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de Projetos
Professora: Gizele Corrêa
Edição: 2013
1
Apresentação
Muitas pessoas hoje se perguntam sobre
o real valor e aplicabilidade desse tal geren-
ciamento de projetos. Muitos estudantes se
perguntam se vale a pena dedicar-se aos estu-
dos de gerenciamento de projetos, quem sabe
fazer carreira nesta área. Se você já ouviu falar
sobre isso, já deve também ter se perguntado
a mesma coisa: até onde vale a pena investir
tempo e dinheiro para garantir um bom geren-
ciamento de projetos?
Essa mesma pergunta já foi feita e repeti-
da muitas vezes por várias pessoas envolvi-
das em empreendimentos das mais diferentes
complexidades. Da preparação de um novo
layout de fábrica ao lançamento de um novo
modelo de carro, da implantação de um novo
software a uma viagem de férias. Mas por que
essa febre avassaladora chamada gerência
de projetos está sendo ouvida e pregada em
toda parte nos dias de hoje?
As estatísticas demostram que:
• Mais de 30% dos projetos são cancela-
dos antes de serem completados;
• Mais de 70% dos projetos falham na en-
trega das funcionalidades esperadas; mos do resgate dos mineiros no Chile (em 69
dias tudo foi planejado e executado perfeita-
• A média de falhas de projetos estoura mente), ou a invasão da favela no Rio de Ja-
em mais de 189% do orçamento e extrapola neiro, ou o programa Apollo...
em 222% do cronograma previsto.
Conseguir terminar o que se previu, den-
Mas com tantos dados negativos, por que tro dos prazos esperados, com o custo com-
deveríamos, então, estudar gerenciamento de binado e da forma como se imaginou ainda é
projetos? um desafio para muitas empresas. E este é um
dos motivos pelos quais as empresas buscam
Porque muitos projetos falham justamente
bons gerentes e tantas pessoas buscam espe-
por não serem realmente gerenciados.
cialização nesta área.
Embora nenhum projeto seja absoluta-
Vamos então entender o que é um projeto,
mente perfeito, alguns deles conseguem che-
como se gerencia e conhecer um pouco mais
gar ao final com uma quantidade mínima de
sobre o assunto?
problemas e, apesar das dificuldades, muitos
projetos terminam com sucesso. É só lembrar- Bons estudos!
2
Ementa
Apresentação de gerência de projetos;
metodologia de gerência de projetos
- ciclo da vida da gestão de projetos;
análise de riscos e medidas gerenciais
derivadas; gerência de requisitos;
técnicas para planejamento de projetos
objetivos e abrangência - organização
do trabalho - cronograma, PERT,
recursos e custos; uso de ferramentas
de planejamento e acompanhamento de
projetos; software de gerenciamento de
projetos; prática de gerência - motivação
Estudos
Objetivos Específicos
Objetivo Geral • Conhecer o conceito de projetos e seu
Conhecer os ambiente organizacional;
processos de gerência • Identificar o papel do gerente de
de projetos e as projetos e os envolvidos;
áreas administrativas • Identificar a metodologia de
envolvidas gerenciamento de projetos;
• Identificar as áreas administrativas
envolvidas no gerenciamento de projetos;
• Conhecer os processos de
gerenciamento de projetos com base no
PMBOK;
• Conhecer em mais detalhes dos
processos de gerenciamento de riscos,
Carga horária: 80 horas gerenciamento de custos, gerenciamento
da qualidade, gerenciamento das
comunicações, gerenciamento de
contratos e aquisições.
3
“Nenhum empreendimento pode ser con-
siderado tão pequeno que não se benefi-
cie do gerenciamento de projetos.”
Sunny Baker
Unidade 1
Noções Objetivos
O
Básicas de Di
• Discernir sobre o universo do
gerenciamento de projetos;
• Conceituar projetos;
Gerenciamento • Identificar o ambiente do projeto;
• Pontuar a relevância da estrutura
organizacional em que projeto está
de Projetos inserido;
• Identificar os tipos de estruturas
organizacionais;
• Contextualizar a importância da cultura
organizacional como diferencial para o
sucesso do projeto.
N esta 1ª unidade, a
introdutória, você aprenderá
o que são os projetos e estudará
alguns conceitos básicos de Conteúdos
gerenciamento de projetos, o
ambiente do projeto, as estruturas • Noções Básicas de Gerenciamento de
organizacionais voltadas ao Projetos;
projeto, as partes interessadas e o • Gerenciamento de Projetos;
que é sucesso em projetos. • Ciclo de Vida de Projetos;
Bons estudos! • Partes Interessadas;
• O Gerente de Projetos;
• Sucesso em Projetos.
4
1 Terminologias
e Aplicações
S egundo a norma “NBR ISO 21500:2012 Ori-
entações sobre Gerenciamento de Projeto”,
“projeto é um conjunto único de processos que
PMBoK é o guia de referência
em gerenciamento de projetos.
consiste em atividades coordenadas e con- Veremos mais sobre ele a seguir.
troladas com datas de início e fim, empreendi-
das para atingir os objetivos do projeto. O al-
tregas fornecidas (produtos e subprodutos),
cance dos objetivos do projeto requer provisão
nas influências das partes interessadas, nos
de entregas, conforme requisitos específicos”.
recursos utilizados, nas restrições, na manei-
Segundo o PMBOK, “projeto é um esforço ra como os processos são adaptados para
temporário, empreendido para criar um produ- criar o produto ou as entregas.
to, serviço ou resultado exclusivo”.
Esta singularidade pode gerar muitas in-
Temporário não quer dizer que terá uma certezas quanto aos produtos, serviços ou re-
curta duração. Por temporário, entende-se sultados. Algumas tarefas podem ser novas,
que o mesmo precisa ter um início e um térmi- gerando mais dificuldade para o planejamento.
no definidos (é finito). O término é alcançado
O projeto também tem que ter objetivos
quando os objetivos do projeto foram atingi-
definidos e é realizado por pessoas (podendo
dos, mas também pode ser quando se conclui
ser uma única pessoa, algumas pessoas ou
que os objetivos não poderão ser alcançados
até várias unidades organizacionais).
ou quando o projeto mostrar-se desnecessário.
Não significa que o resultado deste projeto O projeto é caracterizado por atividades
será temporário também. O resultado dos pro- encadeadas logicamente de modo a permitir
jetos pode ser curto ou duradouro. que, durante a execução, o acompanhamen-
to e o controle sejam precisos.
Por resultado exclusivo entende-se que
o projeto gera um produto, serviço ou resul- Ao se iniciar um projeto, é de fundamen-
tado único. Alguns elementos repetitivos po- tal importância que se saiba onde se quer
dem estar presentes em algumas entregas chegar. Se não for bem definido, qualquer
dos projetos. Porém esta repetição não muda caminho parecerá poder atendê-lo e a pos-
a característica de singularidade do projeto. As sibilidade de fracasso torna-se muito mais
diferenças nos projetos podem ocorrer nas en- elevada.
5
Os projetos atingem todos os níveis da
organização. Podem ser aplicados a todas
as áreas do conhecimento humano e muitas
vezes precisa ser subdividido em partes, de
fácil gerenciamento e controle, chamadas
subprojetos.
6
Gerenciamento
de Projetos
Segundo a norma NBR ISO Escopo
21500:2012, “gerenciamento de pro- Comunicação Riscos
jetos é a aplicação de métodos, fer-
ramentas, técnicas e competências
para um projeto.” Ele inclui a inte- Recursos
gração de várias fases do ciclo de Tempo
Humanos
vida do projeto.
Gerenciamento de projetos Projeto
é a aplicação do método, ferra-
mentas, competências e técnicas Partes
de projetar atividades, no intuito Aquisições interessadas
de atender aos requisitos do pro-
jeto. É uma ciência que segue um
processo sistemático.
Custos Integração
Gerenciar projetos é um desafio.
Qualidade
Projeto é algo que nos tira da zona de con-
forto. Se o projeto é fácil, você não será o ger-
ente deste projeto. Não existe projeto fácil. Im-
aginem a cena: você é chamado para
construir uma casa por R$ 1 bilhão, e
terá 20 anos para construir esta casa. Áreas de Conhecimento
Isso é fácil de fazer. Agora pensemos
nesta mesma casa, sendo construída da Gerência de Projetos
em 6 meses, com um limite de R$
80mil. Isso sim é um desafio.
Os 47 processos, distribuídos nas 10 áre-
Gerenciar projetos é atingir metas. Quando as (integração, escopo, tempo, custos, riscos,
você as atinge, novas metas são definidas e o qualidade, comunicação, recursos humanos,
trabalho recomeça. Um novo projeto se inicia e aquisições e partes interessadas) e 5 grupos
o anterior passa a impressão de ser fácil se pre- (iniciação, planejamento, execução, monitora-
cisar repetir. mento e controle, encerramento), serão vistos
Para gerenciar projetos utilizamos os 47 ao longo deste material. Constam, nos anexos,
processos de forma integrada, abrangendo um mapeamento dos grupos de processos e o
os 5 grupos. fluxograma dos processos.
7
Partes
Interessadas
Governança de projetos
&RQVHOKRRXFRPLWr
H[HFXWLYRGRSURMHWR
*UXSRGH *HUHQWH
)RUQHFHGRUHV
LQWHUHVVH GRSURMHWR
HVSHFLDO )LQDQFLDGRUHV
(TXLSHGH
JHUHQFLDPHQWR
GRSURMHWR
(TXLSHGRSURMHWR
Organização do projeto
8
A Tripla
Restrição
O termo “tripla restrição” refere-se Ou seja, se um cliente solicitar uma
às demandas de escopo, tempo e redução no prazo, provavelmente ha-
custo. O PMI define a tripla restrição verá uma alteração no custo e/ou no
como: “Uma estrutura para avaliar escopo. Se for necessário manter
demandas que competem entre o escopo e o custo inalterados,
si”. A forma pela qual essas com certeza é a qualidade que
três demandas são equili- será afetada pela redução do
bradas afeta diretamente a prazo, pois poderá ser ne-
qualidade. Se um desses cessário deixar de realizar
fatores é afetado, pelo testes e inspeções para
menos um dos ou- entregar em tempo re-
tros fatores também duzido.
será afetado.
Com certeza também é necessário gerenciar riscos, qualidade, recursos, etc., nos projetos.
No entanto, essas restrições adicionais acabam afetando o escopo, o tempo e o custo, voltando
à tripla restrição.
9
2 Estruturas
Organizacionais
O estilo, a cultura e a estrutura
das organizações podem
ser tanto uma alavanca quanto
um empecilho para a execução
do projeto. O grau de maturação
da organização em relação
ao gerenciamento de projetos
também influencia a execução do
projeto.
A estrutura organizacional
influencia diretamente a execução
dos projetos porque pode afetar a
disponibilidade dos recursos e a
condução dos projetos. Mesmo
quando o projeto é externo
(executado em parcerias ou sob
o comando de várias empresas),
ainda será influenciado pela
organização ou organizações
que o estabeleceu.
As estruturas organizacionais
são definidas em termos do
nível de autoridade do gerente
de projetos. Podem ser do
tipo funcional, matricial (fraca,
balanceada e forte) e projetizada.
Isso determinará quem o gerente
de projetos deve procurar para
obter ajuda com os recursos,
indica como a comunicação
deve ser administrada, além de
outros itens de gerenciamento de
projetos.
10
Estrutura
Funcional
É a estrutura mais comum, onde a em-
presa é dividida em departamentos funcionais
(manutenção, rede, recursos humanos, vendas,
marketing, PDC, etc.) e cada setor responde ao
seu gerente imediato (a partir de agora chama-
do de gerente funcional). Todos têm suas tare-
fas diárias bem definidas e sabem a quem de-
vem obedecer, bem como a quem se reportar
(no caso, o gerente funcional).
São estruturas conhecidas também como
hierárquicas, pois apresentam um organograma
bem definido em termos de departamentos/fun-
ções organizacionais. Os funcionários são super-
especializados e possuem funções bem definidas.
Para o gerenciamento de projetos as or-
ganizações funcionais são as piores, uma vez Muitas vezes a posição de gerente de
que nelas o gerente de projetos tem pouca ou projeto nem sequer existe formalmente numa
nenhuma autoridade formal. Estrutura Funcional, o que faz com que a mes-
ma seja pouco valorizada e muitas vezes sua
Geralmente, os projetos são realizados autoridade seja próxima de nula. Na estrutura
dentro do departamento e se há alguma ne- funcional manda o gerente funcional (gerente
cessidade de interação com outro setor da do setor). O projeto, e consequentemente seu
empresa, há uma conversa entre os coordena- gerente, perde para as atividades do dia-a-dia
dores/gerentes das duas áreas previamente, e as tarefas que são delegadas com alto nível
tendo a hierarquia respeitada. de prioridade pelo gerente funcional.
11
Estrutura
Matricial
Existem três tipos de Estruturas Matriciais, mostrando o nível de maturidade em projetos e
as necessidades das empresas que as adotam. As organizações com estrutura matricial tentam
unir o melhor dos dois mundos das estruturas funcionais e projetizadas.
As organizações matriciais podem ser fraca, moderada/balanceada ou forte.
Em contrapartida, surge um
grande problema: a comunicação
torna-se mais complexa, pois
a equipe do projeto passa a
responder tanto ao gerente
funcional quanto ao gerente de
projetos.
12
Estrutura Matricial Fraca
13
Matriz Moderada ou Balanceada
14
Estrutura Matricial Forte
16
Porém a estrutura projetizada tem seus Em organizações que decidem por con-
problemas. A seleção de recursos pode ser tratar os recursos, o problema aparece quan-
complicada quando todos os gerentes pre- do o projeto chega perto do encerramento e
cisam de um determinado recurso, mas este os recursos percebem que seu emprego está
é escasso. Pode ser um técnico qualificado, ameaçado, pois não há a certeza de uma re-
uma determinada ferramenta ou a priorida- alocação para um novo projeto, nem a como-
de num financiamento. Isso pode ser mini- didade de um retorno para a rotina da organi-
mizado com a existência de um PMO, se o zação. Ambas as situações criam certo nível
mesmo determinar as prioridades dos pro- de insegurança nos mesmos.
jetos dentro dos objetivos da organização.
Uma vez que o projeto termine, os recursos O gerente de projetos e a equipe de proje-
ficam num limbo operacional, sem ter uma tos são alocados em tempo integral. O gerente
função até que sejam designados para um de projetos tem poder decisório (de 90 a 100%) e
novo projeto. tem grande apoio administrativo da organização,
além de um pool de recursos à sua disposição.
Estrutura da
organização
Matricial
Funcional Por projeto
Características
do projeto
Fraca Balanceada Forte
Equipe administrativa
do gerenciamento Tempo parcial Tempo parcial Tempo integral Tempo integral Tempo integral
de projetos
17
3 O Gerente
de Projetos
O gerente de projetos é o res-
ponsável por gerenciar os
projetos, o que implica planejá-
-los e controlá-los. Além disso,
deve: incentivar, motivar e alocar
eficientemente a equipe de exe-
cução; prestar contas às partes
interessadas sobre o andamento
do projeto, quanto a problemas e
soluções, através de relatórios e
reuniões.
O gerente de projetos tem
que servir de exemplo para os
demais. Deve ser líder, organi-
zado, ético. Deve saber motivar,
mas também saber cobrar. Não
precisa, necessariamente, saber O gerente de projetos aloca recursos, ajusta as prio-
tudo sobre a área do projeto, mas ridades, coordena interações com clientes e usuários e
precisa saber tudo de gerencia- geralmente mantém a equipe do projeto concentrada na
mento de projetos, e ter uma boa meta certa. O gerente de projeto também estabelece um
equipe com conhecimentos espe- conjunto de práticas que garantem a integridade e a qua-
cíficos na área do projeto. lidade dos artefatos do projeto.
18
4 Sucesso
em Projetos
19
Assim, o sucesso, em geren-
ciamento de projetos, é definido
através dos resultados obtidos em
relação ao prazo, custo, qualidade
e escopo desejados, sem esque-
cer os demais parâmetros. Segun-
do Ricardo Viana Vargas, para se
considerar um projeto bem sucedi-
do devemos avaliar:
Logo, se no fim de um projeto o ger- Para que seja possível chegar ao sucesso
ente de projetos identificar que o projeto nos projetos é importante selecionar corretamente
durante a execução do projeto acrescen- a equipe, mantendo-a motivada e comprometida,
tou-se alguns subprodutos não solicitados além de estabelecer es-timativas de custos, tempo
pelo cliente, mesmo que o cliente expresse e qualidade de forma realista, sem folgas de se-
satisfação com o projeto final, o mesmo gurança, sem ser otimista ou pessimista demais.
fracassou. Trabalho supérfluo (“gold plat- Também é importante manter as modificações sob
ing”) em um projeto desperdiça tempo e controle, avaliando sempre seu impacto sobre o
provavelmente custos. Ele contribui para projeto, além de manter a comunicação de forma
o fracasso do projeto. coerente, sem falta ou excesso de informações.
20
5 Projetos
Problemáticos
Todo projeto é um
desafio. Porém S ão aqueles projetos em que a variação entre
o que se esperava e o que aconteceu exce-
deu os limites de tolerância que se podia acei-
há projetos que tar, fazendo com que ele entre em uma rota que
inevitavelmente pode levá-lo ao fracasso. É algo
extrapolam o limite do muito crítico, muito além do desafio normal dos
desafio e tornam-se projetos, e deverá ter um tratamento diferencia-
do, sob pena de fracasso total do mesmo.
problemáticos.
21
Segundo Ricardo Viana Vargas, existem
alguns indicadores que mostram que um pro-
jeto é problemático:
Projetos problemáticos
dependem de um bom gerente
de projetos, de experiência em
gerenciamento de projetos e
de uma equipe dedicada, a fim
de resolvê-lo mais facilmente.
22
Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos a defini-
ção de projeto segundo o PMBOK, o significado de
gerenciamento de projeto; o ciclo de vida do projeto
e sua subdivisão em fases, quais sejam: concepção,
planejamento, execução e conclusão; quem são os
stakeholders ou partes interessadas no projeto.
Sobre as estruturas organizacionais, estudamos
o que significam e sua subdivisão em: funcional,
matricial, matricial fraca, moderada ou balanceada
e matricial forte. De cada uma das subdivisões, es-
tudamos as características e como funcionam.
Concluímos verificando qual o foco da Estrutu-
ra Projetizada; as qualidades fundamentais de um
gerente de projetos e enfatizando a importância do
planejamento para o sucesso do projeto.
23
“O tempo não espera por ninguém, e em
nenhum outro lugar isso é tão real quanto
no gerenciamento de projetos”.
Jim MacTntyre
Unidade 2
PMI,
Certificação
Objetivos
Ob
PMP/CAPM, • Conscientizar-se da importância do PMI;
• Conhecer as certificações existentes;
PMBOK, PMO • Tomar conhecimento do guia PMBOK,
para a área de gerenciamento de projetos;
24
1 O PMI
(Project Management Institute)
25
2 As Certificações
26
CAPM PMI-SP e PMI-RMP
27
3 O PMBOK
O Project Management Body of Knowledge,
que nesta apostila chamaremos de
PMBOK® é um conjunto de práticas em
O PMBOK® formaliza diversos conceitos
em gerenciamento de projetos, como a pró-
pria definição de projeto e do seu ciclo de
gerência de projetos levantado pelo Project vida, reconhece 5 grupos de processos de
Management Institute (PMI) e constituem a gerenciamento de projetos e 10 áreas de co-
base da metodologia de gerência de projetos nhecimento. Ao todo, são 47 processos.
do PMI.
Estas práticas são compiladas na forma
Na versão anterior (4ª. Edição),
de um guia, chamado de Guia do Conjunto
de Conhecimentos em gerenciamento de pro- eram 9 áreas apenas, não existia
jetos, ou Guia PMBOK. O PMBOK® não é a área Gerenciamento das Partes
uma norma, é apenas um guia de co- Interessadas. Esta estava inserida
nhecimentos e boas práticas em ge- na área de Comunicação na
renciamento de projetos. Ele traz infor- versão anterior. Eram, então, 42
mações do que fazer, mas não diz como fazer. processos, contra os 47 atuais.
Editado na forma de livro, o PMBOK®
está atualmente na quinta edição (dez/2012) e
traduzido oficialmente para diversos idiomas,
inclusive o português do Brasil. As edições an-
teriores foram publicadas nos anos de 1996,
2000, 2004 e 2008.
A 5ª edição foi lançada em 31 de dezem-
bro de 2012 em inglês, e a previsão é que es-
teja disponível em português em meados de
maio de 2013 .
28
4 O PMO
29
5 Softwares
30
Até aqui...
Durante esta unidade, tivemos a oportunidade de
estudar um breve histórico do PMI, seus principais
objetivos e as 5 categorias de certificação, quais
sejam: CAPM, PMP, PgMP, PMI-SP e PMI-RMP.
Verificamos que o PMBOK não deve ser consi-
derado uma norma, mas um conjunto de práticas
em gerência de Projetos e constituem a base da me-
todologia de gerência de Projetos do PMI.
A unidade ainda nos apresentou o PMO, Escri-
tório de Gerenciamento de Projetos; a Tripla Restri-
ção, que se refere às demandas de escopo, tempo
e custo; e os tipos de softwares que auxiliam no
gerenciamento de projetos.
31
“No começo de um projeto podem-
os fazer tudo, mas não sabemos
nada. No final do projeto sabemos
tudo, mas não podemos fazer nada.”
Unidade 3
Iniciando o
Projeto Objetivo
• Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de iniciação do projeto.
32
1 Introdução
P ara começarmos a pensar no desenvolvi-
mento de um plano de gerenciamento de
projetos, devemos responder perguntas como:
• A equipe está preparada e qualificada para
desenvolver o projeto?
• Em que momentos devem ser realizadas
• Quais as principais etapas do processo do reuniões de compatibilização entre os parcei-
projeto? ros envolvidos no processo?
• Quais os produtos parciais e finais dentro de Muitas outras perguntas podem surgir e
cada etapa? todas as respostas a essas questões levarão
à caracterização dos fluxos dos processos de
• Quais os requisitos necessários para se ini- um projeto, que poderá ser modelado através
ciar cada etapa? de planos, permitindo que se desenvolva sis-
• O escopo levantado abrange tudo que foi tema de planejamento destes fluxos e se ana-
combinado entregar? lisem estratégias mais adequadas para o seu
desenvolvimento.
• O orçamento atende às expectativas dos fi-
nanciadores do projeto? O grupo de processo de Iniciação é a
fase em que ocorre a aprovação do projeto,
• Qual será o padrão de qualidade exigido liberando-o para execução. O processo é for-
para o projeto? mado por:
• Como será o fluxo da comunicação acerca • Desenvolvimento do Termo de Abertura (Pro-
do andamento do projeto? ject Charter) – Área de Conhecimento: Inte-
• Como se dará o término de uma fase para gração
outra e entre projetos? • Identificar as partes interessadas – Área de
• Quais são os riscos inerentes ao desenvolvi- Conhecimento: Partes Interessadas
mento de cada fase do projeto? Feito isso, é importante realizar uma reunião
• Quais os tipos de recursos deverão estar de abertura do projeto.
disponíveis ou serem adquiridos?
33
2 Gerenciamento
da Integração
34
• Premissas e restrições (as restrições • Resumo do orçamento;
mais comuns são: duração ou data de en-
trega do projeto; o orçamento limitado; dis- • Requisitos de aprovação para o projeto,
ponibilidade de recursos, tanto recursos ou seja, quem irá decidir se o projeto está sendo
humanos quanto material ou equipamento; bem executado e quem irá assiná-lo;
potencial impacto social ou ecológico; leis, • Nome do patrocinador e outras pessoas
regras e/ou outros requisitos legais); que autorizam o TAP.
• Riscos iniciais; O Termo de Abertura deve responder à per-
• Resultados esperados (benefícios); gunta: “O que, exatamente, deve ser entregue
pelo projeto?” e deverá ser escrito de modo que
• Resumo do cronograma de marcos; não exija mudança enquanto o projeto prossegue.
35
Premissas e
Restrições
A definição de premissa,
segundo o dicionário Aurélio,
é “ponto de que se parte para
armar um raciocínio”. Já a
restrição é definida como “ato
ou efeito de restringir”.
36
3 Gerenciamento das
Partes Interessadas
Identificar as Partes
Interessadas – Stakeholders
Para que um projeto seja
bem sucedido, é importante P ara as partes interessadas, é importante
conhecer o tipo de interesse de cada um
no projeto. O interesse pode ser positivo ou
conhecer as pessoas negativo. Pode parecer estranho falar que
interessadas do projeto, e cuja alguém que faça parte do projeto tenha
atuação influencie positiva interesse negativo no mesmo, ou seja, queira
que o projeto seja um insucesso. Um exemplo
ou negativamente no projeto. é a expansão industrial. Para as indústrias e
Também é importante conhecer a comunidade, o sucesso do projeto é algo
positivo. Já aos olhos dos ambientalistas, isso
quem são as partes impactadas é prejudicial. Logo, esses ambientalistas têm
ou envolvidas no projeto. interesse negativo no projeto.
37
Também é importante saber Muitos gerentes de projeto avaliam apenas
as influências e impactos positivos, deixando de
qual o poder de influência lado os negativos. Isso gera o risco de fracasso
de cada parte, seja ele poder no projeto. Portanto, é importante definirmos to-
dos os stakeholders, seja sua influência e/ou im-
de influenciar as outras pacto positivo ou negativo.
pessoas, seja o controle É importante ressaltar que as partes interes-
sobre os recursos e poder sadas podem ser identificadas em todos os gru-
sobre o projeto em geral. O pos de processos de gerenciamento de projetos.
No entanto, quanto mais cedo as partes interes-
principal são as partes que sadas forem identificadas, melhor para o projeto.
podem influenciar escopo, Se todas as necessidades e requisitos das partes
interessadas forem considerados na iniciação,
prazo, custo... e antes do início do trabalho do projeto, menos
mudanças serão necessárias posteriormente no
Temos ainda as partes impactadas e
projeto, quando custarão mais caro.
que tem poder sobre o produto do projeto.
São, normalmente, os usuários da edifi- Devemos lembrar de definir o escopo le-
cação. De nada adianta as demais partes vando em consideração o mercado, os futuros
interessadas definirem um escopo se o usuários, além das expectativas do investidor, do
usuário da edificação não aprovar o produto. construtor, etc.
38
4 Reunião de Abertura
(Reunião de Kick Off)
A reunião de Kick-off é
a chamada reunião de
A reunião de Kick-off será, provavelmente, a
reunião mais importante de todo o projeto.
É a reunião onde, aos olhos do cliente, o projeto
abertura do projeto. Nela, realmente começa. Ela deve ser feita no início do
projeto, para melhor entendimento do que se quer,
todas as informações do junto ao cliente ou patrocinador.
projeto são repassadas à
Através dessa reunião, coordenada pelo ger-
equipe de projeto (de forma ente de projetos, gera-se o comprometimento e a
simplificada). motivação dos envolvidos no mesmo, incluindo o
patrocinador, antes que o trabalho, de fato, inicie.
39
A reunião de Kick-off em um projeto é es- Note que essas informações vêm justa-
sencial e deve acontecer até mesmo nos pe- mente do termo de abertura do projeto. Nenhu-
quenos projetos. Não deve durar mais que 1 ma dessas informações (além da importância
hora, para que não tenhamos detalhes exces- e do objetivo do projeto) devem ser muito de-
sivos nesta reunião. talhadas, uma vez que o planejamento do pro-
jeto ainda não foi realizado. Neste momento
Os principais pontos apresentados na ainda não se tem um plano de projeto, apenas
reunião de abertura são: um macro, que possibilita a visão geral para
• A contextualização do projeto; que seja feito o planejamento detalhado.
• A importância do projeto (por que está sen- A reunião do Kick-off é uma boa oportuni-
do feito); dade para juntar todos os membros da equipe,
clientes, stakeholders e formalmente anunciar
• O objetivo do projeto (onde chegaremos o estágio para o começo do projeto. Além dis-
com o projeto); so, é o momento certo para se tirar todas as
• O escopo macro do projeto (o que será feito dúvidas antes que o projeto inicie.
e o que não faz parte desse projeto); Assim, quando está claro e definido o que
• Os principais riscos, premissas e restrições; deve ser entregue pelo projeto está na hora de
encerrar a fase de iniciação e iniciar a fase de
• As funções e responsabilidades de cada um planejamento (definir o “como”).
no projeto;
A decisão tomada nas fases iniciais do
• Um breve orçamento geral (estimado, não projeto tem grande participação na redução
detalhado); de seus custos, das falhas da execução e re-
presentam importante informação de apoio à
• A data de entrega do projeto e os principais
produção e deve sempre ser revisado como
marcos.
melhores práticas nos projetos vindouros.
40
Até aqui...
No decorrer dessa unidade, estudamos o pro-
cesso de Iniciação do projeto, fase em que ocorre
a aprovação do projeto. Verificamos que esse pro-
cesso é formado por:
• Integração: Desenvolvendo o Termo de Aber-
tura do Projeto;
• Premissas e Restrições;
• Comunicação: Identificando as Partes Interes-
sadas – Stakeholders;
• Fazendo a Reunião de Abertura (Reunião de
Kick Off).
41
“O planejamento não é uma tentativa
de predizer o que vai acontecer. O
planejamento é um instrumento para
raciocinar agora, sobre que trabalhos
e ações serão necessários hoje, para
merecermos um futuro. O produto
final do planejamento não é a infor-
mação: é sempre o trabalho.”
Peter Drucker
Unidade 4
Iniciando o Objetivo
Projeto Ao final desta unidade você estará apto
para:
• Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de planejamento do projeto na
área: Escopo.
42
1 Planejando o Projeto: Escopo
43
O foco está no trabalho, ou melhor, sam toda a confusão e problemas.
nas atividades necessárias para se atingir o
objetivo.
Assim, o escopo do produto deve prever
Escopo do Produto (Product Scope): todas as funcionalidades esperadas e o pro-
As características e funções que caracteri- jeto detalhará todo o trabalho a ser executado
zam o produto/resultado do projeto. O foco para que o produto do projeto seja entregue
está no fruto do trabalho. O escopo do pro- de acordo com o especificado.
duto pode ser dividido em escopo funcional
(são normalmente definidos pelo cliente) e
escopo técnico (características técnicas,
Planejar o gerenciamento
como padrões, especificações, normas le-
gais, procedimentos, etc. e são normalmente
do escopo
definidos pela equipe do projeto).
O Planejamento do Gerenciamento do
Ambos os tipos de gerenciamento de
Escopo tem por objetivo decidir como abor-
escopo devem ser integrados para garantir
dar, planejar e executar as atividades de ger-
que o trabalho do projeto resulte na entrega
enciamento de escopo de um projeto, além de
do produto especificado.
buscar também uma definição e controle do
que está e o que não está incluído no projeto.
Outro cuidado que temos que ter é
que, além dos requisitos explícitos (que estão Criação de um plano de gerenciamento
na forma de registros, especificações, me- do escopo do projeto que documenta como
moriais e outras formas documentadas e que o escopo do projeto será definido, verificado,
são facilmente gerenciáveis) também temos controlado e como a estrutura analítica do pro-
os requisitos implícitos. Estes são os que cau- jeto (EAP) será criada e definida.
44
2 Coletar
os requisitos
A coleta de requisitos é um processo que to, do início ao fim. É com base nesses requi-
visa documentar todas as funcionalidades e sitos que o custo, o cronograma e a qualidade
características do produto e do projeto para serão construídos.
que atenda às expectativas e às necessida-
des das partes interessadas. Definir o
E quando falamos em documentar, signi-
fica registrar (escrever) todas as necessida- escopo
des, desejos e expectativas de todas as par-
tes interessadas em relação ao projeto. Pode O processo de definição do escopo é a
ser um formulário simples ou um documento descrição detalhada do projeto e do produto,
mais formal, mas deve ser registrado e assi- ou seja, é necessário definir tanto o escopo
nado pelo cliente e pelo patrocinador, a fim de do projeto quanto do produto, e ambos têm
minimizar conflitos ao longo do projeto, ou ao que ser claros e específicos, detalhados o su-
término dele. ficiente para que todos entendam o projeto.
A coleta de requisitos deve ser feita atra- Deve constar também o que está fora do
vés de entrevistas, de observações, de res- escopo. Por exemplo, o projeto é o desenvol-
postas a questionários, etc. A correta coleta e vimento de um software, porém a implantação
gerenciamento dos requisitos do projeto e do e o treinamento estão fora do escopo.
produto influenciam diretamente o sucesso do É o momento em que realmente entende-se
projeto. o projeto por completo, pois nesta fase analisa-
Os requisitos devem ser definidos, anali- -se e define-se todo o trabalho necessário para
sados e registrados com detalhes suficientes entregar o produto esperado. Como saída deste
para serem medidos ao longo de todo o proje- processo, teremos a Declaração do Escopo.
45
3 Declaração
de Escopo
46
• Objetivos do projeto: Incluem os cri- • Critérios de aceitação de produtos:
térios mensuráveis do sucesso do projeto. Os Define o processo e os critérios para aceitar
projetos podem possuir uma ampla variedade os produtos terminados.
de objetivos técnicos, de negócios, custo, cro-
nograma e qualidade. Os objetivos do projeto • Restrições do projeto: Lista e descre-
também podem incluir metas de custo, crono- ve as restrições específicas do projeto asso-
grama e qualidade. ciadas ao escopo do projeto que limitam as
opções da equipe. Podem ser orçamento pre-
• Descrição do escopo do produto: Ca- definido ou datas impostas (marcos do cro-
racterísticas do produto, serviço ou resultado nograma) divulgadas pelo cliente ou pela or-
para cuja criação o projeto foi realizado. Essas ganização executora. Quando um projeto for
características terão normalmente menos de- realizado sob contrato, em geral as cláusulas
talhes nas fases iniciais e mais detalhes nas contratuais se constituirão em restrições. As
fases posteriores, conforme as características restrições listadas na declaração do escopo
do produto forem progressivamente elabora- detalhada do projeto são normalmente mais
das. A descrição do escopo deve sempre for- numerosas e mais detalhadas do que as lista-
necer detalhes suficientes para dar suporte ao das no termo de abertura do projeto.
planejamento posterior do escopo do projeto.
• Premissas do projeto: Descreve as
• Escopo do projeto: Normalmente iden- premissas específicas do projeto associadas
tifica o que está incluído dentro do projeto e ao escopo do projeto e o impacto potencial
declara de forma explícita o que está excluído dessas premissas, se não forem confirmadas
do projeto, para evitar que uma parte interes- (riscos). As premissas listadas na declaração
sada possa supor que um produto, serviço ou do escopo detalhada do projeto são normal-
resultado específico é um componente do pro- mente mais numerosas e mais detalhadas do
jeto. que as listadas no termo de abertura do pro-
jeto.
• Entregas do projeto: As entregas in-
cluem tanto as saídas que compõem o pro- • Requisitos de aprovação: Identifica os
duto ou serviço do projeto, como resultados requisitos de aprovação que podem ser apli-
auxiliares, como documentação e relatórios de cados a itens como objetivos, entregas, docu-
gerenciamento de projetos. Dependendo da mentos e trabalho do projeto.
declaração do escopo do projeto, as entregas
podem ser descritas de forma sumarizada ou
detalhada.
47
4 Criar a EAP
(WBS)
A EAP representa o trabalho
especificado na declaração do escopo do
projeto atual aprovada. Os componentes
que compõem a EAP auxiliam as partes
interessadas a visualizar as entregas do projeto.
A EAP – Estrutura Analítica do Projeto é uma
síntese estrutural do projeto, ou seja, a divisão
das atividades em níveis que permitam o
controle. Pode ser representada por um
diagrama onde podemos observar uma
síntese da divisão das atividades e por uma
planilha com o detalhamento dessa divisão.
48
A EAP pode ser construída de
diversas formas conforme o
EAP por Fases: Organiza fases
propósito e tipo de projeto. As no primeiro nível e eventualmente no
formas mais comuns de montagem segundo nível também.
da EAP são: Por Fases, Por Vantagens:
Entregas e Por Equipes. Abaixo são • Oferece uma visão
apresentados exemplos de EAP’s “cronológica” dos acontecimentos no
em cada uma das formas. projeto;
• Facilita o entendimento de
pessoas leigas;
• Facilita o posterior
gerenciamento das atividades.
Desvantagens:
• Pode ofuscar a visão das
partes necessárias para uma entrega
específica;
• Tende a incentivar que se
incluam atividades administrativas
(ex.: Controle do projeto).
Vantagens:
• Visualiza claramente as partes que compõe
o projeto;
• Facilita a discussão de soluções técnicas e
caminhos alternativos;
• Facilita identificação de riscos técnicos.
Desvantagens:
• Não oferece visão cronológica.
Vantagens:
• Ótima para ocasiões em
que o projeto tem equipes com
responsabilidades muito diferentes.
Desvantagens:
• Não mostra cronologia nem
a organização das partes das
entregas.
49
4 Como montar
uma EAP
Figura 6 – Exemplo de Estrutura Analítica do projeto com alguns ramais decompostos até
o nível de pacote de trabalho (adaptado de PMBOK)
A decomposição da EAP pode ser de- • Quarta Etapa: Revisar a EAP com todos os
senvolvida em um processo de quatro eta- envolvidos até que haja uma concordância
pas: entre os membros para que o planejamento
do projeto possa ser completado com suces-
• Primeira Etapa: Identificar as entregas so, e na fase de execução possam ser cum-
finais do projeto, concluídas com sua descri- pridas as entregas estabelecidas no planeja-
ção na declaração do escopo. Estas entregas mento.
devem ser definidas da forma como o traba- Obs. 01: Cada elemento da EAP deve
lho do projeto é organizado (ciclo de vida do contribuir para o elemento (resultado) ao qual
produto). Por exemplo, em um projeto podem está subordinado (elemento pai).
estar incluídos: Gerenciamento de Projetos,
Viabilidade, Serviços Técnicos, Construção, Obs. 02: ao descer um nível na EAP, a
Instalações e Vendas. soma dos resultados subordinados corres-
ponde ao resultado do pai.
• Segunda Etapa: Definir as principais
entregas do produto do projeto. Obs. 03: um elemento da EAP pode ter
somente vários elementos (filhos). Mas um
• Terceira Etapa: Decompor as entregas elemento filho não pode ter mais de um pai.
principais em componentes menores (com-
ponentes constitutivos), para que o nível de Obs. 04: os resultados principais neces-
detalhamento seja apropriado para a gestão. sários ao gerenciamento devem ser incluídos
É preciso fazer estimativas de custo e dura- na EAP.
ção para cada componente identificado.
50
Criar a EAP é o procedimento de subdi- inclusive todas as suas entregas, sejam elas
visão das entregas e do trabalho do projeto internas ou externas.
em partes menores e de gerenciamento mais
fácil. Assim, se durante a elaboração de um A finalidade da EAP é organizar e definir
produto, o gerente do projeto teve dificulda- o escopo do projeto – o trabalho que não se
des de controlar a realização das atividades, encaixa na EAP está fora do projeto. A EAP
porque estas possuíam demasiadas entregas identifica o relacionamento entre os pacotes
(deliverables), dificultando seu entendimento de trabalho e deve ser atualizada sempre que
do processo de gerenciamento das mesmas, necessário, para refletir as mudanças no es-
ele deve aumentar o detalhamento da estrutu- copo do projeto. A EAP é essencial no projeto
ra analítica de projeto (EAP) a fim de minimi- e tem as seguintes utilidades:
zar o problema.
• Serve como linha de base do escopo;
O resultado (saída) deste processo será • É uma ferramenta de gerenciamento de
a EAP montada, detalhada ao ponto em que projetos;
o gerente e a equipe de projetos considera- • Permite a visão de todo o projeto;
rem adequado. • Serve de base para todo o planejamento;
• O trabalho não incluso na EAP não faz
As EAPs podem ser construídas usando parte do projeto;
modelos de projetos semelhantes já concluí- • Cria concordância e aceitação formal
dos. Embora cada projeto seja único, muitas do projeto;
empresas executam o mesmo tipo de projeto • Serve como dispositivo de controle
repetidamente. para manter o projeto na direção certa;
• Possibilita estimativas precisas de cus-
As entregas são similares de projeto para to e tempo;
projeto, e eles geralmente seguem um cami- • Serve para blindar as mudanças no
nho similar. Os modelos de EAP podem ser escopo do projeto.
usados como uma ferramenta para simplificar
o trabalho da equipe do projeto, poupando A forma que você vai encontrar para de-
seu precioso tempo. compor sua EAP irá depender da cultura da
sua empresa e do segmento em que ela atua.
A regra 100% é uma característica im- Na construção civil, já é hábito decompor
portante da EAP e determina que a Estrutura os pacotes em etapas, subetapas e tarefas -
Analítica do Projeto deva incluir 100% do portanto, em qualquer lugar do Brasil, as pla-
trabalho definido pelo escopo do projeto, nilhas orçamentárias são praticamente iguais.
51
Figura 7 – Exemplo de EAP
A criação da EAP não é uma atividade te à EAP. O dicionário EAP fornece informa-
para ser feita isoladamente e nem de uma só ções mais detalhadas dos elementos da EAP,
vez. O planejamento em ondas sucessivas incluindo os pacotes de trabalho, entregas e
consta da elaboração progressiva do pla- atividades.
nejamento, conforme as informações sobre
as atividades do projeto forem sendo mais O Dicionário da EAP tem como objetivo:
detalhadas. • facilitar o entendimento do que deve
ser realizado;
De acordo com o PMBOK®, este deta- • auxiliar o controle do escopo e;
lhamento progressivo do plano do projeto é • garantir que todos tenham um entendi-
frequentemente denominado “planejamento mento comum sobre um determinado pacote
em ondas sucessivas”, indicando que o pla- de trabalho.
nejamento é um processo iterativo e contínuo.
No início do projeto, quando as informações Ele pode ser feito em formato de tabela
estão menos definidas, as atividades podem ou de um texto descritivo. Quanto mais deta-
ser mantidas no nível de marcos. lhado, melhor, pois ajudará a equipe de proje-
tos a realmente compreender o projeto.
Precisamos entender que a capacidade
de planejar, gerenciar e controlar o trabalho O dicionário EAP poderia incluir os se-
aumenta à medida que o trabalho é decom- guintes elementos:
posto em níveis mais baixos de detalhe. A
decomposição de uma entrega pode não ser • Código identificador do componente;
possível de ser realizada em determinado • Descrição do trabalho do componente;
momento do projeto. Nesse caso, a equipe • Entidade responsável pela execução
aguarda até que mais informações cheguem do componente;
ao seu conhecimento para esclarecer os • Lista dos marcos do cronograma;
detalhes pertinentes desta entrega, para que • Recursos necessários;
ocorra a decomposição num nível menor e • Estimativas de custos;
mais gerenciável. • Requisitos de qualidade;
• Critérios de aceitação;
Após a EAP é importante montar o dicio- • Referências técnicas;
nário da EAP, que é um documento de supor- • Informações do contrato.
52
Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos o Escopo
do projeto, que faz parte do grupo de processos de
planejamento.
Buscando melhor entendimento do processo, no
conceito de escopo, analisamos a distinção entre
escopo do projeto e escopo do produto. Concluí-
mos que é necessário definir tanto um quanto o ou-
tro
No estudo da Declaração do escopo, verificamos
a importância de descrever em detalhes as entregas
do projeto e o trabalho necessário para criar essas
entregas.
Finalizamos com o item Criando a EAP (WBS),
que organiza e define o escopo total do projeto e
subdivide o trabalho do projeto em partes menores
e mais facilmente gerenciáveis.
53
“Quando eles dizem que você está
atrasado no projeto, isso é somente
uma maneira educada de se dizer
que você tem um péssimo senso de
prazos.”
George McGovern
Unidade 5
Objetivo
Planejando o Ao final desta unidade você estará apto
para:
Projeto: Tempo • Assimilar o conteúdo do conjunto de
processos de planejamento do projeto na
área: Tempo.
Conteúdos
N esta 5ª unidade continuaremos
o planejamento do projeto,
desta vez planejando o tempo e
• Definindo a Lista de Atividades;
• Sequenciando as atividades;
montando o cronograma do projeto. • Estimando as durações das Atividades;
Bons estudos! • Alocando os Recursos;
• Montando o Cronograma;
• Diagrama de rede do projeto;
•A Lei de Parkinson e a Síndrome do
Estudante.
54
1 Planejando o
projeto: cronograma
55
2 Planejar o
gerenciamento do cronograma
56
3 Definir a lista
de atividades
Com base na EAP, devemos decompor Para você entender melhor, utilize
os pacotes de trabalhos em atividades do substantivos para as entregas e pacotes
cronograma, necessárias para produzir de trabalho. Exemplo: Fundação, Estrutura,
estes pacotes de trabalho, dispostas em Revestimento, Pintura, etc. Para as
uma lista, sem considerar nenhum tipo de atividades, utilize verbos. Exemplo: Preparar
sequenciamento ainda. Depois, é só definir material, Montar slides, organizar festa, etc.
os marcos, que são pontos importantes Para os marcos, utilize termos como Fase
no nosso projeto, mas que não envolvem Concluída, Software instalado, Pneu trocado,
trabalho algum, nem tempo, custo ou etc.
57
4 Sequenciar
as atividades
58
Exemplo: - A segurança da festa deve ter-
minar junto com o término da festa.
Término a início (TI)
59
Determinação
da dependência
Existem três tipos de dependências entre
atividades:
1. Dependências Mandatórias (Obriga-
tória): São aquelas inerentes à natureza do
trabalho que está sendo realizado, traduzin-
do-se numa lógica rígida. Um exemplo é pre-
parar a massa do bolo para somente depois
confeitá-lo.
2. Dependência arbitrada: Podem ser
chamadas de lógica preferencial. O gerente,
ao usar este tipo de relacionamento, deve do-
cumentar a lógica por trás desta decisão. As
lógicas arbitradas ou preferidas permitem que
as atividades aconteçam em uma ordem pre-
ferida, por causa das melhores práticas ou de
condições exclusivas ao tipo de trabalho.
3. Dependências Externas: Como o pró- Aplicação de antecipações
prio nome diz, estas são as dependências
fora de controle do projeto. Alguns exemplos (leads) e esperas (lags)
incluem a entrega de um equipamento por um
fornecedor, ou a decisão de um órgão público
para o início dos serviços. As antecipações e atrasos são valores
acrescentados aos pacotes de trabalho para
alterar seu relacionamento. Considere as ante-
cipações como valores negativos e os atrasos
como valores positivos.
A A
B B
$YDQoR $WUDVR
60
5 Estimar os recursos
das atividades
61
6 Estimar as durações
das atividades
62
7 Desenvolver o
cronograma
63
Figura 9 – Cronograma de barras (Diagrama de Gantt) executado no software MS Project
Diagrama de rede
do projeto
A C D
INÍCIO FIM
B E F
Figura 10 - Diagrama de Rede - Método PDM
64
Método do diagrama de precedência
(PDM - Precedence Diagramming Method).
Este é um método de construção de dia- Fn = TMTn – TMCn = IMTn – IMCn
grama de rede que utiliza “nós” para repre-
sentar as atividades e as conecta por setas IMTn = TMTn – Dn + 1 = IMCn + F
que representam as dependências. A figura Obs.: considera-se “n” a atividade atual e
10 apresenta um diagrama simples de rede “n-1” a atividade anterior (predecessora).
desenhado utilizando o PDM. O PDM pode ser
feito manualmente ou no computador. Veja o exemplo:
IMC D TMC
Atividade
IMT F TMT
Onde:
D = Duração da atividade (determinada);
IMC = Início mais cedo: é a data mais
cedo em que uma atividade pode começar,
assumindo que todas as atividades prece-
dentes a ela, começaram nas suas datas mais
cedo;
TMC = Término mais cedo: é a data mais Após o desenho da rede, seguindo as rela-
cedo em que uma atividade pode terminar; ções de precedência estabelecidas, devemos fa-
zer o cálculo da rede através do “passo à frente”
IMT = Início mais tarde: é a data mais tar- para obtenção das datas de início mais cedo e de
de em que uma atividade pode começar, sem término mais cedo (cálculo das linhas superiores).
atrasar a data de término do projeto;
TMT = Término mais tarde: á a data mais A seguir devemos fazer o cálculo de “pas-
tarde em que uma atividade pode terminar, so atrás” para determinar as datas de início mais
sem atrasar a data de término do projeto; tarde e término mais tarde de cada atividade da
rede (cálculo das linhas inferiores). O resultado
F = Folga total é o tempo que uma ativida- será:
de pode atrasar sem comprometer o prazo do
projeto como um todo; 7 10
D
16
10 3 19
TMCn = IMCn + Dn - 1 1 3
C
3 4 4
G
7 8 6 13
L
14 2
M
15
1 0 3 4 0 7 12 4 17 18 4 19
TMTn-1 = IMTn - 1
Figura 11 - Diagrama de Rede - PDM
65
O caminho
crítico
A determinação do caminho crítico de um
projeto é fundamental para que a gerência do
tempo possa controlar de forma eficaz, a reali-
zação correta do cronograma e o cumprimen-
to das datas estabelecidas para o projeto.
“Caminho Crítico” representa a série de Para identificação do caminho crítico da
atividades que determina o término mais cedo rede basta verificar as atividades que têm a
do projeto (já que o projeto só termina quan- menor folga total, ou seja, a diferença entre as
do todas as atividades forem concluídas). As- datas de início mais tarde e a data de início
sim, ele determina a duração total do projeto mais cedo, ou pela diferença entre as datas
e é, consequentemente, também o mais longo de término mais tarde menos a data de térmi-
através do projeto (em tempo). no mais cedo. Com isso obtemos a sequência
C, G, J, K, conforme assinalada na figura aci-
O caminho crítico não é, necessariamen-
ma.
te, a maior sequência de atividades do crono-
grama do projeto. Podemos ter, por exemplo, Linha de base
o cronograma de um projeto mostrado na figu-
ra abaixo: do cronograma
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7
A
A linha de base do cronograma é a ver-
B
são formalmente aceita e aprovada pelos en-
C D volvidos e serve como evidência daquilo que
foi planejado. Ela permite comparar o que foi
E
executado efetivamente contra o que foi pla-
nejado no plano do projeto.
Figura 12 - Exemplo de Caminho Crítico
A Lei de Parkinson, a Sín-
Note que o caminho A – C – D é a maior
sequência de atividades deste cronograma. drome do Estudante e as
Há, porém, uma folga entre C e D. É a sequen-
cia A – E que determina a duração do projeto Multitarefas
(7 meses), que é o término mais cedo do pro-
jeto. É a sequência A – E, também, o caminho
mais longo do projeto (A sequência A – B dura Existem três fenômenos bastante conhe-
3,5 meses. A sequência A – C – D tem 6 me- cidos na execução das atividades dos proje-
ses de duração). tos: Síndrome do Estudante, Lei de Parkinson
A folga do caminho crítico é sempre zero. e as Multitarefas. Eles são prejudiciais e juntos
podem atrapalhar o andamento dos projetos.
Caso um GP (gerente de projetos) deseje
antecipar a data de término do mesmo, será A Lei de Parkinson diz que o trabalho
necessário antecipar as datas das tarefas do existente aumenta a fim de preencher e ocu-
caminho crítico. par todo o tempo disponível para a sua con-
clusão. Ou seja, se você destinar, por exem-
É possível ter mais de um caminho crítico plo, uma hora para terminar uma atividade, é
em um diagrama de rede de um projeto. bem provável que termine neste prazo. E se
você destinar duas horas para terminar a mes-
Para o exemplo dado, temos:
66
ma atividade, é bem provável que também o
termine dentro deste prazo de duas horas! E é
por isso que se você der a uma pessoa qual-
quer uma atribuição X, com um prazo de 30
dias, ela tenderá a completá-la de uma forma
que ocupe todo o prazo, mas se o prazo for de
apenas 3 dias, é provável que ele a complete
também, e se tiver que fazer em um dia só,
também vai conseguir.
A Síndrome do Estudante significa adiar
o trabalho até o último momento possível. Ela
ganhou esse nome pela forma como os estu- Figura 13 - Síndrome do Estudante (Esforço X Tempo)
dantes lidam com o dever de casa. Imagine Multitarefa é quando um mesmo recurso
dizer a um estudante que ele terá sua primeira executa várias atividades em paralelo. Ou seja,
prova dentro de 4 semanas. Digamos que ele para uma atividade no meio a fim de executar
já tem todo o material, o livro, os objetivos que outra. Isso acontece normalmente por falta de
serão testados e a data. priorização, pois se cada tarefa fosse execu-
tada por completo antes de o mesmo recurso
Quando ele começa a estudar? Na véspe-
iniciar a próxima tarefa, elas não atrasariam.
ra da prova. Por quê? Porque ele tem tempo,
é por isso. Outras tarefas pressionam mais e, Isso acontece porque nos pedem para
portanto, ele atrasa o início de uma tarefa até iniciar várias tarefas simultaneamente e cada
o último momento, para dar tempo de comple- uma delas possui um “cliente” esperando por
tar outro trabalho, que, muito provavelmente, sua saída. Cada cliente quer que a tarefa dele
também está sendo feito no último momento. progrida e constantemente pergunta “já termi-
nou?”, forçando-nos a comutar repetidamente
67
para a tarefa dele para que algo seja feito e numa fila de caixas no supermercado. Imagine
reportar o progresso. Enquanto estamos tra- que, em vez de atender uma pessoa por vez,
balhando nesta tarefa, outros clientes pedem o processo de pagamento no caixa incluísse
o status de suas respectivas tarefas. Este ci- passar apenas um produto de cada pessoa na
clo nos força a comutar tarefas repetidamente. fila e então fosse repetido até que cada pessoa
Naturalmente, ao trabalhar numa tarefa você passasse todos os seus produtos. Se há ape-
não está fazendo progresso em nenhuma ou- nas uma pessoa na fila, o tempo necessário
tra. Se seus clientes contam com uma entrega para o pagamento seria apenas o tempo ne-
rápida, eles pressionarão para ter um resulta- cessário para passar os seus produtos, pegar
do. Para alguns, não é necessário que seja rá- seu dinheiro e empacotar suas mercadorias.
pido, desde que esteja sendo feito.
Entretanto, se após você chegar na fila
Porém, analisemos: qualquer quantidade e um ou mais de seus itens tivessem sido re-
de tempo não trabalhado numa tarefa signifi- gistrados, outra pessoa entra na fila e, em vez
ca que a tarefa está sendo atrasada mais do de completar seu pedido, o caixa pegar um
que seria se você se dedicasse ao seu térmi- item desta outra pessoa, registrá-lo, e depois
no. Assim, a multitarefa sempre faz com que pegar um de seus itens, registrá-lo, e repetir.
uma tarefa demore mais do que deveria. En- Agora demorará duas vezes mais para você
tre outros fatores que se somam está o tempo completar sua compra. Enquanto o caixa está
de raciocínio que leva para “entrar no trilho”, registrando seus itens e, simultaneamente, o
e esse tempo pode ser uma parte significativa da pessoa atrás de você, outra pessoa entra
do tempo total da tarefa quando se faz multita- na fila. Agora o caixa pega um item seu, de-
refa. Para o trabalho manual isso pode incluir o pois um da próxima pessoa, e depois um da
tempo de ajuste da máquina, preparação das nova pessoa, e repete.
ferramentas e equipamentos apropriados e
colocá-los de volta em seus lugares. Como é possível perceber pelo exemplo
acima, quanto mais tarefas aceitarmos realizar
Pense como a multitarefa afetaria você simultaneamente, mais cada tarefa demorará.
TAREFA 1ª Sem 2ª Sem 3ª Sem 4ª Sem 5ª Sem 6ª Sem 7ª Sem 8ª Sem 9ª Sem 10ª Sem 11ª Sem 12ª Sem
Projeto A
Projeto B
Projeto C
TAREFA 1ª Sem 2ª Sem 3ª Sem 4ª Sem 5ª Sem 6ª Sem 7ª Sem 8ª Sem 9ª Sem 10ª Sem 11ª Sem 12ª Sem
Projeto A
Projeto B
Projeto C
Figura 15 – Exemplo de Priorização de tarefas sem a Multitarefa (Fonte: Sciforma Corporation, 2005)
68
Até aqui...
No decorrer desta unidade, estudamos sobre o tempo, conteúdo
do conjunto de processos de planejamento do projeto na área e neces-
sário para produzir as várias entregas identificadas na EAP (WBS).
Os subtópicos estudados foram:
• Sequenciando as atividades: o processo de identificação e do-
cumentação dos relacionamentos entre as atividades do projeto. Cada
atividade e marco, com exceção do primeiro e do último, são vincula-
dos a pelo menos um predecessor e um sucessor.
• Estimando as durações das Atividades: vinculadas as tarefas,
devemos estimar o período necessário para conclusão individual de
cada atividade do cronograma (lembrando que os marcos são ativida-
des com duração zero e, consequentemente, não possuem esforço ou
trabalho associados).
• Alocando os Recursos: Deve se identificar quais recursos (tipos
e quantidades) serão utilizados para realizar cada atividade.
• Montando o Cronograma: Determinar as datas de início e fim para
as atividades do projeto.
• Diagrama de rede do projeto: Esquema de apresentação das ativi-
dades do projeto e dos relacionamentos lógicos (dependências) entre
elas: Método do diagrama de precedência (PDM - Precedence Diagram-
ming Method), método do caminho crítico.
• A Lei de Parkinson e a Síndrome do Estudante: A Lei de Parkin-
son diz que o trabalho existente aumenta a fim de preencher e ocupar
todo o tempo disponível para a sua conclusão. A Síndrome do Estu-
dante significa adiar o trabalho até o último momento possível.
69