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MARCIO ARGEL TAMIOZZO

GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO:
IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS PARA REDUÇÃO DE CUSTOS NA
EXECUÇÃO DE PROJETOS

SÃO JOSÉ
2022
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MARCIO ARGEL TAMIOZZO

GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO:
IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS PARA REDUÇÃO DE CUSTOS NA
EXECUÇÃO DE PROJETOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia de CIVIL, Centro
Universitário de Maringá (UNICESUMAR).

Orientadora: Ma. LILIAN KEYLLA BERTO.

SÃO JOSÉ
2022
RESUMO

Este estudo procura ajudar a entender como a gestão de riscos pode preparar o gestor
para lidar de maneira assertiva com as influências externas e internas ao projeto a
partir do estudo bibliográfico de metodologias práticas, demonstrando que quando
adotado esta gestão desde o processo de formação de preços, premissas adotadas e
variações consideradas no orçamento a chance de evitar impactos e desdobramentos
negativos podem ser evitados. É verificado que quanto mais maduro o processo de
Gestão de Riscos encontra-se em uma empresa, maior a chance de sucesso e menor
os impactos sofridos quando “atingido” por variações adversas ou possibilidades de
maximizar os ganhos.

Palavras-chave: Análise de riscos. Planejamento. Estrutura Analítica de Riscos.


Resposta a Riscos.
ABSTRACT

This study seeks to help understand how risk management can prepare the manager
to assertively deal with external and internal influences on the project as of the
bibliographical study of practical methodologies, demonstrating that when this
management is adopted from the price formation process, premises adopted and
variations considered in the budget, the chance of avoiding impacts and negative
unfoldings can be avoided. It is verified that the more mature the Risk Management
process is in a company, the greater the chance of success and the lesser the impacts
suffered when "hit" by adverse variations or possibilities of maximizing gains.

Key words: Risk analysis. Planning. Risk Analytical Structure. Risk Response.
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1 INTRODUÇÃO

Em um ambiente rotineiro de projetos, diariamente ocorrem situações que


fogem ao contexto previsto de execução, algumas variações impactam de forma
positiva, outras de forma negativa. Estar preparado para essas variações pode
prevenir prejuízos em casos de impactos negativos ou até mesmo maximizar os
lucros, em casos de variações positivas. De acordo com a ABNT NBR ISO 31000
(2018), organizações de todos os tipos e tamanhos enfrentam influências e fatores
externos e internos que tornam incerto se elas alcançarão seus objetivos.
A todas essas variações que impactam o andamento de um projeto chamamos
de riscos e, saber como tratá-los demanda um planejamento antecipado e um
acompanhamento diário dos processos que envolvem todo o projeto e onde ele
encontra-se inserido.

“Embora a gestão de projetos esteja alcançando um grande espaço


em projetos de engenharia, muitas empresas ainda não valorizam e o
consideram apenas como custo. Diante desse cenário, a gestão de
riscos tem merecido mais espaço e atenção no contexto da gestão de
projetos e isso se deve, entre outros fatores, ao seu impacto nos
resultados como um todo. O sucesso de um projeto, ao considerar
tempo, custo e qualidade, depende em grande escala em como a
gestão lida com os riscos envolvidos (FARSSURA, 2018, p.2427).”

Percebe-se que no Brasil poucas empesas fazem uso desta ferramenta, muitas
por falta de conhecimento, outras por considerarem o planejamento de uma obra um
mero requisito exigido em contrato e o fazem apenas por obrigação.

“O setor da construção civil carece de um sólido entendimento sobre


a importância de uma boa gestão de projetos. A maioria das empresas
executa suas obras a partir do conhecimento e experiência dos seus
próprios engenheiros, não utilizando, na maior parte das vezes,
índices, ferramentas de gestão e normas para um melhor
planejamento e controle (BORGES, 2013, p.2-3).”

Tirar proveito de todas as variações e concluir um projeto com sucesso e


satisfação do cliente são o foco do gerenciamento de riscos e demonstrar a
importância da utilização deste processo de avaliação que, embora seja trabalhoso
no início, será o foco de demonstração neste artigo.
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“Entender a presença de risco em projetos de engenharia está


profundamente enraizado na conscientização dos gerentes de projeto.
É compatível com os objetivos do projeto que tratam o risco como uma
parte necessária e integrante de todo o processo de gestão do projeto,
e assumir um risco é considerado uma obrigação, porque o objetivo é
gerenciar o risco e não eliminá-lo (KOT, DRAGON, 2015 apud SILVA;
Melhado, 2018, p.2429).”

O conhecimento das técnicas de análise e gestão de riscos tornam-se


primordiais nos ambientes competitivos e instáveis políticas e economicamente de
modo a manter a saúde dos empreendimentos e das empresas, quer concluindo o
projeto ou abandonando-o. Conforme PMBOK (2017), todos os projetos possuem
riscos, pois são empreendimentos únicos com graus variados de complexidade que
visam proporcionar benefícios. Fazem isso num contexto de restrições e premissas,
respondendo ao mesmo tempo às expectativas das partes interessadas que podem
ser conflitantes e mutáveis. As organizações devem optar por correr o risco do projeto
de maneira controlada e intencional a fim de criar valor e, ao mesmo tempo, equilibrar
riscos e recompensas.
Esta breve releitura sobre a análise de riscos tem o objetivo de elucidar o gestor
sobre as ferramentas e benefícios de sua utilização, possibilitando a atuação de
maneira mais assertiva com as influências externas e internas ao projeto.
Gerenciando o risco, conforme os estudos e avaliações, verifica-se que quando a
avaliação dos riscos é elaborada desde o processo de formação de preços e
acompanhada constantemente durante a vida do projeto, premissas adotadas e
variações consideradas no orçamento conseguem evitar um mínimo de
desdobramentos negativos já em sua concepção e conseguem um maior suporte para
a tomada de decisão frente a um possível impacto (positivo ou negativo) no projeto.

2 METODOLOGIA

Este estudo será realizado sobre uma base teórico-conceitual, onde será
executada uma revisão bibliográfica sobre o tema de gerenciamento risco, analisando
nos autores a viabilidade e ganhos quando da sua utilização.
Deseja-se verificar as relações entre os diversos autores, sempre tendo como
premissa que os projetos são susceptíveis a influências exteriores e, estes riscos são
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variáveis e não absolutos. Quanto mais esforços forem agregados na sua gestão,
menores serão os impactos nos projetos e maiores as chances de sucesso.
Para os dados deste trabalho, serão elaborados estudos e levantamentos de
informações em relação ao tema em artigos, livros e trabalhos publicados por autores
especializados em literaturas oficiais e revistas do gênero.
Estes estudos e levantamentos bibliográficos entre diversos autores, serviram
para embasar este estudo de gerenciamento de risco, tendo como foco a busca de
uma relação entre o sucesso de um projeto e a utilização da gestão de risco desde a
concepção até a entrega final.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

A baixa utilização dessa metodologia em projetos por empresas nacionais está


entre os principais fatores que causam os fracassos nos projetos.

“A partir disso, tendo em vista a imprevisibilidade e complexidade dos


projetos, a crise econômico-financeiro a nível mundial que tem afetado
consideravelmente o setor da Construção Civil e a exigência cada vez
maior dos clientes com planejamento de custos e prazos rigorosos,
torna-se essencial para as empresas adotarem atitudes preventivas
como o estudo e a análise de riscos e a criação de metodologias de
gestão de risco para as suas obras (FORTUNATO, 2013, p.5).”

O conhecimento das ferramentas de análise de riscos e sua utilização traz para


o ambiente, não só de projeto, mas também ao ambiente corporativo, as ferramentas
necessárias para uma melhor atuação e prepara o gestor para atuação frente aos
impactos internos e externos de um projeto.
Embora sendo o gerenciamento de riscos uma das maiores necessidades em
gestão de projetos, sabe-se que pouco se tem feito nessa direção (RAZ; SHENHAR;
DVIR, 2002). Gerenciamento de risco foi apontado como a área relevante mais
ausente no estudo desenvolvido por Ibbs e Kwak (2000) entre gerentes de projetos
de quatro setores: telecomunicações, manufatura de produtos de alta tecnologia,
tecnologia de informação e engenharia de construção.
Vilcapoma, Magalhaes e Dantas (2014), por sua vez, acrescentam que a
gestão de risco auxilia uma boa tomada de decisão entre as alternativas apresentadas
com seus riscos associados de forma a evitar mudanças no projeto final, que podem
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ser fatores-chave de risco, como custos excessivos, atrasos no cronograma e até


cancelamento do projeto.
A preocupação com gerenciamento de riscos tornou-se mais evidente, para a
comunidade de gerenciamento de projetos, após a publicação da pesquisa de Ibbs e
Kwak (2000), em que foi reconhecida essa área de conhecimento como sendo a mais
carente em termos gerenciais, examinados em três dos quatro setores econômicos
estudados (CARVALHO; RABECHINI JUNIOR, 2011; SALLES JUNIOR et al., 2009
apud RABECHINI JUNIOR et al. 2013).
De acordo com o estudo apresentado no “Fórum Nacional de Benchmarking
em Gerenciamento de Projetos 2005”, realizado pelo PMI-Rio. Uma das conclusões
do estudo foi que o “risco” é o fator menos considerado pelas empresas durante a fase
de planejamento dos projetos, sendo considerado apenas por 36% das 80 empresas
brasileiras pesquisadas (Figura 1).

Figura 1 – Aspectos considerados no Planejamento de Projetos

Fonte: Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos, PMI-Rio, 2005

Como repassado nos itens anteriores, o Gerenciamento de Riscos é peça


chave para o sucesso dos empreendimentos além de ser uma ferramenta poderosa
no auxílio de tomada de decisões. Segundo Zou et al.(2007), uma relação direta entre
a gestão eficaz dos riscos e o sucesso do projeto é reconhecida, visto que os riscos
são avaliados pelo seu potencial impacto sobre os objetivos do projeto.
O mapeamento dos riscos em projetos de qualquer espécie, desde a sua
concepção, passando pelo planejamento e acompanhamento durante a fase
executiva, minimiza drasticamente os custos incorridos pela empresa por fornecer
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opções de cenários aos gestores. Segundo PMI (2016), o registro de riscos precisa
ser periodicamente revisto, os riscos encontrados devem ser reavaliados, os dados
de risco do projeto devem ser renovados e as informações de ações de resposta ao
risco e medidas de controle precisam ser avaliadas e monitoradas. Considerações
especiais devem ser tomadas em relação aos relatórios de comunicação do projeto,
sabendo-se que o êxito do mesmo depende dessa comunicação ao longo de todo o
ciclo de vida do projeto.
Desta forma a importância da Gestão de Riscos para um projeto ou para uma
empresa é a garantia de obter resultados e respostas rápidas a situações imprevistas
no âmbito do projeto. Segundo Mulcahy (2013), o Gerenciamento de Riscos é uma
prática que pode garantir a perpetuidade da empresa, pois os gerentes tornam-se
capazes de darem respostas certeiras e com menores custos aos acontecimentos que
geram gastos extras para a obra.
Segundo Torres (2002), Gestão de Risco do Projeto é a arte e a ciência de
identificar, avaliar, responder e controlar os riscos do projeto de modo sistemático e
durante toda a vida do projeto, no melhor interesse de seus objetivos.
O primeiro passo para o reconhecimento e avanço de um sistema de gestão de
riscos em uma empresa é implantar a cultura de riscos explorando seus benefícios e
demonstrando a sua eficácia no âmbito gerencial através do Planejamento e
acompanhamento contínuo deste processo em todas as etapas da obra. De acordo
com o PMBOK (2017), planejar o Gerenciamento dos Riscos é o processo de definição
de como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto. O
principal benefício deste processo é garantir que o grau, o tipo e a visibilidade do
gerenciamento dos riscos sejam proporcionais tanto aos riscos como à importância
do projeto para a organização e para as outras partes interessadas.
De acordo com Zou, Zhang, & Wang (2007), um método de gestão de risco
eficaz pode ajudar a compreender, não só os tipos de risco que se enfrentam, mas
também a gerir esses riscos, em diferentes fases de um projeto. Devido à sua
crescente importância, nos dias de hoje, a gestão de risco tem sido reconhecida como
uma necessidade, na maioria das indústrias. Neste contexto, um conjunto de técnicas
foi desenvolvido, para controlar as influências trazidas por potenciais riscos.
Para iniciar o desenvolvimento da análise de riscos, devemos agrupar os riscos
conforme sua origem/tipologia específica, criando uma EAR (Estrutura Analítica de
Riscos), que no decorrer do processo torna mais fácil e rápido a qualificação e
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quantificação destes. Uma EAR ajuda a equipe do projeto a considerar toda a gama
de fontes das quais podem surgir cada risco do projeto. Isso pode ser útil para
identificar os riscos ou para categorizá-los (TAB 1). A organização pode ter uma EAR
genérica, utilizada em todos os projetos ou pode haver várias estruturas EAR para
diferentes tipos de projetos ou o projeto pode criar uma EAR personalizada. Se a EAR
não for utilizada, a organização pode usar uma estrutura personalizada para
categorização dos riscos, que pode ter a forma de uma lista simples de categorias ou
uma estrutura baseada nos objetivos do projeto PMBOK (2017).

Tabela 1 – Extrato de um Exemplo de Estrutura Analítica de Riscos (EAR)

Fonte: PMBOK (2017).

A partir da EAR, o processo de identificação de riscos agrega o conhecimento


de toda a empresa através de metodologias específicas, gerando proatividade e
comprometimento com o projeto/empresa junto aos colaboradores. Deve-se
considerar a expertise de indivíduos ou grupos com conhecimento especializado em
projetos ou setores semelhantes. Esses especialistas devem ser identificados pelo
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gerente do projeto e convidados a considerar todos os aspectos de cada risco do


projeto, assim como as fontes do risco geral do projeto, com base na sua experiência
anterior e nas áreas de expertise. A parcialidade dos especialistas deve ser levada em
consideração nesse processo PMBOK (2017).
As metodologias utilizadas na identificação de riscos podem receber
contribuições a distância e outras presenciais, gerando um melhor aproveitamento do
tempo e qualidade das informações, podendo citar método de Brainstorming (são
reuniões entre os envolvidos com debate livre para geração de itens a serem
considerados na lista de riscos), Delphi (entrevista com individuais com especialistas,
não gera debates) e Entrevistas (responsável pela gestão de riscos fornece dados a
especialistas e juntos fazem considerações). Nascimento (2003) considera o
Brainstorming eficaz para este tipo de levantamento, pois este é um método
importante que permite o desenvolvimento de pensamentos livres da predisposição
da percepção e há o surgimento de ideias inusitadas.
O processo de identificação é algo dinâmico e, deve ser refeito durante toda a
vida do projeto, surgindo novos ou tornando os anteriores obsoletos. Sempre que
detectado novos “impactos”, estes devem ser classificados e acrescentados a lista de
Riscos. Ward e Chapman (2003) mostraram que as formas tradicionais de tratamento
ao risco tendem a se concentrar nos eventos de variabilidade e pouco considera os
aspectos da ambiguidade existentes nos projetos. Para eles, variabilidade se refere
aos elementos de um projeto que podem assumir valores distintos, portanto incertos,
como: prazos, custos e qualidade. Já ambiguidade está associada à falta de clareza
nos dados, nos detalhes, estruturas, entre outros, pois no comportamento dos
envolvidos estão presentes vieses, conhecimentos restritos e situações não claras
(RABECHINI JUNIOR, R. et al. 2013).
Com a lista de risco elaborada é estruturada a avaliação quantitativa e
quantitativa dos riscos e elaborado os cenários para a tomada de decisão. A análise
qualitativa, de acordo com Orsolini (2017) oferece dados, os quais podem ser
utilizados para priorizar os riscos conforme os critérios abordados anteriormente,
promovendo-se um tratamento adequado e específico, bem como a relevância de
cada um em uma ótica global. Já a análise perante o grau de complexidade da análise
quantitativa, pode-se obter resultados significativos que vão avaliar de maneira
numérica a probabilidade de riscos em projetos.
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Estes tipos de avaliações consistem em determinar, através de probabilidades,


o resultado de uma decisão tomada sempre tendo em conta a imprevisibilidade e
incerteza do momento. Para isso se faz estudo de cenários e simulações visando, por
meios estatísticos, diminuir as incertezas. De acordo com PMBOK (2017), planejar as
Respostas aos Riscos é o processo de desenvolver alternativas, selecionar
estratégias e acordar ações para lidar com a exposição geral aos riscos, e também
tratar os riscos individuais do projeto. O principal benefício deste processo é que
identifica formas apropriadas de abordar o risco geral e os riscos individuais do projeto.
Este processo também aloca recursos e adiciona atividades em documentos do
projeto e no plano de gerenciamento do projeto, conforme necessário.
Riscos avaliados como de alta prioridade e alto impacto são onde se
concentram o foco principal de respostas aos riscos, segundo Mulcahy (2013),
planejar respostas aos riscos quer dizer criar planos de ações, a fim de evitar, mitigar
ou transferir o risco, que são aplicados e monitorados na fase de controle aos riscos.
A análise e cuidados em como proceder com as ações planejadas à respostas
aos riscos se não forem avaliadas corretamente durante o processo de identificação
e avaliação dos riscos bem como a resposta a cada um, podem trazer grandes
prejuízos a obra. De acordo com o PMBOK (2017), as respostas efetivas e
apropriadas ao risco podem minimizar ameaças individuais, maximizar oportunidades
individuais e reduzir a exposição geral ao risco do projeto. Respostas inadequadas ao
risco podem ter o efeito inverso. Depois de os riscos terem sido identificados,
analisados e priorizados, planos devem ser desenvolvidos pelo responsável indicado
para resolução de cada risco individual que a equipe do projeto considere ser
suficientemente importante pela ameaça que represente para os objetivos do projeto
ou pela oportunidade que ofereça. O gerente do projeto também deve analisar como
responder apropriadamente ao nível atual do risco geral do projeto.
A constante observação e análise de respostas deve ser promovida e inserida
na cultura da empresa, conforme PMI (2016), reuniões de risco precisam ser
promovidas de maneira regular para estabelecer revisões de risco; atualização do
estado dos riscos no registro de riscos; repetição do procedimento de identificação,
análise e planejamento de resposta. Alguns riscos podem ter a necessidade de serem
escalados para o nível de programa e portfólio. A comunicação com as partes
interessadas do projeto é preponderante para analisar de forma periódica, o nível
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aceitável de risco no projeto. Modelos padrão para relatórios do estado de risco podem
ser uma ferramenta apropriada para o relatório de riscos do projeto.
Segundo Chapman e Ward (2007), nunca poderemos ter a certeza se o plano
escolhido é o que tem maior “eficiência do risco”. Contudo, é necessário procurar,
constantemente, por melhorias da “eficiência do risco”, com um claro entendimento
sobre o que pretendemos, caso contrário, nunca o iremos adquirir. Isto requer que o
processo de Gestão dos Riscos adotado tenha capacidade para procurar por
oportunidades (“ineficiência do risco”) de modo a melhorar a “eficiência do risco”.
O conhecimento da Gestão de Riscos e seu acompanhamento contínuo, bem
como seu acompanhamento nas lições aprendidas tornam as respostas e precauções
mais eficientes e rápidas. Conforme Guerin (2013) acrescenta que as vantagens de
uma correta gestão de riscos são a preservação de recursos da empresa (materiais e
humanos), o aumento da produtividade e competitividade, a melhoria da qualidade
dos processos, a possibilidade de aprendizado dos envolvidos e referência para
projetos futuros.

“Os estudos de Petria e Petria (2009), Namazian e Eslami (2011) e


Scandizzo (2005) indicam que o mapeamento do risco é a base para
todos os componentes-chave do gerenciamento do risco operacional:
identificação, avaliação, acompanhamento/elaboração de relatórios e
mitigação.
Mapeamento de risco é uma ferramenta de análise em que as
exposições ao risco estão ligadas as partes relevantes do processo de
negócio. Segundo Scandizzo (2005) os passos chave para o
mapeamento de risco podem ser resumidos em:
1 - Identificação das atividades-chave (mapeamento de processos);
2 - A análise dos responsáveis pelo risco (pessoas, processos ou
sistemas);
3 - Análise dos fatores de risco (quantidade, qualidade, criticidade e
fracasso);
4 - Identificação dos riscos;
5 - Identificação e análise das perdas. (WEBER, 2014, p.14)”

Conforme visto, todo risco tem uma associação com um evento podendo afetá-
lo positiva ou negativamente, a antecipação e tratamento que damos a esses eventos
é que definirá o sucesso ou fracasso de um projeto.

“Um dilema sugerido pela análise dos estudos de caso está


intimamente ligado às responsabilidades atribuídas a partir da
ocorrência de problemas. Houve quebras de procedimento, em alguns
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casos, mas parece ter faltado uma gestão mais efetiva em várias
situações; especialmente, com enfoque preventivo.
Outra questão de difícil equacionamento para a gestão de projetos no
segmento estudado consiste em como controlar o “risco-cliente”; em
boa parte das dificuldades e insucessos relatados, o cliente estava na
origem do processo, revelando-se um fator de risco que não teve
adequado tratamento por parte dos gestores. (FARSSURA; KIKUTI.
MELHADO, 2022, p. 15)”

O processo de análise e gestão de riscos deve ter uma Gestão específica, que
consiga transitar entre os diversos âmbitos do projeto atuando continuamente no
monitoramento dos riscos identificados e dos que venham a surgir.

4 CONCLUSÃO

A implantação e gestão de um sistema integrado de riscos em projetos é de


fundamental importância para empresas que almejam competitividade e estabilidade
em um âmbito global de mercado.
Para isso a necessidade de implantar uma cultura de engajamento de todos os
envolvidos e, com acesso as informações internas e externas que impactam o projeto
é primordial para realizar as análises retrospectivas e prospectivas de cada projeto e
seus impactos (positivos ou negativos).
A importância de uma Gestão eficaz de Riscos está na capacidade da empresa
em gerir e acompanhar o processo desde a concepção do projeto com a utilização de
metodologias de identificação até a utilização de ferramentas que permitam a
antecipação dos riscos e o eficaz tratamento das adversidades ou oportunidades que
que surjam.
Dessa forma, quanto mais os estudos utilizem uma metodologia consistente e
suas análises são constantemente aprimoradas nos projetos mais rápidos serão as
respostas e maiores as probabilidades de sucesso e conclusão.
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REFERÊNCIAS

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de Riscos - Princípios e Diretrizes. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio
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Link Vídeo TCC

https://youtu.be/iigrdkn4poY

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