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RESUMO
Este trabalho aborda a gestão de riscos aplicada a um processo de oxidação térmica para o
tratamento de efluentes gasosos em uma empresa do ramo petroquímico. Esta abordagem se faz necessária
para certificar que a implantação deste novo processo industrial possa ocorrer da forma mais segura
possível, através da aplicabilidade das etapas da gestão de riscos sobre o mesmo. O objetivo geral deste
trabalho é identificar os principais riscos relacionados ao processo de oxidação térmica e gerar um plano
de respostas a estes riscos durante o planejamento para a implantação de um novo sistema oxidador de
gases, destinado ao controle e a tratativa dos resíduos poluentes, provenientes dos processos produtivos,
ressaltando a identificação antecipada dos riscos e suas tratativas. Para a consecução deste trabalho será
necessário à realização de um estudo de caso, sendo este constituído pela pesquisa bibliográfica, por sua
vez complementada por informações levantadas em campo e a utilização da gestão de riscos junto ao
processo analisado, referente a uma empresa de rerrefino de óleo lubrificante usado e contaminado,
situada na cidade de Varginha, sul do estado de Minas Gerais. O estudo realizado evidenciou diversas
particularidades passíveis de forma antecipada e suas necessárias correções para o processo, permitindo
prevenir e mitigar os riscos negativos.
ABSTRACT
This work addresses the risk management applied to a thermal oxidation process for the
treatment of gaseous effluents in a petrochemical company. This approach is necessary to certify that the
implementation of this new industrial process can occur in the safest way possible, through the
applicability of the steps of risk management over it. The general objective of this work is to identify the
Graduado em Engenharia de Produção, Pós Graduando em Gestão Estratégica de Projetos, pelo Centro
Universitário do Sul de Minas, UNIS-MG, e-mail: andersondomingues.adp@outlook.com.br
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main risks related to the thermal oxidation process and to generate a response plan for these risks during
the planning for the implementation of a new gas oxidation system for the control and treatment of
polluting waste of productive processes, highlighting the early identification of risks and their treatment.
In order to achieve this work, a case study will be carried out, consisting of the bibliographical research,
in turn complemented by information collected in the field and the use of risk management in the analyzed
process, related to a re-refining company of used and contaminated lubricating oil, located in the city of
Varginha, in the southern state of Minas Gerais. The study carried out evidenced several anticipated
specialties and their necessary corrections to the process, allowing to prevent and mitigate the negative
risks.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Definir eventos que possam de alguma forma interferir nos objetivos associados à
estratégia das organizações, são processos da identificação dos riscos, onde estes por sua vez
devem ser monitorados e aperfeiçoados continuamente. (IBGC, 2007).
Kerzner(1998), aborda a observação e análise de possíveis condições de falha, como
ponto inicial para identificação dos riscos, tendo sua efetividade como fator regulador para a
eficiência do gerenciamento de risco.
Conforme Salles Júnior (et. al 2010), a identificação dos riscos pode ser realizada através
da utilização de várias técnicas e ferramentas que buscam auxiliar este processo. A técnica de
análise de histórico se apresenta como um levantamento de modelos e exemplos de riscos
existentes em projetos passados. A análise Swot é uma importante ferramenta na busca pela
identificação dos riscos, através da análise dos ambientes organizacionais. Outro importante
instrumento é a estrutura analítica de riscos que procura organizar e listar os riscos levantados em
categorias. São apresentadas também outras técnicas como brainstorming, chuva de ideias
levantadas pelos stakeholders durante reuniões específicas, o brainwriting e o Delphi, técnica de
levantamento dos riscos de forma individual entre um grupo de especialistas.
Como grande vantagem trazida pela identificação dos riscos, temos a antecipação de
possíveis eventos. Isto se dá através do conhecimento adquirido pela documentação levantada
sobre os riscos existentes (PMBOK, 2013).
(…) o processo de analisar numericamente o efeito dos riscos identificados nos objetivos
gerais do projeto. O principal benefício desse processo é a produção de informações
quantitativas dos riscos para respaldar a tomada de decisões, a fim de reduzir o grau de
incerteza dos projetos. (PMBOK , 2013, p. 333).
De acordo com Salles Júnior (et. al 2010), a análise quantitativa dos riscos permite a
melhor análise e avaliação do projeto através da disponibilidade de informações mais claras e
nítidas, sendo de fundamental importância a antecipação dos riscos avaliados. Com a mensuração
dos riscos disponibilizada procura-se mitigar os riscos mais significativos durante o início, ou
seja na concepção do projeto, onde a avaliação dos riscos deve ser realizada sob a possibilidade
de sua decorrência e o nível de magnitude de suas consequências, (VARGAS, 2016).
Há situações em que o levantamento de informações é escasso, levando assim a
impossibilidade de se elaborar modelos próprios, tornando impraticável a análise quantitativa dos
riscos. A necessidade e a viabilidade da análise quantitativa dos riscos deve ser definida através
da opinião especializada do gerente de projetos. As técnicas, métodos e ferramentas a serem
utilizados no gerenciamento de risco de um projeto, deverão ser determinados através do tempo e
do orçamento disponível, bem como das análises qualitativas e quantitativas necessárias,
(PMBOK, 2013).
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Com o andamento do projeto novos riscos podem surgir ou se modificar, devido a esta
possibilidade é necessário monitorar e controlar os riscos durante toda duração do projeto,
(POSSI, 2006).
Conforme Fortes (2011), Durante a realização do projeto é necessária à certificação de
que o plano elaborado para respostas aos riscos seja executado de forma eficiente. Em
conformidade com os resultados apresentados, podem-se inserir novas estratégias, ou realizar
ações corretivas.
O guia PMBOK (2013) demonstra como a principal vantagem em monitorar e controlar
os riscos, o aumento substancial da eficácia no acompanhamento dos riscos durante toda duração
do projeto, gerando a melhoria contínua de respostas aos riscos.
identificado como matéria prima principal para o processo de rerrefino. Este processo produtivo é
subdividido em diversas etapas produtivas por sua vez geradoras de resíduos gasosos poluentes.
Fonte: Anguil
Dentro do atual processo de tratamento dos resíduos gasosos industriais, foi utilizado
como objeto de estudo a aplicação das etapas do gerenciamento de riscos sobre a implantação de
um novo forno oxidador de gases. Este forno é um equipamento responsável por tratar os
efluentes gasosos resultantes dos processos de fabris. Para o correto e seguro funcionamento
deste equipamento, é necessário que haja um conjunto de fatores associados à sua implantação,
operação e funcionamento, proporcionando assim que os possíveis riscos associados a este, sejam
minimizados ou extinguidos.
O plano de gerenciamento de riscos foi realizado com a finalidade de se organizar a condução das
atividades relacionadas à gestão de riscos. As documentações de entrada utilizadas foram: o plano de
gerenciamento de projetos, o termo de abertura do projeto, bem como os ativos dos processos
organizacionais. As técnicas utilizadas se deram através da realização de reuniões e da opinião
especializada dos seguintes stakeholders: departamento técnico do fornecedor do equipamento, uma
consultoria especializada no ramo de tratamento de efluentes gasosos, e o próprio corpo técnico da
empresa. Dentre as partes interessadas envolvidas diretamente podemos citar: a alta direção, a engenharia
de projetos e processos, a segurança do trabalho e a segurança do processo, a produção industrial, a
utilidades e o suprimentos. A reunião inicial possibilitou o preenchimento de um calendário fixo, com as
datas para a realização de novas reuniões e para o alinhamento das etapas da gestão de riscos. Outro
importante ponto levantado foi à definição de uma equipe fixa para a gestão dos riscos e as atribuições
individuais de cada indivíduo, sendo esta responsável pela identificação dos riscos, análise qualitativa,
planejamento de respostas aos riscos e pelo planejamento e controle dos riscos. Por fim foi elaborada uma
Risk Breakdown Structure (RBS), esta estrutura analítica dos riscos buscou auxiliar a identificação dos
riscos e suas causas.
Para a identificação dos riscos foram utilizados como dados de entrada, o próprio plano de
gerenciamento de riscos, bem como EAP estrutura analítica do projeto, o registro das partes interessadas e
os ativos dos processos organizacionais. Foi realizada uma nova reunião, tendo como participantes a
equipe de gerenciamento de riscos, um consultor técnico da área térmica, bem como o fornecedor do forno
a ser instalado. A equipe de gerenciamento de riscos e o fornecedor do oxidador trouxeram
antecipadamente uma relação de riscos já observados através do levantamento documental do processo e
do equipamento. Esta lista foi apresentada e discutida entre os demais participantes, sendo a mesma
alterada e aperfeiçoada através do diagrama de ishikawa.
Riscos identificados:
● Risco 1 – Desligamento repentino do equipamento, ocasionando possíveis emissões de
gases nocivos para atmosfera, através da queda de energia elétrica, falta de combustível
no queimador, entupimento do bico injetor de combustível e falta da indução de ar;
● Risco 2 – Queda na temperatura do forno, ocasionando a passagem direta de gases
nocivos, através do aumento repentino do volume de gases na câmara de combustão,
obstrução parcial do bico injetor de combustível, oscilações na composição química do
combustível para o queimador e oscilações na indução de ar;
● Risco 3 – Engolimento de chama pela tubulação de alimentação dos gases, ocasionando
uma possível explosão do tanque pulmão, através da mudança de fluxo de chama do
queimador devido à alteração da pressão interna na câmara de combustão ou pela
promoção de vácuo na tubulação de alimentação de gases devido ao maior fluxo de fluido
destinado a outras linhas de processo;
● Risco 4 – Falha humana na operação do forno, através da abertura incorreta da válvula de
controle de vazão para entrada dos resíduos gasosos, falta de controle no reservatório de
combustível para o queimador, falta de identificação de parâmetros de regulagem
necessários para o bom funcionamento do equipamento, desligamento incorreto do forno
e dedução errônea de parâmetros de temperatura, vazão e pressão do equipamento;
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Com a identificação dos riscos completa, foi realizada através da equipe de gerenciamento
dos riscos a análise qualitativa. Como entrada foram utilizados os ativos dos processos
organizacionais contemplando o levantamento de informações e históricos, através de
informações de controle, solução de problemas, defeitos e arquivos de projetos anteriores. O
plano de gerenciamento de riscos foi também utilizado juntamente com a lista de registro dos
riscos. Esta análise possibilitou atribuir a cada risco a sua probabilidade de ocorrência e por sua
vez o seu impacto, conforme as tabelas 03 e 04 abaixo:
Através da identificação dos riscos e da análise qualitativa, foi realizada uma reunião pela
equipe de gerenciamento dos riscos e as principais partes interessadas, onde foram levantadas as
ações necessárias para se prevenir, transferir, mitigar e aceitar os riscos encontrados através da
estratégia para riscos negativos e ameaças e também da utilização da opinião especializada.
Ações levantadas para a devida tratativa dos riscos:
● Risco 1 – Para a tratativa do possível desligamento do equipamento durante o processo de
produção, foi levantado a necessidade da instalação de uma válvula esfera normalmente
fechada retorno por mola, junto à linha de alimentação dos resíduos gasosos, para que
caso haja uma queda de energia, a mesma se feche automaticamente evitando o transpasse
deste resíduo através do forno oxidador seguindo posteriormente para atmosfera. Com
relação a possível falta de combustível será necessário à instalação de uma bomba reserva
para alimentação do queimador, a fim de que se possa transmitir a maior segurança e
eficiência ao equipamento, evitando sua parada indevida por possíveis entupimentos dos
filtros ou necessidade de troca e manutenção da bomba por desgastes ou quebra;
● Risco 2 – Para o melhor controle sobre as possíveis oscilações de temperatura na câmara
de combustão do oxidador, serão necessárias as instalações de dois transmissores de
temperatura. Um localizado na câmara principal e outro localizado na chaminé, a fim de
que juntos possam enviar informações sobre a temperatura atual destes pontos ao
supervisório, onde o mesmo poderá controlar o ajuste da chama do queimador, através do
aumento ou da diminuição de combustível e ar. Esta regulagem permitirá que a
temperatura interna da câmara seja adequada em conformidade com a necessidade para
queima. Com relação à variação de volume dos gases no interior da câmara de combustão,
será necessária a inserção de uma válvula de regulagem controlada eletro-
pneumaticamente, para o assertivo controle da vazão dos resíduos gasosos, bem como a
instalação de um transmissor de pressão a fim de se obter a informação precisa da pressão
existente no interior da câmara, informando ao supervisório estas variações, regulando
assim a vazão dos resíduos;
● Risco 3 – Para o controle do risco de engolimento da chama na tubulação de alimentação
de gases do forno, será instalada uma válvula corta chamas, bem como a instalação de um
by pass para a limpeza e manutenção desta válvula, sem que haja a necessidade de parada
do forno oxidador de gases;
● Risco 4 – Para o controle de possíveis falhas humanas, o processo de oxidação de gases
deve ser todo automatizado, sendo o mesmo controlado pela disponibilização de
parâmetros fornecidos pelo equipamento, por sua vez alterando e ajustando os diversos
controles junto ao processo. Outra importante ação a ser tomada é a instalação de
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 24 dez.
2018.
CRUZ, F. Scrum e PMBOK®. Unidos no gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro: Brasport,
2013.
SALLES, CARLOS ALBERTO JR.; SOLER, ALONSO MAZINI; VALLE, JOSÉ ANGELO
SANTOS; RABECHINI, ROQUE JR.; Gerenciamento de Riscos em Projetos. 2ed. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2010.
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SEILER, W. and Junge, C. Carbon Monoxide in the Atmosphere, 1ª Edição, Ed. J Geophysical
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TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
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