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Amarras- BRASILAMARRASi
Resumo
O objetivo desse artigo é analisar a relação direta entre ganhos de competitividade e a adoção de
programas de gestão ambiental pelas empresas. A competitividade, entendida como uma
capacidade da empresa em destacar-se da concorrência via ganhos de mercado, pode ser
conquistada pela resultante combinação sinérgica entre economias de insumos, via redução de
desperdícios e/ou melhoria de processos, e fortalecimento da identidade corporativa com a
internalização de valores institucionais e ações ambientalmente responsáveis. Para a consecução
e posicionamento das estratégias ambientais, há necessidade, entretanto, de requisitos e
capacidades organizacionais diferenciadoras, identificadas na teoria da Visão Baseada em
Recursos, viés teórico de análise do caso estudado neste artigo na empresa BRASILAMARRAS.
1-Introdução
Na medida em que as empresas são agentes ativos no processo de desenvolvimento econômico,
definidor da conduta deletéria com a qual o homem vem relacionando-se com o meio ambiente,
não é desnecessário enfatizar a importância de se investigar e criar mecanismos de gestão
ambiental nas unidades produtivas .
O que se tem por hipótese, nesse trabalho, é que nesse processo de busca, a firma pode
desenvolver habilidades e capacidades organizacionais que a sustentarão numa posição de
vantagem competitiva, se já não as tiver. Além disso, as soluções técnicas, quase sempre,
conferem ganhos em produtividade de recursos que a conduz a uma situação de lucros
extraordinários.
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As razões pelas quais adota-se como base teórica o legado da Visão Baseada em Recursos na
questão , está em destacar a figura do empresário inovador, aquele que é agente ativo no
processo de desenvolvimento, que, através das mais eficientes combinações traz novos produtos e
processos mais eficazes.
2- Revisão de literatura
2.1- Introdução
Entretanto, cresce o número de autores que associam competitividade aos processos de gestão
ambiental. Porter e Van der Linde (1995) foram os pioneiros nessa corrente, os quais
desenvolveram uma hipótese de que os controles ambientais não representariam um ameaça à
empresa, mas uma oportunidade, capaz de se constituir a sua adequação ambiental em uma
vantagem comepetitiva. Para confirmar essa hipótese, os autores acreditam que os regulações
ambientais induzirão às empresas a produzir novos e ambientalmente corretos produtos, indo em
direção às exigências dos consumidores e grupos de interesse. Além disso, as regulações
induzirão `a inovação , na tentativa de buscar soluções tecnológicas que atendam à necessidade
de minimizar a produção de resíduos no processo produtivo.
Entretanto, salienta Porter(1991b), em outro artigo, essa visão de ganho não será extensa à todas
as empresas, mas somente `aquelas que percebam que os altos custos de curto prazo advindo das
regulações e do redesenho de produtos e processos podem se converter em oportunidades de
vantagens competitivas de longo prazo Porter (1991b, p. 168).
Essa hipótese será apropriada nesse artigo, consubstanciada, entretanto pela teoria de estretégia
empresarial da Visão Baseada em Recursos, a qual Porter também é um dos autores
contribuintes. Nos parágrafos seguintes essa teoria será caractererizada, de modo a fornecer
elementos de análise para o estudo de caso, com o objetivo de contribuir para o melhor
entendimento dos efeitos das regulações ambientais no ambiente competitivo empresarial.
A teoria desenvolvida por Michael Porter em Competitive Strategy teve o mérito de, a partir de
um arcabouço analítico simples, articular eficazmente um tratamento sistemático às situações do
ambiente competitivo e da capacidade da empresa. Entretanto, apesar de seu modelo indicar as
características estruturais de rentabilidade de uma indústria, as particularidades que
caracterizariam firmas ou empresas a uma posição favorável de modo a consubstanciar uma
vantagem competitiva permanente, não estão delineadas em seu escopo teórico de maneira clara.
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Visão Baseada em Recursos. Suas raízes são atribuídas a Shumpeter e Penroseii1. A idéia é, que a
partir da definição das forças e fraquezas da empresa, possa-se associa-las às suas habilidades,
competências e capacitações diante do ambiente e da concorrência.Segundo Proença (1999), “são
as assimetrias entre as firmas singulares que explicam porque estratégias bem sucedidas não são
rapidamente imitadas e então anuladas em sua eficácia. São as diferenças em recursos, portanto,
que estão no coração do problema estratégico.” Proença(1999, p. 102).
O podemos ver, assim, que de maneira diferente da concepção econômica neoclássica, não há
uma pasteurização das habilidades e recursos das firmas, ao contrário, são as diferenças em
recursos que traçarão e sustentarão as diferenças competitivas. Os recursos concebidos pela Visão
Baseada em Recursos podem ser de três tipos, destacados em Proença (1999) , a saber:
a)Ativos Tangíveis- são aqueles visíveis, tais como: propriedades, instalações e estoques de
matérias-primas, entre outros. Em geral, esses ativos prejudica o desempenho da empresa se
forem ruins, mas como podem ser comprados, não garantem uma vantagem competitiva
permanente.
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perspectiva de teoria de estratégia empresarial. O desenvolvimento das habilidades e capacitações
organizacionais direcionadas para o desenvolvimento de vantagens competitivas, envolve
portanto, uma intenção com direcionamento estratégico de criação de rotinas e cultura que forjem
uma postura inovativa no ambiente empresarial.
Em termos dinâmicos, as firmas que desejarem conquistar e manter essas vantagens competitivas
devem desenvolver essas capacidades organizacionais. Além de buscar promover inovações, é
necessário investir em estilos gerenciais que promovam novas formas de organização de
processos, ter uma cultura organizacional na qual a predisposição para o novo e pela busca de
soluções seja um valor de sustentação, que haja a valorização da presença e participação de
lideranças, arranjos organizacionais adequados, etc,. As palavras de Porter (1991) apud Proença
(1999) são contundentes para confirmar essas condições fundamentais:
“.... O sucesso competitivo é reforçado por mover-se cedo em cada geração de produto ou
processo, desde que este movimento se dê ao longo de um caminho que reflita a evolução da
tecnologia e das necessidades dos compradores; e que os que se moveram mais cedo elevem
subseqüentemente, o patamar (upgrade) de suas posições, ao invés de descansarem nas que
alcançaram. Sob este ponto de vista, as firmas têm considerável liberdade para relaxar restrições
internas e externas. Estes imperativos da vantagem competitiva, entretanto, colidem com a
tendência organizacional das firmas. As firmas valorizam a estabilidade, e mudar é difícil e
inquietante. Fortes influências externas ou ambientais são freqüentemente essenciais para superar
estas tendências.” (Porter, 1991 p. 111, apud Proença(1999, p. 119).
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Associando os requisitos do processo inovador contribuinte de uma mudança de paradigmas, o
instrumental econômico pode ter um efeito mais contundente do que os de regulamentação
direta, via taxação, na relação empresa/meio ambiente, ou seja, os instrumentos de
comando/controle. Nesse sentido, para haver um desenvolvimento que associe a melhora da
qualidade de vida à preservação do meio ambiente, deve haver uma priorização pelo incentivo à
investimentos, as opções processo-integradas, que trarão benefícios tanto à produção quanto à
produção ambiental . E na medida em que o processo de mudança tecnológica é um fenômeno
multi-determinado, complexo e não-linear, a sua evolução é determinada por decisões tomadas
anteriormente (path-dependence) Corazza(1999:4).
Uma política industrial pró-ativa no sentido de induzir processos que não danifiquem o meio
ambiente, deve ter como premissa que o estabelecimento de padrões tecnológicos induz a
permanência de tecnologias poluidoras organizadas de forma sinérgica, dificultando o seu
rompimento paradigmático, com vistas a tecnologias mais limpas.
No Brasil verificamos situações que dificultam a inovação, difusão e adoção de tecnologias
limpas, quais sejam: débeis políticas industriais com esse fim, alto poder de mercado das firmas
que têm capacidade de imprimir uma mudança paradigmática e baixa pressão da sociedade e dos
organismos reguladores ambientais. Entretanto, acreditamos que haja uma força contundente em
direção a mudanças de atitudes: a pressão por parte dos clientes, muitas vezes internacionais e
com outros padrões tecnológicos, fato esse evidenciado pela globalização de mercados. Dessa
forma, a mudança de paradigmas com vistas a adoção de tecnologias não poluidoras pode ter um
forte componente market-pull, ou seja, o mercado (“stakeholders”) na exigência de novos
padrões de conduta e soluções técnica-operacionais não poluentes, induzirão (puxarão) as
mudanças ou soluções inovadoras, nas empresas.
O que temos como premissa, e o que pretenderemos avaliar no estudo de caso, é que ações das
empresas com vistas à gestão ambiental conduz a ganhos de competitividade, uma vez que
consequências diretas manifestam-se nesse processo, a saber:
. redução de passivos ambientais, que impactam na desvalorização da empresa;
. redução de custos de processo;
. melhora da imagem da empresa;
. atendimento aos requisitos e exigências dos clientes, defendendo e conquistando
mercado.
Entretanto, apesar disso, percebemos que são insipientes e enfraquecidas a difusão da mudança
de orientação das organizações, pelas particularidades desestimuladoras apontadas nos parágrafos
anteriores. Além das forças externas serem fundamentais nesse processo , acreditamos que uma
verdadeira mudança de valores das empresas, no sentido de adotar internamente uma postura de
cuidado e respeito com o meio-ambiente, exige uma orientação pró-ativa, através de uma
priorização de uma cultura organizacional que tenha como valores internos, rituais, crenças que
direcione a isso.
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O que demonstraremos, por conseguinte, é que existem fatores externos que imprimem uma
mudança, mas a ação interna na empresa vai depender de um delineamento estratégico eficiente,
de modo a capitalizar os ganhos em termos competitivos e para que haja uma mudança de postura
em termos reais, e não simplesmente para cumprir exigências externas, uma mudança de cultura
organizacional.
A introdução da questão ambiental nas empresas, em geral, percorrem um ciclo evolutivo. A alta
de uma percepção de oportunidades estratégicas e operacionais relacionadas ao processo de
gestão ambiental , faz com que haja, inicialmente, uma postura reativa, com o atendimento da
legislação somente com vistas a atuar sobre os aspectos e impactos ambientais negativos de seu
processo produtivo.
Essas fases podem ser associadas às estratégias de gerenciamento tecnológico das empresas, que
requerem avaliações do ambiente externo e adequação dos recursos e potencialidades internos.
Maimon (1992) analisa o padrão de comportamento dessas estratégias tecnológicas, descrevendo-
as como tendo as seguintes particularidades:
1-Inicialmente são adotadas tecnologias de primeira geração, com vistas a controlar as emissões
de poluentes, sem que haja alteração dos processos de produção. Essas tecnologias ambientais
são as chamadas “end-of-pipe”, ou sejam, só ocorrem ao final do processo produtivo, e se
resumem à coleta dos efluentes e do controle de sua descarga.
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2-O segundo estágio refere-se a uma busca de redução de desperdícios. A motivação para a
entrada nesse estágio, geralmente, advém dos bons resultados obtidos em termos de conservação
de energia e de racionalização do consumo de matérias-primas com as tecnologias de primeira
geração. Posteriormente são adotadas tecnologias de Segunda geração, proporcionadoras de
redução de poluição doar e água. Faria et all(1994: p.14).
As questões ambientais são consideradas por parte de seus dirigentes como ameaças às suas
posições competitivas. Utilizam-se, portanto, de estratégias lobistas frente aos “stakehoders”,
tentando reduzir o seu nível de exigências com o intuito de limitar os investimentos em novas e
limpas tecnologias.
As empresas que adotam essa estratégia regem aos estímulos externos, tais como pressão dos
“stakeholders” e iniciativa de concorrentes, incorporando e gerenciando as questões ambientais
com o objetivo de não perder lucratividade.
Para as empresas que adotam essas estratégias, o tempo é fundamental para firmar um
posicionamento competitivo, uma vez que elas acreditam que ao se antecipar às evoluções das
regulações, obterão vantagens de redução de custos de conformidade ou de ser o primeiro a
mover-se. As competências técnico-científicas direcionados à questão ambiental são
determinantes para a consolidação desse posicionamento, já que uma correta análise dos
prognósticos dos padrões ambientais permitirá à empresa criar valor através dos seus recursos
internos, apresentando soluções de infra-estrutura difíceis de serem copiados, fortalecendo,
portanto, uma diferenciação competitiva.
Essa estratégia se difere da antecipativa porque são introduzidas inovações em processos , com
melhorias no desempenho ambiental da empresa, ou inovações em produtos, criando novas
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exigências no mercado. Os recursos internos, tanto em termos financeiros, como os tecnológicos
e organizacionais são fundamentais para catalisar essa estratégia. Uma alta consciência ambiental
dos funcionários e um constante direcionamento de busca de soluções ambientalmente amigáveis
devem permear o quotidiano operacional da empresa.
Na medida em que a empresa, a partir da análise de seu ambiente externo e interno, identifica as
necessidades de seus consumidores e as pressões dos outros ‘stakeholders’, ela deve fazer uma
escolha do tipo de vantagem competitiva, ou melhor, do valor que a empresa consegue criar para
seus clientes, que ultrapasse os seus custos de produção, e que lhe garanta um ganho acima da
concorrência.
O que se refere aos altos custos envolvidos pode-se concluir a partir das tarefas recorrentes, tais
como , mudança de processo produtivo, treinamento de mão-de-obra, consultorias, pesquisa e
desenvolvimento para a inovação, etc, que por mais que dêem um ganho competitivo via redução
de desperdícios ou de matérias primas utilizadas no médio prazo, num primeiro momento,
conferem um gasto para a empresa.
A maior valorização dos consumidores pelas empresas e produtos verdes pode ser uma verdade
em vários segmentos de clientes, principalmente entre aqueles com maior nível de educação e
informação. Os administradores, para melhor projetar os ganhos competitivos deve estar ciente
dos graus de sensibilidade de seus clientes relativamente aos aspectos ambientais.
Entretanto, cabe salientar a gestão ambiental necessite ser internalizado pela administração e pela
estratégia empresarial, na medida em que existem uma intenção ou compromisso com a
responsabilidade social ambiental ela deixa de ser uma alternativa ou de ser compulsória, com
vistas a apenas a atender a legislação vigente. Ela passa a ser voluntária e permanente, fazendo
com que as demais questões estratégicas da empresa fiquem subordinadas à questão ambiental. (
Maimon, 1994; Donaire, 1995)
Avaliando sob o ponto de vista da Visão Baseada em Recursos, e suas condições de ganho de
vantagem competitiva via potencialização das Capacidades Organizacionais, como analisado,
anteriormente, em suas caracterizações teóricas , a introdução e aplicação bem sucedida de
Programas de Gestão Ambiental garantem grande parte desses ganhos. O processo de certificação
ISO 14001, por exemplo, envolve pressupostos que tratam, fundamentalmente, dos recursos e
habilidades organizacionais da empresa. A mudança de valores organizacionais(respeito e
proteção à natureza, por exemplo), a introdução de novos rituais e atitudes ( controle de rejeitos,
controle de desperdícios, reuniões regulares entre funcionários e administradores, aumento do
treinamento, etc) e sua internalização e disseminação, melhoram, sem dúvida as capacidades da
organização.
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E, de maneira muito mais contundente, as buscas constantes por soluções técnico-
organizacionais inovadoras, com a intenção de melhorar o desempenho ambiental do processo
produtivo e produtos ofertados, alimentam, substancialmente, a “destruição criadora” e
capacidade de inovação, importantes no processo de crescimento e ganho competitivo. Não
obstante essa direta observação das vantagens competitivas observadas, essa questão será mais
profundamente tratada no próximo capítulo, onde os aspectos da competitividade vis-a-vis
programas de gestão ambientais enriquecer-se-ão com essa perspectiva teórica.
4.1- Metodologia
A escolha da empresa BRASILAMARRAS foi fruto de uma pesquisa junto à Firjan (Federação
das indústrias do Estado do Rio de Janeiro) na qual buscava-se exemplos de empresas que
tivessem resultados operacionais quantificáveis resultantes do processo de introdução de
Sistemas de Gestão Ambiental. Objetivava-se identificar os possíveis ganhos competitivos com
as estratégias de gestão e os requisitos institucionais determinantes .
Deve-se salientar que os exemplos registrados na Firjan não eram muitos, pois as empresas
cariocas ainda sustentam, em sua maioria, uma postura reativa em suas estratégias ambientais. A
escolha da empresa foi norteada pela sua localização, Ilha da Conceição, Niterói, importante área
para a formação do conhecimento e integração com a UFF, instituição a qual pertence a autora.
Apesar de ser caracterizada como média empresa e não possuir o grau de desenvolvimento de
suas concorrentes estrangeiras, a BRASILAMARRAS foi a primeira empresa fabricante de
amarras a obter a certificação ambiental no mundo. Seguindo essa conduta, a empresa conquistou
recentemente a Certificação do seu Sistema de Saúde e Segurança no Trabalho. A
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BRASILAMARRAS, portanto, tem todos os seus sistemas de Gestão integrados: o de Qualidade,
Meio Ambiente e de Saúde e Segurança no Trabalho certificados para as atividades da empresa.
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• Garantir a melhoria contínua do desempenho ambiental , através do cumprimento de seus
Objetivos e Metas Ambientais;
• Manter a comunicação com a Comunidade e outras partes interessadas;
• Cessar qualquer operação que possa afetar gravemente o meio ambiente.”
A partir daí foram definidos os objetivos e as metas do Sistema de Gestão Ambiental para
minimizar ou eliminar os impactos mais significativos, os quais destacam-se os seguintes:
4- Objetivo: reduzir as sucatas das pontas de barras , elos cortados e resíduos metálicos
Metas:
- instituir o processo de encomendadas barras de ferro escalonadas de maneira a reduzir as
pontas;
- vender para siderurgias
• A empresa realiza uma avaliação periódica das emissões atmosféricas e dos efluentes
líquidos.
• implantação de listas de verificação diárias, cobrindo vários aspectos de minimização de
desperdícios de água, GLP, energia elétrica, óleos, etc;
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• implantação de listas de verificação para acompanhamento do carregamento do tanque de
GLP e recebimento de cilindros de gases oxi-combustíveis.
• análise trimestral dos efluentes líquidos, implementando, assim, um Programa de
Monitoramento e Medição;
Dentre os fatores que contribuíram para a empresa buscar a certificação ISO 14001, destacamos
o posicionamento estratégico adotado pelos seus dirigentes, qual seja o de antecipação às
exigências do mercado, preparando-se para as futuras exigências e condições restritivas
ambientais comerciais. Essa trajetória pode ser comprovada também em outras iniciativas, como
o fato de ter sido a primeira empresa do Estado do Rio de Janeiro a obter a certificação ISO 9000
pelo ABS e a 19a empresa do mundo. Atualmente, a certificação ISO 9000 já passou a ser uma
exigência comercial, mas essa postura de adotar a dianteira só contribui para caracterizar a
BRASIL AMARRAS como um exemplo de empresa que adota posturas inovadoras no cenário
concorrencial.
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Os resultados operacionais com a implantação do SGA podem ser vistos nos gráficos abaixo.
Como se pode perceber, houve uma sensível redução de custos de produção advindos pelo
melhor aproveitamento dos insumos ( óleo, energia elétrica, GLP, água e ferro).
0 0
ANO Ano
Sucata
(pontas de barras e elos cortados)
8
7
6
5
% em relação
4 1999
a produção
3 2000
2
1
0
Ano
Em termos institucionais, os ganhos foram também salutares, na medida em que as novas rotinas
operacionais imprimiram uma internalização dos compromissos ambientais da organização junto
aos funcionários, auxiliando na cristalização da identidade cultural da empresa, como uma
empresa responsável ecologicamente. O fortalecimento dessa identidade também pode ser
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sentido na repercussão no meio empresarial a partir das políticas ambientais adotadas pela
empresa. A imagem da empresa está associada a uma média empresa pró-ativa, elevando-a a um
exemplo de “benchmarking” freqüentemente referenciado.
4.4-Conclusões
O objetivo de estabelecer uma relação direta entre os ganhos de competitividade das empresas a
partir da adoção de programas de gestão ambiental são evidenciados a partir da análise do caso
em questão com o auxílio da teoria de estratégia empresarial da Visão Baseada em Recursos.
Entretanto, a visão de que os ganhos estratégicos advindos de uma postura “de ser o primeiro a
mover-se” como os da diferenciação, tanto de imagem como de recursos tecnológicos, podem ser
apropriadas por empresas que se destacam no cenário de adoção de estratégias ambientais. No
caso da BRASILAMARRAS , apesar de não haver uma pressão significativa do ambiente
externo, houve uma intenção de internalizar ganhos advindos da sinergia entre um programa de
redução de desperdícios e de resíduos com as economias de recursos e insumos de produção.
Firma-se, portanto, um posicionamento estratégico pró-ativo, ou uma Estratégia Verde orientada
à inovação de acordo com Azzone, Bertelé e Noci (1997) apud Cotrin e Martinelli (1999:674),
com introdução de inovações em processos , com melhorias no seu desempenho ambiental da
empresa.
Notas
i
Os resultados desse artigo fazem parte da dissertação de mestrado apresentada pela autora no
Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PPGCA) da Universidade Federal
Fluminense-UFF.
5- Bibliografia
14
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Encontro Nacional de Economia Ecológica,
16