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Roque Rabechini Jr.

; Marcelo Schneck de Paula Pessôa

Um modelo estruturado de competências e


maturidade em gerenciamento de projetos
ROQUE RABECHINI JR.
Doutor pela Escola Politécnica da USP

MARCELO SCHNECK DE PAULA PESSÔA


Prof. do Depto. de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP.

Resumo
Este estudo apresenta um modelo analítico estruturado, que se insere no campo de estudos de gerenciamento de
projetos nas organizações. Sua importância decorre de que o ambiente empresarial vem passando por intensas
mudanças, nas últimas décadas, reflexo das inúmeras transformações tecnológicas, sociais e políticas, em curso
nos mais diversos setores econômicos. É nítida a importância das atividades que se caracterizam pela inovação em
qualquer processo de mudança, pois, em geral, são elas que agregam mais valor ao produto ou serviço. Neste
sentido, gerenciar melhor todos os recursos de uma organização é fundamental para as empresas que querem ser
mais competitivas e progredir. No entanto, conseguir maturidade em gerenciamento de projetos implica em decidir
por uma série de ações consistentes, envolvendo desenvolvimento de competências em várias instâncias, e isto leva
tempo e tem reflexos em toda a organização. A contribuição deste estudo está, justamente, em entender o
processo de obtenção da maturidade em gerenciamento de projetos nas organizações, bem como em propor um
modelo referencial para ser adotado por elas.

Palavras-chave
Competências em gerenciamento de projetos, maturidade em gerenciamento de projetos, gerenciamento de projetos.

Project management maturity and competences:


a structured analytic model
Abstract
This study presents a structured analytic model focused on project management applied to enterprise
organizations. The vital importance of the topic regarding project management is pointed out, given that current
enterprise status in the majority of economic branches undergoes intense technological, social and political
transformations. The enterprises are evidently influenced by such transformations, being compelled to constant
adjustments so as to accompany the demands for high quality in both products and services. The importance of
innovation resulting from changing processes is eminent, since it constitutes the basis for value aggregation to the
product or service. In this way, the improvement in management of all the organization resources is fundamental
for the progress and the competitive aspect of the enterprises. However, maturity attainment in such a subject
implies in ability for making consistent decisions, which can require time to develop a set of skills and, consequently,
affect all the enterprise organization. This study contributes in understanding the processes for maturity
achievement in project management applied to enterprise organizations. The proposed model intends to be a
reference to be adopted by the organizations.

Key words
Project management competences, project management maturity, project management.

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Um modelo estruturado de competências e maturidade em gerenciamento de projetos

INTRODUÇÃO rísticas distintivas, como sendo “um empreendimento


temporário feito para criar um produto ou serviço único”
Cada vez mais os projetos tendem a crescer em impor- (PMI, 2000).
tância para as organizações, e quanto mais alinhados Os conceitos de projeto e gerenciamento de projetos
estiverem aos negócios das empresas, certamente, mais podem ser ampla e profundamente entendidos através,
vantagens estas obterão na competição (KING, 1993). entre outras, da abordagem de fatores críticos.
Investir na adoção de maturidade em gerenciamento Os fatores críticos de sucesso foram estudados por
de projetos está sendo uma preocupação estratégica, nas Pinto e Sleven (1983 e 1998), que fazem uma abordagem
diversas lideranças empresariais. Isto pode ser percebido específica voltada ao gerenciamento de projetos.
pelo crescimento de interessados em entender e se Partindo do pressuposto que um projeto é considera-
profissionalizar em gerenciamento de projetos. As insti- do sucesso em sua implementação caso atenda a quatro
tuições, preocupadas em disseminar a disciplina de ge- critérios – tempo, custo, eficácia e satisfação do clien-
renciamento de projetos e promover a profissão do ge- te –, Pinto e Slevin (1983 e 1998) estabeleceram o
rente de projetos, no mundo, se expandem. modelo dos dez fatores: missão, suporte gerencial, pla-
No entanto, administrar projetos com sucesso não tem no, cliente consultor, questões pessoais, questões técni-
sido uma prática constante. É muito mais que adotar um cas, aceite cliente, comunicação, monitoramento e con-
guia referencial ou um software de apoio – aliás, isto ciliação.
pode ser uma oportunidade perdida,
para quem quiser colher os benefícios
modelo proposto foi gerado a partir
da boa gerência.
Este estudo é a síntese do trabalho
de doutoramento e orientação dos res-
pectivos autores, onde se propôs um
O de três pilares conceituais básicos –
estratégia, processos e efetivação da
modelo útil para analisar o sistema de
gerenciamento de projetos nas organi- mudança – capazes de dar sustentação
zações, possibilitando a estruturação
de ações prospectivas. Através da às camadas de competências envolvidas na
abordagem de estudo de múltiplos ca-
sos, investigou-se a maturidade em ge- institucionalização de gerenciamento de
renciamento de projetos, através da
análise das práticas adotadas em três
projetos: indivíduo, equipes e organização.
empresas de setores distintos. Os re-
sultados de levantamentos empíricos serão apresentados O modelo dos fatores críticos tem contribuído no
e discutidos. Inicialmente, serão mostrados dois casos, entendimento das diversas facetas do sucesso em proje-
que foram estudados através da utilização de modelos em tos. Neste sentido, o desenvolvimento de competências
gerenciamento de projetos existentes atualmente, e que específicas no âmbito do gerenciamento de projetos pas-
visam apoiar a análise da argumentação deste trabalho. O sa a ser um elemento de relevada importância. Compe-
terceiro caso será examinado a partir do modelo proposto tência, que para Lê Boterf (1988 e 1994) é um conceito
na tese de doutoramento aqui mencionada. em formação, é uma palavra que vem do latim,
A principal questão de pesquisa que orientou o estudo competere. O conceito de competência pode ser visto,
foi: Como as empresas podem se estruturar para desen- inicialmente, com a decomposição da palavra em latim:
volver competências, visando atingir maturidade em ge- com, cujo significado é conjunto, e petere, cujo signifi-
renciamento de projetos? cado é esforço. Competência é um conceito pelo qual se
definem quais são as atitudes, as habilidades e os co-
COMPETÊNCIAS E MATURIDADE nhecimentos necessários para alcançar resultados dife-
EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS renciados.

O conceito de projetos tem sido aprimorado nos últi- Competências em gerenciamento de projetos
mos anos, visando estabelecer um entendimento comum Frame (1999) sugere três tipos de competências em
nas organizações que trabalham com este tipo de empre- gerenciamento de projetos: as individuais, as de equipe e
endimento. Para o PMI® – Project Management Institute, as da empresa. Estes tipos podem ser vistos como se
um projeto pode ser definido, em termos de suas caracte- fossem três vetores. O primeiro se refere às aptidões e

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habilidades dos indivíduos na solução de problemas de reconhecimento da organização da necessidade de esta-


projetos. De modo geral, este vetor tem sido tratado pela belecimento de processos comuns para projetos. Os pro-
literatura técnica especializada em gerenciamento de cessos comuns visam repetir o sucesso obtido de um
projetos através das competências do gerente projeto para todos os outros na organização.
(MAXIMIANO, 1988, RABECHINI JR., 2001, O nível três – metodologia singular – é quando a
RABECHINI JR e CARVALHO, 1999, CLELAND, organização reconhece a possibilidade de obter sinergia
1999 e CLELAND; IRELAND, 2002). dada a combinação de várias metodologias dentro de uma
As competências da equipe, segundo vetor, nesta con- única, sendo que seu eixo central é o gerenciamento de
sideração, estão relacionadas fortemente com a capa- projetos.
cidade de resolução de problemas complexos em contex- O quarto nível – Benchmarking – é formado por um
to multidisciplinar. A principal contribuição para este processo contínuo de comparação das práticas de geren-
vetor veio do trabalho de Thamhain apud Cleland ciamento de projetos desenvolvidas por uma organiza-
(1983), em que analisou o desempenho de equipes de ção, com outras. O objetivo desta fase é a obtenção de
projetos, considerando as facilidades e barreiras, os fato- informações que ajudem a organização a melhorar seu
res ambientais e estilos de liderança gerencial para sua desempenho.
formação e desenvolvimento. Estas variáveis compõem- Finalmente, no último nível – 5, do melhoramento
se em dois grupos distintos de indicadores que podem ser contínuo – é aproveitada a informação aprendida,
utilizados para estabelecer as bases para identificar as advinda do nível anterior (benchmarking) para imple-
competências em equipes de projetos, bem como medir mentar as mudanças necessárias visando o melhoramen-
seu desempenho. O primeiro grupo é formado por ele- to contínuo nos processos de gerenciamento de projetos.
mentos com características orientadas às atividades e
resultados em projeto, o segundo, orientado às pessoas. OPM3 – ORGANIZATIONAL PROJECT
As competências da empresa, por fim, formam o ter- MANAGEMENT MATURITY MODEL
ceiro vetor, que lida com a capacidade de criação de um
ambiente que possibilite o envolvimento, tanto do indiví- A idéia de criar um modelo de maturidade em geren-
duo quanto das equipes, em tocar seus projetos de forma ciamento de projetos que fosse padrão do PMI® – Project
eficaz. A exploração deste vetor pode ser vista pela Management Institute, ocorreu em maio de 1998, quan-
abordagem dos modelos de maturidade em gerenciamen- do foi constituído o programa OPM3 – Organization
to de projetos. Project Management Maturity Model. Através de um
Comitê de Padrões foram discutidas as principais capaci-
MODELOS DE MATURIDADE EM tações inerentes a um gerenciamento de projetos organi-
GERENCIAMENTO DE PROJETOS: zacional (SCHLICHTER, 2001). São elas:
ABORDAGENS DISTINTAS a) padronização e integração de métodos e processos – Esta
área foi proposta visando o estabelecimento de uma lin-
Duas abordagens conceituais/teóricas foram funda- guagem comum a ser praticada por todos os envolvidos
mentais no desenvolvimento deste estudo, que serão vis- com gerenciamento de projetos, que será conseguida
tas a seguir. através da padronização de conceitos, termos, relatórios,
gráficos, etc.
O modelo de Kerzner b) desempenho e métricas – Esta área propõe o desenvolvi-
O modelo proposto por Kerzner (1999) sugere que, mento de medidas de desempenho para os projetos, enfa-
para uma empresa alcançar a excelência em gerencia- tizando os aspectos do trinômio prazo / custo / qualidade.
mento de projetos, é necessário galgar cinco níveis, se- c) comprometimento com procedimentos de gerenciamento
melhantes ao CMM (SEI,1997), em que cada nível repre- de projetos – Esta área propõe o estabelecimento de
senta um grau diferente de maturidade. políticas de gerenciamento de projetos acompanhado de
O primeiro nível – linguagem comum – é o nível em metas específicas.
que a organização reconhece a importância do gerencia- d) priorização de projetos e alinhamento estratégico – Esta
mento de projetos como metodologia útil para atingir área caracteriza-se pela possibilidade de gerar um conjunto
sucesso em projetos. Neste nível, em geral a organização de projetos que suportem as estratégias organizacionais.
sente a necessidade de ter um bom entendimento e conhe- e) melhoramento contínuo – Esta área visa garantir que as
cimento básico na disciplina, com condições, ao menos, informações das lições aprendidas sejam armazenadas e
para estabelecer uma terminologia. acessíveis por equipes para minimizar e evitar as possí-
O segundo nível – processos comuns – refere-se ao veis falhas em projetos.

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f) estabelecimento de critérios de sucesso – Esta área busca telecomunicações cuja missão declarada foi: entender as
identificar os projetos com adequação de valor para as necessidades e as oportunidades de seus clientes, pro-
estratégias organizacionais. vendo soluções de comunicações melhores do que quais-
g) pessoas e suas competências – Esta área visa criar meca- quer de seus concorrentes.
nismos formais para avaliação de competências dos re- O modelo adotado para o desenvolvimento deste caso
cursos das equipes de projetos. A foi elaborado por Kerzner (1999 e 2000), enfatizando
h) alocação pessoal – Esta área deverá interpretar as priori- as fases do nível dois de maturidade.
zações dos projetos segundo as estratégias organizacio- Os resultados do diagnóstico feito na organização
nais para alocação adequada de recursos. representante do caso A revelaram que já foi percorrido
i) aspectos organizacionais – Esta área propõe a estrutura- um bom caminho na direção do gerenciamento de proje-
ção das equipes de projetos considerando-se as formas tos, porém, notou-se a ausência do desenvolvimento de
organizacionais existentes. uma série de ações visando atingir a maturidade.
j) equipes – Esta área envolve a formação de uma cultura A avaliação das variáveis propostas por Kerzner
baseada em equipes de projetos, considerando-se o esta- (2000) mostra que a organização atingiu um nível de
belecimento de níveis de inovação e criatividade de traba- maturidade de 50,4%, revelando, assim, a possibilidade
lhos conjuntos. de desenvolvimento de ações rumo ao gerenciamento de
projetos. O modelo mostrou que os índices de cada fase
AS EMPRESAS QUE CONSTITUÍRAM OS CASOS: oscilam pouco, relativamente, variando de 60%, aproxi-
PRÁTICAS PERCEBIDAS E MATURIDADE EM madamente, na fase embrionária a 64% na fase de cresci-
GERENCIAMENTO DE PROJETOS mento.
A fase de maturidade mostrou que, exceto no que se
Serão apresentados, a seguir, os resultados dos dois refere ao reconhecimento das atividades, pode-se inferir
casos selecionados que configuraram diagnósticos dis- que a empresa é bastante carente no desenvolvimento dos
tintos sobre gerenciamento de projetos, seguidos de res- conceitos e práticas em gerenciamento de projetos, dei-
pectivas análises, enfocando os modelos adotados. xando clara a distância a ser percorrida visando buscar a
Os dois casos foram tratados com abordagens teóricas maturidade.
distintas, que constituem parte da literatura sobre avalia- A utilização do modelo de Kerzner (2000) mostrou-se
ção e requisitos para institucionalização de gerencia- bastante interessante, devido à possibilidade em detalhar
mento de projetos nas organizações. Cada caso visa, as variáveis de cada fase. Destaca-se também no trabalho
portanto, representar um modelo teórico. de Kerzner (1999) o instrumento de levantamento de
dados que, adequadamente, contribui para a elaboração
Estudo do caso A de diagnóstico. Mais especificamente, o modelo propi-
O caso A refere-se a uma organização do ramo das ciou identificar os elementos de análise, uma vez que o

Figura 1: Caso A, grau de maturidade segundo Kerzner (2000).

Avaliação Kzerner
CASO A

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levantamento de dados foi pautado na identificação do modelo utilizado para análise do caso B, até a conclusão
nível de maturidade. deste estudo.
No estudo deste caso percebeu-se que o modelo de Os resultados obtidos estão expressos na Figura 2.
Kerzner (1999) foi útil, mas apresenta alguns pontos que Os maiores problemas enfrentados pela empresa em
não deixam claras as ações prospectivas, limitando, de relação ao gerenciamento de projetos refletiram-se nas
certa forma, as possíveis análises da questão gerencia- notas médias mais baixas nas dimensões de recursos
mento de projetos. humanos (42%, aproximadamente, de atendimento) e de
O modelo deixou de examinar as seguintes questões, aprendizagem organizacional (em torno de 47% de aten-
entre outras: dimento). Não menos importantes, as notas médias das
a) competências em gerenciamento de projetos nas suas mais outras três dimensões também refletem carências da em-
distintas instâncias; presa no gerenciamento de projetos. As dimensões de
b) constituir um escritório (PMO Project Management Office); metodologias e procedimentos, que apresentaram um
c) construção de uma base de dados, e para isto constituir as grau de 55%, aproximadamente, de atendimento; apoio
ferramentas que irão suportar o gerenciamento dos pro- organizacional, cujo nível de atendimento ficou em torno
jetos; de 56%; e alinhamento estratégico, que teve maior grau
d) desempenho das equipes de projetos; de atendimento segundo os entrevistados, com 61%,
aproximadamente.
Estudo do caso B O trabalho proposto pelo grupo de estudo que originou
A empresa estudada no caso B pertence ao ramo da o modelo OPM3 (1999), embora ainda incipiente na
engenharia da construção com ênfase na execução de época de sua aplicação neste caso, propiciou contribui-
empreendimentos complexos e integrados para diversos ções relevantes. São elas:
setores industriais. a) existência de requisitos que determinam o posicionamen-
Para orientar a análise, foi adotado o modelo do PMI® to do projeto na organização;
Project Management Institute, em desenvolvimento, b) fatores de recursos humanos considerando-se o desenvol-
OPM3 – Organizational Project Management Maturity vimento de potenciais gerentes de projeto, o treinamento
model. Este modelo, como visto na revisão teórica, está em gerenciamento de projetos, treinamento cruzado, re-
em elaboração e para efeito deste estudo foram conside- ferente às outras áreas, formação de equipes e definição
rados os elementos apresentados até o período das entre- de papéis e responsabilidades;
vistas: junho e julho de 2001. Vale a pena mencionar que c) apoio organizacional aos projetos onde se constatou que,
foi impossível adotar as inúmeras mudanças ocorridas no apesar da empresa prover amplo suporte para suas unida-

Figura 2: A posição atual e o potencial de melhorias.

Avaliação OPM3
CASO B

Fonte: Rabechini Jr., et al., 2002.

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des geradoras de receitas, a inexistência de um escritório MODELO ANALÍTICO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO


central de projeto cria ineficiências para a empresa e seus DE COMPETÊNCIAS E MATURIDADE EM
projetos; GERENCIAMENTO DE PROJETOS
d) possibilidade de examinar a interação e interface dos
múltiplos projetos desenvolvidos, considerando-se a con- O modelo proposto neste estudo foi concebido a
figuração da carteira de empreendimentos, como questão partir de três pilares conceituais básicos – estratégia,
estratégica; e processos e efetivação da mudança – capazes de dar
e) capacidade de aprendizado em projetos: foram examina- sustentação às camadas de competências envolvidas na
dos vários elementos, entre eles destacam-se aqueles que institucionalização de gerenciamento de projetos: indi-
se referem à configuração do sistema de controle e, víduo, equipes e organização. Estas camadas formam
portanto, medições no âmbito do projeto, visando avaliar uma base conceitual-teórica, apoiada na crença de que a
os resultados efetivos atingidos. institucionalização de gerenciamento de projetos numa
empresa só acontece se forem geradas competências de
Para o estudo deste caso percebeu-se que o modelo forma integrada, consistentemente.
adotado foi útil, mas, ao mesmo tempo, apresenta limita- O modelo cria uma perspectiva estruturada que repre-
ções importantes. senta os valores, variáveis e relacionamentos e reflete o
O modelo adotado restringiu-se a desenhar um diagnós- potencial de possíveis ações a serem exploradas como
tico da atual situação da organização que representou o conseqüências analíticas (Figura 3). Tendo-se como base
caso B. A pontuação obtida não revela os caminhos possí- conceitual o modelo proposto, será possível entender
veis na direção do gerenciamento de projetos. É apenas ainda o estado da maturidade em gerenciamento de pro-
uma impressão. Isto pode ser percebido pelos comentários jetos com substratos fornecidos pelas camadas.
dos entrevistados. Um disse: “falta visão de conjunto em Os fatores críticos de sucesso, para os projetos de uma
relação ao gerenciamento de projetos na empresa”; outro determinada organização, podem ser analisados segundo
disse: “falta de conscientização na adoção de práticas a perspectiva estratégica e tática. Adotando-se o modelo
integradas de gerenciamento de projetos”. proposto por Pinto e Slevin (1993), é possível traçar um

Figura 3: Modelo de Competências em Gerenciamento de Projetos

Fatores críticos de sucesso

Estratégia

Processos Efetivação da mudança

Organização

Equipes

Indivíduo

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panorama bastante interessante sobre os aspectos de ge- aconteça, haja um espírito de colaboração e comprometi-
renciamento de projetos nas organizações. A aplicação mento com os requisitos de gerenciamento do projeto. Isto
deste modelo foi utilizada por Rabechini Jr. (1999) para significa ter equipes competentes em projetos.
avaliar as necessidades em gerenciamento de projetos em Por fim, a camada da organização, no ímpeto de
instituição de pesquisa. Neste caso, foi possível, através institucionalizar o gerenciamento de projetos como for-
dos resultados obtidos, levantar os principais problemas ma moderna de administração de suas atividades não-
em administração de projetos na organização, mediante rotineiras, deverá estar sensibilizada, disponibilizando
as considerações estratégicas delineadas anteriormente. recursos, adequando estratégias, divulgando resultados
No entanto, esta foi mais uma aplicação que careceu de de projetos, etc. Isto é, ser uma organização competente
apontamentos sobre as competências necessárias em ge- em projetos.
renciamento de projetos, ficando clara a existência de As camadas de competências apóiam-se em distintos
oportunidade para avançar na teoria. Uma vez estabeleci- pilares, capazes de viabilizar seus respectivos desenvol-
das as considerações estratégicas e os fatores críticos de vimentos. O primeiro pilar se refere aos objetivos estra-
sucesso, cabe então delinear as dimensões centrais do tégicos. Este pilar caracteriza-se por apoiar e estabelecer
modelo. as diretrizes em relação ao desenvolvimento de gerencia-
mento de projetos, para todas as
competências. Estas diretrizes fo-
s equipes, no âmbito dos projetos, devem
A ser pró-ativas em buscar resultados,
através de uma orientação voltada às tarefas
ram criadas para nortear o desen-
volvimento das outras dimensões
deste modelo.
Entre os aspectos importantes a
serem considerados neste pilar, não
e atividades, bem como adequar as exaustivamente, destacam-se:
a) o desenvolvimento de diretrizes
necessidades pessoais de seus membros. que visam estabelecer um escritório
de projetos (project office) que, por
sua vez dará suporte a toda a organi-
Da camada dos indivíduos, que estão envolvidos em zação no que se refere à gestão de projetos;
projetos, em linhas gerais, espera-se que eles dominem b) a carreira do gerente de projeto e, como conseqüência,
as técnicas e ferramentas em gerenciamento de projetos, sua remuneração profissional;
dentro dos parâmetros amplamente divulgados como das c) carteira de projetos como opção gerencial de organiza-
restrições de recursos, prazos e custos, característicos de ção e priorização de projetos na organização;
projetos, levando-se em conta, ainda, as exigências de d) a capacitação das equipes de projetos.
singularidade e empenho. Espera-se que estes indivíduos
possuam uma visão bastante abrangente do sentido de O segundo pilar se refere aos processos. Este pilar visa
governar ou ser governado, mediante a necessidade de o desenvolvimento das funções que integram os requisi-
alinhamento de projetos às estratégias organizacionais, tos de gerenciamento de projetos na empresa para as três
bem como do desenvolvimento das habilidades geren- camadas propostas. Normalmente este pilar caracteriza a
ciais e da capacidade em aplicar as técnicas e ferramentas metodologia de gerenciamento de projetos a ser empre-
de gerenciamento de projetos. Neste aspecto buscou-se endida na empresa. Este pilar, na verdade, dará suporte
identificar ações que elevem o grau de competência do ao conjunto de estratégias definidas pela organização no
indivíduo em relação a suas capacidades gerenciais, de que tange ao gerenciamento de projetos.
conhecimento do negócio e de gerenciamento de proje- O terceiro pilar se refere à mudança prescrita, decor-
tos. Em suma, isto significa ter indivíduos competentes rente das estratégias configuradas e do desenho dos pro-
em projetos. cessos. Este pilar representa os elementos necessários
As equipes, no âmbito dos projetos, devem ser pró- para se configurar o entendimento do gerenciamento da
ativas em buscar resultados, através de uma orientação mudança organizacional e de suas barreiras, ocasionadas
voltada às tarefas e atividades. Neste aspecto, buscou-se durante implantação da gestão por projetos. Este pilar,
planejar ações visando torná-las aptas ao desenvolvimento para efeitos de análise, deverá contemplar os indicadores
de comprometimento com a agenda do projeto, bem como de desempenho dos projetos e seus respectivos geren-
com orçamento, gestão dos riscos, com a qualidade, entre ciamentos, considerando-se a possibilidade de analisar
outros aspectos. Espera-se que, também, para que isto as competências das três camadas sugeridas.

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Um modelo estruturado de competências e maturidade em gerenciamento de projetos

PROPOSTA DE VALIDAÇÃO informação, examinada no estudo, desenvolve projetos


DO MODELO – CASO C cujos produtos ou serviços atendem as áreas estratégicas
da empresa, atingindo resultados comprovados pela sua
O caso C foi estudado a partir de uma empresa brasi- manutenção no setor e mesmo crescendo em termos de
leira pertencente ao setor de transportes aéreos. investimentos. Os projetos desta área da organização têm
A análise dos resultados, quando configurada a partir obtido resultados expressivos, o que levou à constituição
do modelo proposto, revelou a existência de uma série de de uma vice-presidência na empresa.
carências, muitas vezes, não percebidas por abordagens Se, de um lado, o modelo proposto ajudou a revelar a
tratadas na literatura teórica, revisada neste estudo. existência de resultados concretos obtidos pelas equipes de
A configuração dos resultados perante o modelo foi projetos, por outro, nota-se de forma evidente a ausência de
feita através de uma proposta de enquadramento utilizan- formalização no aumento de capacitação das mesmas.
do a matriz de maturidade como ferramenta auxiliar da Na camada da organização, a mais tratada nos modelos
análise. Considerando-se os pilares de estratégia e pro- teóricos, foi possível extrair elementos relevantes que
cessos do modelo como indicadores, configuraram-se apontaram para o estabelecimento de ações na direção de
quatro cenários específicos (Figura 4). Assim, quando no gerenciamento de projetos. No entanto, os resultados não
levantamento de dados sobre os indicadores de estratégia mostraram claramente o volume de medidas a serem
e processo nota-se baixo nível de atendimento, configu- delineadas, dando a impressão, equivocada, que a organi-
ra-se o primeiro cenário – iniciante, ou seja, diz-se que as zação apresenta-se em situação bastante confortável em
dimensões enquadradas aqui têm pouca competência e relação ao gerenciamento de projetos. Além dos processos
maturidade. e mesmo antes deles, o modelo proposto aponta para a
O segundo cenário é aquele em que se enquadram os necessidade de estabelecimento de estratégias em termos
casos onde os indicadores de estratégia atingem níveis de gerenciamento de projetos para a organização.
considerados de atendimento. Neste cenário sabe-se que O enquadramento da análise feita através do modelo
as chances de se conseguir os resultados dos projetos proposto pode ser percebido pela Figura 4.
existem, entretanto de forma intuitiva.
Já no terceiro cenário, os níveis elevados de atendi- CONSIDERAÇÕES FINAIS
mento ficam por conta dos indicadores de processo.
Neste cenário há a representação que reflete falta de Este estudo apresentou um modelo conceitual analítico
alinhamento, pois os resultados (estratégia) não estão no sentido de subsidiar as empresas para se estruturar e
sendo adequadamente percebidos. desenvolver competências visando atingir maturidade em
Por fim, configura-se o cenário da maturidade, no qual gerenciamento de projetos. O modelo apresentado, consti-
são percebidos atendidos tanto os indicadores de estraté- tuído de camadas e pilares conceituais, integrados, apre-
gia quanto os de processo. sentou ainda elementos suficientes para responder à prin-
Olhando o caso C a partir destes cenários e fazendo-se cipal questão da pesquisa que deu origem a este trabalho:
comparações com os modelos existentes na literatura, como as empresas podem se estruturar para desenvolver
adotados neste estudo, sob o prisma dos indivíduos, notou- competências visando atingir maturidade em gerencia-
se uma discrepância bastante significativa. Foi possível mento de projetos? Rumo à maturidade em gerenciamento
perceber que as carências não tratadas pelos modelos da de projetos a organização deve, para poder percorrer este
literatura teórica ficaram nítidas quando examinadas no caminho, considerar camadas (indivíduo, equipes e orga-
contexto dos pilares conceituais deste modelo. Tudo leva nização) de desenvolvimento de competências, além das
a crer que a dimensão do indivíduo, quando analisada pelo questões estratégicas, dos fatores críticos de sucesso em
modelo, mostra uma perspectiva bastante pessimista, ou projetos e constituir uma perspectiva estruturada, através
seja, considerando-se a matriz de maturidade, as carências do delineamento de estratégias, processos e efetivação das
percebidas apontam para o cenário iniciante. mudanças. O estudo, neste aspecto, apontou para resposta
Na camada das equipes, a dimensão menos tratada de mais uma questão: quais as dimensões relevantes con-
diretamente pelos modelos visitados na revisão teórica, sideradas no caminho a ser percorrido.
verificou-se um cenário não tão pessimista, uma vez que Cabe, então, pontuar as conclusões mais específicas:
os resultados, no caso C, apresentam-se adequados. Ou a) Os modelos de maturidade, em geral, vêm no sentido de
seja, os projetos têm dado, em linhas gerais, contribui- auxiliar tanto os pesquisadores, quanto os practitioners
ções para o desenvolvimento da área e da organização e management, na tentativa de estabelecer uma visão
estudada. No caso C, isto pôde ser percebido de forma holística sobre gerenciamento de projetos nas organiza-
mais explícita, uma vez que a área de tecnologia de ções. No entanto, verificou-se nos casos que os modelos

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analisados, em geral, não se mostram adequados, pois guração de um plano de institucionalização de gerencia-
não foram exaustivos na configuração de elementos mento de projetos nas organizações.
para análise, deixando, portanto, muitas lacunas a serem  O modelo, assim, proporcionou uma visão holística da
preenchidas. questão da institucionalização de gerenciamento de projetos.
 Os modelos utilizados apresentam elementos bastante  Foi possível, através do modelo, estabelecer uma análise
importantes, mas não exaustivos. sobre pressupostos sobre a causa da institucionalização
 Torna-se extremamente difícil abordar, num modelo, to- via desenvolvimento de competências e estabelecimento
das as variáveis envolvidas na institucionalização de de maturidade – aqui, sim, de forma evolutiva.
projetos numa organização. d) O modelo proposto mostrou-se adequado à identificação
 Estas observações apontam para a necessidade de se ter de competências nas dimensões estudadas: indivíduo,
um modelo abrangente das questões de gerenciamento de equipes de projeto e organização.
projetos.  Estas camadas são amplas e, portanto, requerem elabora-
b) A análise (de dados secundários) de documentos das ção de um estudo detalhado para a sua ideal configuração.
organizações estudadas foi tão importante quanto as en-  O modelo, neste sentido, não apresenta instrumento de
trevistas, pois, em relativos graus, ajudaram a comprovar levantamento de dados, mas, na verdade, possibilita o uso
ou reprovar as afirmações primárias; de outras configurações já desenvolvidas na literatura
 Embora os modelos adotados da literatura técnica forne- técnica, acrescido, obviamente, da necessidade em buscar
cessem, em alguns casos, questionários de levantamento de informações internas à organização por meio de entrevis-
dados, eles não conseguem, de forma prática, estabelecer tas e análise documental.
todas as variáveis de um problema tão complexo como o da  Neste aspecto, observa-se a incidência de uma espécie de
institucionalização de gerenciamento de projetos nas orga- meta-modelo, que fornece elementos essenciais na desco-
nizações. berta de variáveis relevantes à institucionalização de
c) O modelo proposto, embora não-evolutivo, foi útil para gerenciamento de projetos nas organizações. Assim,
entender o panorama das carências da organização em complementa outros modelos e não os substitui.
gestão de projetos; e) Quando se focaliza a organização e suas competências,
 O modelo proposto mostrou, de forma agregada, uma abrem-se possibilidades de se discutir temas centrais
amplitude considerável de variáveis relevantes na confi- como: definição de estratégias e processos técnicos e

Figura 4: Matriz de maturidade: cenários de indicadores de projetos e gerenciamento de projetos do caso C.

Alto nível de
atendimento Cenário II Cenário IV
Intuitivo Maduro

Equipes

Indicadores
de estratégia
Organização

Indivíduo

Cenário I Cenário III


Iniciante Desalinhado

Indicadores
Baixo nível de Alto nível de
de processos
atendimento atendimento

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Um modelo estruturado de competências e maturidade em gerenciamento de projetos

gerenciais envolvendo as áreas de conhecimento em ge- competências e maturidade, abrem-se possibilidades de


renciamento de projetos. Neste aspecto cabe mencionar a acrescentar um maior grau de detalhe em suas camadas
possibilidade de identificar os processos pelos quais a e pilares apresentados, viabilizando assim um refina-
organização evolutivamente vai optar em relação ao ge- mento contínuo.
renciamento de projetos. A contribuição do trabalho desenvolvido, na opinião
 Abrem-se também possibilidades de discussão em temas do autor, foi oferecer uma nova abordagem para a com-
não centrais como: gestão de carteira de projetos, gestão preensão do processo de mudança organizacional na di-
de programas, expandindo assim os limites de gerencia- reção da institucionalização de gerenciamento de pro-
mento de projetos na organização, na medida em que se jetos.
percebe maior grau de competência e maturidade. Como limitações do estudo destacam-se as questões
f) A configuração final do modelo validada pelo último caso metodológicas do estudo de caso: a) restrição do pesqui-
não se apresentou, evidentemente, de forma detalhada e, sador aos dados das organizações; e b) o número de
portanto, exaustiva. entrevistados em cada caso. Estas limitações da metodo-
 Assim, conforme a adoção deste modelo pelos practitio- logia implicam, pela sua natureza, tornar impróprias
ners em gerenciamento de projetos interessados nas generalizações acerca dos resultados da pesquisa.

Artigo recebido em 06/02/2004


Aprovado para publicação em 11/02/2005

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 Sobre os autores
Roque Rabechini Jr.
Doutor pela Escola Politécnica da USP, Consultor de Empresas.
Endereço: Av. Prof. Almeida Prado, 128 – 05508-900 – C. Universitária – São Paulo, SP
E-mail: roquejr@usp.br

Marcelo Schneck de Paula Pessôa


Prof. do Depto. de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP.
Endereço: Av. Prof. Almeida Prado, 128 – 05508-900 – C. Universitária – São Paulo, SP
E-mail: mpessoa@usp.br

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