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Gerenciamento

de Projetos
Professora: Gizele Corrêa
Edição: 2013

1
Apresentação
Muitas pessoas hoje se perguntam sobre
o real valor e aplicabilidade desse tal geren-
ciamento de projetos. Muitos estudantes se
perguntam se vale a pena dedicar-se aos estu-
dos de gerenciamento de projetos, quem sabe
fazer carreira nesta área. Se você já ouviu falar
sobre isso, já deve também ter se perguntado
a mesma coisa: até onde vale a pena investir
tempo e dinheiro para garantir um bom geren-
ciamento de projetos?
Essa mesma pergunta já foi feita e repeti-
da muitas vezes por várias pessoas envolvi-
das em empreendimentos das mais diferentes
complexidades. Da preparação de um novo
layout de fábrica ao lançamento de um novo
modelo de carro, da implantação de um novo
software a uma viagem de férias. Mas por que
essa febre avassaladora chamada gerência
de projetos está sendo ouvida e pregada em
toda parte nos dias de hoje?
As estatísticas demostram que:
• Mais de 30% dos projetos são cancela-
dos antes de serem completados;
• Mais de 70% dos projetos falham na en-
trega das funcionalidades esperadas; mos do resgate dos mineiros no Chile (em 69
dias tudo foi planejado e executado perfeita-
• A média de falhas de projetos estoura mente), ou a invasão da favela no Rio de Ja-
em mais de 189% do orçamento e extrapola neiro, ou o programa Apollo...
em 222% do cronograma previsto.
Conseguir terminar o que se previu, den-
Mas com tantos dados negativos, por que tro dos prazos esperados, com o custo com-
deveríamos, então, estudar gerenciamento de binado e da forma como se imaginou ainda é
projetos? um desafio para muitas empresas. E este é um
dos motivos pelos quais as empresas buscam
Porque muitos projetos falham justamente
bons gerentes e tantas pessoas buscam espe-
por não serem realmente gerenciados.
cialização nesta área.
Embora nenhum projeto seja absoluta-
Vamos então entender o que é um projeto,
mente perfeito, alguns deles conseguem che-
como se gerencia e conhecer um pouco mais
gar ao final com uma quantidade mínima de
sobre o assunto?
problemas e, apesar das dificuldades, muitos
projetos terminam com sucesso. É só lembrar- Bons estudos!

2
Ementa
Apresentação de gerência de projetos;
metodologia de gerência de projetos
- ciclo da vida da gestão de projetos;
análise de riscos e medidas gerenciais
derivadas; gerência de requisitos;
técnicas para planejamento de projetos
objetivos e abrangência - organização
do trabalho - cronograma, PERT,
recursos e custos; uso de ferramentas
de planejamento e acompanhamento de
projetos; software de gerenciamento de
projetos; prática de gerência - motivação

Plano de e tratamento de conflitos em equipes de


projetos.

Estudos
Objetivos Específicos
Objetivo Geral • Conhecer o conceito de projetos e seu
Conhecer os ambiente organizacional;
processos de gerência • Identificar o papel do gerente de
de projetos e as projetos e os envolvidos;
áreas administrativas • Identificar a metodologia de
envolvidas gerenciamento de projetos;
• Identificar as áreas administrativas
envolvidas no gerenciamento de projetos;
• Conhecer os processos de
gerenciamento de projetos com base no
PMBOK;
• Conhecer em mais detalhes dos
processos de gerenciamento de riscos,
Carga horária: 80 horas gerenciamento de custos, gerenciamento
da qualidade, gerenciamento das
comunicações, gerenciamento de
contratos e aquisições.

3
“Nenhum empreendimento pode ser con-
siderado tão pequeno que não se benefi-
cie do gerenciamento de projetos.”
Sunny Baker

Unidade 1
Noções Objetivos
O
Básicas de Di
• Discernir sobre o universo do
gerenciamento de projetos;
• Conceituar projetos;
Gerenciamento • Identificar o ambiente do projeto;
• Pontuar a relevância da estrutura
organizacional em que projeto está
de Projetos inserido;
• Identificar os tipos de estruturas
organizacionais;
• Contextualizar a importância da cultura
organizacional como diferencial para o
sucesso do projeto.

N esta 1ª unidade, a
introdutória, você aprenderá
o que são os projetos e estudará
alguns conceitos básicos de Conteúdos
gerenciamento de projetos, o
ambiente do projeto, as estruturas • Noções Básicas de Gerenciamento de
organizacionais voltadas ao Projetos;
projeto, as partes interessadas e o • Gerenciamento de Projetos;
que é sucesso em projetos. • Ciclo de Vida de Projetos;
Bons estudos! • Partes Interessadas;
• O Gerente de Projetos;
• Sucesso em Projetos.

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1 Terminologias
e Aplicações
S egundo a norma “NBR ISO 21500:2012 Ori-
entações sobre Gerenciamento de Projeto”,
“projeto é um conjunto único de processos que
PMBoK é o guia de referência
em gerenciamento de projetos.
consiste em atividades coordenadas e con- Veremos mais sobre ele a seguir.
troladas com datas de início e fim, empreendi-
das para atingir os objetivos do projeto. O al-
tregas fornecidas (produtos e subprodutos),
cance dos objetivos do projeto requer provisão
nas influências das partes interessadas, nos
de entregas, conforme requisitos específicos”.
recursos utilizados, nas restrições, na manei-
Segundo o PMBOK, “projeto é um esforço ra como os processos são adaptados para
temporário, empreendido para criar um produ- criar o produto ou as entregas.
to, serviço ou resultado exclusivo”.
Esta singularidade pode gerar muitas in-
Temporário não quer dizer que terá uma certezas quanto aos produtos, serviços ou re-
curta duração. Por temporário, entende-se sultados. Algumas tarefas podem ser novas,
que o mesmo precisa ter um início e um térmi- gerando mais dificuldade para o planejamento.
no definidos (é finito). O término é alcançado
O projeto também tem que ter objetivos
quando os objetivos do projeto foram atingi-
definidos e é realizado por pessoas (podendo
dos, mas também pode ser quando se conclui
ser uma única pessoa, algumas pessoas ou
que os objetivos não poderão ser alcançados
até várias unidades organizacionais).
ou quando o projeto mostrar-se desnecessário.
Não significa que o resultado deste projeto O projeto é caracterizado por atividades
será temporário também. O resultado dos pro- encadeadas logicamente de modo a permitir
jetos pode ser curto ou duradouro. que, durante a execução, o acompanhamen-
to e o controle sejam precisos.
Por resultado exclusivo entende-se que
o projeto gera um produto, serviço ou resul- Ao se iniciar um projeto, é de fundamen-
tado único. Alguns elementos repetitivos po- tal importância que se saiba onde se quer
dem estar presentes em algumas entregas chegar. Se não for bem definido, qualquer
dos projetos. Porém esta repetição não muda caminho parecerá poder atendê-lo e a pos-
a característica de singularidade do projeto. As sibilidade de fracasso torna-se muito mais
diferenças nos projetos podem ocorrer nas en- elevada.

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Os projetos atingem todos os níveis da
organização. Podem ser aplicados a todas
as áreas do conhecimento humano e muitas
vezes precisa ser subdividido em partes, de
fácil gerenciamento e controle, chamadas
subprojetos.

Como exemplo de projetos pode-se citar:


• Desenvolvimento de um novo produto
ou serviço;
• Instalação de uma nova planta industrial;
• Reestruturação de um setor da empresa;
• Construção de um edifício;
• Realização de uma viagem;
• Uma festa.
Outros exemplos de projeto são a
realização da Copa do Mundo e as Ol-
impíadas, entre outros.
Em todos estes exemplos existem
um ou mais “entregáveis” (deliverables),
que são únicos. Também todos são fini-
tos e tem recursos envolvidos. Alguns
destes envolvem subprojetos auxiliares.

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Gerenciamento
de Projetos
Segundo a norma NBR ISO Escopo
21500:2012, “gerenciamento de pro- Comunicação Riscos
jetos é a aplicação de métodos, fer-
ramentas, técnicas e competências
para um projeto.” Ele inclui a inte- Recursos
gração de várias fases do ciclo de Tempo
Humanos
vida do projeto.
Gerenciamento de projetos Projeto
é a aplicação do método, ferra-
mentas, competências e técnicas Partes
de projetar atividades, no intuito Aquisições interessadas
de atender aos requisitos do pro-
jeto. É uma ciência que segue um
processo sistemático.
Custos Integração
Gerenciar projetos é um desafio.
Qualidade
Projeto é algo que nos tira da zona de con-
forto. Se o projeto é fácil, você não será o ger-
ente deste projeto. Não existe projeto fácil. Im-
aginem a cena: você é chamado para
construir uma casa por R$ 1 bilhão, e
terá 20 anos para construir esta casa. Áreas de Conhecimento
Isso é fácil de fazer. Agora pensemos
nesta mesma casa, sendo construída da Gerência de Projetos
em 6 meses, com um limite de R$
80mil. Isso sim é um desafio.
Os 47 processos, distribuídos nas 10 áre-
Gerenciar projetos é atingir metas. Quando as (integração, escopo, tempo, custos, riscos,
você as atinge, novas metas são definidas e o qualidade, comunicação, recursos humanos,
trabalho recomeça. Um novo projeto se inicia e aquisições e partes interessadas) e 5 grupos
o anterior passa a impressão de ser fácil se pre- (iniciação, planejamento, execução, monitora-
cisar repetir. mento e controle, encerramento), serão vistos
Para gerenciar projetos utilizamos os 47 ao longo deste material. Constam, nos anexos,
processos de forma integrada, abrangendo um mapeamento dos grupos de processos e o
os 5 grupos. fluxograma dos processos.

Apesar de muitas pessoas acharem que


gerenciamento de projetos só é aplicável em
grandes empresas, isso é um erro. É possível
aplicar gerenciamento de projetos em qualquer
projeto. Podemos, sim, eliminar alguns proces-
sos, simplificar as áreas, juntar alguns itens e
gerenciar o projeto de forma adequada ao tipo
e tamanho de projeto, aplicando apenas o que
for justificável. Fácil, prático e direto! Podemos
aplicar gerenciamento de projetos no campo
profissional e até em projetos pessoais.

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Partes
Interessadas

Governança de projetos
&RQVHOKRRXFRPLWr
H[HFXWLYRGRSURMHWR

2UJmRV 3DWURFLQDGRU 3DUFHLURV


UHJXODWyULRV GRSURMHWR GHQHJyFLRV

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Organização do projeto

Segundo o PMBOK, “as partes interes- Dentre as partes interessadas, a principal


sadas no projeto são pessoas e organizações é o patrocinador (sponsor). O patrocinador é
ativamente envolvidas no projeto ou cujo inter- a pessoa que dá cobertura política e fornece
esse pode ser afetado como resultado da ex- apoio ao projeto junto à alta gerência. É a pes-
ecução ou término do projeto”. Seus interesses soa que libera a verba do projeto e que auxilia
podem sofrer impactos positivos ou negativos a fixação da autoridade do gerente de projeto.
com o projeto. Também podem ser pessoas e É quem delega poderes ao gerente de projeto,
organizações que exercem influencia positiva mas principalmente é quem defende o projeto
ou negativa no projeto. visando sua viabilização. É o “padrinho” do
projeto.
A equipe de gerência de projetos deve
identificar estas partes, determinar suas ne- Outras partes interessadas podem ser:
cessidades e expectativas e, na medida do o cliente, o gerente de projeto, a equipe de
possível, gerenciar sua influência em relação projeto, os usuários finais, os fornecedores, o
aos requisitos para garantir um projeto bem escritório de projetos, os gerentes funcionais
sucedido. e, em alguns casos, a sociedade em geral.

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A Tripla
Restrição
O termo “tripla restrição” refere-se Ou seja, se um cliente solicitar uma
às demandas de escopo, tempo e redução no prazo, provavelmente ha-
custo. O PMI define a tripla restrição verá uma alteração no custo e/ou no
como: “Uma estrutura para avaliar escopo. Se for necessário manter
demandas que competem entre o escopo e o custo inalterados,
si”. A forma pela qual essas com certeza é a qualidade que
três demandas são equili- será afetada pela redução do
bradas afeta diretamente a prazo, pois poderá ser ne-
qualidade. Se um desses cessário deixar de realizar
fatores é afetado, pelo testes e inspeções para
menos um dos ou- entregar em tempo re-
tros fatores também duzido.
será afetado.

Com certeza também é necessário gerenciar riscos, qualidade, recursos, etc., nos projetos.
No entanto, essas restrições adicionais acabam afetando o escopo, o tempo e o custo, voltando
à tripla restrição.

A restrição tripla é um bom modo de mostrar as escolhas que devem


ser feitas entre prioridades que competem entre si. Qual destes três
fatores é o mais importante em um projeto? Depende do projeto!
Em cada projeto deve ser determinado qual o fator mais importante
e qual pode ser “sacrificado” caso necessário. O que tem que ficar
bem claro é que, alterando um dos fatores, pelo menos um dos
outros será afetado.

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2 Estruturas
Organizacionais
O estilo, a cultura e a estrutura
das organizações podem
ser tanto uma alavanca quanto
um empecilho para a execução
do projeto. O grau de maturação
da organização em relação
ao gerenciamento de projetos
também influencia a execução do
projeto.

A estrutura organizacional
influencia diretamente a execução
dos projetos porque pode afetar a
disponibilidade dos recursos e a
condução dos projetos. Mesmo
quando o projeto é externo
(executado em parcerias ou sob
o comando de várias empresas),
ainda será influenciado pela
organização ou organizações
que o estabeleceu.

As estruturas organizacionais
são definidas em termos do
nível de autoridade do gerente
de projetos. Podem ser do
tipo funcional, matricial (fraca,
balanceada e forte) e projetizada.
Isso determinará quem o gerente
de projetos deve procurar para
obter ajuda com os recursos,
indica como a comunicação
deve ser administrada, além de
outros itens de gerenciamento de
projetos.

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Estrutura
Funcional
É a estrutura mais comum, onde a em-
presa é dividida em departamentos funcionais
(manutenção, rede, recursos humanos, vendas,
marketing, PDC, etc.) e cada setor responde ao
seu gerente imediato (a partir de agora chama-
do de gerente funcional). Todos têm suas tare-
fas diárias bem definidas e sabem a quem de-
vem obedecer, bem como a quem se reportar
(no caso, o gerente funcional).
São estruturas conhecidas também como
hierárquicas, pois apresentam um organograma
bem definido em termos de departamentos/fun-
ções organizacionais. Os funcionários são super-
especializados e possuem funções bem definidas.
Para o gerenciamento de projetos as or-
ganizações funcionais são as piores, uma vez Muitas vezes a posição de gerente de
que nelas o gerente de projetos tem pouca ou projeto nem sequer existe formalmente numa
nenhuma autoridade formal. Estrutura Funcional, o que faz com que a mes-
ma seja pouco valorizada e muitas vezes sua
Geralmente, os projetos são realizados autoridade seja próxima de nula. Na estrutura
dentro do departamento e se há alguma ne- funcional manda o gerente funcional (gerente
cessidade de interação com outro setor da do setor). O projeto, e consequentemente seu
empresa, há uma conversa entre os coordena- gerente, perde para as atividades do dia-a-dia
dores/gerentes das duas áreas previamente, e as tarefas que são delegadas com alto nível
tendo a hierarquia respeitada. de prioridade pelo gerente funcional.

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Estrutura
Matricial
Existem três tipos de Estruturas Matriciais, mostrando o nível de maturidade em projetos e
as necessidades das empresas que as adotam. As organizações com estrutura matricial tentam
unir o melhor dos dois mundos das estruturas funcionais e projetizadas.
As organizações matriciais podem ser fraca, moderada/balanceada ou forte.

As estruturas matriciais fracas


apresentam características semelhantes
às estruturas funcionais.

O meio termo, onde há o verdadeiro equilíbrio


de autoridade entre o gerente funcional e o
gerente de projetos é a organização matricial
moderada (ou balanceada).

As estruturas matriciais fortes


apresentam características mais
parecidas com as estruturas por projeto.

Este tipo de organização


apresenta duas grandes
vantagens: a equipe do projeto
tem sempre para onde retornar
quando os projetos acabam
e a utilização dos recursos é
otimizada.

Em contrapartida, surge um
grande problema: a comunicação
torna-se mais complexa, pois
a equipe do projeto passa a
responder tanto ao gerente
funcional quanto ao gerente de
projetos.

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Estrutura Matricial Fraca

A estrutura matricial fraca traz a figura do O problema é que o gerente de


gerente de projetos estabelecida formalmente projetos, apesar de formalmente
dentro da hierarquia da empresa. Os times de estabelecido, não tem o mesmo poder
projetos são diversificados (multissetoriais), o
que permite que a empresa trabalhe com pro-
decisório de um gerente funcional. O
jetos mais complexos. Esta estrutura mostra dilema rotina x projeto ainda existe,
uma empresa que percebe a importância dos assim como na estrutura funcional,
projetos, mas que ainda não decidiu/precisou uma vez que o time de projetos ainda
rever sua posição quanto aos projetos e/ou se reporta diretamente aos seus
desenvolver projetos de grande porte. gerentes funcionais.
Nessa estrutura, o gerente de projetos tem
um pouco mais de visibilidade e sua posição é É mais comum em projetos pequenos
definida formalmente, bem como a quantidade e médios. O gerente e a equipe de projetos
de tempo em que ele ficará alocado naquele trabalham parcialmente no projeto, mantendo
projeto. A existência de times multifuncionais ainda suas funções tradicionais. E o gerente
cria uma diversidade de pensamento criativo e de projetos ainda tem baixo poder decisório,
um expertise que é fundamental para o plane- apesar de ser maior do que na estrutura
jamento eficaz de projetos mais complexos. funcional.

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Matriz Moderada ou Balanceada

A estrutura matricial moderada dá um


pouco mais de poder ao gerente de projeto
e é o meio termo entre a estrutura funcional Porém o atrito entre o gerente
e a estrutura por projetos, apresentada mais de projetos e os gerentes
a frente. Uma estrutura matricial moderada funcionais tende a ser maior
indica uma maior maturidade em projetos. As nessa estrutura, em decorrência
empresas que adotam a estrutura matricial
moderada tem uma cultura de projetos bem da maior autoridade do gerente
desenvolvida e reconhecem no gerenciamen- de projetos.
to de projetos uma ferramenta que agrega va-
lor à organização.

Se não bem definida inicialmente, a co-


municação pode se tornar caótica, com os re-
cursos do time de projetos se reportando aos
A autoridade do gerente gerentes funcionais em vez do gerente de pro-
de projetos é bem definida jetos.
e a aquisição de recursos, O time de projetos deve ter um foco bem
comunicação e definição definido e boa capacidade de gestão de tem-
po, ou problemas com as entregas do proje-
de prioridades ocorre de to podem acontecer, devido à ainda existente
forma mais fácil do que nas pressão para se dar conta também das tarefas
estruturas matriciais fracas. do dia-a-dia.
São normalmente utilizadas em projetos
médios a complexos. O gerente de projetos
está alocado no projeto em tempo integral, as-
sim como a equipe de projetos. O gerente de
projetos tem poder decisório.

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Estrutura Matricial Forte

Este modelo, utilizado em organizações entes de projetos em tempo integral, normal-


de alto nível de maturidade em projetos (mas mente na forma de um PMO.
que ainda tem necessidade de execução de
algumas rotinas diárias), é ideal para projetos Conseguir recursos para os projetos pas-
de alto nível de complexidade, uma vez que sa a ser uma tarefa para os gerentes, uma vez
permite que o gerente de projetos tenha uma que a quantidade de projetos é grande e a
parte do time de projetos alocada em tempo disponibilidade de recursos normalmente limi-
integral para sua execução. tada aos funcionários da empresa. Networking
passa a ser uma necessidade, para se influ-
Neste nível, a organização percebe que enciar os processos decisórios e conseguir
projetos são fundamentais para seus objetivos os recursos necessários para a execução do
estratégicos e passa a oferecer apoio aos ger- projeto.

É utilizado em projetos grandes e complexos. O gerente de


projetos e a equipe de projetos são alocados em tempo integral.
O gerente de projetos tem grande poder decisório e tem grande
apoio administrativo da organização.
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Estrutura por Projetos
(ou Projetizada)
A Estrutura Projetizada foca nos projetos São estruturas conhecidas como home-
(ao contrário da estrutura funcional, que se less, pois a equipe do projeto, após o término
preocupa mais com as atividades do dia-a- do projeto, não terá mais o que fazer, a menos
dia). Organizações que empregam a Estrutura que tenha outro projeto para ser alocada. Ou
Projetizada lidam quase que exclusivamente seja, terminado o projeto, termina também o
com a elaboração, gerenciamento e execução contrato da equipe.
de projetos. Algumas vezes, não possuem um
quadro extenso de recursos como nas outras O gerente de projetos tem o controle
estruturas e contratam de acordo com a ne- do projeto, sua autoridade é bem definida
cessidade do projeto. e ele recebe o suporte da própria estrutura
organizacional. Há uma grande chance
Na estrutura por projetos o gerente de pro- de existir um PMO (escritório de projetos,
jetos tem toda autoridade. As organizações que que veremos nas próximas unidades). Em
utilizam essa estrutura vivem em torno de seus alguns casos, existe um pool de recursos
projetos. Todos os recursos organizacionais, humanos, uma lista de pessoas que podem
sejam humanos, financeiros ou equipamentos, ser alocadas em projetos e que ficam a
estão disponíveis para dar suporte aos projetos. disposição da organização.

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Porém a estrutura projetizada tem seus Em organizações que decidem por con-
problemas. A seleção de recursos pode ser tratar os recursos, o problema aparece quan-
complicada quando todos os gerentes pre- do o projeto chega perto do encerramento e
cisam de um determinado recurso, mas este os recursos percebem que seu emprego está
é escasso. Pode ser um técnico qualificado, ameaçado, pois não há a certeza de uma re-
uma determinada ferramenta ou a priorida- alocação para um novo projeto, nem a como-
de num financiamento. Isso pode ser mini- didade de um retorno para a rotina da organi-
mizado com a existência de um PMO, se o zação. Ambas as situações criam certo nível
mesmo determinar as prioridades dos pro- de insegurança nos mesmos.
jetos dentro dos objetivos da organização.
Uma vez que o projeto termine, os recursos O gerente de projetos e a equipe de proje-
ficam num limbo operacional, sem ter uma tos são alocados em tempo integral. O gerente
função até que sejam designados para um de projetos tem poder decisório (de 90 a 100%) e
novo projeto. tem grande apoio administrativo da organização,
além de um pool de recursos à sua disposição.

Não existe uma estrutura que seja perfeita para todas as


organizações, nem a melhor estrutura para desenvolvimento de
todos os projetos. Existe, sim, a necessidade da organização, a
complexidade do projeto e seu nível de maturidade. Nada impede
que uma empresa baseada na estrutura funcional crie uma equipe,
em estrutura matricial forte, para o desenvolvimento de um projeto
que de outra forma não seria possível de se gerenciar. Ou que
uma organização projetizada tenha alguns núcleos funcionais para
projetos internos.

Estrutura da
organização
Matricial
Funcional Por projeto
Características
do projeto
Fraca Balanceada Forte

Autoridade do Pouca ou Baixa a Moderada Alta a


Limitada moderada quase total
gerente de projetos nenhuma a alta

Disponibilidade Pouca ou Baixa a Moderada Alta a


Limitada a alta quase total
de recursos nenhuma moderada

Quem controla o Gerente Gerente Gerente de Gerente de


Misto projetos projetos
orçamento do projeto funcional funcional

Função do gerente Tempo integral


Tempo parcial Tempo parcial Tempo integral Tempo integral
de projetos

Equipe administrativa
do gerenciamento Tempo parcial Tempo parcial Tempo integral Tempo integral Tempo integral
de projetos

Influências da estrutura organizacional nos projetos

17
3 O Gerente
de Projetos
O gerente de projetos é o res-
ponsável por gerenciar os
projetos, o que implica planejá-
-los e controlá-los. Além disso,
deve: incentivar, motivar e alocar
eficientemente a equipe de exe-
cução; prestar contas às partes
interessadas sobre o andamento
do projeto, quanto a problemas e
soluções, através de relatórios e
reuniões.
O gerente de projetos tem
que servir de exemplo para os
demais. Deve ser líder, organi-
zado, ético. Deve saber motivar,
mas também saber cobrar. Não
precisa, necessariamente, saber O gerente de projetos aloca recursos, ajusta as prio-
tudo sobre a área do projeto, mas ridades, coordena interações com clientes e usuários e
precisa saber tudo de gerencia- geralmente mantém a equipe do projeto concentrada na
mento de projetos, e ter uma boa meta certa. O gerente de projeto também estabelece um
equipe com conhecimentos espe- conjunto de práticas que garantem a integridade e a qua-
cíficos na área do projeto. lidade dos artefatos do projeto.

Cada projeto terá um, e


apenas um, gerente de
projetos. Para grandes
projetos, o gerente de
projetos pode dividir em
subprojetos, e para cada
subprojeto um subgerente
de projetos, que estará
subordinado a ele.

18
4 Sucesso
em Projetos

Quando se fala em sucesso


em projetos, muita gente
P orém sob a ótica de gerenciamento de
projetos, nada disso descreve um projeto
bem sucedido. Um projeto bem sucedido é
imagina que signifique aquele que é realizado exatamente conforme
o planejado, nem mais, nem menos. O fato de
terminar o projeto bem antes um determinado projeto superar seu plano, ou
do prazo, com custos abaixo seja, consumir menos recursos que o previsto
do orçamento, consumiu ou terminar mais rápido, sob o olhar de ger-
enciamento de projetos, demonstra uma falha,
menos recursos do que o já que houve erro no planejamento do mesmo
previsto, acrescentou-se mais (e não uma economia, como algumas empre-
sas avaliam). Essa falha fez com que os recur-
produtos do que o solicitado sos fossem superestimados ou folga fossem
pelo cliente... acrescidas nas atividades.

19
Assim, o sucesso, em geren-
ciamento de projetos, é definido
através dos resultados obtidos em
relação ao prazo, custo, qualidade
e escopo desejados, sem esque-
cer os demais parâmetros. Segun-
do Ricardo Viana Vargas, para se
considerar um projeto bem sucedi-
do devemos avaliar:

• Se o projeto foi concluído dentro do prazo;

• Se foi concluído dentro do orçamento;

• Se utilizou os recursos de forma eficiente, sem desperdícios;

• Se atingiu a qualidade e a performance desejadas;

• Se foi concluído com o mínimo de modificações no escopo;

• Se foi aceito sem restrições pelo contratante ou cliente;

• Se foi concebido sem que ocorressem interrupções ou


interferências nas atividades normais da organização;

• Se não agrediu a cultura da organização.

Logo, se no fim de um projeto o ger- Para que seja possível chegar ao sucesso
ente de projetos identificar que o projeto nos projetos é importante selecionar corretamente
durante a execução do projeto acrescen- a equipe, mantendo-a motivada e comprometida,
tou-se alguns subprodutos não solicitados além de estabelecer es-timativas de custos, tempo
pelo cliente, mesmo que o cliente expresse e qualidade de forma realista, sem folgas de se-
satisfação com o projeto final, o mesmo gurança, sem ser otimista ou pessimista demais.
fracassou. Trabalho supérfluo (“gold plat- Também é importante manter as modificações sob
ing”) em um projeto desperdiça tempo e controle, avaliando sempre seu impacto sobre o
provavelmente custos. Ele contribui para projeto, além de manter a comunicação de forma
o fracasso do projeto. coerente, sem falta ou excesso de informações.

20
5 Projetos
Problemáticos

Todo projeto é um
desafio. Porém S ão aqueles projetos em que a variação entre
o que se esperava e o que aconteceu exce-
deu os limites de tolerância que se podia acei-
há projetos que tar, fazendo com que ele entre em uma rota que
inevitavelmente pode levá-lo ao fracasso. É algo
extrapolam o limite do muito crítico, muito além do desafio normal dos
desafio e tornam-se projetos, e deverá ter um tratamento diferencia-
do, sob pena de fracasso total do mesmo.
problemáticos.

21
Segundo Ricardo Viana Vargas, existem
alguns indicadores que mostram que um pro-
jeto é problemático:

• O projeto tem um índice de insatisfação do patrocina-


dor, gerência executiva ou o cliente muito altos;
• O cliente diminui sua participação, seu envolvimento
no projeto, afastando-se dele;
• O cliente não está preparado para assumir suas res-
ponsabilidades, não quer tomar decisões em relação ao
projeto;
• Os recursos são ou passam a ser escassos: material
com qualidade e/ou quantidade inferior ao necessário
para o projeto;
• A equipe do projeto demonstra inexperiência e falta
de habilidade com o projeto;
• Há um aumento significativo no turn over, as pessoas
da equipe desistem de fazer parte da equipe e saem,
havendo alta rotatividade;
• Mudanças significativas constantes no escopo do projeto;
• Falta de acordo entre as partes interessadas quanto ao entendimento do que faz ou não parte
do escopo;
• Aumento significativo na probabilidade ou no impacto dos riscos;
• Fracasso na implementação dos planos de contingência dos riscos;
• Atraso do projeto ou estouro no orçamento evidentes;
• Progresso insatisfatório dentro das restrições, ou seja, a evolução do projeto torna o produto
incompatível comercialmente (apartamen-
tos com custo muito acima do mercado,
ou com poucos recursos se comparados
com outros do mesmo preço);
• Aumento da informalidade das docu-
mentações e/ou diminuição na frequência
e confiabilidade na atualização das infor-
mações relacionadas ao projeto, evitando
deixar “provas” do fracasso, ou na tenta-
tiva de recuperá-lo sem deixar registros
dos problemas.

Projetos problemáticos
dependem de um bom gerente
de projetos, de experiência em
gerenciamento de projetos e
de uma equipe dedicada, a fim
de resolvê-lo mais facilmente.

22
Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos a defini-
ção de projeto segundo o PMBOK, o significado de
gerenciamento de projeto; o ciclo de vida do projeto
e sua subdivisão em fases, quais sejam: concepção,
planejamento, execução e conclusão; quem são os
stakeholders ou partes interessadas no projeto.
Sobre as estruturas organizacionais, estudamos
o que significam e sua subdivisão em: funcional,
matricial, matricial fraca, moderada ou balanceada
e matricial forte. De cada uma das subdivisões, es-
tudamos as características e como funcionam.
Concluímos verificando qual o foco da Estrutu-
ra Projetizada; as qualidades fundamentais de um
gerente de projetos e enfatizando a importância do
planejamento para o sucesso do projeto.

23
“O tempo não espera por ninguém, e em
nenhum outro lugar isso é tão real quanto
no gerenciamento de projetos”.
Jim MacTntyre

Unidade 2
PMI,
Certificação
Objetivos
Ob
PMP/CAPM, • Conscientizar-se da importância do PMI;
• Conhecer as certificações existentes;
PMBOK, PMO • Tomar conhecimento do guia PMBOK,
para a área de gerenciamento de projetos;

e Softwares • Conhecer o que são os escritórios de


Projeto;
• Saber mais sobre os softwares de
Gerenciamento de Projetos.

N esta 2ª unidade, você estudará


as diretrizes internacionais que
regem a metodologia de gerência
Conteúdos
• PMI e sua história;
de projetos e conhecerá as • Certificações do PMI;
certificações existentes. • Guia PMBOK;
Bons estudos! • PMO;
• A Tripla Restrição;
• Softwares.

24
1 O PMI
(Project Management Institute)

Principal associação que integra mais de 350.000 associados e


mais de 450.000 certificados em cerca de 190
mundial sem fins lucrativos países (dados de jul/2011 – fonte PMI). São
que associa profissionais profissionais que praticam e estudam geren-
ciamento de projeto nas mais diversas áreas
de gestão de projetos, o como aeroespacial, automobilística, admi-
Project Management Institute nistração, construção, engenharia, serviços
(PMI) foi fundado por cinco financeiros, tecnologia da informação, farma-
cêutica, telecomunicações, entre outras.
voluntários, em 1969, na
O escritório central localiza-se em Newto-
Filadélfia, voluntários wn Square, na periferia da cidade da Filadél-
estes que entendiam o fia, em Pensilvânia (Estados Unidos). Seus
principias objetivos são:
valor do networking, do
compartilhamento das • Formular padrões profissionais de gestão de
projetos;
informações dos processos e
• Gerar conhecimento por intermédio da in-
da discussão dos problemas vestigação;
comuns de projetos.
• Promover a gestão de projetos como profis-
são através de seus programas de certifica-
N o início de 2011 já era considerada a maior
associação do gênero no mundo, uma vez ção.
A meta principal do PMI é avan-
çar na prática, na ciência e na pro-
fissão de gerenciamento de projetos
em todo o mundo, de uma maneira
consciente e proativa, para que as
organizações em todos os lugares
apoiem, valorizem e utilizem o ge-
renciamento de projetos – e então
atribuam seus sucessos a ele.

25
2 As Certificações

Existem cinco categorias de


certificação pelo PMI, que
são as mais confiáveis e mais
consideradas pelo mercado
de trabalho: PMP, CAPM,
PgMP, PMI-SP e PMI-RMP.

PMP Em linhas gerais o candidato precisa


comprovar experiência em projetos equiva-
lente a um mínimo de 4.500 ou 7.500 horas
A credencial Project Management
Professional (PMP) foi criada em 1984
e consiste na certificação da qualidade
dependendo se é ou não formado em nível
superior, além de 35 horas de educação re-
cebida especificamente na área de gerencia-
profissional individual promovida pelo PMI
mento de projetos. É necessário pagar a taxa
e reconhecida em todo o mundo, tanto no
de inscrição e realizar o exame.
que diz respeito ao conhecimento quanto à
experiência necessária ao bom desempenho O exame para PMP consiste de uma
da missão de gerenciar projetos. O processo prova de múltipla escolha com 200 questões
de certificação PMP consiste em uma pré- -com 4 opções de resposta cada. O candida-
qualificação do candidato seguido de uma to tem um máximo de 4 horas para completar
prova de múltipla escolha sobre as áreas de o teste. O percentual mínimo de acerto das
conhecimentos em gerenciamento de projetos questões da prova para garantir a qualificação
segundo o PMBOK. do profissional deve ser de 60,5%.

26
CAPM PMI-SP e PMI-RMP

A certificação CAPM foi criada com o objetivo de


viabilizar a certificação de membros de equipe
e gerentes de projeto e até de estudantes (com
E m decorrência dos projetos terem se
mostrado maiores, mais complexos
e mais diversos globalmente, o mercado
pelo menos 2º grau completo) que estão iniciando sugere que risco e cronograma sejam
nas carreiras de gerenciamento de projetos. tratados como aspectos chave de um
Esta certificação tem como objetivo beneficiar projeto. Assim, o PMI criou, em 2008,
profissionais de todas as áreas, pois demonstra o as certificações PMI-SP e PMI-RMP.
interesse do profissional no ganho de conhecimentos A certificação PMI-SP (PMI Sche-
em processos e terminologias de gerenciamento de duling Professional) foi criada com o
projeto. objetivo de validar a experiência e co-
nhecimento inerente à programação e
PgPM elaboração de cronogramas de proje-
to.
A certificação PMI-RMP comprova
A certificação PgMP foi lançada em 2007 e é voltada
para gerentes de programa, que na definição do
PMI é “um grupo de projetos relacionados gerenciados
a capacitação em termos de habilida-
des e conhecimentos dos profissionais
de modo coordenado para a obtenção de benefícios credenciados para atuarem em proje-
e controle que não estariam disponíveis se eles tos críticos, através da identificação e
fossem gerenciados individualmente. Programas mapeamento de riscos, definição de
podem incluir elementos de trabalho relacionados respostas (mitigando ameaças e capi-
fora do escopo dos projetos distintos no programa”. talizando oportunidades) e comunican-
do os riscos.

27
3 O PMBOK
O Project Management Body of Knowledge,
que nesta apostila chamaremos de
PMBOK® é um conjunto de práticas em
O PMBOK® formaliza diversos conceitos
em gerenciamento de projetos, como a pró-
pria definição de projeto e do seu ciclo de
gerência de projetos levantado pelo Project vida, reconhece 5 grupos de processos de
Management Institute (PMI) e constituem a gerenciamento de projetos e 10 áreas de co-
base da metodologia de gerência de projetos nhecimento. Ao todo, são 47 processos.
do PMI.
Estas práticas são compiladas na forma
Na versão anterior (4ª. Edição),
de um guia, chamado de Guia do Conjunto
de Conhecimentos em gerenciamento de pro- eram 9 áreas apenas, não existia
jetos, ou Guia PMBOK. O PMBOK® não é a área Gerenciamento das Partes
uma norma, é apenas um guia de co- Interessadas. Esta estava inserida
nhecimentos e boas práticas em ge- na área de Comunicação na
renciamento de projetos. Ele traz infor- versão anterior. Eram, então, 42
mações do que fazer, mas não diz como fazer. processos, contra os 47 atuais.
Editado na forma de livro, o PMBOK®
está atualmente na quinta edição (dez/2012) e
traduzido oficialmente para diversos idiomas,
inclusive o português do Brasil. As edições an-
teriores foram publicadas nos anos de 1996,
2000, 2004 e 2008.
A 5ª edição foi lançada em 31 de dezem-
bro de 2012 em inglês, e a previsão é que es-
teja disponível em português em meados de
maio de 2013 .

Note que depois do lançamento


oficial se passarão vários meses
até que haja mudanças nos exames
Certified Associate in Project
Management (CAPM®) e Project
Management Professional (PMP®).
Ou seja, os exames somente vão
passar a refletir o novo guia a partir
do dia 31 de julho de 2013. Até lá
continua valendo a 4a edição do
guia, que é usada desde 2009.

28
4 O PMO

O PMO (Project Management


Office) é o Escritório de
É a área dentro da empresa responsável por
dar suporte aos projetos e criar padrões
para os projetos. O PMO não fiscaliza os
gerenciamento de projetos. É projetos, apoia o gerente de projetos durante
todas as fases do projeto.
um escritório central dentro
da organização que tem a O PMO é o responsável pela metodologia
de gerenciamento a ser utilizada na organiza-
função de conduzir, planejar, ção no que diz respeito a gerenciamento de
organizar, controlar e finalizar projetos, dar suporte administrativo e metodo-
lógico ao gerente e ao time de projetos e pro-
o projeto. ver os recursos necessários para a execução
do projeto.

29
5 Softwares

Existem vários softwares


que podem ser utilizados
E xistem, ainda, os softwares gratuitos,
nem sempre tão completos, mas que em
alguns casos atendem às necessidades. É
para gerenciar projetos, de fácil encontrá-los através dos buscadores na
internet.
gratuitos a pagos. O mais
conhecido e utilizado é o Muitos consideram difícil a utilização
destes softwares. Muitas pessoas utilizam
MS Project, da Microsoft. esses softwares apenas como planilhas, ou
Há também o uma simples agenda, ou utilizam apenas
o mais básico. Porém o software é apenas
Primavera, da uma ferramenta. Gerenciar projetos requer
Oracle, mais que se tenha conhecimento e se entenda
os conceitos principais para poder utilizar
completo que o qualquer ferramenta. O problema não é a
MS Project, mas ferramenta, mas a falta de conhecimento
não tão utilizado existente entre os conceitos da gestão de
projetos e como aplicá-los no software em
ainda. questão, a fim de tirar dele o melhor provei-
to e ter uma gestão efetiva do projeto.

30
Até aqui...
Durante esta unidade, tivemos a oportunidade de
estudar um breve histórico do PMI, seus principais
objetivos e as 5 categorias de certificação, quais
sejam: CAPM, PMP, PgMP, PMI-SP e PMI-RMP.
Verificamos que o PMBOK não deve ser consi-
derado uma norma, mas um conjunto de práticas
em gerência de Projetos e constituem a base da me-
todologia de gerência de Projetos do PMI.
A unidade ainda nos apresentou o PMO, Escri-
tório de Gerenciamento de Projetos; a Tripla Restri-
ção, que se refere às demandas de escopo, tempo
e custo; e os tipos de softwares que auxiliam no
gerenciamento de projetos.

31
“No começo de um projeto podem-
os fazer tudo, mas não sabemos
nada. No final do projeto sabemos
tudo, mas não podemos fazer nada.”

Unidade 3
Iniciando o
Projeto Objetivo
• Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de iniciação do projeto.

E sta 3ª unidade tem por objetivo


apresentar os processos iniciais
de Gerenciamento de Projetos. O
PMBOK apresenta os processos Conteúdos
por áreas. Aqui, mostraremos os
processos de forma sequencial, • Iniciação do projeto;
como são utilizados nos projetos. • Desenvolvendo o Termo de Abertura;
Bons Estudos! • Premissas e Restrições;
• Identificando as Partes Interessadas –
Stakeholders;

32
1 Introdução
P ara começarmos a pensar no desenvolvi-
mento de um plano de gerenciamento de
projetos, devemos responder perguntas como:
• A equipe está preparada e qualificada para
desenvolver o projeto?
• Em que momentos devem ser realizadas
• Quais as principais etapas do processo do reuniões de compatibilização entre os parcei-
projeto? ros envolvidos no processo?
• Quais os produtos parciais e finais dentro de Muitas outras perguntas podem surgir e
cada etapa? todas as respostas a essas questões levarão
à caracterização dos fluxos dos processos de
• Quais os requisitos necessários para se ini- um projeto, que poderá ser modelado através
ciar cada etapa? de planos, permitindo que se desenvolva sis-
• O escopo levantado abrange tudo que foi tema de planejamento destes fluxos e se ana-
combinado entregar? lisem estratégias mais adequadas para o seu
desenvolvimento.
• O orçamento atende às expectativas dos fi-
nanciadores do projeto? O grupo de processo de Iniciação é a
fase em que ocorre a aprovação do projeto,
• Qual será o padrão de qualidade exigido liberando-o para execução. O processo é for-
para o projeto? mado por:
• Como será o fluxo da comunicação acerca • Desenvolvimento do Termo de Abertura (Pro-
do andamento do projeto? ject Charter) – Área de Conhecimento: Inte-
• Como se dará o término de uma fase para gração
outra e entre projetos? • Identificar as partes interessadas – Área de
• Quais são os riscos inerentes ao desenvolvi- Conhecimento: Partes Interessadas
mento de cada fase do projeto? Feito isso, é importante realizar uma reunião
• Quais os tipos de recursos deverão estar de abertura do projeto.
disponíveis ou serem adquiridos?

33
2 Gerenciamento
da Integração

Desenvolver o Termo de N este documento, um gerente de projeto


é designado e autorizado para utilizar
recursos nas atividades do projeto. Este
Abertura do Projeto (TAP) projeto pode ser autorizado por um sponsor
(patrocinador), PMO (escritório de projetos)
ou uma equipe responsável pela gestão do
portfólio da empresa.
O Termo de Abertura do No mínimo, um Termo de Abertura do pro-
projeto é um documento jeto deve conter:
que autoriza formalmente • Objetivos (mensuráveis);
o início do projeto, ou de • Requisitos e a descrição do projeto em
uma fase. Ele contém o alto nível (descrição do produto/serviço que
será entregue ao final do projeto);
levantamento dos requisitos
inicias do projeto, de modo • Justificativa do projeto;

que satisfaça as partes • Escolha do gerente do projeto (apesar


de, na maioria das vezes, o gerente do pro-
interessadas. jeto ter sido escolhido antes e já participar da
escrita do termo de abertura, o mais comum
é que este documento seja redigido pelo pa-
trocinador);

34
• Premissas e restrições (as restrições • Resumo do orçamento;
mais comuns são: duração ou data de en-
trega do projeto; o orçamento limitado; dis- • Requisitos de aprovação para o projeto,
ponibilidade de recursos, tanto recursos ou seja, quem irá decidir se o projeto está sendo
humanos quanto material ou equipamento; bem executado e quem irá assiná-lo;
potencial impacto social ou ecológico; leis, • Nome do patrocinador e outras pessoas
regras e/ou outros requisitos legais); que autorizam o TAP.
• Riscos iniciais; O Termo de Abertura deve responder à per-
• Resultados esperados (benefícios); gunta: “O que, exatamente, deve ser entregue
pelo projeto?” e deverá ser escrito de modo que
• Resumo do cronograma de marcos; não exija mudança enquanto o projeto prossegue.

TERMO DE ABERTURA DO PROJETO Data:____/____/20___


LOGO Projeto: Versão:______/______
Autor: Folha:______de______
Condições do Projeto:
[Explique as condições do projeto(cenário, problema atual, soluções possíveis etc.]
ExpectaƟva do Cliente:
[Descrever a necessidade do trabalho (Por que deverá ser realizado? Para que foi planejado?]
Visão do Projeto:
[Fornecer uma descrição resumida do problema que está sendo resolvido pelo projeto e qual a
oportunidade de negócios atendida por este projeto]
Descrição do Produto e Entregas:
[Iden ficar as entregas em cada fase do projeto. Descrever as entregas de forma clara para que
seja possível à equipe do projeto desenvolvê-lo]
Premissas do Projeto:
[Iden ficar as premissas iniciais do projeto]
Restrições do Projeto:
[Descrever, caso exista, alguma restrição em relação ao projeto]
Metas:
[Descrever o que se pretende alcançar com a conclusão do projeto.]
Riscos:
[Descrever os riscos do projeto.]
Gerente do Projeto - Responsabilidades:
[Fornecer o nome do gerente de projeto designado e o nível da autoridade que lhe foi atribuída.]
Cronograma de Marcos Sumarizado:
[Apresentar o conograma de marcos sumarizado do projeto.]
Recursos Tecnológicos:
[Descrever os recursos tecnológicos necessários para o desenvolvimento do projeto.]
InvesƟmento:
[Informar o valor previsto para o projeto e fornecer o orçamento sumarizado]
Fatores CríƟcos de Sucesso:
[Descrever os fatores crí cos para o sucesso do projeto.]
Aprovação Formal:
Data:________/______/20_____.

Figura 5 - Modelo do Termo de Abertura do Projeto – TAP

35
Premissas e
Restrições
A definição de premissa,
segundo o dicionário Aurélio,
é “ponto de que se parte para
armar um raciocínio”. Já a
restrição é definida como “ato
ou efeito de restringir”.

E m gerenciamento de projetos, dizemos que


premissas são fatores externos ao projeto
que são arbitrariamente considerados como
verdade, independente de conseguir provar.
Não temos controle sobre esses fatores e por
isso toda premissa gera riscos. Por exemplo:
quero construir um edifício, assumo como
premissa que conseguirei pagar todos os
custos. Porém existe o risco de o material ou
a mão-de-obra ficarem escassos e eu precisar
pagar mais por eles do que o que eu tinha
planejado. Se gerar um risco muito grande,
terei que me proteger desse risco e a premissa
passará a ser restrição.
Para gerenciamento de projetos, restri-
ções são fatores internos, que restringem, li-
mitam. É estipulado pelo projeto, normalmen-
te para proteger-se de um risco. Voltando ao
exemplo de comprar uma casa, para evitar o
risco de não conseguir pagar as prestações,
determino que só poderei pagar um valor X
pela casa, de forma que eu consiga pagar à
vista.
Premissas e restrições geram confusão
até mesmo para gerentes de projetos, e, mui-
tas vezes, nos projetos são considerados no
mesmo tópico para “evitar” erros de classifi-
cação. Mas isso precisa ficar bem claro, pois
serão importantes ao longo do projeto, já que
as premissas são suposições e restrições são
limitações.
Outra maneira de tratarmos as premissas
é como expectativas que devem ser levadas
em consideração para que o projeto tenha su-
cesso.
As premissas e as restrições estão intima-
mente ligadas, e frequentemente são obtidas
nas reuniões iniciais do projeto.

36
3 Gerenciamento das
Partes Interessadas

Identificar as Partes
Interessadas – Stakeholders
Para que um projeto seja
bem sucedido, é importante P ara as partes interessadas, é importante
conhecer o tipo de interesse de cada um
no projeto. O interesse pode ser positivo ou
conhecer as pessoas negativo. Pode parecer estranho falar que
interessadas do projeto, e cuja alguém que faça parte do projeto tenha
atuação influencie positiva interesse negativo no mesmo, ou seja, queira
que o projeto seja um insucesso. Um exemplo
ou negativamente no projeto. é a expansão industrial. Para as indústrias e
Também é importante conhecer a comunidade, o sucesso do projeto é algo
positivo. Já aos olhos dos ambientalistas, isso
quem são as partes impactadas é prejudicial. Logo, esses ambientalistas têm
ou envolvidas no projeto. interesse negativo no projeto.

37
Também é importante saber Muitos gerentes de projeto avaliam apenas
as influências e impactos positivos, deixando de
qual o poder de influência lado os negativos. Isso gera o risco de fracasso
de cada parte, seja ele poder no projeto. Portanto, é importante definirmos to-
dos os stakeholders, seja sua influência e/ou im-
de influenciar as outras pacto positivo ou negativo.
pessoas, seja o controle É importante ressaltar que as partes interes-
sobre os recursos e poder sadas podem ser identificadas em todos os gru-
sobre o projeto em geral. O pos de processos de gerenciamento de projetos.
No entanto, quanto mais cedo as partes interes-
principal são as partes que sadas forem identificadas, melhor para o projeto.
podem influenciar escopo, Se todas as necessidades e requisitos das partes
interessadas forem considerados na iniciação,
prazo, custo... e antes do início do trabalho do projeto, menos
mudanças serão necessárias posteriormente no
Temos ainda as partes impactadas e
projeto, quando custarão mais caro.
que tem poder sobre o produto do projeto.
São, normalmente, os usuários da edifi- Devemos lembrar de definir o escopo le-
cação. De nada adianta as demais partes vando em consideração o mercado, os futuros
interessadas definirem um escopo se o usuários, além das expectativas do investidor, do
usuário da edificação não aprovar o produto. construtor, etc.

38
4 Reunião de Abertura
(Reunião de Kick Off)

A reunião de Kick-off é
a chamada reunião de
A reunião de Kick-off será, provavelmente, a
reunião mais importante de todo o projeto.
É a reunião onde, aos olhos do cliente, o projeto
abertura do projeto. Nela, realmente começa. Ela deve ser feita no início do
projeto, para melhor entendimento do que se quer,
todas as informações do junto ao cliente ou patrocinador.
projeto são repassadas à
Através dessa reunião, coordenada pelo ger-
equipe de projeto (de forma ente de projetos, gera-se o comprometimento e a
simplificada). motivação dos envolvidos no mesmo, incluindo o
patrocinador, antes que o trabalho, de fato, inicie.

39
A reunião de Kick-off em um projeto é es- Note que essas informações vêm justa-
sencial e deve acontecer até mesmo nos pe- mente do termo de abertura do projeto. Nenhu-
quenos projetos. Não deve durar mais que 1 ma dessas informações (além da importância
hora, para que não tenhamos detalhes exces- e do objetivo do projeto) devem ser muito de-
sivos nesta reunião. talhadas, uma vez que o planejamento do pro-
jeto ainda não foi realizado. Neste momento
Os principais pontos apresentados na ainda não se tem um plano de projeto, apenas
reunião de abertura são: um macro, que possibilita a visão geral para
• A contextualização do projeto; que seja feito o planejamento detalhado.

• A importância do projeto (por que está sen- A reunião do Kick-off é uma boa oportuni-
do feito); dade para juntar todos os membros da equipe,
clientes, stakeholders e formalmente anunciar
• O objetivo do projeto (onde chegaremos o estágio para o começo do projeto. Além dis-
com o projeto); so, é o momento certo para se tirar todas as
• O escopo macro do projeto (o que será feito dúvidas antes que o projeto inicie.
e o que não faz parte desse projeto); Assim, quando está claro e definido o que
• Os principais riscos, premissas e restrições; deve ser entregue pelo projeto está na hora de
encerrar a fase de iniciação e iniciar a fase de
• As funções e responsabilidades de cada um planejamento (definir o “como”).
no projeto;
A decisão tomada nas fases iniciais do
• Um breve orçamento geral (estimado, não projeto tem grande participação na redução
detalhado); de seus custos, das falhas da execução e re-
presentam importante informação de apoio à
• A data de entrega do projeto e os principais
produção e deve sempre ser revisado como
marcos.
melhores práticas nos projetos vindouros.

Com o aperfeiçoamento das técnicas de gerenciamento, os gerentes


de projeto terão uma conscientização cada vez maior da necessidade
de melhoria nos escopos e planejamento, gerando assim uma redução
significativa nas áreas de custo, prazo, aumento da vida útil dos
produtos (resultados) dos projetos e a melhoria nos próximos projetos.

40
Até aqui...
No decorrer dessa unidade, estudamos o pro-
cesso de Iniciação do projeto, fase em que ocorre
a aprovação do projeto. Verificamos que esse pro-
cesso é formado por:
• Integração: Desenvolvendo o Termo de Aber-
tura do Projeto;
• Premissas e Restrições;
• Comunicação: Identificando as Partes Interes-
sadas – Stakeholders;
• Fazendo a Reunião de Abertura (Reunião de
Kick Off).

41
“O planejamento não é uma tentativa
de predizer o que vai acontecer. O
planejamento é um instrumento para
raciocinar agora, sobre que trabalhos
e ações serão necessários hoje, para
merecermos um futuro. O produto
final do planejamento não é a infor-
mação: é sempre o trabalho.”

Peter Drucker

Unidade 4
Iniciando o Objetivo
Projeto Ao final desta unidade você estará apto
para:
• Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de planejamento do projeto na
área: Escopo.

S eguiremos nesta 4ª. unidade


com os processos de
Gerenciamento de Projetos. Nesta Conteúdos
unidade, entraremos no grupo de
processos de Planejamento. • Coletando os requisitos;
Bons estudos! • Definido o Escopo;
• Conceitos de Escopo;
• Definindo o Escopo;
• Declaração do escopo;
• Criando a EAP (WBS).

42
1 Planejando o Projeto: Escopo

O Grupo de Processos de Planejamento é a fase do projeto


responsável em planejar e gerenciar o projeto, de forma a
levá-lo ao sucesso.

O planejamento do projeto é a mais


crítica de todas as fases de um pro-
jeto. Dentro desta fase, as pessoas, recursos,
Escopo
Antes de seguir, precisamos entender
dinheiro, fornecedores e tarefas devem estar
melhor o que é escopo do projeto e escopo
corretamente programados, de maneira que
do produto.
o gerente de projetos possa monitorar e con-
trolar as entregas do projeto efetivamente.
Escopo do projeto (Project Scope): O
trabalho que precisa ser realizado para en-
Planejamento parece ser a palavra de
tregar um produto, serviço ou resultado com
ordem de todos que gerenciam projetos. O
as características e funções especificadas.
problema é que algumas pessoas têm uma
Garante que o projeto realize todo e somente
visão míope dos processos de Planejamento.
o trabalho necessário para o seu sucesso.
Alguns acham que um software vai solucionar
todos os problemas da sua empresa. Outros
Define e controla o que será incluído
acham que não é necessário gastar “tanto
ou não no projeto e inclui somente os arte-
tempo e dinheiro planejando, porque afinal
fatos para gerenciar o escopo do projeto e
nós já fizemos isso mais de mil vezes”. Esses
não do produto. Um bom escopo do projeto
erros são fatais e não costuma poupar proje-
impedirá a realização de trabalho extra que
tos e seus gerentes.
não faça parte do projeto (gold plating).
Em Projetos, planejar é FUNDAMENTAL!

43
O foco está no trabalho, ou melhor, sam toda a confusão e problemas.
nas atividades necessárias para se atingir o
objetivo.
Assim, o escopo do produto deve prever
Escopo do Produto (Product Scope): todas as funcionalidades esperadas e o pro-
As características e funções que caracteri- jeto detalhará todo o trabalho a ser executado
zam o produto/resultado do projeto. O foco para que o produto do projeto seja entregue
está no fruto do trabalho. O escopo do pro- de acordo com o especificado.
duto pode ser dividido em escopo funcional
(são normalmente definidos pelo cliente) e
escopo técnico (características técnicas,
Planejar o gerenciamento
como padrões, especificações, normas le-
gais, procedimentos, etc. e são normalmente
do escopo
definidos pela equipe do projeto).
O Planejamento do Gerenciamento do
Ambos os tipos de gerenciamento de
Escopo tem por objetivo decidir como abor-
escopo devem ser integrados para garantir
dar, planejar e executar as atividades de ger-
que o trabalho do projeto resulte na entrega
enciamento de escopo de um projeto, além de
do produto especificado.
buscar também uma definição e controle do
que está e o que não está incluído no projeto.
Outro cuidado que temos que ter é
que, além dos requisitos explícitos (que estão Criação de um plano de gerenciamento
na forma de registros, especificações, me- do escopo do projeto que documenta como
moriais e outras formas documentadas e que o escopo do projeto será definido, verificado,
são facilmente gerenciáveis) também temos controlado e como a estrutura analítica do pro-
os requisitos implícitos. Estes são os que cau- jeto (EAP) será criada e definida.

44
2 Coletar
os requisitos

A coleta de requisitos é um processo que to, do início ao fim. É com base nesses requi-
visa documentar todas as funcionalidades e sitos que o custo, o cronograma e a qualidade
características do produto e do projeto para serão construídos.
que atenda às expectativas e às necessida-
des das partes interessadas. Definir o
E quando falamos em documentar, signi-
fica registrar (escrever) todas as necessida- escopo
des, desejos e expectativas de todas as par-
tes interessadas em relação ao projeto. Pode O processo de definição do escopo é a
ser um formulário simples ou um documento descrição detalhada do projeto e do produto,
mais formal, mas deve ser registrado e assi- ou seja, é necessário definir tanto o escopo
nado pelo cliente e pelo patrocinador, a fim de do projeto quanto do produto, e ambos têm
minimizar conflitos ao longo do projeto, ou ao que ser claros e específicos, detalhados o su-
término dele. ficiente para que todos entendam o projeto.

A coleta de requisitos deve ser feita atra- Deve constar também o que está fora do
vés de entrevistas, de observações, de res- escopo. Por exemplo, o projeto é o desenvol-
postas a questionários, etc. A correta coleta e vimento de um software, porém a implantação
gerenciamento dos requisitos do projeto e do e o treinamento estão fora do escopo.
produto influenciam diretamente o sucesso do É o momento em que realmente entende-se
projeto. o projeto por completo, pois nesta fase analisa-
Os requisitos devem ser definidos, anali- -se e define-se todo o trabalho necessário para
sados e registrados com detalhes suficientes entregar o produto esperado. Como saída deste
para serem medidos ao longo de todo o proje- processo, teremos a Declaração do Escopo.

45
3 Declaração
de Escopo

A declaração do escopo do projeto tam-


bém fornece um entendimento comum do
escopo do projeto a todas as partes interes-
sadas no projeto e descreve os principais ob-
A declaração do escopo do jetivos do projeto.
projeto descreve, em detalhes, Além disso, permite que a equipe do pro-
as entregas do projeto e o jeto realize um planejamento mais detalhado,
orienta o trabalho da equipe do projeto durante
trabalho necessário para criar a execução e fornece a linha de base para
essas entregas. avaliar solicitações de mudanças ou trabalho
adicional e verificar se estão contidos dentro
ou fora dos limites do projeto. A declaração
do escopo detalhada do projeto inclui, direta-
mente ou referenciando outros documentos:

46
• Objetivos do projeto: Incluem os cri- • Critérios de aceitação de produtos:
térios mensuráveis do sucesso do projeto. Os Define o processo e os critérios para aceitar
projetos podem possuir uma ampla variedade os produtos terminados.
de objetivos técnicos, de negócios, custo, cro-
nograma e qualidade. Os objetivos do projeto • Restrições do projeto: Lista e descre-
também podem incluir metas de custo, crono- ve as restrições específicas do projeto asso-
grama e qualidade. ciadas ao escopo do projeto que limitam as
opções da equipe. Podem ser orçamento pre-
• Descrição do escopo do produto: Ca- definido ou datas impostas (marcos do cro-
racterísticas do produto, serviço ou resultado nograma) divulgadas pelo cliente ou pela or-
para cuja criação o projeto foi realizado. Essas ganização executora. Quando um projeto for
características terão normalmente menos de- realizado sob contrato, em geral as cláusulas
talhes nas fases iniciais e mais detalhes nas contratuais se constituirão em restrições. As
fases posteriores, conforme as características restrições listadas na declaração do escopo
do produto forem progressivamente elabora- detalhada do projeto são normalmente mais
das. A descrição do escopo deve sempre for- numerosas e mais detalhadas do que as lista-
necer detalhes suficientes para dar suporte ao das no termo de abertura do projeto.
planejamento posterior do escopo do projeto.
• Premissas do projeto: Descreve as
• Escopo do projeto: Normalmente iden- premissas específicas do projeto associadas
tifica o que está incluído dentro do projeto e ao escopo do projeto e o impacto potencial
declara de forma explícita o que está excluído dessas premissas, se não forem confirmadas
do projeto, para evitar que uma parte interes- (riscos). As premissas listadas na declaração
sada possa supor que um produto, serviço ou do escopo detalhada do projeto são normal-
resultado específico é um componente do pro- mente mais numerosas e mais detalhadas do
jeto. que as listadas no termo de abertura do pro-
jeto.
• Entregas do projeto: As entregas in-
cluem tanto as saídas que compõem o pro- • Requisitos de aprovação: Identifica os
duto ou serviço do projeto, como resultados requisitos de aprovação que podem ser apli-
auxiliares, como documentação e relatórios de cados a itens como objetivos, entregas, docu-
gerenciamento de projetos. Dependendo da mentos e trabalho do projeto.
declaração do escopo do projeto, as entregas
podem ser descritas de forma sumarizada ou
detalhada.

47
4 Criar a EAP
(WBS)
A EAP representa o trabalho
especificado na declaração do escopo do
projeto atual aprovada. Os componentes
que compõem a EAP auxiliam as partes
interessadas a visualizar as entregas do projeto.
A EAP – Estrutura Analítica do Projeto é uma
síntese estrutural do projeto, ou seja, a divisão
das atividades em níveis que permitam o
controle. Pode ser representada por um
diagrama onde podemos observar uma
síntese da divisão das atividades e por uma
planilha com o detalhamento dessa divisão.

É a definição clara do objetivo do


projeto e das atividades que o compõem.
E strutura Analítica do projeto (EAP),
em inglês Work Breakdown Structure
(WBS), é uma decomposição hierárquica
Esta estrutura pode ser tão detalhada quanto
necessário, dependendo da necessidade e do
orientada à entrega do trabalho a ser realizado feeling do profissional que a elabora. Em um
pela equipe do projeto, para atingir os objetivos projeto há a atividade-macro, as atividades-
do projeto e criar as entregas necessárias. mãe, as atividades-filha e os marcos. Esta
hierarquia apresenta-se da seguinte forma:
A EAP organiza e define o escopo total
do projeto. A EAP subdivide o trabalho do • Atividade macro: é a atividade que dá
projeto em partes menores e mais facilmente nome ao projeto;
gerenciáveis. Cada nível descendente da EAP • Atividade-mãe: é a subdivisão da atividade
representa uma definição gradativamente macro em grupos de atividades;
mais detalhada da definição do trabalho do • Atividade-filha: cada grupo é composto
projeto. O trabalho planejado está contido por pequenas atividades;
nos componentes de nível mais baixo da • Marco: atividade que determina um
EAP, denominados pacotes de trabalho. controle (medição de desempenho) durante
o trabalho.

48
A EAP pode ser construída de
diversas formas conforme o
EAP por Fases: Organiza fases
propósito e tipo de projeto. As no primeiro nível e eventualmente no
formas mais comuns de montagem segundo nível também.
da EAP são: Por Fases, Por Vantagens:
Entregas e Por Equipes. Abaixo são • Oferece uma visão
apresentados exemplos de EAP’s “cronológica” dos acontecimentos no
em cada uma das formas. projeto;
• Facilita o entendimento de
pessoas leigas;
• Facilita o posterior
gerenciamento das atividades.

Desvantagens:
• Pode ofuscar a visão das
partes necessárias para uma entrega
específica;
• Tende a incentivar que se
incluam atividades administrativas
(ex.: Controle do projeto).

EAP por Entregas: Mostra as partes


necessárias para compor as entregas do projeto.

Vantagens:
• Visualiza claramente as partes que compõe
o projeto;
• Facilita a discussão de soluções técnicas e
caminhos alternativos;
• Facilita identificação de riscos técnicos.

Desvantagens:
• Não oferece visão cronológica.

EAP por Equipes: Visualiza


os pacotes de trabalho a partir da
divisão de Equipes do Projeto.

Vantagens:
• Ótima para ocasiões em
que o projeto tem equipes com
responsabilidades muito diferentes.

Desvantagens:
• Não mostra cronologia nem
a organização das partes das
entregas.

49
4 Como montar
uma EAP

Figura 6 – Exemplo de Estrutura Analítica do projeto com alguns ramais decompostos até
o nível de pacote de trabalho (adaptado de PMBOK)

A decomposição da EAP pode ser de- • Quarta Etapa: Revisar a EAP com todos os
senvolvida em um processo de quatro eta- envolvidos até que haja uma concordância
pas: entre os membros para que o planejamento
do projeto possa ser completado com suces-
• Primeira Etapa: Identificar as entregas so, e na fase de execução possam ser cum-
finais do projeto, concluídas com sua descri- pridas as entregas estabelecidas no planeja-
ção na declaração do escopo. Estas entregas mento.
devem ser definidas da forma como o traba- Obs. 01: Cada elemento da EAP deve
lho do projeto é organizado (ciclo de vida do contribuir para o elemento (resultado) ao qual
produto). Por exemplo, em um projeto podem está subordinado (elemento pai).
estar incluídos: Gerenciamento de Projetos,
Viabilidade, Serviços Técnicos, Construção, Obs. 02: ao descer um nível na EAP, a
Instalações e Vendas. soma dos resultados subordinados corres-
ponde ao resultado do pai.
• Segunda Etapa: Definir as principais
entregas do produto do projeto. Obs. 03: um elemento da EAP pode ter
somente vários elementos (filhos). Mas um
• Terceira Etapa: Decompor as entregas elemento filho não pode ter mais de um pai.
principais em componentes menores (com-
ponentes constitutivos), para que o nível de Obs. 04: os resultados principais neces-
detalhamento seja apropriado para a gestão. sários ao gerenciamento devem ser incluídos
É preciso fazer estimativas de custo e dura- na EAP.
ção para cada componente identificado.

50
Criar a EAP é o procedimento de subdi- inclusive todas as suas entregas, sejam elas
visão das entregas e do trabalho do projeto internas ou externas.
em partes menores e de gerenciamento mais
fácil. Assim, se durante a elaboração de um A finalidade da EAP é organizar e definir
produto, o gerente do projeto teve dificulda- o escopo do projeto – o trabalho que não se
des de controlar a realização das atividades, encaixa na EAP está fora do projeto. A EAP
porque estas possuíam demasiadas entregas identifica o relacionamento entre os pacotes
(deliverables), dificultando seu entendimento de trabalho e deve ser atualizada sempre que
do processo de gerenciamento das mesmas, necessário, para refletir as mudanças no es-
ele deve aumentar o detalhamento da estrutu- copo do projeto. A EAP é essencial no projeto
ra analítica de projeto (EAP) a fim de minimi- e tem as seguintes utilidades:
zar o problema.
• Serve como linha de base do escopo;
O resultado (saída) deste processo será • É uma ferramenta de gerenciamento de
a EAP montada, detalhada ao ponto em que projetos;
o gerente e a equipe de projetos considera- • Permite a visão de todo o projeto;
rem adequado. • Serve de base para todo o planejamento;
• O trabalho não incluso na EAP não faz
As EAPs podem ser construídas usando parte do projeto;
modelos de projetos semelhantes já concluí- • Cria concordância e aceitação formal
dos. Embora cada projeto seja único, muitas do projeto;
empresas executam o mesmo tipo de projeto • Serve como dispositivo de controle
repetidamente. para manter o projeto na direção certa;
• Possibilita estimativas precisas de cus-
As entregas são similares de projeto para to e tempo;
projeto, e eles geralmente seguem um cami- • Serve para blindar as mudanças no
nho similar. Os modelos de EAP podem ser escopo do projeto.
usados como uma ferramenta para simplificar
o trabalho da equipe do projeto, poupando A forma que você vai encontrar para de-
seu precioso tempo. compor sua EAP irá depender da cultura da
sua empresa e do segmento em que ela atua.
A regra 100% é uma característica im- Na construção civil, já é hábito decompor
portante da EAP e determina que a Estrutura os pacotes em etapas, subetapas e tarefas -
Analítica do Projeto deva incluir 100% do portanto, em qualquer lugar do Brasil, as pla-
trabalho definido pelo escopo do projeto, nilhas orçamentárias são praticamente iguais.

51
Figura 7 – Exemplo de EAP

A criação da EAP não é uma atividade te à EAP. O dicionário EAP fornece informa-
para ser feita isoladamente e nem de uma só ções mais detalhadas dos elementos da EAP,
vez. O planejamento em ondas sucessivas incluindo os pacotes de trabalho, entregas e
consta da elaboração progressiva do pla- atividades.
nejamento, conforme as informações sobre
as atividades do projeto forem sendo mais O Dicionário da EAP tem como objetivo:
detalhadas. • facilitar o entendimento do que deve
ser realizado;
De acordo com o PMBOK®, este deta- • auxiliar o controle do escopo e;
lhamento progressivo do plano do projeto é • garantir que todos tenham um entendi-
frequentemente denominado “planejamento mento comum sobre um determinado pacote
em ondas sucessivas”, indicando que o pla- de trabalho.
nejamento é um processo iterativo e contínuo.
No início do projeto, quando as informações Ele pode ser feito em formato de tabela
estão menos definidas, as atividades podem ou de um texto descritivo. Quanto mais deta-
ser mantidas no nível de marcos. lhado, melhor, pois ajudará a equipe de proje-
tos a realmente compreender o projeto.
Precisamos entender que a capacidade
de planejar, gerenciar e controlar o trabalho O dicionário EAP poderia incluir os se-
aumenta à medida que o trabalho é decom- guintes elementos:
posto em níveis mais baixos de detalhe. A
decomposição de uma entrega pode não ser • Código identificador do componente;
possível de ser realizada em determinado • Descrição do trabalho do componente;
momento do projeto. Nesse caso, a equipe • Entidade responsável pela execução
aguarda até que mais informações cheguem do componente;
ao seu conhecimento para esclarecer os • Lista dos marcos do cronograma;
detalhes pertinentes desta entrega, para que • Recursos necessários;
ocorra a decomposição num nível menor e • Estimativas de custos;
mais gerenciável. • Requisitos de qualidade;
• Critérios de aceitação;
Após a EAP é importante montar o dicio- • Referências técnicas;
nário da EAP, que é um documento de supor- • Informações do contrato.

52
Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos o Escopo
do projeto, que faz parte do grupo de processos de
planejamento.
Buscando melhor entendimento do processo, no
conceito de escopo, analisamos a distinção entre
escopo do projeto e escopo do produto. Concluí-
mos que é necessário definir tanto um quanto o ou-
tro
No estudo da Declaração do escopo, verificamos
a importância de descrever em detalhes as entregas
do projeto e o trabalho necessário para criar essas
entregas.
Finalizamos com o item Criando a EAP (WBS),
que organiza e define o escopo total do projeto e
subdivide o trabalho do projeto em partes menores
e mais facilmente gerenciáveis.

53
“Quando eles dizem que você está
atrasado no projeto, isso é somente
uma maneira educada de se dizer
que você tem um péssimo senso de
prazos.”
George McGovern

Unidade 5
Objetivo
Planejando o Ao final desta unidade você estará apto
para:
Projeto: Tempo • Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de planejamento do projeto na
área: Tempo.

Conteúdos
N esta 5ª unidade continuaremos
o planejamento do projeto,
desta vez planejando o tempo e
• Definindo a Lista de Atividades;
• Sequenciando as atividades;
montando o cronograma do projeto. • Estimando as durações das Atividades;
Bons estudos! • Alocando os Recursos;
• Montando o Cronograma;
• Diagrama de rede do projeto;
•A Lei de Parkinson e a Síndrome do
Estudante.

54
1 Planejando o
projeto: cronograma

Gerenciar tempo é pensar


E ssa etapa não acontece de forma iso-
lada e não acontece uma única vez.
Ela deve ser refeita sempre que for neces-
o projeto, como ele deve sário e sempre em conjunto com as demais
áreas.
acontecer, as metodologias
executivas, enfim, analisar o Ricardo Viana Vargas costuma dizer
que “o executivo brasileiro nunca tem tempo
projeto inteiro. para planejar, mas sempre tem dinheiro para
refazer”.

55
2 Planejar o
gerenciamento do cronograma

O Planejamento do Gerenciamento do Cronograma tem por


objetivo decidir como abordar, planejar e executar as atividades
de gerenciamento do cronograma de um projeto.

Criação de um plano de gerenciamento do cronograma do


projeto que documenta como o cronograma do projeto será
definido, verificado e controlado.

56
3 Definir a lista
de atividades

E nvolve identificar e documentar as


atividades específicas que devem ser
realizadas para produzir as várias entregas
recursos associados. São simplesmente
pontos de referência que indicam que o
projeto alcançou algum ponto importante.
identificadas na EAP (WBS). Se a definição Marcos podem servir para identificar o
do escopo e a criação da EAP foram bem início ou a conclusão de alguma entrega
feitas, esta etapa torna-se bastante simples. importante.

Com base na EAP, devemos decompor Para você entender melhor, utilize
os pacotes de trabalhos em atividades do substantivos para as entregas e pacotes
cronograma, necessárias para produzir de trabalho. Exemplo: Fundação, Estrutura,
estes pacotes de trabalho, dispostas em Revestimento, Pintura, etc. Para as
uma lista, sem considerar nenhum tipo de atividades, utilize verbos. Exemplo: Preparar
sequenciamento ainda. Depois, é só definir material, Montar slides, organizar festa, etc.
os marcos, que são pontos importantes Para os marcos, utilize termos como Fase
no nosso projeto, mas que não envolvem Concluída, Software instalado, Pneu trocado,
trabalho algum, nem tempo, custo ou etc.

57
4 Sequenciar
as atividades

Definidas as atividades, C ada atividade e marco, com exceção


do primeiro e do último, são vincula-
dos a pelo menos um predecessor e um su-
deve-se sequenciá-las. cessor.
Sequenciar logicamente as Vinculação de tarefas é a criação de
atividades é o processo de dependências entre tarefas visando a ade-
quação do planejamento à realidade dos
identificação e documentação serviços. Por exemplo, a tarefa 2 só pode-
dos relacionamentos entre as rá iniciar após o término da tarefa 1; as ta-
atividades do projeto. refas 3 e 4 devem iniciar juntas; as tarefas
5 e 6 devem terminar na mesma data, etc.
Podemos vincular nossas tarefas de 4 manei-
ras diferentes:

58
Exemplo: - A segurança da festa deve ter-
minar junto com o término da festa.
Término a início (TI)

Início a Término (IT)


A tarefa dependente (B) não poderá ser
iniciada enquanto a tarefa da qual ela depen-
de (A) não for concluída. Este é o mais comum
dos tipos de vínculos. A tarefa B não pode terminar até que a
tarefa A inicie. Ocorre com menor frequência
Exemplo: ”Almoçar” e “Preparar almoço”: do que os outros vínculos
a tarefa “Almoçar” não poderá ser iniciada até
a tarefa “Preparar almoço” ser concluída. Exemplo: - Mandei imprimir novos car-
tões. Continuarei utilizando os cartões antigos
até que os novos estejam prontos.

Início à início (II)

A tarefa dependente (B) não poderá ser


iniciada enquanto a tarefa da qual ela depen-
de (A) não for iniciada. O tipo de vínculo II não
exige que as duas tarefas sejam concluídas
ao mesmo tempo.
Exemplo: - A entrada dos formandos
deve iniciar assim que a música de entrada
iniciar.

Término à Término (TT)

A tarefa dependente (B) não pode ser


concluída até que a tarefa da qual ela depen-
de (A) seja concluída. O tipo de vínculo TT não
exige que as duas tarefas sejam iniciadas ao
mesmo tempo.

Tarefa predecessora é a tarefa cuja data de início ou término determina a data


de início ou término da respectiva tarefa sucessora.

Tarefa sucessora é a tarefa cuja data de início ou término é condicionada pela


tarefa predecessora correspondente.

O uso de tempo de antecipação ou de espera pode ser necessário entre as atividades


para dar suporte a um cronograma de projeto realista e executável.

59
Determinação
da dependência
Existem três tipos de dependências entre
atividades:
1. Dependências Mandatórias (Obriga-
tória): São aquelas inerentes à natureza do
trabalho que está sendo realizado, traduzin-
do-se numa lógica rígida. Um exemplo é pre-
parar a massa do bolo para somente depois
confeitá-lo.
2. Dependência arbitrada: Podem ser
chamadas de lógica preferencial. O gerente,
ao usar este tipo de relacionamento, deve do-
cumentar a lógica por trás desta decisão. As
lógicas arbitradas ou preferidas permitem que
as atividades aconteçam em uma ordem pre-
ferida, por causa das melhores práticas ou de
condições exclusivas ao tipo de trabalho.
3. Dependências Externas: Como o pró- Aplicação de antecipações
prio nome diz, estas são as dependências
fora de controle do projeto. Alguns exemplos (leads) e esperas (lags)
incluem a entrega de um equipamento por um
fornecedor, ou a decisão de um órgão público
para o início dos serviços. As antecipações e atrasos são valores
acrescentados aos pacotes de trabalho para
alterar seu relacionamento. Considere as ante-
cipações como valores negativos e os atrasos
como valores positivos.

A A

B B
$YDQoR $WUDVR

Figura 8 – Cronograma de barras (Diagrama de Gantt)


executado no software MS Project

Por exemplo, pode haver um relaciona-


mento (TI) entre os serviços de “esquentar o
forno” e a tarefa “misturar a massa do pão”;
num avanço, a cozinheira decide aquecer o
forno 5 minutos antes de terminar de misturar
o pão.
O tempo de atraso é um tempo de espe-
ra. Por exemplo, em um relacionamento (TI) a
cozinheira decide atrasar o aquecimento do
forno para 5 minutos após terminar de misturar
a massa do pão.

60
5 Estimar os recursos
das atividades

Neste momento, deve se identificar quais recursos (tipos e


quantidades) serão utilizados para realizar cada atividade e alocá-
los. Não faça este processo antes de sequenciar as atividades,
pois a sequência em que as atividades serão executadas
impactará na escolha dos recursos que serão alocados.

61
6 Estimar as durações
das atividades

Vinculadas as tarefas, devemos


estimar o período necessário
É um hábito bastante comum acres-
centar-se uma folga (margem
de segurança) em cada tarefa, além do
para conclusão individual de tempo real necessário para realiza-la.
cada atividade do cronograma Porém este é um vício prejudicial ao
(lembrando que os marcos projeto. Imagine uma margem de segurança
são atividades com duração em cada atividade do projeto. Isso aumenta
consideravelmente o tempo total do projeto. O
zero e, consequentemente, não ideal é estimar o tempo real necessário para
possuem esforço ou trabalho o término da atividade, deixando para acres-
centar uma margem de segurança no final do
associados). projeto apenas.

62
7 Desenvolver o
cronograma

É neste processo que obtemos a linha


de base do cronograma (um crono-
grama que já foi aprovado e aceito por todos
Desenvolver o cronograma e será utilizado como base para comparação
do planejado com o que foi executado no pro-
significa determinar as datas de jeto). Esta comparação vai nos permitir perce-
início e fim para as atividades ber como se encontra o projeto em relação ao
cronograma, na etapa de monitoramento.
do projeto. Se as datas de
início e fim não forem realistas, Como o gerenciamento de projetos apre-
senta processos iterativos, só poderemos fe-
é improvável que o projeto char a linha de base do cronograma defini-
termine como planejado. tivamente ao final da fase de planejamento,
depois de executado todos os outros proces-
sos do grupo de planejamento já que a exe-
cução deles sempre causa uma alteração ou

63
Figura 9 – Cronograma de barras (Diagrama de Gantt) executado no software MS Project

outra nas atividades e, consequentemente, no nas de atividades sem um software adequado


cronograma. pode ser uma tarefa bastante difícil, portanto
não deixe de considerar este recurso para este
A execução deste processo pode ainda processo. Um dos softwares mais utilizados,
provocar mudanças em outros documentos e como já dito anteriormente, é o Microsoft Project.
processos de gerenciamento de projetos, que
deverão ser atualizados. Manualmente, utiliza-se normalmente o dia-
Desenvolver um cronograma com cente- grama de rede.

Diagrama de rede
do projeto

A C D

INÍCIO FIM

B E F
Figura 10 - Diagrama de Rede - Método PDM

U m diagrama de rede de projeto é um


esquema de apresentação das ativi-
dades do projeto e dos relacionamentos ló-
Depois de construído o diagrama de
rede básico, com a sequência e durações
para o projeto, passa-se a determinar os tem-
gicos (dependências) entre elas. Podem ser pos (datas) de início e término de cada ativi-
utilizados os métodos de PDM (Método do dade, as folgas dos caminhos, identificar o(s)
diagrama de precedência - mais utilizado) ou caminho(s) crítico(s) e a duração ou tempo de
ADM (Método do diagrama de flechas). Abai- conclusão do projeto.
xo a explicação da utilização do método PDM.

64
Método do diagrama de precedência
(PDM - Precedence Diagramming Method).
Este é um método de construção de dia- Fn = TMTn – TMCn = IMTn – IMCn
grama de rede que utiliza “nós” para repre-
sentar as atividades e as conecta por setas IMTn = TMTn – Dn + 1 = IMCn + F
que representam as dependências. A figura Obs.: considera-se “n” a atividade atual e
10 apresenta um diagrama simples de rede “n-1” a atividade anterior (predecessora).
desenhado utilizando o PDM. O PDM pode ser
feito manualmente ou no computador. Veja o exemplo:

Para cada atividade integrante de um


projeto podemos definir quatro tempos
que se referem às datas de início e término
da atividade, conforme esquema a seguir:

IMC D TMC
Atividade
IMT F TMT
Onde:
D = Duração da atividade (determinada);
IMC = Início mais cedo: é a data mais
cedo em que uma atividade pode começar,
assumindo que todas as atividades prece-
dentes a ela, começaram nas suas datas mais
cedo;
TMC = Término mais cedo: é a data mais Após o desenho da rede, seguindo as rela-
cedo em que uma atividade pode terminar; ções de precedência estabelecidas, devemos fa-
zer o cálculo da rede através do “passo à frente”
IMT = Início mais tarde: é a data mais tar- para obtenção das datas de início mais cedo e de
de em que uma atividade pode começar, sem término mais cedo (cálculo das linhas superiores).
atrasar a data de término do projeto;
TMT = Término mais tarde: á a data mais A seguir devemos fazer o cálculo de “pas-
tarde em que uma atividade pode terminar, so atrás” para determinar as datas de início mais
sem atrasar a data de término do projeto; tarde e término mais tarde de cada atividade da
rede (cálculo das linhas inferiores). O resultado
F = Folga total é o tempo que uma ativida- será:
de pode atrasar sem comprometer o prazo do
projeto como um todo; 7 10
D
16

10 3 19

As fórmulas utilizadas para calcular o dia- 1 6 6 7 3 9 10 5 14


grama de rede são: A E H
4 3 9 12 5 14 15 5 19

IMCn =TMCn-1 + 1 (para a primeira ativi- 0 0 0 1 2 2 3 2 4 8 8 15 16 4 19 19 0 19


INÍCIO B F J K TÉRMINO
dade da rede, utilizamos IMC = 1) 0 0 0 4 3 5 6 3 7 8 0 15 16 0 19 19 0 19

TMCn = IMCn + Dn - 1 1 3
C
3 4 4
G
7 8 6 13
L
14 2
M
15

1 0 3 4 0 7 12 4 17 18 4 19

TMTn-1 = IMTn - 1
Figura 11 - Diagrama de Rede - PDM

65
O caminho
crítico
A determinação do caminho crítico de um
projeto é fundamental para que a gerência do
tempo possa controlar de forma eficaz, a reali-
zação correta do cronograma e o cumprimen-
to das datas estabelecidas para o projeto.
“Caminho Crítico” representa a série de Para identificação do caminho crítico da
atividades que determina o término mais cedo rede basta verificar as atividades que têm a
do projeto (já que o projeto só termina quan- menor folga total, ou seja, a diferença entre as
do todas as atividades forem concluídas). As- datas de início mais tarde e a data de início
sim, ele determina a duração total do projeto mais cedo, ou pela diferença entre as datas
e é, consequentemente, também o mais longo de término mais tarde menos a data de térmi-
através do projeto (em tempo). no mais cedo. Com isso obtemos a sequência
C, G, J, K, conforme assinalada na figura aci-
O caminho crítico não é, necessariamen-
ma.
te, a maior sequência de atividades do crono-
grama do projeto. Podemos ter, por exemplo, Linha de base
o cronograma de um projeto mostrado na figu-
ra abaixo: do cronograma
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7

A
A linha de base do cronograma é a ver-
B
são formalmente aceita e aprovada pelos en-
C D volvidos e serve como evidência daquilo que
foi planejado. Ela permite comparar o que foi
E
executado efetivamente contra o que foi pla-
nejado no plano do projeto.
Figura 12 - Exemplo de Caminho Crítico
A Lei de Parkinson, a Sín-
Note que o caminho A – C – D é a maior
sequência de atividades deste cronograma. drome do Estudante e as
Há, porém, uma folga entre C e D. É a sequen-
cia A – E que determina a duração do projeto Multitarefas
(7 meses), que é o término mais cedo do pro-
jeto. É a sequência A – E, também, o caminho
mais longo do projeto (A sequência A – B dura Existem três fenômenos bastante conhe-
3,5 meses. A sequência A – C – D tem 6 me- cidos na execução das atividades dos proje-
ses de duração). tos: Síndrome do Estudante, Lei de Parkinson
A folga do caminho crítico é sempre zero. e as Multitarefas. Eles são prejudiciais e juntos
podem atrapalhar o andamento dos projetos.
Caso um GP (gerente de projetos) deseje
antecipar a data de término do mesmo, será A Lei de Parkinson diz que o trabalho
necessário antecipar as datas das tarefas do existente aumenta a fim de preencher e ocu-
caminho crítico. par todo o tempo disponível para a sua con-
clusão. Ou seja, se você destinar, por exem-
É possível ter mais de um caminho crítico plo, uma hora para terminar uma atividade, é
em um diagrama de rede de um projeto. bem provável que termine neste prazo. E se
você destinar duas horas para terminar a mes-
Para o exemplo dado, temos:

66
ma atividade, é bem provável que também o
termine dentro deste prazo de duas horas! E é
por isso que se você der a uma pessoa qual-
quer uma atribuição X, com um prazo de 30
dias, ela tenderá a completá-la de uma forma
que ocupe todo o prazo, mas se o prazo for de
apenas 3 dias, é provável que ele a complete
também, e se tiver que fazer em um dia só,
também vai conseguir.
A Síndrome do Estudante significa adiar
o trabalho até o último momento possível. Ela
ganhou esse nome pela forma como os estu- Figura 13 - Síndrome do Estudante (Esforço X Tempo)
dantes lidam com o dever de casa. Imagine Multitarefa é quando um mesmo recurso
dizer a um estudante que ele terá sua primeira executa várias atividades em paralelo. Ou seja,
prova dentro de 4 semanas. Digamos que ele para uma atividade no meio a fim de executar
já tem todo o material, o livro, os objetivos que outra. Isso acontece normalmente por falta de
serão testados e a data. priorização, pois se cada tarefa fosse execu-
tada por completo antes de o mesmo recurso
Quando ele começa a estudar? Na véspe-
iniciar a próxima tarefa, elas não atrasariam.
ra da prova. Por quê? Porque ele tem tempo,
é por isso. Outras tarefas pressionam mais e, Isso acontece porque nos pedem para
portanto, ele atrasa o início de uma tarefa até iniciar várias tarefas simultaneamente e cada
o último momento, para dar tempo de comple- uma delas possui um “cliente” esperando por
tar outro trabalho, que, muito provavelmente, sua saída. Cada cliente quer que a tarefa dele
também está sendo feito no último momento. progrida e constantemente pergunta “já termi-
nou?”, forçando-nos a comutar repetidamente

67
para a tarefa dele para que algo seja feito e numa fila de caixas no supermercado. Imagine
reportar o progresso. Enquanto estamos tra- que, em vez de atender uma pessoa por vez,
balhando nesta tarefa, outros clientes pedem o processo de pagamento no caixa incluísse
o status de suas respectivas tarefas. Este ci- passar apenas um produto de cada pessoa na
clo nos força a comutar tarefas repetidamente. fila e então fosse repetido até que cada pessoa
Naturalmente, ao trabalhar numa tarefa você passasse todos os seus produtos. Se há ape-
não está fazendo progresso em nenhuma ou- nas uma pessoa na fila, o tempo necessário
tra. Se seus clientes contam com uma entrega para o pagamento seria apenas o tempo ne-
rápida, eles pressionarão para ter um resulta- cessário para passar os seus produtos, pegar
do. Para alguns, não é necessário que seja rá- seu dinheiro e empacotar suas mercadorias.
pido, desde que esteja sendo feito.
Entretanto, se após você chegar na fila
Porém, analisemos: qualquer quantidade e um ou mais de seus itens tivessem sido re-
de tempo não trabalhado numa tarefa signifi- gistrados, outra pessoa entra na fila e, em vez
ca que a tarefa está sendo atrasada mais do de completar seu pedido, o caixa pegar um
que seria se você se dedicasse ao seu térmi- item desta outra pessoa, registrá-lo, e depois
no. Assim, a multitarefa sempre faz com que pegar um de seus itens, registrá-lo, e repetir.
uma tarefa demore mais do que deveria. En- Agora demorará duas vezes mais para você
tre outros fatores que se somam está o tempo completar sua compra. Enquanto o caixa está
de raciocínio que leva para “entrar no trilho”, registrando seus itens e, simultaneamente, o
e esse tempo pode ser uma parte significativa da pessoa atrás de você, outra pessoa entra
do tempo total da tarefa quando se faz multita- na fila. Agora o caixa pega um item seu, de-
refa. Para o trabalho manual isso pode incluir o pois um da próxima pessoa, e depois um da
tempo de ajuste da máquina, preparação das nova pessoa, e repete.
ferramentas e equipamentos apropriados e
colocá-los de volta em seus lugares. Como é possível perceber pelo exemplo
acima, quanto mais tarefas aceitarmos realizar
Pense como a multitarefa afetaria você simultaneamente, mais cada tarefa demorará.

TAREFA 1ª Sem 2ª Sem 3ª Sem 4ª Sem 5ª Sem 6ª Sem 7ª Sem 8ª Sem 9ª Sem 10ª Sem 11ª Sem 12ª Sem

Projeto A

Projeto B

Projeto C

Figura 14 – Exemplo de Multitarefa (Fonte: Sciforma Corporation, 2005)

TAREFA 1ª Sem 2ª Sem 3ª Sem 4ª Sem 5ª Sem 6ª Sem 7ª Sem 8ª Sem 9ª Sem 10ª Sem 11ª Sem 12ª Sem

Projeto A

Projeto B

Projeto C

Figura 15 – Exemplo de Priorização de tarefas sem a Multitarefa (Fonte: Sciforma Corporation, 2005)

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Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos sobre o tempo, conteúdo
do conjunto de processos de planejamento do projeto na área e neces-
sário para produzir as várias entregas identificadas na EAP (WBS).
Os subtópicos estudados foram:
• Sequenciando as atividades: o processo de identificação e do-
cumentação dos relacionamentos entre as atividades do projeto. Cada
atividade e marco, com exceção do primeiro e do último, são vincula-
dos a pelo menos um predecessor e um sucessor.
• Estimando as durações das Atividades: vinculadas as tarefas,
devemos estimar o período necessário para conclusão individual de
cada atividade do cronograma (lembrando que os marcos são ativida-
des com duração zero e, consequentemente, não possuem esforço ou
trabalho associados).
• Alocando os Recursos: Deve se identificar quais recursos (tipos
e quantidades) serão utilizados para realizar cada atividade.
• Montando o Cronograma: Determinar as datas de início e fim para
as atividades do projeto.
• Diagrama de rede do projeto: Esquema de apresentação das ativi-
dades do projeto e dos relacionamentos lógicos (dependências) entre
elas: Método do diagrama de precedência (PDM - Precedence Diagram-
ming Method), método do caminho crítico.
• A Lei de Parkinson e a Síndrome do Estudante: A Lei de Parkin-
son diz que o trabalho existente aumenta a fim de preencher e ocupar
todo o tempo disponível para a sua conclusão. A Síndrome do Estu-
dante significa adiar o trabalho até o último momento possível.

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