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Quando falamos em seleção de pessoal não estamos afirmando que o candidato escolhido seja
exatamente aquela pessoa que preenche todos os requisitos do cargo, longe dessa ideia;
selecionar significa buscar o profissional que mais atende tais requisitos.
São comuns as empresas em geral aplicar técnicas de seleção de pessoal visando analisar
determinadas características, totalmente voltadas a sua área de atuação profissional.
Para ser escolhido, o candidato passa por essa seleção que é o processo de escolha da pessoa
certa para o lugar certo, sabendo-se que ainda resta o processo de adaptação dentro do cargo
para o qual se candidatou. Quando falamos em seleção de pessoal não estamos afirmando que
o candidato escolhido seja exatamente aquela pessoa que preenche todos os requisitos do
cargo, longe dessa ideia, selecionar significa buscar o profissional que mais atende tais
requisitos.
As avaliações as quais os candidatos serão submetidos são processos de busca que possam
identificar quais dentre eles (candidatos) o que reúne mais qualidades para ocupar a cadeira
em vacância.
É mister saber quais são as expectativas de carreira do candidato, até onde ele pretende
chegar, quais são as suas reais necessidades de colocação profissional naquela empresa.
As empresas costumam ter um fluxo de trabalho com os candidatos, esses trabalhos podem
variar de empresa para empresa, compreende as seguintes etapas:
-Entrevista presencial;
- Questionários psicológicos;
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-Analise Grafológica;
-Dinâmicas de grupo;
-Testes de Conhecimento;
Sabemos que a grande maioria desses processos de seleção, quase em sua totalidade, são
ferramentas de investigação de personalidade e caráter, furtando-se das aptidões profissionais
as quais ele está se candidatando. Veja o quanto esse candidato está sendo constrangido
nesse instante, seu brio está sendo afetado com todos os procedimentos, mas como o
candidato, precisa daquela vaga, aceita tudo sem saber que naquele momento os seus direitos
constitucionais estão sendo violados. Nesse momento os prejuízos que o candidato esta sendo
submetido são vários e, muitas vezes, irreparáveis, como dignidade, autoestima, brio e o
próprio profissionalismo.
Em uma de minhas palestras, quando comentei acerca desses direitos dos candidatos estarem
sendo violados, fui contestado por um cidadão como ficava a soberania das organizações em
investigar a personalidades das pessoas que estavam sendo colocadas dentro de sua casa.
Respondi que aquele lugar não se trata da casa do empresário e sim de uma empresa privada a
qual abriu suas portas para que as pessoas pudessem trabalhar, e para trabalhar bastava
apenas provar suas habilidades profissionais e, se, essas habilidades são requisitos do cargo. É
claro que o cidadão não gostou da minha resposta, continuava a esbravejar que a empresa é
soberana a Constituição Federal.
Não sei quem disse que os direitos dos empregadores são soberanos e que estão acima da
nossa carta magna! Quando o candidato é exposto a testes, questionários e demais
ferramentas de investigação de personalidade, nesse momento seus direitos constitucionais
estão sendo violados abusivamente.
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Não quero aqui condenar esse ou aquele empregador que se utilizam dessas técnicas, mas sim
de advertir que orientem o seu pessoal de Recursos Humanos em ter maior prudência na
aplicação dessas ferramentas, garantindo-lhe o direito que lhe cabe, sem atravessar o direito
dos candidatos. O empregador não pode usar de seu direito, de dar emprego, para invadir o
direito do candidato/empregado que é a sua personalidade.
O agravante em todo processo seletivo é de que o candidato está sendo submetido a uma
avalanche de testes sem sua permissão e, ainda pior, sabendo que depende desses testes a
sua contratação, por esse motivo ele acaba aceitando as regras do jogo por imaginar que é
normal, mesmo sentindo-se reprimido, sem poder explicitar tais sentimentos por saber que
sua contratação pode não se efetivar.
Hoje, é mais que sabido que existe um banco de vagas e que os candidatos que passaram pelas
empresas cadastradas nesse banco de vagas ficam com seus dados abertos a todas as demais
empresas desses bancos. Pois bem, as empresas cadastradas nesses bancos ficam sabendo dos
processos seletivos dos quais esse ou aquele candidato passou nos últimos messes e, quais
foram os motivos da sua não contratação, usando como espelho para não contratá-lo também.
Isso pode ser encarado como abuso de poder e ao mesmo tempo exposição da imagem dos
candidatos e punição, sem que eles tenham cometido algum crime, a não ser o de procurar
uma colocação no mercado de trabalho para prover o seu sustento e de sua família.
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Perguntas como: qual é o seu hobby, conte-me um pouco sobre sua família, conte-me um
pouco sobre você, perguntas relacionadas a vida sexual, religiosa, e de cunho político
partidário, são perguntas que não devem fazer parte da entrevista de seleção de candidato,
são perguntas que não fazem parte das suas aptidões para o trabalho do candidato. É coerente
que o empregador não faça perguntas sobre as origens raciais do candidato bem como suas
opções políticas e religiosas, se o candidato participa ou é associado a algum sindicato. É
direito do candidato em abster-se de responder a perguntas não relacionadas com o cargo o
qual esta se candidatando, tais perguntas podem ser encaradas como imposição coativa.
Toda e qualquer entrevista de emprego deve ter seu lado humano enfatizado, para tanto o
entrevistador deverá adotar uma postura para tornar a entrevista agradável possibilitando ao
candidato que se expresse de forma livre sem sentir-se ameaçado, oprimido, coagido, e
inferiorizado, naquele momento ele poderá ser importante para a empresa como a empresa
para ele.
Nascimento (2009, p. 110), [...] todas e quaisquer informações obtidas neste procedimento de
avaliação devem ser relacionadas apenas com as atividades profissionais do trabalhador e com
o objeto de sua prestação de serviços. Trata-se, portanto, de nítido e legítimo limite imposto
pela ordem constitucional ao limite de alcance do exercício do poder diretivo do empregador.
O mesmo autor ainda estabelece que o procedimento de entrevista deve se limitar a obter
informações sobre o candidato ao emprego, de acordo com os seguintes aspectos: a) histórico
escolar e profissional; b) experiência, qualificações e aptidões profissionais; c) organização de
trabalho; d) desenvolvimento de atividades; e) outros assuntos relacionados com o perfil da
vaga e com o objeto da prestação de serviços (NASCIMENTO, 2009, p. 109).
A intimidade do candidato não deve em hipótese alguma ser violado, caso o entrevistador
ultrapasse esse direito, nesse momento, abre-se um leque a favor do candidato podendo ele
não responder tais perguntas, ou responder da forma que bem lhe convir, ou por último
omitir.
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Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/