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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA


CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN

IAGO DA COSTA RODRIGUES


JOÃO GABRIEL MACEDO DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DA ERGONOMIA ATRAVÉS DO REDESIGN


DE OBJETO

Belém - PA
2022
IAGO DA COSTA RODRIGUES
JOÃO GABRIEL MACEDO DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DA ERGONOMIA ATRAVÉS DO REDESIGN


DE OBJETO

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso


de Bacharelado em Design, do Centro de
Ciências Naturais e Tecnologia da
Universidade do Estado do Pará, como
requisito parcial de avaliação da disciplina de
Ergonomia do Produto I, orientado pela
Profa. Ma. Brena Renata Maciel Nazaré

Belém - PA
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………..5
1.1 PROBLEMA DE PARTIDA………………………………………………………….6
1.2 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………………. 6
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………………. 6
1.4 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………………….. 6
1.5 LIMITAÇÕES DO TRABALHO……………………………………………………..8
1.6 METODOLOGIA GERAL………………………………………………………….. 8
1.6.1 Análise Ergonômica………………………………………………………… 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO…………………………………………………………….. 11
2.1 ERGONOMIA: ORIGEM E APLICAÇÃO……………………………………….. 11
2.2 ESTUDO DA ANTROPOMETRIA ……………………………………………….. 13
2.3 FATORES ERGONÔMICOS BÁSICOS (FEB)............................................... 15
2.3.1 Requisitos de Projeto…………………………………………………….. 15
2.3.2 Ações de manejo………………………………………………………….. 20
2.3.3 Ações de percepção………………………………………………………. 24
3. ANÁLISE ERGONÔMICA DO PRODUTO………………………………………….. 27
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO……………………………………………… 27
3.2 ANÁLISE DE SEMELHANTES…………………………………..……………… 28
3.3 CRIAÇÃO DE PÚBLICO ALVO…………………………………………..………29
3.3.1 Criação de Persona……………………………………………………….. 29
3.4 ANÁLISE ERGONÔMICA…………………………………………………………30
3.4.1 Requisitos de Projeto……………………………………..……………… 30
3.4.2 Ações de manejo…………………………………………………….……..38
3.4.3 Ações de Percepção……………………………………………………….40
4 RESULTADOS……………………………………………………………………………………. 44
4.1 REDESIGN…………………………………………………………………………………. 44

5 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………………….. 47

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………….. 49
APÊNDICE A - Instrumento……………….………………………………………..……52
Lista de Figuras

Figura 1 - Classificação das formas……………………………………………………...14


Figura 2 - Principais desvios da coluna………………………………………………… 19
Figura 3 - Objeto primário …………………………………………………………………27
Figura 4 - Porta lateral……………………………………………………………………. 31
Figura 5 - Mecanismo da placa superior…………………………………………………31
Figura 6 - Borda do objeto…………………………………………………………………32
Figura 7 - Kotatsu moderno……………………………………………………………….33
Figura 8 - Visão frontal do objeto…………………………………………………………34
Figura 9 - Visão lateral - Distância entre usuário e mecânicos………………………..35
Figura 10 - Puxador da placa lateral……………………………………………………..37
Figura 11 - Trilho de gaveta……………………………………………………………….39
Figura 12 - Sustentação do móvel………………………………………………………..41
Figura 13 - Redesign do móvel……………………………………………………………45
Figura 14 - Visão Lateral - Redesign…………………………………………………….46
Figura 15 - Visão Frontal - Redesign……………………………………………………..46
Figura 16 - Visão Superior - Redesign…………………………………………………...46
5

1 INTRODUÇÃO

A busca por inovações vem aumentando cada vez mais, todos os anos várias
descobertas são feitas, contribuindo para a construção e melhoria de novos objetos
e ferramentas. A eficiência no uso de tecnologias de produto, processo e gestão
está diretamente relacionada à competitividade de empresas, cadeias produtivas,
regiões e nações. O novo paradigma competitivo da chamada “economia do
conhecimento” enfatiza a necessidade de as empresas terem elevada capacidade
de aprendizado, para que o conhecimento codificado e amplamente difundido pelo
uso de tecnologias de informação seja aplicado ao processo produtivo
(CASSIOLATO, 1999).
Além disso, os métodos de pesquisa e análise vem auxiliando na concepção
desses avanços, ligando diretamente as indústrias e os projetistas, porém, as
inovações e parcerias não garantem às empresas um posicionamento elevado no
meio comercial, “[...] O processo de geração de inovação contempla um horizonte
mais amplo, envolvendo difusão, absorção e aperfeiçoamento de tecnologias para a
aplicação na atividade produtiva” (MARION FILHO; SONAGLIO, 2009). Assim, as
empresas precisam não somente do conhecimento, mas saber como aplicá-los
corretamente. A junção desses fatores transformam as formas de produção e de
pesquisa acarretando em inovações, assim, formando um ciclo de descoberta,
aplicação, avanço, pesquisas e novamente descoberta.
Diante de todo esse cenário a aplicação da ergonomia e suas vertentes vem
se ampliando e ganhando forma cada vez mais. “Define-se então a ergonomia com
a ciência de utilização das forças e das capacidades humanas.” (ANAMARIA;
MONT’ALVÃO, 2000. p. 9). O conceito de ergonomia foi crescendo e se expandindo
juntamente com as indústrias, pesquisas e com todos os fatores que foram
evidenciados na II Guerra. De forma prática, a ergonomia compreende a relação do
homem com o ambiente buscando da melhor forma aplicar isso ao projeto ou
modificação para aumentar a segurança, conforto e eficiência do sistema e da
qualidade de vida do usuário. (HENDRICK, 1991)
Sobre esse viés, a problemática abordada neste projeto busca identificar a
melhor forma de apresentar os conceitos bases da ergonomia, utilizando-os para a
projeção de um redesign, além de expor de forma simples os aspectos ergonômicos
que são imprescindíveis ao design de qualquer produto. Mediante a isso, é
6

imperioso ressaltar que o objetivo da análise ergonômica para a construção do


redesign do produto é alcançar uma melhor integração entre ele e usuário, no
contexto da tarefa (trabalho) que deve ser desempenhada.

1.1 PROBLEMA DE PARTIDA

Como utilizar o método de redesign somados aos conceitos de ergonomia


para promover a disseminação do conhecimento acerca dos aspectos
ergonômicos?

1.2 OBJETIVO GERAL

Propor uma análise ergonômica de uma Mesa Articulada e Multiuso.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Realizar pesquisa bibliográfica acerca dos fatores básicos da ergonomia


(FEB) e conceitos complementares para construção do referencial teórico;
II. Analisar o produto com base nas normas da ABNT;
III. Propor um redesign do projeto utilizando como base a correção dos
pontos divergentes das normas;
IV. Verificar a aceitação da solução junto ao público-alvo.

1.4 JUSTIFICATIVA

Este projeto surgiu a partir do trabalho em conjunto das disciplinas de


Ergonomia do Produto I e Projeto II, presentes no curso de Bacharelado em Design -
UEPA, intitulado de: “A aplicação e apresentação da ergonomia através do redesign
de objetos". No qual o propósito é produzir o redesign de uma Mesa Articulada e
7

Multiuso, apresentando aspectos da ergonomia de maneira a maximizar a


agregação de conhecimento.
A necessidade de concepção do produto tem relação com a forma com que
ele vai interagir com os ambientes, que estão cada vez menores, devido ao
crescimento populacional e a redução nos números e tamanhos dos terrenos
disponíveis, tudo isso atrelado a rotina acelerada, onde as pessoas passam a maior
parte do seu dia fora de casa utilizando o ambiente só para dormir (TERRA, 2018).
Além disso, o interesse financeiro das empresas de imóveis colabora ainda mais
para a que haja esse redução em casas e apartamentos, com o objetivo de construir
a maior quantidade possível e, por consequência, ter um retorno financeiro
exponencialmente maior, uma vez que o valor dos imóveis vem tendo um enorme
crescimento, mesmo com a diminuição dos espaços (BCC, 2022). Isso tudo põe em
evidência o carecimento de móveis que se adequem a esses ambientes e abre uma
porta de entrada para os produtos multifunção, tornando eles cada vez mais
necessários para o cenário atual.
Partindo desse pressuposto é imperioso a criação de móveis multifuncionais
e versáteis, visto que, além de sua multifuncionalidade, há outros fatores que
garantem uma maior popularização desse produto. A possibilidade de melhor
aproveitamento de espaço é sem dúvida o ponto chave desse tipo de produto, sem
contar com o fato de tornar o ambiente multiuso, em que os móveis podem ser
aproveitados de diferentes maneiras e abranger diversas atividades, ademais, os
objetos multifuncionais tem um conceito de sustentabilidade, onde permite a
otimização de matéria-prima, diminuindo o impacto no meio ambiente que é um dos
pontos de grande importância no processo de design de produtos (MACKEY, 2022;
MAURO; BORDA, 2015).
Quando se chega no ponto do design de produtos, o tópico ergonomia se põe
como um dos mais importantes na hora da concepção do objeto, juntamente com a
questão econômica, em relação ao orçamento, quanto a de sustentabilidade,
quando se trata do material. Ela ajuda a reduzir as suposições e aumenta a
confiabilidade nas decisões de projeto ao considerar fatores importantes do usuário.
(PEQUINI, 2005).
Sendo assim, é fundamental para qualquer projeto, seja ele na área do
design, como também para outras áreas, a presença da Análise Ergonômica, dado
que, ela trabalha para proporcionar melhorias que garantam a segurança, a saúde e
8

o bem-estar do usuário, sempre visando ter uma satisfação. (FREITAS, 2015). Logo,
este projeto trabalhará com essa visão de ergonomia e a suma importância dela na
construção de novos produtos e no redesign de objetos já existentes.

1.5 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

A abordagem tomada nesse projeto delimitou-se à construção de um modelo


gráfico tridimensional, com o auxílio dos programas de modelagem 3D Blender e
3DMax, restringindo-se só a esses.
O produto foi desenvolvido pelos autores até a fase de modelo 3D, se
utilizando de pesquisa de necessidades e de busca por materiais adequados. Logo,
por fatores financeiros, não foi realizada a produção real do modelo final desse
projeto.
O estudo de aceitação do público-alvo foi realizado de maneira remota, tendo
como finalidade o maior alcance, desempenhando o uso de questionários
únicamente digitais, para o recolhimento de dados que auxiliaram na melhoria do
produto.

1.6 METODOLOGIA GERAL

Neste estudo apresenta-se a utilização da pesquisa quali-quantitativa, que


seria o processo de análise de dados que se deu através da aplicação de elementos
teóricos e metodológicos selecionados e categorias analíticas (LORGUS;
ODEBRECHT), fazendo uma sistematização geral e novos aspectos como
complemento do método são empregadas: pesquisas exploratórias, aplicando o
procedimento do estudo bibliográfico e estudo de caso.
Ademais, foi utilizado como auxiliar ao projeto de pesquisa a Análise
ergonômica (PIZO; MENEGON) com ênfase na antropometria para uma refeitura de
uma Mesa Articulado e Multiuso, abordando a forma com que o indivíduo interage
com a peça e a maneira na qual ele se adapta ao usuário. Detendo conhecimento da
importância da Análise Ergonômica, mais explorada no tópico 1.6.1, busca-se por
9

intermédio dela compreender melhor os fatores que contribuíram para melhoria do


objeto.
Por fim, utilizando questionários de múltipla escolha para pesquisa de
usuário, tendo como objetivo o recolhimento de dados, empregando-os de forma a
somar na construção e enriquecimento do projeto. O redesign levará em
consideração toda falha e melhoria que possa ser identificado no produto
apresentado aos utilizadores, sempre comportando a edificação de novas ideias e
aperfeiçoamento do item.

1.6.1 Análise Ergonômica

A Análise Ergonômica consiste numa intervenção de ação ligada à Ergonomia


que direciona os conhecimentos desta ciência para avaliar o uso e as condições
expostas ao usuário com o intuito de potencializar os resultados, garantindo o bem
estar e saúde do próprio (FREITAS, 2015). Uma vez entendido o seu conceito, as
formas de trabalho utilizando a Análise Ergonômica são amplas e bem empregadas
em qualquer projeto, sempre com enfoque na busca pela satisfação do usuário e a
"eficiência" do produto.

A organização deve realizar a avaliação ergonômica preliminar das


situações de trabalho que, em decorrência da natureza e conteúdo das
atividades requeridas, demandam adaptação às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, a fim de subsidiar a implementação das
medidas de prevenção e adequações necessárias previstas nesta NR. (NR
17 - ERGONOMIA, 2021. p. 2)

Um dos principais motivos para realizar a análise do trabalho é a sua


obrigatoriedade perante o Ministério do Trabalho (PIZO; MENEGON). No entanto,
este não é o principal motivo para realizar a análise, ela apresenta muitas
vantagens, sendo a principal a redução de doenças ocupacionais. Essas doenças
apresentam uma série de problemas para as empresas, pois levam a ações
trabalhistas no trabalho, perda de funcionários e atraso nos horários, além disso,
uma queixa muito comum dos trabalhadores de escritório é a dor nas pernas, que
pode ser significativamente reduzida com um apoio para os pés ergonômico.
10

A elaboração da análise se faz a partir do método de observação visual do


posto de trabalho ou de um objeto, onde os dados coletados serão estudados e
transformados em relatório (UFV, 2020). Neste relatório constarão algumas
considerações e constatações que corrigidas irão melhorar substancialmente as
condições ergonômicas na realização das tarefas ou utilização do objeto. Para isso,
levou-se em consideração alguns pontos importantes, como os requisitos de projeto,
analisando a tarefa, segurança, conforto e etc.; as ações de manejo, considerando
os manuseios, limpeza e manutenção; e as ações de percepção, estudando a visão,
audição, tato e etc. Todos citados pelo autor Gomes Filho, 2003. Além dele, outros
autores como Iida, 2005; Kroemer, 2005 e Grandjean, 2005 auxiliam na construção
da análise ergonômica.
11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este referencial apresenta os conceitos principais para a projeção de uma


análise ergonômica, pondo em vista principalmente a antropometria e os fatores
ergonômicos básicos (FEB), que ajudaram na construção da análise e no
planejamento do redesign.

2.1 ERGONOMIA: ORIGEM E APLICAÇÃO

Com os avanços tecnológicos decorrentes das revoluções industriais,


houveram diversas mudanças nas relações sociais e econômicas em que o homem
estava inserido. Por meio de novos modelos de produção, exemplo do taylorismo,
onde havia a necessidade de cada um desempenhar um papel específico com
determinado tempo. Gerou variadas complicações aos trabalhadores submetidos a
esse sistema de produção.
Havendo uma consideração sobre esse contexto, surge após a Segunda
Guerra Mundial, uma nova área de estudo, denominada de ergonomia, “[..].como
consequência do trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais, tais
como engenheiros, fisiologistas e psicólogos, durante aquela guerra.” (IIDA, 2005,
p.1).
Do grego, érgon - trabalho e nómos - lei ou regra, é o estudo da adaptação do
trabalho ao homem. (IBID). Sendo um dos principais expoentes para atender as
necessidades do ser humano contemporâneo, contudo, antes mesmo de ser
oficializada como ciência, o homem a utiliza.

Pode-se inferir que a ergonomia nasceu informalmente a partir do momento


que o homem primitivo constitui seus primeiros objetos para garantir sua
sobrevivência (design de objetos rudimentares, como armas, utensílios,
ferramentas, vestimentas, veículos, etc.) fazendo uso apenas de sua
intuição criativa e bom senso. (GOMES FILHO, 2003. p. 17)

O homem, como ser consciente, sempre busca uma maneira mais engenhosa
de realizar sua tarefa e assim otimizar o tempo e produção. Contudo, deve-se
pontuar os cuidados a serem seguidos a fim de preservar a saúde e o bom
funcionamento do corpo humano.
12

A ergonomia como objeto de estudo, se divide em três vertentes, sendo elas:


Ergonomia Física, Ergonomia Cognitiva e Ergonomia Organizacional. Em resumo,
pode-se entender que, a ergonomia física ocupa-se com os aspectos da anatomia
humana. A ergonomia cognitiva ocupa-se com os processos mentais dos usuários,
como a percepção. E por fim, a ergonomia organizacional, detém-se na otimização
de sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e
processos. (IIDA, 2005)
Em relação aos objetivos, dentro da ergonomia, há aspectos básicos que
devem, de modo imprescindível, ser respeitados no decorrer do processo de estudo
e de trabalho. Os objetivos estão presentes para sanar as principais questões
nocivas no processo produtivo e de uso.

A ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho do


sistema produtivo e procura reduzir as suas consequências nocivas sobre o
trabalhador. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes,
proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o
seu relacionamento com o sistema produtivo. (IIDA, 2005, p. 3)

Esses aspectos mencionados são: saúde, segurança, satisfação e eficiência.


De modo que cada um desses aspectos tem padrão mínimo que deve ser seguido.
No que tange a Saúde, Iida fala, “a saúde do trabalhador é mantida quando as
exigências do trabalho e do ambiente não ultrapassem as suas limitações
energéticas e cognitivas[...]” (IIDA, 2005. p.4). A quebra desse requisito pode, por
consequência, trazer sequelas sérias e muitas vezes permanentes ao trabalhador,
prejudicando a coordenação motora e manejo do tal.
Atrelado a isso, a Segurança pode ser considerada uma consequência da
utilização do quesito saúde. Empregar corretamente o quesito segurança torna a
utilização do produto rápida e eficaz, que por conseguinte garante satisfação ao
cliente. “ A satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e
expectativas do trabalhador. [...] Os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar
comportamento mais seguro e são mais produtivos que aqueles insatisfeitos.” (IIDA,
2005. p. 4). Logo, os três fatores são ligados uns aos outros, se tiver uma
preocupação com a saúde, consequentemente terá segurança, com segurança a
satisfação do cliente será alcançada.
13

Em consequência dos objetivos supracitados se chega na eficiência, onde


todos os elementos trabalham juntos para uma melhor conforto do usuário. No geral,
a eficiência não é posta como um objetivo geral da ergonomia, pois o uso dela,
separadamente, podem apoiar funções que prejudicam o utilizador. (IIDA, 2005)
O homem, quando é empregado os aspectos mencionados, têm sua
produtividade em meio ao processo em geral ampliada. O respeito ao mínimo
necessário para o trabalhador no ambiente trabalhista é uma discussão de suma
importância e de primazia para a resolução, em alguns casos.
Sobre esse prisma, o estudo da ergonomia é vital para a preservação e
manutenção correta do corpo humano, prevenindo complicações físicas ao usuário
do produto e/ou objeto e promovendo o bom uso. Assim como também é
indispensável para o projeto o estudo do corpo humano e suas medidas, para um
melhor entendimento de toda a sua estrutura e sua anatomia, assunto que vai ser
discutido no próximo tópico

2.2 ESTUDO DA ANTROPOMETRIA

O estudo da antropometria é de suma importância e é um dos aspectos


principais da ergonomia. Do grego, anthropos - humano e métron - medida. É o
conhecimento acerca das medidas físicas do corpo humano (IIDA, 2005).
Considerando que posturas naturais do corpo e movimentos naturais são condições
necessárias para um trabalho eficiente, é imprescindível a adaptação do local de
trabalho às medidas do corpo e à mobilidade do operador
As distintas formas em que o corpo humano se apresenta, masculino e
feminino, atendem, cada um, uma diferenciação de crescimento. Iida (2005) destaca
o diferencial desde o nascimento. Os garotos tendem a ser 0,6 cm mais compridos e
0,2 kg mais pesados, em média. E até o fim da infância, ambos apresentam breve
semelhança de crescimento.
Por meio do estudo da forma humana, a antropometria classifica o corpo
humano em três maneiras distintas, sendo elas: Ectomorfo, Mesomorfo e
Endomorfo. De acordo com a figura a seguir, no aspecto ectomorfo, o corpo atende
um físico de formas alongadas. No mesomorfo, apresenta um físico musculoso de
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formas angulosas. Já no endomorfo, têm-se a forma arredondada e macia do


corpo.

Figura 1: Classificação da formas

Fonte: APROVA.TAF (2022)

É importante notar que, boa parte dos corpos não pertence exclusivamente a
algum grupo específico. De acordo com Iida (2005) há uma mistura de
características, podendo haver novas classificações como a mesomorfo-endofórica.
O estudo da medida humana diversifica-se em algumas vertentes, a
antropometria estática, dinâmica e funcional. O autor destaca que a antropometria
estática entende o corpo como objeto estático, com poucos movimentos e as
medidas são realizadas a partir de pontos identificados. Enquanto a antropometria
dinâmica remete-se ao alcance dos movimentos, cada parte do corpo é medida
mantendo, em contrapartida, o corpo em estado estático.
Por fim, quando há necessidade de medição para uma atividade específica,
denominada de antropometria funcional, observa-se a junção de movimentos do
corpo para realizar tal ação, não somente uma parte isolada. Logo, as vertentes
presentes nessa área de estudo se diferenciam pelo aumento do grau de
complexidade exigido, além disso, de maneira proporcional, nota-se a necessidade
de ampliar a complexidade dos instrumentos de medida (IIDA, 2005, p. 110).
Sobre esse viés, torna-se imperioso afirmar que não somente a antropometria
é relevante na hora de uma análise ergonômica, pontos como ações de manejo e
percepção devem ser levados em consideração na hora da construção da mesma,
esses pontos fazem parte dos chamados fatores ergonômicos básicos.
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2.3 FATORES ERGONÔMICOS BÁSICOS (FEB)

Os fatores ergonômicos básicos são blocos analíticos que ordenam e


facilitam a compreensão sobre aspectos que detém maior afinidade entre si.
Dividindo-se em três linhas de estudo, sendo elas os requisitos de projeto, ações de
manejo e ações de percepção. (GOMES FILHO, 2003)

2.3.1 Requisitos de Projeto

No momento em que há a idealização de um projeto, faz-se necessário que,


este mesmo, siga algumas qualidades desejadas para a materialização em um
produto final. Englobando todo o processo produtivo, desde a fase criativa e de
desenvolvimento, até a parte final de sua confecção e concretização. (IBID)
Cada uma dessas qualidades citadas atua de forma distinta, contudo, a soma
delas viabiliza a construção do produto final de modo correto. São sete e se dividem
dessa forma: tarefa, segurança, conforto, estereótipo popular, envoltórios de
alcances físicos, postura, aplicação de força e materiais.
No que tange à tarefa, o autor (GOMES FILHO, 2003) apresenta o conceito
como um grupo de ações humanas que viabiliza um sistema atingir o seu objetivo.

Os problemas ergonômicos em relação a esse fator são, sobretudo, aqueles


que contribuem ou trazem dificuldades ao usuário quanto a utilização do
produto, em termos de suas características antropométricas, seu sexo, grau
de instrução, experiência anterior, idade, habilidades especiais, etc., bem
como quanto às ações que se concentram na interface usuários-objeto em
termos de informações e controles. (GOMES FILHO, 2003., p. 28)

Em suma, o aspecto tarefa é de notável importância, sendo o primeiro dos


requisitos propostos. A partir de suas análises, são definidos os projetos e sistemas
do produto em maneiras ergonômicas, funcionais, operacionais, entre outras.
(GOMES FILHO, p. 29)
Em continuidade, se tem a segurança, conceituando-se como o emprego
seguro do objeto aos seus pontos funcionais, operacionais, perceptíveis, de
16

montagem, fixação, sustentação, entre outras, resumidamente contra possíveis


acidentes e riscos que possam conter o usuário ou grupo de usuários.
O tipo do objeto tem influência na aplicação da segurança, temos produtos
em que o conceito é fundamental como o Equipamento de Proteção Individual - EPI,
entretanto por outra ótica, há objetos em que o aspecto acaba se tornando relativo e,
em outro, inexistente. Pode-se concluir que o fator da segurança, dependendo da
sua qualidade, influencia proporcionalmente em sua importância.

Os problemas ergonômicos relacionados a esse fator dizem respeito à


proteção que o usuário deve ter das características da configuração formal
dos objetos em seus dispositivos mecânicos, eletro eletrônicos,
pneumáticos, hidráulicos, térmicos, sonoros, informacionais (no âmbito dos
sistemas de comunicação), ausência de anfractuosidades e assim por
diante, bem como dos aspectos de projetos mal resolvidos que induzem ao
erro humano em relação ao comportamento de uso e/ou operacionalidade
dos objetos. (GOMES FILHO, 2003, p. 29)

Seguindo a presente linha de raciocínio, aspecto conforto, tem como sua


definição genérica de que é a sensação de aconchego, comodidade e paz desde em
fatores físicos e sensoriais do usuário.
O corpo humano é bombardeado de estímulos, como menciona Iida (2005),
todos esses estímulos, sejam exteriores ou interiores, são encaminhados para o
sistema nervoso central do usuário, onde lá haverá um processamento da
informação adquirida e por fim será gerada uma decisão. Se este usuário está
usufruindo plenamente do conforto ou, por alguma razão, tenha que modificar a
forma em que se utilizar o objeto, essa informação será passada pelo seu sistema
nervoso.

Os problemas ergonômicos referentes a esse fator dizem respeito às


condições ou situações de uso dos objetos que contrariam esta
conceituação, principalmente com relação às tarefas de uso que possam
provocar diversos tipos de fadiga, doenças e constrangimentos no
organismo humano. (GOMES FILHO, 2003, p. 29)

Ademais, diversas vezes o fator conforto estará atrelado ao de segurança e à


circunstâncias subjetivas. É difícil quantificar o conceito pois este depende
totalmente do usuário em suas experiências de vida, condições físicas, psicológicas
e idiossincrasias. (IBID, p. 30) Sendo este último, segundo OXFORD (2018), a
predisposição única do organismo que ocasiona reações pessoais a estímulos
externos.
17

Sucedendo a compreensão, se tem o aspecto acerca do estereótipo


popular, que nada mais é do que o conjunto de ações esperadas para fazer o uso
de algum objeto.(GOMES FILHO, 2003) E reforçado por IIDA (2005), quando há
movimentos que contradizem estes fatores considerados estereótipos, estes são
chamados de incompatíveis. Contudo, quando seguem os fatores, esses sim, são
considerados compatíveis.
Exemplos do estereótipo são visíveis em HQs e mangás, quanto a sua forma
de leitura, sendo a primeira da esquerda para a direita já a segunda o oposto. Além
disso, um exemplo significativo é botões de aumentar ou diminuir o som, onde foi
convencionado que para ampliar o volume deve-se rotacionar o botão no sentido
horário. (GOMES FILHO, 2003)

Os problemas ergonômicos relacionados com os estereótipos populares


dizem respeito, sobretudo, ao desconforto e à insegurança do usuário
causados por indução a erros na inversão de uso no manejo ou
operacionalidade dos objetos, em função do aspecto de incompatibilidade
dos movimentos e sensibilidade esperados como padrão. (GOMES FILHO,
2003, p. 30)

Em suma o estereótipo popular, se detém a convenção de que é necessário o


conjunto de certas ações para o pleno funcionamento e utilização de objetos.
Contudo, este aspecto contém um certo grau de subjetividade, já que o estereótipo
estará ligado às questões culturais, variando entre grupos diferentes. (GOMES
FILHO, 2003)
Complementando o entendimento, chega-se no fator de envoltórios de
alcance físicos, onde conceitua-se como o volume espacial onde devem estar ao
alcance do usuário, os seus instrumentos de ação e essenciais ao funcionamento do
produto, associado ao conceito de conforto. De forma que minimize ou evite que os
movimentos executados pelos usuários obriguem o gasto de energia. (GOMES
FILHO, p. 31)

Os problemas ergonômicos reativo a esse fator dizem respeito às


dificuldades de alcance em termos de operacionalidade de elementos –
como instrumentos de comando, de controle, de ajustes, etc. do tipo
alavancas, botões, pedais, volantes e outros dispositivos – enfrentadas pelo
usuário fora do seu envoltório de conforto, implicado com isto, além do seu
desconforto natural, eventuais problemas relativos à segurança do uso do
produto. (GOMES FILHO, 2003, p. 31)
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Pode-se estender o conceito de forma mais ampla para que ele possa
abranger exemplos como: postura de tronco, distância do braço do violão, mesa
para refeição, alcance no braço no momento da leitura, entre outros.
Ademais, como foi mencionado anteriormente, têm-se como próximo fator a
postura, sendo conceituado como a ordenação dos segmentos corporais no
espaço. Esse aspecto se traduz como no grupo de determinadas partes do
esqueleto humano em posições específicas para que o corpo expresse uma atitude
em conjunto.(GOMES FILHO, 2003)
Este fator tem ligação com as estruturas e características anatômicas e
fisiológicas do corpo humano, bem como, aos conceitos de equilíbrio, leis físicas
científicas e da biomecânica. (IBID)
Segundo o autor, a postura é adotada pelo usuário com a diferenciação entre
variadas formas, sejam elas: em pé deitado, inclinado, sentado, recostado, entre
outras. Podendo também haver posições em que o usuário assume uma atividade
específica, que seja necessário utilizar outras partes da estrutura física, sejam:
cabeça, braços, mãos, entre outros.

Os problemas ergonômicos relacionados a esse fator diz respeito ao


conforto, à segurança e à facilidade de acomodação e/ou operacionalidade
de determinado objetos, sobretudo, em postos e trabalhos, em função de
características específicas de uso pelo indivíduo em relação às tarefas
exigidas para sua utilização: de descanso, lazer, aspecto lúdico ou de
trabalho, levando-se em consideração eventuais interfaces de uso com
outros objetos. (GOMES FILHO, 2003, p. 32)

Inserida ao contexto do uso do produto trabalhado, percebe-se a importância


de um estudo correto acerca desse fator, de modo que a concretização do projeto
atenda a necessidade do usuário em simultâneo que configura sua postura da
melhor forma.
A má postura pode acarretar problemas fisiológicos de médio a longo prazo a
estrutura física do usuário. Como fadiga muscular, sobrecarga do sistema
circulatório, afecções nas articulações, deformações na coluna vertebral, hérnias de
disco, tendinites, tenossinovites, entre outros. Alguns destes mostrados na figura a
seguir.
19

Figura 2: Principais desvios de coluna

Fonte: Maria Bruna, DRAUZIO (2022)

Em suma, a postura também é relacionada a características únicas de cada


usuário e/ou terceiro como: sexo, biótipo, hábitos sociais e suas demais
idiossincrasias. (GOMES FILHO, 2003)
A força é algo comum da vivência do ser humano, cujo ele sendo usuário de
diversos objetos, se faz necessário o uso dessa energia. A combinação de certas
regiões do corpo humano, quando bem aplicadas, conseguem atingir objetivos
através do uso da força. Mencionado anteriormente, o autor em seus fatores, aponta
a força como aspecto vital, sendo ela denominada como fator de aplicação de
força.
Esse aspecto em si é consideravelmente importante, pois ele soma com
outros conceitos que serão apresentados posteriormente neste projeto de pesquisa.
Sendo um deles as ações de manejo. Nesse caso, este fator é melhor compreendido
quando as atividades motoras são somadas a parâmetros e métodos corretos no
projeto do produto, principalmente quando se trata dos esforços físicos necessários
para o pleno uso do referido objeto.

Os problemas ergonômicos relacionados a esse fator dizem respeito ao


projeto inadequado de peças e componentes de manejo que exijam
esforços físicos incompatíveis com a capacidade física do usuário,
principalmente em postos de trabalho e de atividades. Naturalmente, aqui
também esse fator se condiciona, fundamentalmente, às características de
biótipo, sexo e idade do usuário. (GOMES FILHO, 2003, p. 33)
20

Em conclusão a vertente de requisitos de projeto idealizada pelo autor


mencionado, tem-se o fator de materiais. Pertencente a matéria, podendo
apresentar-se sólido, líquido e gasoso. O material é qualquer elemento do objeto.
Sua definição baseia-se em que a escolha do material é de suma importância para a
concretização do projeto, de modo que ele atenda as necessidades a ser em
sanadas. (GOMES FILHO, 2003)
A escolha dos materiais que compõem o objeto projetado é uma peça
considerável no processo criativo, de maneira que pondere acerca de como será
utilizado o produto, como funcionará, como a tecnologia será aplicada, como será
percebido e como será a estética do projeto. (IBID)

Os problemas ergonômicos no tocante a esse fator dizem respeito à


não-especificação e utilização correta de materiais adequados em termos
de compatibilidade com a diversas exigências técnicas, tecnológicas e de
uso, em termos de durabilidade, de limpeza, de proteção e de segurança
em relação à proteção da saúde do usuário no que se refere, por exemplo,
aos aspectos de inflamabilidade, toxicidade, e outros. (IBID, 2003)

Encerrando, entende-se a necessidade de progredir corretamente na


execução do processo criativo e produtivo. Respeitando os aspectos apresentados e
aplicando-os na produção. Os requisitos de projeto são fatores que auxiliam, em
questões ergonômicas, a alcançar e sanar as necessidades propostas no problema
de criação do objeto, remetente ao público-alvo do projeto.
Além disso, deve se atentar a questões que vão além da análise do produto
em si. A forma de interação do usuário com o objeto é extremamente significante,
Gomes Filho apresenta essas características de controle quando fala das ações de
manejo apresentadas melhor no próximo tópico.

2.3.2 Ações de manejo

De acordo com Iida (2005) o controle é a transferência de energia sob a


forma de forças movimentos musculares do homem para a máquina ou objeto e
reforçado por Gomes Filho (2003) quando este menciona que o manejo pode ser
definido como a interação física com o objeto em termos de manuseio e
operacionalidade por parte do usuário. Ademais, a área de estudo bastante
relacionada a esse aspecto em específico são os sistemas de produção indústrias,
principalmente máquinas, equipamentos, ferramentas, acessórios em geral e
21

instrumentos situados na área de trabalho e linha de produção industrial.(GOMES


FILHO, 2003)
Entretanto, a visão industrial, relacionada a máquinas e instrumentos, não se
encaixa na pesquisa proposta. Contudo, o fator manejo é de suma importância para
a compreensão do uso correto do produto proposto nesse projeto. No que tange o
manejo, há uma divisão em vários fragmentos menores que tornam o entendimento
completo de cada porção do que se trata o assunto tratado.
Quando ocorre o ato de amarrar o cadarço, vestir uma roupa ou passar a
página do livro, denomina-se de ação simples. E assim que o ato necessita de um
conjunto de ações para ser realizado, ele passa a denominar-se como ação
complexa, sendo como exemplo: digitar esta pesquisa, jogar um jogo virtual ou
operar um programa de modelagem 3D. (GOMES FILHO. p. 34)
Nota-se a necessidade de pontuar que o aspecto acerca do estereótipo
popular, mencionado anteriormente em requisitos de projeto, agrega no fator de
manejo, pois ele é a expectativa de um efeito determinado, manifestado pela maioria
da população através de uma ação específica. (IIDA, 2005)

Graças à grande mobilidade dos dedos, e o dedo polegar trabalhando em


oposição aos demais, pode-se conseguir uma grande variedade de
manejos, com variações de força, precisão e velocidade dos movimentos.
Em cada tipo de manejo pode haver predominância de alguns desses
aspectos. (IIDA, 2005, p. 243)

Ao tratar-se especificamente do usuário, estudou-se as diferentes maneiras


em que o manejo pode ser apresentado. Quando este é executado pelas pontas dos
dedos, focado na precisão do movimento, tendo sua palma e mão estáticos,
chama-se de manejo fino caracterizado pela grande precisão e velocidade, em
contrapartida, com menor força envolvida. Já quando o centro da força aplicada é no
centro das mãos, utilizando os dedos fixos para prender o objeto enquanto os
movimentos são realizados pelo punho e braço, denomina-se de manejo
grosseiro.(IIDA, 2005)
O estudo relacionado às diferentes maneiras em que o manejo se apresenta
é necessário para compreender como é o funcionamento da ação humana, de modo
que ao se realizar o projeto, este aspecto seja levado em consideração e favoreça a
ação em que aspecto se relaciona.
22

Quando o usuário utiliza o objeto, mais especificamente, o pega ou o põe em


funcionamento, denomina-se isso de manuseio operacional. Através de simples
ações, que possibilitem por meio da empunhadura do objeto controlar, regular,
ajustar ou monitorar. (GOMES FILHO, 2003)
Sendo a forma mais ordinária de manuseio, contudo sendo a base para o
entendimento do funcionamento deste aspecto na utilização pelo usuário do produto
idealizado.

Os problemas ergonômicos relacionados a esse fator dizem respeito aos


aspectos inadequados de pega, empunhadura e manipulação de elementos,
como alças, cabos, puxadores, encaixes, etc. E também diz respeito à
operacionalidade efetiva de outros elementos, como alavancas, botões,
teclas, trincos, maçanetas, pedais, volantes, e vários outros dispositivos.
(GOMES FILHO, 2003, p. 38)

Em continuidade, entende-se que para o melhor uso do objeto se faz


necessário um fator importante em relação a sua saúde e segurança. O aspecto da
limpeza preza pela produção de objetos que tenham as suas configurações físicas
que evitem o acúmulo de poeira e ou que possam facilitar a tarefa de limpeza.
Sobre as questões que se remetem a saúde e segurança, de fato são
necessárias serem mencionadas. Em meio a um contexto epidemiológico, houve
casos onde muitas pessoas acabam por adquirir uma obsessão por limpeza.
(TABAKMAN, 2020) Sempre ligando este aspecto à segurança de si próprios e de
seus familiares. Quando menciona-se como o fator de limpeza se relaciona com a
segurança, deve-se compreender que esta associação inclui aqueles usuários que
trazem alguma certa “bagagem” emocional acerca do contexto que estão incluídos.

Os problemas ergonômicos em relação a esse fator dizem respeito ao


acúmulo ou aderência de sujeira em frestas, juntas, reentrâncias, texturas,
superfícies, etc, que causam transferência de sujeira para o usuário no
contato por uso ou que possam inferir no funcionamento eficaz do objeto.
(GOMES FILHO, 2003)

Quando ocorre o excesso no uso do objeto ou o uso incorreto, é de senso


comum que ele possa de alguma forma danificar ou deteriorar-se. A necessidade do
usuário consertá-lo é denominada de manutenção. Sendo este de qualquer
natureza, que, eventualmente, é necessário para manter o pleno funcionamento do
objeto.
23

Os problemas ergonômicos afeitos a este fator dizem respeito em geral às


dificuldades encontradas para a realização dos serviços de manutenção em
termo de manuseio e manipulação para ações de desmontagem, acesso às
partes do objeto, realização da tarefa propriamente dita e posteriormente
fixação e montagem do conjunto do objeto. (GOMES FILHO, 2003)

Em conclusão ao tópico, denomina-se o último fator de arranjo espacial


sendo este compreendido como a melhor organização dos objetos e elementos que
constituem ou fazem parte de determinado espaço. Em suma, é a distribuição mais
correta de componentes(peças, equipamentos, mobiliários e acessórios) no
ambiente.
Este arranjo em específico está ligado a critérios conceituais como sua
importância de uso, frequência de uso e agrupamento com objetos semelhantes.
Claro que há exceções onde estes objetos se encontram de maneira disposta no
ambiente. Os critérios vão depender totalmente da natureza e utilização do objeto de
estudo. (GOMES FILHO, 2003)

O estudo do arranjo espacial é vital para se conhecer as necessidades


espaciais do usuário, de modo que o objeto proposto, sendo uma mesa, possa
auxiliá-lo a construir uma boa configuração para utilização de todos os objetos
necessários do seu dia a dia.

Os problemas ergonômicos no tocante a esse fator dizem respeito,


essencialmente, à não-obediência aos critérios citados acima. Ou seja, a má
distribuição espacial dos elementos componentes do produto – bi ou
tridimensionais – o que pode acarretar problemas de uso, de
operacionalidade e de percepção, sobretudo das informações contidas no
objetivo em termos do design industrial, no design gráfico e, ainda, da
organização ambiental. (IBID, 2003)

Estes fatores, apresentados pelo autor supracitado, auxiliam na compreensão


em como a energia gerada pela combinação de estruturas dentro do corpo atua na
utilização de objetos e como isso afeta a experiência que o usuário terá com o
projeto. Faz-se necessário a aproximação dos pontos dentro do processo produtivo
para que alcance essas máximas.
Para além das ações e manejo, a percepção do espaço e a forma como
sentimos as coisas, trabalhadas nas ações de percepção no tópico seguinte.
24

2.3.3 Ações de percepção

A percepção é, em resumo, a captação de uma informação e essa informação


contém algum significado em uma determinada situação. Diversos estímulos podem
e ocorrem simultaneamente ao usuário, por igual sobre muitos canais sensoriais do
indivíduo que também trazem problemas ergonômicos quando são resolvidos de
forma incorreta. (GOMES FILHO, 2003)
O uso correto da percepção do usuário é fator vital do processo criativo, de
forma que os canais sensoriais sejam estimulados de forma correta com o fim de
proporcionar o bem-estar ao usuário durante o uso.

Os problemas ergonômicos com relação a esse fator dizem respeito à


configuração adequada do sistema de informação contido, expresso ou
inerente a um determinado objeto de uso em nível da percepção,
discriminabilidade e decodificação da mensagem visual, auditiva, tátil ou
cenestésica, tendo em conta a respectiva capacidade do canal de
percepção do indivíduo, sendo que a visão, a audição e o tato são os canais
mais utilizados. (GOMES FILHO, 2003, p. 40)

Será tratado agora sobre como se classificam os diversos estímulos


sensoriais que o indivíduo pode possuir. Mencionados por Gomes Filho (2003), são
eles cinco: visual, auditivo, tátil, cinestésico e vibracional. Cada um destes se
diverge para uma área sensorial que o usuário tenha. Contudo, compreende-se que
não necessariamente o indivíduo possa dispor de todos seus canais sensoriais em
pleno uso. Podendo este ser deficiente visual, auditivo e possuir alguma outra forma
de deficiência que o impeça de receber o estímulo sensorial.
No que tange a percepção visual, compreende-se que esta é relacionada a
percepção das cores e formas. Sendo vários os aspectos que influenciam a
visualização do objeto, Gomes Filho (2003) menciona duas. Sendo elas,
primariamente a acuidade, interpreta-se este aspecto como a capacidade de
distinguir pequenos detalhes.

Os problemas ergonômicos com relação a esse fator dizem respeito à


dificuldade encontrada para proceder à leitura de informação ou discriminar
detalhes formais diminutivos ou mal dimensionados, fraco contraste entre
figura e fundo e ambientes com iluminação inadequada. (GOMES FILHO,
2003, p. 41)
25

Secundariamente, tem-se o aspecto da legibilidade, interpreta-se como a


percepção ligada a recepção de informação e o reconhecimento da mesma, a
comparação no armazenamento da memória. Ligada a qualquer forma gráfica, letra
ou palavra que esteja, de alguma forma, ligada à forma e padrão guardado na
memória do indivíduo. (GOMES FILHO, p. 41)

Os problemas ergonômicos com relação a esse fato dizem respeito à


dificuldade ou a não compreensão e decodificação de informações
(consubstanciadas em textos e/ou imagens, representadas por tipografia,
gráficos, símbolos, grifos, e outros sinais) em termos de dimensionamento,
contraste figura-fundo, cores, diagramação e organização visual da
informação como um todo.
(IBID, p. 41)

Em progressão, quando há situações em que há excesso de estímulo visual,


os sinais auditivos contribuem como complemento às informações. De modo que
não seja necessário visualizar para compreender a mensagem. (GOMES FILHO,
2003) Sirenes de veículos de emergência se encaixam nesse aspecto.
O estudo da ergonomia e da percepção auditiva auxilia na produção de
objetos que possam repassar informações de forma correta ao seu receptor, ou seja,
usuário. Compreende-se igualmente que há inserção de ruídos na percepção,
independentes de que forma sejam eles: ambientais ou pessoais.

Os problemas ergonômicos com relação a esse fator dizem respeito à


correta especificação dos pré-requisitos do tipo de sinal, em termos de
informação qualitativa e quantitativa, distinção entre sinais simples e
complexos e outros relativos à discriminabilidade e acuidade auditiva por
parte de ouvinte-usuário.
(IBID, p. 42)

O tátil é definido como o sentido de ser perceber o contato e a pressão. São


classificados em duas vertentes, os estáticos e os dinâmicos. Sendo o braille um
exemplo para os estáticos e o reconhecimento do ritmo pela vibração do alto falante
como um exemplo dos dinâmicos. É digno de destaque também como as
informações táteis proporcionam significados de funções de uso simples e de modo
imediato. (IBID)
26

É conveniente pensar na adoção desse fator desde o início do projeto do


objeto ou do signo em que, por exemplo, possam ser estudadas soluções
como configurações anatômicas que induzam o usuário a encontrar ou
manusear determinadas funções sem a necessidade de usar a visão;
aplicação de texturas em elementos planos ou volumétricos que os
caracterizam de uma tal maneira que o seu uso se faça sem olhar, e que,
pelo simples contato ou pressão, o operador já os reconheça imediatamente
ou, ainda, simplesmente pelo conforto no toque ou pega desses elementos.
(GOMES FILHO, p. 43)

O uso correto do canal tátil na execução do projeto é vital para o


entendimento e o bem estar do que o objeto necessita dispor ao usuário, sendo
textura, forma ou tamanho. Desde que agregue a percepção de forma positiva.
Quando o indivíduo tem conhecimento prévio e sem aviso de como funciona a
estrutura do corpo, compreendendo o alcance e força de seus membros, chama-se
isso de cinestesia. Há células presentes no corpo muscular do indivíduo que,
quando estimuladas, enviam informações para o sistema nervoso central.
No estudo ergonômico esse aspecto é de suma importância para
compreender a concretização de uma determinada tarefa sem necessitar de
informação visual. Exemplificando, a digitação de teclados virtuais sem necessidade
vê-los ou um pianista tocar as teclas corretas sem precisar visualizar o corpo de
teclas.
Em conclusão, o aspecto de vibração é o tremor, balanço ou trepidação. São
caracterizados por ter formas ondulatórias. Podendo assumir ritmo ou não.

Os problemas ergonômicos com relação a esse fator dizem respeito a


objetos que apresentam condições de vibração excessiva (por exemplo:
diversos tipos de ferramentas, aparelhos eletrodomésticos e veículos de
transporte) e que podem causar sensações de desconforto físico ao usuário,
como enjoos, entorpecimento, prejuízos ao sistema auditivo e dores. Por
outro lado, é um conceito que pode ter uma utilização importante como meio
de informação, a exemplo do telefone celular, no qual é dada a opção de
substituir o ruído característico do seu som de chamada por uma vibração
transmitida pelo sentido tátil, que o usuário percebe no seu corpo. (GOMES
FILHO, 2003, p. 44)

Estes fatores apresentados, auxiliam na compreensão de como a percepção,


a capacidade sensorial do usuário pode afetar o uso do produto final. O redesign
proposto neste projeto, deve atender pontos que haja o uso correto da percepção do
usuário, possibilitando o pleno uso por parte tanto daqueles que têm o completo
acesso aos canais sensoriais quanto daqueles que possam, por algum motivo, ter
algum em falta.
27

3. ANÁLISE ERGONÔMICA DO PRODUTO

Para auxiliar na compreensão deste projeto é necessário a explicação acerca


de como o objeto foi idealizado previamente. Sejam as formas, os materiais e seus
mecanismos. De modo que percebam-se as principais divergências entre o projeto
primário e a nova proposta. Concebido na disciplina de projeto 2 pelo discente João
Almeida como parte dos requisitos avaliativos, tinha como seu principal objetivo a
construção do objeto com adição de mecanismos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO

Deve-se ter em mente que o produto primário foi executado inteiramente no


âmbito virtual e sem pesquisas acerca de materiais e mecanismos. O objeto
compreende-se uma mesa multiuso de forma quadrada. A forma geométrica é
construída com MDF e há duas placas de MDF com alças para auxiliar a remoção
por trilhos em dois lados da peça.
Na parte interna, contém um acolchoado estampado na base do objeto e um
braço articulado de metal para a locomoção da peça superior. Esta peça funciona
para que traga objetos da ponta esquerda à direita.

Figura 3: Objeto primário

Fonte: Autores, 2022


28

Inspirado em mesas de centro japonesa Kotatsu, onde o usuário pode ter


mais conforto ao sentar-se por debaixo do móvel e, em ambientes mais frios, manter
a temperatura agradável. Contudo, grande parte dos móveis caracterizados como
uma mesa de centro, não atuam desta maneira citada, seus objetivos são cumprir
plenamente a função na qual são designados, na qual seria a de decorar e suportar
outros objetos menores acima dele.

3.2 ANÁLISE DE SEMELHANTES

Estes móveis citados anteriormente são aqueles nos quais estamos


ambientados e acostumados a vê-los em nosso dia a dia. O estudo daqueles que já
estão no mercado e são visados por possíveis compradores e usuários é de suma
importância para se compreender os pontos em que as pessoas observam ao
comprar o móvel escolhido.

Quadro 1 - Análise de semelhantes

Semelhantes Pontos Fortes Pontos Fracos

-Dupla superfície para -Somente três pontos de


acomodar objetos sustentação
-Redondo -Dificuldade em pôr objetos na
área inferior

-Material durável -Bordas retas


-Quatro pontos de sustentação -Largura pequena
-Grande espaço retangular

-Leve -Bordas retas


-Material Metálico na Base -Material frágil
-Grande Espaço Retangular -Largura pequena
29

Semelhantes Pontos Fortes Pontos Fracos

-Material durável -Pesado


-Bordas arredondadas
-Base grande e sólida

-Base com quatro pés -Forma ligada ao estilo do


-Mecanismo em X para ambiente
aumentar a segurança -Cada ponta oferece um
-Grande área de uso espaço diferente para uso

Fonte: Autores, 2022 1

3.3 CRIAÇÃO DE PÚBLICO ALVO

Com as observações demonstradas acima e para a melhor compreensão do


uso requisitado ao produto que está sendo trabalhado, faz-se necessário a
especificação de um público-alvo. Na qual fique explícito as necessidades e
objetivos nas quais este redesign deseja atingir.
Interpreta-se como este público usuários, entre 20 e 40 anos, residentes de
Belém, não necessitando de formação superior, classe B com renda entre R$7,000 e
R$14,000, aficionados em decoração de interiores.
Com este perfil criado, podemos encaminhar nosso estudo a projetar um
móvel que possa atender a este público, seja nos hábitos de consumo e no seu
poder aquisitivo. Com esses dados, é possível afunilar as possibilidades para que
haja maior aceitação do produto final.

3.3.1 Criação de Persona

Augusto Martin, é um odontólogo de 27 anos. Tem uma personalidade calma


e é cheio de energia, sua paixão por medicina veio do seu pai, Alberto, que sempre
levava ele ao hospital onde trabalhava.

1
Os móveis presentes no Quadro 1 foram exclusivamente escolhidos na Website TokStok.
Disponível em:< https://www.tokstok.com.br/resultado-busca/mesa-de-centro>.
30

Depois que se formou e conseguiu um trabalho, saiu da casa dos seus pais, e
foi morar em um apartamento no centro da cidade para ficar mais perto do trabalho,
mas suas paixões vão muito mais além do que a medicina, com sua mãe e ela
aprendeu a amar artes, moda e decoração, isso influenciou muito na hora de
escolher um apartamento e decorá-lo. Seu conceito aberto, uma ótima vista para a
Batista, uma boa iluminação encantaram Guto (com era chamado pelos pais), assim
que entrou sabia que era aquele o lugar que ele tanto procurava. Um apartamento
perfeito merecia a decoração perfeita, e ele não esperou, no mesmo dia em que
assinou o contrato foi direto para loja de móveis, era momento especial.
Acima de tudo, ele ama a família e os amigos, sempre tem uma piada na
ponta da língua e seu tom sarcástico habitual fazia com que quase sempre não
entendessem se ele estava brincando ou falando sério.

3.4 ANÁLISE ERGONÔMICA

A partir dos conceitos apresentados no referencial teórico, faz-se imperioso a


formulação de uma análise baseada nos fatores ergonômicos básicos (FEB) para
entender melhor o produto e auxiliar no redesign.

3.4.1 Requisitos de Projeto

Conforme foi mencionado anteriormente e conceituado pelo autor Gomes


Filho (2003), a FEB, grupo de fatores semelhantes que auxiliam a compreensão do
estudo ergonômico, divide-se em três vertentes, nas quais agrupam os fatores que
se assemelham.
Sendo estes grupos os requisitos de projeto, ações de manejo e ações de
percepção. Portanto, a compreensão e aplicação correta destes determinados
conceitos na produção e construção do projeto se mostra necessária.
Iniciando primariamente pelo conceito de tarefa que, de forma sucinta, se
denomina como os passos ou ações humanas para conseguir utilizar o produto de
maneira correta. Nosso objeto primário tinha como objetivo principal exercer a
31

função de uma mesa, tendo como adicional a possibilidade do usuário adentrar e


assentar abaixo do próprio móvel. (Figura 3)
Com a adição de um mecanismo que poderia remover as laterais do móvel
para que assim ele pudesse atuar de forma correta. Contudo, criou-se
questionamentos acerca do devido funcionamento de nosso objeto. Tais como:

1. Como retirar a parte lateral sem haver necessidade de tanta força física?
2. De que forma a chapa superior do objeto subiria?
3. Onde o usuário colocaria a placa lateral removível?

Figura 4: Porta Lateral

Fonte: Autores (2022)

Figura 5: Mecanismo da placa superior

Fonte: Autores (2022)


32

Estes questionamentos gerados após o estudo do fator de tarefa do devido


objeto, nos auxiliam a compreender onde habitam os maiores problemas
relacionados a usabilidade plena de nosso produto pelo seu devido usuário Ao
contrário do que foi recolhido no pesquisa, onde 86,4% das pessoas disseram não
achar complicado o uso do produto. Deseja-se produzir algo que independente do
sexo, repertório ou idade, consiga usufruir completamente.
Em continuidade, conceitua-se em resumo o fator de segurança como, a
usabilidade segura e confiável relacionada ao objeto em si. O objeto primário não
tem como objetivo ser complexo em seu uso. Em seu projeto, a ideia central era ser
simples e com o mecanismo, contudo, quando observamos ele novamente, nota-se
que mesmo com sua “simplicidade” ele carrega certos problemas que podem trazer
questões prejudiciais em relação a segurança do indivíduo utilizador, um ponto que
não foi percebido pelas pessoas, tendo resultados positivos em relação a segurança,
tendo 86,4% de aceitação nesse quesito.
Inicialmente, percebe-se alguns pontos importantes acerca deste fator
ergonômico, sendo eles:

1. Bordas retas
2. Possíveis acidentes com a chapa removível
3. Possível queda ao utilizar a parte interna para se assentar

Figura 6: Borda do objeto

Fonte: Autores (2022)


33

Dando continuação nesta análise, conceitua-se o conforto como sendo o


aconchego e bem-estar em níveis materiais e sensoriais que aquele dado objeto
proporciona. O móvel original tem como seu objetivo proporcionar conforto ao
usuário nos momentos em que este estiver utilizando a mesa, onde foi recebido
63,6% de aprovação visual dos usuários.
Contudo, diferentemente do Kotatsu, móvel que serviu de inspiração para a
construção do projeto primário, nosso objeto não carrega a manta ou edredom que
torna o móvel japonês tão singular.

Figura 7: Kotatsu Moderno

Fonte: Wikipedia (2022)

Abordando a questão sensorial do indivíduo, as formas curvas trazem mais


sentimento de conforto do que as formas lineares e retas. Trata-se de um repertório
comunitário acerca de como os produtos tendem a ser.
Ao observar o projeto, notamos alguns pontos acerca de como o fator de
conforto não está bem aplicado na construção da mesa com inspiração japonesa.
São eles:

1. Limitação do acolchoado somente a parte interna do móvel


2. Difícil acesso a parte do acolchoado
3. Forma completamente reta sem visualização da parte acolchoada
34

4. Desnível entre o solo e o acolchoado

Figura 8: Visão frontal do objeto

Fonte: Autores (2022)

Na figura acima é nítida a diferença de altura criada, divididos em três níveis


diferentes, desde a parte inferior da mesa, passando pela própria estrutura do móvel
até o acolchoado em si. Esta diferenciação criada causa dificuldades no momento
em que o usuário for utilizá-la, não proporcionando o conforto desejado.
O próximo conceito construído pelo autor Gomes Filho (2003) trata-se do
estereótipo popular, que em resumo compreende-se como um modo padronizado ou
consagrado em que devemos utilizar os produtos. Faz-se interessante pontuar a
similaridade do que foi tratado previamente no conceito de conforto. Onde coloca-se
a questão sensorial das formas curvas trazerem mais amplamente a sensação de
conforto do que as formas retas. Contudo, é somente uma similaridade, eles não
são iguais.
Ao observar o projeto inicial, ficam apontados algumas áreas específicas em
que o estereótipo popular atua ou atuará de forma que facilite a compreensão do
uso do móvel.

1. Alça da placa na região esquerda - pressupõe-se movimento de uso


2. Ausência de um puxador para a parte superior operar
3. Elevação do mecanismo ao puxar alguma alavanca
35

Alguns destes pontos demonstram como a utilização destes artifícios na


produção do produto auxiliarão no momento em que o usuário compreenderá o
objeto e como ele funciona.
Prosseguindo, tratamos acerca do fator de Envoltórios de alcances físicos,
que em síntese, denomina-se como a área espacial em que devem estar contidos as
ferramentas ou instrumentos que auxiliem o usuário a usufruir plenamente do
produto. Esse conceito se manifesta neste projeto no alcance em que o utilizador
deve ter para operar o mecanismo na qual o produto dispõe, quando foi colocado
isso em questão na nossa pesquisa (apêndice a) 62,8% das pessoas acham
possível ter tudo ao seu alcance ao utilizar o objeto.
Nesse caso, nesta análise devemos observar a distância horizontal em que o
usuário estará até algum tipo de alavanca ou chave que possa elevar a parte
superior da peça. Da mesma forma, ter em mente que seja feito de maneira em que
não tire o conforto do usuário, seja para utilizar o mecanismo ou para alcançá-lo. Os
pontos nas quais sãos considerados neste fator são:

1. Distância entre o usuário e o mecanismo


2. Móvel grande em dimensões de largura e comprimento

Figura 9: Visão Lateral - Distância entre usuário e mecanismo

Fonte: Autores (2022)

Retomando o estudo, tratamos agora sobre o fator da postura, que em suma


traduz a ideia de ser a ordenação das partes que compõem o corpo humano em um
36

determinado espaço. Este fator é de suma importância na construção do projeto,


pois em sua origem tratava-se de um produto na qual o usuário entraria no móvel.
Contudo, a postura na qual este utilizador seria exposto contribuiria para futuras
questões de saúde derivadas do uso incorreto deste fator.
Tomemos nota de que a postura depende, em sua maioria, do próprio
usuário, podemos projetar um objeto que induza o sujeito a alguma forma de
ordenação do corpo, contudo, depende de como o utilizador irá se dispor que
influencia a possíveis danos futuros. Observa-se alguns pontos acerca deste fator no
presente objeto:

1. O móvel não estimula a boa postura do indivíduo


2. O usuário deve prezar pela boa postura por si só

Um bom resultado seria aquele na qual o produto projetado possa propor a


boa ordenação do corpo do usuário no momento em que este estará a utilizar o
objeto, em suma, sua postura sentado.
Em sucessão, há o fator de aplicação de força, que em síntese, denomina o
esforço físico necessário para realizar alguma coisa. Interessante pontuar a relação
que este fator contém com o conceito anterior de estereótipo popular. Na qual
compreende-se que devemos realizar força para um devido sentido de como fazer o
produto funcionar.
Bons exemplos desta associação são as portas ou botões que funcionam no
sentido horário para aumentar e anti-horário para diminuir determinada função. O
estudo deste conceito sobre força é necessário para a compreensão e aplicação
correta no projeto, sendo que, ao ser projetado de maneira correta, o uso fica
extremamente mais simples e livre de certos questionamentos que possam advir do
uso.Acerca deste conceito, observa-se a necessidade de se projetar o objeto de
maneira que facilite e diminua a aplicação de força para pleno uso, nota-se alguns
pontos no projeto original:

1. A força utilizada pelo usuário para remover a chapa deve ser contínua
2. A chapa lateral é relativamente grande proporcionado uso de força
prolongado
3. Área superior deve ser de fácil locomoção
37

4. Puxador que valorize a aplicação de força

Figura 10: Puxador do placa lateral

Fonte: Autores (2022)

O projeto de um design vai muito além da beleza estética do determinado


produto, e sim, da sua função em si. De maneira que este móvel possa adquirir um
puxador que auxilie seu usuário a utilizar o produto. Na pesquisa 72,7% afirmam que
não achavam necessário muito esforço para utilizar o objeto, bem diferente do que
foi notado na nossa análise.
Prosseguindo, o autor João Gomes Filho (2003) construiu o último conceito
desta vertente, o fator de materiais. De suma importância, a escolha do material é
um dos pontos vitais do projeto do produto, seja ele devido a peso, textura ou
aparência. E tudo isto depende do que o objeto tem como objetivo.
A construção de uma mesa de centro moderna deve prezar por alguns pontos
nas quais, quando são respeitados, auxiliam na manutenção, montagem e utilização
do produto. Sendo eles:

1. Material leve e de preferência MDF ou Inox


2. Material liso livre de enrugamento ou aspereza
3. Escolha correta de material para sustentação do objeto

Todos estes pontos em que foram descritos anteriormente são partes vitais na
construção do objeto e por isso o nome deste grupo de fatores denomina-se de
38

requisitos de projeto, porém, o objeto em si vai muito além de sua origem, têm-se
também a utilização dele pelo seu usuário e é sobre isso que falaremos no próximo
tópico desta análise.

3.4.2 Ações de manejo

Em progressão a análise, tem-se o grupo de ações de manejo, nas quais se


remete a alguma ação do usuário que se relaciona ao manuseio ou a funcionalidade
do objeto. Sendo este dividido em ações simples e complexas, compreendendo
como o vestir de uma roupa para a ação simples e jogar um jogo virtual online para
uma ação complexa.
Tomemos nota também acerca da classificação dos manejos e controles para
o indivíduo e como eles se encaixam em nosso projeto.

1. Manejo médio em utilizar puxadores


2. Manejo Grosseiro em puxar a placa lateral do móvel

O estudo deste conceito é consideravelmente importante para a construção


correta do novo objeto, pois quando há compreensão acerca das diferentes formas
em que o usuário pode manusear o produto, pode-se projetar de maneira em que
cada manejo necessário seja realizado perfeitamente e sem impedimentos pelo
utilizador.
Em complementação a este conceito, há o fator de manuseio operacional,
que em resumo seria o ato de fazer funcionar um produto ou fazê-lo cessar a sua
função. Neste caso, encaixaríamos este conceito na questão dos puxadores, em
como o usuário teria que realizar o manuseio para realizar o funcionamento dos
mecanismos2 dispostos dentro do móvel. Sendo alguns dos exemplos em que o
manuseio operacional atuará:

1. Puxadores
2. Alavanca para elevação
3. Barras para puxar

2
Ver figura 5
39

Estes são alguns dos exemplos em que este fator pode agregar na produção
do nosso objeto primário, de modo em que auxilie no uso do produto, facilitando o
funcionamento completo. Atualmente, o objeto não dispõe de itens que valorizem
este manejo.
Em continuidade, o fator limpeza torna-se um ponto importante para esta
análise, já que este implica a própria proteção do usuário,a higiene e saúde.
Relacionado a este fator compreende-se que o acúmulo de resíduos em frestas
pode comprometer o uso pleno do objeto, além de possibilitar problemas à saúde.
Toma-se nota acerca de como a boa execução na projeção do objeto auxilia a
diminuir a quantidade de resíduos e assim auxiliando na limpeza do mesmo. Nosso
objeto primário contém uma área interna sendo esta propicia a acumulo de sujeira.
Alguns dos pontos em que são observados em como este fator funcionaria
melhor são:

1. Maior circulação de ar no objeto


2. Facilitar abertura do móvel para limpeza
3. Reduzir brechas e frestas

A correta construção do objeto em que o fator da limpeza seja bem utilizado


auxilia na manutenção do objeto, o cuidado da saúde do usuário e o bem-estar
proporcionado por um bom produto.
Em acréscimo a este último fator, temos a manutenção, que atua como a
realização de serviços de restauro de qualquer tipo. Como dito anteriormente, a
limpeza auxilia no tempo de vida do objeto e em soma a este fator compreende-se
que a construção do objeto deve possibilitar o manuseio ou desmontagem dele de
modo que auxilie a manutenção, caso ela seja necessária.
Acerca deste fator, o móvel original desta análise apresenta somente a sua
placas de modo removível, contudo, entende-se que este deve ter a possibilidade de
se desmontar a fim de facilitar a locomoção e manutenção. Alguns pontos como:

1. Dividir o móvel em peças menores


2. Fazê-lo com mecanismos simples de encaixe
40

A correta construção do objeto na qual este fator mencionado seja


contemplado auxiliará em momentos que haja a necessidade de reparos de
possíveis danos que a peça pode receber.
Por fim, há o fator de arranjo espacial, que em síntese trata acerca da melhor
ordenação relativa dos objetos que compõem o ambiente, de modo em que seja
coerente, equilibrado visualmente e funcionalmente. A aplicação deste conceito
baseia-se na execução de um objeto em que o usuário possa organizar seu espaço
de maneira harmoniosa.
De maneira em que, não se faça um móvel cheio de apetrechos e coisas
mais. Somente com o necessário para atender a necessidade do utilizador naquele
momento do uso. A visualização deste fator no móvel original está em sua parte
superior de sustentação, onde o usuário deve utilizá-la para colocar seus pertences
ou objetos.
A utilização de todos os fatores aqui mencionados no momento da construção
de um projeto de design auxilia a forma em que o usuário tende a utilizar o produto
final, de modo que seja simples o uso e que demande menos esforço físico e
mental. Trataremos no próximo tópico acerca de como a percepção atua na
construção do modelo final, como os sentidos funcionam ao utilizar o produto.

3.4.3 Ações de Percepção

Em conclusão a estes grupos de conceitos, temos as ações de percepção,


que em suma, baseiam no usuário em si, não apenas em sua utilização do produto,
mas sim como o usuário recebe e processa as informações que o atingem.
Primariamente há o fator visual, que se relaciona com a capacidade do
indivíduo de perceber cores e formas. E dentro deste fator há a acuidade e
legibilidade, onde estes se denominam respectivamente por ser a capacidade de
discriminar detalhes e a capacidade de receber a informação e compará-la a uma
memória.
O uso deste fator na construção de um projeto visa compreender como o
usuário visualiza o produto, seja de modo em que este indivíduo associe o objeto a
algo pré-existente em seu repertório mental ou dele compreender as funções em
que aquele produto carrega.
41

Em continuidade, temos o fator auditivo, que em síntese atuam, em sua


maioria, como complementadores da informação, já que em boa parte do tempo o
indivíduo percebe o mundo ao seu redor com a sua visão. A utilização deste fator a
favor do usuário na construção do objeto foca em sinais auditivos perceptivos que
carregam algum significado, por exemplo:

1. Som de clique ao travar


2. Ruído da roda no trilho de correr
3. Ruído de batida

Figura 11: Trilho de gaveta

Fonte: Amazon.com (2022)


Estes exemplos mencionados acima atuam como informantes de determinada
ação ao usuário. Na construção do projeto original, não foi utilizado nenhum
conhecimento teórico aprofundado, contudo, esta análise trabalha na reestruturação
para que o objeto possa realizar sua função da melhor forma. Portanto, ao utilizar o
som como fator adicionar e informador, cria-se o valor que o produto deve ter ao seu
usuário, como móvel útil e funcional.
Avançando na análise, há o fator tátil, sendo de suma importância para
complementar ou, até mesmo, substituir os outros dois modos de percepção
anteriores. Este fator tem sido alvo de pesquisas para que possa auxiliar a visão e a
audição quando estes estão saturados (GOMES FILHO, 2003). Um grande exemplo
deste fator seria o sistema tátil Braille, que em resumo, substitui a linguagem escrita
por pequenos sinais na superfície.
42

A aplicação do tátil no projeto contribui para a utilização do objeto, seja de


modo que coloquemos uma textura diferente para comunicar algo ao usuário ou que
façamos uma puxador3 emborrachado, auxiliando na segurança do indivíduo e na
sua aplicação de força.O fator tátil, mesmo que atue somente quando o usuário toca
no objeto, traz informações e auxilia o usuário no uso pleno do móvel ou objeto.
Prosseguindo, chega-se no fator cinestésico, que em síntese compreende-se
como as ações que o indivíduo pode realizar sem o acompanhamento visual. Este
fator vem do costume que o usuário tem com determinado objeto, seja um celular,
computador ou instrumento. Na utilização de móveis, torna-se um pouco mais
distante o senso cinestésico, contudo, cria-se maneiras em que senta, deita e
descansa em determinado móvel.
Este fator advém da habituação do usuário ao produto, o que pode ser
realizado para ajudar esse desenvolvimento é projetar este item de maneira que seja
fácil, compreensível e simples para o usuário. Havendo exemplos como:

1. Produto sem usabilidade complexa


2. Objeto que atenda as necessidades do usuário de forma rápida
3. Móvel que representa o consumo do comprador

Em conclusão, o último fator das ações de percepção é o conceito de


vibração, que em resumo entende-se como a oscilação ou tremor. Este fator é de
extrema relevância, pois caso haja a vibração constante é possível que traga futuros
prejuízos à saúde do utilizador.
Este fator caracteriza-se bastante em máquinas, contudo, observa-se os
mecanismos presentes no projeto original. O modo que eles estão dispostos
atualmente podem ser capazes de gerar um tremor ao serem utilizados,
comprometendo a estabilidade de algum item colocado acima da mesa.
A necessidade presente neste caso aparece na colocação de mecanismos
que possam atuar de forma limpa e suave. Importante pontuar de igual modo, que
os pontos de sustentação influenciam também neste fator, podendo haver deslize e
assim provocando uma vibração.

3
Ver figura 10
43

Figura 12: Sustentação do móvel

Fonte: Autores (2022)

Todo este conhecimento mencionado previamente, nos serve como base para
afunilar nossa visão acerca de como podemos projetar o produto de maneira em que
ele seja útil, usual e traga saúde para o indivíduo. A FEB4 convém como forma de
explanar conceitos técnicos acerca da ergonomia e são de suma importância para a
construção e o redesign de nosso novo móvel.

4
Fatores Ergonômicos Básicos do autor João Gomes Filho (2003)
44

4 RESULTADOS

Através da análise ergonômica baseadas nos fatores ergonômicos básicos foi


possível fazer um redesign do produto primário. Além disso, foi realizada uma
pesquisa de satisfação do cliente acerca do produto original, para compreender
melhor os pontos necessários a serem alterados. Neste tópico, vão ser
apresentados os resultados de redesign e nova proposta de produto.

4.1 REDESIGN

Após a apresentação dos conceitos teóricos abordados neste texto acerca do


estudo da ergonomia e suas aplicações na produção de produtos, chegamos a um
resultado em que atenda as necessidades expostas e que atue em associação aos
conceitos demonstrados.

Figura 13: Redesign do móvel

Fonte: Autores (2022)

Um fator importante a se notar é que o produto assemelha-se ao móvel


original, em sua execução quisemos manter os traços principais do produto de modo
que ele continue sendo o mesmo, mas com as melhorias prescritas neste trabalho.
Em continuidade a apresentação do redesign, para uma melhor compreensão
e visão geral do móvel repensado, a visualização das vistas ortogonais do projeto:
45

Figura 14: Visão lateral - Redesign

Fonte: Autores (2022)

Figura 15: Visão frontal - Redesign

Fonte: Autores (2022)

Figura 16: Visão superior - Redesign

Fonte: Autores (2022)


46

O novo móvel caracteriza-se como uma mesa de centro multiuso, onde ela se
estende em um metro de comprimento e sessenta centímetros de largura. Contendo
portas gêmeas com trilhos duplos em suas laterais proporcionando assim a
utilização do espaço interno sem haver necessidade de remover toda a peça, além
de que neste redesign estas portas estão suspensas com o trilho de movimentação
em sua área superior.
Sua parte única de elevação agora dispõe de um trilho flexível na qual o
sustenta quando está levantado e volta ao recolhimento quando não houver mais
necessidade de uso.
Em seus puxadores, trabalhamos na resolução simples da problemática,
fizemos eles como volume negativo da peça, assim o utilizador apenas precisa
colocar os dedos para realizar o manejo tanto das porta laterais quanto da chapa
elevada.
Por fim, a construção inicial deste móvel compreendia o kotatsu como
inspiração, contudo, após o estudo, entendeu-se que ele não poderia funcionar da
maneira que é utilizada na sociedade japonesa e assim foi idealizado que a parte do
conforto que o kotatsu propõe seja materializada na colocação de um tapete
acolchoado abaixo da peça, sendo este um item separado da peça principal, mas
que acompanha o produto no momento da compra pelo usuário.
47

5 CONCLUSÃO

Para realizar uma análise ergonômica e reduzir os acidentes e lesões no local


de trabalho, considera-se necessário o estudo aprofundado dos requisitos básicos
para o desenvolvimento de um produto; a busca por novos métodos de pesquisa, de
modo a auxiliar na projeção de novos objetos e no desenvolvimento de novas
pesquisas relacionadas não só a ergonomia, mas também, em outras áreas do
conhecimento.
A atenção adequada à ergonomia no momento de desenvolvimento do
produto representa um passo indispensável, a fim de garantir que o usuário utilize
ele com confiança, segurança e bem-estar, o qual é um direito fundamental do
consumidor. A equipe de concepção deve estar preparada para identificar as "falhas"
no objeto, em especial o designers, o qual deve respeitar todos os requisitos de
projeto já apresentados anteriormente. A análise ergonômica deve estar centrada
em uma assistência multiprofissional, tendo como foco principal a garantia do
bem-estar do indivíduo, considerando os aspectos sociais, culturais e raciais.
Ressaltando a importância do trabalho do designer, o profissional tem como
compromisso mostrar opções de escolha, são alternativas baseadas em ciências e
nos encargos necessários, na escolha de materiais e mecanismos, e sua
apresentação ao cliente. O acolhimento e percepção oferecida pela equipe de
design são de extrema importância para assegurar uma evolução no trabalho. A
assistência realizada com métodos seguros contribuem positivamente para a
efetivação do projeto. Entre eles destaca-se a geração de ideias5, triagem de ideias,
teste preliminar e prototipação, análise de mercado.
Sendo assim, a análise ergonômica tem um papel fundamental na elaboração
de um produto, essa etapa consiste em oferecer orientações, conforto, apoio,
bem-estar físico e segurança para o usuário. Entender e empregar essas premissas
de desenvolvimento, proporcionar ao processo de criação um auxílio, com um
número reduzido de intervenções, contribuindo nos estímulos, conforto e segurança
do objeto e na diminuição dos acidentes e lesões.
Quando se pensa em conforto, o cliente deve se sentir bem ao utilizar o
objeto, havendo um sentimento de satisfação, tendo a oportunidade de vivenciar

5
Brainstorming
48

uma experiência onde ele será o protagonista daquele momento. De um modo geral,
o ponto inicial para projeção de um produto é a análise ergonômica, considerado o
fator determinante para haver uma contemplação do cuidado em todo o ciclo de
desenvolvimento do objeto.
49

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Janeiro, 1978.

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São Paulo: Blucher, 2005.

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absorção e aperfeiçoamento de tecnologias para a aplicação na atividade
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a7e8ubriaw1.html#:~:text=Por%20que%20os%20apartamentos%20e%20casas%20
estão%20cada%20vez%20menores%3F&text=Antigamente%2C%20a%20populaçã
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20descontaminação.> . Acesso em: 14 de jun. de 2022
52

APÊNDICE A - Instrumento

FORMULÁRIO

1 Como você acha que esse produto funciona? _________________________

2 Você compraria esse produto? ( ) Sim ( ) Não

3 Acha que essa mesa é segura? ( ) Sim ( ) Não

4 Acha difícil de limpar? ( ) Sim ( ) Não

5 Usaria essa mesa para trabalhar? ( ) Sim ( ) Não

6 Esse móvel parece ser difícil de usar? ( ) Sim ( ) Não

7 Visualmente a mesa parece confortável? ( ) Sim ( ) Não

8 Você acha que consegue ter tudo ao seu alcance? ( ) Sim ( ) Não

9 A parte superior dela é relevante para você? ( ) Sim ( ) Não

10 Você acha que se sentiria preso nela? ( ) Sim ( ) Não

11 Acha que demanda muito esforço físico? ( ) Sim ( ) Não

12 O que você mudaria nesse produto? ___________________________________

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