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1. TÍTULO PROPOSTO

Segurança nos Trabalhos em Altura na Construção Civil: Equipamentos de Proteção


Individual
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2. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Com o grande desenvolvimento da construção civil no Brasil, aumentou o


número de trabalhadores expostos aos riscos de acidentes nos canteiros de obras,
principalmente trabalhos em altura, com elevado número de vítimas que chegam a
óbito. Isso ocorre por não serem cumpridas as Normas, tanto pelo empregador como
pelo empregado. Grande responsabilidade por esse desenvolvimento se dá através
das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o Governo
Federal Brasileiro lançou. As causas de acidentes de trabalho podem ocorrer por
vários fatores, através do ritmo intenso, prazo curto, falta de EPI (Equipamento de
Proteção Individual) e outros. O mais comum nessas atividades são os acidentes
com quedas de mesmo nível ou de diferentes níveis. A maneira mais segura para
evitar esses acidentes é o uso de EPI pelos trabalhadores, nesse caso é indicado o
cinto de segurança, que ajudará a evitar as quedas, mantendo o trabalhador fixo em
uma estrutura rígida até ser resgatado. No Brasil, os cintos de segurança, bem como
os equipamentos de proteção em geral, devem ser padronizados pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com as orientações de fabricação e testes
de resistência. Para manter a vida útil do equipamento deve ser bem armazenado no
canteiro de obras.
O acidente de trabalho está assim definido no artigo 19, caput, da Lei nº.
8.213/1991:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do


trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte ou a perda, ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

No presente estudo teórico, parte-se do seguinte problema: Quais são os


principais preceitos normativos referentes à segurança do trabalho nas alturas, e
eles estão sendo obedecidos na área da construção civil em Guarapuava? Em caso
negativo, como será possível gerar uma mudança de mentalidade, tanto de
empregadores quanto operários da construção civil, para reduzir os casos de
acidentes de trabalho em altura, assegurando a proteção da vida desses
trabalhadores?
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3. OBJETIVO GERAL

Analisar alguns edifícios em construção no Município de Guarapuava – PR.,


verificando a necessidade de adoção e implementação de medidas simples de
prevenção de acidentes, contando com o envolvimento dos trabalhadores e
empresários para criarem estratégias na prevenção de acidentes.
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4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Selecionar as Normas regulamentadoras referentes aos acidentes de


trabalho em altura e outras bibliografias pertinentes ao tema;
- Proceder à análise preliminar dos riscos de acidente de trabalho em altura,
presentes em algumas obras em construção visitadas em Guarapuava – PR.,
registrando-os através de fotografias;
- Demonstrar a necessidade do uso de equipamentos de segurança para
Proteção para queda em altura, Proteção para trabalhos em telhados e
coberturas e outros, incentivando a adoção dos equipamentos de proteção
individual;
- Elencar medidas preventivas de acidentes de trabalho em altura, sugerindo-
as aos responsáveis pelas obras visitadas como parte do Treinamento dos
trabalhadores e trocando experiências para criação de novas estratégias.
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5. JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA

São elevados os riscos de acidente de trabalho na construção civil, devido às


precárias condições laborais nos canteiros de obra, pouca qualificação e rotatividade
dos trabalhadores, bem como um prazo curto para entrega das obras. Os danos do
acidente de trabalho em altura são pessoais e econômicos, uma vez que causam
afastamento do trabalhador, podendo prejudicar sua qualidade de vida, e também
prejudicam o andamento das obras, gerando, assim, prejuízos às empresas.
Conforme a Lei nº. 8.213/1991, a empresa que não cumprir as regras de segurança
e higiene no trabalho, ocorrendo o acidente, caracteriza a contravenção penal do
seu artigo 19 § 2º, podendo ser incorporada à prática de crime.
De acordo com Serta, Catai e Romano (2013), em 2011, no Brasil, na
construção civil, registraram-se 6 acidentes com óbito dos trabalhadores para cada
100 mil, enquanto que na Grã-Bretanha a proporção foi de 2 trabalhadores mortos
para cada 100 mil.
Também existem diversas normas e leis que regulamentam a segurança no
trabalho, na construção civil. Conforme a Lei nº. 8.213/1991, a empresa que não
cumprir as regras de segurança e higiene no trabalho, ocorrendo o acidente,
caracteriza a contravenção penal do seu artigo 19 § 2º, podendo ser incorporada à
prática de crime.
Cardoso Júnior (2006, p. 1) comenta que, para exercer a profissão de
Engenharia, o profissional deve estar “preparado para antecipar, reconhecer e tratar
os riscos que o ambiente laboral apresente ou venha a apresentar em função de
suas intervenções”.
Assim, justifica-se o presente projeto, que vai apresentar índices de acidentes
na construção civil, no Município de Guarapuava – PR., e contribuir p/ uma
conscientização das empresas do ramo. Além do mais, o material deste trabalho
poderá ser aproveitado futuramente, para consulta e orientação de pessoas
relacionadas e/ou interessadas na proteção da vida do trabalhador da construção
civil, que é o patrimônio mais precioso que existe.
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6. BASES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS

6.1 BASES TEÓRICAS

O presente estudo será embasado principalmente nas três Normas expedidas


pelo Ministério do Trabalho, diretamente relacionadas ao tema, quais sejam: NR-6,
NR-18 e NR 35, bem como em bibliografia específica.

6.1.1 Acidentes de trabalho em altura: Normas Regulamentadoras

No presente capítulo investigou-se as regulamentações sobre o trabalho em


altura, com a finalidade de prevenir os acidentes de trabalho em altura.
A Norma Regulamentadora 6 (NR6), dispõe sobre Equipamento de Proteção
Individual (EPI), definindo-o como o dispositivo ou produto usado individualmente
pelo trabalhador, com o objetivo de protegê-lo de riscos que possam ameaçar sua
segurança e saúde durante o exercício de sua profissão. (BRASIL, 2012)
Nesta Norma são elencados EPI para proteção contra quedas com diferença
de nível e suas finalidades, já com a alteração feita pela Portaria SIT 292/2011, que
são os seguintes:
a) dispositivo trava-queda, objetivando proteger o trabalhador contra quedas
em atividades com movimentação vertical ou horizontal, anexado ao cinturão de
segurança;
b) cinturão de segurança, a fim de proteger o trabalhador contra o risco de
queda quando estiver trabalhando em altura;
c) cinturão de segurança com talabarte, visando proteger o trabalhador
contra riscos de queda ao executar trabalhos em altura;
d) cinturão de segurança com talabarte, com o objetivo de proteger o
operário contra os riscos de queda no posicionamento em trabalhos realizados com
diferença de nível. (BRASIL, 2012).
A Norma Regulamentadora 18 (NR18) aborda as Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria da Construção. No item 18.13 dispõe especificamente sobre
Medidas de proteção contra quedas de altura. Aí se incluem as plataformas, as telas
e as redes. (BRASIL, 2012).
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A Norma Regulamentadora 35 (NR35) dispõe sobre os requisitos mínimos e


as medidas para proteger o trabalhador quando executa atividades em altura, ou
seja, acima de 2,00 (dois metros) do nível inferior. Dedica atenção ao planejamento,
à organização e à execução do trabalho em altura, a fim de garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores relacionados a esta atividade, de modo direto ou indireto.
(BRASIL, 2012).
Assim, essas três normatizações são a referência do presente estudo. À luz
dessas três normas é que todos os demais referenciais foram escritos. Com o
cumprimento dessa tríade, o profissional fica cercado da proteção que necessita
para exercer sem risco a sua função, especialmente o trabalhador da área da
construção civil.

6.1.2 Necessidade de EPIs

A área da Engenharia Civil está regulamentada por inúmeras normas, além


das já citadas, e existem equipamentos de segurança que estão sendo cada vez
mais aperfeiçoados. Apesar de tudo isso, os índices de acidente de trabalho na
construção civil são elevados, principalmente se comparados aos de outros países,
e alguns são fatais. No presente capítulo procurou-se ressaltar a importância dos
Equipamentos de Proteção Individual, pois ajudam a evitar acidentes, muitas vezes
fatais.
Serta, Catai e Romano (2013, p. 26) informam que, no Brasil, em 2011, a
proporção foi de 6 óbitos de trabalhadores para cada 100 mil; na Grã-Bretanha,
faleceram 2 trabalhadores em cada mil. “Dos 50 óbitos ocorridos na Grã-Bretanha
em 2011, 26 ocorreram por queda em diferentes níveis, representando 52% dos
tipos de acidentes na indústria da Construção Civil”.
Muitos acidentes acontecem pela falta de EPI, pelo uso incorreto do mesmo
ou até mesmo pelo uso de EPI em más condições.
De acordo com Ayres (2011 apud SERTA, CATAI & ROMANO, 2013), os
EPIs reduzem lesões causadas por acidentes trabalhistas e doenças profissionais,
mas não basta entregar os equipamentos aos empregados. É preciso treiná-los e
conscientizá-los sobre as vantagens de usar EPIs, sendo a principal a preservação
da sua integridade física e da sua saúde.
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Existem muitas formas de proteger os trabalhadores contra quedas,


utilizando-se sistemas convencionais como: sistemas de retenção de queda,
sistemas de posicionamento e sistemas de restrição. Além disso, podem ser
utilizadas práticas e treinamento de segurança no trabalho. (BICKREST, 2015)
Ayres (2011 apud SERTA, CATAI & ROMANO (2013)), recomenda algumas
etapas para a gestão dos EPIs. A primeira é a avaliação da necessidade de EPIs de
acordo com os riscos das atividades. A segunda etapa é escolher o EPI conforme o
risco identificado, testando modelos ou marcas, adquirindo produtos de qualidade e
que proporcionem conforto ao trabalhador. Na próxima etapa, procede-se ao
treinamento, prático e teórico, envolvendo também fatores psicológicos
(conscientizando o usuário sobre a necessidade de uso). A gestão encerra-se com o
controle de entregas e trocas de EPIs, que deve ser feita em ficha individual,
assinada pelo trabalhador. As fichas devem ser arquivadas pela empresa.
Não basta adquirir EPIs. É preciso que eles sejam de qualidade:

Seu critério de seleção também deve incluir uma análise da


qualidade do produto. É importante comprar equipamentos de
fabricantes conhecidos, de reputação, que estão em
conformidade com as normas e podem imediatamente fornecer
laudos de teste de desempenho. Um sistema de qualidade
para fabricação do produto é outra garantia de fornecedor
confiável. (AMAZONAS, 2015, p. 2)

Os Equipamentos de Proteção individual, pela sua importância e segurança


que conferem ao trabalhador, devem fazer parte do seu traje de trabalho,
funcionando como um prolongamento de seu corpo. Eles não são simples
acessórios, já que foram projetados para evitar efeitos deletérios à saúde do
trabalhador, protegendo individualmente também a sua vida.

6.1.3 Medidas preventivas de acidentes de trabalho em altura

Especificamente sobre o trabalho em altura, A NR 35 determina as seguintes


responsabilidades dos empregadores (item 35.2.1):
- assegurar que sejam implantadas as medidas de proteção nela previstas;
- garantir que seja feita a Análise de Risco e emitida a Permissão de
Trabalho, se for o caso;
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- adotar um procedimento operacional para as atividades de trabalho em


altura;
- garantir que, antes da realização de trabalho em altura, sejam avaliadas as
condições no local, através de estudo, planejamento e implementação das ações e
medidas complementares de segurança necessárias;
- tomar as devidas providências para verificar se as empresas contratadas
estão cumprindo as medidas de proteção desta Norma;
- prestar informações atualizadas aos trabalhadores quanto aos riscos e as
medidas de controle;
- assegurar que qualquer trabalho em altura somente seja realizado após
serem tomadas as medidas de proteção citadas nesta Norma;
- garantir que os trabalhos em altura sejam suspensos, em caso de situação
ou condição de risco imprevista e que não se possa eliminar ou neutralizar
prontamente;
- adotar um sistema de autorização dos funcionários para trabalho em altura;
- garantir que os trabalhos em altura contem com supervisão, determinada
pela Análise de Riscos e conforme as características particulares do trabalho.
(BRASIL, 2012).
São medidas simples, até, mas que muitas vezes são esquecidas pelo próprio
engenheiro.
A visão clássica das profissões de engenharia é a busca pela
eficiência e qualidade do processo, da transformação, da
construção, da segurança intrínseca do produto, porém, muitas
vezes, a segurança do trabalho dentro do processo produtivo
como um todo é relegada a um segundo plano. (CARDOSO
JÚNIOR, 2006, p. 1-2)

Para os empregados, a NR-35 impõe os seguintes deveres:


- acatar e cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em
altura, incluindo-se os procedimentos expedidos pelo empregador;
- ajudar o empregador a implementar as disposições desta Norma;
- suspender suas atividades, podendo recusar-se a trabalhar toda vez que
notar a existência de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de
terceiros, informando imediatamente ao seu chefe, para que tome as providências
necessárias a cada caso;
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- cuidar da sua própria segurança e saúde, bem como a de outras pessoas


que possam ser prejudicadas por suas ações ou omissões no ambiente laboral.
(BRASIL, 2012).
Muitos funcionários não gostam de usar EPIs. Conforme Magalhães e
Zandonadi (2015, p. 3), existem crenças que contribuem para essa relutância, tais
como “ninguém morre de véspera” e “faz tanto tempo que trabalho nesta atividade e
nunca me aconteceu nada”. Essas crenças precisam acabar, porque “Quando numa
organização a equipe está convencida do uso e dos benefícios de EPI ́s temos como
resultado um ambiente mais seguro e produtivo e, principalmente, preparado para
enfrentar quaisquer situações de emergência”.
As Normas Regulamentadoras citadas acima são bem claras quanto às
medidas que devem ser tomadas, recomendando os Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPCs) e os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e todos os
cuidados com eles, bem como com o ambiente da obra. Por exemplo, fechar os
poços de elevadores e outras aberturas, colocar corrimão provisório nas escadas,
entre outras.
Para o presente estudo, interessam sobremaneira as medidas relacionadas
aos EPIs. Quanto a isso, a NR-35, tratando sobre Capacitação e o Treinamento do
Trabalhado, no item 35.3, determina que os conteúdos abordem, no mínimo:

a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;


b) análise de Risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas
de prevenção e controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção
coletiva;
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em
altura: seleção, inspeção, conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de
técnicas de resgate e de primeiros socorros. (BRASIL, 2012)

De acordo com Bickrest (2015), existem seis erros com relação à proteção
contra quedas. Em primeiro lugar está a não utilização de equipamento de proteção
de queda. Muitos trabalhadores ignoram que é preciso usar todo dia o equipamento
de proteção de queda. O segundo erro resume-se à má utilização, ou utilização
errada do EPI. Por exemplo, usar talabartes para absorção de choque em locais
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onde não ha zona de livre queda suficiente. Como terceiro erro, o autor cita a não
observância que a vida útil do equipamento expirou. “Utilizar equipamento cuja vida
útil expirou especialmente linhas de vida, é um potencial erro fatal”. (BICKREST,
2015, p. 2). Outro erro é a falta de comunicação/treinamento. Assim, cabe aos
gestores de segurança, no caso os empregadores e/ou os instrutores, repassar as
instruções corretas, para evitar que o EPI seja usado incorretamente ou não seja
usado. O quinto erro apontado é a ancoragem inadequada, sem marcação correta.
Quando isso acontece, nem o melhor cinturão, com o melhor talabarte e linha de
vida pode impedir a queda. O último erro, mas não menos fatal, é esperar acontecer
a queda. “Se lembrar destas três etapas da proteção de quedas adequadas – evitar
totalmente um risco de queda, prevenir a ocorrência de uma queda e fornecer
equipamento de impedimento de queda – você salvará vidas e prevenirá lesões
sérias” (BICKREST, 2015, p. 3).
Sob a rubrica de trabalhos em altura enquadram-se também os serviços em
telhado. Segundo Pampalon (2002), esses serviços devem ser planejados de
antemão, observando-se qual o tipo de telha, quais os materiais necessários, se há
local para instalar o cabo-guia de aço do EPI (cinto de segurança tipo paraquedista)
e se o trabalhador possui qualificação técnica, entre outras providências. Uma
medida recomendada pelo autor, neste caso, é informar ao trabalhador sobre a
proibição de carga concentrada sobre as telhas, porque isso é a principal causa de
acidentes em telhados.
Outro serviço em altura, fora da construção civil, conforme Pampalon (2002),
é o serviço de manutenção em torres/antenas de telecomunicação e de transmissão
de energia elétrica. Esse trabalho apresenta grande risco de queda. Nele também
pode ser utilizado o cinto de segurança tipo paraquedista.
Assim, observa-se que o cinto de segurança tipo paraquedista, por exemplo,
pode ser utilizado em vários trabalhos em altura. Cabe ao engenheiro,
principalmente, conhecer esses e outros detalhes dos EPIs:

A missão do engenheiro é de extrema importância para a


sociedade e, esta visão está claramente definida na Lei Federal
nº 5.194 de 1966 , que regulamenta a profissão de Engenharia,
quando no seu artigo 1º estabelece que: As profissões de
engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são
caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano.
(CARDOSO JÚNIOR, 2006, p. 1).
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Juntamente com a preocupação em construir habitações seguras e


confortáveis, os profissionais de Engenharia devem manifestar a preocupação com a
segurança e o conforto dos operários executores diretos da obra.
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6.2 BASES METODOLÓGICAS

O presente estudo apresenta características de uma Pesquisa Qualitativa e


Quantitativa, uma vez que utiliza entrevistas e coleta de dados (objetivos e
subjetivos) através de instrumento de pesquisa (questionários em anexo) e
fotografias.
Como indica o próprio nome, a Pesquisa Qualitativa trabalha principalmente
com dados qualitativos. Logo, a coleta de dados feita pelo pesquisador não é
socializada quantitativamente, uma vez que os números exercem um papel
insignificante na análise. Além das palavras, os dados qualitativos podem ser
expressos em pinturas, fotografias, desenhos, filmes, vídeo tapes ou trilhas sonoras
(TESCH, 1990 apud DALFOVO, LANA SILVEIRA, 2008).
Assim, a Pesquisa Qualitativa prioriza a interpretação, e não a quantificação.
Ao pesquisador qualitativo interessa a interpretação que os sujeitos da pesquisa
fazem da situação-objeto da pesquisa. Dessa forma, por estar centrada na
perspectiva dos participantes, a Pesquisa Qualitativa prioriza a subjetividade, e não
a objetividade. (CASSEL; SYMON, 1994 apud DALFOVO, LANA & SILVEIRA, 2008)
Segundo Diehl (2004 apud DALFOVO, LANA & SILVEIRA, 2008), a Pesquisa
Quantitativa caracteriza-se pelo uso da quantificação, uma vez que prioriza a coleta
de números, de quantidades, socializando os resultados através técnicas
estatísticas. Prioriza a objetividade, os dados seguros, evitando possíveis distorções
na sua análise e interpretação.
São duas metodologias compatíveis, de acordo com Minayo (1994 apud
DALFOVO, LANA & SILVEIRA, 2008), podendo ser integradas em um mesmo
projeto. Uma pode levar à outra, ou seja, uma Pesquisa Quantitativa pode levar o
pesquisador a optar por um determinado problema que deverá ser analisado em
toda sua complexidade, utilizando métodos e técnicas qualitativas, e vice-versa.
Conforme Lüdke e André (1988, p. 13), “entre as várias formas que pode
assumir uma Pesquisa Qualitativa, destacam-se a pesquisa do tipo Etnográfica e o
Estudo de Caso”. Portanto, o presente estudo classifica-se como um Estudo de
Caso. Segundo os autores, no Estudo de Caso, os dados podem ser apresentados
de diversas formas, e uma delas é a fotografia. Outro detalhe é que, para esse
Estudo, o pesquisador busca diversas fontes de informação, procura representar
opiniões, pontos de vistas que podem ser até contraditórios.
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De acordo com Yin (2005 apud SERTA, CATAI & ROMANO, 2013, p. 59), “o
Estudo de Caso permite uma investigação para se preservar as características
holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real, como exemplo processos
organizacionais e maturação dos fatores econômicos”.
O universo de pesquisa serão canteiros de obras em andamento em
Guarapuava – PR., no ano de 2015. Serão selecionadas aleatoriamente algumas
obras que exijam trabalhos em altura e cujos responsáveis consintam em participar
da pesquisa, bem como seus funcionários.
Os questionários serão distribuídos conforme especificado em anexo, ou seja,
um para os proprietários ou responsáveis pela obra e outra para cada funcionário
que estiver trabalhando em altura ou que vá trabalhar. Interessa averiguar
principalmente a questão relacionada ao uso de EPIs, colhendo também opiniões
sobre como aumentar os índices de segurança no trabalho, para minimizar os
índices de acidentes no trabalho em altura na construção civil.
Os dados coletados serão apresentados sob a forma de tabelas e/ou gráficos,
no caso em que sua tratativa for a abordagem Quantitativa, e sob a forma de
comentários das informações e fotografias (observação direta dos acontecimentos)
obtidas a campo, na abordagem Qualitativa.
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7. SUPORTE TÉCNICO INSTRUMENTAL

Materiais e instrumentos a serem utilizados:

- máquina fotográfica

- questionário (Anexo)
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8. Cronograma de Pesquisa

ANO: 2015
ATIVIDADES
Mês
Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Escolha do tema
de pesquisa X
Levantamento
bibliográfico X
Objetivos e
justificativas X
Coleta de dados
em campo X
Bases teóricas e
metodológicas X
Pesquisa de
campo:
Entrevista, X X
fotografias
Entrega do X
projeto
Apresentação do
projeto X
Entrega do
primeiro capítulo X
do TCC
Entrega do
segundo capítulo
do TCC X
Entrega do
terceiro capítulo X
do TCC
Entrega do quarto
capítulo do TCC X
Conclusão X
Do TCC
Apresentação
(Banca) X
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9. BIBLIOGRAFIA

ALTISEG. Segurança em altura. Cartilha de segurança. NR-35 – trabalho em


altura. Curitiba, set.2012.

AMAZONAS, Marcos1. O EPI e seus sistemas dentro da NR35 Trabalho em Alturas.


Honeywell. Disponível em:
<www.honeywellsafety.com/.../O_EPI_e_seus_sistemas_dentro_da_nova_...>
Acesso em: 13.fev.2015.

_____. Cinturões com fita elástica oferecem proteção e conforto. Honeywell.


Disponível em:
<www.honeywellsafety.com/.../Cinturões%20com%20Fita%20Elástica%2...> Acesso
em: 14.fev.2015.

BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental. 6.


ed. São Paulo: Atlas S. A., 2001;

BICREST, Ed. Proteção contra queda: falha não é opção. Honeywell. Disponível
em: <gravasom.com.br/noticias/protecao-contra-queda-falha-nao-e-uma-opcao/>
Acesso em: 15.fev.2015.

BRASIL. NR 35 Trabalho em altura. Portaria SIT n. 313. Diário Oficial da União, 27


de março de 2012. Disponível em:
<portal.mte.gov.br/data/files/.../NR-35%20(Trabalho%20em%20Altura).p..> Acesso
em: 15.fev.2015.

BRASIL. Lei n. 5.194/66. Disponível em: Acesso em: 15.fev.2015.

CARDOSO JUNIOR, Moacyr Machado. Os desafios do engenheiro frente a


segurança do trabalho. XIII SIMPEP. Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006.
Disponível em:
<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/379.pdf>
Acesso em: 15.fev.2015.
DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia. Métodos
quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica
Aplicada, Blumenau, v. 2, n. 4, p.01-13, Sem II. 2008.

LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens


qualitativas. 4. reeimpressão. São Paulo: EPU, 1988.
MARCELLI, Maurício2. Sinistros na construção civil: causas e soluções para
danos e prejuízos em obras. São Paulo: Pini, 2007. Disponível em:

1
Formação acadêmica: FAE Centro Universitário, FATEC, Camões. É gerente técnico da Honeywell
Produtos de Segurança. Atuou como Consultor, trabalhos em altura, na Altiseg Equipamentos de
Segurança de Trabalho.
2
Marcelli é Engenheiro Civil, graduando-se na Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie
(1975). Começou sua carreira profissional como projetista e por 15 anos trabalhou como calculista de
estruturas de concreto armado, protendido, metálica e madeira. Desenvolveu inúmeros projetos,
inclusive de obras de arte e estradas. Atuou durante 10 anos na CONESP (Construções Escolares do
21

<www.ebah.com.br/content/ABAAAfMrQAE/sinistros-na-construcao-civil> Acesso
em: 15.fev.2015.

MAGALHÃES, Graziela Esteves e ZANDONADI , Francianne Baroni. Treinamento


em Segurança do Trabalho: Desempenho e Melhorias no setor Elétrico. Disponível
em:
<emanaacademica.org.br/system/files/artigos/treinamentoemsegurancadotrabalho22
.pdf> Acesso em: 15.mar.2015.

PAMPALON, Gianfranco3. Trabalho em altura: prevenção de acidentes por quedas.


Ministério do Trabalho e Emprego, fev. 2002.

http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=737 Acesso em:

19.mar.2015

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A419E9E3401420E0B5A4D4C57/Cartilha
%20NR%2035.pdf Acesso em: 24.mar.2015

http://www.apes.eng.br/glossario.htm Acesso em: 24.mar.2015

SERTA, Roberto; CATAI, Rodrigo Eduardo e ROMANO, Cezar Augusto. Segurança


em altura na construção civil: equipamentos, procedimentos e normas. São Paulo:
PINI, 2013.

Estado de São Paulo), nas funções de Coordenador de projetos e de obras, onde conviveu com
problemas relacionados a erros de projetos e de execução das obras. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMrQAE/sinistros-na-construcao-civil> Acesso em:
10.mar.2015.
3
Gianfranco Pampalon, engenheiro civil (formado em 1982) e engenheiro de segurança (graduado
em 1988), foi um dos autores da Norma Regulamentadora para Trabalhos em Altura, a NR 35, e
trabalha na reformulação da NR 18, sobre a construção civil. È auditor do Ministério do Trabalho,
desde 1985 e participa de grupos técnicos para treinamento de novos auditores do Ministério do
Trabalho e Emprego. Disponível em:
<http://www.sindienergia.org.br/noticia.asp?cod_not=1092&verificado=1> Acesso em: 08.mar.2015.
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ANEXOS
ANEXO 1

Questionário a ser aplicado aos trabalhadores da construção civil que atuam em


níveis elevados

Prezado(a) Trabalhador(a)

Você está sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa sobre


Segurança no trabalho em altura. Caso concorde, favor responder aos itens abaixo e
autorizar a divulgação dos dados (e fotografias) em meu Trabalho de Conclusão do
Curso de Engenharia Civil, da Faculdade Guarapuava. O objetivo do mesmo é
analisar alguns edifícios em construção no Município de Guarapuava – PR.,
verificando a necessidade de adoção e implementação de medidas simples de
prevenção de acidentes, contando com o envolvimento dos trabalhadores e
empresários para criarem estratégias na prevenção de acidentes.
Seu nome não será revelado, nem seu rosto será mostrado. Somente eu terei
acesso às suas respostas.
Antecipadamente agradeço,
Giselle Viomar Pizzano Ayoub
Guarapuava, 14 de abril de 2015.

SEGURANÇA NO TRABALHO EM ALTURAS

Cargo/função:______________________ Escolaridade: __________________


Sexo: ( ) F ( )M Idade: _____________________
Experiência no ramo: __________ anos e _____ meses

1) Você usa o cinto apropriado para cada atividade na construção civil?


( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
2) Recebe treinamentos sobre a utilização dos EPIs?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
3) Recebe instruções sobre como armazenar e conservar o cinto?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
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4) Entende a diferença entre cinto tipo abdominal e tipo paraquedista?


( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
5) Usa o cinto tipo abdominal em atividades acima de 2,00m do nível?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
6) O uso do cinto de segurança é exigido pelos seus chefes?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
7) Pede a troca de seu EPI em caso de defeito ou más condições?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
8) Presencia acidentes no trabalho em altura, no seu trabalho?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
9) Já sofreu acidentes no trabalho em altura?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
Em caso afirmativo das questões 8 e 9, poderia descrever alguns detalhes?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________

10) Na sua opinião, quais as principais medidas que devem ser tomadas para
evitar acidentes no trabalho em alturas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________
OBS.:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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Autorização: _______________________________ Data: ____/____/2015


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ANEXO 2

Questionário a ser aplicado aos empregadores da construção civil que possuem


empregados que realizam trabalhos em altura

Prezado(a) Engenheiro(a)/Construtor(a)

Você está sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa sobre


Segurança no trabalho em altura. Caso concorde, favor responder aos itens abaixo e
autorizar a divulgação dos dados (e fotografias) em meu Trabalho de Conclusão do
Curso de Engenharia Civil, da Faculdade Guarapuava. O objetivo do mesmo é
analisar alguns edifícios em construção no Município de Guarapuava – PR.,
verificando a necessidade de adoção e implementação de medidas simples de
prevenção de acidentes, contando com o envolvimento dos trabalhadores e
empresários para criarem estratégias na prevenção de acidentes.
Por questões éticas, seu nome não será revelado, bem como sua obra não
será identificada, tampouco a face de seus trabalhadores. Somente eu terei acesso
às suas respostas.
Antecipadamente agradeço,

Giselle Viomar Pizzano Ayoub


Guarapuava, 14 de abril de 2015.

SEGURANÇA NO TRABALHO EM ALTURAS

Cargo/função: ______________________ Formação: ___________________


Sexo? ( ) F ( )M Idade: _____________________
Experiência no ramo: __________ anos e _____ meses

1) Você/sua empresa adquire cintos apropriados para cada atividade na


construção civil?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
2) Oferece treinamentos aos empregados sobre a utilização dos EPIs?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
25

3) Explica, verbalmente ou por escrito, como armazenar e conservar o cinto de


segurança?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
4) Mostra a diferença entre cinto tipo abdominal e tipo paraquedista?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
5) O cinto tipo abdominal é usado em atividades acima de 2,00m do nível?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
6) Exige a utilização do cinto de segurança pelos trabalhadores?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
7) Adquire cintos fabricados com os materiais especificados nas Normas?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
8) Registra/controla a entrega do cinto aos trabalhadores?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
De que forma? ( ) Fichas individuais de controle
( ) Livro-ata de controle geral
( ) Outros modos. Quais? _______________________
9) Orienta sobre as condições de troca desse EPI?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
10)Costuma exigir cinto com o número do CA, ao comprá-lo?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
11)Em caso de irregularidade no EPI, toma as devidas providências?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
Quais? ( ) Devolução/Troca
( ) Comunicação ao Ministério do Trabalho
( ) Outras. Quais? ___________________________________
12) Presencia acidentes no trabalho em altura, nas suas obras?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) Nunca
Em caso afirmativo, poderia descrever alguns detalhes?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
26

13) Na sua opinião, quais as principais medidas que devem ser tomadas para
evitar acidentes no trabalho em alturas?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________
OBS.:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________

Autorização: _______________________________ Data: ____/____/2015

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