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XLII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

"Contribuição da Engenharia de Produção para a Transformação Digital da Indústria Brasileira"


Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2022.

PREVENÇÃO ATRAVÉS DE PROJETOS - PtD: ESTUDO DE


CASO EM UMA EMPRESA DE PROJETOS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
Ingryd Lins Paes de Araújo (PPGEPS - Universidade Federal da Paraíba)

Maria Christine Werba Saldanha (PPGEPS- Universidade Federal da Paraíba)

Paula Marianne Correia (PPGEPS-Universidade Federal da Paraíba)

O setor da construção civil destaca-se pela contribuição para economia,


absorção de mão de obra e elevada da taxa de acidentes do trabalho.No
que diz respeito a segurança do trabalgo, a falta de atenção na fase da
concepção do projeto, trazem como consequências situações de risco
nas etapas de construção, uso e manutenção. O interesse sobre o
conceito de projetar para a segurança na construção vem crescendo e
sendo reconhecido como uma intervenção viável e vantajosa. Este artigo
teve teve como objetivo compreender a atividade de concepção e
desenvolvimento de projetos em uma empresa de projetos voltados para
empreendimentos de construção civil, com foco no conhecimento e
implementação dos conhecimentos de Prevenção através do
Projeto(PtD). Para isto foi aplicada metodologia baseada na Análise
Ergonômica do Trabalho(AET) para modelar a atividade dos
projetistas. Foram realizadas ações conversacionais e entrevistas com
os profissionais do setor de projetos da empresa analisada. A partir da
análise da atividade dos projetistas, foi possível identificar: falta de
conhecimento e aplicação do conceito de PtD; desconhecimento do
impacto das decisões projetuais sobre a segurança do trabalho nas fases
de execução e manutenção; falta de conhecimento prático sobre os
processos construtivos; ausência de colaboração entre construtores e
projetistas; baixa comunicação entre projetistas e executores do
projeto; ausência de feedback dos aspectos projetuais positivos e
negativos para melhoria dos projetos futuros;. Este trabalho contribui
para o entendimento do conhecimento sobre a implementação prática
do conceito de PtD e o delineamento de ações que possam melhorar as
condições de trabalho e a segurança dos trabalhadores da construção
civil.

Palavras-chave: Projeto. Ergonomia. Segurança do trabalho. Construção Civil.


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1. Introdução
O setor da construção civil está atrelado ao desenvolvimento econômico, porém é
caracterizado por problemas sérios em relação às condições de trabalho, baixa qualificação e
altos índices de acidentes (OLIVEIRA, 2012). Segundo Fang e Wu (2013) a taxa de acidentes
de trabalho no setor de construção, em todo o mundo, está entre as mais altas em relação a
outras indústrias, com aproximadamente cinco mortes ocorrendo a cada dia de trabalho.
No que diz respeito a segurança, a falta de atenção a determinados fatores na fase da
concepção do projeto, trazem como consequências inúmeras situações de risco nas etapas de
execução e manutenção (MELO FILHO et al., 2012). A situação ideal é que a segurança dos
trabalhadores da construção seja uma consideração primordial dos projetistas e planejadores
nas fases conceitual e preliminar do projeto (GAMBATESE; BEHM; RAJENDRAN, 2008).
De acordo com Gambatese, Behm e Rajendran (2008), o interesse sobre o conceito de
projetar para a segurança na construção vem crescendo e sendo reconhecido como uma
intervenção viável e vantajosa a ser implementada, a fim de melhorar o desempenho de projetos
na construção civil. Projetar para a segurança do trabalhador da construção deve ter como
finalidade a redução dos riscos, devendo ser realizada através de uma abordagem em equipe,
com colaboração entre o projetista, proprietário e construtor (GAMBATESE; BEHM;
RAJENDRAN, 2008). As escolhas de projeto, frequentemente, determinam os métodos de
construção e cronograma, no entanto, é dada atenção limitada à segurança durante a fase de
projeto (HINZE E WIEGAND, 1992).
Buscando compreender o conhecimento e a utilização do conceito de prevenção através
do projeto (PtD) em empresas de construção, este artigo apresenta os resultados da analise da
atividade dos projetistas (arquiteto e engenheiros) em uma empresa de projetos de construção
civil, que elabora projetos de obras de infraestrutura em parceria público-privada, utilizando a
a metodologia fundamentada na Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Este artigo está inserido no projeto de pesquisa e desenvolvimento “Projetando a partir
da análise da atividade de execução, uso e manutenção de edificações: abordagem da
Ergonomia, da Engenharia de Resiliência e do Safety II” (SALDANHA, 2016).

2. Principais conceitos
2.1 Prevention Through Design (PtD)
Prevention Through Design (prevenção através do projeto) é uma metodologia aplicada
à diversas fases do processo de projeto, que busca identificar e mitigar os riscos e perigos que

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os trabalhadores da construção estarão expostos na execução do projeto. Como resultado, tem-


se a identificação sistemática de perigos e riscos e a introdução de soluções de projeto
mitigadoras que atendam aos requisitos de projeto, bem como cria um ambiente de trabalho
seguro para os trabalhadores (KAMARDEEN, 2010).
Segundo Kamardeen (2010) a principal característica do processo PtD é a introdução do
conhecimento de segurança nas decisões de projeto, que inlcui:
 Analisar os métodos de construção do projeto e os riscos enfrentados pelos
trabalhadores no local no processo de construção.
 Sugestões de projeto seguro para fazer alterações no projeto ou incorporar dispositivos
de segurança no projeto.
 Medidas de segurança no local para eliminar ou reduzir os riscos de perigos que não
puderam ser eliminados na fase de projeto
2.2 Ergonomia
A International Ergonomics Association (IEA, 2020) define a ergonomia como uma
disciplina científica relacionada com a compreensão das interações entre os seres humanos e
outros elementos ou sistemas, visando otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do
sistema. Os ergonomistas podem contribuir para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando compatíveis com suas
necessidades, habilidades e limitações. Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia-
ABERGO (2011), a Ergonomia trata do estudo das interações dos seres humanos com a
tecnologia, organização e o ambiente, que busca à melhoria de forma integrada e não-
dissociada, da segurança, do conforto, do bem-estar e da eficácia das atividades humanas.
Segundo Daniellou e Béguin (2006), a ação ergonômica se baseia num conjunto de
fundamentos, com a capacidade de mobilizar conhecimentos e métodos adaptados a
determinada situação. Procura analisar as situações no trabalho, existentes ou futuras. Estas
levam em consideração alguns critérios dos trabalhadores, trazendo um problema com
orientações teóricas e metodológicas, onde busca expor o desempenho produtivo e os efeitos
da atividade sobre os processos de trabalho. Para a eficácia da ação ergonômica, deve-se
mobilizar, simultaneamente, os conhecimentos e métodos existentes e, permanecer disponível
para a descoberta de dimensões que esses conhecimentos e métodos preliminares não tinham
permitido prever. Segundo Daniellou e Béguin (2006) o ergonomista deve-se considerar não
apenas os operários, mas todos os trabalhadores que constituem a empresa, como gerência e
direção, só assim poderão compreender a situação em seu contexto.
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A análise da atividade é o principal resultado da AET e consiste em compreender o que


é efetivamente realizado pelos trabalhadores, possibilitando estabelecer relações entre os
determinantes da atividade analisada (VIDAL, 2003). Conforme Guerín (2001), a análise da
atividade busca compreender como o trabalhador executa a gestão das variabilidades
decorrentes do processo produtivo, verificando as regulações utilizadas por ele na situação de
trabalho. O trabalho será caracterizado de acordo com a atividade, onde devem ser levado em
consideração os fatores externos e internos do trabalho. A análise da atividade organiza e
estrutura os componentes da situação de trabalho. Mas para o ergonomista apenas a atividade
não é interessante, ele precisa compreendê-la para permitir que haja transformação no trabalho
(GUERÍN, 2001).

3. Metodologia
Este artigo utiliza a metodologia fundamentada na Análise Ergonômica do trabalho –
AET, a qual é constituída pelas seguintes fases: instrução/construção das demandas,
modelagem da atividade, projeto e construção de soluções adequadas à organização (VIDAL,
2003). Em virtude do isolamento social decorrente da pandemia de covid-19, algumas atividades
previstas na metodologia da AET tiveram que ser adaptadas. Assim, as reuniões e ações
conversacionais foram realizadas de modo virtual e, não foram realizadas observações in loco.

3.1 Construção da demanda


A demanda apresentada neste estudo caracteriza-se como uma demanda provocada,
processo no qual as hipóteses de demanda são levada a uma “empresa” por meio de uma análise
prévia do trabalho, realizada através de um referencial teórico, situação de referência e/ou
experiencia prévia dos pesquisadores e profissionais envolvidos (SALDANHA, 2004;
SALDANHA, et al., 2012). As hipóteses de demanda são afirmações intuitivas que deverão ser
demonstradas a luz dos dados disponíveis e/ ou coletados em campo. (VIDAL, 2003).
O primeiro contato com a empresa se deu de forma virtual, através do whatsapp a fim
de verificar sobre a possibilidade e interesse da empresa na realização do estudo.
Posteriormente, foram realizadas reuniões de forma online.
A demanda para este estudo fundamentou-se-se na proposição de que a segurança das
atividades de execução e manutenção não são prioridade na fase de concepção e elaboração
dos projetos, não integrando a rotina de trabalho dos projetistas revisar os projetos para prevenir
os riscos de acidentes que possam ser gerados na execução ou manutenção das edificações.
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3.2 Construção social


A Construção Social (CS) consiste numa estrutura de ação participativa, técnica e
gerencial que é constituída desde a etapa de instrução/construção da demanda em uma
intervenção ergonômica (VIDAL, 2003; SALDANHA, 2004). A CS é constituída por grupos
de pessoas que estão envolvidos, direta ou indiretamente, em uma determinada situação de
trabalho, participando do levantamento das informações e/ou validações e restituições destas,
de modo a permitir o conhecimento sobre a atividade analisada e a proposição e implementação
das melhorias (VIDAL, 2003; SALDANHA, 2004. SALDANHA, et al., 2012).
No presente estudo, a construção social foi desenvolvida a partir da análise das demanda
selecionada. Esse processo possibilitou a identificação dos integrantes dos grupos que
colaboraram com o estudo e forneceram as informações fundamentais para compreender a
atividade analisada. A composição e a função de cada um destes grupos (VIDAL, 2003;
SALDANHA, 2004) serão descritos a seguir (Figura 1).
 Grupo de Ação Ergonômica (GAE), constituído pela parceria entre a Universidade e a
empresa que participou da pesquisa. O GAE externo é composto pela coordenadora e
as duas mestrandas envolvidos no projeto, e o GAE interno é composto pelo arquiteto
da empresa;
 Grupo de Suporte (GS), representado por pessoas com poder de decisão na situação de
trabalho. No caso desta pesquisa, a coordenadora de projetos e o arquiteto da empresa ,
compoem o o Grupo de Suporte interno (GSint) e, a coordenadora da pesquisa o GS
externo;
 Grupo de Acompanhamento (GA), composto por pessoas que compoder de decisão
técnica. Nesta pesquisa foi pela arquiteto (GAint) e pela coordenadora da pesquisa
(GAext);
 Grupos de Foco (GF), representados pelos diversos profissionais que participam em
momentos distintos da pesquisa (levantamento dos dados, restituição e validação de
informações). O GF-1 é composto pelo arquiteto e design de interiores; o GF-2 é
composto pelo engenheiro estrutural; o GF-3 é composto pelo engenheiro responsável
pelos projetos hidráulicos e sanitários.

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Figura 1 - Construção social

Fonte: adaptado de (VIDAL, 2003; SALDANHA, 2004, SALDANHA et al,, 2012)

3.3 Análise global


Na análise global foram utilizados métodos e técnicas interacionais (ação
conversacional e entrevistas), coletadas por meio de dois roteiros de conversação, um
especificamente para análise global da empresa e o outro para análise da atividade, e um roteiro
de entrevista para coleta dos perfil sócio-profissional. Participaram dessa fase o arquiteto, a
design de interiores e as duas engenheiras civil responsáveis pelo projeto estrutural e projetos
complementares.
3.4 Análise da atividade
Após a análise global, foi realizada a análise da atividade com o profisional que elabora os
projetos arquitetônicos. As principais técnicas de coleta de dados utilizadas nesta pesquisa possuem
natureza participativa, demandando níveis de envolvimento das pessoas da empresa. Então esse
momento da pesquisa foi realizado por meio de ação conversacional com o arquiteto, de forma online,
onde foram coletadas informações sobre a elaboração dos projetos
Foram utilizados dois roteiros, o primeiro voltado para o estudo da população alvo da
pesquisa (engenheiros civis, arquiteto e design de interiores), coletando informações sobre o
histórico de formação, experiência profissional e na concepção de projetos. O segundo roteiro,
foi aplicado, aos mesmos profissional, buscando uma compreensão do trabalho realizado no
escritório. A ação conversacional permitiu aprofundar a comunicação, levando-se em conta o
real contexto produtivo com o intuito de identificar os determinantes da atividade de trabalho.

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Ao longo das fases das fases de análise global e análise da atividade, três profissionais
foram entrevistados, uma engenheira civil que é mais focada na área administrativa da empresa,
mas que também elabora orçamentos e projetos, uma engenheira civil que elaboração projetos
complementares e o arquiteto, que é responsável por todos os projetos arquitetônicos. Essas
reuniões foram realizadas de forma virtual individual e duraram em média 60 minutos.
Após a modelagem da atividade e a identificação de seus determinantes foi possível
elaborar recomendações de melhorias para o processo de elaboração do projeto básico.

4. Resultados
A empresa foco desse estudo é um escritório de projetos, que elabora projetos de obras
de infraestrutura com parceria público-privada. Foi fundada em 2018, através da identificação
de uma oportunidade de mercado, sendo fruto do investimento de um empreendedor da região.
A empresa está localizada em uma capital do nordeste do Brasil e, elabora projetos para diversos
municípios do estado.
Atualmente, conta com um quadro de 8 funcionários, sendo 1 coordenadora de projetos
formada em engenharia civil, 1 técnico em edificações, 4 engenheiras civis, 1 arquiteto e 1
design de interiores, que trabalham de segunda a sexta de 8:00 às 17:00 com intervalo de 1:00
para o almoço. Essa equipe é responsável por elaborar, em média, 20 projetos por mês, sendo
estes projetos de diferentes tipos como: pavimentação, postos de saúde, escolas, quadras
esportivas, hospitais, portais de entrada da cidade, dentre outros, atendendo as demandas de
todas as cidades do estado da Paraíba.
O arquiteto da empresa possui 4 anos de experiência, que envolvem elaboração e
execução de projetos/obras e, trabalha na empresa analisada há 4 anos. A design de interiores é
a mais experiente da equipe no setor de projetos, estando há mais de 5 anos nesse mercado e 1
ano na empresa. A engenheira civil é responsável pelos projetos estruturais e complementares,
tem 1 ano de experiência e, apenas 5 meses na empresa. A engenheira civil responsável pelos
projetos complementares e setor administrativo tem 1 ano e 3 meses de experiência, todos estes
na empresa. Nenhum dos profissionais possuem cursos de especialização ou outra modadlidade
de pós-graduação.
A empresa é subdivida nos setores: administrativo e projetos. O setor administrativo faz
o controle do fluxo de caixa da empresa, controla e acompanha o processo dos projetos junto
as prefeituras, verifica os prazos e envia os projetos para aprovação na Caixa Econômica
Federal-CEF e demais órgãos necessários. O setor de projetos é responsável pela elaboração de
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todos elementos do projeto básico composto por: projeto arquitetônico, projeto estrutural,
projeto elétrico, projeto hidráulico e sanitário, memorial descritivo, relatório fotográfico,
Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, orçamento e cronograma.
Por ser uma empresa que presta serviços para o setor público, o produto que é gerado
ao final do processo de trabalho faz parte de um fluxograma maior que faz parte do
procedimento licitatório regulamentado pela lei 8.666/1993, que os órgãos públicos são
obrigados a seguir e que envolve as seguintes fases: - preliminar (estudo de viabilidade e
elaboração do projeto básico), - aprovação de projeto, contratual (contratar a empresa que irá
executar), e fase posterior, - contratação (execução) (Figura 2). A empresa analisada gera o
produto da fase preliminar, que se refere ao estudo de viabilidade do projeto, elaboração do
projeto e, aprovação do projeto perante a CEF, para liberação da verba (recurso) do projeto.

Figura 2: Fluxograma do procedimento licitatório

Fonte: TCU, 2014


Na fase preliminar de licitação, o órgão público, primeiramente, deve elaborar o
programa de necessidades, que visa identificar as principais carências da população e definir as
ações e empreendimentos necessários para atendê-la. Esse programa deve conter características
dos empreendimentos, tais como: finalidade, público usuário, dimensões, região atendida,
equipamentos e mobiliários a serem utilizados. A partir deste programa, será elaborado o estudo
de viabilidade técnica, ambiental e socioeconômica (TCU, 2014). A segunda fase inicia com a
elaboração do projeto básico, um processo crítico de extrema revelância para o planejamento e
execução da obra e, portanto, falhas em sua definição ou constituição podem dificultar a
obtenção do resultado desejado pela Administração (TCU, 2014). Atualmente, quando os
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municípios recebem recursos federais para obras, a Caixa Econômica Federal (CEF) precisa
aprovar o projeto da construção para a prefeitura receber o recurso financeiro. O escritório de
projetos atua neste setor de aprovação.
O projeto básico é composto pelas seguintes partes: projeto arquitetônico, projeto
estrutural, projeto elétrico, projeto hidráulico e sanitário, memorial descritivo, relatório
fotográfico, ART, orçamento e cronograma. Para a elaboração do projeto básico a empresa
segue o fluxo mostrado na Figura 3.

Figura 3 - Fluxograma do processo da elaboração do projeto básico da empresa

Fonte: autores

O primeiro passo realizado pela empresa é alinhar com o prefeito ou com um de seus
representantes as necessidades do município, para isto, uma primeira reunião é realizada na
empresa para discussões iniciais. O recurso público já vem nomeado com um “objeto” que
especifica a sua finalidade, por exemplo, se o objeto de determinado recurso é pavimentação
asfáltica, este recurso só poderá ser usado para esta finalidade. O prefeito não tem poder para
mudar a finalidade do recurso, podendo apenas escolher qual rua será pavimentada. Este recurso
tem o prazo de 180 dias para ser aprovado junto a CEF, podendo este prazo ser estentido por
mais 180 dias, mediante justificativa plausível.
Após recolher as informações necessárias para a elaboração do projeto, é feito um
croqui (esboço inicial do projeto) da proposita inicial, que é apresentada para a prefeitura em

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uma reunião para discussão e aprovação. Quando aprovado, o projeto arquitetonico é


desenvolvido com detalhamentos, e após finalizado são elaborados os projetos
complementares, emissão de ART, orçamento e cronograma. Além disso, o projeto deve ter a
concessão de dispensa ou licença da Superintendência de Administração do Meio Ambiente
(SUDEMA) e, dependendo do tipo de empreedimento e localização, torna-se necessário
autorização do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ou Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). Em seguida, os projetos e documentos exigidos pela CEF
são organizados e enviados por meio da plataforma virtual SICONV (Sistema de Gestão de
Convênios e Contratos de Repasse) para serem analisados.
Normalmente, um projeto não é aprovado no primeiro envio. Após a análise, os orgãos
competentes da CEF comunicam, através da plataforma SICONV, o resultado da análise,
destacando pendencias e ajustes/correções necessários. A empresa busca sanar as pendências e
fazer as correções exigidas para reenviar o projeto. Os projetos/documentos são reanalisados e
se estiverem conforme as exigências, a CEF emite o LAE (laudo de aprovação). Após emissão
do LAE, a prefeitura organiza o edital de licitação, obedecendo os prazos estabelecidos.
Destaca-se a importância recolher todas as informações úteis e necessárias sobre o tipo
de produto que se pretende projetar, estabelecer explicitamente o que pretende-se implementar,
testar possíveis ocorrências de defeitos e prever dificuldades que possam surgir em sua
execução. Para isto, são realizadas, basicamente, 4 etapas: anteprojeto (preparação), aprovação
do anteprojeto, projeto final ou definitivo e visualização em 3D. Para projetar e fazer as
modelagens, são utilizados vários softwares, entre eles: Autocad, Scatchup, Lumion,
CoreoDraw, Revit, Civil 3D, AutoQi Eberick e Hydros. Embora os projetistas reconheçam a
existência de tecnologia mais avançada e softwares mais ágeis e integrativo que identificam
mais facilmente falhas projetuais, e incompatibilidade dos projetos, consideram adequados os
equipamentos e programas utilizados.
O anteprojeto tem como finalidade apresentar a ideia inicial ao cliente, que deve
aprovar, reprovar ou fazer as considerações que achar necessárias. O projeto arquitetônico final
é iniciado após a aprovação do anteprojeto, liberando os outros profissionais para realizarem as
outras etapas do fluxograma (Figura 3) que são: projetos complementares, orçamento e
documentações exigidas pela CEF.
No decorrer desse fluxo de processos, são feitas, constantemente, troca de informações
entre todos os projetistas. O posto de trabalho do arquiteto está posicionado ao lado do
projetista estrutural e da designer de interiores, pois estes são os profissionais com quem mais
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se comunica durante o processo de projetação. Quando não conseguem esclarecer as dúvidas


entre si, recorrem a coordenadora de projeto, que possui maior experiência com projetos.
Após finalização do projeto arquitetônico, a elaboração dos projetos complementares é
iniciada. Por fim, são geradas as visualizações detalhadas do projeto em softwares que
permitem exibição 3D (Scatchp, Lumion e/ou CoreoDraw) e a verificação de compatibilidade
entre o projeto arquitetônico e os projetos complementares. Assim, a exibição 3D permite
detectar possíveis falhas, incompatibilidades entre projetos, além da realização de simulações
que ajudam no aprimoramento do projeto final.
Apesar de cada profissional ter sua função específica, normalmente ocorrem variações
nas funções. Por exemplo, foi relatado pelo arquiteto que as engenheiras são responsáveis por
elaborar qualquer um dos projetos complementares, e que, todos podem fazer o orçamento,
dependendo da demanda de projetos da empresa e do progresso efetivo do trabalho.
Foi identificado, entre os projetistas da empresa, desconhecimento sobre o conceito e
práticas de prevenção através do projeto – PtD , que declararam ausência de preocupação com
a redução de potenciais riscos de acidente decorrentes de escolhas projetuais,. Relataram,
atenção ao atendimento dos requisitos mínimos de acessibilidade, seja por exigência das normas
ou parâmetros recomendados pela CEF. Segundo a arquiteto, há uma preocupação com a
segurança do usuário. Conforme relatou, já existe diversas tarefas para eles darem conta e que,
algumas questões realmente eles deixam passar.
Quando abordada a seguinte situação: “se a aplicação do conceito de PtD e a atenção
voltada para a segurança dos trabalhadores da execução/manutenção das obras, fosse um
requisito para aprovação do projeto, vocês se consideram capacitados, para revisar os projetos,
identificando potenciais riscos de acidente e implementar soluções projetuais adequadas para
minimizá-los?” O arquiteto alegou que não tinha conhecimento sobre essas práticas, mas devido
a sua experiência de trabalho na execução de obras e, na busca por aprender juntos aos mestres
de obras, poderia apontar, de forma geral, algumas melhorias que beneficiariam os
trabalhadores, porém, destacou que não se sentia capacitado para análises mais minuciosas, pois
seria necessário uma visão mais específica. Ainda informou que por haver muitos elementos
para serem desenvolvidos na elaboração dos projetos, essa nova tarefa iria sobrecarregá-lo
ainda mais.
Com relação aos retrabalhos nos projetos, o arquiteto informou que quando ocorre
qualquer problema na execução ou quando ocorrem dúvidas com relação as especificações do
projeto, a construtora entra em contato com os projetistas para esclarecer, e quando necessário,
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eles buscam uma nova solução para resolver o problema identificado. Além disso, destacou que
o dono da empresa faz algumas visitas às obras, pois considera as visitas um momento de
aprendizado e de negociações, quando há divergências entre o projeto e a execução. Segundo a
arquiteto, em função do acervo de projetos armazenado na rede do servidor da empresa, onde
estão organizados em pastas específicas documentos, projetos e normas, a quantidade de
retrabalhos reduziu bastante. No início da empresa, quando se tinha muita coisa nova, havia
muito retrabalho. A empresa não realiza, após a finalização das obras, análise dos feedbacks
positivos ou negativos dos projetos. Desta forma, podemos inferir a possibilidade de repetição
de erros nos projetos, acarretando desperdícios, baixa qualidade, atraso no cronograma da obra,
problemas de construtubilidade e segurança do trabalho, dentre outros.

5. Discussões
A partir da análise da atividade de concepção e desenvolvimento de projetos de
construção civil em uma empresa, foi possível identificar: falta de
conhecimento/conscientização e aceitação do conceito de PtD; falta de conscientização do
impacto das decisões projetuais sobre a segurança nas fases de execução e manutenção; falta
de conhecimento prático sobre os processos de construtivos pelos projetistas; ausência de
colaboração entre construtores e projetistas; baixa comunicação entre projetistas e executores
do projeto; falta da análise das condições de segurança do trabalho na fase de execução das
obras para melhoria dos projeto futuros; falta de feedback dos aspectos positivos e negativos da
execução para melhoria dos projetos futuros; falta de conhecimento sobre os softwares que
identificam riscos durante a elaboração de seus projetos, como o software Synchro PRO. O
estudo de caso de Jin, Gambatese e Liu (2019) mostra como foi utilizado esse software para
detectar os riscos no projeto.
A construção civil caracteriza-se pela rotatividade de trabalhadores, tanto das equipes
técnicas (projetistas e engenheiros de obra) quanto dos quadros operacionais de obra (mestres,
encarregados e operadores), gerando uma perda do conhecimento técnico informal, acumulado
pela experiência e vivência. Entretanto, como não existe a formalização de conhecimentos
adquiridos, muitas informações e experiências acumuladas são perdidas no momento em que
algum funcionário é demitido, conforme relatado pelos entrevistados.
Desse moodo, torna-se importante que as empresas adotem sistemática de análise e
arquivamento dos feedback dos projetos desenvolvidos, envolvendo tantos as boas práticas de
projeto que possam ser replicadas em outras projetos reforçando os pontos de êxito, como as
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soluções negativas, que devem ser evitadas, evitando a repetição de erros. Informações sobre
boas praticas de construtibilidade e segurança do trabalho, podem servir como subsídio para a
retroalimentação de projetos que promovam situações de trabalho mais seguras, foram
sistematizadas por Araújo et al. (2022). Estudo realizado por Gambatese e Hinze (1999)
também apresenta sugestões projetuais que poderiam ser realizadas para melhorar a segurança
durante a construção.
Embora se saiba que os projetistas têm a capacidade de definir o cenário da segurança
das obras nos estágios iniciais do projeto, poucos profissionais tem conhecimento de como
utilizar práticas para melhorar a segurança nos projetos de construção. Com isso, os projetistas
podem apresentar aptidão para utilizarem listas de verificação ou outras ferramentas para
realizarem revisões e mudanças nos projetos por meio de análises preliminares de riscos
(HINZE E WIEGAND, 1992).
Estes estudos mostram que a falta de consideração de alguns aspectos na fase projetual
trazem impactos direto na segurança ocupacional, deixando os trabalhadores vulneráveis a
riscos quando executavam a atividade. Identifica-se, portanto, a necessidade da capacitação
e/ou conscientização da importância do conceito de PtD, a fim de se promoverem situações de
trabalho mais seguras para aqueles que realizam as atividades. Dessa forma, projetar pensando
nas etapas posteriores do ciclo construtivo pode facilitar o processo de execução e manutenção,
trazendo benefícios para a segurança dos trabalhadores, construtibilidade, usabilidade e
manutenabilidade. (SALDANHA, 2016).

5. Conclusão
Este artigo teve como objetivo para fornecer melhor entendimento sobre a atividade de
concepção e desenvolvimento de projetos em uma empresa de projetos voltados para
empreendimentos de construção civil, com foco no conhecimento e implementação dos
conhecimentos de PtD. As decisões tomadas em etapas iniciais do projeto arquitetônico,
repercutem fortemente em etapas subsequentes como a execução e/ou manutenção. Sendo
assim, é importante projetar pensando sobre a segurança do trabalhador integrando-se, assim,
todas as equipes que atuam nas diferentes etapas do ciclo construtivo.
A pesquisa desenvolvida apresenta algumas contribuições. Primeiro, do ponto de vista
teórico, possibilitou o avanço do conhecimento na discussão sobre projeto e segurança do
trabalho. Segundo, do ponto de vista prático, o foco na análise da atividade projetual permitiu
identificar falta de conhecimento dos profissionais sobre PtD e outras práticas que melhoram a
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"Contribuição da Engenharia de Produção para a Transformação Digital da Indústria Brasileira"
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2022.

segurança ocupacional em projetos de construção. A escolha metodológica, análise da


atividade, possibilita a compreensão da atividade de concepção e elaboração de projetos na
empresa analisada, além de promover conscientização dos envolvidos, facilitando compreensão
das implicações das decisões de projeto na execução e manutenção das construções, em especial
na segurança dos trabalhadores.
A pesquisa ora desenvolvida também apresenta limitações. O estudo de caso analisa de
forma mais focada a realidade de apenas uma empresa com foco em projetos para o setor
público, portanto as informações encontradas não podem ser generalizadas para outros
contextos de empresas construtoras. Essas limitações podem se transformar em pesquisas
futuras, onde podem ser realizados estudos de casos múltiplos, a fim de comparar os resultados
obtidos nesta pesquisas com os resultados obtidos por empresas com o perfil diferente, como
também possam avaliar os aspectos projetuais em outras etapas do ciclo construtivo.

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