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ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE
PROJETOS: IMPLANTAÇÃO EM UMA
EMPRESA DE MONTAGENS INDUSTRIAIS
1. Introdução
As empresas estão utilizando cada vez mais métodos e ferramentas, como o gerenciamento de
projetos, para alcançar seus objetivos e se manterem no mercado. Logo, torna-se interessante
efetuar estudos que busquem identificar os fatores que mais contribuem para o sucesso do
projeto (HYVÄRI, 2006).
Sendo assim, no final do século XX já se tinha uma clara noção que, o gerenciamento de
projetos vinha se tornando cada vez mais estudado e utilizado pelas empresas (FRAME,
1995).
Kate (2000), já alertava que o gerenciamento de projetos isolados representa somente parte do
que uma empresa necessita fazer para ser competitiva. Também é crítico o conhecimento do
que se passa em todos os projetos da organização. A empresa necessita assegurar-se de que os
projetos mais importantes para a organização tenham acesso privilegiado, se há recursos
necessários, que permita produzir os melhores resultados possíveis, isto é, realizar o processo
de Planejamento Estratégico da Empresa.
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Para trabalhos futuros, sugere-se que seja abordada a implantação de EGP em outros
segmentos de mercado, uma vez que este trabalho abordou somente o setor metal mecânico.
2. Referenciais Teóricos
Esta seção tem por objetivo fundamentar a discussão sobre o tema do trabalho. Para isto as
duas próximas seções apresentam uma revisão teórica sobre os temas que norteiam este
trabalho e o levam ao estudo de caso.
2.1. Projeto
O Project Management Institute - PMI (2008) define projeto como um esforço temporário
empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo, compreendido entre um
início e fim definidos.
Já Lewis (2000) define projeto como um trabalho único que possui início e fim claramente
definidos, um escopo de trabalho especificado, um orçamento e um nível de desempenho a ser
atingido. Além disso, o mesmo autor considera que, para um trabalho ser considerado um
projeto, este precisa ter mais de uma tarefa associada, ou seja, trabalhos constituídos de uma
única tarefa não são considerados projetos.
Por sua vez Nicholas (1990), diz que projeto pode ser definido em termos de propósito,
estrutura organizacional, complexidade, interesse e ciclo de vida, conforme segue:
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Finalmente, o projeto é um processo de trabalho para atingir uma meta. Durante esse
processo, existem fases distintas. O conjunto dessas fases é chamado de ciclo de vida
do projeto.
Sendo assim, Mansur (2009) frisa que os projetos são mudanças estruturadas que as empresas
realizam ou para atender as necessidades do negócio, ou para objetivar as normas
regulamentadoras do mercado ou para obter melhorias de produtividade através da otimização
dos processos administrativos e produtivos.
Já Valeriano (2003 apud Mansur 2009) explica que o escritório de gerenciamento de projetos
é a estrutura organizacional com a atribuição de padronizar os processos.
Kate (2000) define o Escritório como uma unidade do negócio focada na eficiência do
gerenciamento de projetos e programas dentro da organização. Não foge, portanto, das outras
definições já expostas acima, pois para garantir a eficiência do gerenciamento de projetos e
programas, o EGP deveria atuar corporativamente, definindo padrões, processos, ferramentas,
indicadores de desempenho e priorização, além de servir de fonte de recursos e boas práticas
de gerenciamento de projetos.
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Assim de forma geral, pode-se definir o EGP como sendo a entidade organizacional
responsável por:
O Escritório poderia desta forma, atuar como auxiliador da implantação das estratégias
organizacionais, além de atuar na gestão dos projetos da empresa.
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A maior parte dos autores divide os modelos de EGP em níveis ou tipos. Crawford (2002)
nomeia-os em níveis da seguinte forma:
Já Kate (2000), por sua vez, denomina-os: Escritório de Suporte de Projetos, Escritório de
Projetos e Programas e Escritório de Governança de Projetos e Programas.
Apesar da diferença de nomenclatura, a maioria das funções associadas a cada tipo (ou nível)
de EGP se mantém relativamente constante perante os vários autores citados. A figura abaixo
ilustra os níveis de um EGP segundo Crawford (2002).
Porém, a questão para a maioria das organizações que lidam com projetos muitas vezes não é
se a empresa deve ou não implantar um Escritório de Gerenciamento de Projetos, mas sim
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onde e de que tipo (BRIDGES & CRAWFORD, 2001). Ter um EGP funcionando de maneira
incorreta é tão ruim quanto não ter um EGP, já que isto pode reduzir ou mesmo eliminar os
pontos positivos de sua implantação (CRAWFORD, 2002). Evidencia-se, assim, a
importância de definir claramente cada um dos níveis propostos segundo figura acima.
Após verificar quais os tipos de EGP existentes se faz necessário elucidar as principais
atribuições e atividade de um EGP.
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As funções expostas nos modelos de EGP descritas acima variam em função do grau de
maturidade em gerenciamento de projetos, das necessidades da organização, do quanto à
empresa depende de projetos para obter resultados e dos benefícios esperados.
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Valeriano (2003 apud Rozenfeld 2006) diz que o EGP pode receber diferentes atribuições,
conforme o nível de evolução da empresa em termos de maturidade da gestão de projetos. As
atribuições conforme os níveis de maturidade são:
1 – Estágio inicial:
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2 – Estágio intermediário:
3 – Estágio avançado:
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Independente de qual parte do organograma está encaixado, ou até mesmo conforme suas
atribuições, o EGP tem que ser composto por um número mínimo de pessoas alocadas
integralmente ou parcialmente, dependendo de como é tratado o gerenciamento de projetos
dentro da empresa. Geralmente a composição de um EGP conforme Mansur (2009), conta
com: Controller, Coordenador do EGP e Patrocinadores. Já Crawford (2002) diz que um EGP,
independentemente do nível, pode ser composto das seguintes posições, que geralmente
podem ser ocupadas por um conjunto reduzido de pessoas: Diretor, Gerente, Mentor,
Planejador e Especialista.
Para iniciar o próximo tópico relativo a este trabalho, se faz importante pontuar dois itens na
aplicação do estudo de caso. Estes são: os fatores de sucesso de um EGP e suas fases de
implantação.
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Fazer Benchmarking;
Definição do tipo de EGP mais adequado organização;
Utilização de métricas para redução ciclo de vida do Projeto.
Mansur (2009) ainda cita que independente de sua posição estratégica dentro da empresa, ele
é uma estrutura organizacional de vital importância para assegurar que os projetos sejam
efetivos. Também acrescenta que sua implantação de forma bem sucedida, permite que a
empresa tenha vantagens competitivas em relação ao mercado.
Porém, para que isso seja possível, os autores propõem quatro fases distintas:
a) Fase I – Preparar o Terreno: são definidas as iniciativas de curto prazo que serão
tomadas e os objetivos de longo prazo;
b) Fase II - Começar com iniciativas de curto prazo: a operação do EGP é iniciada, com a
alocação da equipe, início das atividades de comunicação e a divulgação para a
organização do EGP e de suas responsabilidades;
c) Fase III – Caminhar com soluções de longo prazo: O objetivo desta fase é gerar valor
para a empresa por meio da melhoria das práticas de gerenciamento de projetos e do
desenvolvimento dos profissionais ligados a esse gerenciamento;
d) Fase IV – Manter e Aprimorar: Nesta fase, deve conduzir as atividades diárias,
refinando continuamente o sistema de gerenciamento de projetos e procurando sempre
novas oportunidades de gerar valor para a empresa.
3. Metodologia de pesquisa.
Neste artigo foi utilizado o método do estudo de caso, que segundo Barros e Lehfeld (2007)
consiste na coleta e registro de informações sobre um ou vários casos, elaborando relatórios
críticos organizados e avaliados, dando margem a decisões e intervenções sobre o objeto
escolhido para a investigação.
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Uma Caldeiraria localização na região de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, foi alvo do
estudo. Para atingir o objetivo proposto, foi realizada a revisão bibliográfica a fim de destacar
as vantagens e os passos a serem tomados para a criação do escritório de projetos.
O estudo de caso foi conduzido com a criação do EGP na referida empresa, onde foram
descritas as atividades executadas, bem como as vantagens e desvantagens percebidas após a
fase de implantação do EGP.
4. Estudo de caso
A CAMOI - Caldeiraria e Montagem Industrial Ltda. está sediada na cidade de Ribeirão Preto
e foi constituída com o objetivo de fornecer equipamentos e mão de obra de montagens
industriais para empresas em todo o território nacional. Abaixo segue imagens da empresa.
Fonte: autores
Visão: Desenvolver parcerias ganha x ganha com nossos clientes e fornecedores; Buscar
sempre as melhores alternativas tecnológicas; Contribuir para o desenvolvimento da
sociedade; Conquistar o reconhecimento pelos nossos produtos e serviços.
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Detêm em seu portfólio vários tipos de clientes como: Usinas; Escritórios de arquiteturas;
Empresas parceiras na terceirização de produtos, dentre outros.
Seu faturamento está divido entre indústria (fabricação de produtos); obras (Mão de obra
especializada para o cliente) e a junção das duas (produção e montagem).
Fonte: autores
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Como todos os gestores das áreas citadas na figura 6 já estavam envolvidos em suas
atividades diárias e não dispunham do tempo de dedicação exigido para conduzir o
departamento de EGP, fez-se necessário à contratação de um gestor focado somente nos
assuntos relacionados ao EGP.
Fonte: autores
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Seguindo as fases propostas pelos autores Bridges & Crawford (2001), foi elaborada a tabela
abaixo, focando em iniciativas de curto prazo.
Horizonte Função
Atividade Ação
(meses)
Convocar reunião com os
Elaboração de gestores das áreas e elaborar um Estabelecer etapas, datas e
0-3
cronograma cronograma com etapas, recursos.
recursos e datas definidas.
Relatório de Elaborar relatório de progresso Divulgar a todos os gestores e
0-3
progresso padrão. diretoria o andamento do projeto
Estabelecer responsabilidade e
Matriz de Elaborar Matriz de
0-3 tomada de decisão de cada gestor
Responsabilidade Responsabilidade
no projeto.
Fonte: Elaborada pelo autor
Elaboração de
cronograma
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Relatório de
progresso
Matriz de
Responsabilidade
Desta forma comparando-se a um projeto de mesmo porte que a empresa executou no ano
anterior foi possível detectar a melhora em alguns aspectos (Essa melhora ocorreu após a
criação do EGP e aplicando-se os documentos acima), como:
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Também foi criada uma planilha para controle dos custos que envolvem o projeto. A ideia
desta planilha é comparar o que está sendo gasto com o que foi previsto em orçamento, desta
forma é possível verificar se o mesmo estava sendo viável ou não para a empresa.
4. Considerações Finais
Este trabalho foi realizado de forma a analisar a implantação e utilização de um EGP como
instrumento de apoio à gestão de projetos, identificando os principais pontos positivos da
utilização.
Fica evidente que o trabalho deverá continuar abrindo uma lacuna para apresentação de
atividades a média e longo prazo.
REFERÊNCIAS
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the Project Management. Institute Annual Seminars & Symposium, Nashville, Novembro de 2001.
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