividade da Construção Civil simboliza um dos setores essenciais na


economia brasileira, caracteriza-se por empregar uma quantia significativa de
pessoas, de maneira indireta ou direta. Os acidentes oriundos dos canteiros de
obras são devido ao mal planejamento e da falta de fiscalização são eventos
causados por falta de um acompanhamento e orientação de um profissional
habilitado e com competências adequadas para gerir a obra. A utilização adequada
dos equipamentos de segurança não só previne os acidentes, mas garantem a
proteção de todos aqueles que de alguma forma trabalham para a execução do
trabalho contratado. O foco deste trabalho é apurar diante das obras de construção
civil, através de questionários, o cumprimento e descumprimento das normas
regulamentadoras no que se refere a segurança do trabalho. A estratégia
metodológica adotada foi à revisão de literatura, através de informações coletadas
de artigos, normas regulamentadoras e através de um estudo de caso ocorrido na
cidade de Passos-MG. Conclui-se que as atividades no canteiro de obras são
bastante perigosas, deixando os trabalhadores expostos a vários riscos/perigos de
diversos graus de intensidade. Por isso, a conscientização se faz importante, no que
se diz respeito da utilização dos equipamentos individuais de segurança como
medida preventiva. Além disso, é preciso cobrar o cumprimento das Normas
Regulamentadoras a respeito dos EPIs, e também de proporcionar aos
colaboradores um local de trabalho seguro.

Palavras-chave: Fiscalização; profissional; canteiro; EPI; medida preventiva;


segurança; normas regulamentadoras.
ABSTRACT

The Civil Construction activity symbolizes one of the essential sectors in the
Brazilian economy, it is characterized by employing a significant amount of people,
indirectly or directly. Accidents arising from construction sites are due to poor
planning and lack of supervision are events caused by lack of monitoring and
guidance from a qualified professional with adequate skills to manage the work. The
proper use of safety equipment not only prevents accidents, but guarantees the
protection of all those who somehow work to carry out the contracted work. The
focus of this work is to determine, in the face of civil construction works, through
questionnaires, compliance and non-compliance with regulatory standards regarding
work safety. The methodological strategy adopted was the literature review, through
information collected from articles, regulatory norms and through a case study that
took place in the city of Passos-MG. It is concluded that activities at the construction
site are quite dangerous, leaving workers exposed to various risks/hazards of varying
degrees of intensity. Therefore, awareness is important with regard to the use of
individual safety equipment as a preventive measure. In addition, it is necessary to
demand compliance with the Regulatory Norms regarding PPE, and also to provide
employees with a safe workplace.

Keywords: Inspection; professional; construction site; PPE; preventive measure;


security; regulatory standards.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................6
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................7
2.1. DADOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO.......................................................7
2.2. PERIGOS E RISCOS NO CANTEIRO DE OBRAS............................................7
2.3. MEDIDAS PROTETIVAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL.........................................8
2.4. NORMAS REGULAMENTADORAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL........................9
2.4.1. NR 6 - Equipamento de Proteção Individual..................................................10
2.4.2. NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes
Físicos, Químicos e Biológicos...................................................................................11
2.4.3. NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção..................................................................................................................11
3. METODOLOGIA...................................................................................................12
4. ANÁLISE DE DADOS/DISCUSSÃO....................................................................12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................17
6. REFERÊNCIAS....................................................................................................19

LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Aprovação CA...........................................................................................13
Gráfico 2 - Utilização de EPI.......................................................................................14
Gráfico 3 – Equipamentos...........................................................................................14
Gráfico 4 - Registros de acidentes..............................................................................15
Gráfico 5 – Treinamentos............................................................................................16
Gráfico 6 - Conhecimentos das Normas Regulamentadoras.....................................16
1. INTRODUÇÃO

O trabalho é a chave para o bem-estar e a saúde mental, pois, possibilita


segurança financeira, identidade pessoal e social e oportunidade de contribuir para a
população. Por outro lado, o ambiente que tem se revelado nas últimas, envolve
novas tecnologias, competitividade, concorrência global e cobrança de metas cada
vez mais ambiciosas. 
A indústria da construção civil é um setor importante para economia de vários
países, principalmente para os países em desenvolvimento. No Brasil, este setor
emprega aproximadamente 13 milhões de pessoas, considerando empregos formais
e informais (BRASIL, 2016).
A construção civil é uma das atividades econômicas que mais geram
empregos no país, e em contrapartida ao grande número de trabalhadores, os altos
fatores de riscos e a falta de cumprimentos das normas regulamentadoras por parte
do empregado e do empregador, provocam inúmeros acidentes e mortes de
trabalhadores. (GIZONI, 2018).
Podemos definir a Segurança do Trabalho como a ciência que investiga
prováveis razões ou motivos de acidentes do trabalho, tendo como intuito de
prevenir o incidente, na qual a função é ajudar o empregador, no cuidado com a
integridade física e mental dos trabalhadores e no bom andamento do processo
(PAULA JÚNIOR et al., 2016).
Assim sendo, observa-se a necessidade de ter cautela e atenção em todos os
processos de desenvolvimento de um plano de risco que possa identificar a
probabilidade de ocorrência dos problemas e eventualidades que possam ocorrer
durante a sua execução.
Levando em consideração os grandes índices de canteiros de obra sem a
devida atenção e preocupação com a segurança dos trabalhadores, o objetivo do
presente trabalho é demonstrar diante das obras de construção civil, através de
questionários o cumprimento e descumprimento das normas regulamentadoras no
que se refere a segurança do trabalho.
Apresentando o emprego de equipamentos de proteção individual e coletiva,
além de verificar as normas regulamentadoras.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. DADOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

A segurança do trabalho na construção civil é um dos maiores desafios para


os trabalhadores que atuam diariamente em canteiros de obra. Segundo os dados
estatísticos da Previdência Social, a Construção Civil é um dos principais agentes
causadores do número de óbitos em canteiro de obra.
Conforme o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT), aponta que
em 2017 ocorreram 549.405 acidentes de trabalho em todo o país; sendo que na
construção civil, foram 30.025, equivalente a 5,46% de todos os casos, apresentado
o número de afastamentos do emprego por mais de 15 dias por causa das
atividades profissionais no Brasil foi de 142.782 e no setor, o número chegou a
11.894 na construção – 8,3% do total (ANAMT, 2019).
De acordo com o observatório digital de saúde e segurança do trabalho,
SmartLab (2017), aplicativo criado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para
monitoramento de acidentes de trabalho, aproximadamente a cada 3 (três) horas um
trabalhador morre, mais ainda, foram registradas 14.431 mortes acidentarias no
período de 2012 a 2017.
A importância da segurança na construção civil, baseada em dados
estatísticos, demonstram que, cerca da metade dos acidentes de trabalho ocorridos
nos anos 90, sucederam-se nos canteiros de obras, portanto, compreender os
princípios da segurança no trabalho, de forma específica a segurança nos estaleiros
da indústria da construção, representam um ponto chave ao desenvolvimento e
sucesso de um empreendimento (PEREIRA, 2016).

2.2. PERIGOS E RISCOS NO CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obra está diretamente relacionado à execução de uma obra de


construção civil. Portanto é de extrema importância que o canteiro de obras tenha
um projeto bem detalhado, pois em muitas ocasiões são encontrados erros, como o
mal planejamento dos canteiros, a falta de treinamentos e a falta de escolaridade

7
dos colaboradores que prejudicam a segurança dos trabalhadores, levando à
ocorrência de acidentes nas construções.
Como descrito por Padilha (2012), os danos e riscos que um canteiro de
obras mal planejado pode trazer são inúmeros, pois contribuem para o aumento de
acidentes e prejuízos nas obras. Percebe-se que fatores relacionados à falta de
instrução aos trabalhadores quanto ao uso dos EPIs, a falta de fiscalização e a
negligência dos próprios colaboradores, trazem sérias consequências e, em alguns
casos, levam à morte.
As consequências que podem ser desencadeadas pelo processo de
negligências dos profissionais no layout de um canteiro podem ser amenizadas
mediante à colaboração de todos e à implementação de um programa de prevenção,
evitando-se maiores tragédias. Diante do exposto, verifica-se que a falta de
treinamentos traz muitas inseguranças quando se fala dos riscos em que os
trabalhadores podem sofrer, devido a resistência, às medidas preventivas que levam
aos acidentes e doença ocupacional que se iguala ao acidente de trabalho, contudo,
quando isso ocorre, costuma-se gastar um elevado custo, portanto, é preciso
analisar a situação o canteiro de obra (GUEDES; SILVEIRA, 2017).
No ramo da construção civil, os riscos físicos, provenientes de quedas,
perfurações e cortes, são considerados mais comuns e acometem os trabalhadores.
Porém, também pode ocorrer a exposição a riscos químicos e biológicos, isso varia
de acordo com a ocupação que cada colaborador exerce. Tornando-se um fator
preocupante à forma como as empresas negligenciam o uso dos equipamentos de
segurança individual e coletivo, isso é resultante da falta de fiscalização que se
agrava a cada dia (PEREIRA et al., 2016).

2.3. MEDIDAS PROTETIVAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A melhor forma de prevenção de acidentes na construção civil é a prevenção.


E o seu principal aliado é o EPI (Equipamento de Proteção Individual) em conjunto
com o EPC (Equipamento de Proteção Coletiva), além de programas de prevenção,
conciliando com os treinamentos e fiscalizações. (VASCONCELOS,2022).

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A segurança do trabalho é baseada nas Leis que são Regulamentadas por
Normatizações (NRs), com um assunto especifico para cada área de atuação do
trabalhador.
O EPC é definido como um conjunto de dispositivos instalados no ambiente
de trabalho, tendo como objetivo a proteção de trabalhadores dos riscos fornecidos
pelo ambiente de trabalho, de maneira coletiva.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Educação Profissional – INBEP
(2017), são considerados EPCs os equipamentos: exaustores, extintores de
incêndio, biombos de proteção, proteção de móveis de máquinas e equipamentos,
corrimão, placas de sinalização, capelas químicas, kit de primeiros socorros, guarda-
corpo, proteção de escavações, redes de proteção corda de segurança e outros.
Para a NR06, os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), são os
dispositivos individuais que podem comprometer a segurança e saúde do
trabalhador. Além do mais, precisam de uma atenção especial para a validade do
Certificado de Aprovação (CA) do EPI, cada qual com seu prazo, dependendo das
características do equipamento e podendo ser renovado.
Os EPIs são representados por: Capacete, protetor auricular, protetor facial
ou óculos de proteção, luvas de raspa de couro (ou equivalente), calçado de
segurança e cinto de segurança, dentre outros.

2.4. NORMAS REGULAMENTADORAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma norma


regulamentadora é feita por meio da inserção das responsabilidades trabalhistas,
que precisam ser cumpridas por todo contratante. Elas determinam especificações
mínimas e as orientações da saúde e segurança, de acordo com cada trabalho ou
cargo a ser assumido (BRASIL, 2017).
Dentre as NRs, aquela que se destina exclusivamente à indústria da
construção civil é a NR 18 (BRASIL, 2020) e, portanto, é de fundamental importância
que sejam conhecidas todas as particularidades trazidas nela.

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2.4.1. NR 6 - Equipamento de Proteção Individual

A NR 6, diz que todos os equipamentos de proteção individual usados pelos


trabalhadores deverão conter instruções de uso e validade. A venda dos
equipamentos deverá conter certificados de aprovação emitidos pelo órgão
Segurança e Medicina do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego.
(MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2020).
Importante lembrar que é obrigatório a empresa fornece gratuitamente o EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação, oferecendo completa
proteção contra os acidentes e doenças do trabalho. É dever da empresa a
habilitação do serviço especializado por meio de profissionais da área de
Engenharia, Segurança e Medicina do Trabalho ou a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA. Mesmo no caso de empresas desobrigadas de
CIPA, é necessário ao menos um profissional da área para recomendar o EPI mais
adequado a cada atividade, exigir o uso e fornecer somente EPI autorizados por
órgãos componentes (VENDRAME, 2013).
Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador
selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional
tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e
trabalhadores usuários.

Responsabilidades do empregador:
• Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
• Exigir seu uso;
• Fornece ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso, guarda e conservação;
• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
• Registrar o seu fornecimento ao trabalhador.

Responsabilidades do empregado:

10
• Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
• Cumprir as determinações do empregador quanto ao uso adequado (MINISTÉRIO
DO TRABALHO, 2020).

2.4.2. NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes


Físicos, Químicos e Biológicos

A NR 9 tem como objetivo assegurar que os ambientes de trabalho estejam


em condições ideais para não comprometerem a saúde e a segurança dos
trabalhadores. Ela estabelece os requisitos de avaliação de exposições
ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos que constam no Programa
de Gerenciamento de Riscos (PGR), determinado pela NR 1. (MINISTÉRIO DO
TRABALHO, 2021).
O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais prevê a avaliação de todos os
riscos ocupacionais (não apenas os ambientais), a indicação do nível de risco e sua
classificação para determinação das medidas de prevenção e o acompanhamento
do controle dos riscos ocupacionais (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2021).
O PPRA (Programa de Gerenciamento de Riscos) foi substituído pelo PGR
(Programa de Gerenciamento de Riscos), em agosto 2021, e tem como obrigações
para as organizações:

 Avaliar os riscos que não são possíveis evitar;


 Colocar em prática medidas de prevenção através da escuta ativa às
solicitações dos trabalhadores;
 Adaptar o tipo de trabalho ao trabalhador;
 Evitar riscos no ambiente de trabalho.

O PGR orienta as ações de prevenção desenvolvidas pelo SST. Devido a


isso, deve passar por revisões constantes em todas as empresas para garantir a
saúde e integridade física dos empregados (DIMENSIONAL,2022).

2.4.3. NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção

11
A NR 18 evidencia o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
(PCMAT), um grupo de atividades, concernentes à saúde do trabalho, assegurando
também a integridade do colaborador e a preservação do controle de riscos
ambientais.
O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT) precisa
conter obrigatoriamente: programa educativo, layout do canteiro de obra,
cronograma de efetivação das medidas preventivas, projeto das proteções coletivas
equipamentos de proteção individual, memória descritiva da segurança. O PCMAT
retrata um progresso na segurança nos canteiros de obras. É perceptível que em
locais fundados, com efetivação de layout estruturado, calculado, com vias de fluxo
livres, que apostam em treinamentos, em circunstâncias sociais apropriadas, a
motivação entre os colaboradores é maior, visto que, está exercendo suas
atividades em um local seguro (OLIVEIRA, 2019).

3. METODOLOGIA

Esse trabalho tem caráter exploratório, foi feito um estudo de caso onde foram
coletadas por meio de questionários, informações voltadas para a realidade da
segurança do trabalhador nos canteiros de obras da cidade de Passos-MG. As
perguntas dos questionários foram baseadas nas Normas Regulamentadoras (NRs),
NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI), NR 9 - Avaliação e Controle das
Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, E NR 18 -
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, para verificar
se estão sendo cumpridas.
Entrevistou-se 6 (seis) pessoas e responsáveis por gerenciar as obras, além
de técnicos e colaboradores de obras durante os meses de dezembro/2022 e
janeiro/2023. As obras visitadas são de pessoas físicas e jurídicas.

4. ANÁLISE DE DADOS/DISCUSSÃO

Foram visitadas 6 obras, sendo 3, obras residenciais e 3 obras comerciais.


Foram realizadas 2 visitas em cada canteiro de obras, sendo a primeira para

12
conhecimento do local, e do dia a dia dos trabalhadores. E a segunda para aplicação
dos questionários.
Inicialmente, foi questionado se a empresa teria o Certificado de Aprovação
(CA) dos EPIs fornecidos, e constatou-se que 67% dos responsáveis técnicos
confirmaram a existência do CA nos EPIs utilizados pelos trabalhadores. Por outro
lado, 33% dos entrevistados não se atentaram a certificação dos EPIs, alegando não
ter conhecimento do documento, devido a isso não verificaram a existência do
mesmo.
De acordo a NR 6 - Equipamento de Proteção Individual, o EPI só poderá ser
comercializado se possuir o Certificado de Aprovação, emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2020).

Gráfico 1 - Aprovação CA.

A EMPRESA SE CERTIFICOU QUE O EPI POSSUI


CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (APROVAÇÃO PARA
O SEU USO)?

33%

67%

SIM NÃO
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Sequencialmente, 17% dos trabalhadores responderam que não usam EPIs


diariamente. O que pode ser bastante preocupante em caso de acidentes.
Uma vez que o empregador fornece, capacita e fiscaliza a utilização dos EPIs,
pode-se considerar uma redução no grau da sua culpa caso haja um acidente no
ambiente de trabalho. Deve-se ter em mente que o risco da atividade empresarial é
sempre do empregador, não podendo este ser transferido para o empregado.

13
SÃO UTILIZADOS EPI'S DIARIAMENTE?

17%
Gráfico
2-

83%

SIM NÃO
Utilização de EPI.

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Gráfico 3 – Equipamentos.

QUAIS SÃO OS EPI'S UTILIZADOS?


9%
24%
13%

22% 20%

11% 14

BOTAS LUVAS ÓCULOS


CAPACETE PROTETOR AURICULAR OUTROS
Fonte: Elaborado pela autora (2022).

A
REGISTRO DE ACIDENTES, QUANTOS ACIDENTES E
INCIDENTES?

17%

50%

33%

NENHUM QUEDA DE ALTURA


QUEDA DE OBJETO CORTES E LACERAÇÕES
fiscalização quanto ao uso dos EPIs deve ser monitorada diariamente, quanto ao
correto e interrupto uso dos equipamentos. Caso algum trabalhador não utilize os
EPIs como determinado, poderá ser advertido por escrito. Em casos extremos, o
empregado poderá ser demitido por justa causa. (art. 158, parágrafo único da CLT e
Art. 482, h, também da CLT).
Adiante, foram analisados os tipos de acidentes ocorridos do início da obra
até o período do estudo de caso. Cerca de 50% das obras estudadas não tiveram
nenhum tipo de acidente, porém a queda de objetos esteve presente em 33% delas.

Gráfico 4 - Registros de acidentes.


Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Esse é um tipo de acidente que tende a ser comum. Isso ocorre muitas das
vezes por desatenção dos trabalhadores, que acabam deixando os itens caírem,
colocando em risco também, os trabalhadores que estão nos andares inferiores.
Uma das formas de evitar o problema é por meio do uso de EPIs e EPCs. As
redes de proteção por exemplo, evitam que as peças caiam e atinjam outros
profissionais.

15
Os trabalhadores da obra foram
submetidos a treinamento
admissional e/ou periódico relativo
à segurança do trabalho?
17%

83%

SIM NÃO
Gráfico 5 – Treinamentos.

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Como disposto no gráfico, em 83% das obras não disponibilizaram


treinamentos para trabalhadores, o restante (17%) realizou esses treinamentos
antes do início da obra. A realização de dois treinamentos é obrigação do
empregador, conforme a NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção.
Vejamos:

Gráfico 6 - Conhecimentos das Normas Regulamentadoras.

16
Fonte: Elaborado pela autora (2022).
Por fim, foram questionados acerca das Normas Regulamentadoras, de forma
que a maioria dos profissionais responderam ter conhecimento parcial acerca de tais
normas, atingindo 50% dos entrevistados.
Portanto, podemos perceber uma carência com a segurança nos canteiros de
obras do município de Passos. A falta de conhecimento, o uso inadequado ou não
uso do EPI, a falta de fiscalização e a ocorrência de acidentes, podem acarretar
prejuízos à integridade física dos trabalhadores e também com a produtividade da
obra.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

TEM CONHECIMENTO DAS NORMAS O


REGULAMENTADORAS A SEREM APLICADAS NAS
OBRAS?

17%

33%

50%

CONHECE CONHECE PARCIALMENTE


NÃO TEM CONHECIMENTO
trabalho procurou evidenciar a importância das ações de segurança do trabalho na
construção civil. Através da revisão bibliográfica e do questionário aplicado foi
17
possível demonstrar o que dizem as Normas Regulamentadoras, as quais norteiam
as atividades dos canteiros de obras.
A partir dos resultados obtidos, podemos notar algumas situações de
irregularidades, a falta de conhecimento das normas de segurança e principalmente
na falta de treinamentos dos trabalhadores.
É importante que os profissionais responsáveis pelo campo, procurem se
informar e/ou especializarem nos conhecimentos que tangem a segurança do
trabalho em canteiros de obras, para transmitirem a conscientização aos
trabalhadores. Visto que, é importante os trabalhadores se informar quanto aos seus
direitos e deveres diante da segurança do trabalho, para que possam exigir suas
condições de trabalho dentro do canteiro.
A construção civil é uma área bem perigosa, onde os trabalhadores ficam na
maioria das vezes expostos a diversos riscos/perigos, de diversos graus de
intensidade.
Muitas vezes os EPIs não evitam os acidentes, mas amenizam a gravidade
deles, evitando maiores lesões ou até mortes. Porém, vale lembrar que somente seu
uso não evita acidentes, visto que é necessário além do cumprimento das normas,
um ambiente de trabalho seguro, treinamento para o seu uso.
As melhores formas de se prevenir os acidentes é a conscientização,
fiscalização e a prevenção.
É essencial também, manter adequadas as condições de trabalho e o arranjo
físico dos canteiros de obra, uma vez que, tudo que está ao seu redor interfere no
andamento das tarefas, portanto, é necessário manter a organização, a limpeza, a
segurança e a produtividade.

18
6. REFERÊNCIAS

ANAMT. Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Construção civil está


entre os setores com maior risco de acidentes de trabalho. Associação Nacional
de Medicina do Trabalho, 30 abr. 2019. Disponível
em:https://www.anamt.org.br/portal/2019/04/30/construcao-civil-esta-entre-os-
setorescommaiorriscodeacidentesdetrabalho/. Acesso em: 20 dez. 2022.

BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o capítulo V do título II


da consolidação das leis do trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho e
dá outras providências. 2016.

BRASIL, Ministério do Trabalho.  Manual de legislação, segurança e medicina do


trabalho. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

DIMENSIONAL. NR 9 atualizada: tudo o que você precisa saber sobre essa


“nova” NR. Disponível em: https://blog.dimensional.com.br/nr-9-atualizada/. Acesso
em: 06 de jan. 2023.
19
GIZONI, M. S. A Importância Da Segurança No Trabalho Na Construção Civil:
Um Estudo No Município De Jaboticabal-Sp. 2016. Disponível
em:https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/a_importancia_da_seguranc
a_no_trabalho_na_construcao_civil.um_estudo_no_municipio_de_jaboticabal.sp_.pd
f. Acesso em: 18 de dez. 2022.

GUEDES, E. DE M.; SILVEIRA, L. C. Segurança do trabalho na construção civil:


verificação das normas regulamentadoras em canteiro de obra. 2017.

INBEP. Instituto Brasileiro de Educação Profissional. O que é um EPC? Disponível


em: http://blog.inbep.com.br/o-que-e-um-epc/. Acesso em: 18 de dez. 2022.

JUNIOR, Paula et al. Segurança e medicina do trabalho. Revista Saberes da


UNIJIPA. nº. 04. UNIJIPA. Ji-Paraná, 2016. Disponível em: https://unijipa.edu.br/por-
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MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora NR 09. 2020. Disponível


em: https://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.htm. Acesso em: 05 de jan.
2023.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora NR 6. 2020. Disponível


em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-
regulamentadora-no-6-nr-6. Acesso em: 05 de jan. 2023.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora NR 18. 2020. Disponível


em : https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-
nrs/norma-regulamentadora-no-18-nr-18. Acesso em: 06 de jan. 2023.
PADILHA, P. H. C. Os equipamentos de proteção individual como forma de
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CONSTRUCTION. Artigo apresentado a Faculdade Interamericana de Porto Velho.
Porto Velho, 2022. Disponível em: https://www.novafisio.com.br/a-importancia-da-
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VENDRAME, A. C. F. Livro de bolso do técnico de segurança do trabalho. São


Paulo: LTR, 2013.
20
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