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ADEQUAÇÃO A NR12 DE UM TORNO MECÂNICO: UM ESTUDO DE CASO NO

LABORATÓRIO DE AULA PRÁTICA DO CURSO DE MECÂNICA DO SENAI EM


MANAUS - AM

Airton Pereira Nóbrega¹


Gilberson Molino Braga2
Alciney Bentes Rodrigues3

RESUMO
A necessidade de oferecer ambientes de trabalho seguro garantindo a integridade dos
funcionários tem estimulado as empresas a investirem em seus equipamentos. Este
trabalho tem como objetivo analisar e apresentar o estudo com uma proposta de
adequação de um torno mecânico de pequeno porte à norma regulamentadora NR12
(norma regulamentadora de segurança do trabalho em máquinas e equipamentos),
trazendo o mínimo de impacto no processo de operação existente. Contando com o
apoio técnico dos mecânicos de uma das escolas do SENAI, para a elaboração do
projeto e a instalação das proteções das máquinas. Por meio de uma pesquisa
qualitativa classificada também como exploratória e que utilizou para o
desenvolvimento de seu processo a técnica de estudo de caso, foram coletadas as
informações, através de entrevista realizada na escola, com o intuito de se demonstrar
o desenvolvimento e a execução da norma NR12 na instituição. Os resultados obtidos
demonstram a fases de análise de risco e o antes e depois do equipamento após as
proteções instaladas, e os benefícios que estas trazem na teoria e na prática para
quem a opera durante o trabalho na escola. Acrescenta-se que, através do presente
estudo foi possível analisar os fatores que propiciaram a obtenção de soluções, como
o trabalho em equipe, que se deu entre o departamento de segurança do trabalho e a
oficina mecânica, para as não conformidades pudessem ser solucionadas no menor
tempo e custo possível, e ainda o mais importante, atender os requisitos da NR12.

Palavras-Chave: NR12; Segurança do Trabalho; Proteção de Máquina


___________________________
1Acadêmico de Engenharia Mecânica, Uninorte Laureate, E-mail: airton.88@hotmail.com
2Acadêmico de Engenharia Mecânica, Uninorte Laureate, E-mail: gilberson.gb10@gmail.com
3Especialista em Segurança do Trabalho, Uninorte Laureate, E-mail: alciney_bentes@hotmail.com
ABSTRACT
Job opportunities in secured work environments Employees have been consulted to
investigate their actions. The purpose of this study is to analyze and present the study
with a proposal to adapt a small indicator to the regulatory standard NR12, bringing
the minimum impact on the existing operation process. With the technical support of
the mechanics of one of the schools of SENAI, for the elaboration of a project and an
installation of the protections of the machines. Through a qualitative research were
also exploratory and are used for the development of their process, since the series of
case studies, were collected as information, through the interview conducted at the
school, with the purpose of demonstrating the development and implementation of the
standard. NR12 in the institution. The results obtained demonstrate the phases of risk
analysis and before and after the equipment as installed protections, and the benefits
presented in theory and in practice for those who work during school work. In fact,
through the present study it was possible to evaluate the factors that provided for you
and for tasks, and the work in time, that have given between the report for security and
virtual office, to non-conformities could be solved in the shortest time and cost possible,
and most importantly, meet the requirements of NR12.

Key Words: NR12; Work Safety; Machine Protection


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1 INTRODUÇÃO

Acidentes do trabalho envolvendo máquinas e equipamentos em industrias e


em Escolas Técnicas no Brasil demonstra a necessidade de facear o problema e
buscar soluções que visem abranger o coletivo para a proteção do trabalhador. Com
isso, o Ministério do Trabalho tem intensificado a fiscalização nessas instituições com
a meta de buscar a regulamentação da área de trabalho entre homem e máquina
conforme a Norma Regulamentadora NR12
A NR12 é a norma que rege os requisitos necessários a proteção de maquinas
e equipamentos a fim de evitar que os mesmos possam causar acidente e riscos aos
que as manuseiam.
A NR12, propõe medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho
a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção
de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho.
Os casos de acidentes e mortes em ambiente de trabalho continuam sendo
parte do cenário trabalhista, principalmente em instituições que trabalham com
equipamentos de alta periculosidade, como torno e fresadora.
A norma regulamentadora NR12, propõe medidas prevencionistas de
segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à
instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à
prevenção de acidentes do trabalho.
Resumidamente a NR-12 se destaca por medidas preventivas de acidentes
relativas aos
seguintes itens:
I. Arranjo físico e instalações;
II. Instalações e Dispositivos elétricos;
III. Dispositivos de partida, acionamento e parada;
IV. Sistemas de segurança;
V. Dispositivos de parada de emergência;
VI. Meios de acesso permanentes;
VII. Componentes pressurizados;
VIII. Transportadores de materiais;
IX. Aspectos ergonômicos;
X. Manutenção, inspeção, preparação, ajustes e reparos entre outros.
4

Com isso, a NR-12 se propõe a:


• Diminuição de riscos;
• Evitar prejuízos por máquina parada;
• Evitar custos médicos com acidentados;
• Evitar Processo Cível e Criminal;
• Evitar Interdição e Multa;

A NR em questão tem suporte a partir de outras normas regulamentadoras e


normas técnicas ABNT com diferentes focos, tais como:
• Foco Técnico: NR-10; NR-11; NR-13; NR-17; NR-23; NR-33
• Foco Social: NR-5; NR-7; NR-9
• Foco Temático: NR-18; NR-22; NR-31; NR-32; NR-34
• Normas ABNT: NBR 14009; NBR 14153; NBR 10152; NBR 5410; NM 213-1;
• M 213-2
A NR 12 é uma norma que tem como foco a garantir, que as máquinas tenham
proteção contra acidentes, do projeto das mesmas, passando por montagem,
instalação e manutenção. E não faz distinção entre máquina nova ou já em uso. Este
fluxo é melhor esclarecido na Figura 1. Toda máquina pode estar suscetível a falhas
em algum momento, e é nesse ponto que dispositivos específicos necessitam ser
projetados e desenvolvidos para garantir a segurança do trabalhador.

Figura 1 – Etapas para realizar segurança na operação e manutenção de máquinas de


acordo com a NR 12
Fonte: (AUTOR, 2019)

O atendimento às normas é um fator importante, pois confirma a legalidade das


empresas com as normas vigentes e mostra sua preocupação com o tema segurança
do trabalho. Todas as demais exigências da norma serão atendidas na área de estudo
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de caso desse trabalho e em conformidade legal, tornando todo o processo confiável.


(ALVES, 2015)
Justifica-se esse estudo pela necessidade de conhecimento acadêmico na
norma NR12, e pelo conhecimento prático de implantação da mesma com o objetivo
de garantir segurança aos professores e alunos durante as aulas práticas do curso
profissionalizante de mecânica.
Com o exposto, o presente trabalho tem como objetivo identificar através da
aplicação da NR-12, os riscos ocupacionais das máquinas e equipamentos, do
laboratório do curso de mecânica de uma escola do SENAI do município de Manaus-
AM. E assim prevenir eventuais acidentes dentro da instituição.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

• Segurança do Trabalho

Quando se fala em segurança do trabalho, fala-se da exposição de


trabalhadores à possibilidade de acidentarem-se. Isso não quer dizer que se devem
aceitar os acidentes como uma ocorrência normal e sim considerá-los anormais, pois
todas as possibilidades de acidentes devem ser analisadas para que sejam tomadas
medidas efetivas que evitem essas ocorrências.
Acidentes de trabalho são relatados por escritores desde a antiguidade.
Embora pouco comentados, há citações em diversos documentos antigos. Há
inclusive menção a um deles no Novo Testamento de Lucas (o desabamento da Torre
de Siloé), no qual faleceram dezoito prováveis trabalhadores. “Mais de dois mil anos
antes da nossa era, Hipócrates, conhecido como o Pai da Medicina, descreveu muito
bem a intoxicação por chumbo encontrada em um trabalhador mineiro”. (CHAGAS;
SALIM; SERVO, 2011, p. 23).
Apesar dessas evidências, não há informação de qualquer política pública que
tenha sido proposta ou implementada para reduzir os riscos a que esses
trabalhadores estavam expostos. Nesses períodos, as vítimas dos acidentes/doenças
relacionadas ao trabalho eram quase exclusivamente escravos e pessoas oriundas
dos níveis mais inferiores da escala social.
Segundo Arra (2014), estudos sobre segurança do trabalho reportam-se ao ano
de 1556, quando Geof Bauer lançou o livro “De Re Metálica”, que trata de quesitos
relacionados à extração de minérios na Alemanha, onde os índices de acidentes fatais
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e doenças relacionadas ao trabalho levaram à morte inúmeros trabalhadores. Em


1700, o médico Bernardino Ramazzini publicou o livro “De Morbis Artifium Diatriba”,
no qual descreve 100 profissões diferentes e seus riscos.
Arra (2014) destaca que na Revolução Industrial, na Europa (1763-1815),
houve a intensificação dos estudos relacionados a acidentes de trabalho, pois nos
países europeus eram geradas legiões de incapacitados ao trabalho. Em
consequência, a Inglaterra publicou, em 1833, a primeira legislação eficiente na
proteção do trabalhador com o título “Factory Act” (Lei da Fábrica), cujas principais
regras foram a proibição de trabalhos noturnos a menores de 18 anos; limitação de
horas trabalhadas por menores para 12 horas por dia e 69 horas por semana;
obrigatoriedade das fábricas de terem escolas para trabalhadores menores que anos.
A idade mínima para o trabalhador era de nove anos, e o cuidado com o
desenvolvimento físico deveria corresponder à idade cronológica.
Conforme Arra (2014), entre 1877 e 1898, a Suíça e a Alemanha criaram leis
que responsabilizavam o empregador pelos acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho. Em 1906, realizou-se o 1° Congresso de Doenças do Trabalho, em Milão,
ocasião em que se intensificaram as trocas de experiências na prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais.
No decorrer dos anos, um número cada vez maior de países da Europa tratou
sobre o assunto, mostrando sua preocupação com a situação a que os trabalhadores
estavam expostos.
No Brasil, a primeira lei contra acidentes foi criada em 1919, e estabelecia a
prevenção de acidentes no setor ferroviário. Em novembro de 1930, o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio foi organizado.
O ano de 1934 constitui-se em um marco da história com o surgimento da lei
trabalhista, que instituiu uma regulamentação bastante ampla no que se refere à
prevenção de acidentes do trabalho. No setor privado, em 1941 foi fundada a
Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA), e, em 1972, integrando
o Plano de Valorização do Trabalhador, o governo federal baixou a Portaria nº 3237,
que tornou obrigatório os serviços médicos e os serviços de higiene e segurança em
todas as empresas onde trabalham 100 ou mais pessoas.
Em 08 de junho de 1978, a Portaria nº 3.214 instituiu as Normas
Regulamentadoras - NR relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que obriga as
empresas ao seu cumprimento. Essas Normas abordam vários problemas
7

relacionados ao ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador. Em 1° de janeiro de


1999, o órgão que fiscaliza e regulamenta as questões trabalhistas passou a ser
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que é a sua atual denominação.
A atual estrutura regimental do MTE foi dada pelo Decreto no 5.063, de 3 de
maio de 2004, tendo como competência as seguintes áreas:
• política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao
trabalhador;
• política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho;
• fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como aplicação
das sanções previstas em normas legais ou coletivas;
• política salarial;
• formação e desenvolvimento profissional;
• segurança e saúde no trabalho;
• política de imigração;
• cooperativismo e associativismo urbanos (BRASIL, 2004).
Dentro do MTE, as ações de segurança e saúde no trabalho estão
particularmente afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), um dos seus
órgãos específicos singulares (BITENCOURT; QUELHAS, 1998).

• Normas Regulamentadoras
As Normas Regulamentadoras (NRs) são os mecanismos legais que o
Ministério do Trabalho e Emprego utiliza como orientação e procedimentos
obrigatórios ligados à segurança do trabalho no Brasil. Elas instruem as empresas e
estabelecimentos de qualquer tipo de operação regidos pela CLT com relação a saúde
e segurança do trabalhador. O descumprimento da mesma pode resultar em
notificação, autuação, interdição ou embargo de Industrias e Escolas.
Segundo Dragone (2011), as Normas publicadas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego nem sempre abordam os aspectos técnicos. Que na maioria das vezes,
precisam do aporte da ABNT, e até mesmo das Normas Internacionais, para ficarem
menos genéricas, e assim oferecer uma metodologia mais técnica e atrelada as
necessidades dos interessados, como as indústrias e também dos que irão realizar as
auditorias.
Devido as NRs, sofrerem alterações com certa frequência, as empresas
necessitam sempre fazer adequações, ou correm o risco de serem autuadas,
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impactando a confiabilidade de seus clientes, a concorrência do mercado, e ficarem


defasadas em termos de atualizações técnicas de proteções de máquinas e
equipamentos.
Toda alteração que ocorra em alguma Norma deve ser aprovada por uma
Portaria Ministerial (DRAGONE, 2011).
Atualmente, existem 36 Normas Regulamentadoras aprovadas e publicadas,
porém muitas delas estão desatualizadas ou em processo de atualização por não
estarem adaptadas às evoluções técnicas e por não atenderem aos requisitos
mínimos de segurança.

• NR12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos


A décima segunda Norma Regulamentadora do Trabalho, definida como
Segurança em Máquinas e Equipamentos, estabelece requisitos mínimos de
segurança buscando a prevenção de acidentes. A nova NR12 recebeu uma
reformulação aprofundada com aspectos técnicos consistentes (MORAES, 2014).
A utilização de máquinas antigas e obsoletas torna a operação mais perigosa
e menos produtiva, além de comprometer as práticas prevencionistas que são
responsabilidade do empresário. Cerca de 25% dos acidentes de trabalho ocorridos
no país, tem como causa raiz a falta de proteção de maquinas e equipamentos. Caso
este item fosse revisado desses a concepção do projeto das mesmas, poderiam ser
evitados afastamentos, acidentes de categoria grava, e até uma redução de custo com
adequações as NRs. (MORAES, 2014).
A NR 12 estabelece os requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e de
doenças provenientes de máquinas e equipamentos na sua operação, manutenção
ou em qualquer outra atividade em que haja inteiração humana com a máquina ou
equipamento. Ela é dividida em vários aspectos, e suas disposições referem-se a
máquinas novas e usadas. Essa Norma mostra que toda e qualquer responsabilidade
por sua aplicação é do empregador. As medidas de proteção são definidas segundo
a NR 12 em:
➢ Medidas de proteção coletivas;
➢ Medidas administrativas ou de organização do trabalho;
➢ Medidas de proteção individual.
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Essas medidas possuem suas respectivas divisões para cada tipo de


acionamento: mecânico, elétrico, pneumático, hidráulico, e para cada um destes
possuem suas formas de segurança, como as que seguem:
➢ Arranjo físico;
➢ Dispositivos de partida, acionamento e parada;
➢ Componentes pressurizados;
➢ Aspectos ergonômicos;
➢ Riscos adicionais;
➢ Procedimentos de trabalho (ABNT, 2013).
Esses tópicos estão detalhadamente explicados na NR 12, e serão analisados
e utilizados de acordo com as especificações do projeto e suas necessidades (ABNT,
2013).

• Riscos Ambientais
Originalmente, o conceito de risco refere-se a uma probabilidade aumentada
de um evento ocorrer. Atualmente, o risco é tomado com um presságio; é o mesmo
que perigo. Qualquer risco é sempre entendido como algo negativo (MENDES,2002).
Na modernidade o risco, no seu significado técnico mais puro, revela-nos as
condições das probabilidades estimadas que existem de um acontecimento estar apto
a ser conhecido. A incerteza, em contraste, é usada como um termo alternativo onde
estas probabilidades são inestimáveis ou desconhecidas. Esta distinção pressupõe
que há uma forma de indeterminação que não está sujeita ao cálculo racional de
acordo com as várias alternativas possíveis (MENDES, 2002, p. 56).
Riscos ambientais são considerados agentes físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes, os quais são capazes de causar danos à integridade e à
saúde física dos trabalhadores. Os riscos ambientais ou profissionais estão divididos
em cinco grupos:
- Riscos Físicos: ruído, vibrações, calor, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, umidade e frio.
- Riscos químicos: poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas,
fumos metálicos e nevoas.
- Riscos biológicos: vírus, bactérias e protozoários, fungos e bacilos,
parasitas.
- Riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento e transporte manual de
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pesos, ritmo excessivos de trabalho.


- Riscos de acidentes: arranjo físico, máquinas sem proteções, iluminação
deficiente, ligações elétricas deficientes, armazenamento inadequado,
ferramentas defeituosas, equipamentos de proteção individual inadequado, animais
peçonhentos.
A proposta de adequação de uma prensa à NR12 trata na sua grande maioria
sobre riscos de acidentes, os quais serão submetidos a uma avaliação pontual. Com
base nessa avaliação, será determinada a categoria de risco que, por sua vez,
determinará os requisitos das ligações e funções dos componentes necessárias para
a adequação.

• Avaliação de Riscos
A Análise Preliminar de Risco (APR) tem como objetivo determinar os riscos,
causas, efeitos e medidas preventivas oriundas de uma determinada atividade. Com
a aplicação da APR é possível constatar os pontos que devem ser melhorados nas
máquinas estudadas com o intuito de minimizar os riscos inerentes a operação. (DE
CICCO e FANTAZINNI, 1994).
Existem algumas técnicas de realização de análise de risco, podendo destacar:
lista de verificação, Análise Preliminar de Risco (APR), conforme modelo exposto na
Tabela 1, Estudo de perigo e operabilidade (HAZOP), Análise de consequências,
Análise Quantitativa de Riscos (AQR/QRA). (WEGE, 2014)
Na metodologia da Análise Preliminar de Risco (APR) os cenários de acidentes
devem ser classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma
indicação qualitativa do grau de severidade das consequências de cada um dos
cenários identificados. A severidade é a medida das consequências dos efeitos que
podem ser gerados com um determinado evento (ocasionando um acidente), podendo
na Tabela 1, onde podem ser descritos os eventos que podem ser gerados com uma
eventual falha.
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Tabela 1 – Exemplo de Análise Preliminar de Risco

Fonte: (WEGE, 2014)

A frequência é determinada pela probabilidade de ocorrência de um


determinado evento, sendo representada pelo número de ocorrências por unidade de
tempo. Pode ser determinada pela experiência ou por banco de dados. Na Tabela 2
mostra-se a descrição de cada frequência utilizada em uma APR.
A frequência é determinada pela probabilidade de ocorrência de um
determinado evento, sendo representada pelo número de ocorrências por unidade de
tempo. Pode ser determinada pela experiência ou por banco de dados. Na Tabela 2
mostra-se a descrição de cada frequência utilizada em uma APR.
Segundo Wege (2014), a periodicidade para classificação dos eventos pode
ser determinada pela seguinte relação: extremamente remota: sem registro, remota:
periodicidade anual, pouco provável: mensalmente, provável: semanalmente e
frequente: diariamente. Na descrição das frequências dos eventos, a classificação é
determinada em função da vida útil do processo/instalação do equipamento. Esta
classificação é de suma importância na matriz de riscos para correta análise dos itens
mais importantes a serem corrigidos.
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Tabela 2 – Frequência de Eventos

Fonte: (WEGE,2014)

Na metodologia da Análise Preliminar de Risco (APR) os cenários de acidentes


devem ser classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma
indicação qualitativa do grau de severidade das consequências de cada um dos
cenários identificados. A severidade é a medida das consequências dos efeitos que
podem ser gerados com um determinado evento (acidente), podendo ser descritos na
Tabela 3, onde podem ser descritos os eventos que podem ser gerados com uma
eventual falha.

Tabela 3 – Categoria de severidade dos cenários utilizados na APR

Fonte: (Cicco e Fantazinni, 1994)

Para determinação do risco faz-se uma correlação entre a frequência e a


severidade, a qual fornece uma indicação qualitativa do nível de risco de cada
cenário identificado na análise. Na Tabela 4, mostra-se a Matriz de Riscos,
onde:
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o Desprezível (1): verde;


o Menor (2): amarelo;
o Moderado (3): azul;
o Sério (4): roxo; e
o Crítico (5): vermelho.

Tabela 4 – Matriz de Classificação de Riscos utilizada em APR

Fonte: (Autor,2018)

3 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado em uma Unidade do Senai, onde foram realizados
trabalhos nas máquinas que são utilizadas nas aulas práticas do curso técnico em
mecânica.
Foi realizada uma entrevista com um dos professores e o técnico de segurança
do trabalho e, ambos, informaram que a proteção da máquina foi com base na NR 12.
A máquina onde se realizou a proteção mecânica foi um Torno Mecânico, e a
análise de risco, que foi informado pelo professor e técnico de segurança entrevistado,
foi a APR (Análise Preliminar de Risco).
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4 RESULTADOS

As instituições profissionalizantes têm como principal objetivo o ensino, porém,


devido estarem sujeitas as Leis Trabalhistas da mesma forma que as Industrias, os
riscos e perigos devem ser avaliados para agir de forma preventiva, pois desta forma,
se reduz a probabilidade de ocorrência de acidentes envolvendo colaboradores e
partes interessadas. Na tabela 4, tem-se as categorias dos riscos identificados durante
a avaliação do técnico de segurança, o que definiu a escolha das áreas que deveriam
ter prioridade de proteção.
Durante a análise das da APR realizada conforme Tabela 5, as partes 1 e 2
foram do torno, foram as escolhidas para realizar o estudo e confeccionar a proteção
adequada.

Tabela 5 – Categoria de severidade da APR de operação do torno mecânico

RISCO CAUSA CATEGORIA DO RISCO

CAVACO RESULTANTE DA
PROJEÇÃO DE MATERIAIS IV
MAQUINAÇÃO DA PEÇA

CORTE ACESSO A FERRAMENTA III

AGARRAMENTO, SOBREAQUECIMENTO NO CONTATO


IV
QUEIMADURA COM A PEÇA

ILUMINAÇÃO DO POSTO DE
ILUMINAÇÃO DEFICIENTE II
TRABALHO

RISCOS ELÉTRICOS ATERRAMENTO DA MÁQUINA II

Fonte: (SENAI, 2018)

Abaixo tem-se a foto de um torno na escola antes da proteção, Figura 2 e


depois o torno já com a proteção, Figura 3, base APR realizada.

Figura 2 – Torno mecânico sem proteção


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Fonte: (SENAI, 2018)

Figura 3 – Torno mecânico com proteção

Fonte: (SENAI, 2018)


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5 CONCLUSÃO

O longo histórico de acidentes ocorridos nas empresas ao longo dos anos, com
elevadas taxas de afastamento dos seus trabalhadores, foi o que motivou o
desenvolvimento deste trabalho, assim como a necessidade do conhecimento da
importancia da adequação à NR12.
A aplicação do conhecimento técnico adquirido em sala de aula e em atividades
práticas foi crucial para que a análise da NR12 pudesse ser aplicada a cada
componente da máquina de forma simples, objetiva e de fácil entendimento.
Os objetivos foram atingidos com êxito, todos os pontos em não conformidade
com a NR12. Este trabalho possibilitou demonstrar a importancia de se ter um
equipamento em conformidade com a NR12, através de ferramentas simples que
podem ser aplicadas com o intuito de evitar acidentes que podem chegar ao grau de
gravíssimos e até fatais.
Analisar os acidentes é uma forma preveni-los. A missão do departamento de
segurança do trabalho é justamente evitar que por falta de análise e dedicação, um
trabalhador ou um estudante possa vir se acidentar gravemente.
Foi possível também avaliar que a maioria dos equipamentos não vem com
essas proteções de fábrica. E que seria de grande importancia de as áreas de projetos
e compras, já pudessem se antecipar quanto as solicitações dessas proteções,
visando a melhor qualidade dos projetos de proteções que são confeccionados,
muitas vezes as pressas para atender uma auditoria do Ministério do Trabalho, por
exemplo.
Trabalhar com proteção de máquinas pode ser um grande incentivo a alunos
de cursos profissionalizantes, pois estes mesmos já podem aprender e a tornar esse
tipo de análise, como a APR, uma parte de suas aulas práticas, e que futuramente
isso possa fazer parte da grade curricular do curso e promover profissionais cada vez
mais capacitados ao mercado de trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Luiz Ferreira. Trabalho de Conclusão de Curso – Aplicação da norma NR


12 para circuitos de segurança utilizando controladores lógicos programáveis e
atuadores pneumáticos. São Carlos/SP. 2015

ARRA, G. Evolução da segurança do trabalho e da saúde ocupacional no


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Acesso em: 4 abr. 2014.
BITENCOURT, C.L.; QUELHAS O.L.G. Históricos dos conceitos de
segurança.1998. Disponível em: <http://files.seguranca-
turmaa.webnode.com.br/200000025-0064c015c1/Hist%C3%B3rico.pdfl>. Acesso
em: 4 abr. 2014.

______. NBR 14153:2013: Segurança de máquinas — Partes de sistemas de


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Janeiro, 2013.

CHAGAS, Ana Maria de Resende; SALIM, Celso Amorim; SERVO, Luciana Mendes
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sistemas de informação e indicadores. Brasília - DF: IPEA, 2011.

CICCO, Francesco de; FANTAZINNI, Mário Luiz. Gerência de Riscos: a identificação


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DRAGONE, José Fausto. Proteções de máquinas, equipamentos, mecanismos e


cadeado de segurança. São Paulo: LTR, 2011.

GARCIA, Ernani. Instituto de Engenharia – Aspectos da NR 12 – Segurança no


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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR-12 Segurança no Trabalho em


Máquinas e Equipamentos. Portaria MTE nº 1.893, de 09 de dezembro de 2013
(última atualização Diário Oficial da União).

MORAES, Giovanni. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas. 8. ed.


Rio de Janeiro: Livraria Virtual, 2014.

WEGE, Daniel. Análise de Riscos de Sucesso – APP, APR, HAZOP. Hazoper,


2014.
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SENAI. Processos mecânicos. Tecnologia de Usinagem – Manaus, 2018.

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