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Rio de Janeiro
2022
FÁBIO LUAN DOS SANTOS NUNES FERREIRA
Rio de Janeiro
2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço infinitamente a Deus, por me dar foças para alcançar mais esse
objetivo e por não desistir da jornada acadêmica.
À minha família, pelo apoio, incentivo e amor incondicional.
Aos professores, em especial meu orientador, pela dedicação em todos os
momentos, tornando possível a conclusão deste trabalho.
RESUMO
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2. METODOLOGIA
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3. DESENVOLVIMENTO
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nessa indústria, alinhado à precariedade e à fragilidade das normas técnicas e das
leis relacionadas à segurança do trabalho nesse segmento (FILGUEIRAS et al.,
2015).
Apesar de todos os inúmeros esforços voltados à preservação da integridade dos
colaboradores durante o exercício laboral, eventos indesejados podem ter lugar e
resultar lesões de distintos graus, temporárias ou permanentes e que, por vezes,
podem levar até mesmo à morte não apenas desses, mas, também, de terceiros,
com ou sem ligação direta com o ambiente produtivo em que esse se desenvolve
(BARSANO, 2015).
Conforme Cardella (2016) a redução dos acidentes tem sido considerada um
dos mais fortes desafios à inteligência do homem. Pode-se dizer que muito trabalho
físico e mental e grandes somas de recursos têm sido aplicados em prevenção,
porém, acidentes de trabalho continuam sobrevindo, desafiando permanentemente
todos esses esforços.
Define-se como acidente de trabalho aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho. Nessa abordagem conceitual, destaca-se que a empresa é
responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção,
segurança e saúde do colaborador no ambiente de trabalho (ANJOS; STOCO,
2019).
Nesse sentido, Nunes (2014) relata que ultimamente a função segurança consiste
no conjunto de ações exercidas com o intuito de reduzir danos e perdas provocados
por agentes agressivos. Todavia, ela deve estar entre uma das cinco funções
complementares vitais que devem ser exercidas juntamente com a missão de
qualquer organização. Dessa forma, torna-se imprescindível o equilíbrio das funções
vitais, ou seja, deve-se considerar a função segurança na produtividade, na
qualidade dos produtos, na preservação ambiental e no desenvolvimento de
pessoas. Logo, a gestão da segurança deve ser integrada à gestão das demais
funções vitais, o que requer uma visão holística da segurança nas organizações.
Barsano (2015) argumenta que quanto mais bem aplicadas às medidas de
segurança do trabalho, maior a probabilidade de êxito na prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais. Dessa forma, a segurança do trabalho racionalmente aplica
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resulta em estabilidade operacional em razão do equilíbrio permanente da mão-de-
obra; melhor produtividade, devido ao bom estado de espírito de quem trabalha em
lugar seguro; menor número de reparos em maquinaria e instalações e menos
desperdício de materiais; mais estabilidade nos custos operacionais; melhor
ambiente social na empresa; melhor imagem da empresa na comunidade e diante
das autoridades competentes.
Nessa perspectiva, destaca-se que empresas que se utilizam de mão-de-
obra como parte integrante do processo produtivo e oferecem situações de riscos
aos colaboradores devem adotar medidas de segurança do trabalho com objetivo de
reduzi-los ou eliminá-los ou ainda controlar os riscos existentes. Dessa maneira, as
empresas tem a responsabilidade de manutenção e melhoria das condições de
trabalho (MONTENEGRO; SANTANA, 2012).
Na construção civil a execução do trabalho devido às suas características tem
sido considerada perigoso, uma vez que expõe os colaboradores a diversos riscos
ocupacionais. Dessa maneira, devido às suas características no trabalho, a atuação
preventiva requer objetivo na antecipação e reconhecimento dos riscos no intuito de
garantir a saúde e segurança dos colaboradores, protegendo assim tanto os
colaboradores quanto os patrimônios próximos aos canteiros de obras (SESI, 2018).
Nessa vertente, destaca-se que a construção civil apresenta significativa
representação na dimensão socioeconômica, o que insinua na necessidade de se
desenvolver novas práticas de gestão que busquem, além dos hodiernos programas
de treinamento, um enfoque na mudança de comportamento e no comprometimento,
tanto da alta administração quanto do colaborador, propendendo a excelência em
segurança e saúde no trabalho (SILVA, 2019).
Benite (2014) argumenta que a segurança do trabalho caracteriza-se como
atividade de prevenção e é de responsabilidade empresarial (construtora). Destarte,
a empresa deve definir os seus procedimentos e responsabilidade para com a saúde
e segurança no ambiente de trabalho; identificar os principais riscos inerentes à
saúde e segurança no trabalho com objetivo de amenizá-los ou eliminá-los; fornecer
informação e treinamento; inspeção regular do local de trabalho, além de fornecer
equipamentos de proteção individual (EPI) e informações necessárias quanto ao uso
adequado dos mesmos.
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Na concepção de Bridi et al. (2013) os treinamentos e capacitações são
consideradas ferramentas imprescindíveis para garantir que os colaboradores
adquiram conhecimento a respeito dos riscos inerentes à atividade laboral, além de
adquirir habilidades para evita-los ou controla-los.
Gomes e Silva (2019) relata que os colaboradores tem o direito de receber
informações sobre os perigos à saúde e segurança, medidas preventivas. Desse
modo, todos os colaboradores devem entender como trabalhar com segurança, além
disso, eles têm a responsabilidade de cuidar tanto de sua própria segurança quanto
dos colegas, conforme treinamento e instruções. Nessa abordagem, vale destacar
que os colaboradores devem fazer uso correto de máquinas e equipamentos de
proteção individual (EPI). Portanto, cabe à empresa fornecer a medidas de
segurança, aplica-las e os colaboradores utilizarem de forma correta.
Peinado (2019) aponta que a falta de segurança do trabalho no segmento da
construção civil gera impactos na produtividade mediante dias perdidos nas obras
por acidentes de trabalho. Desse modo, as faltas ao trabalho representam a
extensão da incapacidade para o desempenho das atividades laborais por parte do
colaborador e podem ser reduzidas ou evitadas através de programas preventivos
e/ou ambientes saudáveis e seguros.
Segundo Barbosa Filho (2015) a falta ao trabalho por parte do colaborador na
construção civil além de representar a falha de segurança no trabalho expressa
também uma face relevante de despesas, uma vez que o absenteísmo representa
pagamento de salários durante o período de afastamento do colaborador,
contratação e treinamento de substitutos, obra parada, além de redução de ritmo de
produção pós-acidente.
Conforme Silva (2019) a ausência da segurança do trabalho na construção
civil acaba causando problemas de relacionamento humano, produtividade,
qualidade quanto aos serviços prestados, bem como aumento de custos/despesas.
Portanto, uma obra na qual não investe em segurança do trabalho ocasiona
prejuízos socioeconômicos, haja vista que o acidente de trabalho em si implica baixa
produção, aumento de prazos da obra denotando reorganizar cronograma, além de
redução no ritmo de trabalho.
Na concepção de Benite (2014) a abrangência dos custos da falta de
segurança de trabalho no contexto da construção civil deve ser amplamente
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conhecida pelas empresas construtoras, uma vez que os recursos desperdiçados
diante da ocorrência de um acidente de trabalho, por exemplo, podem servir como
argumento fatídico para realização de investimentos que reduzam ou eliminem a sua
ocorrência.
Frota e Feitosa (2011) afirma que para ser implantadas medidas de segurança no
setor da construção civil deve-se ser dispendidos custos referentes a sua
implantação, manutenção e avaliação, pois, a segurança do trabalho atua com
objetivo de não ocorrer falhas, além de corrigir as falhas, com intuito de integridade
física e psíquica do colaborador para bem-estar diante de suas atividades laborais.
Contemporaneamente, Bridi (2012) relata que o índice de acidentes de
trabalho na construção civil vem reduzindo bastante pelo fato de muitas empresas
do ramo já estarem utilizando sistemas de gestão integrada, ou seja, gestão de
segurança, saúde, meio ambiente, qualidade e responsabilidade social, inclusive
com certificação internacional.
Barbosa Filho (2015) argumenta que a construção civil já não tem sido vista
como vilã no cenário dos acidentes de trabalho, mesmo que ainda haja muito a fazer
quanto à segurança e à saúde do trabalhador dessa área. Entretanto, com todas as
normas e leis, ainda falta atitude por parte dos empresários que, muitas vezes,
encaram a segurança como despesa e não como investimento.
Para Silva (2019) apesar de inúmeros esforços de múltiplos setores, a
construção civil ainda mantém elevados índices de acidentes de trabalho, sendo os
motivos muito variados. Nesse contexto, tem sido realizadas sugestões no sentido
de minimizar os acidentes e os incidentes que ocorrem na construção civil. Dessa
maneira, com a implementação de programas de segurança, especificamente para
esse segmento, busca-se prioritariamente a prevenção dos acidentes graves e fatais
relacionados com quedas de alturas, soterramentos, choques elétricos e
provenientes do uso de máquinas e equipamentos sem proteção adequada. Nessa
abordagem, destaca-se a relevância da NR-18 como norma especifica da
construção civil.
Sabendo-se da importância da segurança no contexto da construção civil
torna-se viável descrever uma contextualização da NR-18 e a sua proeminência
para o setor.
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3.1CONTEXTUALIUZAÇÃO DA NR-18 E SUA IMPORTÂNCIA
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NR11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais
NR12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
NR13 Caldeiras, Vasos de Pressão, Tubulações e tanques metálicos de
armazenamento
NR14 Fornos
NR15 Atividades e Operações Insalubres
NR16 Atividades e Operações Perigosas
NR17 Ergonomia
NR18 Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da
Construção
NR19 Explosivos
NR20 Segurança e Saúde no trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
NR21 Trabalho a Céu Aberto
NR22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR23 Proteção Contra Incêndios
NR24 Condições de Higiene e Conforto nos Locais de Trabalho
NR25 Resíduos Industriais
NR26 Sinalização de Segurança
NR27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no
Ministério do Trabalho
NR28 Fiscalização e Penalidades
NR29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário
NR30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária,
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde
NR33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção, Reparação e Desmonte Naval
NR35 Segurança e saúde no Trabalho em Altura
NR36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados.
NR37 Segurança e Saúde em plataformas de petróleo
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implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da
construção. Portanto, seu campo de aplicação concentra-se nas atividades da
indústria da construção constantes da seção “F” do Código Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE e às atividades e serviços de demolição, reparo, pintura,
limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras de
urbanização.
Segundo Chirmici e Oliveira (2016) a NR18 tem por objetivo principal o
estabelecimento de procedimentos que garantam a segurança dos trabalhadores da
indústria da construção, em todas as fases do processo construtivo. Desse modo,
esses procedimentos se referem a diretrizes de ordem administrativa, planejamento
e de organização, e visam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de
trabalho.
A NR18 caracteriza-se como norma setorial, pois trata de uma atividade
econômica específica, a construção civil. Essa é uma das atividades econômicas
responsáveis pelo alto índice de acidentes de trabalho no Brasil, podendo-se citar
que entre as principais causas desses acidentes estão as quedas de altura,
soterramentos e choques elétricos . Assim, torna-se do conhecimento geral perceber
que os acidentes poderiam ser drasticamente reduzidos se fossem respeitados os
preceitos básicos da NR18 sobre proteção coletiva, entre outros (CAMISASSA,
2019).
Conforme determina a NR18 o almoxarifado precisa estar instalado em lugar
que facilite a recepção e a distribuição de materiais pelo canteiro da obra e os
materiais em si necessitam ser de acesso e manuseio fáceis, devendo os materiais
tóxicos, explosivos e corrosivos ser identificados, armazenados em local sinalizado e
isolado, e apartados por compatibilidade química. Desse modo, o almoxarifado
necessita ser identificado, mantido limpo e organizado, de maneira a não atrapalhar
a circulação de pessoas e materiais. Além disso, o acesso aos equipamentos de
combate a incêndio precisa estar facilitado (BRASIL, 2018).
Existem diversos programas relacionados à saúde e segurança do
trabalhador que são obrigatórios e devem ser de conhecimento dos profissionais que
atuam no setor da construção civil, sendo um deles o Programa de Gestão Riscos,
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requisitos de elaboração e implantação de PGR na obra, estimativa de riscos
ocupacionais riscos e precauções correspondentes. Quanto à elaboração, o PGR
deve ser elaborado por profissional de segurança do trabalho legalmente habilitado
e realizado sob responsabilidade da organização. De acordo com esta abordagem,
refere-se que em canteiros de obras com altura de até 7 m e com no máximo 10
trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional habilitado em segurança
do trabalho e realizado sob responsabilidade da organização (CÉSPEDES; ROCHA,
2021).
Diante disso, a PGR, além de atender aos requisitos da NR-01, deverá ter
projeto de área de convivência do terreno e eventuais fachadas do prédio; projeto
elétrico de obras temporárias; projeto de sistema de proteção coletiva; projetos
pessoais de sistema anti-queda; lista de Equipamentos de Proteção Individual e
suas respectivas especificações, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.
Em suma, a PGR visa proteger integralmente os trabalhadores da construção civil e
cada projeto que a integra deve ser elaborado por um profissional legalmente
habilitado.
Na concepção de Barsano (2015) todos os colaboradores da indústria da
construção devem ser submetidos a treinamento admissional e periódico. Dessa
forma, a NR18 define a carga horária mínima de seis horas e conteúdo programático
somente do treinamento admissional no qual deve abranger, informações sobre as
condições e meio ambiente de trabalho; riscos inerentes a sua função; uso
adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI); informações sobre os
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) existentes no canteiro de obra. Nesse
contexto, aborda-se que esses treinamentos não apresentam caráter de
capacitação, mas sim preventivo, de modo a fornecer subsídios aos colaboradores
para que exerçam suas atividades de forma segura.
Céspedes e Rocha (2021) complementam que, de fato, para se obter níveis
ideais de segurança no trabalho, tem-se que partir dos níveis mínimos exigidos pela
NR-18 - Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção.
Portanto, mediante exposto nota-se a necessidade de efetivação da segurança do
trabalho na construção civil, além das suas contribuições socioeconômicas.
Em síntese, a NR18 tem sido considerada imprescindível para a saúde e
segurança dos colaboradores no âmbito da construção civil. Tendo conhecimento
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disso, torna-se viável descrever os benefícios da segurança do trabalho no contexto
da construção civil.
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considera a proteção da integridade física e mental dos empregados como um
benefício social, e a empresa desenvolve um ambiente de trabalho adequado não só
à integridade física, mas também à integridade psicológica, por exemplo, adotando
programas preventivos; Por fim, a segurança do trabalho na construção civil confere
uma imagem corporativa, visto que a adoção de medidas de segurança do trabalho
proporciona fortalecimento organizacional e expansão no mercado.
Barbosa et al. (2012) destaca que a segurança do trabalho nas obras é uma
preocupação constante tanto das empresas quanto dos colaboradores. Nesse
sentido, uma das formas de investir em segurança nesse segmento é conduzir os
negócios com mais eficiência, segurança e eficácia; além disso, o investimento em
treinamento e educação na construção civil torna-se indispensável para a
conscientização contínua e, consequentemente, o aumento da produtividade e
redução dos custos de rotatividade de pessoal.
Em súmula, as medidas de segurança no contexto da construção civil
demonstram proeminência, sobretudo, de cunho socioeconômico, mediante a
redução de acidentes, propiciando saúde, qualidade de vida e bem-estar para os
colaboradores, bem como aumento da produtividade e redução de gastos.
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4. CONCLUSÃO
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5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
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