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Matriz de atividade individual

Módulo: Fases de um projeto Atividade: individual


Título: Implantando a filosofia de gerenciamento de projetos em
organizações de pequeno a médio porte
Aluno: Valdecir Marco de Bastiani
Disciplina: Gestão de Projetos Turma: 134 - MBA SP5/B
Introdução

Provavelmente com o surgimento do Homo sapiens, também surgiu o


gerenciamento de projetos. Verzuh (2000) apud Rodrigues afirmou que: ”As
pirâmides e os aquedutos da antiguidade certamente necessitaram de
coordenação e planejamento de um gerente de projetos.” E sem dúvida os
“gerentes de projetos” daquela época tiveram problemas com prazos, custos,
orçamentos e mão-de-obra, tal qual ocorre atualmente.

No entanto foi apenas após a Segunda Guerra mundial que surgiu a forma
moderna e oficial da disciplina de gestão de projetos e por consequência o título
de gerente de projetos, mais especificamente durante a guerra fria, ainda nos
anos 50.

Em 1969 foi criado o PMI – Project Management Institute, que agrega atualmente
cerca de 240 mil profissionais de gerenciamento de projetos em mais de 160
países. O PMI está sediado em Atlanta, Geórgia, EUA e busca o aperfeiçoamento e
desenvolvimento da gestão de projetos, através da pesquisa, fixação de padrões e
disponibilizando recursos e informações especializadas aos seus membros.

Em 1996 o PMI editou o seu primeiro Guia denominado PMBoK representando o


Corpo de Conhecimentos do Gerenciamento de Projetos da época. O PMBoK é
composto por várias áreas do conhecimento e é um conjunto de atividades ou
processos que integram nove áreas de conhecimento, consideradas essenciais ao
gerenciamento de projetos. Atualmente encontra-se da quarta edição, atualizada
e publicada em 2009.

Justificativa

Nos dias atuais a gestão de projetos e suas técnicas se espalharam e estão


presentes em todas as áreas de qualquer organização, sejam indústrias,
informática, saúde, governo e etc.

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Todas as partes da organização devem trabalhar em conjunto para, através de
projetos específicos, atualizarem seus produtos e serviços em busca de inovações
que garantam sua manutenção no mercado.

Supõe-se que, para que uma organização possa crescer, prosperar e sobreviver
em um mundo altamente competitivo e que evolui rapidamente, seja necessário a
implantação da filosofia de gerenciamentos de projetos, tema abordado neste
artigo, especificamente para organizações de pequeno a médio porte.

Desenvolvimento

O Instituto de Gerenciamento de Projetos, o PMI, (PMBOk Terceira Edição-2004)


define “Projeto, como um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado exclusivo”.

Desta forma podemos dizer que os projetos podem ser utilizados para atingir as
metas e ações específicas da organização e como maneira estratégica de
mudanças organizacionais. Também é uma forma de viabilizar melhorias de
qualidade e produtividade.

Projeto e Operações Continuadas

Conforme o PMI, o trabalho pode ser classificado como projetos ou operações,


existindo características comuns entre eles:

• Ambos são realizados por pessoas;


• Os recursos são limitados (financeiros, humanos, logísticos, tecnológicos);

• São planejados, executados e controlados;

A diferença principal é em relação à continuidade e repetitividade. Projetos


limitam-se no tempo e operações são continuadas. Ainda, projetos são únicos e
operações são repetitivas.

O Gerenciamento de Projetos

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De acordo com o PMBoK, terceira edição (2004):

“O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento,


habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a
fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de
projetos é realizado através da aplicação e da integração dos
seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento e controle, e
encerramento. O gerente de projetos é a pessoa responsável
pela realização dos objetivos do projeto.”

O PMI, por meio do PMBoK (2004), propõe que o gerenciamento de projetos seja
embasado em áreas de conhecimentos que reúnam um conjunto de disciplinas,
através de ferramentas, técnicas, processos, recomendações, práticas ou
atividades.

O uso deste conjunto de disciplinas por si só não garante a qualidade dos


produtos e serviços resultantes, mas sim as competências e habilidades das
pessoas que realizam os trabalhos do projeto, bem como a forma como ele é
organizado e gerenciado.

A importância do Gerenciamento de Projetos

O gerenciamento de projetos tem sido usado pelas organizações com o objetivo


de gerar resultados eficazes. Como cada organização é única, estes resultados
positivos dependem do sucesso na implantação do gerenciamento de projetos.

Pode-se citar como fatores importantes do gerenciamento de projetos:

• a implementação de processo formal;


• o aumento de acertos e diminuição de riscos e incertezas;
• a cultura de organização, execução e controle de projetos na organização;
• o aumento da capacidade de tratar riscos na organização;
• a qualidade nos resultados e aumento do retorno dos investimentos;
• a sinergia organizacional;

• a criação de uma cultura de conhecimentos.

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Organizações de pequeno a médio porte e o gerenciamento de projetos

Quando se fala em gerenciamento de projetos vem à nossa mente sempre os


grandes projetos, realizados por e para grandes empresas. A maioria dos livros,
apostilas e referências que versam sobre o assunto passa esta impressão, mesmo
que a intenção não seja esta.

É provável que o motivo para tal deva-se a quantidade de processos inerentes ao


gerenciamento de projetos, descritos e recomendados pelo PMBoK.

Porém, a importância que o gerenciamento de projetos tem para que as pequenas


e médias organizações mantenham-se competitivas no mercado globalizado,
torna imprescindível sua utilização. E para implantar de forma adequada e correta
as ferramentas propostas no PMBok nestas organizações, é necessário que estas
ferramentas sejas adaptadas ao porte destas empresas.

A adaptação faz-se necessária em razão da grande quantidade de projetos e os


pequenos recursos tecnológicos e humanos presentes. Equipes reduzidas são
constantes em empresas menores e é necessária a conscientização de todos os
membros com a adoção de procedimentos mais simples e rápidos.

Em pequenas e médias organizações existem menos pessoas disponíveis,


escassez maior de recursos e insumos, bem como o escopo é menor. Campos
comenta: “Essa situação justifica insistir em aplicar os quarenta e quatro
processos do PMBOK?”

Tabela 1 – Comparativos entre algumas características de organizações


de pequeno/médio porte e o previsto no PMBoK
Pequena/média organização PMBOK Guide
• Improvisação • Alto grau de previsibilidade
• Imprevisibilidade • Rigor nas normas e condutas
• Decisões centralizadas • Decisões distribuídas
• Alta capacidade de • Baixo grau de readaptação
readaptação em grandes projetos
FONTE: Adaptado de CARNEIRO, Eduardo. Adoção de Metodologias de GP em pequenas
empresas.

Segundo Vargas (2007), o gerenciamento de projetos pode ser adequado às


organizações de pequeno a médio porte de várias maneiras:

• Estruturar um PMBoK “light”, reduzindo ou aglutinando parte dos quarenta

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e quatro processos originais;

• Utilizando modelos mais simples, pois as equipes podem eventualmente


ser de apenas um indivíduo;

• Trocar o modelo integral do PMI por resultado e sucesso;


• É importante acompanhar e corrigir;
• Tudo deve ser fácil, prático e direto.

O Prof. Ângelo Valle apud Campos, presidente do PMI carioca, sintetiza: “Sim.
Você tem o direito de pensar livremente, usando as suas próprias palavras. Você
pode usar as planilhas e ferramentas que quiser. Devemos entender o Guia
PMBOK como Guia e não camisa-de-força.”

Conclusão

É inegável a importância do gerenciamento de projetos para a manutenção das


organizações no mercado competitivo e globalizado existente atualmente.
Melhorias em produtos, equipes, atendimento ao cliente e por consequência um
reflexo positivo nos resultados financeiros são conseguidos com estratégia,
planejamento e gerenciamento de projetos.

Fazer frente às constantes mudanças é cada vez mais o papel do gerenciamento


de projetos, que ganha destaque no planejamento das organizações. As empresas
passaram a investir com muita ênfase na implantação de uma gerência de gestão
de projetos que lhes proporcione um diferencial competitivo.

Diversas vezes associa-se ao âmbito das grandes organizações o gerenciamento


de projetos e os processos e planejamentos descritos e sugeridos no PMBoK
passam a ser vistos como uma forma de “burocracia” que não soma resultados
para as organizações menores.

No entanto, através da simplificação destes processos, adequando-os ao perfil da


organização que os está implantando, torna-se possível sua utilização. A idéia é
“enxugar” e não suprimir. Deixar de executar todos os processos não é o objetivo,
mas sim usar aqueles que realmente são necessários para a correta execução e
gerenciamento do projeto. Desburocratizar sem deixar de documentar as ações.

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Desta forma, pelo exposto neste trabalho, é razoável supor que seja possível
implantar uma filosofia de gerenciamento de projetos em organizações de
pequeno a médio porte, através da simplificação dos processos sugeridos no PMI-
PMBoK.

De caráter meramente exploratório, o estudo aqui apresentado buscou somente


um melhor conhecimento do assunto abordado e não supõe que tenha sido
encontrada a única solução possível para o problema estabelecido. A pretensão
foi apenas colaborar com a discussão e com a escassa literatura existente sobre o
tema.

Referências bibliográficas

CAMPOS, Augusto. Gerenciamento de Projetos: uma versão “light” para


aplicar em pequenos projetos. Disponível em
<http://www.efetividade.net/2007/10/15/gerenciamento-de-projetos-uma-
versao-light-para-aplicar-em-pequenos-projetos/> Acesso em 20 nov 2009.

CORREA JR., Carlos Alberto. MOTA, Edmarson Bacelar. Gestão de Projetos. [Rio
de Janeiro]: [s.n.], 200X. 131p.

CARNEIRO, Eduardo. Adoção de Metodologias de GP em pequenas


empresas. Disponível em <http://www.bax.com.br/teaching/courses/
principiosSI/seminario/>. Acesso em 19 nov 2009.

FRAGA, Marcel Faria. TOLENTINO, Maurílio Antônio. A Importância do


Gerenciamento de Projetos em Pequenas Empresas como Diferencial
Competitivo. Disponível em <http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/
abrirPDF/673>. Acesso em 19 nov 2009.

MORAIS, Francisco Eduardo de Oliveira. Organização e Implementação da


Gestão por Projetos. Ceteb: Brasília, 2007. 116p.

Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em


Gerenciamento de Projetos – Guia PMBoK. [EUA]: [s.n.], 2004. 405p.

RODRIGUES, Marcos Thadeu. Gestão de Projetos - Abordagem Conceitual.

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Disponível em <http://www.administradores.com.br/artigos/gestao_de_projetos_
abordagem_conceitual/22772>. Acesso em 19 nov 2009.

Um histórico rápido do gerenciamento de projeto. Disponível em


<http://office.microsoft.com/pt-br/project/HA011353421046.aspx>. Acesso em
19 nov 2009.

Vargas, Ricardo. Gerenciamento de Projetos em Micro e Pequenas


Empresas. Disponível em < http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/
smallcompanies/>. Acesso em 20 nov 2009.

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