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i Resumo
ii Abstract
The paper deals with the investigation of the design of school uniforms and their suitability to
the human factors of the user. The objective is to understand the current configuration of the
various types of school uniforms as a consequence of their social and historical evolution and
through it to understand how important events (the Industrial Revolution, technological
advancement, capitalism, globalization, marketing, among others ) influenced its
development. It is intended to understand how cultural, social and economic values may have
influenced the basic principles for the development of these products. Understanding that
human projective activity has always been marked by factors that subsidize the best
integration between spaces and man, whether in aesthetic, functional or productive function,
the intention is to observe, through the study of the evolution of uniforms, the design of
uniforms and the application of the technical standard of production to which this type of
product underlies, aiming to test and adapt the design methodology of this type of product to
the context. In compliance with the current legislation, carried out through the Brazilian
Association of Technical Standards (ABNT), Brazilian Standard 15778 (NBR 15778)
determines the design and safety parameters of school uniforms and directs the projects of
this type of products in Brazil. The intention is to define the fundamental parameters that
must be observed for the production of this type of product adapted to the user and to refute if
the NBR 15778 meets the design and methodological requirements of the design of school
uniforms aimed at usability. Considering that the learning garment design process must be
based on criteria and principles of ergonomics and usability from the design stage of the
project, it is convenient to research the scope of the current technical standard and its
capacity to meet such needs. Because joining these concepts to the product is essential for the
user's comfort in learning performance, aiming to present a final product that can be
considered suitable for the performance of school tasks by students with specific territorial
and social conditions.
Keywords: Design of school uniforms; Project methodology; Clothing Design; Human
factors for clothing; Usability.
iv
Índice de figuras
Índice de tabelas
Índice de abreviaturas
Índice geral
i Resumo......................................................................................................................... viii
iii Abstract........................................................................................................................ x
1 Introdução................................................................................................................... 1
2 Título............................................................................................................................ 4
3 Problematização.......................................................................................................... 5
4 Objetivos...................................................................................................................... 7
5 Diagrama Temático.................................................................................................... 8
6 Estado da Arte............................................................................................................. 9
6.1 Introdução................................................................................................................... 9
7 Argumento................................................................................................................... 32
8 Desenho da investigação............................................................................................. 34
8.4 Prototipagem............................................................................................................... 24
viii
9 Benefícios da Investigação.......................................................................................... 40
11 Disseminação............................................................................................................... 42
12 Cronograma................................................................................................................ 43
Referências Bibliográficas.......................................................................................... 44
Bibliografia.................................................................................................................. 47
1
1 Introdução
Em seu sentido mais amplo, o termo vestuário expressa o conjunto de peças usadas
para vestir, ou seja, cobrir com roupas. Vestuário, portanto, é a designação genérica de todas
as peças, geralmente feitas de tecido, destinadas a cobrir o corpo. Estas peças são de uso
pessoal, doméstico e diário. Na sociedade, as roupas são elementos fundamentais. (SILVA,
2001)
O vestuário tem acompanhado o homem desde o começo de sua evolução: no período
Pré-Histórico, com o uso de peles de animais e, na sequência, com a produção de fibras
vegetais e animais, quando o homem se fixou na terra e deixou de ser nômade. Primeiro o
tecido e depois as roupas foram evoluindo com as civilizações e com as invenções da
humanidade.
O conceito de moda mais próximo da realidade atual surgiu segundo Braga (2007),
como um diferenciador social, diferenciador de sexos pelo aspecto de valorização da
individualidade e com o caráter de sazonalidade, ou seja, um gosto durava enquanto não era
2
copiado, pois, se assim acontecesse, novas propostas suplantariam as então vigentes. Essa
revolução do vestuário lançou as bases do trajar moderno.
Também é verdade que a moda como um fenômeno cultural, de gênero simbólico ou
mítico, é resistente a ser confinado a um significado (apud BARNARD, 2003, p.27).
Assim, poder-se-ia dizer que, enquanto toda roupa é um adorno, nem todos os
adornos são elegantes. Alguns podem ser terrivelmente deselegantes. Dir-se-ia que,
enquanto toda indumentária é um adorno, nem toda roupa é moda pela mesma razão.
E, ainda, que, enquanto toda moda é um adorno, nem toda moda é indumentária.
Algumas são tatuagens ou cicatrizações. Similarmente, enquanto que cada item do
vestuário obedecerá a um estilo específico, nem todos os estilos estarão na moda,
uma vez que entram e saem da moda. E enquanto que cada item do vestuário
obedecerá a uma moda determinada, nem toda moda é elegante; é sabido que alguns
tipos de moda dispõem a ser antimoda. Finalmente, pode-se dizer que, enquanto que
toda moda é estilizada, nem toda moda constitui um item de vestuário; como já
mencionado, alguns estilos de moda envolvem mudar a cor ou a forma do corpo.
(BARNARD, 2003, p .26)
2 Título
3 Problematização
No Brasil, durante quase toda a sua existência, a moda brasileira se resumiu à cópia da
moda européia, principalmente francesa. No período da Belle Époque, início do século XX, o
Rio de Janeiro era uma cópia de Paris, sendo comum ver as mulheres usando vestidos
compridos de várias camadas, espartilhos, anáguas, chapéus e luvas em pleno verão carioca.
Sob um sol escaldante e altas temperaturas, a Rua do Ouvidor foi considerada a passarela da
moda.
“As mulheres vestiam-se com as criações da Belle Époque, usavam saias longas,
mangas compridas, bolsas chatelaines de tecido, chapéu ornamentado, botinas, leques para
amenizar o calor e luvas” (COSTA, 2010).
Este fato demonstra que a moda brasileira nem sempre surgiu de uma preocupação
com a funcionalidade e as necessidades locais. O fato de o Brasil ser reconhecidamente um
país tropical por ter 92% do seu território inserido entre a linha de Equador e do Trópico de
Capricórnio faz com o que o clima interfira diretamente no estilo de vida das pessoas e
condicionam os hábitos locais.
Apesar do clima tropical ser um privilégio, as suas influencias podem comprometer
funcionalmente o uso dos produtos, que devem acompanhar idiossincráticamente o contexto
local, principalmente quando estamos tratando de produtos que nos acompanham
cotidianamente, como é o caso do vestuário.
Nos projetos dos uniformes escolares, a pesquisa das necessidades dos utilizadores, o
projecto do produto, a conformação dos materiais escolhidos, os métodos da conformação das
peças, a modelagem e o seu design são os maiores responsáveis pelo conforto térmico, tátil e
pela simplificação da manutenção dos produtos e seu ciclo de vida. Para que o contexto não
comprometa a finalidade dos uniformes escolares no aprendizado infantil é preciso ter
cuidado no projeto desse objeto, desde a seleção de materiais adequados como a forma de
aplicação e a conformação geral da construção do produto.
A adequação do design de uniformes escolares infantis ao clima tropical brasileiro
deverá levar em conta, principalmente, a influência do sol e os níveis de umidade nos
materiais, sendo fundamental um estudo aprofundado do ambiente, seus aspectos climáticos e
os condicionantes, como pré-requisito para iniciar a atividade projetual, obter novas propostas
de design, verificando e aprimorando o já existente.
Na visão de Iida (2005), a padronização excessiva nem sempre é segura e eficiente e
os conceitos de universalização propostos pelo design nem sempre são possíveis. Se para
6
4 Objetivos
5 Diagrama Temático
6 Estado da Arte
6.1 Introdução
A procura de uma sociedade cada vez mais evoluída e melhor tem propiciado ao longo
dos tempos alterações constantes no que diz respeito a economia, sociedade e cultura que
formam o contexto das sociedades contemporâneas. Adventos como a “massificação”
(FERIN, 2002), a evolução tecnológica, ou a globalização que têm ocorrido nas últimas
décadas, são responsáveis por algumas das mais importantes alterações no cotidiano das
populações.
A Revolução Industrial, responsável por profundas alterações expandiu seus reflexos
em todos os campos: social, cultural, tecnológico, econômico e político. Se antes existiam
apenas duas classes sociais, os ricos proprietários e os pobres/agricultores, após a revolução
os contrastes diminuíram pela simplificação dos vestuários dos mais ricos e pelo acesso da
classe trabalhadora à aquisição de roupas, visto que esses antes somente vestiam doações.
Os ritmos de vida das populações vão-se articulando com as exigências resultantes dos
avanços e rupturas inerentes ao próprio processo evolutivo das sociedades, através de “modos
de vida” (PAPANEK, 1997) cada vez mais acelerados e mais exigentes, em que o individuo é
confrontado com constrangimentos de várias índole, principalmente no domínio das suas
atividades laborais, uma vez que enquadrado “num contexto em que aumentam as pressões do
curto prazo, os indivíduos vivem no receio permanente de não estarem à altura das exigência”
(LIPOVETSKY, 2009, p. 46), repercutindo-se igualmente no âmbito pessoal e no
desenvolvimento infantil.
A característica massiva verifica-se igualmente nos processos de aquisição dos
produtos, influenciando a orientação de mercados, implementando o crescimento e ampliação
da sociedade consumista que caracteriza a sociedade ocidental, sustentada pela indústria e sua
apetência para lançar novos produtos, novas soluções e consequentemente novas formas de
consumir, novos comportamentos, novas referências e novos “valores” (RESWEBER, 2002).
O design, enquanto atividade responsável por indicar novas soluções através de novos
produtos, sistemas e serviços, pode e deve assumir um papel importante na resolução dos
problemas emergentes das sociedades contemporâneas. A responsabilidade social e moral do
designer e da atividade do design, verifica-se na obtenção de produtos mais humanizados e
destinados ao utilizador, como defendido por David Kelley da Ideo1 em que a
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qualidade como brocados, veludos, cetins e sedas e, obviamente, esse requinte se refletiu nas
roupas propriamente ditas. (BRAGA, 2007)
No Renascimento, redescobriram-se os valores do humanismo greco-romano.
Filósofos e artistas tentavam recuperar referências da Grécia e Roma Antigas. A indústria e o
comércio cresceram, o protestantismo abalou o catolicismo, a cultura foi valorizada, o talento
do homem ganhou forças e assim nasceu o renascimento e com ele a indústria têxtil.
Segundo Braga (2007), o século XVII iniciou trazendo para a humanidade à
Revolução Científica. A tentativa de conhecer os segredos da natureza fez do homem um
grande observador, que passou a sistematizar com muito rigor as suas experiências. Este foi
um período de grande transformação: surgiram novos padrões sociais, boas maneiras,
etiquetas e, principalmente, moda.
Após a revolução, a moda começou a passar por um processo de significativa mudança
até atingir a identidade daquela que seria verdadeiramente a moda Império. A palavra de
ordem neste intervalo de tempo, ou seja, a década de 1790 era conforto. As roupas passaram a
ser mais práticas e de fato confortáveis. Os aspectos característicos do Antigo Regime
desapareceram tanto para as mulheres quanto para os homens. As roupas mudaram
drasticamente e o gosto do retorno à natureza passou a ser uma constante. A influência agora
era inglesa e vinha especialmente do campo, o que tornava o aspecto de praticidade um fato
real. (BRAGA, 2007).
No início do século XVIII, a França, devido sua evolução, dominava a moda mundial.
Os membros da corte tornaram-se árbitros do gosto e impuseram Paris como capital da moda
Européia. A indústria têxtil cresceu nas cidades francesas. A Alta costura se instala com o
trabalho manual de costureiras e alfaiates, fazendo sob encomenda a roupa no próprio corpo
da pessoa. Muitas bases da moda francesa lançadas nesse período são seguidas até hoje.
Para Cabral (2006), no século XIX, com o apogeu da sociedade burguesa e do
narcisismo individualista, a moda masculina tornou-se mais discreta e sóbria, havendo uma
exaltação da moda feminina, que passou a ostentar todos os adornos que antes eram
privilégios do sexo masculino. Além do estilo império, o romantismo, o vitoriano e a Belle
Époque marcaram os modelos das roupas femininas durante o século XIX.
Foi neste cenário que Charles-Frederic Whort se lançou: “Sob a iniciativa de Worth, a
moda chega à era moderna; tornou-se uma empresa de criação, mas também de espetáculo
publicitário” (LIPOVETSKY, 1989). Até então, a elite da sociedade aristocrática mandava
fazer suas roupas em costureiras particulares ou alfaiates que produziam as roupas de acordo
com a solicitação de suas clientes, seguindo a risca o código social da época. O surgimento do
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primeiro costureiro coincide com o domínio da burguesia que não media esforços para
adquirir novos trajes e o surgimento da indústria em grande escala. Um momento histórico em
que o homem deseja ser valorizado pela aparência, ele é o que veste, o que quer parecer, o
homem é o espelho de quem o admira, identificado por sua condição social.
Cabral (2006) afirma que Worth foi inovador por excelência e consolidou seu próprio
império em bases firmes. Suas criações realçavam os atributos femininos em uma época em
que os valores burgueses mostraram homens despidos de qualquer ornamento considerado
superfluo, como laços, jóias e tecidos mais elaborados. Os enfeites ficaram a disposição das
mulheres, que apresentavam o poder e a riqueza dos maridos ou o que futuros pretendentes
gostariam de ver e proporcionar a sua esposa.
De acordo com Lipovetsky (1989), foi ao longo da segunda metade do século XIX que
a moda se instalou. A Alta Costura versus a confecção industrial traziam, de um lado o luxo
sob medida, a inovação, a tendência e do outro a massificação da costura, baixo custo, menor
qualidade e roupas inspiradas na Alta Costura.
Lipovetsky (1989) também refere que, a partir do século XX através de estilistas como
Chanel e Poiret, aconteceu de fato uma revolução na forma como as pessoas se vestiam. Esse
período pode ser caracterizado com frases como “O chique é não parecer rico”. A diferença se
dá na assinatura da roupa que se veste, uma vez que a produção em série, imita as peças
criadas pelos estilistas renomados. Este novo princípio contribuiu para o costureiro reforçar
sua imagem e adquirir renome internacional. Com o aparecimento do prêt-à-porter, a Alta
Costura deixou de ditar a moda, desencadeando uma mutação não somente estética, mas
também simbólica. A série industrial deixa de ser anônima e ganha personalidade através de
um nome, uma marca.
Assim, o século XX pode ser considerado o século dos estilistas, pois através das
transformações dessa época, com a evolução de costureiros para marcas, onde sua assinatura
passa a representar um status social. As transformações desse período foram profundas e
explicam a situação em que a moda se encontra hoje. A evolução social, tecnológica, o
período entre guerras, a falta de recursos no pós-guerra, o desenvolvimento tecnológico, a
rapidez dos acontecimentos permitem reconhecer através das mudanças na moda todo o
processo de evolução humana.
No início do séc. XX, o período da Belle Époque ainda representava a moda do século
passado refletidos no luxo, na ostentação, na extravagância e na valorização da Alta Costura.
Na década de vinte, período pós-guerra, as mudanças começaram a operar de forma profunda.
As mulheres abandonam o espartilho e, por necessidade, começam a se inserir no mercado de
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trabalho. Os movimentos Art Noveau e Art Déco refletiram na moda e as roupas foram
adquirindo características funcionais.
A recessão e a repressão do período entre guerras não impediram o desejo pelo luxo e
glamour. As divas de Hollywood e o Surrealismo foram as inspirações para a época. Com o
início da 2º Guerra Mundial, as roupas retornam a sobriedade e a simplicidade. A inspiração
militar que dava as roupas os cortes retos, permaneceram até o fim da guerra. O New Look
proposto por Christian Dior retratou essa tendência de retorno a feminilidade, abandonada no
período de guerra. Saias amplas de cintura apertada, blusas estruturadas, sapatos altos e
chapéus grandes. A atmosfera na década de 1950, em Paris, era sofisticada.
A atmosfera de comemoração regressa com o consumismo. Luxo e elegância para o
espírito, modernidade para os materiais e internacionalismo para o brilho. A euforia
vivenciada pelo Rock and Roll e a demanda por roupas jovens, ocasiona uma nova mudança
na moda. O prêt-à-porter e o sportwear americano ganham o mundo. Nascem os movimentos
de Pop Art e Op Art. Para os estilistas desse período, o corpo passou a ser um veículo para
criação, onde qualquer idéia ou imagem poderiam ser mostradas.
A moda se massifica e invade as ruas. Surge o movimento hippie e o movimento
feminista. O movimento feminista afeta a maneira de vestir, pois as mulheres buscavam
também o conforto para trabalhar. A tentativa era de se igualar ao homem, não só na
capacidade, como também no aspecto. Assim, a moda fica unissex e o jeans se populariza.
A década de 1980 é o período onde as tribos coexistem: punks, new waves, góticos,
rappers e heavy metals expressam a rebeldia e a individualidade. Nesta época, através do
endividamento excessivo nasceram muitos dos problemas que a indústria da moda ainda hoje
enfrenta. Assim, a década de 1990 é orientada pelo valor, a recessão, a concorrência e o
marketing.
A moda está de fato globalizada. O mercado, com todas as suas ferramentas de
Marketing propagam esse modo de vida (personificado através de roupas e outros bens de
consumo), desde seu surgimento até sua massificação e posterior obsolescência. O ritmo
acelerado durante todo o século passado agora é revisto e questionado.
A partir dessa visão histórica da moda, pode-se perceber que hoje, na sociedade como
um todo e conseqüentemente no mundo da moda, há a necessidade de interpretar a realidade
social em que vivemos para nos adequarmos a ela. Há muito tempo, a moda deixou de ser um
fenômeno superficial para tornar-se o reflexo da sociedade; tem sido discutida e questionada
ao longo dos anos e sabe-se como é abrangente sua forma de expressão, podendo ser
compreendida como um grupo de comportamentos significativos que exprime os valores
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próprios de uma época. Para que possamos entender a época atual, é necessário entender a sua
evolução histórica.
Quando nos remetemos ao campo do design podemos perceber que uma única
definição não compreende todas as relações deste universo, ora destaca-se uma
característica ou ponto de vista, ora outros. Isto ocorre devido ao fato de esta área
abranger a necessidade de uma série de informações de várias outras áreas,
aplicando as características da interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade diz
respeito aquilo que é comum entre duas ou mais disciplinas ou ramos de
conhecimento, ocorre quando uma única disciplina, campo de conhecimento ou
ciência não é capaz de esgotar um assunto. (MOURA, 2003)
Back et al. (2008) definem produto como “um objeto concebido, produzido
industrialmente com determinadas características e funções, comercializado e usado de modo
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Para Rech (2002), “os produtos de moda devem ser exequíveis e desenvolvidos com o
objetivo de garantir conforto e de possibilitar movimentos”. Praticidade, funcionalidade e
usabilidade, para além da estética, devem ser levadas em consideração no processo de
desenvolvimento de design de moda.
Para isso, é essencial conhecer as matérias-primas, seus processos e acabamentos. No
caso da industria têxtil, que representa o primeiro nível da indústria da moda, sua cadeia de
produção e comercialização incluem as seguintes etapas: produção de fibras, produção de
fios, a produção de tecido, tingimento, impressão e acabamento. Como no caso da indústria
têxtil, todas as outras matérias-primas têm sua cadeia própria.
Depois de analisar as características de elaboração e adequação que o produto precisa
ter, de maneira sistematizada, é descrito o projeto do produto de moda, fundamentada nas
seguintes etapas: coleta de informações de moda, definição do tema, esboços dos modelos e
definição dos modelos.
• A fase da coleta de informações de moda é o momento de reunir informações que serão
úteis na coleção, como tecidos, cores, formas, modelagens, padronagens, idéias, etc.
• Definição do tema é o conceito da coleção. O designer de moda responsável deverá
escolher um tema para a coleção que transmita a tendência da estação e seja interessante
para o consumidor e para a empresa.
• Ao elaborar os esboços dos modelos, o profissional de moda pode transferir suas idéias
para o papel através de desenhos a mão livre e de programas computadorizados ou pode
representar seus modelos utilizando alguma das técnicas de modelagem existentes.
• Para a tarefa de definição dos modelos é necessário o envolvimento de diversos
profissionais da empresa, da área administrativa e comercial, além da equipe de
desenvolvimento de produto, para que sejam selecionados modelos que atendam aos
desejos dos consumidores e da empresa.
Assim, o projeto está especialmente preocupado com os elementos de design de
vestuário para atender as necessidades do público-alvo. Além disso, pretende-se mostrar aos
consumidores, que uma peça de roupa é resultado de um estudo e um planejamento que
materializa as necessidades do utilizador.
O Design deve ser movido pelas necessidades humanas. Nas conotações evidenciadas
sobre ele percebemos o compromisso de se projetar centrado na satisfação das necessidades
materiais do usuário. No livro “O designer humilde”, Charles Bezerra (2008, p. 70) comenta
que a sustentabilidade e a qualidade de vida em nosso mundo dependem intrinsecamente da
maneira que criamos, ou seja, está relacionado ao modo de como fazemos design.
Dessa forma, tratando-se de vestuário, atemo-nos ao ciclo de produção iniciado com a
capacidade productiva proporcionada pela indústria após a Segunda Guerra Mundial,
particularmente em 1949, com o surgimento do prêt-à-porter, que se traduz por “pronto para
vestir” na língua portuguesa e que no continente americano chamaram de ready to wear.
De acordo com Oliveira e Santos "A roupa deve ser uma segunda pele que cobre o
corpo, mas isso deve ser reconhecido e adaptado aos vários usuários, em suas
diferentes tarefas / atividades" [1]. Assim, todo o vestuário deve ser adaptado ao seu
usuário, adaptando os valores humanos que podem ser aplicados de diferentes
maneiras, dependendo do contexto de uso. (OLIVEIRA e SANTOS apud
MONTAGNA et al., 2017)
Embora muitos autores classifiquem os fatores humanos como sendo a mesma coisa
que a ergonomia, um estudo encomendado pelo Comitê de Fatores Humanos do Conselho
Nacional de Pesquisa ao Centro de Análise de Informações de Ergonomia do Sistema de
Tripulação (CSERIAC) ainda em 1989, descreve e destaca as diferenças entre esses dois
disciplinas, mesmo que complementares, diferem nas suas definições. Por exemplo, as
definições de fatores humanos incluem uma gama mais ampla de categorias de classificação e
domínios de inclusão; as definições de engenharia de fatores humanos colocam uma grande
ênfase no design como meio para efetuar mudanças em um sistema final; e as definições de
ergonomia enfatizam o estudo dos seres humanos no trabalho como uma característica
importante (Licht, 1989 apud MONTAGNA, 2014). Em 2003, a International Ergonomics
Association (IEA, 2003) define a ergonomia (fatores humanos) como a disciplina científica
relacionada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de um
sistema. Sua definição se torna mais ampla, uma vez que aplica teoria, princípios, dados e
métodos para projetar para otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral do sistema,
mas os fatores humanos tornaram-se mais fortes e os principais requisitos preocupam-se com
a construção de qualquer objeto ou serviço ao cliente.
O termo "fatores humanos" abrange a fisiologia e a psicologia, estendendo a maioria
dos elementos que afetam o desempenho humano em suas atividades ou em outro ambiente
construído. Por exemplo, a acuidade visual, a audição, o toque, a temperatura e a umidade são
fatores que afetam diretamente o desempenho humano, mas existem outros fatores também
considerados como seus próprios esportes ou sua dieta também (Tiles & Associates, 2001).
De acordo com este pensamento, o modo de cada vestido individual ou também compreender
a roupa afeta-se de maneira individualizada e diferenciada.
Portanto, os estudos realizados por diferentes autores, mesmo que tenham fatores
humanos catalogados de maneiras diferentes, concluíram que as principais áreas de
intervenção são explicadas como mostrado na figura 2.
21
Isso tornará mais forte a relação efetiva entre consumidores e vestuário. Introduzir
Fatores humanos, tanto na área humana quanto na área de interação, para melhorar a
empatia entre o produto e um consumidor potencial é uma maneira sustentável de
minimizar alguns impactos realizados no ciclo de vida dos produtos de moda.
Os ciclos de vida dos produtos de vestuário e moda são curtos, compõem-se por
diversas fases, até chegar ao lançamento e desgaste, caracterizando-se pelo constante processo
de diferenciação e de identificação dos mais variados tipos de consumidores. Assim, os
estudos do comportamento do consumidor, fornecem informações importantes para o
planejamento e especificações do novo produto.
A pesquisa de comportamento demonstra como e porque os consumidores tomam
decisões de comprar bens e serviços. Engloba ainda, todos os comportamentos que os
consumidores demonstram na procura, na compra, no uso, na avaliação e no descarte de
produtos e serviços que esperam que satisfaçam suas necessidades. (SHIFFMAN e KANUK,
2000)
A insatisfação do cliente, com a performance do produto, tem razões significativas
para o fabricante intervir no projeto e modificar o que causou o problema. Hoje, há um
aumento da procura por qualidade, esta intimamente ligada ao prazer e ao conforto. “O
objetivo da usabilidade é alcançar a qualidade no uso” (BEVAN, 1995). Qualidade de uso é
definida como a extensão na qual um produto satisfaz as necessidades determinadas e
implícitas quando um usuário utiliza-o em condições estabelecidas. (BEVAN, 1995)
Para os produtos de moda e vestuário, o design e as tendências são fatores estratégicos
e determinantes para a competitividade da empresa. O design, além das muitas atribuições,
deve propor novas e criativas combinações de formas e estilo (vertente estética). Através da
metodologia projetual, cujo objetivo é satisfazer as necessidades e expectativas do
consumidor para a criação de produtos com as qualidades estéticas e funcionais, o que?
Isso aponta para o fato de que o projeto de produto de moda não pode estar
desvinculado desses requisitos técnicos nem desconsiderar as inovações tecnológicas e,
principalmente, deve estar centrado no usuário, suas necessidades, capacidades e limitações
em relação à sua mobilidade, faixa etária, atividade realizada. Para corresponder a todas essas
premissas, o projeto de produto do vestuário não pode estar dissociado de pesquisas que
integrem cada vez mais diferentes especialidades, tais como os princípios dos factores
humanos e da usabilidade, que necessariamente devem fazer parte da etapa de concepção do
projeto. (MARTINS, 2005)
A tomada de decisões na etapa de definição do produto e suas especificações orientam
para o conhecimento do perfil corporal do consumidor e seu comportamento em relação à
preferência pelos produtos de moda.
A roupa, como extensão do nosso corpo necessita de requisitos que contribuam para o
conforto térmico, a mobilidade, a segurança, o dinamismo e a higiene. Tanto o projeto de
25
1
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
26
Ainda nesse sentido, Moraes (2005) trata da usabilidade como a adequação entre
produtos e as tarefas cujo desempenho se destina, da adequação com o usuário que o utilizará
e da adequação ao contexto que será usado. Afirma ainda que pode‐se compreender
indicadores de usabilidade estão diretamente relacionados à facilidade de manejo, que por sua
vez determina: a vestibilidade e a usabilidade da peça do vestuário, bem como o vestir,
desvestir e acionar seus mecanismos de abertura, acesso ou fechamento da peça. (MARTINS
2005)
A Internacional Standards Association (ISO 9241-11, 1981; apud MORAES, 2005)
define a usabilidade como: [...] a efetividade, eficiência e satisfação com as quais usuários
específicos atingem metas específicas em ambientes particulares. Tal conceito pode ser
sintetizado no esquema a seguir, conforme mostra a figura 3.
Interpretando esta definição, pode-se afirmar que quando o objetivo do projeto é alcançado,
obtém-se a efetividade. Dizendo de outra forma, a efetividade foi alcançada quando uma peça
do vestuário, projetada para fazer exercícios físicos, permite que o indivíduo se movimente e
se flexione de maneira natural e segura.
Quanto à eficiência, .[...] se refere à quantidade de esforços que o indivíduo investe
para atingir a sua meta., esclarecem Moraes (2005). Assim, se o produto do vestuário foi
idealizado para que a pessoa realize uma tarefa profissional, com dispositivos estratégicos
para facilitar o cumprimento do trabalho, e se este foi cumprido, então a eficiência foi
27
2
International Standardization Organization.
28
Os elementos práticos que farão parte dos procedimentos do projeto do vestuário, com
vistas a sua usabilidade estão ligados aos setores de modelagem, conforme mostra o
fluxograma da figura 5.
8 Argumento
8 Desenho da Investigação
8.1 Metodologia
A metodologia usada neste estudo consiste no método misto de pesquisa. Este método
permite melhor entendimento do fato estudado, pois, de acordo com Sechrest e Sidane (1995),
tanto a metodologia quantitativa quanto a qualitativa descrevem seus dados, constroem
argumentos explicativos acerca deles, e também questionam o por quê dos resultados
encontrados. Isso implica dizer que o uso de ambos os métodos em uma pesquisa,
proporciona combinar técnicas, abordagens, conceitos ou linguagens dentro de um mesmo
estudo.
Essa combinação enriquece o trabalho, pois amplia a análise e as percepções sobre o
encontrado no estudo. O uso de análise qualitativa e quantitativa foi ao encontro do trabalho
proposto, uma vez que o questionário de pesquisa, aqui usado, contemplou questões fechadas
e abertas. A análise qualitativa foi realizada com base nos estudos de Moraes e Galiazzi
(2007) sob a perspectiva da análise textual. Já para a análise quantitativa foi usado o programa
estatístico r.
8.2 Amostragem
alunos, 38era38ar os dados da Secretaria Regional VI. Assim o tamanho da amostra de acordo
com Bofarine e Bussab (2005):
Vale ressaltar que serão entrevistados 72 responsáveis direto pelo estudante, 38era
abordado também o professor de cada sala e um fabricante, pois como as escolas são públicas
e o uniforme é fornecido por licitação onde somente um ganha a licitação.
Kappa Concordância
<0,00 Nenhuma
0,00-0,2 Fraca
O,21-0,40 Sofrível
0,41-0,60 Regular
0,61-0,80 Boa
0,81-0,99 Ótima
1,00 Perfeit
9 Benefícios da Investigação
Acredita-se que o benefício maior da presente investigação seja a melhoria dos níveis
de conforto oferecidos aos utilizadores de fardaento escolar, no respeito das suas necessidades
específicas e a segui a possibilidade de promover a evolução da NBR 15778 a partir do estudo
teórico-prático realizados sobre este tipo de vestuário.
Pretende-se despertar para questões que nos promovam uma reavaliação dos padrões
estabelecidos como requisitos de projeto e o que realmente contribui na usabilidade dos
usuários, podendo perceber a influencia dos uniformes militares e sua permanência. Essa
visão do design de uniformes beneficiará os usuários, o aprendizado e, inclusive a indústria da
moda, a obter ganhos futuros.
Aprimorar o processo de aprendizagem escolar a partir do vestuário, desperta o
interesse para a importância da funcionalidade dos produtos, fator que ande esquecido no
design de moda.
Para tanto, a pesquisa a que se propõe busca trazer um benefício não apenas às
crianças que utilizam o uniforme escolar no cotidiano, bem como a indústria do vestuário e
com mais amplitude à sociedade. E por fim, sem o intuito de ser pretenciosa, a pesquisa
pretende colaborar para a atualização da norma técnica vigente na promoção de design mais
adequado.
41
11 Disseminação
12 Cronograma
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