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Apresentação
Nesse artigo veremos como é feita uma contextualização do problema em estudo e são
apresentados os objetivos, a questão chave a ser respondida e as contribuições esperadas. O
esclarecimentos sobre o planejamento e condução do estudo, detalhados nos seguintes aspectos:
escolha do método, modelo de pesquisa, identificação dos estudos de caso e procedimentos de
coleta e análise dos dados. Como são sumariadas as contribuições recolhidas na literatura
disponível sobre o assunto, com a finalidade de dar sustentação teórica aos casos estudados. São
apresentados temas como evolução da disciplina gerenciamento de projetos; evolução, conceito,
fatores motivadores da implementação ,p apel, benefícios, funções, porte, modelos, fatores de
sucesso e fatores restritivos na Implementação, e, finalmente, a própria implantação do EGP
(Escritório de Gerenciamento de Projetos). Por sua vez, faz a análise dos estudos de caso frente a
cada uma das variáveis selecionadas para estudo e por final são apresentadas as conclusões do
estudo e tecidas algumas recomendações para empresas que almejam a implementação de um
EGP
Introdução
Espera-se elaborar uma série de recomendações para implementação de EGP que sirvam
de parâmetro para empresas onde o gerenciamento de projetos seja fator de sucesso para o
negócio ou em empresas que precisam administrar a complexidade de conduzir múltiplos projetos
simultaneamente.
Metodologia
Adotamos e fizemos uma abordagem qualitativa, que pareceu especialmente útil frente às
seguintes características que foram destacadas por Merriam (1998):
O estudo de caso foi a opção dos autores em termos de estratégia de pesquisa, pois, de
acordo com Yin (2001, p. 28), essa estratégia é mais adequada quando “faz-se uma questão do
tipo “como ou por que” sobre um conjunto contemporâneo de acontecimentos sobre o qual o
pesquisador tem um pouco ou nenhum controle”. Estas condições parecem perfeitamente
aplicáveis ao presente trabalho tendo em vista que o objeto de estudo é o entendimento de como
um fenômeno recente (o EGP) está sendo implementado nos seios das organizações. Ultimamente
o estudo de caso tem sido extensivamente usado na pesquisa social, especialmente nas disciplinas
que possuem uma forte orientação para a prática como a Administração. Todavia, é preciso
registrar que em alguns momentos o método tem algumas limitações, especialmente quanto
ao fato de
fornecer pouca base para generalizações científicas uma vez que, por estudar um ou alguns
casos.
No que diz respeito à seleção dos casos estudados, enfatiza que, ao se tratar de uma
pesquisa qualitativa, o uso de amostra não probabilística é o mais indicado. Portanto, foi usada
uma amostra intencional, que consistiu em identificar e selecionar uma amostra onde fosse
possível obter as informações necessárias para o estudo.
Revisão Bibliográfica
Modelos de EGP
Na literatura aponta uma diversidade de modelos e funções que o EGP pode assumir,
dependendo do estágio de evolução da disciplina na empresa, do tipo de estrutura organizacional
e projetizada entre outros fatores a empresa. Há desde EGPs que têm a função única de reportar a
performance dos projetos até aqueles que participam da definições e estratégias empresariais que
são responsáveis pelo corpo de profissionais da área. O EGP pode ter um foco apenas em
processos internos (planejamento, gerenciamento de pessoas, execução, controle de mudanças,
etc.), mas também pode se responsabilizar pelas interfaces externas (satisfação do cliente,
comunicação com os stakeholders, etc.).
Quando o problema na empresa é causado por diferentes tipos de relatórios elaborados por
diferentes gerentes de projetos, com jargões variados, a solução seria a Estação Metereológica.
Este tipo de EGP apenas reporta o andamento dos projetos, mas não tenta influenciá-los. Assim
como uma estação meteorológica, o EGP informa aos pilotos sobre as condições do tempo,
direção que os pilotos estão tomando, mas ele mesmo não pilota o avião, muito menos
influencia o vôo. Sua missão é reportar. A estação meteorológica está apenas autorizada a dizer
aos gerentes de projetos e aos seus clientes o quê e como fazer. Apenas respondendo questões
como: como está o nosso progresso? Quanto já realizamos do nosso orçamento até aqui? Quais
são os nossos riscos? Este tipo de EGP também pode ser responsável por manter uma base de
dados com documentos históricos de projetos e lições aprendidas.
Funções do EGP
Segundo Rad & Raghavan (2000), quanto mais complexo o modelo adotado, obviamente
maior será a lista de atribuições do EGP. Porém, em geral, os EGPs são responsáveis por:
d) repositório da memória técnica dos projetos para que modelos e estimativas possam ser
usadas pelos gerentes de projetos. Além destas funções básicas, há uma tendência de que o EGP
deva estabelecer uma ponte entre a alta administração e os gerentes de projetos, de tal forma a
alinhá-los com as estratégias do negócio.
Implementação do EGP
O uso do EGP indica uma relação direta entre o grau de sensibilização da empresa o
quanto projetos são atividade fim para as organizações pesquisadas. Ou seja, quanto maior o grau
de dependência financeira da empresa em relação aos seus projetos, maior a preocupação com a
eficiência dos processos de gerenciamento dos mesmos.
Além deste aspecto, há vários outros fatores motivadores identificados junto às empresas
estudadas a seguir relacionados:
coaching;
Os pontos acima demonstram que os EGPs estudados possuem atribuições de suporte aos
projetos, ainda não exercendo atribuições de controle e de determinação das equipes de projeto.
Esta posição de facilitador em comparação com o potencial de atribuições listadas pela
literatura pode indicar que, apesar de não planejado desta forma, os EGPs passam por um
processo de amadurecimento, agregando funções e responsabilidades.
Porte do EGP
O porte do EGP varia conforme a necessidade e a complexidade dos projetos, bem como
de acordo com as funções e responsabilidades a ele designadas.
Modelos de EGP
EGPs, conforme o conceito deste trabalho, foram observados como sendo entidades
organizacionais definidas, com equipe e processos próprios, bem como autonomia na organização
dos projetos. Evidências dos casos e da literatura indicam que é importante para a sobrevivência
do EGP sua estruturação em uma entidade autônoma, permanente ou transitória, com seus
objetivos alinhados às estratégias da empresa. O escritório da Beta-Química foge deste modelo
por estar mais próximo a um departamento de engenharia do que a um elemento organizacional
dedicado à integração entre vários projetos.
A estrutura interna do EGP depende das atribuições do mesmo. A equipe deve ter forte
foco em gerenciamento de projetos e ser composta por especialistas nos diversos processos de
gerenciamento de projetos. No caso da Delta T.I. o foco é em controle dos projetos e produção de
relatórios de acompanhamento. No caso da Gama-Telecom o foco é em metodologia e
administração de recursos (gerentes do projeto). Conforme o conceito de EGP evolua, espera- se
que novas competências venham a ser integradas. A literatura ressalta a importância da formação
da equipe do EGP em gerenciamento de projetos. Também é consenso entre os casos
estudados e a literatura que é importante uma liderança única para o EGP.
A partir dos casos estudados, houve a percepção de que o processo de implementação não
foi coordenado, mas composto de ações não relacionadas. Aparentemente, o fato de que as ações
foram tomadas conforme demandas emergenciais, pode demonstrar a origem de um fator
restritivo. As pessoas da organização não conseguem enxergar os objetivos finais e o escopo da
implementação do EGP. Isto ficou evidenciado, principalmente, no caso da empresa Gama-
Telecom.
Assim, a abordagem que parece ser mais apropriada tem dois direcionamentos: discussão
das diretrizes básicas do EGP e implementação do EGP como um projeto organizacional:
a) discussão das diretrizes básicas do EGP: devem ser considerados fatores como
missão, objetivos, relacionamento com os objetivos estratégicos da empresa, organização inicial,
forma de comunicação e envolvimento de pessoas chave, indicação do gestor do EGP, equipe
inicial e interfaces. Uma vez decididas estas questões o funcionamento do EGP poderá iniciar.
Esta equipe inicial terá como atribuição conduzir o projeto de implementação do EGP.
b) implementação do EGP como um projeto: deve-se levar em consideração a
definição do escopo, prazo e orçamento. O planejamento poderá contemplar: capacitação da
equipe do EGP em GP; envolvimento dos gerentes de projeto no esforço de implementação;
diagnóstico de grau de maturidade da empresa em GP; indicadores que permitam monitorar a
evolução do EGP na sua implementação; definição de prioridades e definição de projeto-piloto
para teste de conceitos e obtenção de sucessos de curto prazo; etc. Após o término do projeto-
piloto, o EGP deve estar operacional para todos os projetos e as atribuições dos membros de sua
equipe devem estar voltadas para suporte aos projetos em andamento. A evolução do EGP em
suas atribuições e complexidades pode estar prevista no projeto.
Na maioria dos casos observados não existe, ainda, um histórico comprovando a eficácia
do EGP, pois resultados de curto prazo não foram percebidos pelas empresas ou não puderam
ainda ser quantificados de maneira sistemática. Exceto na Delta T.I., que tem observado que os
projetos têm sido finalizados a um custo menor e com menos atrasos. Para que os benefícios
possam ser demonstrados, falta agregar na literatura conceitos que são complementares ao EGP e
que podem auxiliar muito na compreensão ou implementação do mesmo, tais como
gerenciamento da mudança organizacional, centro de serviços compartilhados e gestão do
conhecimento. Estas disciplinas, associadas aos conceitos de gerenciamento de projetos, podem
ampliar em muito a compreensão e enriquecer a visão sobre o EGP, desviando o seu foco técnico
para o gerencial. Isto auxiliaria no relacionamento dos benefícios do EGP com os resultados de
negócio e aponta para o futuro do EGP.
Conclusões
empresariais e são responsáveis pelo corpo de profissionais da área. O EGP pode ter um
foco apenas em processos internos (planejamento, gerenciamento de pessoas, execução, controle
de mudanças, etc.), mas também pode se responsabilizar pelas interfaces externas (satisfação do
cliente, comunicação com os stakeholders, etc.).
Porém, na maioria dos casos observados não existe, ainda, um histórico comprovando a
eficácia do EGP, pois os resultados ainda não puderem ser quantificados de maneira sistemática.
Um ponto chave, portanto, parece ser a necessidade de criação de um método para
desenvolvimento de justificativas econômicas e demonstração dos benefícios do EGP que dê
suporte às empresas que o vêem como forma de melhorar a eficácia do gerenciamento de
projetos.
Referências Bibliográficas
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Projects effectivelly. New York, Crisp Publications, 1998.
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KERZNER, Harold. The Growth and Maturity of Modern Project Management. Project
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MERRIAN, S. Qualitative research and case study applications in education. 2 ed. San
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YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, Ed. Bookman,
2001.