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31/10/2023, 13:38 Roteiro de Estudos

Gestão de Escritórios de Projeto

Roteiro de
Estudos
Autor: Profª. Ma. Gabrielle Prado Jorge Yamazaki
Revisor: Profª. Fernanda Delmutte

É notório que o mercado de projetos possui grande relevância devido a sua importância frente à
execução de obras. No entanto, cada vez mais, têm sido discutidas questões inerentes ao
empreendedorismo e aos escritórios de projeto e, em contraponto, muito se discute a respeito
do fato de os profissionais projetistas não estarem comprometidos com conhecimentos técnicos
relativos à administração. Nesse sentido, foram adotados para este roteiro alguns conceitos
como: dimensão empresarial; gestão; empreendedorismo; processo de projeto; e mercado para
escritórios de projeto. Esses assuntos irão auxiliar você no entendimento da disciplina.
Caro (a) estudante, ao ler este roteiro, você irá:
compreender a dimensão empresarial dos escritórios de projeto;
conhecer a importância da gestão em escritórios de projeto;
abordar empreendedorismo de arquitetura, design e engenharia;
reconhecer o processo de projetos em escritórios;
aprender a respeito do mercado de escritórios de projeto.

Introdução
No Brasil, os cursos superiores de engenharia, arquitetura e design, em geral, não direcionam os
futuros profissionais de projeto à gestão de escritórios.
Nesse panorama, este roteiro de estudos tem como objetivo apresentar conhecimentos e
ferramentas não implementadas por esses profissionais, para a gestão e o planejamento de

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escritórios de projetos, que devem ser colocados como empresas frente ao mercado, e
possibilitar, dessa forma, a otimização de oportunidades, muitas vezes, desconhecidas por falta
de ações ou interesse nestas atividades. É transcendente a atuação dos profissionais de projeto
frente a uma visão estratégica de negócio.

A Dimensão Empresarial do
Escritório de Projetos
O primeiro passo para o entendimento da dimensão empresarial dos escritórios de projeto
consiste em compreender a abrangência desses negócios. Com isso, definem-se os escritórios de
projetos como empresas que têm como objetivo projetar, comandar e cumprir com eficiência os
prazos, os custos e os padrões de qualidade. Em nosso país, tendo em vista as crises econômicas
que rondam o mercado, ainda se percebe uma dificuldade no que diz respeito à inserção de
teorias de gestão de projetos.
Há, ainda, a responsabilidade de garantir a administração e o planejamento dos recursos
envolvidos, assessorando no controle dos recursos, implementando e disseminando as
ferramentas de gerenciamento de projetos, armazenando e distribuindo as informações e
conhecimentos adquiridos no processo de projetos e garantindo o sucesso da obra.
Nesse sentido, a dimensão empresarial do escritório de projetos conta com um profissional
habilitado à execução de serviços de projeto e obra, sozinho ou com uma equipe, que baseia o
negócio na prestação de serviços de projetos, diretamente às pessoas físicas, às empresas
privadas e públicas, podendo atuar na elaboração e desenvolvimento de projeto, e em sua
coordenação.
Oliveira e Melhado (2006) definem a estrutura organizacional como um conjunto organizado de
responsabilidade, comunicação e decisão em uma empresa, simulando a divisão e a
coordenação do trabalho da empresa. Essa estrutura envolve aspectos como a definição de
tarefas em maiores e menores, departamentalização quanto à recombinação das tarefas,
amplitude de controle e delegação quanto à distribuição das autoridades das atividades.
Ainda, é importante que seja estabelecida uma estratégia empresarial na qual as ações de uma
pessoa ou organização sejam realizadas em busca de cumprir seus objetivos. Tais ações são
influenciadas pela missão, pela visão, pelas crenças, pelos valores e pelas circunstâncias da
pessoa ou da organização (PADILHA, 2019). As empresas, de modo geral, têm investido na
competitividade do mercado, com o objetivo de se manterem a longo prazo.
Salienta-se que a dimensão empresarial de escritórios de projeto envolve, ainda, a hierarquia
administrativa, os processos, o fluxo de comunicação e a política organizacional. Com isso, em

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busca de uma organização eficiente, é necessário reconhecer as relações baseando-se em três


aspectos fundamentais: a estrutura, o comportamento e a tecnologia.
Para falar sobre estrutura, é necessário estabelecer um organograma que, de acordo com
Padilha (2019), trata-se de uma representação gráfica da estrutura da empresa com as divisões
de cargos e funções e as posições hierárquicas correspondentes, que atua como uma
ferramenta de ilustração dos cargos e setores internos, além de apresentar como funciona o
negócio.
É interessante trabalhar com uma ferramenta conceitual denominada modelo de negócio. Tal
ferramenta é considerada um modelo conceitual abstrato que retrata o negócio e o modo como
a empresa lucra, sendo distintos quatro tópicos: a gestão da infraestrutura, o produto em si, a
interface entre empresa e consumidor e a questão financeira. Os benefícios levados ao cliente
fundamentam-se na satisfação pela proposta de resolução de um determinado problema. É
preciso salientar que um modelo de negócio não garante sucesso se não houver sua correta
implementação e gestão.
Ao falar de comportamento, tem-se por base a gestão de recursos humanos, na qual administrar
os colaboradores é uma das principais tarefas de produção e eficiência do negócio. E, por fim,
aliar-se à tecnologia pode alterar e otimizar a rotina dos escritórios de projetos, unindo
informações e controlando processos.
À luz destas discussões, é possível concluir que o escritório de projeto assume uma postura de
negócio que pede uma organização empresarial dentro dos aspectos inerentes à eficiência da
empresa e garantia de funcionamento.

A Importância da Gestão em
Escritórios de Projeto
Na prática organizacional, a gestão de projetos tem sido amplamente discutida, tendo em vista
sua importância para monitorar e controlar elementos fundamentais de sucesso do negócio.
Reforçando os conhecimentos de gestão de projetos, Pacheco et al . (2016) relatam que as
discussões acerca de gerenciamento de projetos se iniciaram na década de 60, sem muita
adesão, e que apenas nos anos 90, com o aumento da competitividade do mercado, essa
questão começou a se estabelecer.
O Guia PMBOK (2013), uma importante referência para o nosso estudo, define gestão de
projetos como a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas destinadas às
atividades de projeto em busca de cumprir os requisitos estabelecidos, considerando a sua

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organização em cinco etapas: da iniciação, do planejamento, execução, monitoramento e


encerramento.
O processo de gestão veio como resposta à busca pelo sucesso do projeto, que depende da
integração e comunicação dos agentes envolvidos, além de um escopo delineado e o
planejamento do tempo de projeto, buscando aplicar os conhecimentos e habilidades em busca
do sucesso do mesmo. Ou seja, nos projetos da construção civil, a gestão de projetos se associa
à coordenação dos diferentes mecanismos (mão de obra, materiais, equipamentos, financeiro,
entre outros) envolvidos, consentindo os custos, prazos e qualidades predefinidos.
Para Padilha (2019), gestão em escritórios de projeto se refere ao conjunto de atividades
coordenadas que aplica os conhecimentos, as habilidades e as tecnologias disponíveis,
movimentando recursos para conduzir a realização de um empreendimento, com os objetivos
preestabelecidos, atendendo a qualquer tamanho de empreendimento. O projeto distingue-se
por explicitar a intenção que vai ao encontro da realização de um objetivo ou de uma tarefa.
Nesse universo, vale ressaltar que, para o planejamento e controle das atividades de projeto, é
necessário compreender e reconhecer as interações existentes, a partir do escopo estabelecido
entre a empresa e o cliente. E, com isso, é necessário garantir que os projetistas tenham
conhecimento sobre Project Management , ou gestão de projetos, em busca de elaborar e
cumprir o fluxo de atividades, além de garantir o detalhamento de cada tarefa aos responsáveis
(OLIVEIRA; MELHADO, 2006).
Nesse sentido, alguns critérios devem ser destacados para a eficiência da gestão em escritórios
de projetos:
1. Planejamento: a essência da gestão de projetos é o planejamento. Ainda que seja uma
tarefa complexa por envolver aspectos essenciais à obra em sua totalidade, refere-se à
organização e elaboração de um plano, que reduz e, até mesmo, evita imprevistos nas
atividades que envolvem a construção civil, como perdas, desperdícios e atrasos de
materiais e mão de obra, além de promover a verificação do processo e o cumprimento das
tarefas.
2. Gestão de pessoas: para Padilha (2019), a gestão de pessoas se trata da importante
atividade gerencial que lida com equipes de trabalho de uma empresa, desde os processos
seletivos até os protocolos de desligamento. Para os escritórios de projeto, a equipe de
trabalho é o principal diferencial de produtividade e competitividade, e, para isso, é
necessário estabelecer estratégias de recursos humanos em conjunto com a empresa, pois,
sem os prestadores de serviços, não é possível realizar as atividades inerentes à construção
civil.
3. Gestão de obras: esta atuação é realizada já no canteiro de obras, na etapa de execução,
que, na falta de gerenciamento, põe a perder todas as atividades inerentes ao processo de
gestão de projetos na Construção Civil. Com isso, o foco da gestão de obras consiste em
concretizar os objetivos traçados ainda na etapa de projeto e abranger questões voltadas à

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qualidade, que visa prevenir os defeitos e implantar programas de qualidade, garantindo a


eficácia do produto final.
Tendo em vista esse panorama, nos últimos anos, as mudanças de postura dos
empreendedores, construtores e projetistas frente aos processos de projeto foi considerável,
confirmando o prognóstico de que, com as mudanças, exige-se a formação de novos
paradigmas, fundados sobre a integração e gerenciamento dos processos inerentes à produção
dos empreendimentos (MELHADO et al ., 2006).
Diante dessa discussão, entende-se que a gestão em escritórios de projetos tem como objetivo
minimizar os riscos que podem ocorrer durante o processo, e, assim, organizar as atividades em
uma sequência lógica, com o objetivo de produzir produtos eficientes e de qualidade, buscando
o avanço tecnológico e organizacional na indústria da construção civil.

Empreendedorismo em
Escritórios de Projeto
As competências empreendedoras são fatores importantes para o sucesso de gestão do
negócio. E, na área de projetos, cada vez mais, os profissionais buscam informações a respeito
de empreendedorismo.
Entende-se por empreendedorismo a competência de um indivíduo em identificar dilemas e
chances, elaborar soluções e empregar recursos na criação de alguma coisa potencial. O termo
empreendedor está associado a “aquele que incentiva brigas”, ou seja, que atua, que age, que
põe em execução (VÉRIN, 1982, apud FILION, 1999, p. 18). E, para Baggio e Baggio (2014), o bom
empreendedor busca agregar valor a produtos e serviços, e está permanentemente preocupado
com a gestão de recursos e com os conceitos de eficiência e eficácia.
Em um cenário competitivo, e ainda complexo, os profissionais de projetos iniciaram sua
atuação como agentes qualificados dentro de grandes empresas, atuando como gestores,
administradores e produtores de competências, para atuar dentro do mercado (FRAGOSO,
2014). Assim, esses profissionais devem se atentar a cumprir obrigações, administrar e gerir seu
próprio negócio, além de conseguir identificar oportunidades que, normalmente, não são vistas,
para, assim, obterem um melhor posicionamento no mercado.
Há estudos que definem o perfil dos indivíduos com potencial de empreender, e Salim et al .
(2004) citam algumas atitudes comuns a este perfil, tais como: assumir riscos; realizar e
identificar oportunidades; ter conhecimento; tomar decisões; ter habilidade de liderança;

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dinamismo; planejamento; tino empresarial; entre outros. Maximiano (2012) destaca criatividade
e inovação como habilidades potenciais também.
No contexto de negócios de projeto, Fragoso (2014) destaca que a competência mais comum
encontrada se refere ao planejamento e realização. Verifica-se que os profissionais têm como
atribuição organizar o espaço, além de focar na satisfação do cliente, ou seja, a competência de
realização e poder, para criar ambientes satisfatórios.
Oliveira e Melhado (2006) apresentam as habilidades desejáveis para os gestores de empresas
de projetos:
identificar novas oportunidades;
avaliar oportunidades e pensar criticamente;
comunicação persuasiva;
negociação;
comunicação interpessoal;
escutar e adquirir informações;
resolver problemas.
Nesse sentido, compreende-se que as habilidades exigidas dos profissionais designers ,
arquitetos e engenheiros têm grande similaridade com as características dos empreendedores,
como a necessidade de resolver problemas em busca de garantir resultados eficientes. No
entanto, na academia, os profissionais não são incentivados a explorar o empreendedorismo,
e/ou não são orientados a elaborar uma postura empreendedora em seus trabalhos, o que
aparta os profissionais de projeto do empreendedorismo.
Entretanto, conforme evidenciado pela discussão dos autores, os profissionais de projeto podem
desenvolver suas habilidades para se tornarem empreendedores, e, por isso, devem
permanecer em constante aprimoramento de suas aptidões para empreender e desenvolvê-las
por meio de capacitação e perseverança.

Processo de Projetos em
Escritórios
Antes de tudo, é importante relembrar o conceito de projeto, em busca de compreender o
processo que o engloba. Dessa forma, entende-se por projeto uma atividade e/ou serviço
integrante de um processo de construção que envolve processos de desenvolvimento,
organização, registro e transmissão de características físicas e tecnológicas específicas de uma
obra, que devem ser consideradas em sua fase de execução, além de incluir os fluxos de

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materiais e informações, que são base para subsidiar os processos operacionais (OLIVEIRA;
MELHADO, 2006).
Nesse sentido, é possível compreender que o processo atende a organização da demanda de
informações técnicas, de cunho construtivo, gerencial, de planejamento e programação da obra.
Em concordância, Fabrício (2002, p. 75) defende que:

O processo de projeto envolve todas as decisões e formulações que visam


subsidiar a criação e a produção de um empreendimento, indo da montagem da
operação imobiliária, passando pela formulação do programa de necessidades
e do projeto do produto, até o desenvolvimento da produção, o projeto “as built”
e a avaliação da satisfação do usuário.

Ainda, Tzortzopoulos (2004) conceitua como um conjunto de atividades necessário para o


projeto, que compreende desde a identificação das oportunidades até as especificações dos
requisitos e características a serem entregues aos clientes.
Entende-se, portanto, que o processo de projeto é complexo e não envolve apenas as
especificidades e especialidades do produto em si, mas se trata da formulação de um negócio,
considerando a sua totalidade e abrangência, quanto aos diferentes agentes envolvidos e às
suas atividades.
Nesse contexto, o processo de projeto deve funcionar em etapas, do planejamento ao uso, que,
para Caixeta (2011, p. 73):

● Planejamento: engloba a concepção, análises, definições e avaliação do


conjunto de informações técnicas e econômicas iniciais e de estratégias.
● Elaboração de projetos: define de forma clara, através de desenhos e
especificações, a edificação a ser implantada, além dos projetos para produção.
● Preparação para a execução: transição entre a elaboração do projeto e a
execução, destinada à articulação racional do projeto, planejamento e execução.
● Execução: realização das atividades para a materialização da edificação.
● Uso: destinada às atividades de operação e manutenção da edificação.

Dessa forma, é evidente que, para a eficiência do processo, é necessária a elaboração e criação
de um modelo de atuação, isto é, um processo gerencial, que determina a capacidade de
controle deste processo em busca do aperfeiçoamento do produto, ou seja, a edificação.

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LIVRO

Como Arquitetos e Designers Pensam


Autor : Bryan Lawson
Editora : Oficina de textos
Ano : 2011
Comentário : Essa literatura traz investigações em metodologias
de projeto, a partir do papel dos profissionais arquitetos e
designers . Na primeira parte, "O que é projetar?", página 13,
apresenta-se a mudança do papel do projetista e o mapeamento
do processo de projeto.
Esse título está disponível na Biblioteca Virtual .

O Mercado de Escritórios de
Projetos
O setor da construção civil no Brasil é ascendente, tendo em vista sua representatividade de
6,2% do PIB brasileiro, com faturamento anual de mais de R$ 1 trilhão, e por movimentar mais
de 70 setores da economia (SEBRAE, 2019). No entanto, este ainda é um cenário estigmatizado
como extemporâneo quando comparado a outros setores devido a sua não otimização de
produtividade, alto índice de desperdícios de materiais e baixa qualificação de seus profissionais,
que resulta em reduzida qualidade do produto (OLIVEIRA; MELHADO, 2006).
Para Oscar (2016) os problemas da construção civil podem ser elencados com base em
diferentes fatores, como: descumprimento de prazo; orçamento; abandono ou paralisação
causados por logística inadequada de mão de obra ou material; planejamento malsucedido; e
alterações projetuais. Ainda, fala-se que o fracasso de um empreendimento pode estar
associado a objetivos mal definidos e não compreendidos, à simultaneidade de atividades sem
coordenação entre a mão de obra, à falta de habilidade de compatibilização da execução e das
técnicas adotadas e a projetos baseados em informações insuficientes.

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Nesse cenário, discute-se muito a respeito da responsabilidade e importância do projeto na


execução da obra, que vêm como resposta a inúmeros fatores que caracterizam a indústria da
construção civil no Brasil como inadequada. Segundo o IBAPE (2016, apud QUALHARINI et al .,
2018), apenas 61% das obras iniciadas mantêm o projeto original, e os outros 39% tiveram
impactos diretos no prazo necessário para alteração de projetos, influência no custo envolvido e
reprogramação das atividades.
Nas Avaliações Pós-ocupação (APO), ou seja, na etapa projetual de “uso”, as pesquisas apontam
que o alto índice de falhas dos ambientes físicos, de acordo com as evidências, poderia ser
evitado na etapa de elaboração de projeto. Em concordância com esta discussão, Degani e
Cardoso (2002) colocam que, considerando o projeto, o ponto de partida do ciclo de vida de um
edifício, espera-se que grande parte das problematizações seja resolvida ou minimizada pelos
profissionais responsáveis por essa etapa.
Nesse contexto, reforça-se ainda mais a necessidade de aperfeiçoamento das empresas quanto
a investimentos e qualificações dos envolvidos, tendo em vista a necessidade de melhorias das
metodologias e atuações. E, dessa forma, consolida-se o mercado de escritórios de projetos. À
luz dessas discussões, surge a demanda contínua por profissionais de projeto atentos e capazes
de aplacar os impactos no empreendimento.
O mercado tem buscado profissionais ativos, considerando a gradativa valorização dos
projetistas e sua participação efetiva no desenvolvimento do espaço físico, ou seja, a cidade.
Assim, tais profissionais precisam buscar por redefinição de seus papéis, assim como de seus
processos, em busca de atuações integradas, planejadas e eficientes, considerando os requisitos
de forma, funcionalidade e métodos de construção. Tudo isso, além de gerir as informações e os
agentes que compõem o processo projetual, visando qualificar a classe de designers , arquitetos
e engenheiros.
A palavra de ordem tem sido capacitação , em reforço às habilidades específicas dos
profissionais projetistas, como a capacidade de gestão do escritório e a captação clientes, além
de buscar por novos mercados, tentando, por meio de uma formação empreendedora, alcançar
a representatividade e o fortalecimento do negócio no setor.
O papel do arquiteto com relação a empreendimentos que envolvem tecnologia BIM ( Building
Information Modeling ) vem sendo muito discutido no mercado de escritórios de projetos. Nesse
tipo de tecnologia, abordam-se questões acerca da estrutura dos processos que dizem respeito
ao desenvolvimento das construções, a partir da concepção do projeto até a manutenção da
edificação. Desse modo, é possível garantir o envolvimento de todos os que atuam nesse
cenário.

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Conclusão
É compreensível que, por se tratar de um país jovem, o Brasil tem tido a necessidade de
promover políticas de melhoria de qualidade de vida a seus habitantes, e, para isso, uma das
condições é a habitabilidade. Ao falar de habitabilidade, a discussão abrange os escritórios de
projetos, que visam produzir tais edificações e, juntamente à produção capitalista, visam
estabelecer a edificação como uma mercadoria. Assim, é preciso olhar para os escritórios de
projetos com uma visão transversal, no sentido de promover serviços de projetos que busquem
qualidade, além de objetivar se estabelecer como um negócio que, em paralelo, visa ao lucro.
Ao posicionar escritórios de projetos como empresas, é importante promover discussões quanto
aos aspectos qualitativos do negócio, a partir da utilização de conceitos de administração, que
direcionam aos processos de gestão e empreendedorismo, em busca de proporcionar aos
profissionais de projeto a consciência dos procedimentos gerenciais e a tomada de consciência
das deficiências técnicas, preparando-os para a implementação destas funções.

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