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087-104
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo propor melhorias no processo de desenvolvimento de produtos imobiliários em uma empresa de construção civil,
utilizando informações provenientes do processo de análise das necessidades dos clientes. A partir de abordagens teóricas e de um estudo empí-
rico, apresenta-se um conceito mais abrangente para o processo de desenvolvimento de produto (PDP) para a construção civil, tendo o método do
estudo de caso como estratégia de pesquisa. Analisou-se, inicialmente, o fluxo de informações provenientes dos clientes nos diversos pontos de
contato com a empresa. Em seguida, foram criadas as ferramentas para captação das necessidades dos clientes, inserindo-se os seus resultados no
PDP da empresa. A formalização da utilização das informações provenientes dos clientes trouxe resultados imediatos para o produto que estava em
desenvolvimento durante a pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE
Processo de desenvolvimento de produto, construção civil, processo de projeto, gerenciamento do fluxo de informações, requisitos de clientes.
KEY WORDS
Product development process, civil construction, design process, information flow management, customer requirements.
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bem como a área de lazer, as áreas comuns e toda a infraes- tindo num conjunto coerente e complementar de modelos
trutura que o empreendimento proporciona ao morador. a partir de vários aspectos de uma organização, tendo por
Verifica-se, ainda, que entre projetistas e usuários do objetivo auxiliar um ou mais usuários de uma empresa em
produto existem dois intermediários: construtores e cor- algum propósito (VERNADAT apud AMARAL, 2002).
retores de imóveis, que filtram e enviesam as informações, Existem, na literatura, diversas ferramentas que apoiam o
dificultando o desenvolvimento de produtos adequados aos levantamento e a modelagem de processos. Uma tendência
clientes (FABRÍCIO, 2002). nesse aspecto são os gerenciadores de Workflow, utilizados
na automação de processos empresariais internos, e os siste-
mas de Business Process Modeling (BPM), que propõe inte-
3. A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO COM gração das informações, colaboração entre as pessoas e auto-
OS CLIENTES E A GERAÇÃO DE VALOR mação dos processos (FISHER, 2004). Entretanto, de acordo
com o Delphi Group (2003), ainda existe certa resistência a
As informações obtidas através de um bom relaciona- sistemas BPM, em virtude da ausência de um business case
mento com o cliente têm extrema importância na alimen- claramente definido. Além disso, existem os modelos ISO
tação do processo de desenvolvimento de produto. É a e SADT/IDEF, que são voltados para a área industrial, de
partir dessas informações que se pode alterar componentes automação, integração e programação máquina-ferramenta
ou reprojetar o produto adquirido pelos clientes. Busca-se, (AMARAL, 2002)
então, gerar valor a partir do que é considerado por Austin Outro método bem conhecido e amplamente utilizado é
(apud KELLY, 2007) como sendo a relação entre o custo- o ARIS – Architecture of Integrated Information Systems, em-
benefício para se obter um produto em relação aos recursos pregado no desenvolvimento da arquitetura e que conta com
disponibilizados. uma ferramenta computacional, denominada ARIS Toolset,
No caso da construção civil, em particular com relação desenvolvida pela empresa IDS-SCHEER, para auxiliar na
à compra de um imóvel, é importante que a incorporadora sua manipulação (AMARAL, 2002). Uma descrição mais
acompanhe esse relacionamento através de pesquisas de detalhada da arquitetura ARIS pode ser verificada em Scheer
mercado, avaliações pós-ocupação ou medições periódicas (1998), Benedictis et al. (2004) e Amaral (2002).
da satisfação do cliente. Além disso, quando o imóvel é Zhu e Augenbroe (2006) apresentam, por sua vez, um
vendido em planta, a construtora pode ampliar esse contato modelo conceitual de suporte à integração de informações
e já obter informações durante a etapa de construção do interorganizacionais em projetos ligados à construção. Este
imóvel. modelo divide-se em quatro partes: (1) informações sobre
A finalidade desse acompanhamento é encontrar os itens tarefa; (2) contexto; (3) organização; e (4) negócio. O intuito
que geram valor para o empreendimento, pois, de acordo é apresentar uma framework sobre a captura dos principais
com Leinonen e Huovila (apud MIRON, 2002), o processo conceitos e requisitos de um processo colaborativo em um
de geração de valor na Indústria da Construção Civil envolve ambiente de projeto virtual, de tal forma a dar suporte ao
três fases: encontrar os requisitos do cliente; criar soluções desenvolvimento de um sofisticado API (Application Pro-
para atender estes requisitos; e garantir que estes requisitos gramming Interfaces) para melhorar a colaboração entre
sejam atendidos da melhor maneira possível durante o pro- softwares organizacionais.
jeto e, posteriormente, na produção. Pati e Augenbroe (2007) apresentam outro modelo que
Sendo assim, o projeto tem uma importante posição na agrega informações sobre a experiência do usuário relacio-
agregação de valor ao produto final, pois é nesta fase que nada a projetos de edificações. Tal modelo identifica infor-
existe a preocupação com a compreensão das necessidades mações sobre os locais de uso (prédio, piso, espaço etc.), o
do cliente e com a transformação destas necessidades em as-built das partes de cada local (parede, piso etc.), os dados
um produto. funcionais dos espaços (altura, largura etc.) e a avaliação
Portanto, para uma empresa ter sucesso em um empreen- pós-ocupação de cada espaço. Os autores concentram-se em
dimento, é necessário que conheça as necessidades do seu desenvolver um modelo para analisar dados de uso e ocupa-
cliente, coletando os dados certos sobre seus requisitos e ção de espaços de forma a subsidiar projetos futuros.
sabendo retroalimentá-los no processo de desenvolvimento Entretanto, é necessário deixar claro que as vantagens do
de um novo produto. uso de ferramentas de auxílio são diversas, variando de acor-
Tradicionalmente, a realização desse tipo de trabalho do com as possibilidades da própria ferramenta, assim como
concentra-se na modelagem de empresas e de seus processos os objetivos determinantes do trabalho. Neste caso, adotou-
de negócios a partir de diferentes tipos de métodos, consis- se o Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) pela facilidade de
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uso e pelo fato de ser uma das ferramentas mais debatidas e tado por uma seta; (c) depósito: permite que se modele uma
utilizadas para a análise do fluxo de informações na constru- coleção de dados em repouso – representado por duas linhas
ção civil (KENDALL; KENDALL apud BERNARDES, 1996; paralelas ou por um retângulo aberto em um lado; e (d) ter-
TZORTZOPOULOS, 1999). minador: faz o papel das entidades externas com as quais o
O DFD, segundo Yourdon (1990, p. 177), é uma “ferra- sistema se comunica – representado por um retângulo.
menta de modelagem que nos permite imaginar um sistema Porém, para o desenvolvimento deste trabalho, levou-se em
como uma rede de processos funcionais, interligados por consideração uma representação mais recente do DFD, apre-
‘dutos’ e ‘tanques de armazenamento’ de dados”. Nesse sentada por Cintra e Amorim (1998), conforme a Figura 1.
sentido, pode-se trabalhar o DFD como um facilitador da
comunicação com o usuário, apoiando o desenvolvimento
de novos sistemas, mostrando a sequência de transformação 4. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE
dos dados pelas diversas áreas envolvidas no processo, sem, PRODUTO
entretanto, considerar as particularidades das transforma-
ções sofridas (DAVIS apud CINTRA; AMORIM, 1998). Smith e Morrow (apud MIRON, 2002) apresentam o de-
Em relação aos componentes do DFD, Yourdon (1990) senvolvimento do produto como um processo que converte
descreve a seguinte sequência: (a) processo: é o primeiro necessidades e requisitos dos clientes em informação para
componente de um DFD e mostra como uma ou mais entra- que um produto ou sistema técnico possa ser produzido. A
das são convertidas em saídas – representado por um círculo; expressão desenvolvimento do produto, contudo, tem sido
(b) fluxo: utilizado para demonstrar o movimento de pacotes utilizada por diversos autores com significado e abrangên-
de informações de um ponto a outro do sistema – represen- cia distintos.
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No Quadro 1, são apresentadas as principais etapas do Contudo, o PDP pode ter duas concepções: a tradicional e
desenvolvimento do produto propostas em quatro publica- a moderna. A concepção tradicional, tem como fundamento
ções: Clark e Wheelwright, 1993; Yazdani e Holmes, 1999; a especialização funcional, legado da abordagem mecani-
Ulrich e Eppinger, 2000; Bruce e Cooper, 2000 (MIRON, cista de Taylor, Fayol e Ford, que utiliza a especialização
2002). O objetivo é realizar um comparativo da evolução como meio de obter eficiência nos processos organizacionais
desse conceito e da visão de cada autor. (SILVA, 2001). Só é satisfatória em ambientes estáveis, onde
Para Clark e Wheelwright (apud MIRON, 2002), o PDP se encontra baixo grau de incerteza, pois é de fácil controle
se divide em desenvolvimento do conceito,
planejamento do produto, engenharia do
processo e do produto e produção-piloto. Já
Yazdani e Holmes (apud MIRON, 2002), sub-
dividem a primeira etapa do PDP dos primei-
ros autores em marketing e projeto do conceito.
O aumento das exigências dos clientes finais
tem pressionado as empresas a oferecer
produtos de melhor qualidade
Além disso, estes autores tratam da criação de
protótipos, etapa que os primeiros autores não
mencionaram em destaque. e previsível. Sua principal desvantagem ocorre quando, em
A proposta de Ulrich e Eppinger (apud MIRON, 2002) é projetos complexos, existe um elevado consumo de recursos.
semelhante à de Clark e Wheelwright (apud MIRON, 2002). Já o enfoque moderno de desenvolvimento de produtos, está
Entretanto, dá mais destaque ao detalhamento do projeto e muito mais preocupado com a qualidade do projeto, preven-
ao refinamento e teste do produto. do a aplicação de ferramentas para assegurar a qualidade e
Já Bruce e Cooper (apud MIRON, 2002) tratam de um a agilidade no desenvolvimento das atividades de projeto
lado um pouco mais comercial, quando dão destaque às (COELHO, 1998).
etapas de lançamento e retirada do produto. Além disso, di-
videm o desenvolvimento do conceito em geração da ideia e
teste desse conceito. Vale salientar também o destaque dado 5. A EXTRAPOLAÇÃO DO PROCESSO DE PROJETO
à etapa de estudo de viabilidade, provando a preocupação PARA A CRIAÇÃO DO PDP NA CONSTRUÇÃO
desses autores com a questão financeira do novo produto. CIVIL
Apesar dessa variedade, os autores concordam com a ideia
de que desenvolver um produto que atenda às necessidades Na construção civil, o processo de projeto está ocupando
de qualidade dos clientes, em tempo hábil e a um custo o papel representado pelo Processo de Desenvolvimento de
compatível com seus concorrentes, é função do processo de Produto na indústria em geral, pois é o processo responsável
desenvolvimento de produto. pela transformação do conceito do empreendimento em
Bruce e Cooper Geração da Teste do Estudo de Desenvolvi- Testes e Lançamento Revisão do Retirada do
(2000) ideia conceito viabilidade mento e Tentativas de do Produto Desempenho Produto
Projeto Campo
Fonte: Miron, 2002
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projeto e daí em um produto. Na realidade, dentro de uma ações e utilizando uma lógica comparativa entre teoria e
visão mais ampla, este processo de projeto deve fazer parte do prática (YIN, 2001).
PDP, pois possui diversas limitações quando se faz essa com- Pode-se afirmar, também, que esta pesquisa possui uma
paração entre a indústria seriada e a da construção civil. visão exploratória, visto que busca conhecer o processo de
Na indústria seriada, para o desenvolvimento de um novo desenvolvimento de produto da construção civil, explorando
produto, são necessárias várias etapas não consideradas, as lacunas de conhecimento sobre este assunto.
de forma geral, na construção civil: pesquisas de mercado, Este trabalho utilizou o estudo de caso com intervenção
identificação de oportunidades de negócios, formulação das (BARROS NETO, 1999) como estratégia de pesquisa para
estratégias de marketing, execução de projetos que caracte- atingir o objetivo proposto. Com esta estratégia de pesquisa,
rizam e especificam o produto, caracterização da produção objetiva-se capturar informações valiosas na busca de explo-
(desenvolvimento do processo), fabricação de protótipos e rar o problema em questão, seguida da avaliação e solução de
simulação do desempenho do produto e do processo (FA- problemas (COOPER; SCHINDLER, 2003).
BRÍCIO, 2002), estando, dessa forma, o PDP da construção O estudo foi realizado em uma única empresa devido à
civil mais ligado ao projeto do edifício do que ao desenvol- necessidade de aprofundamento na discussão e análise do
vimento do produto empreendimento. tema. O desenvolvimento de produto é um processo longo
e complexo, que se inicia desde a concepção de
um novo produto e vai até o acompanhamento
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Após esta fase inicial, dividiu-se a pesquisa em seis etapas seguinte somente ocorria após a conclusão da etapa anterior,
com a finalidade de conseguir o encadeamento das evidên- possuindo seus dados analisados e discutidos com a empresa
cias (Figura 3). Cada etapa gerou resultados que serviram pesquisada, excetuando-se as etapas 3 e 4, que foram reali-
de informação para a etapa seguinte, de modo que a etapa zadas em paralelo.
6. Acompanhamento de obra
6. Planejamento de Comunic.
7. Acompanhamento de uso
7. Vendas
Feedback
8. Projeto executivo
9. Acompanhamento de obra
Retroalimentação
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Inicialmente, realizou-se um diagnóstico da empresa com setor. Dessa forma, conseguiram-se identificar as limitações
o intuito de entender sua estrutura, conhecer os setores que de cada setor com relação ao nível de informação que pos-
mantinham contato com os clientes, ou que necessitavam de suía, bem como verificar os erros e falhas de comunicação
informações sobre os clientes, etc. Para isso, o organograma entre os setores e a inexistência de processos para a coleta
da empresa foi analisado e, a partir dele, definiram-se os das informações dos clientes.
setores a serem estudados. A elaboração dos fluxos foi baseada no uso do DFD, no
qual se identificou a informação, seu caminha-
mento percorrido (origem e destino) e os respon-
3º Diagnóstico e
1º 2º montagem do processo
de desenvolvimento de
Diagnóstico do Montagem e análise produtos
gerenciamento de do fluxo de
informações na informações de Criação de ferramentas
empresa clientes marketing para a
coleta das informações
4º dos clientes
5º Proposição de melhorias 6º
no PDP através da
inserção das informações Proposição de
dos clientes captadas ferramentas para o
pelas ferramentas do monitoramento do
Marketing processo
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informações convergissem para a caracterização de um de- ferem pagar direto na loja da empresa, além de exercer
terminado tipo de imóvel. a função de cobrança dos recebimentos vencidos e da
Para isso, buscou-se formalizar como cada ferramenta renegociação de dívidas vencidas. Sendo assim, observa-
implementada teria de entrar no processo e como cada in- se um potencial ponto de contato com o cliente que vem
terveniente daria sua contribuição referente às informações efetuar seu pagamento.
que os clientes ofereciam. • Setor de Marketing: responsável pelo marketing da empre-
A importância do monitoramento do processo é incon- sa. Entretanto, está mais focado na área de comunicação,
testável, pois através desse acompanhamento foram identi- ficando as demais funções do marketing (planejamento
ficados problemas e dificuldades do processo de desenvolvi- de marketing, definição do preço, promoção, produto e
mento de produtos montado. pesquisas) sob responsabilidade do diretor da empresa,
do setor comercial e do setor de pré-incorporação. Este
setor também é responsável pelo fluxo de informações de
7. O ESTUDO DE CASO clientes provenientes do site da empresa.
• Setor de pré-incorporação: responsável pelo desenvolvi-
A empresa pesquisada atua no mercado de Fortaleza há mento de novos produtos na empresa, ficando sob sua res-
26 anos e caracteriza-se por trabalhar no setor residencial, ponsabilidade as atividades que se iniciam na concepção
especificamente na incorporação de empreendimentos para do produto até o lançamento para o mercado.
a classe média e média alta. • Setor de Atendimento ao Cliente (SAC): criado durante
Uma característica interessante da empresa estudada é a execução da pesquisa. Responsável, inicialmente, pela
a utilização constante de pesquisas para verificação da de- entrega do imóvel ao cliente, ou seja, pelo atendimento
manda do mercado, ferramenta que possibilita o dimensio- a clientes na fase final da obra. Também é o responsável
namento e o reconhecimento das necessidades dos clientes pelo atendimento ao cliente após a entrega do imóvel,
para os quais o novo empreendimento se destina. durante a fase de assistência técnica e manutenção dos
empreendimentos.
7.1 Resultados da pesquisa
Os resultados do estudo são apresentados
de acordo com as etapas da metodologia
aplicada. O objetivo é analisar a evolução do
estudo de modo que se possa fazer entender
os resultados obtidos.
O s produtos residenciais da construção civil
podem ser mais bem desenvolvidos através
das informações provenientes dos clientes
Etapa 1: Diagnóstico do gerenciamento de
informações na empresa. Etapa 2: Montagem e análise do fluxo de informações de
Após uma análise das entrevistas realizadas, identifi- clientes
caram-se as atividades desempenhadas pelos setores da Verificou-se a dificuldade de comunicação entre os
empresa que possuem contato com as informações dos setores da empresa responsáveis pela captação das in-
clientes: formações dos clientes e o setor de desenvolvimento de
• Setor de Obras: responsável pelo atendimento do cliente novos produtos (setor de pré-incorporação), de modo
durante a obra, bem como por receber informações im- que as informações deixadas pelos clientes nestes setores
portantes desse cliente, como sugestões de atendimento, não eram formalmente encaminhadas ao setor de pré-
reclamações e modificações de projeto. Também é res- incorporação.
ponsável pela avaliação da satisfação do cliente durante Em resumo, as informações eram apresentadas espon-
a obra. taneamente pelos clientes através do contato que faziam
• Setor Comercial: responsável pelas vendas de imóveis com a empresa, mas os setores não tinham a preocupação
da empresa. Uma particularidade desta empresa é que de registrá-las formalmente e, muito menos, de enviá-las
ela conta com uma loja para venda dos imóveis em um ao setor diretamente responsável pelo desenvolvimento de
grande shopping de Fortaleza, o que gera um alto número produtos.
de visitantes interessados nos imóveis. Isso foi verificado após a montagem do DFD das infor-
• Setor de Contas a Receber: tem a finalidade de receber o mações deixadas pelos clientes em cada setor. Sendo assim,
pagamento da mensalidade de alguns clientes que pre- além da constatação através da entrevista realizada, o pró-
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prio setor constatava o não encaminhamento da informação lha insumo-processo-produto (TZORTZOPOULOS, 1999),
quando se discutia o DFD do seu setor para com o restante na qual cada atividade foi detalhada, informando-se que
da empresa. A seguir é apresentado o DFD do setor Comer- ações ou relatórios deveriam ser feitos antes de se iniciar
cial como forma de exemplificar a situação encontrada na cada processo e qual o resultado esperado ao final de cada
empresa (Figura 4). processo (Figura 5).
Notar, na Figura 4, que o último passo do fluxo é o ca- No processo diagnosticado foram identificadas algumas
dastramento dos dados para futuros contatos e a resposta deficiências, que foram analisadas e corrigidas na elaboração
aos questionamentos. Ou seja, a informação obtida através do novo processo de desenvolvimento de produto (Figura
do contato com o cliente não foi repassada para o setor de 6), no qual também foram inseridas as informações prove-
desenvolvimento de novos produtos. nientes dos clientes. Na Figura 7, é exemplificada a melhoria
Verificou-se que a informação não fluía formalmente para ocorrida na etapa de concepção do produto, após a incorpo-
os setores responsáveis, ficando perdida dentro da estrutura ração das ferramentas criadas.
da empresa. Isto foi detectado em todos os setores que pos- Na Figura 6, perecebe-se que o PDP implantado possui
suem contato direto com o cliente dez etapas que acompanham o produto desde sua concepção
até o acompanhamento do seu uso. São elas: (1) concepção
Etapa 3: Diagnóstico e montagem do processo de desenvol- do produto; (2) localização e escolha do terreno; (3) antepro-
vimento de produtos (PDP) jeto de arquitetura; (4) projeto legal de arquitetura; (5) proje-
Nenhum processo formalizado em relação ao PDP foi to executivo; (6) vendas; (7) planejamento de comunicação;
identificado na empresa. O que existiam eram sequências de (8) planejamento de comercialização; (9) acompanhamento
eventos que foram sempre respeitadas no desenvolvimento de obra; e (10) acompanhamento de uso.
de um novo produto, as quais eram frutos do conhecimento Já na Figura 7, percebe-se a inserção de atividades que
adquirido pelo setor de pré-incorporação na realização de antes não eram realizadas, tais como: a pesquisa de con-
cada novo empreendimento. corrência, a análise das demais pesquisas e a definição e
Sendo assim, formalizou-se o processo original de de- montagem das opções.
senvolvimento de produto da empresa, pois sabia-se que
este processo somente poderia ser melhorado a partir da Etapa 4: Criação de ferramentas para a coleta das informa-
visualização correta de suas etapas, atividades, participantes ções dos clientes.
e gargalos. As ferramentas propostas têm o objetivo de formalizar o
Para formalizar o PDP de cada etapa, utilizou-se a plani- envio das informações obtidas no contato com o cliente para
Dúvidas
Análise das
Informações
dúvidas
96
Sim
Anteprojeto de arquitetura
Etapa 9 Etapa 10
Acompanhamento Acompanhamento Retroalimentação
de obra de uso
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o setor de pré-incorporação, de modo que estas informações caracterizadas como clientes potenciais; ou seja, pode-
sejam utilizadas no PDP. riam se tornar clientes se a empresa soubesse atender às
Algumas destas ferramentas foram somente propostas suas necessidades por um imóvel. Sendo assim, esta foi
e outras foram sugeridas e testadas, conforme detalhado uma ferramenta testada.
a seguir:
• Ferramenta 1: Pesquisa com clientes potenciais interes- • Ferramenta 2: Pesquisa on-line com prospects
sados Para o outro canal de contato, a página eletrônica (site) da
Para o setor Comercial, foi criado um questionário para empresa, também foi criada uma ferramenta para coleta
pesquisa com as pessoas que passavam pela loja interes- de dados dos visitantes interessados em adquirir apar-
sadas em comprar um apartamento. Estas pessoas foram tamentos. Trata-se de uma pequena pesquisa com dez
Pesquisa de Pesquisa de
config. & demanda config. & demanda
Elaboração de 1º briefing
Não
Produto
aprovado?
Sim
Localização e escolha
do terreno
Figura 7: Comparativo entre as etapas de concepção do produto do processo diagnosticado e do processo implantado.
Fonte: Nobre, 2005
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perguntas que o cliente deve preencher, caso não encontre • Ferramenta 7: Matriz satisfação-importância
algum imóvel que lhe interesse na referida página. Como Na fase de acompanhamento de uso (após a conclusão
se percebe esta ferramenta também foi testada. da obra), propôs-se a montagem da matriz satisfação-
importância (MOURÃO et al., 2004), a partir dos resulta-
• Ferramenta 3: Pesquisa com os clientes que visitam as dos da pesquisa de satisfação que deve ser realizada após a
obras conclusão da obra, no prazo determinado de 2 e de 5 anos
Para os clientes que visitam as obras da empresa, criou-se após a conclusão da obra. Esta ferramenta não foi testada,
um questionário no qual se passou a recolher informações somente proposta.
sobre frequência de visitas do cliente à obra, motivo da
visita, avaliação do padrão de acabamento do imóvel, das Todas estas ferramentas tiveram seus relatórios de resulta-
áreas dos ambientes, avaliação da satisfação do cliente em dos formalmente inseridos em etapas do processo, existindo,
relação ao seu apartamento, da satisfação com a empresa também, uma atividade de análise das pesquisas realizada
etc. O objetivo é ampliar a captação das informações dos na empresa.
clientes em relação à obra. Este roteiro de perguntas foi
elaborado junto com os responsáveis pelo atendimento, Etapa 5: Proposição de melhorias no PDP através da inserção
pois se buscou formalizar o que já era perguntado, de das informações dos clientes captadas pelas ferramentas.
modo que os questionamentos não ficassem fora do con- O PDP diagnosticado foi melhorado por meio da inser-
texto da visita do cliente. Também foi uma ferramenta ção das informações dos clientes captadas pelas ferramentas
testada. desenvolvidas neste estudo. As ferramentas criadas foram
inseridas no DFD de cada setor para se verificar o novo fluxo
• Ferramenta 4: Pesquisa com os clientes que frequentam o de informações e se a informação estaria chegando ao setor
setor de contas a receber responsável pelo desenvolvimento de novos produtos. Isto
Para o setor de contas a receber, deve-se obedecer ao mes- foi verificado em todos os setores onde se aplicaram as fer-
mo raciocínio da ferramenta aplicada na obra: aproveitar ramentas. Para mostrar este resultado, segue abaixo o DFD
o contato do cliente para captar informações que sejam geral da empresa antes (Figura 8) e depois da aplicação das
interessantes para o setor de pré-incorporação. Esse ques- ferramentas de pesquisa (Figura 9).
tionário utiliza o mesmo modelo aplicado na obra. Neste Além disso, também se alterou a ordem de algumas
caso, a ferramenta foi apenas proposta, não tendo sido atividades (ex.: opção de compra, efetivação da compra
testada. do terreno, etc.) com o objetivo de tornar o processo mais
consistente.
• Ferramenta 5: Pesquisa do portal do cliente Sendo assim, além da alteração do processo quanto à
O portal do cliente, ainda não criado, será uma área inserção das ferramentas desenvolvidas, também se discutiu
específica dentro da página eletrônica da empresa. O a melhoria do processo como um todo, pois algumas ativida-
cliente (que já possui um imóvel da empresa) poderá ve- des estavam mal posicionadas, ocasionando possíveis custos
rificar seu saldo devedor, o andamento da sua obra, emi- desnecessários, como por exemplo as atividades de consulta
tir boletos de pagamentos, sendo este acesso delimitado prévia e efetivação da compra do terreno.
por senhas; ou seja, será uma área destinada somente a Vale salientar que o número de etapas, bem como a
clientes da empresa. Também é uma ferramenta que só denominação destas, não se alterou da passagem do PDP
foi proposta. diagnosticado para o PDP proposto. Somente se alteraram
as atividades dentro das etapas, conforme mostra o Quadro
• Ferramenta 6: Pesquisa de satisfação na entrega dos 2 (em negrito estão as atividades que foram alteradas ou
imóveis inseridas no processo).
O setor de atendimento a clientes ficou responsável pela
realização de uma pesquisa no momento da entrega Etapa 6: Proposição de ferramentas para o monitoramento
das unidades do empreendimento que estavam sendo do processo
concluídas. Essa pesquisa tem o objetivo de verificar a A empresa decidiu-se por utilizar a velocidade de vendas
satisfação do cliente no momento do recebimento da sua como “termômetro” para o desenvolvimento de produtos.
unidade, que é um momento único no processo, pois é Portanto, levantou-se o histórico dessa velocidade para
onde se verifica a primeira reação do cliente ao seu imóvel se estabelecer um parâmetro de evolução da melhoria do
pronto. Esta foi uma ferramenta testada. processo. Se a velocidade de vendas de um determinado
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Alterações de projeto;
Obra
visitas às unidades
Sugestões ou reclamações
processo de compra; Novos
andamento da obra Site Marketing
Cliente Negócios
Pagamento de títulos;
Contas a receber
Renegociação de dívidas
Recebimento da unidade
SAC
Figura 8: DFD geral da empresa antes da implantação das ferramentas de captação das informações dos clientes.
Fonte: Nobre, 2005
Sugestões ou reclamações
processo de compra; Pesquisa Novos
Site Marketing
andamento da obra on-line Negócios
Cliente
Pagamento de títulos; Pesquisa de satisfação
Contas a receber na entrega da obra
Renegociação de dívidas
Figura 9: DFD geral da empresa após a implantação das ferramentas de captação das informações dos clientes.
Fonte: Nobre, 2005
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DIAGNÓSTICO PROPOSTO
ETAPA 1
Planejamento estratégico da empresa; Planejamento estratégico da empresa;
Pesquisa de configuração & demanda (não utilizada Pesquisa de configuração & demanda (utilizada formalmente);
formalmente); Análise dos produtos desenvolvidos;
Definição do produto; Definição do produto;
Elaboração de um briefing (não realizada formalmente); Definição e montagem das opções;
Elaboração do 1o briefing (realizado formalmente)
ETAPA 2
Captação de terrenos; Captação de terrenos;
Análise e escolha dos melhores terrenos; Análise e escolha dos melhores terrenos;
Viabilidades dos produtos; Viabilidade dos produtos;
Opção de compra.
ETAPA 3
Anteprojeto de arquitetura e paisagismo; Elaboração do 2o briefing;
Opção de compra; Anteprojeto de arquitetura e paisagismo;
Orçamento preliminar; Consulta prévia na Prefeitura;
Orçamento preliminar;
Efetivação da compra do terreno.
ETAPA 4
- Execução do projeto legal de arquitetura; - Parcelamento do solo;
- Efetivação da compra do terreno; - Execução do projeto legal de arquitetura;
- Aprovação do projeto legal na Prefeitura; - Aprovação do projeto legal de arquitetura;
- Execução dos demais projetos para aprovação; - Execução dos demais projetos para aprovação;
- Retirada de alvará de construção; - Retirada de alvará de construção;
- Retirada de registro de incorporação. - Retirada de registro de incorporação.
ETAPA 5
- Execução do mapa preço-valor; - Execução de mapa preço-valor;
- Definição do preço/tabelas de vendas; - Definição de formas de financiamento;
- Avaliação financeira da tabela de vendas; - Definição do preço/tabela de vendas;
- Definição das estratégias de comercialização; - Avaliação financeira das tabela de vendas;
- Avaliação financeira das estratégias de comercialização. - Definição dos preços das opções;
- Definição das estratégias de comercialização;
- Avaliação financeira das estratégias de comercialização.
ETAPA 6
- Execução de maquete, filme e plantas humanizadas - Execução de maquete, filme e plantas humanizadas
- Planejamento de comunicação de lançamento; - Planejamento de comunicação de lançamento;
- Planejamento de ponto de venda; - Planejamento de ponto de venda;
- Criação/execução da comunicação; - Criação/execução da comunicação;
- Execução do ponto de venda; - Planejamento de sustentação;
- Veiculação e execução da campanha. - Planejamento de relacionamento;
- Execução do ponto de venda;
- Veiculação e execução da campanha.
ETAPA 7
- Definição dos preços das opções; - Elaboração do contrato de compra e venda;
- Elaborar contrato de compra e venda; - Cadastramento do empreendimento no sistema;
- Cadastramento do empreendimento no sistema; - Execução das estratégias de comerc.;
- Execução das estratégias de comercialização; - 1a Análise do produto;
- Execução da comunicação de relacionamento. - Análise e reestruturação das vendas;
- Execução da comunicação de relacionamento.
101
ETAPA 8
Não se realizou nenhuma alteração a partir do PDP diagnosticado, devido a sua consistência em relação a esta etapa.
ETAPA 9
- Controle de alteração de projetos; - Controle de alteração de projetos
- Verificação do memorial descritivo; - Captação de informação dos clientes durante a obra;
- Procedimento de entrega da unidade. - Verificação do memorial descritivo;
- Procedimento de entrega da unidade;
- Verificação da satisfação na entrega da obra;
- 2a Análise do produto.
ETAPA 10
- Análise das solicitações dos clientes; - Análise das solicitações dos clientes;
- Atendimento das solicitações; - Atendimento das solicitações;
- Medição pós-obra da satisfação dos clientes. - 1a Medição pós-obra da satisfação dos clientes;
- Execução da 1a Matriz de satisfação-importância;
- 2a Medição pós-obra da satisfação dos clientes;
- Execução da 2a Matriz satisfação-importância;
- 3a Análise do produto.
Fonte: Nobre, 2005
produto tivesse sua evolução inferior ao histórico da empre- altura do teto) na cozinha e banheiros dos apartamentos;
sa, o processo de desenvolvimento do produto em questão não mais utilização do revestimento do piso de um produto
deveria ser reavaliado. anterior para os próximos empreendimentos destinados ao
Além disso, deve-se verificar novamente o grau de satura- mesmo público; e eliminação dos apartamentos existentes
ção do mercado, para que se analise se o erro está no produto no pavimento térreo.
ou na saturação do mercado, o que também se caracterizará Apesar de a pesquisa ser realizada em uma única empresa,
como um erro do PDP, pois a ocorrência dessa saturação pode-se considerar a sua importância devido à existência de
deveria estar prevista no processo. diferentes pontos de estudo. E sendo o objetivo da pesquisa
Foi desenvolvido um cronograma que também pode ser a melhoria do PDP como um todo, somente seria possível
utilizado para o monitoramento do processo. Dessa forma, através do estudo aprofundado em uma única empresa,
consegue-se medir o tempo real de cada atividade em um abordando-se as diversas etapas.
determinado produto. Após a comparação entre os crono-
gramas dos outros produtos, foram identificados problemas
ou dificuldades no processo que deveriam ser estudados para 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
serem melhorados.
O estudo analisou o processo completo dentro de uma
7.2 Conclusão do estudo de caso única empresa, mostrando a continuidade do fluxo de infor-
Algumas melhorias no novo projeto já foram observadas mações nas diversas fases de interação com o cliente. Para
frente aos resultados das ferramentas aplicadas, ou seja, al- isso foi fundamental que a empresa tivesse produtos nas
gumas informações provenientes dos clientes e prospects já diversas fases do PDP, pois se analisou o processo completo
foram realimentadas no processo do novo empreendimento, em um espaço de tempo reduzido.
entre elas: a inserção de quadra poliesportiva, a elevação da Um limitador do projeto foi o não contato formalizado
guarita de segurança da entrada dos empreendimentos, e a com os projetistas, já que eles estavam localizados em outros
melhoria na apresentação das plantas humanizadas no fôlder estados do País. Este trabalho poderia evoluir mais ainda a
do empreendimento. partir da conexão das informações provenientes da empresa
Alguns outros itens foram observados, mas a empresa em análise com as informações provenientes dos projetistas
não acatou as informações apresentadas devido a diversos terceirizados.
fatores, sendo o mais preponderante o aumento do custo As características do produto lançado durante a pesquisa
da obra para a realização das alterações. Dentre eles, pode- já foram baseadas nos resultados do estudo. Todos os itens
se considerar: revestimento completo (piso e parede até a que o compõem (configuração, localização, acabamento, for-
102
ma de pagamento) foram baseados em valores dos clientes pelo desenvolvimento de novos produtos, fato verificado
que foram expostos pela melhoria do processo de desenvol- através do DFD montado após a implantação das ferramen-
vimento de produto. tas de captação das informações dos clientes.
Assim, o gerenciamento de informações sobre o PDP A contribuição deste trabalho está em demonstrar como
possibilitou o desenvolvimento das ferramentas necessárias os produtos residenciais da construção civil podem ser mais
para a melhoria desse processo na empresa. Esta visão foi a bem desenvolvidos através das informações provenientes
âncora para a obtenção das informações provenientes dos dos clientes, de modo que o produto final possua o máxi-
clientes. mo de valor agregado e o mínimo de rejeição por parte do
Este artigo considerou que a melhoria do PDP é a inserção mercado.
da voz do cliente nesse processo. Sendo assim, o objetivo Ademais, contribui no aprimoramento do conceito de
desta pesquisa foi atingido, pois, através das diversas fer- PDP para o setor da construção civil, pois se discutiu a ex-
ramentas desenvolvidas, da análise e melhoria dos DFD’s e trapolação do conceito de processo de projeto para o novo
do fluxo do processo, conseguiu-se inserir as informações conceito de PDP que foi adotado neste trabalho.
provenientes dos clientes no processo e melhorá-lo através Pretende-se dar continuidade a este estudo a partir do
disso. O DFD apresenta claramente o fluxo de informação acompanhamento e monitoramento das ferramentas im-
(emissor, receptor e mensagem) que ocorre no processo plantadas, avaliando suas facilidades e dificuldades, bem
de desenvolvimento do produto de uma incorporadora, como trazendo melhorias que possam agilizar o processo e
porém não mostra o detalhamento apresentado por Pati e aprimorar as informações obtidas dos clientes.
Augenbroe (2007) e Zhu e Augenbroe (2007), necessário ao Para trabalhos futuros, sugere-se a análise separada de
desenvolvimento de um API, bem como um detalhamento cada etapa do processo em diversas empresas, verificando a
hierárquico da informação. resposta de cada uma delas para as ferramentas implantadas
As informações passaram a chegar ao setor responsável na etapa específica do processo.
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SOBRE OS AUTORES
José de Paula Barros Neto
Universidade Federal do Ceará – UFC
Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil.
End.: Universidade Federal do Ceará, Campus do Pici, s/n – Bloco 710 – Fortaleza – CE – 60.455-760 – Brasil
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