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ESCOLA ZONA SUL EIRELI – EPP

ESCOLA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CAIO


FERNANDO ABREU – SEG
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


CONSTRUÇÃO CIVIL
Fernando Silva Santos
TSTP 03
Professora Orientadora: Luciana Pereira

Santiago, maio de 2016.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


1. TEMA:

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, na maioria das


vezes, os acidentes nas obras são as quedas de pessoas e materiais, seguida de
soterramentos e o mau uso de máquinas.
Na construção civil, o trabalho e as atividades se modificam com o decorrer
do tempo e da obra, agravando a ocorrência de situação de risco. Podendo-se citar
a construção de prédios, que, conforme o avanço da obra, aumentam os riscos de
acidentes por quedas de altura.
Isso prova a necessidade de maior investimento em segurança, treinamento
e conscientização dos trabalhadores em situação de riscos de quedas de altura.

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2. JUSTIFICATIVA DO TEMA:

Este trabalho apresenta as prevenções e melhorias no setor da construção


civil em termos de segurança do trabalho, com o intuito de reduzir ocorrências de
acidentes, devidos à falta de informação, conscientização e do uso inadequado de
equipamentos de proteções.
A Construção Civil é responsável pela criação de grande número de
empregos diretos e indiretos, é uma das atividades que nas últimas décadas,
obteve um desenvolvimento bastante acentuado, porém, no Brasil, o descaso com
os trabalhadores continua gerando elevados índices de acidentes de trabalho.
O Brasil está entre os 10 países com maior número de vítimas em acidentes
de trabalho e a cada ano, pelo menos três mil brasileiros morrem vítimas desses
acidentes, de acordo com a Previdência Social (2006).
O setor que concentra maior número de casos é o da construção civil e a
principal causa é a inobservância das normas de segurança, em outras palavras, a
falta do uso de equipamentos de segurança. O resultado disto é o aumento de 60%
no número de mortes no setor da Construção Civil (Jornal Bom Dia Brasil, 2009).
O desenvolvimento das cidades e o crescimento da população fizeram com
que surgisse uma maior demanda por habitações e instalações de empresas. Mas,
devido ao crescente número de obras, surgiram também a falta da mão-de-obra
especializada, os acidentes de trabalho vêm aumentando, sendo que os acidentes
na indústria da construção ultrapassam os da indústria em geral.

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3. OBJETIVOS QUE NORTEARÃO O TRABALHO:

O objetivo deste trabalho é analisar e identificar as causas dos acidentes


de trabalho no setor da construção civil, causados principalmente pela falta de
informação. Propor prevenções e melhorias nos processos e demonstrar que o
uso apenas do Equipamento de Proteção Individual (EPI) por trabalhadores
não é suficiente para evitar acidentes, devendo-se fazer uso dos Equipamentos
de Proteção Coletiva (EPC), além de mostrar que uma das formas de
prevenção, consiste na informação e treinamento dos trabalhadores.
Mostrar que o treinamento aumenta o conhecimento para os riscos de
acidentes, gerando uma melhor percepção e aprendizado para o uso adequado do
Equipamento de Proteção Individual – EPI e Equipamento de Proteção Coletiva –
EPC.

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4. AÇÕES:

O presente trabalho é centrado na prevenção de acidentes, através de


dados coletados em teses, em revisão de literatura, normas, dissertações e livros
específicos sobre o assunto, propondo-se ações para reduzir, minimizar ou
neutralizar os acidentes de trabalho no setor da construção civil abordando os
aspectos técnicos da construção civil e a implementação de métodos para a
garantia de um ambiente de trabalho seguro.

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5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

JAN FEV MAR ABR MAI


ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
1. Escolha do tema X
2. Revisão de literatura X X X
3. Justificativa X
4. Formulação do problema X X
5. Determinação de objetivos X
6. Metodologia X X X
7. Coleta de dados X X
8. Análise e discussão dos resultados X X
9. Conclusão da análise dos resultados X
10. Redação e apresentação do trabalho X
científico

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6. REFERENCIAL TEÓRICO:

6.1. Construção Civil:

Com a revolução industrial na Inglaterra, no século XVIII, surgem novas


formas de trabalho que expondo o trabalhador a uma série de situações perigosas
e inseguras. Além do mais, as péssimas condições físicas destes trabalhadores,
decorrentes da má alimentação, e a falta de higiene existente nos barracões onde
viviam, provocou uma epidemia que se alastrou por diversas indústrias do país
(Histórico da Evolução dos Conceitos de Segurança, 2008).

A construção civil é de grande importância na formação de emprego, é um


ramo que se amplia a cada dia e se sobressai a cada ano, todavia ainda existem
muitas obras clandestinas que oferecem empregos informais, precários e sem
condições nenhuma de segurança. (Revista Científica SMG, 2014).

É de grande importância que o empregador seja consciente de que o


empregado é sua prioridade e que não basta unicamente ter um serviço de
segurança do trabalho, o empregado precisa reconhecer esta preocupação e o
respeito que seus responsáveis têm em relação a sua saúde e bem estar, para
consequentemente sentirem-se mais seguros.

É indispensável ter consciência da quantidade de acidentes e doenças


sucedidas no ambiente de trabalho ou em virtude do exercício do mesmo, para
poder então projetar as ações de segurança e saúde do trabalho que possibilitem
minimizar, reduzir ou neutralizar o problema.

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6.2. Segurança do trabalho:

Segundo Cruz (1996), a segurança do trabalho é uma conquista


relativamente recente da sociedade, pois ela só começou a se desenvolver
modernamente, ou como a entendemos hoje, no período entre as duas grandes
guerras mundiais.

Por segurança do trabalho é definida como uma série de medidas técnicas,


médicas e psicológicas, destinadas a prevenir acidentes profissionais, educando os
trabalhadores nos meios de evitá-los, como também procedimentos capazes de
eliminar as condições inseguras do ambiente de trabalho. (VIEIRA, 1994)

As características das atividades da construção civil expõem os


trabalhadores a inúmeras situações de risco. E mesmo assim, percebe-se que a
maioria dos empresários, engenheiros e construtores estão preocupados apenas
em cumprir aspectos legais, através das rotinas trabalhistas, não havendo
preocupação com a qualidade de vida das pessoas, ficando as condições de
trabalho, na maioria das vezes, inadequadas e inseguras (Sinduscon, 1994 – Pg.
17).

Com isso, a segurança do trabalho na Construção Civil é de suma


importância, não interessando apenas aos trabalhadores, mas também às
empresas e a sociedade, pois um trabalhador acidentado, além de sofrimentos
pessoais, passa a receber seus direitos previdenciários, que são pagos por todos
os trabalhadores e empresas. (VIEIRA, 1994)

Conscientizar a segurança do trabalho, nos dias atuais, é mais que uma


necessidade. Costa (2002) afirma que o treinamento educa os trabalhadores,

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proporcionando-lhe um ambiente de trabalho mais saudável e aumentando a
autoestima dos profissionais da construção.
O treinamento e a formação técnica de profissionais, juntamente à
observância dos fatores humanos relacionados com a segurança, contribuem de
forma eficaz para o adiantamento e controle dos riscos e agentes agressores ao
homem e ao meio ambiente (VIEIRA, 2000, p. 286).

6.3. ACIDENTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Acidente de trabalho ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,


ocasionando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda
ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporária;
Doença do trabalho é aquela doença adquirida ou desencadeada em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente. (DIAS e FONSECA, 1996).

No momento que a empresa investe no funcionário, há uma melhoria de


grande impacto na qualidade e na produtividade, além de boas condições de
trabalho e segurança a todos. (GRANDI, 1985).

A norma regulamentadora nº 18 (NR 18) é utilizada para prevenir acidentes


e dispõe sobre as condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção. Com relação ao canteiro de obra, a norma determina que
independente de tamanho seja necessário seguir regras.

Segundo a Previdência Social, a construção de edificações é o segundo


setor com o maior número de mortes em acidentes do trabalho no país, perdendo
apenas para área de Transporte Rodoviário de Carga.

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As estatísticas apontam que mais da metade dos acidentes fatais (queda em
altura) sejam provenientes da construção civil e assim, a expectativa de
cumprimento e fiscalização de NR’s, especialmente a NR-18, não está
conseguindo conter a expansão desses acidentes. Além disso, 40% das fatalidades
em acidentes ocorrem no trabalho em altura.

A queda é a circunstância de morte mais frequente entre os profissionais da


engenharia civil, em seguida, surgem o soterramento e o choque elétrico.

Em conformidade com dados estatísticos do Ministério da Previdência Social


(MPS), o setor da construção civil registrou 59.808 acidentes de trabalho em 2011,
relacionado aos dados de 2010, o aumento foi de 6,9% a mais. Perante este
cenário, a indústria da construção foi o setor mais autuado pela Auditoria Fiscal do
Trabalho, segundo dados divulgados pela Inspeção em Segurança do Trabalho do
Ministério do Trabalho.

6.3.1. Causas de Acidentes:

 Atos Inseguros:
São elementos importantes que contribuem para o acontecimento de
acidentes do trabalho e que são caracterizados como causas de acidentes que
consistem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da
execução das tarefas de forma distinta às normas de segurança, ou seja, a
violação de um procedimento aceito como seguro, que pode levar a ocorrência de
um acidente.

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 Exemplos de atos inseguros (FUNDACENTRO, 2011):
 Adoção de uma posição inadequada para o trabalho;
 Armazenamento incorreto;
 Brincadeiras indesejáveis.
 Extração dos dispositivos de segurança;
 Falha ao bloquear/resguardar;
 Falta de sinalização ou advertência;
 Levantamento de objetos de forma incorreta;
 Não uso de EPI;
 Operação de equipamentos sem autorização;
 Operação em velocidade inadequada;
 Realização de manutenção de equipamentos em operação;
 Tornar os dispositivos de segurança inoperáveis;
 Trabalho sob a influência de álcool e/ou outras drogas;
 Transporte de maneira incorreta;
 Utilização de equipamento defeituoso;
 Utilização de equipamentos de maneira incorreta;

 Condições Inseguras:
São consideradas falhas técnicas, que presentes no ambiente de trabalho,
afetam a segurança dos trabalhadores e a segurança das instalações e dos
equipamentos.

 Exemplos de condições inseguras (FUNDACENTRO, 2011):


 Condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça,
vapores;
 Desordem;
 Equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes;
 Espaço restrito ou congestionado;

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 Ferramentas, equipamentos ou materiais imperfeitos;
 Iluminação excessiva ou inadequada.
 Perigos de explosão e incêndio;
 Proteções e barreiras impróprias;
 Radiações;
 Ruídos excessivos;
 Temperaturas extremas;
 Ventilação inadequada;

 Eventos Catastróficos:
Eventos que evadem ao controle do homem, suscetíveis de gerar acidentes.

 Exemplos de eventos catastróficos (FUNDACENTRO, 2011):


 Descargas Atmosféricas.
 Desmoronamentos;
 Inundações;
 Tempestades;
 Terremotos;
 Tufões;

6.3.2. Principais Causas de Queda em Altura:

Segundo Roque (2011) as principais causas das quedas de altura são:


• Contato acidental com fios de alta tensão.
• Falha de uma instalação ou dispositivo de proteção. Exemplo: quebra de
guarda-corpo.
• Falta de proteção: Exemplo: guarda-corpo.
• Inaptidão do trabalhador à atividade.
• Método incorreto de trabalho.

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• Perda de equilíbrio: passo em falso, escorregão, etc.

6.3.3. Prevenção de Acidentes contra Quedas em Altura

Dispor segurança nos canteiros de obras deixa de ser uma questão


resolvida apenas com treinamento e compra de equipamentos de proteção
individual. A situação exige uma política de prevenção de acidentes apropriada
para reparar as imprecisões e prevenir as ocorrências.

Perante os aspectos em que possam ser sondados, os acidentes e doenças


decorrentes do trabalho apresentam causas extremamente inconvenientes para a
empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade, por isso a busca pela
prevenção se torna muito importante.

Muitos fatores influenciam para a ocorrência de acidentes e doenças nos


locais de trabalho. Frequentemente, empregam-se elaborações simples e errôneas
para o que causou os acidentes ou doenças, buscando-se, desta maneira, o
consolo para o sofrimento através do pretexto de que foi coisa do destino, má
sorte, obra do acaso, castigo de Deus. Na verdade, todos os acidentes podem ser
contidos se precauções forem aplicadas com antecedência e responsabilidade.

Muitos dos acidentes e doenças resultantes do trabalho ocorrem,


basicamente, por falta de planejamento e gestão gerencial comprometida com o
assunto, por descumprimento da legislação, falta de conhecimento dos riscos
existentes no local de trabalho, ausência de orientação, ordem de serviço ou
treinamento adequado, pela carência de arrumação e limpeza, pela utilização de
drogas no ambiente de trabalho, inexistência de avisos, ou sinalização sonora ou
visual sobre os riscos, pela prática do improviso (jeitinho brasileiro) e pressa, pela
utilização de máquinas e equipamentos ultrapassados ou defeituosos, utilização de
ferramentas gastas ou inadequadas, iluminação deficiente ou inexistente, pela

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utilização de escadas, rampas e acessos sem proteção coletiva adequada, por falta
de boa ventilação ou exaustão de ar contaminado, existência de radiação
prejudicial à saúde, pela utilização de instalações elétricas precárias ou
defeituosas, pela presença de ruídos, vibrações, calor ou frio excessivos e umidade
excessiva ou deficitária.

6.3.4. PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA.

Segundo o Ministério do Trabalho e a FUNDACENTRO (1981 – Pág. 27), se


verifica que na construção civil existem inúmeras situações de elevado risco.

Para neutralizar, reduzir ou minimizar estes riscos devem ser adotadas as


medidas de proteção coletivas e proteção individual, sendo que as medidas de
proteção coletivas contra quedas de altura são:
a) Guarda-corpo
b) Barreiras verticais, e telas fixadas com altura regulável em suportes
verticais,
c) Proteção em aberturas nos pisos,
d) Proteção em vão de elevadores
e) Proteção em vão de escadas fixas,

O item 18.13 da norma Regulamentadora NR 18 trata das medidas de


proteção contra quedas de altura estipulando a obrigatoriedade de instalação de
EPC (Equipamento de Proteção Coletiva), tratando das proteções em aberturas de
pisos, de beirada de lajes, das dimensões para o guarda-corpo rodapé e das
plataformas de limitação de quedas de materiais.

Conforme a norma, a instalação de proteção coletiva é obrigatória sempre


que existir perigo de queda ou de projeção de materiais. A proteção contra quedas

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não inclui apenas as estruturas montadas no local de trabalho e em máquinas e
equipamentos, mas também o conhecimento e implantação de normas e
procedimentos de trabalho destinados a evitar qualquer situação que apresente
risco.

6.4. Sistema de Proteção Coletiva Para Evitar Quedas

De acordo com o Ministério do Trabalho e do Emprego (M.T.E) a construção


civil é o setor industrial que apresenta maior quantidade de acidentes fatais e não
fatais. A falta de proteção para situações de risco de quedas de altura se constitui
na causa principal do elevado número de acidentes ocorridos na construção civil
(Rocha, Saurin e Formoso, 2000).

A proteção coletiva deve ter como prioridade a adaptação de medidas que


evitem a ocorrência de quedas. Não sendo possível, deve-se utilizar recursos de
limitação de quedas.

Através da Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina


do Trabalho (FUNDACENTRO), o Ministério do Trabalho publicou
"Recomendações Técnicas de Procedimentos (RTP)", após sua aprovação pelo
Comitê Permanente Nacional (CPN) sobre Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção (NR 18), visando subsidiar as empresas no
cumprimento da Norma Regulamentadora NR 18.

6.5. Proteção individual

Os equipamentos de proteção individual são regulamentados pelo Ministério


do Trabalho e Emprego (MTE), através da Norma Regulamentadora nº 6, da
Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978.

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Segundo a NR 6 “equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é o principal recurso adotado


para proteger o trabalhador, mas a principal proteção de qualquer trabalhador é um
ambiente de trabalho livre de riscos à integridade física e adequado às condições
necessárias para se preservar a saúde de cada trabalhador e ao meio ambiente.

Os EPI’s tem como finalidade proteger cada profissional individualmente,


ministrando proteção aos membros do corpo que são a cabeça, o tronco, os
membros, a pele e o aparelho respiratório. Podem ser de fabricação nacional ou
importada, devendo conter a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do
Ministério do Trabalho e Emprego.

De acordo com a Norma Regulamentadora NR 6, cabe ao empregador e ao


empregado diversos procedimentos quanto ao uso e funcionamento do
equipamento de proteção individual que deverão ser devidamente seguidos como
disposto na norma. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente.

Alguns direitos e deveres dos empregados e empregadores podem ser


conferidos nas Normas Regulamentadoras Nº. 01 e 06 da Portaria 3214/78 da
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho.
Abaixo alguns exemplos:
 Cabe ao empregador:
Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre
Segurança e Saúde no trabalho;

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Fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento;
Higienizar e realizar manutenção periódica do EPI.
Substituir, imediatamente, o EPI danificado ou extraviado;
Tornar obrigatório o uso do EPI;

 Cabe ao empregado:
Comunicar à Área de Segurança diretamente, ou pelo encarregado ou
mestre-de-obras, quando o EPI tornar-se impróprio para o uso.
Observar as normas de Segurança do Trabalho; - Usar o EPI fornecido pela
empresa para a finalidade a que se destina; - Responsabilizar-se por sua guarda e
conservação;

Sampaio (1998) cita uma lista básica de EPIs devem ser utilizados nas
obras:

1) Proteção craniana:
 Capacete de segurança ½ aba
 Suspensão para capacete

2) Proteção aos olhos e à face:


 Escudo para soldador
 Lentes redondas filtrantes
 Lentes retangulares filtrantes
 Máscara para soldador
 Óculos de segurança contra impactos
 Óculos de segurança panorâmico (ampla visão)
 Óculos para serviços de soldagem

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3) Proteção à face:
 Protetor facial
 Protetor facial acoplado ao capacete

4) Proteção respiratória:
 Filtro para proteção contra poeiras químicas finíssimas
 Filtro para proteção respiratória contra gases, ácidos nitrosos e
halogênicos.
 Filtro para proteção respiratória contra poeiras inertes
 Filtro para proteção respiratória contra vapores orgânicos, solventes e
inseticidas.
 Máscara descartável contra poeiras incômodas
 Máscara descartável para proteção respiratória contra poeiras inertes
 Máscara panorâmica
 Máscara semifacial – respirador

5) Proteção aos ouvidos:


 Protetor auricular tipo concha (abafador de ruído).

6) Proteção ao tronco
a) Proteção geral:
 Avental de raspa
 Avental de PVC

7) Proteção aos membros superiores


Proteção aos braços e antebraços:
 Mangote de raspa

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8) Proteção às mãos:
 Luva de raspa com punho de 8 cm
 Luva de lona com punho de malha de 5 cm
 Luva vinílica com punho de malha

9) Proteção às mãos e antebraços:


 Luva de amianto
 Luva de raspa com punho de 7,15 e 20 cm
 Luva de PVC com forro e punho de 35 e 60 cm
 Luva de PVC sem forro e punho de 45 cm
 Luva de PVC de 1,5mm, sem forro, com punho de 7 cm.
 Luva de borracha para eletricista
 Luva protetora de borracha para eletricista.

10) Proteção aos membros inferiores


a) Proteção às pernas:
 Perneira de raspa

b) Proteção aos pés e pernas:


 Botas impermeáveis de PVC (cano médio) sem palmilha de aço
 Botas impermeáveis de PVC sem palmilha de aço, cano até as
virilhas.

c) Proteção aos pés:


 Calçado de segurança sem biqueira e sem palmilha de aço

11) Proteção contra intempéries/umidade


a) Proteção geral:
 Capa impermeável de chuva

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b) Proteção contra quedas:
 Cinturão de segurança tipo eletricista
 Cinturão de segurança tipo paraquedista
 Trava-quedas

12) Proteção especial


a) Proteção geral:
 Colete refletivo

Para este tipo de proteção, pode-se recorrer a um vasto número de EPI´s:


 Amortecedores de queda;
 Arnês de paraquedas;
 Cintos de segurança;
 Corda linha de vida.
 Mosquetões;
 Paraquedas deslizante;
 Paraquedas retrátil;
 Regulador anti-quedas;

A escolha do EPI a ser utilizado cabe ao Engenheiro de Segurança, que


deverá usar alguns critérios para definir qual o tipo correto de equipamento que
poderá ser usado. Os critérios são: verificar os riscos que o serviço oferece, as
condições de trabalho, definir qual parte do corpo do trabalhador deverá ser
protegida e qual o trabalhador que irá usar o EPI.

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6.6. TÉCNICAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS

A prevenção de quedas de altura deve atender a uma sequencia:

 Redução do tempo de exposição ao risco:


Transferir o que for possível a fim de que o serviço possa ser executado no
solo, eliminando o risco.
EX: Peças pré-montadas.

 Impedir a queda:
Eliminar o risco através da concepção e organização do trabalho na obra.
EX: Colocação de guarda-corpo.

 Limitar a queda:
Se a queda for impossível, deve-se recorrer a proteções que limitem.
EX: Redes de proteção.

 Proteção individual:
Se não for possível a adoção de medidas que reduzam o tempo de
exposição, impeçam ou limitem a queda de pessoas, deve-se recorrer a
equipamentos de proteção individual.
EX: cinto de segurança.

OBS.: Para trabalhos normais, esta técnica de proteção individual deve ficar
limitada a tarefas de curta duração. No entanto, deve-se utilizar a proteção
individual quando o risco total das operações de colocação e/ou desmontagem da
proteção coletiva for superior ao uso da citada proteção coletiva.

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A maioria das medidas de prevenção são simples, mas bastante eficientes.
Com aplicação fácil no canteiro de obra, e possuem um caráter social e humano.
São exemplos:

 Colocar caixas de sugestões nas obras;


 Comprar kits de higiene, com pasta de dente, papel higiênico e
sabonete;
 Conhecer o tipo de vida dos funcionários;
 Conversar com novos estagiários e engenheiros, o que resulta em
novas ideias;
 Elaborar e distribuir pela obra cartazes preventivos falando sobre a
segurança no trabalho;
 Fazer reuniões semanais (DDS), de 5 a 15 minutos;
 Participação de funcionários em reuniões e palestras;
 Pessoas que promovam segurança nos canteiros de obra, motivação
ou até sorteio de cestas básicas;
 Preparar refeições balanceadas.
 Promover a alfabetização dos operários;
 Realizar exames de saúde ocupacional e vacinações. A prevenção
diminui o número de dias de afastamento por atestado médico;

6.6.1. Treinamento

O treinamento é de suma importância, pois se o objetivo de toda a empresa


é ter lucro, para alcançar este objetivo uma empresa precisa ter pessoas
qualificadas produzindo, e para ter estas pessoas, a empresa deve investir na
preparação das mesmas através de treinamentos.

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O treinamento é além de um aperfeiçoamento, um apoio na prevenção de
acidentes, capacitando e habilitando os trabalhadores a conscientizarem-se da
importância do EPC e do EPI no ambiente trabalho, desenvolvendo habilidades
técnicas e profissionais na prevenção de acidentes.

 A Importância e a Necessidade do Treinamento

O treinamento é de grande importância dentro da indústria da construção


civil, para que todos estejam preparados a atingir seus objetivos com êxito.
O setor da construção civil está preparando-se dentro do novo cenário
econômico com soluções para o bom desempenho de suas atividades, e a
capacitação de seus trabalhadores através de treinamento, realizado na maioria
das vezes no próprio ambiente de trabalho, é uma delas, pois incentiva os
trabalhadores a aumentar a produtividade com segurança e o menor esforço.

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7. CONCLUSÃO:

Ao término da pesquisa, conclui-se que apesar do uso dos EPI’s e EPC’s ser
de fundamental importância, de pouco adiantam sem um treinamento correto e
uma boa fiscalização.
Para a melhor compreensão sobre os riscos nos canteiros de obras e
adoção de medidas de prevenção e proteção precisas, é necessário que as normas
técnicas de segurança sejam aplicadas, cobradas e explicadas, com finalidade de
proporcionar ao trabalhador maior informação e um conhecimento mais completo
dos riscos que o mesmo corre, para que se tenha uma percepção clara da questão
e atue de forma consciente e segura. Para isso, é de fundamental importância que
haja treinamentos, DDS, palestras, conscientizações e uma rigorosa fiscalização.

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8. REFERÊNCIAS:

 Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho - Modelo


SESI em Saúde e Segurança no Trabalho, 2005.
 COSTA, Maria Lívia da Silva; ROSA, Vera Lúcia do Nascimento. 5s
no Canteiro. São Paulo: O Nome da Rosa, 2002.
 CRUZ, S. O ambiente do trabalho na construção civil: um estudo
baseado na norma. Santa Maria, 1996. Monografia (Especialização em Engenharia
de Segurança do Trabalho) - Programa de Pós Graduação em Engenharia de
Produção, UFSM.
 DIAS, Luiz Alves; FONSECA, Manoel Santos. Plano de segurança e
de saúde na construção. Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições
de Trabalho e Instituto Superior Técnico - Departamento de Engenharia Civil, 1996.
 FUNDACENTRO, Introdução á Engenharia de Segurança do
Trabalho, SP 1981.
 FUNDACENTRO, Recomendações Técnicas de Procedimentos nº1 –
Medidas de Proteção contra Quedas de Altura, 2001.
 FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos – RTP nº
1: medidas de proteção contra quedas de altura. São Paulo, 1999 a.
 GRANDI, Sônia Lemos Desenvolvimento da Indústria da construção
no Brasil: mobilidade e acumulação do capital e força de trabalho. São Paulo, 1985.
Tese de doutorado em filosofia, letras e Ciências Humanas, Universidade de São
Paulo.
 Norma Regulamentadora 18 - Medidas de Proteção Contra Quedas
de Altura – NR 18.13
 Norma Regulamentadora 6 - Equipamento de Proteção Individual,
1978.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


 ROCHA, C.A.; SAURIN, T.A.; FORMOSO, C.T. Avaliação da
aplicação da NR-18 em canteiros de obras. XX Encontro Nacional de Engenharia
de Produção. São Paulo, 2000.
 ROQUE, Alexandre Rogério. Palestra - Prevenção de acidente nos
trabalhos em altura. Disponível em:
http://www.saudeetrabalho.com.br/download/trab-alturaalex.pdf
 SAMPAIO, José Carlos de Arruda – PCMAT: Programa de Condições
e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção – São Paulo, SP: Pini:
SINDUSCON/SP, 1998.
 Sindicato da indústria da construção civil – SINDUSCON: Paraná,
1994.
 VIEIRA, Ivone Sebastião. Manual de Saúde e Segurança do Trabalho.
Volume 2. Florianópolis: MESTRA, 2000.
 VIEIRA, Sebastião Ivone Medicina Básica do Trabalho. 1. ed. Vol.II.
Curitiba: Gênesis, 1994.

 A eficácia do uso dos EPI's e a neutralização do risco em ambientes


insalubres/perigosos e a análise do tema pelo STF em sede de recurso
extraordinário. Jus Brasil. Disponível em:
<http://drafernandacarvalhocampos.jusbrasil.com.br/artigos/113716292/a-eficacia-
do-uso-dos-epi-s-e-a-neutralizacao-do-risco-em-ambientes-insalubres-perigosos-e-
a-analise-do-tema-pelo-stf-em-sede-de-recurso-extraordinario>. Acesso em: 03 de
fevereiro de 2016.
 A importância do treinamento nas empresas. Disponível em:
<http://daniella-adm.blogspot.com.br/>. Acesso em: 08 de fevereiro de 2016.
 Acidente de trabalho: causas e suas consequências. Conteúdo
Jurídico. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,acidente-de-
trabalho-causas-e-suas-consequencias,34481.html>. Acesso em: 11 de janeiro de
2016.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


 Acidentes de trabalho na construção civil – Qualidade Online's Blog.
Disponível em: <https://qualidadeonline.wordpress.com/2014/01/29/acidentes-de-
trabalho-na-construcao-civil/> Acesso em: 15 de janeiro de 2016.
 Acidentes de trabalho na construção civil. QUALIDADE ONLINE'S
BLOG. Disponível em:
<https://qualidadeonline.wordpress.com/2014/01/29/acidentes-de-trabalho-na-
construcao-civil/>. Acesso em: 18 de fevereiro de 2016.
 Ações preventivas contribuem para redução de acidentes na
construção civil. Disponível em:
<http://www.fiepr.org.br/sindicatos/sindicaf/News21531content197471.shtml>.
Acesso em: 03 de fevereiro de 2016.
 Artigo: EPI, por quê? Comissão interna de prevenção de acidentes.
PUC – SP. Disponível em: <http://www.pucsp.br/cipa/artigos/epi.html>. Acesso em:
13 de janeiro de 2016.
 Blog NR Fácil. Disponível em: <http://nrfacil.com.br/blog/?p=2914>.
Acesso em: 22 de janeiro de 2016.
 Como prevenir acidentes no canteiro. Revista M&T – Manutenção e
Tecnologia. Disponível em: <http://www.revistamt.com.br/index.php?
option=com_conteudo&task=viewMateria&id=73>. Acesso em: 12 de janeiro de
2016.
 Construção é o 2º setor com o maior número de mortes em acidentes
de trabalho no país – UOL Notícias. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/12/06/construcao-e-o-
segundo-setor-com-o-maior-numero-de-mortes-em-acidentes-do-trabalho.htm>.
Acesso em: 24 de janeiro de 2016.
 Disponível em:
<http://www.dasolabrava.org.br/wp-content/uploads/2011/05/Seguran%C3%A7a-
do-trabalho-em-alturas-para-instala%C3%A7%C3%A3o-de-SAS_Final-
jun2011.pdf>. Acesso em: 29 de janeiro de 2016.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


 Disponível em:
<http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1227209981.pdf>. Acesso em: 17 de
janeiro de 2016.
 Disponível em: <https://www.google.com.br/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi98veA
3czKAhXFh5AKHf--AwwQFggjMAE&url=http%3A%2F%2Fwww.fundacentro.gov.br
%2Fbiblioteca%2Frecomendacao-tecnica-de-procedimento%2Fdownload
%2FPublicacao%2F147%2Frtp01-
pdf&usg=AFQjCNHtgmU8kvUd7ml8frOz8RzR25kIoQ>. Acesso em: 30 de janeiro
de 2016.
 Principais causas de acidentes de trabalho ocorridos na construção
civil - Revista Científica SMG Disponível em:
<http://www.alvoradamaringa.com.br/revista/index.php/smg/article/view/35> Acesso
em: 13 de janeiro de 2016.

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