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A MULTIFUNCIONALIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE UMA BICICLETA

INFANTIL

Grupo 2

Dora Videira n.º 80851


Mariana Matos n.º 80522
Patrícia Oliveira n.º 80581
Rafaela Reis n.º 80552

Engenharia e Desenvolvimento Produto


2018/2019
Índice

1 Introdução.....................................................................................................................................3
2 Definição do tema.........................................................................................................................4
2.1 Seleção de tipologia de produto............................................................................................4
2.2 Identificação de mercado......................................................................................................4
2.3 Identificação de perfil de cliente............................................................................................4
3 Projeto informativo.......................................................................................................................5
3.1 Necessidades dos clientes e modelo de Kano........................................................................5
3.2 Matriz da Qualidade e Matriz do Produto.............................................................................5
3.3 Priorização de requisitos do cliente.......................................................................................6
3.4 Definição e priorização das especificações do produto.........................................................6
3.5 Definição e priorização das partes do produto......................................................................7
4 Projeto representativo...................................................................................................................8
4.1 Geração de conceitos para o produto....................................................................................8
4.2 Seleção de conceito...............................................................................................................8
4.3 Definição geométrica do produto e modelação 3D...............................................................9
4.4 Teste de conceito e Análise do modo de Falha (FMEA conceito)................................................9
5 Projeto de produto......................................................................................................................10
5.1 Análise funcional e de componentes...................................................................................10
5.2 Arquitetura do produto e definição dos módulos e interfaces............................................11
5.3 Dimensionamento do produto e projeto ergonómico.........................................................12
5.4 Seleção de materiais e processos de fabrico.......................................................................12
5.5 Análise e simulação do comportamento do produto em funcionamento...........................13
5.6 Revisão do projeto do produto (FMEA do produto)............................................................13
5.7 Projeto de fabrico e montagem (DFM/DFA)........................................................................14
5.8 Comunicação comercial e renderings..................................................................................15
6 CONCLUSÕES...............................................................................................................................17
6.1 Avaliação de produto (requisitos e especificações – QFD)...................................................17
6.2 Comentários finais...............................................................................................................17
7 Referências..................................................................................................................................17
ANEXOS...............................................................................................................................................18
A. QFD - Matriz da Qualidade..............................................................................................................18
B. QFD – Matriz do Produto.................................................................................................................18
Elementos complementares............................................................................................................19
Comunicação técnica (desenhos 2D)...............................................................................................20
1 Introdução

No âmbito da disciplina de Engenharia e Desenvolvimento do Produto, foi-nos proposto o


desenvolvimento de um projeto, que visa a criação de um novo produto, enquadrado num dos vários temas
propostos pelo docente. Após uma prévia discussão entre os membros do grupo decidimos escolher, como
tema principal, “A multifuncionalidade no desenvolvimento de uma bicicleta infantil” propondo-nos assim a
desenvolver um veículo multifuncional que integre a função de andarilho, triciclo e bicicleta e cujo nome
escolhido para o projeto foi Grow On Wheels.

Posto isto, numa primeira parte, começámos por realizar um breve levantamento do mercado, não só de
bicicletas como também de triciclos e andarilhos multifuncionais, direcionados para a mobilidade das crianças,
seguido de uma análise do Modelo Kano e do QFD. Numa segunda parte gerámos os conceitos do produto,
com o objetivo de satisfazer as necessidades do cliente/utilizador e selecionámos aquele que seria o conceito a
ser trabalhado, através de esboços e posteriormente de protótipos em CAD. Seguidamente, de modo a detetar
e evitar potenciais falhas que possam vir a ocorrer no produto, realizámos o FMEA do conceito. Recorremos à
análise funcional e de componentes com o principal objetivo descrever de forma estruturada uma “rede” de
funções desempenhadas para cada sistema ou componente, seguindo-se a arquitetura do produto e a
definição dos módulos e interfaces. O dimensionamento e as questões ergonómicas tomaram um lugar
importante na continuação do trabalho, estando intrínseca a escolha dos materiais e dos processos de fabrico,
sempre com a preocupação a nível de custos e facilidade de produção. Por fim, realizámos uma análise e
simulação do produto em funcionamento, bem como uma revisão do FMEA.

Todo este projeto, transversal a duas importantes áreas científicas como é o Design e a Engenharia, foi
possível de ser realizado com o auxílio de ferramentas apresentadas no decorrer da unidade curricular, tanto
nas aulas práticas como nas teóricas.
2 Definição do tema
2.1 Seleção de tipologia de produto

Face à atual perspetiva económico-social, e à experiência de cada uma de nós, podemos afirmar que se
tem tornado cada vez mais difícil investir num produto que tenha uma baixa utilidade a nível do número de
anos, como é o caso do andarilho, do triciclo e da bicicleta infantil. Neste sentido surge a Grow On Wheels, um
produto a pensar no desenvolvimento das crianças e no futuro, que consegue combinar a função de andarilho,
triciclo e bicicleta, numa só estrutura, inovando o segmento de brinquedos e bicicletas.
Este produto tem como objetivo satisfazer as necessidades de mobilidade das crianças, desde o seu ano
e meio até aos 4/5 anos de idade, através de um único objeto que se adapta às alterações físicas destas,
podendo ser utilizado por muito mais tempo, prolongando o seu período de vida útil. Aliado a isto, temos
também o objetivo de incutir mais fácil e rapidamente o gosto por um meio de diversão e de transporte que
contribui para melhorar a saúde dos seus utilizadores e para manter uma pegada ecológica bastante reduzida.

2.2 Identificação de mercado

De forma a conseguirmos um conceito com potencial de desenvolvimento, realizámos uma pesquisa e


seleção dos diferentes tipos de andarilhos, triciclos e bicicletas infantis multifuncionais, disponíveis atualmente
no mercado, que apresentamos através da Figura 1. Analisámos as diferentes arquiteturas e soluções
conceptuais, bem como os aspetos do desenvolvimento da motricidade infantil, aspetos técnicos e funcionais
envolvidos, tanto na utilização do andarilho, como do triciclo e da bicicleta.

Figura 1: Diferentes tipos de andarilhos, triciclos e bicicletas infantis disponíveis no mercado.


2.3 Identificação de perfil de cliente
Os principais clientes do nosso projeto serão os pais, que partilhem do gosto de incutir este tipo de
produtos às crianças, e que por isso, em vez de comprarem três produtos diferentes para as diferentes faixas
etárias, terão a oportunidade de adquirir apenas um produto com três funcionalidades, podendo por sua vez
proporcionar um desenvolvimento mais completo e satisfatório à criança. Como clientes secundários temos as
crianças, de 1 ano e meio até aos 4/5 anos de idade.
3 Projeto informativo
3.1 Necessidades dos clientes e modelo de Kano

No desenvolvimento de qualquer produto, é importante recolher as necessidades dos


clientes/utilizadores, pois através destas decorrerá naturalmente a necessidade de compra. Posto isto, foram
definidos e distribuídos os principais requisitos do produto em questão de acordo com a satisfação que estes
representam para os clientes/utilizadores, realizando assim o próximo passo do nosso projeto, o chamado
Modelo de Kano. Este modelo, que se encontra apresentado na Tabela 1, tem como principal objetivo a
classificação dos requisitos do cliente em requisitos obrigatórios, requisitos unidimensionais e/ou requisitos
atrativos, sendo, portanto, um método para o desenvolvimento do produto, com vista não só à satisfação dos
clientes, mas também em ultrapassar as expectativas dos mesmos. [ CITATION Rel \l 2070 ]

Prioridade Inicial Nível Primário Nível Secundário KANO


21 Ser Estável Obrigatório
20 Ser Seguro Obrigatório
Segurança
19 Travagem Obrigatório
18 Índice Perigosidade Obrigatório
17 Conformidade Estar de acordo com as normas Obrigatório
3 Embates/Colisões Unidimensional
Robusto
2 Durabilidade Unidimensional
16 Ser Confortável Obrigatório
15 Ergonómico Ser Leve Obrigatório
14 Ter Peças Grandes Obrigatório
13 Permite a mobilidade Obrigatório
11 Ser Articulável Atrativo
10 Ser Ajustável Atrativo
Funcionalidade
1 Ser Portátil Unidimensional
7 Fácil Montagem Atrativo
9 Multifuncional Atrativo
8 Adaptável Atrativo
Versatilidade
12 Modular Atrativo
6 Didático Atrativo
5 Apelativo Fácil Interação Atrativo
4 Sustentável Atrativo
Tabela 1: Modelo de Kano.

3.2 Matriz da Qualidade e Matriz do Produto

O QFD (Quality Function Deployment) é uma das ferramentas utilizadas no desenvolvimento de projetos
de qualidade e tem como principal objetivo identificar as necessidades do cliente e estabelecer as
especificações técnicas do produto, tornando o processo de desenvolvimento mais eficiente. Em geral a
aplicação do QFD diminui drasticamente os problemas característicos das fases iniciais de um projeto e envolve
a construção de um conjunto de quatro matrizes, sendo elas, a matriz da qualidade, a matriz do produto, a
matriz do processo e a matriz de produção.
Neste trabalho, apenas serão construídas as duas primeiras matrizes, a matriz da qualidade e a matriz do
produto. A primeira matriz permite-nos estabelecer as prioridades dos requisitos do cliente e das
especificações do produto, enquanto que a segunda matriz permite estabelecer a priorização dos detalhes do
produto durante a fase de desenvolvimento, através de uma matriz de relação entre as partes do produto e as
especificações do mesmo. [ CITATION Rel \l 2070 ] Ambas as matrizes se encontram apresentadas no Anexo A e
no Anexo B, respetivamente.

3.3 Priorização de requisitos do cliente

Ao analisar os resultados obtidos pela matriz da qualidade foi possível obter o Gráfico 1 que diz respeito
à priorização dos requisitos do cliente e à priorização das partes corrigidas. Observando o gráfico verificou-se
que as partes prioritárias no desenvolvimento do produto são a estabilidade, a segurança, a travagem e o
índice de perigosidade. Por outro lado, as menos prioritárias são a portabilidade, a durabilidade, os
embates/colisões e a sustentabilidade. Verificamos também que a priorização inicial dos requisitos do cliente
não sofre alterações após a aplicação dos fatores de correção.

Gráfico 1: Priorização de requisitos do cliente.

3.4 Definição e priorização das especificações do produto

De forma análoga ao processo de priorização dos requisitos também as especificações do produto foram
analisadas e corrigidas, resultando no Gráfico 2. Assim temos como características da qualidade principais o
material, diretamente relacionado com a segurança e com o aspeto funcional, o número de apoios e ainda o
número de componentes. Estas características, intrinsecamente ligadas à segurança, têm uma grande relação
com os requisitos obrigatórios. No final do gráfico temos as cores unissexo, a facilidade de limpeza e a
variedade cromática.
Gráfico 2: Priorização das especificações do produto.

3.5 Definição e priorização das partes do produto

Relativamente à matriz do produto, avaliaram-se as relações entre componentes chave e as


especificações técnicas do produto, onde se obteve o Gráfico 3. Constata-se, a partir dos resultados obtidos,
que é inequívoca a importância do desenvolvimento do requisito “quadro”, visto tratar-se de um produto
multifuncional no qual este irá ser o principal componente que irá permitir a alteração de andarilho a triciclo e
posteriormente a bicicleta. Os requisitos “sistema de proteção em caso de colisão” e” rodas de transporte”
também assumem bastante relevo, sendo mais valorizadas que os requisitos “cinto”, “assento” e “sistema de
ajuste ao utilizador”.

Gráfico 3: Importância das partes corrigidas.

Estabelecidos os requisitos do cliente/utilizador, as especificações do produto e as partes do produto


prioritários, parte-se para a geração de conceitos.
4 Projeto representativo
4.1 Geração de conceitos para o produto

A fase da geração de conceitos surge logo após o estabelecimento dos requisitos e das especificações do
produto, etapa esta onde são gerados conceitos para satisfazer as reais necessidades do cliente/utilizador.
Numa primeira fase foram realizados esboços de forma livre, de forma a gerar o maior número possível de
conceitos diferentes. Numa segunda fase, e de forma a facilitar o processo de geração de conceitos, utilizaram-
se ferramentas tais como o Mind Map, apresentado na Figura 2. Esta ferramenta tem como principal objetivo a
representação das ideias de forma estruturada em torno do produto que se pretende desenvolver, tanto a
nível de componentes como a nível de segurança.

4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2
4.2 S
Figura 2: Mind-Map.
eleçã
o de conceito

Após a realização do ponto anterior, tornou-se necessário determinar uma proposta definitiva para a
conceção do produto em causa. Para auxiliar neste processo, foi utilizada a análise morfológica, onde
identificamos várias possibilidades a nível do veículo, movimentos, transporte, segurança e componentes, e a
ferramenta de avaliação do modo de falha (FMEA), que se encontra na Secção 4.4, onde analisamos as
diferentes características dos conceitos e avaliamos as probabilidades de falha de forma qualitativa. Partindo
dos esboços representados nas Figuras 3 e 4, o grupo optou por criar um veículo mecânico multifuncional,
onde o utilizador poderá transportar alguns objetos e em que a estabilidade e segurança serão as nossas
principais preocupações.

Figura 3: Esboço do conceito andarilho. Figura 4: Esboço do conceito bicicleta.


4.3 Definição geométrica do produto e modelação 3D

Após a realização do mind-map e da análise morfológica, e concluída a fase de seleção do conceito,


tornou-se necessária a materialização de um modelo pelo recurso às ferramentas de CAD. O processo de
modelação permite desenvolver um modelo virtual muito aproximado do produto final, permitindo
compreender como se interligam os elementos estruturais e funcionais que compõem a proposta. [ CITATION
Ana \l 2070 ] A representação do protótipo, Figura 4, foi o ponto de partida do desenvolvimento do nosso
projeto, sendo que sofreu algumas alterações posteriormente.

O
conceito

Figura 5: Representação do protótipo referente ao andarilho, triciclo e bicicleta, respetivamente.


proposto consiste numa estrutura que inicialmente permite a fixação de 4 rodas (2 rodas atrás e 2 à frente),
que contém 2 “braços” que fazem a ligação com o veio de apoio à criança, e na parte frontal da estrutura é
possível o encaixe de um compartimento que permite o transporte de objetos. A alteração do conceito
andarilho para o conceito triciclo é feita retirando-se o compartimento, que ao ser montando-o à parte pode
ser atrelando ao triciclo, o quadro é rodado e as duas partes que o constituem são juntas de modo a permitir a
fixação de apenas 3 rodas. É ainda colocado um assento, que vem como acessório, assim como os elementos
de ligação do atrelado ao triciclo. Por fim, a última alteração é feita ao juntar-se as duas rodas de trás,
tornando-as numa só.

4.4 Teste de conceito e Análise do modo de Falha (FMEA conceito)

Para auxiliar no processo de seleção e avaliação, foi utilizada a metodologia de análise do tipo de falha,
conhecida como FMEA, que procura detetar e evitar potenciais falhas que possam vir a ocorrer no projeto, no
produto ou no processo, antes da sua produção. Nesta secção apresentamos, através da Tabela 2, o FMEA de
conceito, onde são consideradas as falhas que potencialmente poderão ocorrer com o produto por não
satisfação dos requisitos de cliente. O objetivo desta análise é evitar futuras falhas no produto decorrentes do
projeto conceptual. [ CITATION Ana \l 2070 ]
Posto isto, primeiramente foram identificadas as diferentes funções do produto e de seguida foram
avaliados os tipos de falha que podem ocorrer, os efeitos e as possíveis causas das falhas em questão. Por fim
foram utilizados índices para avaliar os riscos de cada falha e, com base nesta avaliação, foram decididas as
ações necessárias para diminuir estes riscos e aumentar a confiabilidade do produto/processo. Esta análise
permitiu não só identificar a melhor proposta, como também as características a melhorar.

Item/Função Tipo de falha Causa potencial de falha Possíveis efeitos das Termos Ação preventiva
potencial falhas críticos das recomendada
falhas
Conduzir Falta de
Número de apoios Desequilíbrio Falha crítica Rever centro de massa
Andarilho estabilidade
Desenvolvimento de
Não trava Não tem sistema de travagem Acidentes/Ferimentos Falha crítica
Conduzir sistema de travagem
Triciclo Não ter sistema Desenvolvimento de
Não tem sistema de direção Acidentes/Ferimentos Falha crítica
de direção sistema de direção
Falta de Uso de material
Atrito de rodas Acidentes/Ferimentos Falha crítica
Conduzir Estabilidade adequado
Bicicleta Não ter sistemas Desenvolvimento de
Não tem sistema de direção Acidentes/Ferimentos Falha crítica
de direção sistema de direção
Reduzir número de
Montagem/Desmontagem Estrutura mal configurada Falha crítica operações de
Dificuldade em
Configurar reconfiguração
configurar
Estrutura Maior aproveitamento
estrutura
Inutilização do produto Excesso de peças Falha menor das pelas para haver
uso comum
Caixa da zona de
Transporte de Dimensionamento
trás da Desproporcional ao veículo Acidentes/Ferimentos Falha crítica
Brinquedos Adequado
bicicleta/triciclo
Tabela 2: FMEA de conceito.

5 Projeto de produto
5.1 Análise funcional e de componentes

No desenvolvimento do projeto, a realização da análise funcional tem como principal objetivo descrever
de forma estruturada uma “rede” de funções desempenhadas para cada sistema ou componente, onde
existem ligações de entrada (input) e de saída (output). Como o produto a desenvolver combina a função de
três produtos distintos, o mais correto seria realizar um diagrama para cada uma das funções, no entanto,
apenas apresentamos o diagrama funcional para a função triciclo/bicicleta, Figura 5, sendo que os outros
diagramas são realizados pela mesma ordem de ideias.
Como podemos observar, os inputs e outpus considerados são a criança, os brinquedos e a energia,
sendo que se entende por energia durante o input a energia despendida pelo utilizador para iniciar o
movimento do veículo, e energia durante o output a energia de saída (energia cinética).
Posto isto, podemos concluir que a análise funcional e de componentes foi essencial para a compreensão
do processo de utilização dos veículos e das várias interfaces existentes.
Figura 6: Diagrama funcional da função triciclo/bicicleta.
5.2 Arquitetura do
produto e definição dos módulos e interfaces

A arquitetura do produto pode ser definida como a disposição dos elementos funcionais de um produto
os vários blocos físicos que constituem esse mesmo produto, fazendo o mapeamento dos elementos funcionais
e da sua componente física, assim como, a especificação das interfaces entre os componentes físicos e o tipo
de interação com os restantes componentes do dispositivo. Como a arquitetura deste produto em particular é
tanto integral, por ter as funções do produto distribuídas por vários conjuntos de componentes, como
modular, foram identificados módulos que fazem parte do produto e que correspondem aos diferentes
sistemas de funcionamento, e que apresentamos na Figura 7, e apresentada a arquitetura do produto, nas
Figuras 8, 9 e 10, onde podemos observar como estarás dispostos os módulo e a relação entre os mesmos nos
diferentes veículos. [ CITATION Rel \l 2070 ][ CITATION Ana \l 2070 ]

Legenda:

Figura 7: Módulos correspondestes às diferentes configurações.


5.3
Figura 8: Configuração andarilho. Figura 9: Configuração triciclo. Figura 10: Configuração bicicleta.
5.3
5.3
5.3
5.3
5.3
5.3
5.3
Dimensionamento do produto e projeto ergonómico

Uma das preocupações que surgiram nesta etapa do trabalho foi o dimensionamento dos componentes
do produto, ponderando as questões ergonómicas. Começou-se por modelar veículos extremamente simples e
básicos, Figura 4, e com um modelo representativo do ser humano, foi-se ajustando as dimensões do produto
para dimensões standard, tornando o sistema mais produtivo, competitivo e funcional. Tivemos também em
conta uma melhoria do conforto do utilizador, projetando componentes ajustáveis e reguláveis, mantendo os
elementos o mais compactos possível, e uma reação subjetiva dos clientes, permitindo que estes adquiram um
produto personalizável a nível da cor, bem como de outros aspetos. Nas Figuras 11, 12 e 13 apresentamos a o
dimensionamento do produto final.

5.4 Seleção de
materiais e processos
de fabrico

Após a definição dos


Figura 11: Dimensionamento final do andarilho. componentes, foi Figura 12:Figura 13: Dimensionamento
Dimensionamento final da bicicleta.
final do triciclo.
necessário proceder à seleção de materiais e processos de
fabrico. São inúmeros os materiais que podem ser utilizados na fabricação deste tipo de produtos, sendo que
os mais utilizados são o alumínio e o aço no que diz respeito a bicicletas, e o plástico no que diz respeito a
triciclos e a andarilhos. No entanto, é comum a todos estes produtos a especial atenção aquando da escolha do
material, ao peso, à fácil reparação, à resistência mecânica e ao baixo preço. No nosso caso, optámos por
escolher a madeira como principal material, mantendo-o tanto no andarilho, como no triciclo e na bicicleta,
como podemos observar pela Tabela 3, pelo facto de se tratar de um material seguro para as crianças, e com
processos de fabrico relativamente fáceis e simples.
Componente Material Processo de Fabrico
Quadro Madeira Maquinagem, Corte
Rodas de Transporte Madeira Maquinagem, Corte
Pneus Borracha Vulcanização
Travões/Estrutura dos Travões Borracha/Aço Corte, Estampagem
Assento Madeira Maquinagem, Corte
Apoio de mãos Madeira Maquinagem, Corte
Pedaleira Borracha Moldagem por injeção
Corrente Metal Extrusão, Fundição

5.5 Análise e simulação do comportamento do produto em funcionamento


Tabela 3: Definição de materiais e processos de fabrico.
Como estamos perante um produto destinado a três funções diferentes, teremos três comportamentos
distintos relativamente ao produto em funcionamento. Começando por analisar a função andarilho, o seu
movimento ocorre aquando do empurrar da criança, que se encontra em pé, através de 4 rodas. A tampa da
caixa abre e fecha através de uma dobradiça. Relativamente ao triciclo, a criança passa a sentar-se no assento,
apoiando os pés no chão e empurrando-os, produzindo movimento através das três rodas existentes,
acompanhado pelo compartimento atrelado. Por fim, a bicicleta é conduzida pelo movimento que a criança dá
com os pés na pedaleira, que se transmite pela corrente, chegando às rodas, direcionando o veículo através de
um sistema de direção. Como podemos concluir, o comportamento destes três produtos é muito simples,
seguro e estável, três das principais características a que nos comprometemos cumprir.

5.6 Revisão do projeto do produto (FMEA do produto)

O FMEA do produto resulta de um processo de análise de resultados efetuado após a conclusão do


desenvolvimento teórico da proposta e da elaboração dos protótipos semi-funcionais e de aspeto. Posto isto, o
FMEA da Tabelo 4 reflete de forma evidente o processo de refinamento da proposta inicial. O design inicial
sofreu algumas alterações, pelo que a revisão do FMEA revelou consequentes alterações. Foi desenvolvido um
sistema de direção e de travagem, e foi realizado um dimensionamento adequado, pelo que foram retirados do
FMEA tais falhas a esses níveis. Teve-se ainda maior atenção no material utilizado nos diferentes componentes,
pelo que em termos críticos do tipo de falha, o uso de material adequado passou de falha crítica para falha
menor.

Termos
Tipo de falha Possíveis efeitos das Ação preventiva
Item/Função Causa potencial de falha críticos das
potencial falhas recomendada
falhas
Conduzir Falta de
Número de apoios Desequilíbrio Falha crítica Rever centro de massa
Andarilho estabilidade
Conduzir Falta de Uso de material
Atrito de rodas Acidentes/Ferimentos Falha menor
Bicicleta Estabilidade adequado
Reduzir número de
Estrutura mal
Montagem/Desmontagem Falha crítica operações de
Dificuldade em configurada
Configurar reconfiguração
configurar
Estrutura Maior aproveitamento
estrutura
Inutilização do produto Excesso de peças Falha menor das peças para haver
uso comum

Tabela 4: Revisão do FMEA (FMEA do produto).

5.7 Projeto de fabrico e montagem (DFM/DFA)

Todo o conjunto de decisões a nível do projeto de fabrico e de montagem foram tomadas em


conformidade com o material e o processo utilizado, através das práticas de DFM e DFA. Através do Design For
Manufacturing (DFM) o design do produto tem em consideração os materiais e processos de fabrico e o
planeamento de processos, e através do Design For Assembly (DFA) procura-se criar mecanismos que facilitem
a montagem, tendo em conta questões económicas a nível de tempo. [ CITATION Rel \l 2070 ] Relativamente
ao projeto em questão, procurou-se ter atenção às arestas vivas, evitando-as ao máximo, ao número de
operações de montagem/desmontagem, reduzindo-os, e em padronizar ao máximo os elementos de ligação.
Relativamente ao andarilho, a montagem inicia-se pelo compartimento, composto pela caixa, pela
tampa e pelo veio associado, que é montado de forma a que a tampa tenha o movimento de dobradiça. De
seguida entram os veios de suporte ao compartimento em causa que irão apoiar as rodas, sendo colocado na
parte inferior da caixa, na zona destinada ao seu apoio. De forma à criança poder movimentar o andarilho é
necessário montar duas estruturas nas duas laterais da caixa, que irão estar apoiadas nos veios inferiores e
fixadas através de dois pernos. Esta etapa permite posteriormente adicionar o veio de apoio de mãos à criança,
conferindo-lhe estabilidade. A montagem do andarilho termina com a colocação de quatro rodas e de quadro
novos pernos, com o objetivo destas se movimentarem corretamente. Com este produto a criança terá a
oportunidade de transportar os seus brinquedos e de se divertir de forma didática com os acessórios que já
vêm integrados no veículo.
De acordo com o crescimento da criança, esta irá sentir a necessidade de passar para um triciclo,
posteriormente ao uso do andarilho. Posto isto, esta transição inicia-se com a desmontagem das quadro rodas,
do veio de apoio de mãos e da sua estrutura associada, sendo que esta acontece quando se retira os pernos.
Posto isto, é possível de seguida retirar a estrutura do quadro, ficando montada a caixa. A montagem do triciclo
começa pela colocação do quadro, rodado de forma estratégica, como é possível ver nas imagens em Anexo,
no veio que era destinado ao apoio de mãos no andarilho. Sendo o triciclo um veículo direcionado a crianças
com idade superior a 1/2 anos, é necessário o uso de rodas com maior tamanho e geometria mais atrativa,
pelo que duas delas serão montadas no mesmo veio, constituindo a parte traseira do veículo. Dando
continuidade à utilização da caixa, a estrutura que apoiava o veio e o veio de mãos voltam à posição inicial no
andarilho e as rodas voltam a ser encaixadas na zona a que estão destinadas. A parte frontal do veículo, que
vem montada pelo fabricante, e que é constituída por uma roda, um sistema de direção, um guiador e seus
apoios, é montada diretamente no quadro, conferindo estabilidade a toda a estrutura. Por fim, adicionamos o
assento, que será fixo através de um parafuso personalizado.
Quando o triciclo deixa de ser uma estrutura adequada ao crescimento da criança, este pode ser
adaptado a uma bicicleta, depois de desmontado. O seu processo de montagem é similar à do triciclo, no
entanto as duas partes do quadro ficam mais próximas, uma das rodas traseiras é retirada e a outra é colocada
novamente. É ainda adicionado um sistema de transmissão e uma estrutura que permite descer o assento em
altura e apoiar a pedaleira. Em ambos os casos, continua a ser possível que as crianças brinquem e aprendam
didaticamente com o seu veículo.

5.8 Comunicação comercial e renderings

Por último, e não menos importante, foi realizado o render do nosso produto, em diferentes contextos
sociais, de forma a tornar mais clara a perceção daquilo que estamos prontos a vender. Como já foi referido
anteriormente, a venda deste produto destina-se a todos os pais que partilhem do gosto de incutir este tipo de
produtos às crianças, e para eles, em jeito de reflexão, acabamos este relatório com a seguinte questão:
preferiam ter de arrumar um andarilho, um triciclo e uma bicicleta num espaço, ou destinar apenas uma gaveta
aos utensílios necessários à alteração do tipo de veículo?
Figura 14: Representação modelada do andarilho em contexto.

Figura 15: Representação modelada do triciclo em contexto.


6 CONCLUSÕES
6.1 Avaliação de produto (requisitos e especificações – QFD)

Uma das primeiras etapas do processo do desenvolvimento do produto foi realizar o QFD, onde
definimos as prioridades, requisitos e especificações do produto. Nisto, avaliámos como características
prioritárias a estabilidade, a segurança e índice de perigosidade, como características principais da qualidade o
material, diretamente relacionado com a segurança e com o aspeto funcional, o número de apoios e o número
de componentes, e ainda como componentes importantes o quadro, o sistema de proteção em caso de colisão
e as rodas. Concluímos assim que os resultados obtidos cumprem tudo aquilo a que nós propusemos, à
exceção do sistema de proteção em caso de colisão, que não foi possível de ser realizado devido à falta de
tempo, criando um produto multifuncional, estável e seguro.

6.2 Comentários finais

No âmbito do trabalho desenvolvido sob o tema do projeto escolhido pretendeu-se dar resposta a
quatro grandes questões, e foram elas: “O quê?”, “Porquê?”, “Para quem?” e “Como?”. A resposta a estas
questões é frequentemente subjetiva, no entanto, assume uma importância vital no contexto da justificação da
pertinência do projeto. Decorrentes do conhecimento apreendido ao longo do processo evolutivo do trabalho,
as respostas foram dadas, e o processo, na sua globalidade, resultou no desenvolvimento de uma proposta de
um produto multifuncional, capaz de satisfazer as necessidades de mobilidade de uma criança, desde o seu ano
e meio até as 4/5 anos de idade. Para permitir a combinação de três funções num só produto, foram criados
módulos que fossem facilmente montados/desmontados por um adulto.

Destacamos como pontos chave deste trabalho, as ferramentas QFD, como elo de ligação e
quantificação entre o valor oferecido pela engenharia e as necessidades dos clientes, o FMEA, sendo vital para
o melhoramento exponencial do produto, e a tecnologia CAD, que possibilitou uma prototipagem virtual.

Todo o projeto se revelou um grande desafio a nível de capacidades pessoais e tempo, no entanto os
recursos disponibilizados auxiliaram toda a equipa, e consideramos que o objetivo foi cumprido. Esperava-se
um maior desenvolvimento no design e nos sistemas reguláveis, sendo, portanto, o próximo passo para que o
produto satisfaça todas as exigências encontradas. Seria também uma mais valia a construção de um protótipo
funcional à escala real, que pudesse ser testado por vários utilizadores de maneira a receber um feedback para
que possam ser identificadas possíveis melhorias a realizar no produto.

7 Referências

[1] C. Relvas, em Design & Engenharia: da ideia ao produto, Publindústria, Edições técnicas.
[2] A. R. H. Ascenção, “A multifuncionalidade no desenvolvimento de uma bicicleta infantil”.

ANEXOS
A. QFD - Matriz da Qualidade

▲ ◇ ▼ ▲ ▲ ▲ ◇ ◇ ◇ ▼ ▼ ▼ ▲ ◇ ◇ ▲

1 Segurança Ser Estável O 21 9 9 9 3 3 1,0 1,0 2,0 1,5 1,0 10% 25,72

2 Ser Seguro O 20 9 9 9 9 9 9 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 8% 20

3 Travagem O 19 3 9 1 3 1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 7% 19

4 Índice Perigosidade O 18 3 9 9 9 1 9 3 9 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 7% 18 Atrativa A positiva


5 Conformidade O 17 9 9 9 9 9 9 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 7% 17 ◇

6 Robusto Embates/Colisões U 3 3 3 3 3 3 1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1% 3 Unidimensional U igual


7 Durabilidade U 2 9 9 1 2,0 2,0 1,0 2,0 0,5 1% 2 Obrigatória O negativa
8 Ergonomico Ser Confortável O 16 1 3 3 3 1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 6% 16

9 Ser Leve O 15 1 9 3 3 3 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,5 7% 18,37

10 Ter Peças Grandes O 14 3 9 9 9 9 3 1 9 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 5% 14

11 Funcionalidade Permite a mobilidade O 13 9 9 9 9 9 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 5% 13

12 Ser Articulável A 11 3 3 3 3 1 3 2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 6% 15,56

13 Ser Ajustável A 10 3 3 3 3 3 9 1 2,0 2,0 1,0 2,0 1,0 6% 14,14 forte 9 0,5
15 Ser Portátil U 1 3 3 3 3 9 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0% 1 moderada
16 Fácil Montagem A 7 3 3 3 9 1 3 9 9 1 1,0 1,0 1,0 1,5 2,0 5% 12,12

17 Multifuncional A 9 3 3 3 3 3 3 1 2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 5% 12,73 fraca 1,0


18 Versatilidade Adaptável A 8 3 3 3 3 1 3 1 9 3 3 3 3 2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 4% 11,31

19 Modular A 12 3 3 3 3 1 3 9 3 3 2,0 2,0 1,5 2,0 1,0 7% 16,97

20 Apelativo Didático A 6 1 9 3 9 1,0 0,5 1,0 1,0 1,0 2% 6 1,5


21 Fácil Interação A 5 3 3 9 9 9 3 1,0 1,0 1,0 1,0 2,0 3% 7,071

22 Sustentável A 4 9 9 9 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2% 4

2,0

1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 2,0 1,0 1,5 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 2,0 1,0 1,5 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 2,0 1,0 1,5 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
1,0 1,5 1,5 1,0 1,0 2,0 1,0 1,5 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
1,5 1,5 1,5 1,5 2,0 1,0 1,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0

1087,2 815,8 929,503571 1340,9 1795,7 344,6 657,8 700,4 509,055 710,194 955 363,7 288 115,6 151,5807 147,2132

10% 7% 9% 12% 16% 3% 6% 6% 5% 7% 9% 3% 3% 1% 1% 1%


B. QFD – Matriz do Produto

1 0% 0

2 9 9 9 9 9 9 9 1 9 9 3 9 1 3 3 1,0 1,5 1,5 1,5 0,5 13% 70924,46828

3 9 3 9 3 3 3 9 3 9 3 1 3 1 1,0 1,5 1,0 1,0 1,5 12% 62659,75078

4 9 9 3 9 1 3 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 8% 42934,35707

5 3 9 9 1 1 9 9 9 1,0 0,5 1,0 1,0 1,5 8% 40282,8407


avaliação
6 9 3 3 9 1 3 3 3 9 1 1 1,0 1,0 1,0 1,0 1,5 11% 58334,53299
0,5
7 9 3 9 3 3 1 9 1 1 1 1 1,0 1,0 1,0 0,5 4% 23008,02523

8 9 3 3 3 1 3 3 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 3% 14397,29884


1,0
9 9 9 3 3 3 9 1 1,5 1,0 1,0 1,5 2,0 11% 58721,79208

10 9 9 3 3 3 3 3 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 13% 66415,22983


1,5
11 3 9 9 9 9 9 3 3 3 3 0,5 1,5 0,5 1,0 0,5 7% 38488,14535 forte
12 9 9 1 3 3 9 3 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 10% 51951,26549
2,0
13 0% 0 moderada
14 0% 0

15 0% 0 fraca
16 0% 0
Elementos complementares

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