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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE BELAS-ARTES

DESIGN PARAMÉTRICO

Ana Luísa Coelho de Sousa Pedro

Dissertação

Mestrado em Design de Equipamento


Especialização em Design de Produto

2016
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE BELAS-ARTES

DESIGN PARAMÉTRICO

Ana Luísa Coelho de Sousa Pedro

Dissertação orientada pelo Professor Doutor Pedro Silva Dias e coorientada


pelo Professor André Gouveia

Mestrado em Design de Equipamento


Especialização em Design de Produto

2016
Índice

Agradecimentos

Resumo

Abstract

Índice

1. Introdução …………………………………………………………………………. 1

1.1. Apresentação e Justificação do Tema ………………………………………….. 1


1.2. Objetivos ………………………………………………………………………. 2
1.3. Estrutura ……………………………………………………………………….. 3
1.4. Metodologia …………………………………………………………………… 5

2. Design ……………………………………………………………………………… 6

2.1. Definição de Design …………………………………………………………... 7


2.2. O Designer de Hoje e o Designer de Ontem ………………………………… 10
2.2.1. O Designer de Ontem …………………………………………………. 11
2.2.2. O Designer de Hoje …………………………………………………… 14

3. Design Paramétrico ……………………………………………………………... 16

3.1. Definição de Design Paramétrico ……………………………………………. 16


3.2. Design Generativo e Design Genético ………………………………………. 18
3.3. Enquadramento Histórico ……………………………………………………. 19
3.3.1. Processos Paramétricos Analíticos ……………………………………. 19
3.3.2. Processos Paramétricos Digitais ……………………………………… 20
3.4. Elementos de um Sistema Paramétrico ……………………………………… 22
3.4.1. Programação ………………………………………………………….. 22
3.4.2. Script ………………………………………………………………….. 24
3.4.3. Algoritmo ……………………………………………………………... 24
3.4.4. Node …………………………………………………………………... 26
3.5. Características de Funcionamento de um Sistema Paramétrico ……………... 27
3.6. Objetivos …………………………………………………………………….. 28
3.6.1. Objetivos Funcionais …………………………………………………..
29
3.6.2. Objetivos Estético-funcionais ………………………………………… 30

4. Ferramentas Computacionais do Trabalho do Designer ……………………... 31

4.1. Ambientes de Modelação Geométricos e Ambientes de Design Paramétricos 31


4.2. Sistemas Visuais de Programação …………………………………………… 33
4.2.1. Generative Components ………………………………………………. 34
4.2.2. 3DS Max – Max Creation Graph ……………………………………... 35
4.2.3. Grasshopper …………………………………………………………... 36

5. A Comunidade Open Design …………………………………………………… 38

6. Processos de Fabrico ……………………………………………………………. 39

6.1. Beneficios das Novas Tecnologias de Manufatura Digital com relação a


Processos Paramétricos ……………………………………………………… 39
6.1.1. Tecnologias Aditivas …………………………………………………. 40
6.1.2. Tecnologias Subtrativas ………………………………………………. 42
6.2. Processos Paramétricos e Técnicas Tradicionais ……………………………. 44

7. Conclusões

Índice de Figuras

Anexos ………………………………………………………………………………... 46

Bibliografia …………………………………………………………………………... 49

Webgrafia …………..………………………………………………………………... 51
1. Introdução

1.1. Apresentação e Justificação do Tema

(…)
1.2. Objetivos

(…)

2
1.3. Estrutura

A presente dissertação encontra-se estruturada em sete capítulos, dos quais, o


primeiro e o último dizem respeito à introdução e conclusão respetivamente. O segundo,
terceiro, quarto e o quinto capítulo dizem respeito à investigação do tema em questão (…)
Por fim, o capítulo seis apresenta estudos de caso (…)

O primeiro capítulo caracteriza-se por ser a introdução à dissertação, a qual


compreende a apresentação do tema, os seus objetivos, a estrutura da dissertação e a
metodologia de investigação empregada.

No segundo capítulo é exibida diversas definições de design, compreendidas num


período temporal definido. Contam tanto o significado etimológico bem como definições
dadas por profissionais da disciplina. É de igual forma estudado a evolução da forma de
trabalhar do designer até à atualidade.

No terceiro capítulo inicia-se a apresentação do tema fulcral da presente


dissertação, o design paramétrico. Aqui são introduzidas algumas definições do que é o
design paramétrico, bem como do design generativo e design genético. Desta forma
compreender-se cada uma das questões e em que aspetos se diferenciam. Um
enquadramento histórico será apresentado, contendo tanto os processos analíticos como
os processos digitais de forma a compreender-se a sua evolução. Será igualmente
estudado quais os elementos mais pertinentes de um sistema paramétrico, bem como a
forma de funcionamento do mesmo. De forma a compreender as implicações que existem
em termos do objetivo do processo em causa, serão apresentados casos de estudo tanto
para os aspetos funcionais e estético-funcionais.

No que toca ao quarto capítulo, são apresentadas as diferenças entre ambientes de


modelação geométrica e ambientes de design paramétrico de forma a compreender-se em
que aspetos se diferenciam, para de seguida se introduzir os sistemas visuais de
programação e as suas características. Em adição, alguns programas baseados nesses
sistemas serão introduzidos.

No quinto capítulo, apresenta-se a comunidade Open Design seguida de estudos


de caso para a posterior compressão dos exemplos demonstrados.

3
No sexto capítulo é exibida os processos de fabrico já que o culminar do projeto
baseia-se num produto, nos casos em questão tratam-se de produtos físicos. Como tal, ir-
se-á compreender os benefícios que as tecnologias de manufatura digital podem acatar
com os sistemas paramétricos. Este ponto será dividido entre tecnologias aditivas e
tecnologias subtrativas e cada um dos pontos terá casos de estudo. De igual modo, a forma
como as técnicas tradicionais podem tirar proveito dos sistemas paramétricos será
estudado. Com isto pretende-se tirar ilações de como os sistemas visuais de programação
afetam o trabalho do designer.

Por fim, no sétimo e último capítulo são retiradas as conclusões da investigação.

4
1.4. Metodologia

A metodologia adotada nesta dissertação consistiu na recolha de informações sobre


temas pertinentes, tais como: Design Paramétrico, Computer-Aided Design, Manufatura
Digital, entre outros. Para tal, recorreu-se a fontes bibliográficas sobre os temas
anteriormente descritos, bem como ao uso da internet para a busca de informações
adicionais.

5
2. Design

O design é uma disciplina que ao longo dos tempos têm sofrido alterações, quer na
forma de encarar um produto quer no seu papel na sociedade. A forma de comunicar
também se alterou bastante nas últimas décadas, tornando-se mais dinâmica e bastante
diversificada. Dinâmica na forma como existe uma maior interação por parte do utilizador
e diversificada pelo variado leque de opções que existe à disponibilidade do usuário. Isto
afetou a forma como o designer encara a sociedade e, consequentemente, a forma como
projeta para os tempos atuais. Um designer, no processo de conceção de um produto ou
serviço, atravessa diversas fases até possuir um produto finalizado. Cada uma das quais
requer o seu tempo e as suas ferramentas. Com as constantes exigências do mercado,
torna-se imperativo que tanto os custos como os prazos de entrega sejam reduzidos, sem
com isso reduzir na qualidade do produto lançado. Ou seja, é necessário que os prazos do
mercado e do cliente sejam cumpridos independentemente dos processos de fabrico em
questão. Essas questões é o que fazia com que algo fosse aceite e tivesse sucesso em
detrimento de outras. Claramente com o passar dos anos e com a evolução da tecnologia,
o design tem sofrido alterações em diversos aspetos, quer ideológicos quer
metodológicos. Portanto, não só o aparecimento de novas técnicas possibilitou que peças,
antes consideradas impossíveis de conceber tornassem-se idealizáveis, mas também
melhorou de igual forma o trabalho do designer, tornando-o mais claro e direto. Desta
forma a definição do que é o design não ficou impune às constantes evoluções.

As tecnologias computacionais estão na base da presente dissertação, como tal, a


definição de design começará a ser introduzida a partir do aparecimento das tecnologias
CAD numa linha temporal até aos dias atuais. Embora existam diversas áreas em que o
design atua, apenas se vai considerar os temas relacionados com industrial, produto ou
equivalente, pela incidência no tema. De seguida, ir-se-á compreender as diferenças entre
o que o designer de ontem, o que viu a introdução dos sistemas CAD e consequentemente
o design paramétrico no seu trabalho; e o designer da atualidade de forma a observar o
impacto da evolução da tecnologia no seu trabalho.

6
2.1. Definição de Design

Design apresenta-se como um termo árduo de definir, muito em causa pela sua
complexidade. Isso deve-se ao facto de não só as suas origens serem complexas mas bem
como este não estar restrito a apenas uma área em específico mas múltiplas. Por outro
lado, existe as diferentes perspetivas dadas pelos praticantes da disciplina. Existiram
diversas afirmações do que é o design industrial, todavia apenas vão ser referidas algumas
que se considerem pertinentes e as que mais se distinguiram dentro da área.

Primeiramente vai ser apresentado a caracterização da palavra design num


contexto geral. Em termos etimológicos, design deriva da palavra latina designare que
tem o significado de “definir, descrever ou destacar.”1 Observando o significado dado
noutras línguas é possível observar que as principais características apontadas variam.
Foram escolhidas a língua inglesa pela internacionalização da mesma e a língua alemã
pela influência que esta teve na área. Iniciando com a língua inglesa, a palavra design é
“usada para designar quer estética da conceção dos objetos utilitários (mobiliário,
utensílios, máquinas, embalagens, etc.), em especial no que se refere à sua forma física e
funcionalidade, quer a criação estética de objetos e produtos industriais e comerciais,
quer, ainda, o aspeto do produto concebido.”2 Por outro lado, no alemão, a palavra assume
um significado ligado à profissão3. Ou seja, a palavra design nas linguagens estudadas
pode assumir dois significados primários: ora faz referência à disciplina em si, ao ato de
conceber produtos ou serviços; ou faz alusão ao produto em si que é o resultado do
trabalho do designer. Como tal, o termo design deverá fazer alusão tanto ao processo
como ao produto resultante desse processo.

Prosseguindo para um âmbito industrial, é possível definir com melhor clareza


onde o design atua. Todavia com a diversidade da disciplina e com a constante evolução
da mesma, os termos e as suas definições não se mantiveram intactas durante o passar dos
anos. A evolução da sociedade e das tecnologias influenciaram esta mudança.

1
Tradução livre do inglês. ERLHOFF, Michael; MARSHALL, Tim – Design Dictionary. p.102.
2
VAZA, Mestre Aldina, et.all – Dicionário Verbo: Lingua Portuguesa. p. 348.
3
ERLHOFF, Michael; MARSHALL, Tim – Design Dictionary. p.102.

7
Para além dos conceitos técnicos, foram vários os profissionais da área que foram
ao longo dos tempos descrevendo o que era para eles o design. Sendo que a extensão da
investigação inicia-se com o desenvolvimento dos sistemas CAD, o limite será
estabelecido pelo final dos anos 1950, pois considera-se acontecimentos precedentes
irrelevantes para o tema em estudo.

No ano de 1957, o ICSID4 foi fundado e ao mesmo tempo, apresentou uma


descrição de como revia a profissão. Segundo eles: “o designer industrial é uma pessoa
que é qualificada pela sua formação, o seu conhecimento técnico, a sua experiência e a
sua sensibilidade visual, por forma a determinar os materiais, a estrutura, os mecanismos,
a forma, o tratamento das superfícies e a roupagem (decoração) de produtos fabricados
em série através de processos industriais. Segundo as circunstancias, o designer industrial
pode tratar um ou todos estes aspetos. Para além disso, pode tratar dos problemas de
embalagem, da publicidade, das exposições e do marketing, pois que a solução destes
problemas requerem não só um conhecimento técnico e uma experiência técnica mas
também a capacidade de avaliação (‘appreciation’) visual”5

Mais tarde, no ano de 1961, Tomás Maldonado considerou que “o design


industrial é uma atividade criativa, orientada para a determinação das qualidades formais
dos objetos ou signos produzidos industrialmente. Entendendo-se por qualidades formais,
não apenas o aspeto exterior das coisas, mas, principalmente aquelas relações estruturais
e que convertem um sistema num todo coerente, tanto do ponto de vista da produção
como do consumo”6 Maldonado foca bastante que a forma deve derivar da estrutura, ou
seja, que a forma deve ser justificada pela sua função, o que demonstra que é contra o
styling. Este não irá ser abordado por não ser considerado relevante. Esta definição em
comparação com a definição exposta anteriormente diferencia-se pelo foco dos diversos
fatores enunciados, que representam a sociedade em que o produto é concebido.

4
Abreviatura para International Council of Societies of Industrial Design. O ICSID trata-se de uma
associação que tem como objetivo “promover a disciplina de design industrial a nível internacional. Para
fazer isso, ICSID realiza uma série de iniciativas de apelo global para apoiar a eficácia do design industrial,
numa tentativa de responder às necessidades e aspirações das pessoas de todo o mundo, para melhorar a
qualidade de vida, bem como ajudar a melhorar a economia das nações pelo mundo.” ICSID – Mission &
Vision Statements
5
BONSIEPE, Gui – Teoria e Prática do Design Industrial: Elementos para um manual crítico. p. 35
6
Livro Tomás Maldonado

8
Caso de Burdek que declarou que o “design é uma atividade, que é agregada a
conceitos de criatividade, fantasia cerebral, senso de invenção e de inovação técnica.”7

[Continuar com mais definições]

Recentemente, mais precisamente no ano de 2015, o ICSID na sua 29ª Assembleia


Geral redefiniu o significado de Design Industrial. Foram apresentadas duas versões, uma
simplificada e outra com uma justificação mais extensa. Para que exista uma melhor
compreensão das possibilidades do design como disciplina apenas será apresentada a
versão mais detalhada. Para o ICSID: "O Design Industrial é um processo estratégico de
resolução de problemas que impulsiona a inovação, constrói o sucesso empresarial e
conduz a uma melhor qualidade de vida através de produtos inovadores, sistemas,
serviços e experiências. O Design Industrial preenche a lacuna entre o que é e o que é
possível. É uma profissão transdisciplinar que aproveita a criatividade para resolver
problemas e co-criar soluções com a intenção de conceber um produto, sistema, serviço,
experiência ou um negócio, melhor. Na sua essência, o Design Industrial fornece uma
forma mais otimista de encarar o futuro através da reformulação dos problemas como
oportunidades. Liga a inovação, tecnologia, investigação, empresas e clientes de forma a
proporcionar um novo valor e uma vantagem competitiva através das esferas econômicas,
sociais e ambientais. Os designers industriais colocam o ser humano no centro do
processo. Eles adquirem uma profunda compreensão das necessidades dos utilizadores
através da empatia e aplicam um processo pragmático de resolução de problemas centrado
no utilizador para conceber produtos, sistemas, serviços e experiências. Eles são agentes
estratégicos no processo de inovação e estão numa posição única para colmatar variadas
disciplinas profissionais e interesses comerciais. Eles valorizam o impacto económico,
social e ambiental do seu trabalho e sua contribuição para a co-criação de uma melhor
qualidade de vida. "8 Comparando a definição anterior do ICSID com a atual é possível
observar que o utilizador encontra-se no foco do desenvolvimento do projeto, o qual antes
nem sequer era mencionado. Em adição, outros aspetos começaram a ser considerados no
trabalho do designer, como os aspetos sociais e económicos.

7
Livro burdek
8
Tradução livre do Inglês. ICSID – DEFINITION OF INDUSTRIAL DESIGN.

9
[Continuar a comentar]

O método de conceber bem como as ferramentas foram-se modificando com o passar


dos tempos. Nesta linha de pensamento, o designer de antigamente não é certamente um
designer dos tempos modernos.

2.2. O Designer de Ontem e o Designer de Hoje

Com o desenrolar das décadas, o designer de outrora não será certamente igual ao da
atualidade. Não só os processos de manufatura evoluíram mas a sociedade também sofreu
modificações, o que ontem era visto como aceitável poderá já não ser aceite atualmente.
Isto influencia a abordagem do designer na forma como enfrenta a problemática em
questão. Mas a pergunta essencial permanece intacta, como resolver o problema em foco?
Os sistemas CAD vieram transformar como um dado dilema era abordado de uma forma
tal que atualmente estão bem inseridos na prática do design. Para uma melhor abordagem
da evolução do designer como profissional, este ponto será dividido em duas partes, as
quais separam o desenvolvimento por fases características. A primeira, “O Designer de
Ontem”, aborda o trabalho do profissional desde o início das ferramentas CAD, ou seja
no final dos anos 1950 até (?); por outro lado, “O Designer de Hoje” expõe a abordagem
do projeto que se utiliza atualmente.

Antes de mais é necessário esclarecer algumas definições pertinentes, as quais


consistem no CAD, CAM, [entre outros]. Iniciando com o CAD, este consiste num “(…)
software que apresenta um conjunto de comandos específicos para operações de desenho
(linhas, polígonos, sólidos geométricos) e sua manipulação (ampliação, deformação,
mudanças de escala, cópias, translações, etc.). Estes comandos estabelecem com o
utilizador um ‘interface’ direto e fácil, de acesso ao desencadeamento de cada algoritmo
ou algoritmos do domínio da Computação Gráfica – ciência multidisciplinar que

10
relaciona aspetos da matemática, da geometria e da ciência computacional.”9 Outro
conceito a esclarecer consiste no CAM (Computer Aided Manufacturing)

2.2.1. O Designer de Ontem

Antes da introdução de sistemas computacionais no trabalho do designer, o seu


trabalho estava dependente de procedimentos analógicos. Encontrava-se restringido a um
conjunto de ferramentas que se mantiveram relativamente idênticas por um grande
período de tempo, são essas o papel, réguas, compassos entre outras ferramentas. Eram
instrumentos que ocupavam grandes dimensões e a sua edição não era direta. O
aparecimento dos sistemas CAD trouxe para cima da mesa um conjunto de novas
possibilidades de trabalho.

Desde os anos 1960 houve uma evolução na forma de modelação geométrica no


processo projetual. Essa evolução veio acompanhando a evolução da tecnologia que vinha
trazendo sistemas cada vez mais potentes. Desta forma é possível identificar quatro
grandes áreas: Modelação de Linhas, Modelação de Superfícies, Modelação Sólida e
Modelação por Características. Cada uma representa uma forma diferente em que a
informação geométrica é conduzida. Como a figura abaixo ilustra, houve uma evolução
das formas de modelação ao longo dos anos. Existiu tipos de modelação que se tornaram
ultrapassados e que foram sendo substituídos por outros que realizavam a tarefa em mãos
de uma forma que o utilizador poderia tirar mais partido. Houve desse modo uma
passagem progressiva até ao modo de modelação mais convencional atualmente,
Modelação por Caraterísticas, ou seja, modelação com recurso a parâmetros.

9
SILVA, Arlindo; [et al.] – Desenho Técnico Moderno. p.12

11
Figura X – Evolução da forma de modelação (José Carlos Teixeira – p.2-3)

Antes de mais é necessário entender a modelação geométrica “como a técnica


usada na descrição da forma de um objeto”.10 “À Modelação Geométrica está associada
a representação das características geométricas (localizações e formas) e topológicas
(relações entre partes) de entidades tridimensionais. A cada objeto corresponde um
modelo, baseado num determinado esquemas de representação”11

10
TEIXEIRA, José Carlos de Gouveia – A Modelação Geométrica em Actividades CAD/CAM. p.2-1
11
Ibid

12
Modelação de Linhas

No que toca à Modelação de Linhas, esta caracteriza-se por sistemas os quais


recorrem a segmentos de reta e arcos de forma a representar os contornos das figuras.
Trata-se da transposição do desenho de um ambiente manual para um ambiente
automatizado. É um processo que acata algumas desvantagens tais como “a possibilidade
de construção de modelos impossíveis (…) e de modelos ambíguos” 12. Isto tendo em
conta modelos de grande complexidade, torna-se complicado decifrar um objeto pelo
grande numero de elementos visuais. Alem disso, este processo é lento pois não existe
uma associação entre as diversas vistas, sendo que quando algo é modificado numa vista,
é necessário uma modificação nas restantes. Como tal, este processo de conceção de
geometria estava “separada da produção. Os sistemas CAD tinham como objetivo
primário gerar a descrição da forma geométrica, deixando de lado os processos produtivos
para um outro processo separado”.13 Em adição, esse processo tende a ser manual, o que
aumenta ainda mais o dispêndio de tempo e de recursos a corrigir todo o projeto.

Modelação de Superficies

Este tipo de modelação é determinado pelas superfícies que o definem. “Cada uma
dessas superfícies é usualmente definida de dois modos (…): por interpolação de um
determinado conjunto de curvas que determinam a sua forma (…) ou por aproximação de
um determinado conjunto de pontos”.14 Ao contrário da Modelação de Linhas, neste
torna-se possível interpretar melhor um objeto e também a sua representação em diversas
vistas.

12
MADEIRA, Joaquim João Estrela Ribeiro Silvestre – Modelação Interactiva de Curvas e Superfícies
de Forma Livre. p.10.
13
TEIXEIRA, José Carlos de Gouveia – A Modelação Geométrica em Actividades CAD/CAM. p. 1-15
14
MADEIRA, Joaquim João Estrela Ribeiro Silvestre – Modelação Interactiva de Curvas e Superfícies
de Forma Livre. p.10.

13
Modelação Sólida

No que toca à Modelação sólida, este “descreve completamente e de modo não


ambíguo os objetos tridimensionais; esta não-ambiguidade resulta (…) da correta
definição da fronteira e do interior de cada objeto.”15 Nesta categoria foram desenvolvidos
diversas formas de representação, todavia não serão abordadas nesta dissertação por se
considerar um estudo aprofundado de uma categoria que não apresenta uma relação direta
com o tema em questão.

Modelação por Caracteristicas

2.2.2. O Designer de Hoje

Atualmente, o designer dispõe de uma variedade de opções às quais pode recorrer.


Com o ambiente digital já inserido na prática, os computadores representam uma
ferramenta imprescindível. Em adição, onde anteriormente era necessário esquemáticas
dos produtos para os colocar em produção, estes foram substituídos pela utilização do
modelo tridimensional do projeto. É ainda necessário que os designers possuam algum
conhecimento de modelação.

[Algumas citações e referências que pondero usar neste tópico]

15
MADEIRA, Joaquim João Estrela Ribeiro Silvestre – Modelação Interactiva de Curvas e Superfícies
de Forma Livre. p.11.

14
Os designer de modelação 3d atualmente “(…) geram e exploram (…) conceitos
através da escrita e modificação de algoritmos que se relacionam com o posicionamento
de elementos, configuração de elementos e com as relações entre elementos.”16

“A prática moderna dos designers industriais normalmente cai em duas categorias


distintas, quando ele/ela é ou um empregado direto de uma organização e concebe
exclusivamente para eles, ou um consultante independente requisitado para conceber para
uma variedade de clientes.”17

“(…) a tarefa do designer industrial moderno é produzir um plano e uma


especificação da forma ou mecanismo para a produção em larga escala. Uma
característica essencial do seu trabalho é a separação do conceito da manufatura ou
conceção.”18 Como foi referido, era necessário a criação de um plano para ser entregue à
fábrica para seguir para produção.
Diversas vezes durante um projeto, surge a necessidade de realizar modificações em
diferentes segmentos do projeto. Deste modo, segundo Robert Woodbury: “para resolver
este problema, os designers começaram a usar software baseado em design paramétrico,
que lhes permite especificar relações entre vários parâmetros do seu modelo.”19 Por estas
razões, a maior parte dos programas que são utilizados atualmente, baseiam-se em
processos paramétricos20

16
Tradução livre do Inglês. AD Computation Works: The Building of Algoritmic Thought. CASTLE,
Helen; PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de, ed. Nº 222. p.11
17
Tradução livre do Inglês. CONWAY, Hazel - Design History: a student’s handbook. p.110.
18
Tradução livre do Inglês. CONWAY, Hazel - Design History: a student’s handbook. p.110.
19
JABI, Wassim – Parametric Design for Architecture. p. 9
20
vídeo do grasshopper - youtube

15
3. Design Paramétrico

“O computador não projeta. É apenas uma ferramenta.”21 Muitos já o afirmaram,


todavia uns ainda recorrem ao papel para elaborar esquiços rápidos. As ferramentas
computacionais são atualmente utilizadas numa fase não inicial pela facilidade que as
ferramentas tradicionais trazem ao projeto. Contudo, com a progressiva introdução do
ambiente computacional no trabalho do designer, surgiram diversas opções com que este
podia desenvolver o seu projeto. O design paramétrico adaptou-se a este ambiente
oferecendo um método de modelação que rapidamente se alastrou por diversas
plataformas. No design, cada vez mais tem sido adotado como sistema para o
desenvolvimento de produtos. Antes de se entrar em pormenores sobre o que caracteriza
este sistema, é necessário perceber qual o seu significado.

3.1. Definição de Design Paramétrico

Num aspeto etimológico a palavra parâmetro tem origem nas palavras gregas para
e metron. Para, tem o significado de: no ou ao lado de, lado a lado, além de. Este prefixo
designa objetos ou atividades auxiliares ou derivadas pela palavra base22. No que toca à
palavra metron esta significa medida23. Juntos originam a palavra parâmetro que segundo
o dicionário de língua portuguesa significa a “designação atribuída a variável com função
especial, como a função de individualizar os elementos de uma determinada família.24
Conforme a área em que atua, a termo assume especificidades diferentes. Na matemática
é a “designação atribuída a variável com função especial, como a função de individualizar
os elementos de uma determinada família”, enquanto num ambiente computacional o
termo parâmetro assume-se como “uma variável que deve ser dada um valor específico

21
SUPON DESIGN GROUP - INTERNATIONAL BOOK DIVISION - Computer generation : how
designers view today's techonology. p. xii
22
DICTIONARY.COM – Para. [Em linha] 2005 [Consult. 06/03/2016]
23
DICTIONARY.COM – Metron. [Em linha] 2005 [Consult. 06/03/2016]
24
VAZA, Mestre Aldina, [et.al] – Dicionário Verbo Língua Portuguesa. p.

16
durante a execução de um programa ou de um procedimento dentro de um programa.”
Por outras palavras, os parâmetros determinam os limites de atuação.

As definições não estão limitadas à origem das palavras, vários especialistas e


estúdios da área deram o seu contributo dando a sua versão do que é o design paramétrico.
Segundo o Chido Studio25 o “desenho paramétrico é a abstração de uma ideia / conceito,
relacionando processos geométricos e matemáticos; os quais nos permite manipular com
maior liberdade e precisão o nosso projeto e alcançar melhores resultados.”26
Basicamente falam em observar a ideia de uma perspetiva da geometria e da matemática.

No que toca a definições por parte de autores, serão apresentadas definições de


alguns especialistas do tema. Iniciando com Patrik Schumacher27, o arquiteto oferece a
sua definição tanto de parametrismo bem como a de design paramétrico. Este considera
que o “parametrismo28 implica que todos os elementos da arquitetura estão se a tornar
parametricamente maleáveis e como tal adaptáveis uns aos outros e ao contexto”29.
Schumacher considera ainda que o design paramétrico “é a ferramenta usada para
conceber estruturas e contruir elementos baseados em certos parâmetros, escolhidos pelo
designer, com a ajuda da tecnologia CAD”30. Wassim Jabi considera o “Design
Paramétrico: Um processo baseado num pensamento com algoritmos que permite a
expressão de parâmetros e regras que, juntos, definem, encodam e clarificam a relação
entre o objetivo do projeto e a resposta do projeto”.31

25
Chido Studio é uma plataforma para a investigação e exploração de design paramétrico / generativo
aplicado ao design industrial, arquitetura e arte digitais através de linguagens de programação, para criar
novas estratégias para a conceção e fabricação digital.
26
Tradução livre do Espanhol.
27
Patrik Schumacher é um arquiteto inglês e autor de diversos artigos e livros sobre a temática do
parametrismo. Patrik completou o seu diploma em arquitetura na Universidade Stuttgart em 1990. Em 1999
recebeu o seu grau de doutorado pela Universidade de Klagenfurt. Em 19XX, juntamente com Zaha Hadid
participa no atelier Zaha Hadid Architects onde exerce o cargo de diretor e de designer sénior.
28
Patrik Schumacher considera que atualmente entrou-se numa era que se baseia em premissas
completamente diferentes da era contemporânea, como tal ele propõe o nome a este novo movimento de
Parametrismo (tradução livre) ou parametricism em inglês.
29
Tradução livre do Inglês. SCHUMACHER, Patrik – Parametricism – A Global Style for Architecture
and Urban Design. p.
30
Tradução livre do Inglês. SCHUMACHER, Patrik – Parametricism – A Global Style for Architecture
and Urban Design. p.
31
Tradução livre do Inglês. FRAZER, John – Parametric Computation: History and Future. A.D.
Parametricism 2.0: Rethinking Architecture’s Agenda for the 21st Century. p. 20.

17
Após a apresentação das mais variadas versões da definição de design
paramétrico, permite chegar a uma definição geral. O design paramétrico é então um
processo …

[Dar a minha definição de Design Paramétrico]

3.2. Design Generativo

Dentro da temática existe um outro conceito que se relaciona com o design


paramétrico e o qual necessita de ser esclarecido.

Indo ao encontro da origem da palavra principal, gerar, esta possui a conotação de


“conceber, produzir, originar.”32 (…)

É de notar que não se pretende seguir na direção do generativo como arte.

Figura X – Esquema do processo do design generativo

Acima encontra-se ilustrado o método de conceção por um designer aquando recorre


a um processo de design generativo. O diagrama inicia com uma ideia que através da

32
INFOPEDIA.PT – Gerar [Em linha] 2016 [Consult.] 18/03/2016

18
abstração é transformada numa regra algorítmica. A partir deste ponto o designer
manipula os diferentes aspetos. De seguida, os parâmetros são implementados dando
origem ao código fonte do qual o computador vai interpretar resultando numa resposta.
Esta pode não ser a solução desejada e como tal é necessário regressar a um dos passos
anteriores e realizar as modificações necessárias até se atingir a resposta pretendida. Estas
modificações podem ser feitas tanto no algoritmo como nos parâmetros.

Sendo que o design generativo recorre igualmente a algoritmos para a sua


programação, Mark Burry afirma que o: “pensamento algorítmico significa adotar um
papel interpretativo para compreender os resultados do código generativo, sabendo como
modificar o código de forma a explorar novas opções, especulando sobre futuras
potencialidades do projeto”33

3.3. Enquadramento Histórico

Numa visão ampla do tema, este processo baseado na matemática esteve bem presente
para além do universo computacional, onde o qual serviu como ferramenta de projeção.
Utilizações de parâmetros restritivos podem ser encontrados em diversas ocasiões ao
longo da história. Sendo o foco principal o design paramétrico inserido num ambiente
computacional a análise histórica será dividida entre Processos Paramétricos Analíticos
(realizados num ambiente não computacional) e Processos Paramétricos Digitais
(concretizados recorrendo a computadores e a programas para a realização das tarefas).
Em ambos os casos, os diversos exemplos serão enunciados de uma forma progressiva e
temporal.

3.3.1. Processos Paramétricos Analiticos

33
Tradução livre do Inglês. BURRY, Mark – Scripting Cultures. p.8

19
Antes da introdução dos computadores, os projetos eram desenvolvidos de uma
forma analógica. Antoni Gaudí e Frei Otto são exemplos de arquitetos que recorriam a
modelos flexíveis de forma a trabalharem com uma maior “liberdade”. Estes modelos
recorriam à força da gravidade de modo a simular como as estruturas se iriam comportar
e ao mesmo tempo recorriam a isso para construir o seu modelo. A gravidade é
considerada uma das características constantes a qual não se ira alterar em qualquer fase
do projeto.

Iniciando com Gaudí, um dos seus trabalhos mais notáveis consiste na Basílica da
Sagrada Família em Barcelona. Foi a obra mais complexa o qual dedicou mais de quarenta
anos da sua vida, de 1883 até 1926. Diversas simulações ou eram feitas recorrendo a
formulas matemáticas ou utilizando maquetes de estudo.

Figura X – Modelo analítico da Sagrada Família Figura X – Modelos de compressão de


Frei Otto

3.3.2. Processos Paramétricos Digitais

[Neste tópico encontro-me bloqueada. Como tenho que abordar a história do CAD,
alguns elementos iriam-se repetir aqui. Assim não sei se inclua o CAD juntamente com
os processos paramétricos ou se divida.]

20
A evolução dos processos paramétricos partilham uma história com a evolução da
história dos sistemas CAD, como por exemplo no surgimento de programas que tanto são
marcos do CAD bem como dos sistemas paramétricos. Desta forma, ambos os tópicos
serão abordados em sintonia.

O grande avanço que possibilitou que este viesse a ser utilizado por designer foi a
descoberta feita pelo MIT (Massachusetts Institute of Tecnhology) quando conseguiram
ligar um monitor de televisão ao computador, onde a informação era disposta com
gráficos. Esta descoberta veio a introduzir o elemento visual aos computadores que
possibilitou os avanços seguintes.

Dr. Patrick J. Hanratty, considerado o pai do CAM/CADD desenvolveu em 1957 o


programa PRONTO (Program for Numeriacal Tooling Operations) o primeiro sistema
CNC comercial.

Na década seguinte, Ivan Sutherland desenvolveu o Sketchpad, resultado da sua


investigação no MIT relativa à sua tese de doutoramento. O seu projeto estabeleceu as
bases para o computador moderno. Um aspeto característico do projeto foi o
desenvolvimento de uma relação do homem com a máquina através do uso de uma caneta
a qual fornecia indicações ao computador num ecrã.

Figura X – Ivan Sutherland a operar no programa Figura X – Exemplo de resultados


Scketchpad produzidos pelo programa

[Outros programas a abordar: Pro/Engineer, Catia, Revit]

21
O projeto da Sagrada Família, devido ao projeto não ter sido finalizado por Gaudi,
tem sido completado. Mark Burry é o arquiteto responsável pela conclusão da obra na
qual trabalha à 30 anos. O seu trabalho consiste no estudo paramétrico (…)

3.4. Elementos de um Sistema Paramétrico

Como todos os sistemas, estes funcionam através de um conjunto de regras que o


caraterizam e ditam como tudo deve funcionar. Existem elementos que são transversais a
vários sistemas da mesma forma que outros apenas pertencem a um determinado sistema
que o caracteriza. Focando no design paramétrico o que o descreve é este ser concebido
pelo utilizador e o sistema varia de projeto para projeto e de designer para designer.
Todavia todos os programas partilham elementos que os definem. Antes de se avançar
para uma análise dos sistemas paramétricos, é necessário compreender algumas
definições. Os elementos a abordar são:

 Programação
 Script
 Algoritmo
 Node

O universo do tema é vasto, como tal julga-se os tópicos acima os principais os


quais requerem ser explicitados. Posteriormente, após os vários elementos tiverem
descritos, será possível observar como todos os componentes se relacionam e como um
sistema paramétrico funciona.

3.4.1. Programação

Todos os programas tem por base linhas de código que os faz operar. Desde o
sistema operativo até ao simples passo de abrir uma pasta. Tudo carece de uma

22
programação que diga o que deve fazer e como o fazer. No tema em causa, o foco recai
na programação visual do projeto, contudo considera-se necessário uma comparação
entre a programação textual e programação visual baseada em nodes.

Iniciando com a programação baseada em texto, esta como o nome indica


caracteriza-se pelo uso de texto para a codificação. Existem diversos tipos de
programação [Falta encontrar definições]

Prosseguindo, a programação visual considera-se “qualquer linguagem de


programação que permita aos utilizadores criar programas manipulando elementos do
programa graficamente em vez de os especificar textualmente”.34 Nestes sistemas, a
informação é manipulada através de nodes e das ligações que são estabelecidas entre eles.
Uma definição mais profunda sobre os nodes será desenvolvida mais à frente neste
capítulo. Na figura abaixo encontram-se exibidas exemplos de ambos os sistemas
abordados.

Figura X – Programação recorrendo a texto e programação utilizando nodes

Ambas as figuras conduzem ao mesmo resultado mas recorrendo a formas de


processamento distintas. A maior diferença que se observa é a forma diferenciada de
como a programação é concebida. É de notar que na figura da esquerda apenas está apenas

34
Tradução livre do Inglês. MODE LAB - Intro to Grasshopper 02 | Visual Programming + Navigating
the Interface. [Consult. 14/04/2016]

23
apresentada parte do código necessário para gerar o mesmo resultado que a figura da
direita produz. O exemplo baseado em nodes será o estilo de sistema que será
desenvolvido mais à frente na dissertação onde diversos programas que recorrem a este
tipo de apresentação serão apresentados.

3.4.2. Script

“(…)Scripting é a capacidade oferecida por quase todos os programas de design


que permitem ao utilizador adaptar, customizar ou completamente reconfigurar o
software em torno das suas predileções e modos de trabalho”.35 Exemplos de scripts inclui
o RhinoScript para Rhinocerus ou o 3dMaxScript para 3ds Max, entre outros. “Os
scripters de hoje são inovadores; todavia, scripting é uma técnica relativamente nova para
a exploração de projetos arquitetónicos e os designers estão ainda a perceber novas
potencialidades para utilizar scripting como uma ferramenta de design”.36

[Falta continuar]

3.4.3. Algoritmo

Numa visão mais abrangente, pode-se definir que um algoritmo “é um conjunto


de passos para realizar uma tarefa”. Na ciência computacional, um algoritmo é um
“conjunto de passos para que um programa de computador possa realizar uma tarefa”. De
uma forma muito simplificada, Arturo Tedeschi coloca a questão numa forma que o leitor
possa compreender. O autor demonstra como uma receita pode ser considerada um
algoritmo.

35
Tradução livre do Inglês. BURRY, Mark – Scripting Scultures. p.008
36
Tradução livre do Inglês. Cit. Brady Peters. BURRY, Mark – Scripting Cultures. p.053

24
0. Misturar ingredientes;
1. Deitar na panela;
2. Cozer o bolo no forno;
3. Remover o bolo do forno
4. Arrefecer

Os diversos passos estão enumerados e seguem uma sequência de modo a


alcançar-se o objetivo, que neste caso trata-se de cozinhar um bolo.37 Esta exemplificação
é apenas uma explicação simples da forma que os passos são explicados para se alcançar
um objetivo. Num esquema mais complexo, considere-se o algoritmo como um conjunto
de instruções.

entrada 1

entrada 2 Instruções saída

entrada 3

Figura X – Representação esquemática de um algoritmo 38

Essas instruções já se encontram codificadas, e para estas produzirem um


resultado necessitam uma ou mais entradas que lhe conceda as informações necessárias
para a tarefa em questão. Quando todas as entradas completarem os requisitos
necessários, será produzida uma resposta de saída.

“Dentro do campo do design digital, no entanto, refere-se especificamente ao uso


de linguagens de script que permitem que o designer passe além das limitações da
interface do usuário, e a conceber através da manipulação direta não da forma, mas do
código”39. Os algoritmos podem não representar apenas um conjunto de regras de como
tudo deverá funcionar, podem representar um meio de se alcançar a geometrias. “Os

37
TEDESCHI, Arturo – AAD_Algotithms-Aided Design. p.22
38
TEDESCHI, Arturo – AAD_Algotithms-Aided Design. p. 23
39
Tradução livre do Inglês. PARAsite - Definitions: Parametric and Algorithmic Design. [Consult.
02/05/2016].

25
algoritmos podem conduzir a geometrias. (…) Por exemplo, um modelo de um vaso pode
ser definido como a revolução do perfil de uma curva em torno de um eixo, e objetos mais
complexos podem ser obtidos ao estabelecer um set de regras.”40 Ou seja, estas instruções
podem assumir vários prepósitos, e na área do design os algoritmos servem para descrever
geometrias e as relações entre elas de forma a que o utilizador [Continuar]

3.4.4. Node

Os nodes, são representações visuais que realizam uma determinada ação. Estes
elementos figuram em sistemas de programação visual. Pode-se considerar os nodes
como “objetos que contêm propriedades”41 os quais determinam o que executar. Tal como
os algoritmos, necessitam de informações de entrada para produzirem uma resposta. Uma
característica dos nodes é a relação que é estabelecida entre eles. As ligações são
concebidas através de uso de “fios” que ligam uma saída de um node à entrada de um
outro node.

Figura X – Representação de um possível node

[Concluir capitulo e fazer transinção para o tópico seguinte]

40
Tradução livre do inglês. TEDESCHI, Arturo – AAD_Algotithms-Aided Design. p. 24
41
Tradução livre do Inglês. WOODBURY, Robert – Elements of Parametric Design. p.13.

26
3.5. Características do Funcionamento de um Sistema Paramétrico

Cada sistema possui a sua forma de concretizar o que lhe é proposto. Esta abordagem de
modelação implica uma esquematização do problema. É necessário dividir o problema e
partes e abordar cada uma individualmente. Isto implica “ver padrões no problema, ou
seja, aprender a dividir o trabalho em partes que possam ser simples e claramente
resolvidas e posteriormente combinadas num só”.42 Sobre este assunto, Robert
Woodbury43, considera que a “modelação paramétrica (…) introduz uma mudança
fundamental: ‘marcas’, ou seja, partes de um design, relacionam e mudam juntos numa
forma coordenada.” Isto permite a possibilidade de modificar diversos parâmetros dentro
de um sistema em qualquer etapa do projeto.
“Devido a todos os elementos do sistema estarem em estreita relação uns com os
outros, significa que os designers podem ajustar ou modificar o projeto no momento e
receber resposta instantânea. Isto torna-se útil nas fases iniciais do projeto quando
decisões importantes podem ter um grande impacto nos custos e performance do design
final”.44 Ou seja, existe um benefício imediato sobre a forma de se obter uma resposta por
parte do programa às modificações colocadas.
Em termos práticos, o Chido Studio exemplifica como as diferentes partes se inter-
relacionam e produzem um resultado. No caso em questão, é demonstrado como a
conceção da parte estética pode influenciar um dado aspeto formal.

Desenvolvimento do algoritmo Recolha de processos Forma recetiva

Figura X – Esquematização do processo paramétrico

42
Tradução livre do Inglês. WOODBURY, Robert – Elements of Parametric Design. p.8
43
Robert Woodbury é um professor na Escola de Artes e Tecnologias Interativas na Universidade Simon
Fraser em Vancouver, no Canadá. A sua investigação baseia-se em como as pessoas desenvolvem e utilizam
sistemas interativos. Através do trabalho em design computacional, os sistemas centrados nos utilizadores
direcionados para a sustentabilidade e análises visuais, ele procura descobrir conceitos gerais e concebe
para sistemas que as pessoas achem interativos e uteis.
44
PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier De – Computation Works: The Building of Algorithmic
Thought. P.63

27
[Tenho que rever esta parte seguinte para confirmar se está certo e se relaciona bem
com o resto que é dito na dissertação]

Em termos de conceção, o estúdio expõe que nenhuma das fases vem primeiro que a
outra, depende de projeto para projeto e de designer para designer de como é a sua
metodologia de trabalho. O estúdio em causa considera o algoritmo a base estética e a
recolha de processos a construção da parte formal. Neste exemplo, é demonstrado como
o desenvolvimento de um algoritmo tem um impacto sobre a forma. Ao associar ambos
elementos produz uma forma recetiva e como os elementos encontram-se conectados,
qualquer modificação a um dos elementos existe uma resposta imediata. Este tipo de
sistema permite que se trabalhe cada elemento separadamente mas obtendo resposta
instantânea do que se está a testar. Não só se preserva os diferentes elementos mas
consegue-se testar diversas possibilidades sem que se tenha que recuar no processo de
trabalho ou refazer por inteiro o projeto.

[Rever o que foi dito anteriormente em relação à citação seguinte]

“No design paramétrico são os parâmetros de um projeto específico que são


declarados e não a sua forma. Ao atribuir valores diferentes aos parâmetros, diferentes
objetos ou configurações podem ser criados. As equações podem ser utilizadas para
descrever as relações entre objetos, definindo assim uma geometria associativa em que
os elementos geométricos (pontos, linhas, formas, etc.) estão ligadas entre si. Dessa
forma, interdependências entre objetos podem ser estabelecidas, e 'o comportamento do
objeto sob transformação definido.” 45

3.6. Objetivos

No seu elemento mais básico, o design paramétrico surge como uma ferramenta
que decompõe o processo de design. Algo que surgiu disso foi a capacidade de conceber

45
Tradução livre do inglês. Inside Geometry p. 51

28
elementos estéticos apelativos que tornaram-se característicos deste processo de
modelação. Como tal propõe-se dividir os objetivos em dois grupos:

 Objetivos Funcionais
 Objetivos Estético-funcionais

Sendo o principal objetivo do design a conceção de produtos funcionais, no ponto


“Objetivos Funcionais” pretende-se demonstrar como um processo paramétrico afeta a
criação da parte formal. Todavia, embora o ponto “Objetivos Estético-funcionais” não se
separe da fisionomia funcional, apenas serão considerados os aspetos estéticos alienados
à forma, no método de como as decorações tem impacto no projeto.

3.6.1. Objetivos Funcionais

Figura X – Exemplo dos parâmetros de um pente

29
Figura X – Resultados possíveis

[Provavelmente vou falar de como as diferentes caracteristicas do pente se ajustam


para criar a melhor forma para o uso pretendido]

3.6.2. Objetivos Estético-funcionais

[Como o vou demonstar o objetivo ainda não sei]

O designer está a começar a conceber o ambiente onde projeta em vez do produto em


si. Isto permite que este ambiente projetado se possa adaptar às mudanças que possam
ocorrer durante o decorrer do projeto. “É esta evolução no ambiente de projeto que
provoca o novo papel do designer”.46 Isto deve-se à divisão do trabalho por partes,
permitindo ao designer abordar cada fase do projeto individualmente, e deste modo torna-
se possível a modificação de cada parte quando surge uma modificação. Existe uma
estreita relação entre a flexibilidade do sistema com a mudança de paradigma do papel
do designer. É de extrema importância que o designer pense na possibilidade do projeto
sofrer mudanças, se não o fizer “não existe outra solução a não ser desmontar o modelo
completamente e recomeçar”47.

46
Tradução livre do Inglês – Computation Works p.130
47
Tradução livre do Inglês. PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier De – Computation Works: The
Building of Algorithmic Thought. P.131

30
4. Ferramentas Computacionais do Trabalho do Designer

Com a introdução dos sistemas CAD no ambiente de trabalho do designer, a sua forma
de abordar um problema modificou-se. A necessidade do uso de esquemas para o fabrico
dos produtos foram substituídos pelos ficheiros com a modelação digital do produto. A
crescente utilização de programas de modelação contribuiu para o aparecimento de
diversas tipologias de programas para as diferentes necessidades do utilizador. No campo
dos programas paramétricos, os programas visuais de programação vieram apresentar
outro modo de encarar a modelação, não só de uma forma sequencial de modelação mas
de uma forma mais abstrata através da programação. Como tal, na presente dissertação
apenas iram ser considerados sistemas de programação visual baseados em diagramas de
nodes.

Antes de se prosseguir para os programas visuais, é pertinente abordar algumas


diferenças entre os programas de modelação geométrica e os que se baseiam em métodos
paramétricos. Embora atualmente a maioria dos programas sejam paramétricos, é
fundamental demonstrar a diferença entre estes tipos de programas. Não só pelo facto de
serem ferramentas que os designers podem recorrer, mas bem como tratam-se de
programas em que a abordagem a ter com cada um são diferentes.

4.1. Ambientes de Modelação Geométricos e Ambientes de Design


Paramétrico

Embora atualmente a maioria dos programas basearem-se em ambientes


paramétricos, existem outros que recorrem a outra tipologia de modelação. Sendo esses
relevantes para o estudo em questão, serão apresentadas as principais diferenças entre os
diferentes ambientes.
Considere-se as siglas GME (Geometric Modeling Environment) de Ambientes de
Modelação Geométricos e PDE (Parametric Design Envirnoment) Ambientes de Design
Paramétrico. GME apresentam-se como sistemas que recorrem à edição de polígonos

31
individuais e que não estabelecem relações com os restantes elementos no projeto; por
outro lado os PDE são os ambientes que tem sido o foco da presente leitura.
São muitos o que apontam aspetos favoráveis e menos favoráveis a cada uma das
abordagens. No que toca aos programas de edição de polígonos GME, estes são “’fáceis’
de criar o modelo inicial – é só adicionar partes, relacionando umas às outras (…)
enquanto se projeta. Fazer mudanças a um modelo pode ser difícil. Até mudar uma
dimensão pode requerer ajustar várias outras partes e todo este trabalho é manual.”48 Por
outro lado, os baseados em ligações paramétricas permite ao designer “em vez de (…)
criar a solução do projeto (por manipulação direta) como nas ferramentas convencionais
de design, a ideia é que o designer estabelece as relações onde as partes se ligam, constrói
um projeto usando a estas relações e edita as relações observando e selecionando dos
resultados produzidos”.49
[Informações que tenho sobre o assunto, não sei ainda se mantenho este tema.
Começei a escrever sobre estes tipos de modelação devido a um artigo que fazia a
comparação entre os dois e que provavelmente iria falar mais tarde. Mas agora acho
que já não o vou utilizar]

Em ambos os sistemas convencionais e paramétricos, a linguagem de script pode ser


utilizada para conceber projetos
“Abordagens paramétricas ao projeto têm como objetivo de fornecer aos designers
ferramentas para capturar decisões projetuais numa forma explícita, aditável, editável e
re-executável.”50
Os programas visuais de programação vieram trazer ao designer essas características
ao seu trabalho.
Deste modo, postas as maiores diferenças entre os dois tipos de programas
apresentados, é possível apresentar os programas visuais de programação.

48
Tradução livre do Inglês – “’easy’ to create an initial model – you just add parts, relating them to each
other (…) as you go. Making changes to a model can be difficult. Even changing one dimension can require
adjusting many other parts and all of this rework is manual.” - WOODBURY, Robert – Elements of
Parametric Design. p.23
49
“Rather than the designer creating the design solution (by direct manipulation) as in conventional design
tools, the idea is that the designer using these relationships and edits the relationships by observing and
selecting from the results produced”. WOODBURY, Robert – Elements of Parametric Design. p.24
50
Tradução livre do Inglês – “Parametric approaches to design aim to provide designers with tools to
capture design decisions in na explicit, auditable, editable and re-executable form”. WOODBURY, Robert
– Elements of Parametric Design. p.26

32
4.2. Sistemas Visuais de Programação

O uso de programação na modelação não é nova, todavia, essa abordagem necessitava


que o designer possuísse algum conhecimento de programação. Os sistemas visuais de
programação vieram permitir que fosse possível programar sem conhecimentos extensos
prévios, isto deve-se ao facto de se tratar de uma abordagem distinta. As linhas de código
foram substituídas por elementos gráficos, os quais ao serem agrupados desempenhavam
a mesma função. Em adição, os componentes visuais permitiam que o utilizador fosse
criando uma perceção do método de funcionamento do sistema de uma forma mais
intuitiva. Ou seja, a facilidade de uso de um programa depende muito da linguagem de
programação que aceita, dai os sistemas visuais de programação serem uma ferramenta
mais adequada à forma de pensar dos designers.

Estes sistemas caracterizam-se pelo uso de dois tipos de ambientes de trabalho que
funcionam em sintonia:

Figura X – Ambientes de trabalho de programas visuais

 Editor Visual (A)


 Ambiente de Modelação 3D (B) (ADD – p28)

Este processo gera dois tipos de saídas:

 O diagrama node (A), também designado de diagrama paramétrico ou


algoritmo visual.
 O resultado do diagrama paramétrico constituído por geometrias paramétricas
2D ou 3D (B).

33
O diagrama node, desenvolvido na janela (A) representa as ligações feitas entre
cada node. Cada um desempenha uma função específica e a associação que o designer
cria entre eles é o que torna possível a conceção de elementos complexos. A janela (B)
corresponde ao ambiente onde as respostas são visualizadas. O que é codificado na janela
(A) tem uma resposta na janela (B). Ambos trabalham em estreita relação um com o outro,
todavia essa relação não é linear. Ou seja, não existe uma obrigatoriedade de se conceber
todo o projeto no editor visual para produzir geometrias no ambiente de modelação. É
possível modelar utilizando o software (B) e associar as geometrias no diagrama node,
tudo depende do estilo de trabalho de cada designer e da tarefa em questão.

[Talvez colocar um exemplo prático? Mas ainda não introduzi os programas. Coloco
depois de explicar os programas ou nem coloco?]

Seguindo este ambiente de modelação tridimensional baseado em nodes, serão


abordados alguns programas que recorrem a esse tipo de abordagem tais como: o
programa Generative Components, o Max Creation Graph do 3DS Max e o plugin
Grasshopper para Rhinoceros.

4.2.1. Generative Components

O Generative Components é um programa desenvolvido pela Bentley Systems.

34
Figura X – Diversas janelas do programa

A imagem acima ilustra o ambiente de modelação e as diversas janelas que o


utilizador pode operar dentro do programa. Encontram-se apresentadas três janelas. A
primeira destina-se à renderização do projeto. A seguinte corresponde ao ambiente de
modelação onde as geometrias são apresentadas num ambiente tridimensional. Por fim, a
janela de relações mostra as diferentes relações estabelecidas entre as diferentes
geometrias no projeto.

4.2.2. Max Creation Graph

Recentemente introduzido na versão 2016 do programa 3DS Max, o Max Creation


Graph (MCG) vêm acompanhando a procura por este tipo de sistemas. Anteriormente
apenas estava disponível o Maxscript que permitia que linhas de código fossem
introduzidas de modo a programar algo em particular. O MCG “(…) permite ao utilizador
criar modificadores, geometria e plug-ins utilitários usando um fluxo de trabalho baseado
em nodes visuais”.51

51
Tradução livre do Inglês – “(…)enables user to create modifiers, geometry, and utility plug-ins using a
visual node-based workflow.”. DIGGINS, Christopher - Introducing Max Creation Graphs (MCG).
2015 [Consult. 07/05/2016].

35
Figura X – Interface do 3DS Max e MCG

4.2.3. Grasshopper

O Grasshopper é um plugin para o programa Rhinoceros, o qual a partir da versão


6.0 do Rhino vem incluído como ferramenta base, sem necessidade de o instalar
separadamente. O programa é desenvolvido por Robert McNeel & Associates e é bastante
utilizado nas áreas do design, arquitetura e engenharia. Este caracteriza-se por aceitar
plugins opensource o que permite assim que qualquer utilizador programe o seu plugin
conforme a necessidade. Neste caso o Grasshopper foi desenvolvido por David Rutten na
Robert McNell & Associates propositadamente para o Rhino.

O Grasshopper tem vindo a tornar-se bastante popular. Já Patrik Schumacher o


afirma: “o Grasshopper parece estar a ganhar na luta competitiva pelo domínio como
ferramenta preferida para scripting, pelo menos no segmento de avant-garde da
disciplina.”52

52
Tradução livre do Inglês. SCHUMACHER, Patrik – ADD_Algorithms-Aided Design, p.33.

36
Figura X – Interface do Grasshopper no Rhino

Os programas permitem que durante a conceção de um dado projeto, o designer


tenha a oportunidade de modificar o seu produto e observar essas mudanças em tempo
real. Para além de ter todos elementos e ligações explicitas numa janela na qual pode
interagir e modificar os parâmetros que necessita.

37
5. A Comunidade Open Design

[Como alguns dos casos de estudo que abordo no capítulo seguinte baseiam-se no Open
Design, vou abordar aqui o conceito seguido de exemplos]

38
6. Processos de Fabricação

O desenvolvimento do produto tem sempre em mente como este será produzido pelo
facto de este ser um condicionante do sucesso de um dado projeto. Alguns produtos
podem não ser exequíveis tendo em conta um certo processo de fabrico o que obriga a
que esse seja repensado. Como em todos os projetos, é necessário a conceção de
protótipos de forma a validar um dado conceito, já que estes encontram-se num ambiente
não físico, o que impossibilita a sua inteira validação. Ou seja, um protótipo permite a
correção de erros do projeto numa fase inicial do projeto onde a correção desses erros é
menos dispendiosa. Dependente da etapa do projeto poder-se-á recorrer a diferentes
tecnologias e matérias para verificar a sua execução, dai os processos serem utilizados
dependente da etapa do projeto e do nível de detalhe que é necessário confirmar.

Os sistemas baseados em design paramétrico possibilitaram a projeção de objetos de uma


grande complexidade o que obrigava a que muitos desses produtos ficassem limitados ao
ambiente digital onde foram concebidos pela falta de meios para os produzir. Com a
evolução das tecnologias de manufatura digital não só permitiu que alguns projetos
fossem concebidos mais rapidamente mas também que finalmente muitos produtos
fossem produzidos. Ou seja, “a introdução de métodos de fabricação auxiliada por
computador significa mais do que o uso de novas ferramentas: é a rutura dos modelos
tradicionais que ostenta o potencial para a inovação”.53

6.1. Beneficios das Novas Tecnologias de Manufatura Digital com


relação aos Sistemas de Design Paramétrico

Os sistemas paramétricos alienados à capacidade das tecnologias de manufatura


digital permitiram que objetos de extrema complexidade tornarem-se exequíveis quer em
termos de modelação como de fabrico. Em adição, o facto de muitas patentes terem

53
Tradução livre do Inglês. AD Computation Works: The Building of Algoritmic Thought. CASTLE,
Helen; PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de, ed. Nº 222. p.77

39
caducado, abriram portas para o aparecimento de versões mais acessíveis, facilitando ao
utilizador comum a possibilidade de produzir os seus projetos a um baixo custo.

O uso de novas tecnologias representa uma ruptura com os processos tradicionais,


possibilitando a inovação. “A indústria está agora a olhar para a prototipagem não só para
o modelo 3D virtual, mas também à performance logística antes de ser posta à prova.
Quanto mais conseguirmos prever e otimizar a performance (…) e a eficiência
operacional durante as fases iniciais do projeto, mais os custos serão salvos e o sucesso
total será assegurado.”54 Deste modo, ao prever todo o processo veio modificar como a
parte projetual e a de fabriação se relacionavam. “Modelos paramétricos quebraram
completamente os limites entre design e fabricação, permitindo uma metodologia
projetual baseada no ciclo de vida desde da conceituação até à operação, revisão e
construção através da manipulação de informação geométrica”.55

Existem diversas tecnologias que o design paramétrico pode fazer uso e como tal,
uma descrição da tecnologia virá acompanhada por casos de estudo. É de notar que não
será abordada a forma como estes processos funcionam nem como todas as tecnologias
existentes. Apenas é referido de forma generalizada de modo a compreender-se como os
sistemas paramétricos podem fazer uso destas tecnologias. Esta secção será dividida entre
tecnologias aditivas e tecnologias subtrativas por serem dois grandes grupos que
diferenciam o tipo de processos.

6.1.1. Tecnologias Aditivas

Este termo serve para descrever tecnologias que se caracterizam pela adição de
material em várias camadas de forma a construir modelos. Com base no ficheiro contendo
a modelação do produto, o sistema divide o modelo em diversas camadas. Estes processos
libertam o designer dos constrangimentos impostos pelas técnicas de produção
tradicionais. Atualmente são suportados diferentes tipos de materiais desde plásticos,

54
Tradução livre do Inglês. AD Computation Works: The Building of Algoritmic Thought. CASTLE,
Helen; PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de, ed. Nº 222. p.65
55
Tradução livre do Inglês. Parametricism p.93

40
metais, cimento, entre outros. Esta tecnologia engloba processos como: SLS (Selective
Laser Sintering), SLA, FDM, entre outras. São processos que acatam os seus benefícios
e desvantagens mas as quais se pode recorrer dependendo do projeto em causa. De
seguida serão ilustrados alguns projetos que fizeram uso destas tecnologias.

Cadeira da Zaha Hadid Architects

Existe uma sincronização do produto com as tecnologias e o material em causa,


no modo em que a geometria foi alcançada em conformidade com o desempenho da
estrutura e baseado no material em causa. Isto apenas se torna exequível devido às
possibilidades técnicas de modelação da forma com estreita relação às características do
material que permite a exploração das elasticidades dos materiais na conceção de
produtos. Como tal, nos locais que o material tem que suportar uma maior força, foram
reforçados com mais material, consequentemente nos locais que não havia essas
exigências foi possível aplicar geometrias e ao mesmo tempo poupar material. No caso
em questão foram utilizados diferentes materiais dependendo da força a suportar. É
possível observar essa questão na figura abaixo.

Figura X – Vista total Figura X – Detalhe dos diferentes materiais

41
[Continuar o estudo]

6.1.2. Tecnologias Subtrativas

A remoção de material está na base destes processos. Os processos baseados


nestas tecnologias caracterizam-se por possuírem vantagens como: “boa precisão,
preservação da integridade da estrutura dos materiais, bons acabamentos de superfícies,
entre outros.56 Dentro desta categoria é possível encontrar tecnologias como corte a laser,
corte a jato de água, entre outros.

Layer Chair

Figura X – Parte do modelo no Figura X- Corte das Figura X – Modelo


Grasshopper diversas peças finalizado

A Layer Chair desenvolvida por Jens Dyvik em 2011 consiste numa cadeira que
a sua forma é conseguida pela adição sucessiva de camadas de material até se atingir a
forma pretendida. Esta peça foi disponibilizada à comunidade de forma a que qualquer
pessoa pudesse a recriar, e como foi desenvolvida com recurso ao Grasshopper, diversos

56
CAD and Rapid Prototyping for Product Design. p.70

42
aspetos podiam ser modificados. Aspetos como a espessura das camadas, o tamanho da
fresa e até a forma geral da cadeira. No caso ilustrado acima, o modelo foi definido para
corte a laser.

Parametric Twisted Lamp

Este candeeiro é outro exemplo de como a comunidade tem vindo a partilhar os


projetos. Desenvolvido por Aaron Poterfield, o qual detém diversos projetos publicados
baseados na mesma tipologia de projeto, este modelo baseia-se na ideia de interlaçar
vários módulos de papel para de forma a criar-se um candeeiro. Tal como em outros
projetos, o programa de eleição foi o grasshopper.

Figura X – Diversos parâmetros que compõem o modelo

43
Na figura acima estão ilustrados o modelo tridimensional e os diversos parâmetros no
grasshopper. Nos elementos descritos é possível modificar o número de lados que compõe
o modelo, bem como a forma geral da mesma. Se alterar alguns dos valores, a forma
responsiva altera-se criando assim um candeeiro similar mas diferente.

6.2. Processos Paramétricos e Técnicas Tradicionais

Os ambientes paramétricos não tiram proveito exclusivamente das novas tecnologias


de manufatura. Técnicas tradicionais podem ser empregadas na conceção dos mais
variados produtos em que os ambientes paramétricos servem para simular o resultado
final ou para compreender como abordar o projeto na fase de construção. De seguida
serão abordadas alguns exemplos de projetos que se inserem nos termos anteriormente
referidos.

Arc Table

No que toca a outro tipo de aplicações, a integração das características dos


materiais e seus comportamentos no ambiente computacional do projeto permitiu que
materiais considerados anaformicos fossem estudados e considerados no projeto.
“Anaformico refere-se aos materiais que são vistos como “sem forma” e como tal
requerem um dispositivo exterior como um molde ou uma cofragem. O betão é um
exemplo familiar, mas também matérias de compostos de fibra tais como vidro ou
plásticos reforçados a fibra-de-vidro são normalmente vistos desta forma por arquitetos,
designers e engenheiros.”57

57
Tradução livre do Inglês – Parametricism

44
Desenvolvido pelo gabinete Foster + Partners58 para a empresa italiana Molteni
& C59 em 2009. A mesa Arc baseou-se na tensão das estruturas em tecido pela sua
aparência fluida e suave.

Figura X – Arc Table


[Continuar com o desenvolvimento da peça]

Figura X – Molde da estrutura Figura X – Input inicial para a busca da


geometria da mesa

“Através da aplicação de físicas reais conseguimos construir ferramentas computacionais


que trabalham para connosco para projetar numa forma que é tanto criativa e prática.”60

58
Baseado em Londres, o Fosters + Partners é um gabinete com vários gabinetes pelo mundo, o qual se
foca em arquitetura e em design integrado. Durante as últimas quatro décadas desenvolveu abordagens
pioneiras na área da sustentabilidade em diversos tipos de trabalho, desde infraestruturas públicas,
aeroportos, edifícios culturais e design de produtos. Fosters + Partners – ABOUT US. [Em linha] s.d.
[Consult. 05/03/2016].
59
Molteni & C é uma companhia pertencente ao grupo Molteni que se dedica ao mobiliário doméstico.
Architoni - Molteni & C Profile. [Em linha] s.d. [Consult. 05/03/2016].
60
Tradução livre do Inglês. PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier De – Computation Works: The
Building of Algorithmic Thought. P.137

45
Anexos

Citações na Lingua Original

Citação 1 - “to define, to describe, or to mark out.”. ERLHOFF, Michael; MARSHALL,


Tim

Citação 8 - "Industrial Design is a strategic problem-solving process that drives


innovation, builds business success and leads to a better quality of life through innovative
products, systems, services and experiences. Industrial Design bridges the gap between
what is and what’s possible. It is a trans-disciplinary profession that harnesses creativity
to resolve problems and co-create solutions with the intent of making a product, system,
service, experience or a business, better. At its heart, Industrial Design provides a more
optimistic way of looking at the future by reframing problems as opportunities. It links
innovation, technology, research, business and customers to provide new value and
competitive advantage across economic, social and environmental spheres. Industrial
Designers place the human in the centre of the process. They acquire a deep understanding
of user needs through empathy and apply a pragmatic, user centric problem solving
process to design products, systems, services and experiences. They are strategic
stakeholders in the innovation process and are uniquely positioned to bridge varied
professional disciplines and business interests. They value the economic, social and
environmental impact of their work and their contribution towards co-creating a better
quality of life. " ICSID

Citação 16 - “(…) generate and explore (…) concepts through the writing and modifying
of algorithms that relate to element placement, element configuration, and the
relationships between elements.”. CASTLE, Helen; PETERS, Brady; KESTELIER,
Xavier de.

Citação 17 - “Modern practice for industrial designers generally falls into two broad
categories, when s/he is either a direct employee of an organization and designing
exclusively for it, or an independente consultant comissioned to design for a variety of
clients”. CONWAY, Hazel

Citação 18 - “(…) the task of modern industrial designers is to produce a plan and
specification of a form or mechanism for large-scale prodution. An essencial feature of
their work is the seperation of concept from manufacture or realization”. CONWAY,
Hazel

Citação 26 - “El diseno parametrico es la abstraccion de una idea/ concepto, relacionando


procesos geometricos y matematicos; los cuales nos permiten manipular com mayor
libertad y precision nuestro diseno y llegar a resultados optimos”.

Citação 29 - “Parametricism implies that all elements of architecture are becoming


parametrically malleable and thus adaptive to each other and to the context”.
SCHUMACHER, Patrik

46
Citação 30 - “It is a tool used for designing structures and building elements based on
certain parameters, chosen by the designer, with the help of Computer Aided Design
Tecnology”. SCHUMACHER, Patrik

Citação 31 - “Parametric Design: A process based on algoritmic thinking that enables the
expression of parameters and rules that, together, define, encode and clarify the
relationship between design intente and design response”. FRAZER, John

Citação 33 - “Algoritmic thinking means taking on na interpretive role to understand the


results of the generating code, knowing how to modify the code to explore new options,
and speculating on further design potencials”. BURRY, Mark

Citação 34 - “Any programming language that allows users to create programs by


manipulating program elements graphically rather than by specifying them textually.
MODE LAB

Citação 35 - “(…) scripting is the capability offered by almost all design software
packages that allows the user to adapt, customise or completly reconfigure software
around their own predilection and modes of working”. BURRY, Mark

Citação 36 - “Today’s scripters are inventive; however, scripting is a relatively new


technique for the exploration of architectural designs and designers are still figuring out
new potencials for using scripting as a design tool.” Brady Peters.

Citação 39 - “Within the field of digital design, however, it refers specifically to the use
of scripting languages that allow the designer to step beyond the limitations of the user
interface, and to design through the direct manipulation not of form but of code”.
PARAsite

Citação 40 - “Algorithms can also lead to geometries. (…) For exemple, a vase model
can be defined as a revolution of a profile curve around na axis, and more complex objects
can be defined by establishing a set of rules”. TEDESCHI, Arturo

Citação 41 - “(…) objects containing properties.” WOODBURY, Robert

Citação 42 - “(…) to see patterns in your problema, that is, to learn to divide your work
into parts that can be cleanly and clearly resolved and then combined into a whole”.
WOODBURY, Robert

Citação 45 - “In parametric design it is the parameters of a particular design that are
declared and not its shape. By assigning different values to the parameters, different
objects or configurations can be created. Equations can be used to describe the
relationships between objects, thus defining na associative geometry in which geometric
elements (points, lines, shapes etc) are mutually linked. That way, interdependences
between objects can be established, and objects’ behavior under tranformations defined”.

Citação 47 - “there is no solution other than to completly disassemble the model and
restart”. PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier De

Citação 48 - “(…)enables user to create modifiers, geometry, and utility plug-ins using a
visual node-based workflow.”. DIGGINS, Christopher

47
Citação 49 - “grasshopper seems to be winning out in the competitive struggle for
domination as the preferred tool for scripting, at least in the avant-garde segment of the
discipline.”. SCHUMACHER, Patrik

Citação 50 - “The introduction of computer-aided fabrication methods means more than


just the use of new tools: i tis the breakup of tradicional role models that bears the
potencial for innovation.”. CASTLE, Helen; PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de.

Citação 51 - “The industry is now looking at prototyping not just the virtual 3-D model
of a building, but also its holistic performance before i tis pu tinto operation. The more
we are able to predict, optioneer and optimise building performance and operacional
efficiency during the early stages of design, the more costs will be saved and overall
success ensured. CASTLE, Helen; PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de.

Citação 52 - “Parametric models have completely broken the boundaries between design
and fabrication, enabling an integrated life-cycle design methodologyfrom
conceptualisation to operation, revision and constrution through the manipulation of
geometric information”.

Citação 54 - “Amorphic refers to materials that are seen as ‘shapeless’ and thus require
na external shaping device such as a mould or formwork. Concrete is a familiar exemple,
but also fibre-composite materials such as glass- or carbon-fibre reinforced plastics are
commonly understood in this way by architects, designers and engineers”.

Citação 57 - “Through the application of real-world physics we can make computational


tools that really work with us to design in a way that is both creative and practical.”.
PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier De.

48
Bibliografia

BAKER, Robin - Designing the future : the computer transformation of reality.


London : Thames and Hudson, 1993. 208f. ISBN 0-500-01578-3

BONSIEPE, Gui – Teoria e Prática do Design Industrial: Elementos para um manual


crítico. 2ª ed. Lisboa: Centro Português de Design, 1992. ISBN 972-9445-02-8

BURRY, Mark – Scripting Cultures: Architectural design and programing. 1ºed.


United Kingdom: John Wiley & Sons Ltd, 2011. ISBN 978-0-470-74641-7

CONWAY, Hazel - Design History: a student’s handbook. Great Britain: Taylor &
Francis Group, 1987. ISBN 0-415-08473-3

ERLHOFF, Michael; MARSHALL, Tim; [et.al.] – Design Dictionary: Perspectives on


Design Terminology. Germany: Birkhäuser Verlag AG, 2008. ISBN 978-3-7643-7739-
7

JABI, Wassim – Parametric Design for Architecture. London: Laurence King


Publishing Ltd, 2013. ISBN 978-1-78067-314-1

MALDONADO, Tomás – Design Industrial. Lisboa: Edições 70, 2015. ISBN 978-972-
44-1331-0

SILVA, Arlindo; [et al.] – Desenho Técnico Moderno. 6.ª ed. Lisboa: Lidel, 2004. 704p.
ISBN 9 789727 573370

SUPON DESIGN GROUP: INTERNATIONAL BOOK DIVISION - Computer


generation : how designers view today's techonology. Düsseldorf: Nippan, 1993. 177f.
ISBN 3-910052-35-5

TEDESCHI, Arturo – ADD_Algorithms-Aided Design: Parametric Strategies using


Grasshopper. Introd. de Fulvio Wirz. 1ª ed. Brienza: Le Penseur Publisher, 2015. ISBN
978-88-95315-30-0

VAZA, Mestre Aldina, [et.al.] – Dicionário Verbo: Lingua Portuguesa. Portugal:


Editorial Verbo, 2006. ISBN 972-22-2571-5

WOODBURY, Robert – Elements of Parametric Design. New York: Routledge, 2010.


ISBN 978-0-415-77987-6

49
Revistas

AD Computation Works: The Building of Algoritmic Thought. CASTLE, Helen;


PETERS, Brady; KESTELIER, Xavier de, ed. Nº 222 ([March/April 2013])- . London:
John Wiley & Sons, [2013]. ISSN 0003-8504.

AD Parametricism 2.0: Rethinking Architecture’s Agenda for the 21st Century.


Helen Castle, ed. London: John Wiley & Sons. 2016, nº 240. ISSN 0003-8504

Teses e Dissertações

DAVIS, Daniel – Modelled on Software Engineering: Flexible Parametric Models in


the Practice of Architecture. Australia: School of Architecture and Design College of
Design and Social contexto RMIT University, 2013. A thesis submited in fulfilment of
the requirements for the degree of Doctor of Philosophy.

MADEIRA, Joaquim João Estrela Ribeiro Silvestre – Modelação Interactiva de Curvas


e Superfícies de Forma Livre. Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade de
Coimbra, 1990. 149f. Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do
programa de Mestrado em Ciências da Computação.

MARQUES, José Armando Cantador – Protótipo de Desenvolvimento de Interfaces


Gráficas para CAD. [s.d.]: Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade de
Coimbra, 1990. 242f. Dissertação de Mestrado em Ciências da Computação, apresentada
à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

RELVAS, Carlos Alberto Moura – Processos de prototipagem rápida no fabrico de


modelos de geometria complexa: estudo realizado sobre o modelo anatómico da
mão. Porto: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2002. 121f. Dissertação
submetida para satisfação parcial dos requisitos do Grau de Mestre em Design Industrial.

TEIXEIRA, José Carlos de Gouveia – A Modelação Geométrica em Actividades


CAD/CAM. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1990. Monografia apresentada para
prova complementar de Doutoramento em Ciências – Especialidade de Análise Numérica
e Computação na Universidade de Coimbra.

50
Webgrafia

Zaha Hadid Architects – PATRIK SCHUMACHER [Em linha] s.d. [Consult.


15/03/2016] Disponível em http://www.zaha-hadid.com/people/patrik-schumacher/

51

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