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As alterações no processo de projeto das

empresas construtoras e incorporadoras devido


à NBR 15575 – Norma de Desempenho
Changes in the design process of construction companies
and property developers brought about by the NBR 15575
– Performance Standard

Ana Cláudia Cotta


Paulo Roberto Pereira Andery
Resumo
ste trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que objetivou a

E proposição de ferramentas auxiliares ao processo de projeto para


atendimento à NBR 15575. Para o desenvolvimento das ferramentas
foi identificado, por meio de diagnóstico exploratório, como o processo
de projeto das empresas construtoras e incorporadoras trata o atendimento aos
requisitos de desempenho. O método adotado é o Design Science Research, e
envolveu a realização de diagnóstico em quatro empresas, o desenvolvimento de
ferramentas auxiliares ao processo de projeto, sua implementação nas empresas e
análise de sua aplicabilidade. Os resultados mostram que as empresas têm
enfrentado desafios: falta de conhecimento da norma e das exigências de projeto,
reduzida integração entre disciplinas de projeto e suas atividades correlatas. As
ferramentas desenvolvidas facilitam a integração entre funções e disciplinas e
foram avaliadas em função de sua aplicação nas empresas e da opinião de
especialistas atuantes no mercado. O trabalho traz contribuições para as práticas de
mercado, pela proposição das ferramentas. Do ponto de vista científico, aprofunda
no diagnóstico sobre o processo de projeto das empresas e apresenta um modelo
para facilitar a integração entre as funções de desenvolvimento do projeto.
Palavras-chave: Norma de desempenho. Gestão do processo de projeto. Garantia do
desempenho.

Abstract
This paper presents the results of a research study aimed at proposing the
implementation of a set of tools to improve the design management process,
seeking to comply with the Brazilian standards NBR 15575. In order to develop
these tools, we conducted an exploratory study on the design management process
of property developers and construction companies regarding NBR 15575
compliance. The method adopted was Design Science Research, and it involved
performing a diagnosis in four companies, developing tools to assist the design
process, design implementation in companies and analysis of its application. The
results showed that the companies are facing challenges: lack of knowledge
regarding NBR 15575 and the requirements associated with the design
management process, which is poorly structured, as well as a lack of integration
between design disciplines and their insertion in the product development
Ana Cláudia Cotta
Universidade Federal de Minas Gerais
strategies of the property market. The tools developed help to structure the design
Belo Horizonte - MG – Brasil process of companies, facilitating the integration of functions and disciplines. The
tools were evaluated regarding their implementation in the companies and
according to the judgment of senior professionals working in construction and
Paulo Roberto Pereira Andery
Universidade Federal de Minas Gerais design companies. This study contributes to the practices of the market by offering
Belo Horizonte - MG – Brasil the tools it developed. From a scientific point of view, it offers a reflection about
the integration mechanisms within companies to ensure performance, associated
with a diagnosis of the design management process.
Recebido em 17/05/17
Aceito em 08/09/17 Keywords: NBR 15575. Design management process. Performance assurance.

COTTA, A. C.; ANDERY, P. R. P. As alterações no processo de projeto das empresas construtoras 133
e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de Desempenho. Ambiente Construído, Porto Alegre,
v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212018000100213
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Introdução
O mercado imobiliário brasileiro, particularmente Referencial teórico
no segmento habitacional, vem passando por
importantes mudanças, em termos de aumento da A melhoria do desempenho das construções tem
competitividade. Um dos marcos nesse sentido foi sido palco de ampla discussão em diferentes países,
a entrada em vigor da NBR 15575 (ABNT, 2013a, segundo Sorgato et al. (2014). No Brasil, embora as
2013b, 2013c, 2013d, 2013e, 2013f), comumente discussões sobre desempenho tenham se iniciado
conhecida como “norma de desempenho”, que nos anos 90, com o projeto de Norma 02:135.07-
trouxe a expectativa de relevantes mudanças no 001/2, que posteriormente tornou-se a NBR 15220
setor. (ABNT, 2005), elas se intensificaram a partir da
elaboração e entrada em vigor da norma NBR
Alguns trabalhos acadêmicos têm tratado a questão
15575 (ABNT, 2013a, 2013b, 2013c, 2013d,
do desempenho sobre vários ângulos, mas ainda são
2013e), que ficou conhecida como Norma de
poucos os relatos que enfocam a questão desde a
Desempenho.
perspectiva da gestão do processo de projeto no
âmbito das empresas incorporadoras e construtoras. Essas demandas normativas elevam a complexidade
do processo de projeto, entendido aqui como o
Nesse contexto, o presente trabalho pretende
conjunto de atividades associadas à análise de
contribuir com o tema: o objetivo deste artigo é
viabilidade técnica, concepção e desenvolvimento
apresentar ferramentas que foram desenvolvidas
integrado dos projetos de arquitetura e engenharias,
para auxiliar o processo de projeto das empresas,
como citado, por exemplo, por Tzortzopoulos e
tendo em vista o atendimento dos requisitos
Cooper (2007). Para tanto, é fundamental a
normativos. O desenvolvimento das ferramentas foi
integração entre os agentes, a adoção de estratégias
embasado pela realização de um diagnóstico sobre
e o uso de tecnologias de apoio (BRÍGITTE;
dificuldades e desafios para atendimento aos
RUSCHEL, 2016).
requisitos da NBR 15575 no processo de projeto de
empresas incorporadoras e construtoras. Em função Os poucos trabalhos que estudam o processo de
de serem poucos e recentes os estudos sobre o tema, projeto, voltado para o desempenho, nas empresas,
passou a ser uma contribuição do trabalho. como os de Okamoto e Melhado (2014) ou Santos
(2017), apontam para a falta de conhecimento
Para isso, em um primeiro momento, realizou-se
dentro das construtoras e nas empresas de projeto
uma revisão da bibliográfica e um estudo
sobre as questões técnicas e gerenciais para a
exploratório em quatro empresas incorporadoras e
garantia do desempenho. Nessa mesma direção,
construtoras. O objetivo do estudo foi identificar
Lima (2016) sugere que o processo de projeto das
como o processo de projeto das empresas considera
empresas tem sofrido poucas alterações, com
as questões de desempenho, e quais são as possíveis
mudanças pontuais no escopo de contratação dos
dificuldades, para as quais poderia contribuir o
projetos. Resultados similares foram reportados por
desenvolvimento de ferramentas auxiliares ao
Pinheiro (2017), que também destacou a
processo de projeto.
dificuldade, por parte de projetistas, de identificar
A partir das demandas observadas no estudo as informações sobre desempenho dos materiais de
exploratório, foram desenvolvidas e avaliadas diversos fabricantes.
ferramentas de apoio ao processo de projeto, e os
Santos et al. (2016) destacam que ainda é frequente
resultados também são descritos e analisados.
que as especificações de materiais, particularmente
O trabalho é relevante na medida em que aprofunda para revestimentos e acabamentos, sejam feitas
no conhecimento do processo de projeto das pelas equipes de suprimentos das empresas,
empresas, frente aos desafios da norma de frequentemente mais preocupadas com aspectos de
desempenho – tema ainda pouco explorado – e por custo ou assertividade comercial dos materiais
apresentar ferramentas, voltadas para o atendimento escolhidos. Essas especificações impactam
dos requisitos do desempenho. Essas ferramentas significativamente na garantia do desempenho.
contribuem para a introdução, no processo de
Considerando o aspecto gerencial, Barbosa e
projeto das empresas, de conceitos de colaboração
Andery (2016) afirmam que permanece uma visão
e integração entre funções e disciplinas, conceitos
de falta de integração entre disciplinas de projeto
esses ainda pouco aplicados na realidade das
(arquitetura e engenharias) e entre as atividades de
empresas.
incorporação imobiliária e o desenvolvimento de
produtos pelas equipes de incorporação.
A literatura tem sido recorrente ao apontar que a
garantia do desempenho implica na consideração

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dos requisitos normativos ou outros parâmetros de (PROGRAMA..., 2017), explicitando ações a serem
desempenho exigidos pelos usuários desde a análise incorporadas no processo de projeto.
de viabilidade e estudos iniciais (BARBOSA;
ANDERY, 2016; BECKER, 2005; HUOVILA, Método
2005; PETERSEN; SVENDSEN, 2010). Isso exige
o desenvolvimento integrado e simultâneo do Uma vez delineado o objetivo da pesquisa –
projeto arquitetônico e das engenharias desenvolver ferramentas que auxiliem no processo
(KAMARA; ANUMBA; CUTTING-DECELLE, de projeto e na construção das soluções projetuais,
2007). Brígitte e Ruschell (2016) também reforçam as quais foram desenvolvidas a partir da realização
a necessidade de uma visão sistêmica entre as de estudo diagnóstico –, o método empregado na
diversas variáveis que compõem os requisitos de condução da pesquisa foi o Design Science
desempenho. Apresentam um fluxo de atividades Research (LUKKA, 2003; LACERDA et al., 2013).
para o processo de projeto, incluindo a etapa e O método operacionaliza a construção de esse método
pode ser
possíveis formas de interação de resultados de conhecimento, permitindo a elaboração de interessante
simulações computacionais. constructos – nesse caso, um conjunto de para a minha
pesquisa
ferramentas para o processo de projeto – que
Oliveira e Mitidieri Filho (2012) destacam a
permitem resolver problemas, avaliar o que foi
necessidade de o processo de projeto prever a
projetado e comunicar os resultados obtidos
seleção antecipada das tecnologias construtivas
(LACERDA et al., 2013), introduzindo novos
considerando o desempenho esperado. Os projetos
referenciais teóricos para a área de conhecimento
passam a exigir a definição dos procedimentos de
(LUKKA, 2003).
execução nos canteiros de obra, integrando-os com
suas formas de controle. Da mesma forma, os Uma representação esquemática dos passos da
projetos deverão considerar, ao definir a vida útil de pesquisa é ilustrada na Figura 1.
projeto, as condições de uso e operação, que serão
refletidas nos manuais a serem entregues aos Contextualização
usuários (BARBOSA; ANDERY, 2016;
OLIVEIRA; MITIDIERI FILHO, 2012). O processo de pesquisa iniciou-se com a
identificação do problema e a definição do objetivo,
Além da necessária reestruturação do processo de etapa denominada contextualização.
projeto, Huovila (2005) aponta para a importância
de serem desenvolvidas listas de verificação
associadas às atividades de coordenação de projetos
Compreensão do problema
ou para análise crítica e verificação das saídas de Considerando que a implementação da NBR 15575
cada tipo de projeto. Nessa linha de ação é recente, e os seus impactos no processo de projeto
encontram-se as recentes exigências do Sistema de são ainda relativamente pouco conhecidos na
Avaliação de Conformidade (SIAC) para empresas realidade brasileira, o estudo contou com uma etapa
de serviços e obras, referencial normativo baseado de compreensão dos desafios e impactos que supõe
na ISO 9001, que passou a incorporar, na sua versão a implementação da norma, e o estabelecimento de
de janeiro de 2017, requisitos na NBR 15575 diretrizes para sua solução.

Figura 1 – Delineamento da pesquisa

Fonte: adaptado de Cotta (2017).

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Desempenho
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Realizou-se um estudo exploratório em quatro As fontes de evidências utilizadas são indicadas no


empresas, concentrando a atenção no processo de Quadro 1.
projeto, com a identificação de dificuldades,
desafios e ações atuais ou eventualmente previstas Desenvolvimento de ferramentas
para atendimento dos requisitos normativos na fase
de concepção de projetos dos empreendimentos. Os A partir da compreensão da realidade das empresas,
resultados do estudo são apresentados com mais e das alterações observadas no processo de projeto,
detalhe no texto, em função de contribuírem, foram definidas diretrizes para a elaboração de
independentemente de seu suporte à elaboração das ferramentas. O próximo passo foi a proposição e
ferramentas, para a compreensão do estágio atual implementação das ferramentas de suporte ao
das empresas frente a implementação da NBR processo de projeto.
15575. As ferramentas foram desenvolvidas em caráter
Este estudo exploratório foi precedido e colaborativo, envolvendo três pesquisadores (dentre
acompanhado de revisão da literatura, para eles os dois autores), sendo dois deles também
embasamento da etapa de compreensão. gerentes de projetos em empresas construtoras e
incorporadoras. O desenvolvimento contou, ainda,
As empresas foram selecionadas em função dos com a participação de coordenadores de projeto de
seguintes critérios: duas das empresas objeto do estudo exploratório.
(a) empresas incorporadoras e construtoras de Algumas ferramentas basearam-se em
pequeno e médio porte, de acordo com a procedimentos e listas de verificação publicadas
classificação do Sebrae (SERVIÇO anteriormente, obtidas na fase de revisão
BRASIELIRO..., 2013); bibliográfica.
(b) empresas com empreendimentos voltados ao Como preconiza o Design Science Research, as
mercado residencial; ferramentas foram implementadas nas empresas
objeto do estudo exploratório, e que os detalhes da
(c) empresas preparando-se ou com a intenção de
implementação são descritos na sequência.
iniciar a implementação de processos para
atendimento à Norma de Desempenho;
Reflexão
(d) empresas com processo de projeto estruturado,
pelo menos minimamente aplicado nos distintos Paralelamente, para colaborar na avaliação quanto a
empreendimentos, ainda que não completamente sua aplicabilidade e utilidade, as ferramentas foram
formalizado; e apresentadas a um grupo de especialistas, isso tb é
profissionais experientes no mercado, nos moldes interessante
(e) empresas com disponibilidade para propostos em trabalhos, como, por exemplo,
para a minha
pesquisa
compartilhamento de informações e abertas à Caixeta (2015). O suporte de especialistas à análise
implementação de novos métodos e ferramentas. dos constructos é previsto nesse método de pesquisa
Foi desenvolvido um protocolo para o estudo (LACERDA et al., 2013).
exploratório e obtenção das distintas fontes de Uma caracterização da equipe de especialistas é
evidência que possibilitaram o estudo, incluindo indicada no Quadro 2.
entrevistas, análise de projetos e documentos de
projeto e do Sistema de Gestão da Qualidade, Essa etapa de reflexão levou à finalização do
quando existente. O protocolo previu a realização trabalho, com a análise das contribuições pelos
de estudo piloto em uma das empresas, para especialistas, e dos resultados e avaliação da
validação dos questionários utilizados e contribuição teórica e prática da pesquisa.
planejamento de aquisição de informações por
múltiplas fontes de evidências. Estudo exploratório: o
Foram conduzidas entrevistas presenciais processo de projeto e a norma
semiestruturadas com os diretores de obras (ou
cargo equivalente) das empresas, bem como com os
de desempenho
gerentes ou coordenadores de projeto e engenheiros O estudo exploratório foi realizado em quatro
responsáveis pelas obras. Os questionários foram empresas do estado de Minas Gerais, sendo duas
validados no estudo piloto. localizadas em Belo Horizonte, uma em Juiz de
Fora e outra em Governador Valadares.

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Quadro 1 – Fontes de evidência


Fontes de evidência Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D
Entrevistas semiestruturadas    
Observação direta – visitas ao
   
escritório da empresa
Observação direta – visitas à obra 
Análise de documentos – projetos    
Análise de documentos –
 
procedimentos internos
Análise de documentos – página
   
virtual da empresa
Fonte: Cotta (2017).

Quadro 2 – Caracterização dos agentes que opinaram sobre a aplicação das ferramentas
Avaliador Formação Cargo
Engenheiro Coordenador de projetos em incorporadora / construtora de grande
1
civil porte em Belo Horizonte, que possui atuação nacional.
Coordenadora de projetos em outra incorporadora / construtora de
2 Arquiteta
grande porte em Belo Horizonte, que possui atuação nacional.
Coordenadora de projetos na empresa B: incorporadora / construtora
3 Arquiteta
de médio porte em Belo Horizonte.
Coordenadora de projetos de empresa incorporadora / construtora de
4 Arquiteta médio porte, do Rio de Janeiro, responsável pela contratação e
coordenação de projetos.
Diretora em empresa de projetos de arquitetura e instalações, com
5 Arquiteta
atuação em Belo Horizonte; atua como coordenadora de projetos.
Engenheiro Diretor técnico em empresa de projetos de instalações em Belo
6
civil Horizonte, com ampla atuação em Belo Horizonte
Engenheira
7 Diretora em empresa de projetos de instalações em Belo Horizonte
civil
Engenheiro Diretor em empresa de projetos de cálculo estrutural, com boa atuação
8
civil no mercado de Belo Horizonte; atua como engenheiro calculista
Diretor em empresa de projetos de cálculo estrutural, com ampla
Engenheiro
9 atuação no mercado de Belo Horizonte; atua como engenheiro
civil
calculista
Fonte: Cotta (2017).

O Quadro 3 apresenta, de maneira sintética, a execução, e normalmente depois da aprovação do


caracterização das empresas. projeto legal de arquitetura.
Com relação às características do processo de O agente responsável pela gestão do processo de
projeto das empresas, o Quadro 4 apresenta os projeto varia em cada empresa, sendo que somente
principais resultados. a empresa C tinha um profissional atuando
especificamente como coordenador de projetos.
Apesar de iniciativas isoladas e pontuais para
atendimento a requisitos da NBR 15575, nenhuma Em nenhum caso foram identificados
das empresas tinha processos e procedimentos procedimentos estruturados para a definição dos
estruturados (formalizados ou não) voltados à escopos de contratação dos projetos, considerando
consideração dos requisitos normativos. os aspectos de desempenho. Na definição do escopo
apareceram iniciativas isoladas de referência
Nas quatro empresas, a contratação dos projetos
genérica à Norma de Desempenho, como foi o caso
executivos de arquitetura e das disciplinas de
engenharia é feita de forma sequencial e da empresa C, que especificou que “[...] deveriam
segmentada, com frequência já com as obras em ser atendidos os requisitos da NBR 15575 [...]”, sem
a inclusão de desdobramentos ou mecanismos de
verificação e validação.

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Desempenho
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Quadro 3 – Caracterização das empresas


Área de Tipo de
Região de
Porte Idade atuação Perfil de mercado empreendimentos
atuação
principal residenciais
2 quartos com suíte – 62
Belo Horizonte m²
e região Edifícios de 7 a 8
Pequena Edifícios
A metropolitana 12 anos Padrão médio alto pavimentos em alvenaria
empresa residenciais
de Belo estrutural
Horizonte 4 apartamentos por
andar.
Minha casa minha MCMV
Estados de vida (MCMV) – faixa 2 quartos sem suíte – 50
Minas Gerais, 3, edifícios m²
Pequena Edifícios
B Rio de Janeiro 48 anos residenciais de padrão Edifícios de 7 a 8
empresa residenciais
e Espírito médio alto, edifícios pavimentos em alvenaria
Santo comerciais e estrutural
institucionais 8 apartamentos por andar
MCMV
2 quartos sem suíte –
Região
Casas, MCMV – faixa 2, 44,50 m²
metropolitana
Média edifícios edifícios residenciais Sobrados de 2
C de Belo 17 anos
empresa comerciais e de padrão médio alto pavimentos em parede de
Horizonte e
residenciais e casas alto padrão concreto
Brasília
4 unidades geminadas,
por pavimento
Região leste de MCMV
Condomínios
Minas Gerais – 2 quartos sem suíte –
Média de casas e MCMV – faixas 1, 2
D próximo a 6 anos 44,50 m²
empresa edifícios e3
Governador Casas térreas geminadas
residenciais
Valadares em alvenaria estrutural
Fonte: Cotta (2017).

Quadro 4 – Características do processo de projeto


A B C D
Certificada na ISO 9001:2008 e nível A do Programa Brasileiro
SGQ Não possui
de Qualidade e Produtividade na Habitação (PBQP-H)
Existente, mas não
Processo
formalizado – alto Processo formalizado – mecanismos e
Processo de formalizado, mas
grau de informalidade procedimentos formais e aplicados
projeto sem aplicação
e concentração de rotineiramente
efetiva e rotineira
informações
Separação
arquitetura e Contratação dos projetos de engenharias apenas após aprovação da arquitetura
engenharias
Não, apesar de ser Parcial – projeto
Projeto executivo Sim – projeto
Não considerado nos apenas da edificação
arquitetura compatibilizado
procedimentos compatibilizado
Coordenadora de
Gestão do Engenheira de
projetos (setor
processo de Engenheiro de obras orçamento e Arquiteto
específico de
projeto planejamento
projetos)
Norma de Conhecimento da existência da norma, mas não sabiam como aplicá-la
Desempenho Não consideravam formalmente seus requisitos
Adoção de
Aplicação Norma Planejando-se para
soluções técnicas Planejando-se para implementação
de Desempenho implementação
informais
Fonte: Cotta (2017).

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Verificou-se também que as empresas não têm um influenciam significativamente no atendimento a


fluxo de processos estruturado, mesmo que tácito, vários requisitos normativos.
para a coordenação de projetos. Não há um macro
Com outras palavras, viu-se, nas quatro empresas,
fluxo de atividades que determine fases e atividades
que não existe um agente responsável pela
do processo de projeto, como indicado na literatura
verificação, junto a fornecedores de materiais,
(AMERICAN..., 2007, TZORTZOPOULOS;
quanto ao atendimento de requisitos normativos por
COOPER, 2007).
parte desses materiais. Na maioria das vezes, as
Não obstante o fato de três das empresas estudadas especificações seguem critérios apenas estéticos e
terem sistemas de gestão da qualidade (Sistema de comerciais, são definidas pela construtora e/ou
Avaliação de Conformidade – SIAC, no âmbito do incorporadora e apenas registradas em projeto, sem
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade maiores questionamentos ou análises técnicas.
– PBQP-H e ISO9001), observou-se que nenhuma
Com base nessas constatações, alguns comentários
delas tinha critérios definidos para análise crítica e
podem ser feitos.
validação de projetos, em relação ao cumprimento
dos requisitos da NBR 15575. Os processos de Não obstante a entrada em vigor da NBR 15575 em
análise crítica e validação são empíricos e julho de 2013, o estudo exploratório aponta para o
decorrentes da experiência dos coordenadores de fato de que iniciativas sistêmicas – desdobradas em
projeto ou profissionais responsáveis pela função, e processos ou procedimentos – ainda são pontuais e
não há integração entre as funções de incorporação assumidas de maneira muito gradativa.
e coordenação de projetos. Observou-se que mesmo havendo conhecimento da
Nas empresas estudadas, a função incorporação existência da Norma de Desempenho, não há
define o conceito do produto a ser desenvolvido, as conhecimento claro das suas demandas. Dessa
estratégias de desenvolvimento do empreendimento forma, as empresas não conseguiram se mobilizar
e as premissas de projeto. A análise de viabilidade para sua implementação, nem mesmo influenciar
dos empreendimentos resume-se à análise de seus projetistas a aplicá-la. Uma das dificuldades
estudos de massa e potenciais construtivos, a partir para entendimento dessa norma pode ser o seu
da qual são identificados os valores potenciais de caráter descritivo, ao contrário das abordagens
venda e parâmetros indicativos do retorno prescritivas que são rotineiras para as construtoras.
econômico-financeiro. Aspectos associados a riscos A análise do processo de projeto das empresas
técnicos e análise do entorno, preconizados na NBR aponta também para o fato de que aquelas que têm
15575 (ABNT, 2013a), ainda são praticamente SGQ mais maduros, com rotinas consolidadas e
desconsiderados, com exceção de alguns aspectos efetivas, como as empresas B e C, mostraram-se
contemplados pela empresa B, na análise dos mais conscientes da necessidade de mudança de
terrenos. processos para atendimento à NBR 15575.
As atividades de gestão do processo de projeto O processo de coordenação de projetos, mesmo
concentram sua atenção em aspectos associados ao com as ressalvas apontadas acima, dispõe de
controle de custos e prazos de execução de projetos ferramentas que podem tornar mais fácil a
e análise de interfaces entre eles. implementação de processos que impliquem na
Observou-se também que os projetos não consideração dos requisitos normativos. Isso
mencionam a vida útil de projeto (VUP) conforme porque existem mecanismos estruturados para
a NBR 15575 (ABNT, 2013a) e a documentação de análise crítica, verificação e validação de projetos,
projetos – desenhos, memoriais descritivos ou como indicam Otero e Sposto (2014), os quais são
documentos adicionais – não faz menção aos previstos no Siac, mencionado anteriormente.
requisitos da Norma de Desempenho, que, como Nesse contexto observa-se que, dentre as empresas
visto, ainda não é considerada de maneira sistêmica estudadas, as que são certificadas no Siac e mantêm
no processo de projeto. processos estruturados para análise crítica e
Da mesma forma, não são apontadas referências validação de projetos, possivelmente tenham menos
para a especificação de materiais de acabamento. dificuldades em considerar e tratar os requisitos de
Em todos os casos, o padrão de materiais é definido desempenho, como mencionado por Otero e Sposto
pela incorporação, e a especificação é feita pelo (2014).
engenheiro de obras (no caso da empresa B), ou pela Nas empresas B e C observou-se um corpo
equipe de suprimentos, a partir das indicações gerencial mais maduro, que vê no processo de
constantes nos memoriais descritivos dos projeto um potencial de melhoria de resultados e
empreendimentos. Esse aspecto ganha relevância garantia de qualidade. Isso pode ser visto como um
na medida em que os materiais de acabamento diferencial para aplicação da Norma de

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 139
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Desempenho. Nas empresas A e D, pouco (b) nessa linha de raciocínio, desenvolver formas
estruturadas, com sobrecarga de funções em um mais avançadas de trabalho conjunto com
profissional, viu-se maior dificuldade para projetistas, para que, também, eles busquem a
planejamento e implementação da norma. aplicação da Norma de Desempenho e passem a ter
Verifica-se uma necessidade de revisão do fluxo de postura mais ativa;
atividades no processo de projeto, que concentre (c) considerar as características de desempenho
sua atenção (com maior ou menor rigor, de acordo para as especificações de projeto e não apenas
com a maturidade gerencial da empresa) na análise parâmetros visuais e comerciais e estabelecer
de compatibilização de projetos, com mecanismos critérios e procedimentos para compras de
para a introdução de soluções integradas de projeto, materiais, baseadas nas características técnicas e
priorizando os conceitos de engenharia simultânea de desempenho;
(BRÍGITTE; RUSCHEL, 2016). Conceitos esses
(d) para as empresas certificadas Siac (PBQP-H),
disseminados inclusive por associações
é necessária a adequação de seus processos,
representativas das empresas de projeto, para além
implementando procedimentos fundamentais para
do âmbito acadêmico, mas ainda de pouca
a garantia do desempenho, tais como procedimento
penetração em ampla gama de empresas.
de avaliação de terrenos, checklists de análise
O trabalho aponta para a percepção de que a crítica dos requisitos de desempenho e validação
introdução de um pensamento sistêmico de dos projetos. Há que se considerar aqui as recentes
integração de disciplinas (projeto de arquitetura e exigências do Siac, que foi publicado em janeiro
projetos de engenharia) e de uma visão integrada de 2017; e
entre conceito de produto, requisitos de
(e) considerar a elaboração de ensaios que
desempenho e desenvolvimento de projetos esbarra
comprovem o atendimento do desempenho,
em alguns aspectos.
elaborando um planejamento (físico e financeiro)
Em primeiro lugar, uma cultura de desvalorização para sua execução, e, quando aplicável,
dos projetos, amplamente reportada na literatura alimentando o processo de projeto com requisitos
(ARROTÉIA; AMARAL; MELHADO, 2014). de entrada.
Essa desvalorização implica, por exemplo, em
Com base nessas considerações, resultantes da
ainda contratar projetos com base no preço, ou na
análise do processo de projeto das empresas e em
ausência de mecanismos de avaliação da qualidade
consonância com as observações da literatura,
dos projetos e de seus serviços associados.
foram desenvolvidas e implementadas as
Em segundo lugar, a mudança na forma de ferramentas apresentadas na sequência.
contratação de projetos, em termos de momento e
definição do escopo de atividades e produtos, que Implementação de ferramentas
se depara com a falta de conhecimento e, portanto,
de processos estruturados sobre quando e como de apoio ao processo de
contratar para atender ao desempenho requerido. projeto para garantia do
Nesse sentido, as características do processo de desempenho
projeto das empresas apontam para uma
concordância com outros estudos citados, ainda que A partir do diagnóstico realizado nas empresas, e
não tenham aprofundado no conhecimento do tendo em vista as diretrizes delineadas acima, foram
processo de projeto das empresas. desenvolvidos um fluxo de atividades para o
processo de projeto e outras ferramentas para
Em síntese, o estudo exploratório, brevemente suporte técnico e gerencial às empresas na
descrito, aponta para algumas diretrizes a serem implantação da Norma de Desempenho.
aplicadas ao processo de projeto das empresas, e
que são esquematicamente apresentadas: As ferramentas têm como premissa o conceito de
engenharia simultânea e podem ser usadas por
(a) a necessidade de redefinir os escopos de empresas que já estão com processo de
contratação dos projetos e redesenhar os processos implementação da Norma de Desempenho mais
de projeto com seus marcos e etapas, adequando os avançado e por aquelas que ainda não conseguiram
momentos das atividades às exigências de se mobilizar para isso.
desenvolvimento dos projetos quanto à Norma de
Desempenho. Soma-se a isso a necessidade de Na sua elaboração foram utilizados, como base ou
diversificar a gama de disciplinas de projetos, ponto de partida, guias e manuais publicados
consultorias a serem contratadas para orientar as recentemente pela Câmara Brasileira da Indústria
soluções de projeto para o atendimento do da Construção (CBIC) e Associação Brasileira de
desempenho requerido; Escritórios de Arquitetura (ASBEA).

140 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Para aprimoramento das ferramentas, além do seu até o acompanhamento das atividades nos
emprego nas empresas estudadas, com a canteiros de obras;
consequente análise do seu impacto, elas foram
(b) integração entre a equipe de projeto e os
apresentadas a um grupo de especialistas,
agentes responsáveis pela incorporação
profissionais atuantes no mercado, que fizeram
imobiliária, de modo que aspectos estratégicos dos
observações sobre sua utilidade e aplicabilidade,
empreendimentos (como a definição do perfil de
como mencionado anteriormente.
desempenho para cada requisito normativo) e a
análise de viabilidade dos terrenos e tipologias
Descrição das ferramentas construtivas sejam feitos de maneira conjunta
Uma breve descrição dessas ferramentas é pelos agentes de incorporação e responsáveis pelos
apresentada a seguir. projetos; e
(c) integração entre as equipes de projetos e de
Modelo de fluxo de atividades para o apoio às obras, particularmente no que diz respeito
processo de projeto a suprimentos, definição de estratégias construtivas
e planejamento da produção. Detalhes da
Trata-se da apresentação de um fluxo de atividades
ferramenta são apresentados no Manual de Escopo
para o processo de projeto dividido em fases e
para a Contratação de Projetos para a Garantia do
marcos, considerando desde as etapas iniciais de
Desempenho (SERVIÇO...; SINDICATO...,
concepção dos projetos até a pós-entrega da obra e
2016).
levando em consideração as atividades e produtos a
serem gerados em cada uma de suas etapas, tendo Uma ilustração da ferramenta é apresentada na
em vista as diretrizes normativas de desempenho. Figura 2.
Esse documento foi desenvolvido a partir do fluxo
Procedimentos de contratação de projetos:
de atividades proposto por Barbosa (2013).
escopo
Posteriormente foi adaptado e publicado no manual
de contratação de projetos (SENAI-MG; Foram desenvolvidos documentos, separados por
SINDUSCON-MG, 2016). disciplinas de projetos, contendo o escopo de
Esse documento pode ser usado pelas construtoras trabalho a ser entregue por cada disciplina, em cada
e pelas incorporadoras ao longo do fase do desenvolvimento do projeto. As fases foram
desenvolvimento de todo o processo de projeto. divididas, de acordo com as mesmas fases
apresentadas na Figura 2.
Parte dos conceitos de integração, em vários níveis,
a saber: Foi constatado que as empresas, principalmente as
menos estruturadas, têm dificuldades para definir
(a) integração entre as disciplinas de projeto qual o conteúdo ou escopo dos projetos em cada
(projeto de arquitetura e projetos de engenharia) uma das fases. Dessa forma, foram propostos esses
que são desenvolvidas de maneira simultânea. documentos, para serem usados pelas construtoras e
Além da contratação antecipada dos projetos de incorporadoras no momento da contratação dos
engenharia, que possuem informações que projetos.
alimentam/alteram o anteprojeto arquitetônico, são
previstas reuniões de coordenação ao longo das Para atendimento das diretrizes de desempenho,
fases do processo de projeto, desde a concepção devem ser anexados a esses procedimentos os
checklists de recebimento de projetos que serão
apresentados adiante.

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 141
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Figura 2 – Fluxograma do processo de projeto (Continua...)

142 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Figura 2 – Fluxograma do processo de projeto (continuação)

Fonte: Senai-MG e Sinduscon-MG (2016).

Uma representação esquemática de parte da água, usos antecedentes, estabilidade do solo, entre
ferramenta referente à disciplina de arquitetura é outras. Como traz informações multidisciplinares e
apresentada na Figura 3. Os procedimentos são de várias especialidades técnicas, deve ser
extensos e estão detalhadamente descritos em Cotta preenchido por uma equipe de profissionais que,
(2017). juntos, apresentarão a análise completa.
O desenvolvimento desse documento teve como
Mapa de riscos base inicial o checklist apresentado pelo CBIC
Trata-se de análise de riscos do terreno e entorno, (CÂMARA..., 2013), bem como os itens
norteada por formulário que funciona como um relacionados na Parte 1 da NBR 15.575 (ABNT,
checklist para coleta de informações relativas às 2013a).
características topográficas e geológicas, do ar e da

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 143
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Figura 3 – Representação esquemática dos procedimentos de contratação de projetos (escopo de


projeto arquitetônico)

Fonte: Cotta (2017).

Esse documento é de uso das relativas à Norma de Desempenho e seus momentos


construtoras/incorporadoras e o ideal é que seja de realização. As atividades estão separadas por
elaborado antes da aquisição dos terrenos, visto que requisitos da Norma de Desempenho e pelas fases
algumas das características podem levar a soluções (e suas respectivas cores) apresentadas na Figura 2
de projeto de custo considerável e que devem – Fluxograma do processo de projeto: estudo de
compor a análise de viabilidade financeira do massa (amarelo), estudo preliminar (azul), projeto
empreendimento desde então. básico (salmão) e projeto executivo (verde). Cada
Uma representação ilustrativa de parte do mapa de fase pode apresentar atividades que foram iniciadas
riscos é apresentada na Figura 4. em fases anteriores. Nesse caso essas atividades
estão demarcadas com a cor de sua fase inicial.
Acompanhamento das atividades pela Esse documento deve ser usado pelo coordenador
coordenação de projetos de projetos, durante todo o processo de projeto, com
o objetivo de orientá-lo sobre quais ações devem ser
Foi elaborada planilha de orientação para o feitas, com cada um dos projetistas, e em qual
coordenador de projetos, que lista as suas atividades

144 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

momento, de forma a atenderem às demandas Pela sua dimensão, não é possível a apresentação
normativas de desempenho. completa da ferramenta e uma representação
parcial, apenas ilustrativa, é mostrada na Figura 5.
O desenvolvimento dessa planilha se deu a partir de
guia para arquitetos (ASSOCIAÇÃO..., 2015),
modificada pelo grupo de trabalho.

Figura 4 – Mapa de riscos

Fonte: Cotta (2017) adaptado de CBIC (CÂMARA..., 2013).

Figura 5 – Acompanhamento das atividades – Coordenação

Fonte: Cotta (2017) adaptado de Asbea (ASSOCIAÇÃO..., 2015).

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 145
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Checklist de recebimento de projetos Diretrizes para especificações de


acabamentos
Foi elaborado checklist que apresenta os itens que
devem ser verificados, em projeto, para atestado do Trata-se de planilha que apresenta valores de
atendimento normativo. São apresentados os referência, normativos, para as características dos
critérios, separados por disciplinas de projeto e seu materiais de revestimentos e campos para
respectivo item de verificação, com o campo para introdução dos valores reais das características do
preenchimento do atendimento ou não do item e material e para comparação e análise dos dados,
campo para comentários. atestando o atendimento ou não da Norma de
O checklist teve como ponto de partida uma Desempenho.
listagem apresentada pela CBIC (CÂMARA..., As características apresentadas se referem a itens
2015), que foi adaptada, revisada e acrescida pela como absorção de água, coeficiente de atrito
equipe de desenvolvimento das ferramentas. molhado, resistência ao tráfego e ao manchamento,
É um documento que pode ser amplo, levando em entre outros, e estão apresentadas em caráter
consideração todas as disciplinas e critérios prescritivo, o que pode ser visto como um
normativos ou simplificados por filtros em alguma facilitador para a leitura das informações.
disciplina específica ou mesmo em um requisito ou Esse instrumento deve ser usado,
critério desejado. preferencialmente, pelo arquiteto, ou pessoa
Para garantia do atendimento dos requisitos designada para a realização das especificações de
normativos pelos projetistas, o ideal é que o acabamento, considerando que elas não podem mais
contratante lhes apresente esse checklist no levar em consideração apenas questões comerciais
momento de sua contratação, para que o escopo de e estéticas. Como as empresas consideram na
projetos esteja completo. maioria das vezes apenas essas premissas, optou-se
por apresentar as características dos materiais de
Esse documento deve ser usado pelas construtoras acabamento. Ressalta-se que os outros materiais
para o recebimento dos projetos e para sua inseridos nos sistemas construtivos de estruturas e
validação quanto aos requisitos normativos e pelos instalações já seguem uma especificação técnica e
projetistas durante o desenvolvimento dos projetos normativa mais rígida.
para garantia que não haverá informações omissas.
Uma representação ilustrativa de parte da planilha
Uma representação esquemática de parte do elaborada é mostrada na Figura 7.
checklist é apresentada na Figura 6.

Figura 6 – Checklist de recebimento de projetos

Fonte: Cotta (2017) adaptado de CBIC (CÂMARA..., 2015).

146 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Figura 7 – Representação da planilha usada para especificação de materiais

Fonte: Cotta (2017).

Plano de realização de ensaios construtora para a gestão da informação referente


aos ensaios.
Trata-se de planilha que reúne de forma
simplificada a lista de ensaios necessários, a serem Uma representação ilustrativa de parte do plano de
realizados para atendimento da Norma de ensaios segue na Figura 8.
Desempenho.
A organização dos ensaios foi feita por sistema Aplicação e avaliação das
construtivo e temas de acordo com a norma e foram ferramentas
apresentados os ensaios que podem ser realizados
As ferramentas descritas acima foram apresentadas
pela própria equipe da construtora ou por terceiros.
às empresas objeto do estudo exploratório. Em
A planilha também descreve qual requisito faz a algumas situações, foram efetivamente aplicadas ao
exigência do ensaio e como ele deve ser realizado. processo de projeto e planejamento de
Como a maioria dos ensaios é realizada com a empreendimentos, como primeiro passo de
edificação pronta, e a fase de projeto já está implementação de ações voltadas à busca do
concluída, é interessante observar que os ensaios desempenho no processo de projeto. Em outros
realizados para uma obra devem gerar aprendizado casos, as ferramentas foram demonstradas aos
e servir de banco de informações e dados para as profissionais envolvidos, com treinamento sobre
soluções das obras que virão. Em alguns casos, sua utilização, mas não foram efetivamente
previstos na norma, a adoção de soluções idênticas aplicadas em empreendimentos específicos, em
à de uma obra já ensaiada pode isentar a construtora razão da fase em que se encontravam os
de nova realização do mesmo ensaio. Isso também empreendimentos que compunham o portfólio das
se aplica para a adoção de sistemas construtivos que empresas.
são ensaiados pelos fornecedores: os sistemas são O Quadro 5 apresenta o status de aplicação e
ensaiados em amostragens de lotes e o fornecedor demonstração das ferramentas nas empresas.
deve apresentar o atestado de que o ensaio realizado
De maneira sintética, podem ser feitas algumas
é válido para os sistemas adquiridos.
observações obtidas a partir da análise dos
Nesse sentido, apresenta-se como de grande resultados das aplicações das ferramentas nas
importância o papel dos fornecedores e da empresas.

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 147
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Figura 8 – Plano de ensaios

Fonte: Cotta (2017).

Quadro 5 – Aplicação e demonstração das ferramentas nas empresas


Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D
Ferramenta
D A D A D A D A
Mapa de riscos        
Diretrizes para
    
especificações
Fluxograma do processo
     
de projeto
Procedimentos de
  
contratação
Checklist de recebimento
     
de projetos
Acompanhamento das
   
atividades – coordenação
Ensaios necessários   
Fonte: Cotta (2017).
Nota: Legenda:
D=demonstração; e
A=aplicação.

A ferramenta mais efetiva e implementada em todas C. A empresa C utilizou-o em maior escala, e serviu
as empresas foi o mapa de riscos, que faz uma como um primeiro modelo para estruturação de seu
análise crítica do entorno dos empreendimentos e processo de projeto. As empresas questionaram a
do terreno, e propicia a análise de aspectos críticos contratação antecipada dos projetos de engenharia,
a serem considerados no processo de projeto. Os e somente no caso da empresa C as resistências
empreendimentos selecionados por cada empresa foram vencidas, o que demonstra que será preciso
estavam em distintas fases de projeto, mas em todos criar indicadores de desempenho e de risco que
os casos a ferramenta mostrou-se especialmente tornem mais evidente a necessidade de contratação
útil, tanto pela “usabilidade”, por se mostrar clara e e desenvolvimento integrado dos projetos desde as
de aplicação imediata, quanto pelo seu impacto. De etapas iniciais dos empreendimentos.
fato, em várias situações, aspectos críticos para o
Os checklists de recebimento de projetos foram
atendimento de requisitos de desempenho haviam
implementados pelas empresas B e D, sendo que na
sido desconsiderados ou negligenciados nos estudos
B vêm sendo utilizados de maneira rotineira,
de viabilidade e elaboração dos programas de
inclusive passando a ser mecanismo de validação de
necessidade dos empreendimentos, e esses aspectos
projetos no âmbito do sistema de gestão da
críticos passaram a ser considerados.
qualidade da empresa. Mostrou-se também
O modelo de fluxo de atividades para o processo de particularmente útil para alguns projetistas, que não
projeto vem sendo empregado nas empresas A, B e

148 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

tinham ainda roteiros formais para validação de a dimensão desempenho no processo de projeto das
seus projetos no que diz respeito ao desempenho. empresas.
A ferramenta diretrizes para especificações de Alguns comentários destacaram a importância de
acabamento foi implementada, em conjunto com o treinamento dos coordenadores de projeto para a
profissional responsável das empresas A e B, a utilização de ferramentas mais complexas, como o
partir do padrão de acabamentos determinado pela fluxo de atividades e a planilha de acompanhamento
incorporação. Para um dos empreendimentos da das atividades de coordenação.
empresa A, a implantação desse procedimento se
Para vários avaliadores, a implementação das
deu de maneira facilitada, pois o fornecedor de
ferramentas esbarra na conscientização, por parte
materiais de acabamento em questão já havia
dos níveis estratégicos das empresas, a respeito da
realizado todos os ensaios e laudos de seus
valorização da etapa de projetos e da própria função
materiais, os quais foram disponibilizados para o
coordenação.
cliente, com agilidade. Em outras situações a
ferramenta foi útil como mecanismo efetivo de Ressaltaram a ideia de que as ferramentas induzem
verificação de especificações. Em alguns casos a implementação lógica de uma estrutura de
tiveram de ser alteradas para atendimento a trabalho no processo de projeto, com a definição de
requisitos normativos específicos. Pela sua etapas e atividades, e um fluxo de processos que se
simplicidade de utilização e pelo fato de compilar inicia com o mapeamento de riscos, passando pelos
informações de forma a facilitar a verificação, mecanismos de contratação e desenvolvimento das
mostrou-se de utilidade. disciplinas, até análise crítica e validação.
Enfatizaram que o uso das ferramentas desperta
A planilha auxiliar à coordenação começou a ser
uma consciência sobre a importância de atentar para
empregada na empresa C, inclusive como
o atendimento dos requisitos normativos, criando
instrumento para análise crítica de projetos. Como
condições para que a empresa inicie processos de
apresenta informações compactas que podem ser
melhoria contínua na forma de desenvolver seus
filtradas por disciplina e requisito, mostrou-se
projetos.
muito útil na avaliação do coordenador de projetos,
e passou a ser empregada rotineiramente. Além da avaliação dos profissionais, outras
considerações podem ser feitas.
O plano de realização de ensaios ainda tem, nessas
empresas, caráter informativo. Duas delas Uma análise conjunta do processo de projeto das
começaram a realizar ensaios de incidência sonora empresas e dos resultados da aplicação das
em fachadas, e passarão a desenvolver simulações ferramentas, ainda que em caráter preliminar,
de desempenho térmico, mas ainda não sugere conclusões que caminham na mesma direção
consideraram a ferramenta para a realização de dos comentários feitos na literatura recente: as
planos de controle tecnológico, o que possivelmente empresas carecem de conhecimentos gerenciais que
será feito em função da implementação da nova permitam nortear o processo de projeto para
versão do Siac, que o exige de maneira explícita. atendimento aos requisitos de desempenho, e, nesse
sentido, a introdução de um conjunto de
Além da sua apresentação e utilização nas
ferramentas que sejam aplicadas às diversas fases
empresas, nos termos indicados acima, as
do processo de projeto (análise de riscos,
ferramentas foram objeto de avaliação por parte de
contratação, coordenação de disciplinas, análise
um grupo de profissionais experientes em
crítica e validação) pode proporcionar uma
coordenação de projetos e com conhecimento
estrutura mínima que facilite a introdução de
técnico-gerencial a respeito da NBR 15575,
processos mais sistêmicos e induza as empresas a
conforme indicado na descrição do método de
assumirem uma postura de melhoria contínua.
pesquisa. A avaliação envolveu juízos dos
Torna-se necessária a introdução de ferramentas
especialistas sobre a qualidade técnica das
que cubram os aspectos tecnológicos da Norma de
ferramentas, aplicabilidade no processo de projeto,
Desempenho, em sintonia com os aspectos de
utilidade e outros possíveis comentários.
gestão do processo de projeto.
A avaliação foi feita por nove profissionais
Nesse sentido, essa é uma contribuição do presente
experientes, como indicado no Quadro 2 –
trabalho. As ferramentas desenvolvidas contribuem
Caracterização dos agentes que opinaram sobre a
para a introdução de processos sistêmicos de
aplicação das ferramentas.
integração entre as funções incorporação,
Sem nenhuma exceção, os avaliadores coordenação e desenvolvimento de projetos, cujos
consideraram as ferramentas tecnicamente corretas, problemas foram apontados na fase de compreensão
aplicáveis e úteis como instrumentos para trabalhar do processo de projeto das empresas.

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 149
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

Ressalta-se o fato de que o problema não se esgota ARROTÉIA, A. V.; AMARAL, T. G. do;
com a implementação de ferramentas; duas posturas MELHADO, S. B. Gestão de Projetos e Sua
essenciais precisam ser alcançadas. Por um lado, a Interface Com o Canteiro de Obras Sob a Ótica da
introdução de uma visão de integração e Preparação da Execução de Obras (PEO).
colaboração entre os agentes responsáveis pela Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 4,
definição do produto edifício e os responsáveis pelo p. 183-200, out./dez. 2014.
desenvolvimento dos projetos (coordenadores e ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
projetistas). Por outro lado, faz-se especialmente TÉCNICAS. NBR 15220: desempenho térmico de
necessária a integração entre as disciplinas desde as
edificações. Rio de Janeiro, 2005.
fases iniciais dos empreendimentos. São aspectos
que exigem uma mudança de cultura que começa ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
pelos níveis estratégicos das empresas. TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
habitacionais: desempenho: parte 1: requisitos
Considerações finais gerais. Rio de Janeiro, 2013a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
O presente trabalho apresentou o desenvolvimento TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
e aplicação de um conjunto de ferramentas de habitacionais: desempenho: parte 2: requisitos para
suporte técnico e gerencial ao processo de projeto os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013b.
de empresas incorporadoras e construtoras. O
desenvolvimento balizou-se em um estudo ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
exploratório sobre o processo de projeto das TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
empresas do ponto de vista de sua estruturação para habitacionais: desempenho: parte 3: requisitos para
atendimento aos requisitos normativos da NBR os sistemas de pisos. Rio de Janeiro, 2013c.
15575 (ABNT, 2013a, 2013b, 2013c, 2013d, 2013e, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
2013f). TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
Do ponto de vista metodológico, a estrutura do habitacionais: desempenho: parte 4: requisitos para
Design Science Research se mostrou adequada para os Sistemas de Vedações Verticais Internas e
a consecução do objetivo do trabalho. A Externas - SVVIE. Rio de Janeiro, 2013d.
apresentação de ferramentas desenvolvidas para ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
suporte na construção de processos de integração TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
entre os distintos agentes de incorporação e habitacionais: desempenho: parte 5: requisitos para
desenvolvimento dos projetos ao longo de suas os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 2013e.
fases. O desenvolvimento das ferramentas baseou-
se em um melhor entendimento sobre as ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
dificuldades inerentes ao processo de projeto das TÉCNICAS. NBR 15575: edificações
empresas, para a garantia dos requisitos da Norma habitacionais: desempenho: parte 6: requisitos para
de Desempenho. os sistemas hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013f.

Destacou-se o fato de que as empresas esbarram em ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS


dificuldades associadas a soluções técnicas para as ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia Para
questões de desempenho, e, sobretudo, não estão Arquitetos na Sua Aplicação da Norma de
estruturadas em termos de processos que permitam Desempenho ABNT NBR 15575. São Paulo,
a integração entre disciplinas e funções. 2015. Disponível em:
<http://www.asbea.org.br/download/2_guia_norma
Nesse sentido, essa parece ter sido a contribuição s_final.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2016.
das ferramentas desenvolvidas: proporcionar essa
integração, estruturando processos e estimulando a BARBOSA, P. Uma Contribuição à Análise de
colaboração entre os agentes, quer seja do ponto de Medidas de Construtibilidade em Obras de
vista de organizar o conteúdo técnico das possíveis Edificações Prediais Residenciais em Alvenaria
soluções de projeto, quer seja organizando o Estrutural. Belo Horizonte, 2013.162 f.
processo de projeto com a introdução dos conceitos Dissertação (Mestrado em Construção Civil) –
de engenharia simultânea. Escola de Engenharia, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
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Publication, 2007. 7. Ciclo. Belo Horizonte: Comunidade da
Construção de Belo Horizonte, 2016.

150 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.


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(Mestrado em Ambiente Construído) – Escola de
Engenharia, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Juiz de Fora, 2017.

As alterações no processo de projeto das empresas construtoras e incorporadoras devido à NBR 15575 – Norma de 151
Desempenho
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 133-152, jan./mar. 2018.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO SORGATO, M. J. et al. Análise do Procedimento


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MINAS GERAIS. Manual Para Contratação de
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Departamento Regional; Sinduscon - MG, 2016.

Ana Cláudia Cotta


Mestrado em Construção Civil, Departamento de Engenharia de Materiais e Construção Civil, Escola de Engenharia | Universidade Federal
de Minas Gerais | Av. Presidente Antônio Carlos, 6627, Bloco I, Sala 3314, São José | Belo Horizonte - MG – Brasil | CEP 31275-013 |
Tel.: (31) 3646-7828 | E-mail: accotta@gmail.com

Paulo Roberto Pereira Andery


Departamento de Engenharia de Materiais e Construção Civil, Escola de Engenharia | Universidade Federal de Minas Gerais |
Tel.: (31) 3409-1856 | E-mail: prpandery@gmail.com

Revista Ambiente Construído


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152 Cotta, A. C.; Andery, P. R. P.

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