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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ÁREA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ROBERTO SIMONETE SELAU MAGANINI

AVALIAÇÃO DAS NORMATIVAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM


PEQUENAS CONSTRUÇÕES

CAXIAS DO SUL
2023
ROBERTO SIMONETE SELAU MAGANINI

AVALIAÇÃO DAS NORMATIVAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM


PEQUENAS CONSTRUÇÕES

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil
da Instituição Universidade de Caxias do
Sul UCS como requisito parcial à obtenção
do grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Vinícios Ceconello

CAXIAS DO SUL
2023
RESUMO

A construção Civil é a uma área com capacidade bem expressiva na economia


do pais, possui a capacidade de elevar a taxa de emprego e de renda, assim
como o desenvolvimento social. A segurança no canteiro de obras é muito
importante para preservar a integridade física dos trabalhadores que ai estão. O
presente estudo de caso terá o foco apresentar a importância da segurança no
canteiro de obras, do cumprimento das normas e a importância da fiscalização
por parte dos órgãos competentes, relacionando com a cultura de segurança na
construção civil. Através da análise de quatro diferentes empresas e obras será
possível abordar esta questão e comprovar através da coleta de dados, por meio
de entrevistas, as informações necessárias para a discussão sobre o tema. Os
resultados parciais serão apresentados através de gráficos que representam as
respostas dos questionários aplicados. De maneira que na maioria das
perguntas pode-se notar que as empresas e empreiteiras analisadas procuram
cumprir as normas e fornecer os EPIs necessários para manter a segurança no
canteiro de obras.

Palavras-chave: Construção Civil; Cultura de segurança; Prevenção de


acidentes;
ABSTRACT

Civil construction is an area with a very significant capacity in the country's


economy, it has the capacity to increase employment and income rates, as well
as social development. Safety on the construction site is very important to
preserve the physical integrity of the workers there. This case study will focus on
presenting the importance of safety on the construction site, compliance with
standards and the importance of inspection by the competent bodies, relating to
the safety culture in construction. Through the analysis of four different
companies and works, it will be possible to address this issue and prove, through
data collection, through interviews, the information necessary for the discussion
on the topic. The partial results will be presented through graphs that represent
the answers to the questionnaires administered. So, in most questions it can be
seen that the companies and contractors analyzed seek to comply with the
standards and provide the necessary PPE to maintain safety on the construction
site.

Keywords: Civil Construction; Safety culture; Accidents prevention;


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1:ELEMENTOS DA CULTURA DE SEGURANÇA ............................ 20


FIGURA 2: PRESENÇA DA CIPA .................................................................... 23
FIGURA 3: TREINAMENTO ............................................................................. 23
FIGURA 4:A PRESENÇA O PCMAT ............................................................... 24
FIGURA 5: PRESENÇA DE EPI'S E EPC ........................................................ 24
FIGURA 6:USO DOS PRINCIPAIS EPI'S ........................................................ 25
FIGURA 7: PROTEÇÃO CONTRA QUEDA EM ALTURA ............................... 25
FIGURA 8: PERCENTUAL DE RELATOS DE OCORRÊNCIAS...................... 26
FIGURA 9: TIPOS DE OCORRÊNCIA ............................................................. 27
FIGURA 10: DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ......................................... 27
FIGURA 11:FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................. 29
FIGURA 12:EDIFICAÇÃO N°1 ......................................................................... 31
FIGURA 13:EDIFICAÇÃO N°1 ......................................................................... 32
FIGURA 14:EDIFICAÇÃO N°1 ......................................................................... 32
FIGURA 15:EDIFICAÇÃO N°1 ......................................................................... 32
FIGURA 16:EDIFICAÇÃO DE N°2 ................................................................... 33
FIGURA 17:EDIFICAÇÃO DE N°2- FASE DE ALVENARIA ............................ 34
FIGURA 18:EDIFICAÇÃO DE N°2 ................................................................... 34
FIGURA 19:EDIFICAÇÃO DE N°2 ................................................................... 34
FIGURA 20:LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO N°3 ......................................... 35
FIGURA 21:EDIFICAÇÃO N°3 ......................................................................... 36
FIGURA 22:EDIFICAÇÃO N°3 ......................................................................... 36
FIGURA 23:EDIFICAÇÃO N°3 ......................................................................... 36
FIGURA 24:LOCALIZAÇÃO EDIFICAÇÃO N°4 ............................................... 37
FIGURA 25:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS ............................................... 38
FIGURA 26:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS ............................................... 38
FIGURA 27:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS ............................................... 39
FIGURA 28: A OBRA POSSUI PROJETO? ..................................................... 43
FIGURA 29: PRESENCIOU A FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NA OBRA? .. 44
FIGURA 30: PRESENCIOU A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO NA
FISCAIZAÇÃO DAS OBRAS?.......................................................................... 44
FIGURA 31: TREINAMENTO SOBRE SEGURANÇA NO TRABALHO ........... 45
FIGURA 32: FORNECIMENTO DE EPI'S ........................................................ 45
FIGURA 33:TREINAMENTO PARA USO CORRETO DE EPI'S ...................... 46
FIGURA 34: É INTERROMPIDO OS TRABALHOS POR FALTA DE EPI'S? .. 46
FIGURA 35: INSTALAÇÃO DE PROTEÇÃO OBRIGATÓRIA ......................... 47
FIGURA 36: USO DO CINTO DE SEGURANÇA ............................................. 47
FIGURA 37: CABO DE SEGURANÇA NO CINTO PARA TRAVAMENTO ...... 48
FIGURA 38: PISO DOS ANDAIMES ................................................................ 48
FIGURA 39: DESLOCAMENTO DOS ANDAIMES .......................................... 49
FIGURA 40:FISCALIZAÇÃO DO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
......................................................................................................................... 49
FIGURA 41:ACIDENTES NA OBRA ................................................................ 50
FIGURA 42: EQUIPAMENTOS USADOS DIARIAMENTE............................... 51
LISTA DE QUADRO

QUADRO 3: QUESTIONÁRIO ......................................................................... 40


LISTA DE TABELAS

TABELA 1:NORMAS REGULAMENTADORAS REFERENTES A SEGURANÇA DO


TRABALHO ............................................................................................................................... 14
TABELA 2:ELEMENTOS DA CULTURA DE SEGURANÇA ............................................. 19
TABELA 3: CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS/ EMPREITEIRAS......................... 30
TABELA 4: CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS ................................................................... 30
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 9
1.1. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ..... 10
1.2. OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................. 10
1.2.1. Objetivo geral .............................................................................. 10
1.2.2. Objetivos específicos ................................................................. 11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 12
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................. 12
2.2. CULTURA ORGANIZACIONAL E DE SEGURANÇA NO TRABALHO .. 16
2.2.1. Cultura organizacional ............................................................... 17
2.2.2 Cultura de segurança no trabalho ................................................. 18
2.3. SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................... 20
2.4. QUESTIONÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO
TRABALHO ...................................................................................................... 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 28
3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS/ EMPREITEIRAS........................ 29
3.2. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS ......................................................... 30
3.2.1. Edificação n° 1 ............................................................................ 31
3.2.2. Edificação de n°2 ........................................................................ 33
3.2.3. Edificação de n°3 ........................................................................ 35
3.2.4. Edificação de n°4 ........................................................................ 37
3.3. QUESTIONÁRIO .................................................................................... 39
3.4. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS ................................................ 42
4. RESULTADOS ............................................................................................. 43
4.1. RESULTADos SOBRE DOCUMENTAÇÃO .............................................. 43
4.2. RESULTADOS TOTAIS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS ............... 43
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 52
Referências Bibliográficas ............................................................................ 53
9

1. INTRODUÇÃO

A construção Civil é uma área expressiva na economia do pais, possui a


capacidade de elevar a taxa de emprego e de renda, assim como o
desenvolvimento social (OLIVEIRA, 2012; GOMES et al,. 2019; apud LENO et
al,. 2023 p.2). Entende-se como construção civil, o conjunto de atividade, do
ramo da engenharia, que tem como finalidade transformar materiais e espaços
de acordo com a necessidade do homem, através da execução de projetos
previamente elaborados, respeitando os princípios técnicos e as normas
vigentes, caracterizando-se como atividades que envolvem a instalação,
reparação, equipamentos e edificações (GOMES et al., 2019; OLIVEIRA, 2012).
Segundo Silva (2008) a Organização Internacional do Trabalho a
construção civil é a área que apresenta os maiores números de acidentes de
trabalho. As fiscalizações em segurança do trabalho no Brasil apontam o setor
de construção civil com altos índices de acidentes, embargos e interdições de
obras (BRASIL, 2017).
O Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) aponta que em
2017 ocorreram 549.405 acidentes de trabalho em todo o país, na construção
civil foram 30.025, equivalentes a 5,46% de todos os casos. O número de
afastamentos do emprego por mais de 15 dias por conta das atividades
profissionais no Brasil foi de 142.782, no setor o número chegou a 11.894 na
construção 8,3% no total” (ANAMT, 2019).
As fiscalizações em segurança do trabalho no Brasil apontam o setor de
construção civil com altos índices de acidentes, embargos e interdições de obras
(BRASIL, 2017). Esses dados mostram que as algumas empresas não seguem
os padrões da cultura de segurança em suas obras, justificando o número de
acidentes.
O baixo interesse em conhecer e aplicar as normas de saúde e segurança
do trabalho, por parte das empresas, demonstra a falta de uma cultura
organizacional voltada para a segurança. O nível de desconhecimento e
despreparo dos profissionais atuantes nos níveis gerenciais (engenheiros,
arquitetos, dentre outros), com relação à segurança do trabalho, dificulta a
criação de uma cultura de segurança entre os funcionários do canteiro de obras
(PEINADO, 2019 apud BORGES et al. 2021).
10

Apesar das empresas e empreiteiras cumprirem as normas se segurança


existentes, existe uma dificuldade da fiscalização das obras por parte dos órgãos
competentes nas cidades pequenas dos Campos de Cima da Serra, onde estão
localizadas as edificações escolhidas para a realização deste trabalho.
Para tanto, o setor da construção civil foi escolhido como tema para este
estudo, pois muitas empresas não seguem na prática as normas de prevenção
de acidentes, colocando a vida de seus trabalhadores em risco. A partir desta
abordagem torna-se essencial o investimento na Segurança do Trabalho e,
principalmente, na boa gestão de cumprimentos das leis e normas existentes em
nosso país.
Este trabalho busca analisar a importância da segurança no trabalho
através de um estudo de caso de quatro edificações localizadas nos Campos de
Cima da Serra, com o intuito de investigar se as mesmas seguem as normas
existentes afim de minimizar acidentes e sinistros de trabalho.
Para apresentar dados relevantes a pesquisa, será necessário realizar um
estudo de caso entre quatro obras de diferentes cidades para comprovar tal
índice. Para tanto, o setor da construção civil foi escolhido como tema para este
estudo, a partir da análise e estudo de caso de quatro diferentes obras visando
reafirmar a importância da segurança no trabalho.

1.1. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Para a realização deste trabalho, foi escolhido duas obras localizadas na


cidade de Bom Jesus e duas na cidade de Jaquirana, cidades da região dos
Campos de Cima da Serra. Diferentes realidades para abordar a importância da
segurança na construção civil.

1.2. OBJETIVOS DO TRABALHO


1.2.1. Objetivo geral

O trabalho tem como objetivo principal, avaliar a cultura de segurança do


trabalho em quatro edificações na região dos Campos de Cima da Serra.
11

1.2.2. Objetivos específicos

a) Analisar quatro obras de diferentes cidades no que diz respeito a


segurança no trabalho;
b) Avaliar se os operários possuem entendimento das normas de
segurança do trabalho, visando diminuir o número de acidentes no canteiro de
obras.
c) Levantar as condições que os trabalhadores das edificações analisadas
realizam suas atividades diárias, percepção do questionário e das visitas.
12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O capítulo irá abordar através de uma revisão bibliográfica a importância


da segurança no trabalho, do cumprimento das leis e normas regulamentadoras,
o que é a cultura organizacional e a cultura da segurança no trabalho, afim de
diminuir os riscos de acidentes no canteiro de obras.

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

Para que as pessoas fiquem mais seguras em seus ambientes de trabalho


e para a diminuição de acidentes, existem normas que tornam o ambiente mais
seguro. Sendo de tal maneira a segurança do trabalho primordial para proteger
a saúde e a vida dos trabalhadores. As empresas são responsáveis por fornecer
um ambiente seguro de trabalho a todos. Cabe aos funcionários por sua vez,
seguirem todas as regras e normas estabelecidas para que o ambiente
permaneça seguro e o trabalho seja desenvolvido com sucesso e eficácia. De
acordo com a EU-OSHA (European Agency for Safety and Health at Work ) um
local de trabalho saudável é aquele onde, dentro da medida do possível, não
existem fatores de risco que possam afetar a saúde do trabalhador (TAKALA,
URRUTIA, 2009 apud MATOSO, 2016).
Segurança do trabalho é considerada um conjunto de normas, atividades,
medidas e ações preventivas praticadas para melhorar e garantir a segurança
dos ambientes e campos de trabalho. A Segurança do Trabalho também atua
na prevenção de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, visando
proteger a integridade física do trabalhador e por consequência diminuir os
gastos médicos (OLIVEIRA, 2021).
De certa forma, é possível compreender a Segurança do Trabalho como
aquele conjunto de atividades de prevenção, reconhecimento, diagnóstico,
avaliação e, principalmente, controle dos riscos de acidentes, ou seja, a meta é
prever e evitar os acidentes de trabalho (ABRAMET, 2005).
Segundo Oliveira (2009), as primeiras noções de segurança de trabalho
surgem após graves problemas de saúde e de mortes de pessoas, em 1802 na
13

Inglaterra foi instituída a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”: que diminuiu a
carga horária de trabalho diário, entre outros benefícios.
Sem muito sucesso, o parlamento inglês se viu obrigado a criar a “Lei das
Fábricas” em 1833. Tal lei previa que as fábricas fossem inspecionadas,
delimitou a idade mínima para crianças trabalharem, sendo 9 anos a partir do
surgimento da mesma. A referida lei proibiu o trabalho noturno de menores de
18 anos e afirmou a limitação de horas diárias de trabalho. Visando proteger a
saúde e integridade física dos menores. Pode-se afirmar que foi a partir deste
momento, que a Segurança do Trabalho passa a ser o foco da sociedade da
época, visando a diminuição de acidentes nas fábricas, com um conceito
prevencionista (FERREIRA, 2011).
Peixoto (2010) enfatiza que a Segurança do Trabalho, pode ser entendida
como o conjunto de medidas adotadas, visando minimizar os acidentes de
trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho das pessoas envolvidas. A Segurança do Trabalho é
praticada pela conscientização de empregadores e empregados em relação aos
seus direitos e deveres.
No ponto de vista de Chiavenato (2002), a Saúde e Segurança do
Trabalho abrange um grupo de competências inseridas no ambiente de trabalho,
para analisar, corrigir e eliminar riscos aos quais os trabalhadores possam estar
submetidos no ambiente de trabalho. Essas ações são implantadas através de
processos técnicos operacionais, normas regulamentadas e conceitos
educativos.
De fato a segurança no trabalho procura minimizar os riscos a integridade
física do funcionário, em relação a construção civil, inclusive através da mesma
a preservação da vida, devido aos níveis de acidentes que podem ocorrer
diariamente. Mas também, os acidentes podem atrapalhar o andamento dos
projetos, perdas de materiais, diminuição de produtividade, atraso da obra e
dependendo requer a contratação de novos funcionários (PEIXOTO, 2010;
BOZZA, 2010).
Segundo Bozza (2010), não pode existir qualidade onde não há
segurança. Levando-se em conta que o medo é uma emoção muito forte, não
tem como pensar que um funcionário possa realizar uma atividade de maneira
14

satisfatória em um ambiente inseguro, causando a queda da qualidade que


depende em sua grande parte dos recursos humanos da empresa.
Desta forma, segundo Sesi (2008), o setor da construção civil é
considerado um dos mais críticos em relação à saúde e segurança do trabalho,
pois engloba diferentes atividades que expõem o trabalhador a diversos riscos
diretos e indiretos. Incluem diferentes fatores que contribuem para o alto índice
de incidentes e acidentes, e por exercer trabalho temporário, o ramo da
construção civil necessita de ações que antecipem riscos e resguardem a saúde
e segurança do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a portaria
3214 de 08.06.78 – DOU 06.07.78 aprovou 28 Normas Regulamentadoras - NR,
cada uma versa sobre um assunto de Segurança, Higiene e Medicina do
Trabalho. Hoje está portaria possui 37 Normas Regulamentadoras vigentes nos
pais (BRASIL, 2016).
Logo abaixo apresenta-se as normas regulamentadoras vigentes em
relação a segurança do trabalho (quadro 1). E dentre as NRs, aquela que se
destina exclusivamente à indústria da construção civil é a NR 18 (BRASIL,
2020b).
As normas da indústria da construção civil evidencia necessidades, do
mesmo modo que a maior parte dos agentes dão prioridade apenas ao projeto,
aos materiais e à execução, desmerecendo etapas de planejamento e
conservação (MÉLO FILHO, 2009).

TABELA 1:NORMAS REGULAMENTADORAS REFERENTES A SEGURANÇA DO


TRABALHO
NR -1 - Disposições Gerais (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de
30/07/2019);
NR - 2 - Inspeção Prévia (REVOGADA pela PORTARIA SEPRT n. º 915, de
30 de julho de 2019, publicada no DOU de 31/07/2019);
NR - 3 - Embargo ou Interdição (Última modificação: Portaria SEPRT 1069, de
23/09/2019);
NR - 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (Última modificação: Portaria MTPS 510, de 29/04/2016);
NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Última modificação:
Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
NR - 6 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) (Última modificação:
Portaria MTb 877, de 24/10/2018);
15

TABELA 1: NORMAS REGULAMENTADORAS REFERENTES A SEGURANÇA DO


TRABALHO

(continua)
NR - 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
(Última modificação: Portaria MTb 1031, de 06/12/2018);
NR - 8 - Edificações;
NR - 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (Última modificação:
Portarias SEPRT n. º 1.358 e 1.359, de 09 de dezembro de 2019);
NR - 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (Última
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
NR - 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
NR - 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos (Última
modificação: Portaria SEPRT 916, de 30/07/2019);
NR - 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações (Última modificação:
Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
NR - 14 - Fornos;
NR - 15 - Atividades e Operações Insalubres (Última modificação: Portaria
SEPRT n. º 1.359, de 09 de dezembro de 2019);
NR - 16 - Atividades e Operações Perigosas (Última modificação: Portaria
SEPRT n. º 1.357, de 09 de dezembro de 2019);
NR - 17 – Ergonomia (Última modificação: Portaria 876, de 24/10/2018);
NR - 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
(Última modificação: Portaria SEPRT nº 3.733, 10/02/2020);
NR - 19 - Explosivos;
NR - 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
(Última modificação: Portaria SEPRT n. º 1.360, de 09 de dezembro de 2019);
NR - 21 - Trabalho a Céu Aberto;
NR - 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;
NR - 23 - Proteção Contra Incêndios;
NR – 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho (Última
modificação: Portaria 1.066, de 23/09/2019 do Ministério da
Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho);
NR - 25 - Resíduos Industriais;
NR - 26 - Sinalização de Segurança;
NR - 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho
(revogada);
NR - 28 - Fiscalização e Penalidades (Última modificação: Portarias SEPRT
nºs 1.358, 1.359 e 1.360, de 09 de dezembro de 2019);
NR - 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
NR - 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário (Última modificação:
Portaria MTE 1186, de 20/12/2018);
NR - 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura (Última modificação: Portaria MTE 1086, de
18/12/2018);
NR - 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
(Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
NR - 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados (Última
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
16

TABELA 1: NORMAS REGULAMENTADORAS REFERENTES A SEGURANÇA DO


TRABALHO

(Continuação)
NR - 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
e Reparação Naval (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019);
NR - 35 - Trabalho em Altura (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de
30/07/2019);
NR - 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados (Última modificação: Portaria MTb
1087, de 18/12/2018);
NR - 37 - segurança e saúde em plataformas de petróleo (Última modificação:
Portaria SEPRT n. º 1.412, de 17 de dezembro de 2019).
Fonte: site da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (BRASIL, 2020a)

Segundo Benite (2004) aqui no Brasil os modelos habituais de gestão da


Segurança e Saúde no Trabalho SST são aplicados na maioria das construtoras,
tem como base essencial, 20 o cumprimento das NR’s. Costella (2004) afirma
que a segurança do trabalho não é alcançada apenas com o uso dos
equipamentos protetivos, mas com a adoção de diversas atividades que
colaboram para o processo eficiente e seguro da edificação. Nesse sentido, a
segurança do trabalho é assegurada e representada por um conjunto de ações
que está ligado à organização, limpeza, produtividade, higiene, condições
adequadas de trabalho e, ainda, à dignidade aos operários.

2.2. CULTURA ORGANIZACIONAL E DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Neste capítulo será abordado o que é a cultura organizacional e de


segurança no trabalho. O conceito de cultura tem sido utilizado por vários
autores: regularidades de comportamento, normas de grupo, os valores
adotados, filosofia formal, regras do jogo, o clima, as competências
incorporadas, hábitos de pensamento, significados compartilhados e de raiz.
Nota-se que alguns destes usos se concentram em valores e atitudes como os
elementos-chave da cultura, ao passo que outros se baseiam no comportamento
(SCHEIN, 1992 apud CAMPOS, 2012 p.594).
17

2.2.1. Cultura organizacional

O estudo da cultura das organizações teve um importante impulso


qualitativo durante a década de oitenta do século passado, graças ao
desenvolvimento de estudos de grande dimensão sobre características culturais
de empresas de sucesso e à criação de modelos teóricos integrados de cultura
organizacional (CHAMBEL, CURRAL, 1995).
Para Curvello (2002) o conceito de cultura organizacional baseia-se a
partir de duas linhas teóricas básicas:

“A primeira concebida como um sistema de ideias em que o que é


social e cultural é distinto, mas possuem suas interdependências. A
segunda, sendo considerada como um sistema sociocultural, na qual a
vertente cultural tem uma relação de pertencimento a um sistema
social, estendendo-se em comportamentos e produtos destes
comportamentos” (CURVELLO, 2022).

É possível analisar a cultura organizacional por uma perspectiva de


aprendizagem, onde o grande grupo analisa suas atitudes no ambiente e a partir
desta análise consegue traçar o que se faz mais seguro para a realização das
atividades diárias, preservando a organização e lembrando o que é certo ou
errado. Em relação a definição de Cultura Organizacional, o mais aceito parece
ser a de Schein (1994), o qual refere-se a Cultura Organizacional como um
padrão de premissas básicas que um determinado grupo inventou, descobriu ou
desenvolveu no processo de aprender a resolver seus problemas de adaptação
externa e de integração interna e que funcionaram suficientemente bem a ponto
de ser considerada válida e, por isso, deve ser ensinadas a novos membros do
grupo como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação a estes
problemas (SCHEIN, 1994 apud ZAVAREZE, 2008).
Apesar de cada empresa ser única e contar com seus próprios valores, a
cultura organizacional equipara as empresas em termos de necessidade de
organização. Para que assim, as decisões sejam tomadas em comum acordo,
visando o bem estar e segurança de todos os colaboradores. Pois sabe-se que
através da organização, é possível se manter um patamar de trabalho, na
18

questão de realização e desenvolvimento de atividades diárias visando o


sucesso nos processos diários e garantindo a segurança de todos.
Os autores HSL (2002) e SILVA (2008) concordam quando se referem
que, a cultura organizacional constitui um antecedente da cultura de segurança.
Ainda enfatizam que há uma outra perspectiva que defende que a cultura de
segurança constitui uma parte da cultura organizacional global, afetando as
atitudes e crenças dos seus membros em relação ao desempenho em
segurança.

2.2.2 Cultura de segurança no trabalho

Segundo pesquisas realizadas, o termo cultura de segurança foi utilizado


pela primeira vez, após o acidente catastrófico de Chernobyl, em 1986
(CHAGAS, 2016 p.3). Desde então, surgiu este tema para mostrar para a
sociedade que os acidentes ocorrem devido à falta de uma cultura de segurança
ou a existência pobre e falha da mesma.
É possível destacar a partir de então que, a cultura organizacional e a
cultura de segurança são conceitos abstratos, o que deu aos investigadores um
elevado grau de liberdade sobre o seu entendimento e a sua colocação em
prática (HAVOLD, 2007). Os acidentes de trabalho têm sido estudados sob
muitos pontos de vista, nos últimos 30 anos, nas mais diversas áreas, desde a
engenharia à psicologia, com a preocupação de reduzir o número de acidentes
de trabalho (MELLÁ, 2007).
Segundo Marcondes (2022), a cultura de segurança no trabalho possui
elementos básicos (quadro 2).
19

TABELA 2:ELEMENTOS DA CULTURA DE SEGURANÇA


O comportamento social, as ideias e
os costumes são, em grande medida,
baseados em regras. Algumas regras
estão escritas em leis, regulamentos
Políticas/Regras e normas. Outras regras, a maioria
delas de fato, não estão escritas e
vêm na forma de ética, códigos
morais e nossas ideias mútuas sobre
o que é comportamento aceitável nos
diferentes grupos aos quais
pertencemos.
Este conceito de tecnologia é
utilizado para descrever qualquer
ferramenta – fabricada ou não – que
usamos de determinada maneira. A
tecnologia não diz respeito apenas a
Tecnologia coisas tangíveis como computadores,
carros, martelos e assim por diante,
mas também modelos: modelos
mentais (padrões e esquemas em
nossa mente), processos, operações,
bem como padrões, padrões e
modelos usados como modelos e
pontos de partida.
São as pessoas que usam a
tecnologia e são as pessoas que
formam e informam as políticas. A
sociedade em que você é criado
determina suas políticas e seu uso de
Pessoas/competência ferramentas. O comportamento social
é um comportamento aprendido.
Podemos pensar na cultura como
competência, o conhecimento e a
compreensão de como funcionar
adequadamente em um grupo social.
Essa competência inclui como usar a
tecnologia e, pelo menos, as regras
básicas de engajamento em nossa
sociedade.

Fonte: adaptado pelo autor (2023) – ideia de Marcondes (2022)

É possível representar através de desenho (figura 1) os elementos


anteriormente citados por Marcondes(2022).
20

FIGURA 1:ELEMENTOS DA CULTURA DE SEGURANÇA

Fonte: Marcondes(2022)

Para Cooper (2000), a cultura de segurança é o resultado das interações


dinâmicas entre três elementos: clima de segurança, comportamento de
segurança e sistema de gestão de segurança do trabalho.
Existe um forte consenso de que a cultura de segurança desempenha um
papel importante na sinistralidade laboral (Silva, 2008). No dia a dia muitas vezes
ocorrem sinistralidades por falta de conhecimento da cultura de segurança.
Portanto, as empresas devem dar um ênfase neste quesito para proteger a
saúde de seus funcionários.

2.3. SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

É necessário ser garantido o acesso seguro a todas as áreas do ambiente


de trabalho, com a instalação segura de equipamentos, os quais devem ser
regularmente inspecionados e operados por profissionais treinados (OIT,2001
apud SEGURANÇA E SAÚDE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO BRASIL,
2013, p.34).
A OIT (1996) já propõe que que se melhorada as condições de trabalho,
haveria uma diminuição no índice de acidentes e uma melhoria na produção.
Desta maneira, a Organização Internacional do Trabalho (2012) ainda enfatiza
que para a prevenção, o fator humano é fundamental, pois os trabalhadores em
todas as dimensões da empresa precisam se sentir como pertencentes a ela, e
necessitam desenvolver um sentido de segurança, além de sentirem que
trabalham em um ambiente seguro e saudável. Caso a empresa desenvolva
21

estes tipos de sentimentos nos indivíduos, poderá obter a colaboração do


trabalhador com maior facilidade e consequentemente diminuir o número de
acidentes de trabalho (OIT, 2012).
Carvalho (2005) afirma que é necessário possuir prescrições mínimas que
precisam ser estabelecidas visando a prevenção de acidentes, são elas:
• Levar em conta a segurança e a saúde no trabalho desde a fase de
planejamento, em todos os trabalhos de construção. O trabalho deve ser
coordenado entre todas as partes envolvidas no planejamento e na execução do
mesmo;
• Assegurar a utilização de equipamento de trabalho seguro;
• Colocar sinalização de segurança nos locais onde não seja possível
evitar a existência de perigos ou onde estes não possam ser adequadamente
reduzidos através da aplicação de medidas preventivas;
• Fornecer equipamento de proteção individual adequado;
• Assegurar que os trabalhadores da construção tenham um ambiente de
trabalho seguro com instalações apropriadas através, por exemplo, de acessos
e vias de circulação seguras;
• Pôr em prática um quadro geral de gestão da saúde e da segurança que
inclua: avaliar e prevenir os riscos, dar prioridades às medidas coletivas para
eliminação dos riscos, consultar os trabalhadores e proporcionar-lhes
informação e formação.
De acordo com Massera (2005), pode-se dizer que devido à grande
influência sócio econômica que a construção civil tem no pais, há a necessidade
de se promover novas maneiras de gerir o canteiro de obras, tendo como
exemplos melhoria nos programas de treinamento, mudança de comportamento
inadequado na obra, comprometimento em cumprir as normas, visando a
segurança e saúde no trabalho.
De acordo com Rodrigues (2002), um parâmetro muito importante e
necessário é a instalação correta do canteiro de obras, que é uma forma de evitar
acidentes e auxiliar na pratica de medidas contra acidentes de trabalho, o
planejamento correto de todas as atividades que envolvem os trabalhadores tem
grande impacto quando se é falado em segurança do trabalho.
O autor Stefano (2008), afirma através de estudos realizados que é
necessário ofertar palestras cursos para auxiliar na prevenção de acidentes,
22

usando estas ferramentas, como métodos educacionais que visam conscientizar


preventivamente os trabalhadores.
Segundo Ferreira (2012), é necessário que se instale programas
adequados com o auxílio de uma equipe adequada, composta por profissionais
da área de segurança, sendo técnicos e engenheiros de segurança do trabalho,
esses irão instruir os funcionários, além de lhes apresentar as consequências
oriundas do não uso dos EPI’s.
Faz-se necessário que a empresa conheça todas as normas e órgãos de
fiscalização vigentes, se organize com métodos educacionais, invista em
equipamentos de segurança, para que consiga manter baixo os riscos de
acidente no canteiro de obras, preservando a integridade física de seus
trabalhadores. Portanto a cultura de segurança constitui um eixo fundamental na
promoção da saúde dos trabalhadores, na
prevenção dos riscos profissionais e, consequentemente no combate à
sinistralidade laboral (SILVA, 2008 apud CHAGAS, 2016).

2.4. QUESTIONÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO


TRABALHO

Sampaio e Victor (2018) realizaram uma pesquisa acerca da utilização de


EPI’s no canteiro de obras, afim de comprovar a necessidade do uso dos
mesmos, visando evitar acidentes, através de um estudo de caso. Os autores
ainda enfatizam em sua pesquisa a importância que tem os órgãos de
fiscalização, para se fazer cumprir as normas existentes.
Para validar a pesquisa dos autores Sampaio e Victor (2018), os mesmos
aplicaram um questionário, que decorreu durante visitas técnicas nos canteiros
de obras. Os autores relatam que “todas visitas sempre foi acompanhada por um
profissional escolhido pelo responsável da obra” (SAMPAIO; VICTOR, 2018). O
questionário aplicado para a realização do presente trabalho está baseado nas
pesquisas de Sampaio e Victor (2018).
A primeira pergunta feita por Sampaio (2018) está relacionada a presença
da CIPA, como representa a Figura 2 abaixo.
23

FIGURA 2: PRESENÇA DA CIPA

Autor: Sampaio e Victor (2018)

Na figura acima está a representação do resultado da pergunta n°1 do


questionário aplicado pelos autores, mostrando que três das empresas
analisadas possuem a presença da CIPA.

FIGURA 3: TREINAMENTO

Autor: Sampaio e Victor (2018)

Referente ao treinamento, Sampaio e Victor (2018) afirmam que toda


empresa independente do seu tamanho deve oferecer treinamento sobre a
segurança do trabalho. A Figura 3 apresenta como resultado que apenas 4
empresas, proporcionam treinamento aos seus trabalhadores.
24

FIGURA 4:A PRESENÇA O PCMAT

Autor: Sampaio e Victor (2018)

Somente 4 empresas possuem o PCMAT, como mostra a Figura 4.

FIGURA 5: PRESENÇA DE EPI'S E EPC

Autor: Sampaio e Victor (2018)

A Figura 5 apresenta os resultados obtidos, percebe-se que as Empresas


A, B e C responderam sim a 67% das perguntas, a empresa D respondeu sim a
apenas 33% e as empresas E, F e G responderam sim a todas as perguntas
(SAMPAIO; VICTOR 2018).
25

FIGURA 6:USO DOS PRINCIPAIS EPI'S

Autor: Sampaio e Victor (2018)

Como se pode observar na Figura 6, a empresa A, B e D usam apenas


63% dos principais EPI’s, já a empresa C usa 88%, e as empresas E, F e G usam
100% dos EPI’s (SAMPAIO; VICTOR 2018).

FIGURA 7: PROTEÇÃO CONTRA QUEDA EM ALTURA

Autor: Sampaio e Victor (2018)

É possível observar através da Figura 7 que a empresa A respondeu sim


a apenas 20% das perguntas, a empresa B respondeu sim a 40%, a empresa C
em 80%, a empresa D em nenhuma das perguntas obteve 34 resposta sim, e as
empresas E, F e G responderam sim a todas as perguntas.
Casagrande (2017) em sua pesquisa, avaliou a cultura de segurança na
construção civil, também através de um estudo de caso. O autor abordou 5
26

aspectos da cultura de segurança do trabalho através de seu questionário, são


eles:
“a) informação: consiste na confiança que o trabalhador possui para
informar os acontecimentos anormais ocorridos dentro da empresa; b)
aprendizagem organizacional: indicativa da atitude da empresa
perante as ocorrências anormais, como são tratadas as informações,
se são analisadas e repassadas aos funcionários e se existe uma
busca para melhorar os processos a partir dos erros cometidos; c)
comunicação: corresponde à forma como é feita a comunicação
relativa a segurança do trabalho dentro da empresa, se existe canal
aberto entre funcionários e chefia e se o conteúdo dessa comunicação
é claro e compreendido por ambos; d) comprometimento: refere-se à
responsabilidade da organização em relação à segurança do trabalho,
os investimentos feitos na área, a existência de Sistema de Gestão da
Segurança do Trabalho, entre outros; e) envolvimento: trata-se da
participação dos funcionários em assuntos relacionados à segurança
do trabalho. Se participam da análise das ocorrências anormais, se
auxiliam na identificação de possíveis riscos dentro do ambiente de
trabalho, entre outros” (CASAGRANDE, 2017 p.22).

A seguir alguns do gráficos relacionados aos estudos feitos por


Casagrande (2017) complementam os resultados obtidos no questionário
aplicado para a realização deste trabalho.

FIGURA 8: PERCENTUAL DE RELATOS DE OCORRÊNCIAS

Autor: Casagrande (2017)

A maioria dos entrevistados afirmam que se sentem à vontade para relatar


os acidentes que ocorrem, como apresenta a Figura 8.
A Figura 9 apresenta os tipos de ocorrências, desde acidentes leves aos
mais graves.
27

FIGURA 9: TIPOS DE OCORRÊNCIA

Autor: Casagrande (2017)

É possível perceber pela representação da Figura 9 que os tipos de


ocorrência variam, segundo as respostas coletadas.

FIGURA 10: DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Autor: Casagrande (2017)

Dentro da divulgação de informações, o autor afirma que através das


respostas obtidas pode-se perceber que algumas empresas envolvem palestras,
conversas informais sobre segurança, prevenção de acidentes, preservação da
saúde apresentadas na Figura 10. Algumas destas conversas são realizadas
semanalmente.
28

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para este estudo de caso foi selecionado quatro edificações, sendo duas
localizadas na cidade de Jaquirana e duas na cidade de Bom Jesus. Será
analisado se as mesmas possuem profissionais devidamente habilitados para
fiscalização e andamento das mesmas, e se os órgãos competentes realizam
seu trabalho de vistoria e fiscalização. Bem como também se os funcionários das
obras utilizam de EPI’s de segurança, baseados no formulário de Sampaio
(2018).
Para exemplificar todas as etapas realizadas durante a elaboração do
trabalho foi elaborado um fluxograma para apresentar as atividades
desenvolvidas Figura 2.
Com base no estudo de caso que está sendo realizado, o questionário é
uma etapa importante do estudo. Após algumas visitas ao canteiro de obras das
4 edificações analisadas, foi possível aplicar o questionário elaborado nos
funcionários. Totalizaram 14 funcionários que responderam ao questionário.
O questionário em questão foi adaptado a partir do original dos autores
Sampaio e Victor (2018). Outro questionário analisado para se basear foi o do
Ministério da Educação e Tecnologia do Paraná, indicado por Casagrande
(2017).
Tais questionários sugerem realizar perguntas direcionadas a segurança
do trabalho no canteiro de obras. Algumas das perguntas que estão no
questionário aplicados são dos autores Sampaio e Victor (2018).
A partir da aplicação do mesmo, é possível analisar ainda mais o modo
em que procedem as empresas ou empreiteiros responsáveis pelas obras
analisadas, bem como também se os funcionários possuem os conhecimentos
necessários para manter a segurança pessoal e de toda equipe no canteiro de
obras.
Este questionário valida as informações necessárias acerca do tema
deste trabalho.
29

FIGURA 11:FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Fonte: o autor (2023)

Esta pesquisa ainda conta com a abordagem qualiquantitativa, que se


dará através de elementos qualitativos e quantitativos. Em se tratando de um
estudo de caso, teremos um questionário a ser analisado a cultura da segurança
na construção civil.
Segundo Gil (1995), o estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a
sua delimitação, mas é possível definir quatro fases que mostram o seu
delineamento: a) delimitação da unidade-caso; b) coleta de dados; c) seleção,
análise e interpretação dos dados; d) elaboração do relatório.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS/ EMPREITEIRAS

Para caracterizar as empresas analisadas, chamaremos de empresa A, B


C e D. A empresa A e B serão as empresas analisadas da cidade de Bom Jesus,
já as empresas C e D serão as empresas da cidade de Jaquirana.
Ao caracterizar as empresas, foi necessário realizar registros de tempo de
atuação, total de funcionários e tipos de construção que as mesmas trabalham,
apresentado na Tabela 3.
30

TABELA 3: CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS/ EMPREITEIRAS


EMPRESA / TEMPO DE TOTAL DE TIPOS DE
EMPREITEIRA ATUAÇÃO FUNCIONÁRIOS CONSTRUÇÃO
A 20 anos 5 funcionários Casa pavimento até 3
andares
B 10 anos 6 funcionários Casa até dois
pavimentos e reformas
em geral
C 7 anos 3 funcionários Casa até dois
pavimentos e reformas
em geral
D 15 anos 4 funcionários Casa até dois
pavimentos e reformas
em geral
Fonte: o autor (2023)

Para completar a tabela 3, apresentada acima, foi necessário questionar


o empreiteiro ou até mesmo o responsável pelas edificações, para poder assim,
comparar e há quanto tempo cada um atua n mercado da construção civil,
quantos funcionários e quais tipos de edificações constroem normalmente.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS

As obras analisadas receberão os nomes neste trabalho de edificação


n°1, edificação n°2, edificação n°3 e n°4 e são apresentadas na tabela 4.

TABELA 4: CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS


EDIFICAÇÃO ÁREA TIPOLOGIA N° DE TEMPO DE LOCAL
QUADRADA CONSTRUTIVA PAVIMENTOS EXECUÇÃO
N°1 170m² Alvenaria Um pavimento 12 meses Jaquirana
N°2 180m² Alvenaria e Um pavimento 12 meses Jaquirana
uma parte em
madeira
N°3 110m² Reforma em Dois 12 meses Bom
alvenaria pavimentos Jesus
N°4 230m² Alvenaria Três 18 meses Bom
pavimentos Jesus
31

Fonte: o autor (2023)

Ao analisar a tabela 4 acima, é possível perceber através dos dados que


as edificações analisadas apresentam metragens diferentes, a maioria tem sua
tipologia construtiva de alvenaria, sendo somente uma de tipologia alvenaria e e
madeira, através de uma reforma (n°3). A maioria apresenta o tempo de
execução de 12 meses.

3.2.1. Edificação n° 1

A edificação n°1 localiza-se na Rua Vista Alegre n° 766, na cidade de


Jaquirana conforme a Figura 12.

FIGURA 12:EDIFICAÇÃO N°1

Fonte: google maps (2023)

Esta obra em questão, possui um engenheiro civil responsável com


empresa constituída. O engenheiro responsável pela obra costuma realizar as
visitas de acompanhamento a cada 15 dias, isso é possível pois o mesmo é da
região. Estão trabalhando na obra 3 pedreiros, a mesma encontra-se na fase de
estruturação da fundação, preparação das vigas de baldrame feitas de concreto
armado, como podemos analisar nas figuras 13 e 14.
Em se tratando de construção civil, as empresas devem estar inscritas no
CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de sua região.
32

FIGURA 13:EDIFICAÇÃO N°1

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 14:EDIFICAÇÃO N°1

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 15:EDIFICAÇÃO N°1

Fonte: o autor (2023)

Na figura 15 acima, podemos perceber os andaimes que foram colocados


para que os pedreiros possam trabalhar com segurança na construção do
telhado.
33

3.2.2. Edificação de n°2

A edificação de n°2 também localizada na cidade de Jaquirana, na rua


Vera Cruz, n° 877 como podemos observar através do mapa representado na
Figura 16.

FIGURA 16:EDIFICAÇÃO DE N°2

Fonte: o autor e google maps (2023)

Nesta obra, não possui uma empresa com CNPJ, nem engenheiro
responsável. Trabalhando atualmente possui dois pedreiros e dois ajudantes de
obras (serventes de pedreiro). Esta obra em questão, se encontra na segunda
etapa da construção de obras residenciais, também muito importante, é a
9*alvenaria, que pode ser convencional ou estrutural (figura 17, 18 e 19).
A alvenaria convencional é feita com concreto armado e tem como função
primordial a vedação com a construção de paredes que vão separar os
ambientes, além do fechamento de vãos entre vigas e pilares.
Já alvenaria estrutural é a própria estrutura da obra, dispensando
armações de ferro e aço. Ela utiliza medidas padrão dos elementos construtivos,
que podem ser blocos de concreto, tendo como função a vedação e a estrutura.
34

FIGURA 17:EDIFICAÇÃO DE N°2- FASE DE ALVENARIA

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 18:EDIFICAÇÃO DE N°2

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 19:EDIFICAÇÃO DE N°2

Fonte: o autor 2023


35

As figuras acima são da edificação de n° 2 de frente em fase de finalização da


obra.

3.2.3. Edificação de n°3

A edificação de n°3, esta aos cuidados de uma empresa que não possui
CNPJ e não possui responsável técnico pela obra.
Se trata de uma reforma, o pedreiro realiza os cálculos estruturais para a
realização da reforma solicitada pelo cliente. Esta obra está localizada em Bom
Jesus, é apresentada na Figura 20.

FIGURA 20:LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO N°3

Fonte: o autor, goole maps (2023)

Por se tratar de uma cidade pequena este tipo de obras sem responsável
técnico é comum de se encontrar. A falta de organização, limpeza e fiscalização
pode ser vista Figura 21, 22 e 23.
36

FIGURA 21:EDIFICAÇÃO N°3

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 22:EDIFICAÇÃO N°3

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 23:EDIFICAÇÃO N°3

Fonte: o autor (2023)


37

Esta obra encontra-se na fase de finalização, os materiais utilizados são


os básicos para uma reforma em alvenaria e madeira para beiral e caixaria. O
concreto foi produzido na própria obra.

3.2.4. Edificação de n°4

A edificação de n°4 localiza-se no Centro da cidade de Bom Jesus, é


apresentada na Figura 24. Será construído três pavimentos nesta obra.

FIGURA 24:LOCALIZAÇÃO EDIFICAÇÃO N°4

Fonte: o autor através do google maps (2023)

Possui atualmente quatro funcionários na obra, a mesma não é


formalizada, não possui registro de CNPJ.
A obra em questão possui o Arquiteto como responsável técnico que em
alguns momentos realiza visitas a obra para analisar o andamento da mesma. É
ele quem orienta ou tira dúvidas dos pedreiros.
Esta edificação está na fase de construção do segundo pavimento, onde
estão erguendo as paredes e fazendo os pilares com concreto usinado. Quando
necessário foi construído os andaimes de forma segura para que os pedreiros
pudessem realizar suas funções. A massa utilizada para sentar os tijolos na obra,
são feitos no próprio local, já o concreto usinado uma empresa responsável faz
a entrega.
38

FIGURA 25:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS

Fonte: o autor (2023)

FIGURA 26:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS

Fonte: o autor (2023)

Na figura 26 como podemos perceber, é o momento em que estão


preparando a armação e da laje para receber o concreto.
39

FIGURA 27:EDIFICAÇÃO N° 4 - BOM JESUS

Fonte: o autor (2023)

3.3. QUESTIONÁRIO

No momento em que foram realizadas as visitas, se fez necessário


realizar alguns questionamentos referentes a fiscalização da obra, tais como se
a execução está de acordo com o projeto, bem como seus prazos e
especificações. Para melhor conhecer os funcionários e como cada empresa
trabalha, foi aplicado um questionário aos funcionários, com autorização dos
proprietários das obras e das empresas responsáveis. As questões que
compõem o questionário estão voltadas para a segurança do trabalho.
Os funcionários das quatro empresas na área da construção civil,
responderam há um questionário de maneira formal, que posteriormente
resultará em dados concretos em relação a cultura da segurança e a fiscalização
nas obras. Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por
uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e com
ou sem a presença do entrevistador.
O questionário aplicado foi adaptado a partir de Sampaio e Victor (2018).
Para Marconi (2003), deve-se levar em consideração alguns cuidados na hora
da formulação ou escolha de um questionário: forma, extensão, facilidades para
seu preenchimento, clareza, estrutura lógica, entre outros.
40

Em relação ao tipo de questões, Lakatos e Marconi (2003), sugerem que


elas podem variar de acordo com o objetivo da pesquisa, podendo ser abertas,
cuja característica é permitir respostas com linguagem e opiniões próprias, sem
limitarem a escolha entre um rol de alternativas; de múltipla escolha, onde se
pode optar por uma das alternativas, ou por determinado número permitido de
opções; fechadas ou dicotômicas, que apresentam apenas duas opções de
respostas - sim/não; concordo/não concordo; gosto/não gosto. (MARCONI,
2003).
No quadro 3 é apresentado o questionário adaptado aplicado aos
funcionários das quatro obras.

QUADRO 1: QUESTIONÁRIO

QUANTOS FUNCIONÁRIOS A EMPRESA POSSUI?_____________________


SIM NÃO
1. A OBRA QUE VOCÊ ATUA POSSUI UM PROJETO?

2. VOCÊ JÁ PRESENCIOU A FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO


ATUANDO EM SUAS OBRAS?

3. VOCÊ JÁ PRESENCIOU A FISCALIZAÇÃO DO MINISTÉRIO


DO TRABALHO ATUANDO NAS OBRAS EM QUE VOCÊ
TRABALHA?

4. A EMPRESA FORNECE TREINAMENTO SOBRE A


SEGURANÇA DO TRABALHO NA OBRA?

5. A EMPRESA FORNECE EPI’S A TODOS OS


FUNCIONÁRIOS?

6. É EFETUADO TREINAMENTO SOBRE A CORRETA


UTILIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS EPI`S?

7. CASO EM UM DADO MOMENTO A EMPRESA NÃO TENHA O


EPI, O FUNCIONÁRIO INTERROMPE SUAS ATIVIDADES
DEVIDO À FALTA DO MESMO?
41

(continua)
8. QUANDO HÁ RISCO DE QUEDA EXISTE A INSTALAÇÃO DE
PROTEÇÃO OBRIGATÓRIA?

9. EM TRABALHO ACIMA DE 2,00 M DE ALTURA DO PISO É


UTILIZADO CINTO DE SEGURANÇA?

10. EXISTE CABO DE SEGURANÇA INDEPENDENTE DA


ESTRUTURA DO ANDAIME PARA TRAVAMENTO DO
CINTO?

11. O PISO DOS ANDAIMES É ANTIDERRAPANTE E


ENCONTRA-SE NIVELADO E FIXADO DE MODO SEGURO?

12. É OBSERVADA A PROIBIÇÃO DE DESLOCAMENTO DOS


ANDAIMES COM TRABALHADORES EM CIMA DOS
MESMOS?

13. A EMPRESA FISCALIZA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE


SEGURANÇA?

14. JÁ OCORREU ALGUM ACIDENTE NA OBRA?


15. DENTRE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL MENCIONADOS,
QUAL(AIS) OS FUNCIONÁRIOS USAM DIARIAMENTE:
( ) CAPACETES DE SEGURANÇA
( ) ÓCULOS DE PROTEÇÃO
( ) BOTAS DE BIQUEIRA DE AÇO E ANTIDERRAPANTES
( ) LUVAS DE PROTEÇÃO
( ) VESTUÁRIO ADEQUADO
( ) AURICULARES/AUSCULTADORES
( ) MÁSCARAS/ DISPOSITIVOS FILTRANTES
( ) CINTO DE SEGURANÇA
( ) NENHUM
OUTROS________________________________________________________
16. VOCÊ JÁ TEVE ALGUM ACIDENTE? SIM OU NÃO, QUE TIPO DE ACIDENTE?
QUANTO TEMPO FICOU AFASTADO?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

A partir do questionário aplicado, será realizado gráficos para apresentar


os resultados obtidos.
42

3.4. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS

O processo de análise de dados será realizado após a coleta dos


questionários, será elaborada uma tabulação de dados, com todas as respostas
de cada item. Para melhor entendimento será estruturado gráficos figurados para
melhor esclarecer o resultado da pesquisa. Assim, espera-se que a interpretação
dos dados possa esclarecer todos os objetivos pautados.
Na fase de análise dos dados, a mesma deve ter uma abordagem crítica,
onde deve observar-se falhas, distorções e erros. Após esta análise, os passos
seguintes para análise dos dados são: classificação, codificação e tabulação
(BARROS, LEHFELD, 2007).
A idade dos funcionários que responderam aos questionários está entre
22 e 56 anos, totalizando 14 funcionários que responderam ao questionário
adaptado.
43

4. RESULTADOS
4.1. RESULTADOS SOBRE DOCUMENTAÇÃO

A documentação analisada é referente a edificação de n°4 localizada na


cidade de Bom Jesus. É possível perceber que a edificação possui
documentação de projeto (Registro de Reponsabilidade técnica RRT de
execução e de projeto), bem como a ART.
Tais documentos constam no apêndice deste trabalho. E reafirmam os
dados citados anteriormente, bem como sua execução e localização.
As demais edificações não apresentam a documentação necessária para
análise.

4.2. RESULTADOS TOTAIS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS

Após já estar contabilizados os resultados parciais dos questionários


aplicados nos funcionários que trabalham nas referidas edificações analisadas,
será apresentado abaixo, os resultados totais.
Em relação a primeira pergunta do questionário, é possível observar que
dos 14 funcionários entrevistados, totalizam 4 edificações, apenas duas obras
possuem um projeto.
Os resultados são apresentados na Figura 28.

FIGURA 28: A OBRA POSSUI PROJETO?

1. A obra que você atua


possui projeto?

50% 50%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)


44

É possível analisar que duas obras então possuem projeto. A pergunta a


seguir se trata se os funcionários já presenciaram a fiscalização do município
nas obras de atuação, seu resultado é apresentado na Figura 29.

FIGURA 29: PRESENCIOU A FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NA OBRA?

2. Você já presenciou a fiscalização do


município atuando em suas obras?

50% 50%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)


Os funcionários sabem em parte como mostra o resultado acima na Figura
50 quem é o responsável do município na fiscalização da obra.
Pergunta de n°3 apresenta uma divisão de 50% a 50 no que diz respeito
fiscalização do ministério do trabalho nas edificações da cidade de Jaquirana e
Bom Jesus Figura 30.

FIGURA 30: PRESENCIOU A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO NA FISCAIZAÇÃO


DAS OBRAS?

3. Você já presenciou a fiscalização do


ministério do trabalho atuando nas
obras em que você trabalha?

50% 50%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A metade dos funcionários como apresenta o gráfico acima, sabem o que


é o Ministério Público. Os demais, sabem de sua existência, mas não tem
entendimento sobre a função desempenhada pelo mesmo.
45

O próximo resultado se trata do treinamento sobre segurança no trabalho.


É possível observar que 79% dos funcionários responderam que recebem algum
tipo de treinamento sobre o assunto, mesmo que de maneira não formal, como
está representado na Figura 31.

FIGURA 31: TREINAMENTO SOBRE SEGURANÇA NO TRABALHO

4. A empresa fornece
treinamento sobre a segurança
do trabalho na obra?
21%

79%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)


Após a pergunta sobre o treinamento sobre segurança no trabalho, é
perguntado aos entrevistados sobre o uso de EPI’s, se as empresas/
empreiteiros fornecem os mesmos para os funcionários.

FIGURA 32: FORNECIMENTO DE EPI'S

5. A empresa fornece EPI’s


a todos os funcionários?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Todos os entrevistados declararam que recebem algum tipo de EPI como


é apresentado na Figura 32.
Quando perguntado se todos recebe, treinamento para o uso correto dos
EPI’s que recebem, alguns funcionários responderam que sim, outros que não.
46

FIGURA 33:TREINAMENTO PARA USO CORRETO DE EPI'S

6. É efetuado treinamento sobre a correta


utilização e conservação dos EPI`s?

50% 50%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

É apresentado então, como resultado, uma divisão de 50% para cada


resposta, como se observa na Figura 33.
Em se tratando da falta de EPI, os funcionários responderam que mesmo
que falte algum, o trabalho geralmente não é paralisado. O que pode ocasionar
riscos a integridade física de cada trabalhador, como está representado na
Figura 34.

FIGURA 34: É INTERROMPIDO OS TRABALHOS POR FALTA DE EPI'S?

7. Caso em um dado momento a empresa


não tenha o EPI, o funcionário interrompe
suas atividades devido à falta do mesmo?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Os funcionários que responderam ao questionário, afirmam que se houver


risco de queda na obra é instalada a proteção obrigatória, para preservar a
integridade de todos que ali estão trabalhando representado na Figura 35.
47

FIGURA 35: INSTALAÇÃO DE PROTEÇÃO OBRIGATÓRIA

8. Quando há risco de queda


existe a instalação de
proteção obrigatória?

50% 50%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Em relação ao uso do cinto de segurança, todos os entrevistados


afirmaram utilizar o mesmo em trabalhos a ser realizado acima de 2,00m de
altura, representado na Figura 36.

FIGURA 36: USO DO CINTO DE SEGURANÇA

9. Em trabalho acima de 2,00 m de


altura do piso é utilizado cinto de
segurança?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar de todos os entrevistados afirmarem que usam o cinto de


segurança, alguns na pergunta de n°10, dizem que os mesmos não possuem o
travamento para o cinto, ou se possuem está com defeito.
48

FIGURA 37: CABO DE SEGURANÇA NO CINTO PARA TRAVAMENTO

10. Existe cabo de segurança


independente da estrutura do
andaime para travamento do
cinto?

21%

79%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Sendo então, 79% que afirma ter cabo de segurança para travamento de
cinto, como está representado na Figura 37.
Ao serem questionados sobre o piso dos andaimes, a maioria dos
funcionários respondeu que o piso encontra-se sempre nivelado e fixado de
modo seguro e possui piso antiderrapante. Os 29% que responderam que não,
afirmam que o andaime é fixado de maneira correta e segura, mas não possui
piso antiderrapante, como está representado na Figura 38.

FIGURA 38: PISO DOS ANDAIMES

11.O piso dos andaimes é antiderrapante


e encontra-se nivelado e fixado de modo
seguro?

29%
71%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar do resultado do gráfico anterior, na pergunta de n°12, os


funcionários responderam com unanimidade que é observada a proibição do
deslocamento dos andaimes com trabalhadores em cima dos mesmos no
momento em que estão trabalhando.
49

FIGURA 39: DESLOCAMENTO DOS ANDAIMES

12.É observada a proibição de deslocamento


dos andaimes com trabalhadores em cima
dos mesmos?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023).

Sobre o deslocamento foi unanimidade na resposta, isso demonstra que


as empresas e empreiteiros estão seguindo normas e se preocupam com a
segurança de seus trabalhadores, como demonstra a Figura 39.
Em relação a empresa fiscalizar o uso do cinto de segurança, 79% dos
funcionários entrevistados responderam que sim, que há inclusive uma cobrança
para ser usado, visando evitar acidentes, apresentado na Figura 40. O restante
respondeu que não há, que os trabalhadores usam por consciência.

FIGURA 40:FISCALIZAÇÃO DO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


13.A empresa fiscaliza o uso dos
equipamentos de segurança?
21%

79%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Sobre acidentes nas obras em que trabalham, quando questionados, os


trabalhadores responderam que com eles nunca ocorreu e não presenciaram
nenhum, sendo possível observar através da Figura 41. O que é positivo tento
50

em vista a respostas de algumas perguntas do questionário, não ter piso


antiderrapante por exemplo, nos andaimes.

FIGURA 41:ACIDENTES NA OBRA

14. Já ocorreu algum acidente na obra?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A última pergunta do questionário aplicado se tratava dos equipamentos de


proteção individual, qual ou quais os funcionários usam no dia-a-dia,
apresentado na Figura 42. Dentre eles estavam citados na pergunta: capacetes
de segurança, óculos de proteção, botas de biqueira de aço e antiderrapantes,
luvas de proteção, vestuário adequado, auriculares/auscultadores, máscaras/
dispositivos filtrantes, cinto de segurança.
A maioria tem consciência de que deve usar os equipamentos de proteção
individual. O uso de equipamentos de proteção é obrigatório sendo inclusive
motivo para demissão por justa causa quando o funcionário não usa o
equipamento fornecido sendo obrigação da empresa fornecê-los com qualidade
e conforme as normas regulamentadoras (ANDRADE, 2021).
51

FIGURA 42: EQUIPAMENTOS USADOS DIARIAMENTE

15. Dentre os equipamentos de


proteção individual mencionados,
qual(ais) os funcionários usam
diariamente:
Cinto de
segurança Capacetes
17% 14%
Máscaras Óculos de
2% proteção
Auriculares
13%
10%

Vestuário
Botas
adequado
16%
12%

Luvas
16%
1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: o autor (2023)

Através dos dados analisados, é possível perceber que mesmo sendo


obrigatório o uso dos equipamentos individuais de segurança e o cumprimento
das normas regulamentadoras, algumas empresas / empreiteiras não fiscalizam
como deveriam, podendo ocasionar acidentes. Nesses dados coletados também
pode-se perceber que todos os funcionários afirmam não ter sofrido ou
presenciado nenhum acidente, o que através dos cuidados individuais que cada
possui no dia-a-dia, mostra-se ser um aspecto positivo. Por fim, chama nossa
atenção a maioria relatar que não presenciou a fiscalização dos órgãos
competentes destas cidades, no que diz respeito a fiscalização de
documentação e segurança.
52

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para finalizar o presente trabalho, conclui-se que a partir dos estudos


realizados e dos dados coletados através dos questionários, que ainda possuem
empresas que não estão devidamente legalizadas, trabalham por empreitadas,
e que muitas dessas edificações analisadas não possuem um projeto registrado
ou um técnico da área da engenharia civil habilitado como responsável pela obra.
Em relação a fiscalização dos órgãos competentes, nota-se que nestas
cidades, a prefeitura e o ministério do trabalho não atuam diariamente na
fiscalização dessas obras, para fiscalizar o cumprimento das normas
regulamentadoras existentes. Por fim, e não menos importante, a segurança no
trabalho não é devidamente trabalhada com os funcionários, os mesmos
mostram que tomam algumas precauções e usam boa parte dos EPI’s por serem
conscientes dos perigos que enfrenta, dia-a-dia na realização de suas funções.
O questionário aplicado possibilitou a coleta de dados e um conhecimento
específico sobre como tais empresas e empreiteiras atuam nas cidades em
questão, Bom Jesus e Jaquirana. Em um futuro próximo este trabalho pode ter
continuidade para comprovar dados já estudados por muitos técnicos da área.
53

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56

APÊNDICE
57

Documentação referente a edificação de n°4 – localizada na cidade de Bom


jesus
58
59
60
61
62

DADOS COLETADOS COM A ENTREVISTA REALIZADA COM OS


TRABALHADORES DA CIDADE DE BOM JESUS

Após ter aplicado os questionários aos funcionários que estão atuando


nas obras visitadas, segue os resultados parciais da cidade de Bom Jesus.
Sendo que ao total responderam o questionário nesta cidade 7 trabalhadores da
construção civil, referentes as referidas obras deste trabalho.
A figura 19 apresenta o resultado dos dados referentes ao projeto, se a
obra possui ou não um projeto e RT. Os 4 funcionários da edificação de n° 4
responderam que a obra é legalizada, possui projeto e também tem um técnico
na área atuando. Já os 3 funcionários que estão atuando na edificação de n° 3,
afirmaram que a obra é uma empreitada, e não possui um projeto.

1- A obra em que você atua possui um


projeto?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Ao se tratar de fiscalização, os funcionários que estão atuando na


edificação n°4 afirmaram que já presenciaram a fiscalização por parte dos órgãos
competentes da prefeitura do município. Para tanto, os outros 3 funcionários que
trabalham na edificação n°3 afirmaram que nunca presenciaram. É o que pode-
se visualizar através da representação gráfica.
63

2- Você já presenciou a fiscalização do


município atuando em suas obras?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Sobre as repostas referentes a fiscalização por meio do Ministério do


trabalho, as respostas dos funcionários foram na mesma proporção que a
pergunta feita anteriormente.

3- Você já presenciou a fiscalização do


ministério do trabalho atuando em suas obras?

43%
57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Como é possível analisar, há empresas que não fornecem treinamento


sobre a segurança no trabalho. Nesta pergunta do questionário 4 funcionários
responderam que a empresa fornece treinamento e os outros 3 funcionários que
responderam ao questionário, afirmam que não, mas complementaram que
como se trata de uma empresa familiar, que trabalham por empreitada, há
conversas informais da necessidade de cultivar a segurança no ambiente de
trabalho.
64

4-A empresa fornece treinamento sobre a


segurança do trabalho na obra?

43%
57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar da respostas anterior de 3 funcionários serem negativas sobre o


treinamento sobre segurança no trabalho, os funcionários que responderam o
questionário, apresentaram uma respostas satisfatória em relação ao
fornecimento de EPI’s para trabalhar. É possível perceber através do gráfico que
todo os funcionários entrevistados, dizem receber EPI’s para utilizarem no dia-
a-dia no exercício de suas funções.

5-A empresa fornece EPI’s a todos os


funcionários?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar de todos os funcionários receberem os EPI’s necessários para


proteção diária no exercício de suas funções, não são todos que recebem um
treinamento formal.
65

6- É efetuado treinamento sobre a correta


utilização e conservação dos EPI`s?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Na falta de EPI’s os funcionários afirmaram que as empresas não


interrompem as atividades diárias. O que poderia causar danos à saúde dos
funcionários.

7- Caso em um dado momento a empresa não


tenha o EPI, o funcionário interrompe suas
atividades devido à falta do mesmo?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Em relação a instalação de proteção para evitar quedas, 4 funcionários


responderam que a empresa em que trabalham solicita que seja instalado, para
que todos tenham mais segurança. Já os demais, relataram que não há
instalação dessa proteção, sabem da existência e necessidade, mas as obras
que costumam trabalhar nunca utilizaram.
66

8-Quando há risco de queda existe a


instalação de proteção obrigatória?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Na questão de n° 9 do questionário aplicado, todos os funcionários


afirmaram que utilizam cinto de segurança nas obras acima de 2,00m de altura.

9-Em trabalho acima de 2,00 m de altura do


piso é utilizado cinto de segurança?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A pergunta de n° 10 do questionário é um complemento referente a n°9,


questionando os funcionários sobre a existência do cabo se segurança para
travamento. Apesar de todos responderem que há cintos de segurança, ao se
tratar do cabo para travamento, alguns funcionários responderam que não há
naqueles que eles utilizam diariamente.
67

10- Existe cabo de segurança independente


da estrutura do andaime para travamento do
cinto?

43%
57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

No que se refere ao piso dos andaimes utilizados na obras, todos os


funcionários entrevistados responderam que o piso é antiderrapante e que é
fixado de forma correta e segura.

11- O piso dos andaimes é antiderrapante e


encontra-se nivelado e fixado de modo
seguro?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

É considerado necessário estar atento se existem trabalhadores em cima


dos andaimes ao realizar deslocamento dos mesmos, para que não haja
acidentes. Ao serem indagados no questionário sobre este quesito, todos os
trabalhadores responderam que tomam o cuidado necessário, não
movimentando os mesmos de lugar caso haja alguém em cima dos mesmos
realizando suas atividades.
68

12- É observada a proibição de


deslocamento dos andaimes com
trabalhadores em cima dos mesmos?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Já ao serem questionados sobre a fiscalização do uso dos EPI’s, se as


empresas fiscalizam o uso correto dos mesmos, alguns funcionários
responderam que não há uma fiscalização. Isso deve-se a uma das empresas
ser informal e familiar, causando um certo “desleixo”. Os funcionários que
afirmaram que a empresa fiscaliza o uso dos mesmos, afirmam que são
cobrados pelo uso, afim de evitar acidentes buscando preservar a integridade de
todos e cumprir normas estabelecidas.

13- A empresa fiscaliza o uso dos


equipamentos de segurança?

43%
57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Referentes aos acidentes nas obras, os 7 funcionários responderam que


não presenciaram acidentes e não se envolveram em nenhum.
69

14-Já ocorreu algum acidente na obra?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A pergunta de n°15 do questionário, se tratava de quais equipamentos de


segurança os trabalhadores usam no seu dia-a-dia para trabalhar. Dentre as
opões colocadas na pergunta, estavam: capacetes de segurança, óculos de
proteção, botas de biqueira de aço e antiderrapantes, luvas de proteção,
vestuário adequado, auriculares/auscultadores, máscaras/ dispositivos filtrantes
e cinto de segurança. Como resultado, obteve as seguintes repostas.

15- Equipamentos de proteçõ individual


Cinto de Capacetes de
segurança segurança
Máscaras/
Dispositivos Óculos de
filtrantes proteção

Auriculares/aus
cultadores
Botas de
biqueira de aço
Vestuário
e
adequado
antiderrapantes
Luvas de
proteção
1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: o autor (2023)

Esses são os resultados parciais da entrevista realizada com os


funcionários das obras analisada na cidade de Bom Jesus.
70

DADOS COLETADOS ATRAVÉS DA ENTREVISTA REALIZADA COM OS


FUNCIONÁRIOS DAS OBRAS NA CIDADE DE JAQUIRANA

Os dados representados através de gráficos logo a seguir, se tratam de


resultados parciais das entrevistas realizadas com os funcionários das obras
visitadas e analisadas na cidade de Jaquirana. As obras, se tratam das
edificações de n° 1 e 2 já citadas neste trabalho, totalizando 14 funcionários
entrevistados.
Iniciando a entrevista, a pergunta de n°1 questiona se as obras em
questão possuem um projeto e ART, alguns funcionários afirmam que uma das
obras possui um projeto.

1- A obra que você atua possui um projeto?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Na questão de n°2 as respostas são proporcionais à pergunta anterior.


Apenas 3 funcionários afirmam já ter presenciado a fiscalização do município
atuando nas obras.
71

2- Você já presenciou a fiscalização do


município atuando em suas obras?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A fiscalização do Ministério do trabalho também esteve em pauta no


questionário aplicado. Os funcionários em sua maioria alegam que na atual obra
que estão trabalhando não presenciaram a atuação do Ministério do trabalho.

3- Você já presenciou a fiscalização do


ministério do trabalho atuando nas obras
em que você trabalha?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar de uma as empresas não ter CNPJ, ou seja, não ser uma empresa
formal, os funcionários quando questionados sobre treinamento de segurança,
responderam em sua totalidade que recebem informações sobre a necessidade
do uso de EPI’s afim de preservar a integridade física de todos durante as
atividades realizadas ao longo dos dias em seu ambiente de trabalho. Portanto,
o pedreiro responsável pela obra demonstra bom senso e seriedade em sua
atuação, para com todos que trabalham junto a ele.
72

4- A empresa fornece treinamento


sobre a segurança do trabalho na
obra?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Mesmo que não todos os necessários, os funcionários responderam que


a empresa fornece os EPI’s básicos para o trabalho diário, garantindo mais
segurança aos seus funcionários. Porém, depende de cada um usar de maneira
correta e diariamente.

5- A empresa fornece EPI’s a todos os


funcionários?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Apesar de receberem EPI’s, não são todos os funcionários entrevistados


que afirmam receber um treinamento específico sobre o uso correto dos
mesmos. Os funcionários entrevistados afirmam que com a experiência ganha
com o passar do dia-a-dia, sabem a necessidade de seu uso, e como utilizá-los.
73

6- É efetuado treinamento sobre a correta


utilização e conservação dos EPI`s?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A partir do exposto no gráfico anterior, a pergunta de n°7 do questionário


busca saber se na falta dos EPI’s a empresa paralisa suas funções. Na totalidade
das repostas obteve-se a resposta não. Uma ressalva para esta pergunta, em
relação ao cinto de segurança utilizado em alturas a partir de 2m. Os funcionários
relataram que neste caso paralisam por demonstrar risco a integridade física.

7- Caso em um dado momento a empresa


não tenha o EPI, o funcionário interrompe
suas atividades devido à falta do mesmo?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Em se tratando da instalação de proteção quando a obra apresenta riscos


de queda, foi a minoria dos funcionários que responderam que não há instalação
das mesmas.
74

8- Quando há risco de queda existe a


instalação de proteção obrigatória?

43%

57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

O cinto de segurança é muito importante, tendo em vista que evita


quedas. Ao serem indagados sobre o mesmo, os funcionário afirmam utilizar
cintos em alturas acima de 2m de altura.

9- Em trabalho acima de 2,00 m de


altura do piso é utilizado cinto de
segurança?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Ainda se tratando do cinto de segurança, os funcionários afirmam que


apesar da estrutura do andaime, os cintos possuem cabo de segurança para
travamento.
75

10- Existe cabo de segurança


independente da estrutura do andaime
para travamento do cinto?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

O piso dos andaimes deve ser seguro. Todos os funcionários afirmam que
sua montagem é de forma segura, o material utilizado resistente. Porém nesta
pergunta, 4 funcionários relataram que apesar de os andaimes serem montados
de maneira correta, e apresentarem segurança para o trabalho diário, na obra
em que atuam os mesmos não possuem piso antiderrapante. Por conta disso, o
resultado do gráfico apresenta diferença nas respostas.

11- O piso dos andaimes é


antiderrapante e encontra-se nivelado
e fixado de modo seguro?

43%
57%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Para tanto, faz-se necessário também estar atento a locomoção do


andaime. Os funcionários afirmam que os mesmos não são deslocados de lugar
com funcionários em cima trabalhando, para manter a segurança e integridade
de todos.
76

12- É observada a proibição de


deslocamento dos andaimes com
trabalhadores em cima dos mesmos?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

As empresas além de fornecer os equipamentos de segurança, devem


fiscalizar para garantir que seus funcionários estão fazendo o uso correto dos
mesmos. Assim sendo, a pergunta de n°13 do questionário aplicado trata deste
tema. Os funcionários garantiram que a empresa que atuam fiscaliza o uso dos
mesmos. Contudo, é necessário observar que os 4 funcionários que atuam na
empresa que não trabalha de maneira formal, o empreiteiro também fiscaliza de
certa maneira o uso de tais equipamentos.

13-A empresa fiscaliza o uso dos


equipamentos de segurança?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

Os funcionários afirmam não ter ocorrido nenhum acidente nas obras em


que estão atuando.
77

14-Já ocorreu algum acidente na


obra?

100%

SIM NÃO

Fonte: o autor (2023)

A pergunta que finaliza o questionário, pergunta quais tipos de EPI’s os


funcionários utilizam diariamente durante seu horário de trabalho. Dentre os
quais foram citados: capacetes de segurança, óculos de proteção, botas de
biqueira de aço e antiderrapantes, luvas de proteção, vestuário adequado,
auriculares/auscultadores, máscaras/ dispositivos filtrantes e cinto de segurança.

15-Dentre os equipamentos de proteção individual


mencionados, qual(ais) os funcionários usam
diariamente:
CINTO DE CAPACETE
SEGURANÇA DE
7 SEGURANÇA
MÁSCARAS 7
2 ÓCULOS DE
PROTEÇÃO
5

AURICULARE
S BOTAS DE
4 BIQUEIRA
6
VESTUÁRIO
ADEQUADO
1 2 3 4 5 6 7 8
5
Fonte: o autor (2023)

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