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A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE PROCESSOS

PRODUTIVOS E LOGÍSTICOS

ALMEIDA, Luiz Carlos

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo abordar e demonstrar a importância da gestão


estratégica de processos produtivos e logísticos para o cenário atual, que é
altamente competitivo e globalizado, onde as indústrias necessitam obter vantagens
competitivas e estratégicas para poderem ter sucesso e sobreviver no mercado. E
para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva e qualitativa, com dados
coletados através de estudo bibliográfico de autores renomados de referência
mundial e também pesquisa na WEB (internet), onde os resultados demonstram que
a gestão estratégica dos processos produtivos e logísticos dentro de uma empresa
e/ou organização visam não somente melhorar índices e resultados, mas como
também preparar as empresas para as mudanças constantes no mercado,
garantindo assim a sobrevivência e o sucesso do negócio. Os resultados desta
pesquisa também demonstram que as empresas devem estar mais preparadas e
habilitadas para enfrentarem as dificuldades e atuar com velocidade e flexibilidade.
Com isto a logística se revela um recurso da maior importância, como um fator
crítico de sucesso para as empresas. E junto com a gestão estratégia, uma empresa
atinge seus objetivos, antecipa seus problemas, além de ter uma vida mais longa,
diminuindo o risco de insucesso.

Palavras-chave: Gestão, planejamento, processos produtivos, estratégia.

INTRODUÇÃO
Conceituando gestão estratégica em termos etimológicos, a palavra
estratégia (do grego antigo stratègós, de stratos, "exército", e ago, "liderança" ou
"comando" tendo significado inicialmente "a arte do general"), Camargo e Dias
(2003) apud Steiner (1981) e posteriormente a arte do general apud Camargo e Dias
(2003) apud Meirelles (1995).
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Ainda no conceito da palavra estratégia, o dicionário Aurélio1, define como


ciência das operações militares e também como uma combinação engenhosa para
se conseguir um fim.
Com a globalização da economia, a concorrência aumentou
significativamente para todas as empresas do mundo e as exigências para se
manter vivo neste mercado se tornaram maiores e mais difíceis de serem atingidas.
O principal objetivo deste artigo é destacar a importância da gestão
estratégica dos processos produtivos e logísticos, dentro de uma empresa ou
organização, visando não somente melhorar índices e resultados, como também
estar preparado para as mudanças constantes no mercado, garantindo assim a
sobrevivência e o sucesso do negócio.
A literatura sobre estratégia utilizada em processos produtivos, inclui muitos
textos publicados e estudos teóricos nos quais definem o processo produtivo como
um conjunto de atividades de planejamento e monitoramento do desempenho de um
processo. Gestão de processos é a aplicação de conhecimentos, habilidades,
ferramentas, técnicas e sistemas para definir, visualizar, medir, controlar, relatar e
melhorar os processos com o objetivo de atender as necessidades dos clientes de
forma rentável.
Os processos Logísticos vão garantir e prover os recursos necessários e as
informações para que todo o planejamento estratégico seja eficaz, quando forem
aplicados pela administração em todas as áreas da empresa. Eles controlam toda a
gestão da administração, desde a entrada de insumos, o planejamento da produção,
o transporte, armazenamento e distribuição dos produtos. Como também monitoram
as operações e o gerenciamento das informações até o controle das embalagens e
também através da logística reversa o retorno dos materiais descartáveis que
possam ser reutilizados ou descartados com segurança para evitar riscos ao meio
ambiente.

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Publicado em: 2016-09-24, revisado em: 2017-02-27 disponível em:
https://dicionariodoaurelio.com/estratégia›.
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Este trabalho inicialmente descreve o conceito da gestão estratégica e dos


processos produtivos logísticos. Abrangendo as fases de desenvolvimento,
metodologias, técnicas e orientações de implementações de processos de gestão
estratégica e logística, observado nas pesquisas que alimentaram de forma
descritiva e qualitativa este artigo.
Em seguida, é abordado o conceito de logística, logística reversa e
planejamento estratégico, visando elucidar e demonstrar o grande poder de todas
estas técnicas e metodologias de gestão, auxiliando os administradores a encontrar
caminhos seguros, transformadores e que são essenciais para o sucesso da
organização. Finalizando com conclusões e sugestões para futuros trabalhos e
pesquisas sobre o assunto que é vasto, porém enriquecedor.

1- DESENVOLVIMENTO
De uma forma geral, o planejamento estratégico de processos produtivos e
logísticos é realizado nas organizações através de várias metodologias.
Este artigo pretende abordar algumas destas metodologias através de
pesquisas bibliográficas de vários títulos sobre o assunto, pesquisas em bibliotecas
públicas e privadas, jornais e revistas, Internet, para integrar todas as fontes em um
sistema de coleta de dados que nos auxiliará na formulação do projeto. Todos os
dados obtidos serão analisados em sua totalidade para depois serem interpretados,
buscando uma simetria com os objetivos propostos.
Com isto pode se ver a relevância da administração estratégica dos
processos produtivos e logísticos, que sinaliza para as organizações a necessidade
de procurarem constantemente observar seus sistemas internos, no tocante às suas
características fortes e fracas, e a partir de então, intervir a cada momento na busca
de novos desafios, de modo que organização possa alcançar novos estágios de
evolução em relação ao seu planejamento, o que é atestado por Maximiano (2006,
p. 257) onde este afirma ser a administração estratégica um “processo contínuo, não
um procedimento mecânico com datas certas para começar e terminar. A qualquer
momento, um fato novo pode comprometer a realização de objetivos e provocar sua
redefinição”.
A estratégia é definida por Oliveira (2007, p. 181) como “[...] ação formulada e
adequada para alcançar, preferencialmente de maneira diferenciada, as metas, os
desafios, e os objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa
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perante seu ambiente”. E que se o planejamento estratégico for utilizado de uma


forma lógica, alinhada com a situação atual da empresa, se torna uma arma eficaz e
competitiva. Oliveira também nesta definição aborda que é importante que os
administradores conheçam o planejamento estratégico e suas funções, bem como
as alterações que ocorrem no mercado de trabalho, pois estas alterações
influenciam nas estratégias da organização.
Seguindo o raciocínio definido por Oliveira (1998, p.327) o processo de
planejamento estratégico pode ser dividido em três grandes fases: a elaboração, a
implantação e o controle. Onde os conceitos chave na gestão estratégica dos
processos produtivos e logísticos são:
- Estabelecer objetivos para melhorar a posição da empresa em
oposição aos objetivos genéricos, como aumento de lucro e/ou redução
de custos;
- Avaliação e gestão do capital intelectual, aptidões e experiência
da força de trabalho das empresas (conquistar e manter este capital
humano. Pois se trata do maior patrimônio que a empresa tem);
- Avaliação de performance em termos dos objetivos
estabelecidos e a disponibilização da informação a quem toma as
decisões estratégicas;
- Gestão baseada em atividades (ABM – activity based
management), que busca avaliar clientes e projetos nos termos de seus
custos e benefícios totais à organização, melhor que supor que os
projetos mais importantes são aqueles que trazem o rendimento mais
elevado.
Existem poucas variações entre as diversas metodologias de
planejamento estratégico encontradas nos livros-texto da área. Para MINTZBERG
(2001, p.45), “a maior parte delas reduz-se às mesmas ideias básicas”.
A figura 1 abaixo resume bem as etapas de um grande número dessas
metodologias.
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Fig. 1: Fonte: Adaptado de CERTO E PETER 199(3:14).

Conforme descrito por Thompson & Strickland III (2000) os gestores e


administradores devem ter em sua estratégia o planejamento, fortalecendo a posição
da empresa no mercado em que atua e atingir os objetivos de desempenho
estipulados e aprimorando a satisfação do cliente. Devem também formar um
conjunto de mudanças competitivas e processos comerciais que os diretores e
gerentes devem desenvolver para alcançar a melhor performance da empresa ou
organização. Segundo estes autores também, os diretores executivos e a alta
administração das empresas é que são os responsáveis, pela definição e formulação
da estratégia, mas estes também devem envolver todas as áreas e departamentos
da empresa. E seguindo a metodologia de Thompson & Strickland, observamos que
o processo de elaboração e implementação de estratégias envolve cinco tarefas,
conforme delineadas na figura 2 abaixo:

Descrevendo em detalhes cada tarefa da figura acima Thompson & Strickland


III (2000:14), afirmam que na tarefa 1 a investigação principal deve estar baseada
nas questões: “Qual é a nossa visão para a empresa? O que estamos tentando fazer
e nos tornar? ” Os gerentes procuram saber qual é a visão para a empresa, o que
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ela está fazendo e se tornando, o que ela é e para onde está direcionada. Procura-
se, assim, descobrir o verdadeiro caráter do negócio da empresa e delinear a sua
identidade. A missão da empresa é definida por esses autores como aquilo que ela
procura fazer e tornar-se. A missão define o negócio da empresa e fornece uma
visão clara do que ela está fazendo para seus clientes. Assim, visão estratégica é a
visão que os gerentes têm sobre o tipo de empresa e que está se criando e a
posição que ela visa ocupar dentro de seu setor. A missão e visão da empresa
devem ser publicadas para os demais níveis.
Na tarefa 2 procura-se converter a visão e missão da empresa em objetivos
de desempenho específicos, que poderão servir para mensurar o progresso da
empresa. Todos os gerentes devem estabelecer objetivos de desempenho concretos
e mensuráveis, de curto e longo prazo. Assim, consegue-se atingir um nível maior de
orientação quando os objetivos gerais são decompostos em objetivos específicos
para cada unidade da organização e seus gerentes tornam-se responsáveis por eles.
Assim, cria-se um trabalho de equipes que, ao esforçarem-se para atingirem seus
objetivos específicos, estarão contribuindo para alcançar os objetivos maiores da
empresa.
Na tarefa 3 a elaboração de estratégias significa criar as ações que deverão
ser desenvolvidas para que a empresa atinja os objetivos propostos anteriormente.
Os gerentes devem estar atentos ao que acontece fora da empresa como mudança
nas preferências dos consumidores, as últimas ações dos rivais, oportunidades e
ameaças do mercado, novas condições comerciais. Os gerentes devem ter “espírito
empreendedor” para que suas estratégias consigam reagir às mudanças que
ocorrem no ambiente, observando as tendências do mercado, ouvindo os
consumidores, aumentando a competitividade da empresa e redirecionando as
atividades da empresa de maneira adequada.
Na tarefa 4 deve-se assegurar que a estratégia elaborada anteriormente
funcione devidamente como estabelecida para que a empresa alcance o
desempenho esperado, dentro do prazo estipulado. A finalidade é criar uma
adequação entre o que já vem sendo feito pela organização e o que deve ser feito
para implementar a estratégia. Quanto maior o grau de adequação, maior as
chances de sucesso da estratégia. Os autores deixam claro que esta é a parte mais
difícil do processo e, geralmente, a que exige mais tempo.
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Na tarefa 5 a empresa está sujeita às mudanças que ocorrem no ambiente.


Dessa forma, deve-se, quando necessário, fazer alterações e ajustes nas decisões
definidas no decorrer das tarefas anteriores. A estratégia pode ser alterada quando
há mudanças de direção, mudanças nos objetivos ou alterações no ambiente da
empresa.

DAFT (1999), enquadra as estratégias gerais em três categorias: crescimento,


estabilidade e redução. Os executivos devem definir uma estratégia explícita, de
modo a informar as demais pessoas na organização sobre a alocação de recursos e
atividades em geral para lidar com o ambiente e como atingir as metas da
organização. Ele define a administração estratégica como “um conjunto de decisões
e ações usado para formular e implantar estratégias que irão fornecer um ajuste de
competitivamente superior entre a organização e o seu ambiente para atingir as
metas da organização”. Para esse autor, a estratégia é o plano geral que levará a
organização a atingir suas metas de longo prazo.
Esta metodologia apresenta as seguintes fases:
- Análise da situação atual: o processo inicia-se quando os dirigentes
procuram avaliar a missão, metas e estratégias atuais da empresa. Procuram
também, identificar e avaliar a posição atual da empresa no mercado em que
atua.
Análise Interna: envolve avaliar os pontos fortes e fracos da empresa,
ou seja, uma visão geral de suas habilidades e recursos. Um dos objetivos
dessa avaliação é conhecer as competências essenciais, aspectos nos quais
a empresa se destaca em relação a seus concorrentes.
Análise Externa: inicia-se com a análise da indústria na qual a empresa
está inserida. São analisados também os concorrentes, fornecedores, clientes,
governo, sindicatos, etc., que são grupos que podem influenciar o
desempenho da empresa. Definição de nova missão: missão envolve os
propósitos e valores básicos da empresa. Constitui a razão de ser da
organização.
Visão estratégica significa definir o direcionamento da empresa. Onde
as estratégias são formuladas mediante as informações adquiras nas etapas
anteriores. E estas estratégias são classificadas em:
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a) Estratégia Empresarial, quando relaciona os recursos da empresa


com os setores onde atua;
b) Estratégia de negócios, que são ações tomadas com o objetivo de
reforçar a posição da empresa dentro de seu mercado;
c) Estratégia funcional, implementada por todas as áreas funcionais da
empresa, visando apoiar a estratégia de negócios.
- Implementação de estratégias: uma fase essencial para uma
administração estratégica eficiente. As ferramentas que os gerentes têm para
desenvolver essa etapa são: a liderança, projeto estrutural, sistemas de
controle, informações e recursos humanos. Mesmo estratégias criativas
falharão se a sua implantação for ineficiente.

A metodologia de Stoner e Freeman (1994) apud Souza (2015) sugere


como primeiro passo a formulação de objetivos. As etapas de análise da
empresa e identificação de oportunidades ocorrem posteriormente.
Stoner coloca o processo de planejamento da seguinte forma:
- O primeiro passo, o passo inicial é a formulação dos objetivos. É a
definição do que a empresa deve buscar com suas ações. Essa identificação
pode ser influenciada por diversos fatores como posição econômica,
conhecimento do ramo de atividade, valores e crenças internas a organização.
- O segundo passo é a identificação das metas e estratégias existentes
na organização que facilitarão a compreensão do processo de mudança
necessário para atingir os objetivos estabelecidos no passo anterior.
- O terceiro passo aborda a análise dos fatores externos, como
economia, cultura, política, tendências. Nesta fase a empresa passa a
conhecer com precisão o ambiente que está inserida.
- No quarto passo a empresa deve identificar os recursos disponíveis
para alcançar seus objetivos. Esta fase é muito semelhante às fases de
análise interna abordada nos outros modelos de planejamento estratégico.
- No passo 5 após estas análises, a empresa terá condição de
identificar as possíveis ameaças e oportunidades de crescimento analisando
os dados dos passos 3 e 4 para a identificação das oportunidades e ameaças.
- Agora, no passo 6, compreendida a situação dos recursos da
empresa e de sua posição no mercado é preciso reavaliar os objetivos. Nesta
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fase serão considerados os resultados encontrados no passo 5 que


possibilitarão a empresa determinar maneiras de diminuir o hiato existente
entre o objetivo formulado e o que a empresa realmente tem condições de
atingir. Esta reavaliação dos objetivos acontece para que a empresa não
desconsidere os aspectos ambientais e internos na definição de seus
objetivos.
- Já no passo 7 estabelece a fase de identificação das possíveis
alternativas estratégicas. Nesta fase o gerente irá considerar várias
alternativas estratégias e terá de decidir por aquela que esteja mais adequada
aos recursos disponíveis na organização.
- O passo 8 consiste na implantação do planejamento, ou seja, a fase
em que serão executadas as tarefas para se chegar aos objetivos traçados.
- E por fim o passo 9, corresponde ao processo de avaliação do
cumprimento das metas e objetivos traçados no passo 1.
Esta metodologia proposta por Stoner e Freeman (1994) caracteriza-se
por dois fatores: o primeiro passo ser a formulação dos objetivos estratégicos;
e pela análise feita das condições da empresa nos passos de 2 a 6, que
proporcionarão subsídios para a decisão de qual será o grau de mudança na
escolha de uma nova estratégia a ser seguida que acontecerá no passo 7.

TERENCE (2002) em seu trabalho sobre o planejamento estratégico


como ferramenta de competitividade na pequena empresa elaborou um
roteiro prático e específico para aplicação do planejamento estratégico. Esse
roteiro foi desenvolvido a partir de uma análise das características do
planejamento estratégico, das características das pequenas empresas e das
características do planejamento estratégico aplicado às pequenas empresas,
conforme mostrado na figura 3 abaixo:
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Figura 3 - Estruturação do Roteiro Prático

Esta metodologia consiste em seguir as etapas abaixo:


Etapa 1: consiste no estabelecimento da missão, dos valores e da
visão da empresa. Nessa fase, procura-se definir o que é a empresa e qual
sua razão de ser, suas crenças e princípios básicos e em qual direção ela
deverá seguir. Essas informações são utilizadas para orientar os dirigentes da
empresa.
Etapa 2: consiste na realização do diagnóstico estratégico. Através da
análise SWOT, procura-se conhecer as ameaças e oportunidades do
ambiente frente aos pontos fortes e fracos da empresa. Procura-se identificar,
também, os fatores críticos de sucesso.
Etapa 3: envolve a definição de objetivos e metas empresariais. É o
estabelecimento do curso e prazo das ações do empresário, mediante as
informações colhidas nas etapas anteriores.
Etapa 4: consiste na identificação da estratégia atual, definição das
estratégias empresariais futuras e identificação das ações e projetos
necessários para alcançar os objetivos propostos anteriormente.
Em 1992 foi desenvolvida uma metodologia de gestão e medição de
desempenho pelos professores da Harvard Business School Robert Kaplan e David
Norton, conceituada como Balanced Scorecard.

Os objetivos desta ferramenta estratégica são criar indicadores e metas que


possam ser mensuráveis e também monitoradas ao longo da execução do plano
estratégico. A figura 4 demonstra o papel do Balance ScoreCard no ciclo da
formulação e também da execução da estratégia:
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Figura 4 – Processo de Gestão estratégica

Analisando a figura acima podemos destacar alguns pontos:

• Primeiro - A formulação da Missão, Visão e Valores da Organização. Estes


fundamentos estratégicos são os primeiros passos fundamentais pois norteiam uma
visão de futuro, que deve ser seguida como meta pela empresa e/ou organização;

• Segundo - São detalhados todos os objetivos específicos e iniciativas em


uma visão estratégica, como uma fórmula estratégica refinada e descritiva;

• Terceiro – Todas as estratégias escolhidas, são planejadas de acordo com o


orçamento e os recursos disponíveis, através de um planejamento de custos e
operacional. Estas ações serão realizadas pelos processos de execução, que são os
responsáveis pelo sucesso das estratégias.

• Quarto - Todos na empresa e/ou organização devem estar engajados nos


projetos, para que estes sejam consistentes e efetivos;

•. Por último, deve se acompanhar passo a passo o progresso de cada


objetivo traçado, de cada da estratégia implantada, garantindo sua efetividade
através do modelo de gestão que foi adotado pela empresa e/ou organização.

Logística e Logística reversa – Conceito – Logística refere-se a todas as


funções de planejamento, de coordenação e de serviços necessárias nos processos
e atividades de fabricação, gerando e gerindo informações, recursos e
equipamentos. O âmbito temporal de fabricação logística começa a partir do ponto
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onde o item de exigências do cliente são determinados, e estende-se para o ponto


onde as exigências são satisfeitas. Logística reversa é a área da logística que trata,
genericamente, do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o
ponto de consumo até ao local de origem. (Dias, 2005, p. 205).
Assim, observando este processo, o fluxo de materiais, informações e
serviços pode mover-se por dentro e através das empresas, a indústrias e as
fronteiras nacionais e internacionais. Coordenar esta complexa variedade de
atividades neste ambiente coloca desafios significativos às empresas.

Planejamento estratégico – O planejamento estratégico é uma forma eficaz


de melhorar o desempenho das empresas o que foi percebido nas literaturas
estudadas sobre gestão estratégica para a criação e desenvolvimento deste artigo.
De acordo com o dicionário Webster (linha de dicionários desenvolvido por
Noah Webster no início do século 19), a estratégia é "a ciência de planejar e dirigir
as operações militares em larga escala, das forças de manobra para a posição mais
vantajosa antes do encontro com o inimigo".
Como conceito, o Planejamento estratégico pode ser visto de várias maneiras:
- Henry Mintzberg, em seu livro de 1994, a Ascensão e Queda do
Planejamento Estratégico, define planejamento estratégico pela forma como as
pessoas o utilizam, sendo que as 4 formas principais são:
1. Estratégia é um plano, um "como", um meio de obter algo;
2. Estratégia é um padrão nas ações ao longo do tempo; por exemplo, uma
empresa que comercializa regularmente tipos diferenciados de produtos está usando
uma estratégia;
3. Estratégia é a posição; ou seja, ele reflete decisões de oferecer produtos
ou serviços específicos em mercados em particular.
4. Estratégia é a perspectiva, ou seja, visão e direção.
Mintzberg argumenta que o planejamento estratégico emerge ao longo do
tempo como intenções de colidir com um objetivo e acomodar uma situação
mudando a realidade. Assim, pode-se começar com uma perspectiva e concluir que
ele chama para uma determinada posição, que deve ser alcançada por meio de um
plano cuidadosamente elaborado, com o resultado final e estratégia refletida em um
padrão evidente nas decisões e ações ao longo do tempo.
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- Fred Nickols (2012 www.nickols.us pág. 4) – O planejamento estratégico é o


padrão de decisões em uma empresa que determina e revela seus objetivos,
propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para alcançar esses
objetivos, e define a gama de negócios que a empresa busca, o tipo de economia e
organização humana que é ou pretende ser, bem como a natureza da situação
económica e não econômica e a contribuição que pretende fazer para seus
acionistas, funcionários, clientes e comunidades.
- Estratégia Segundo Michael Porter em um artigo da Harvard Business
Review 1996 e em seu livro de 1986 Estratégia Competitiva, argumenta e define
estratégia e planejamento estratégico como "uma combinação dos fins (objetivos)
para os quais a empresa está se esforçando e os meios (políticas) pelo qual ele está
buscando para chegar lá. "

Neste contexto, este artigo visa realizar um diagnóstico sobre a gestão


estratégica de processos produtivos e logísticos para identificar os pontos fortes que
alicerçam as empresas deixando-as mais competitivas e sobrevivam as mudanças
constantes do mercado global e os pontos fracos que as deixam vulneráveis a todas
as situações de risco que este mercado traz ameaçando a sua sobrevivência.
Demonstrando a importância do gerenciamento estratégico no processo de gestão e
desenvolvimento organizacional e identificando procedimentos e técnicas de
gerenciamento estratégico que poderão nortear as empresas na busca por um
processo produtivo que garantam a sua sobrevivência no mercado altamente
competitivo.
Para atingir estes objetivos as empresas devem entender que a estratégica
logística de uma organização consiste em todas as decisões,
políticas, planos e cultura estratégica relativamente à gestão das suas cadeias
logísticas (Waters, 2003, p. 62).
Na gestão das cadeias logísticas podemos perceber facilmente quando estes
objetivos não são atingidos devido a falhas como por exemplo baixas performances,
locais incorretos de armazenamento, compras com quantidades erradas de insumos
(a mais ou a menos), etc.
Estes erros mencionados acima, justificam a importância da logística e de
seus processos, como objetivos estratégicos para reduzir custos, melhorar a
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qualidade, a segurança e planejar uma produção mais eficaz com resultados mais
positivos.
É através da logística, nomeadamente do serviço logístico, que o valor chega
aos clientes ou consumidores, e que também, por sua vez, a empresa obtém
informações relativamente às suas necessidades e desejos (Dias, 2005, p. 261). Ou
seja, a logística surge neste contexto como elemento de interface entre clientes e
fornecedores e como elemento integrador externo de atividades (Carvalho et al.,
2004, p. 29).
Com as afirmações dos autores acima e a literatura estudada para a
realização deste artigo, podemos entender que os processos logísticos nas
empresas são processos de agregação de valor, isto é, transformam matérias
primas em produtos, bens ou serviços aos seus clientes

A logística empresarial privilegia o contato com o mercado, concebendo assim


as características dos produtos ou serviços, sendo que o seu objetivo principal é ir
de encontro aos requisitos apresentados pelos clientes. A logística, estando em
contato com o mercado, permite à empresa reunir o conjunto de informações
necessárias de modo a estar preparada numa eventual situação de "mutação" do
mercado, isto é, permite à empresa uma adequação contínua e gradual (Carvalho et
al., 2004, p. 55-56).

Para que os sistemas logísticos empresariais sejam bem conduzidos e para


que seja criada uma relação direta entre logística e o desempenho da organização,
é necessário haver uma intervenção estratégica (Carvalho, 2002, p. 29). Assim, de
maneira a ser implementada uma boa orientação logística numa empresa, são
necessários três passos. Primeiro a empresa deve dispor de uma boa assessoria de
pesquisa operacional, de maneira a ser feito um planeamento das operações, em
segundo lugar, é muito importante que a empresa defina a sua função logística de
modo a estabelecer controle sobre os custos logísticos, isto é, é necessário haver
uma boa gestão, nomeadamente, criando um sistema de informações, a fim de
estabelecer estimativas de custos logísticos no seu total e nos seus elementos
principais. Finalmente, a empresa precisa executar a sua orientação logística,
fazendo uma análise conceitual dos sistemas que a constituem (Uelze 1974, p. 63-
64).
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2. METODOLOGIA

Esta pesquisa foi construída conforme quadro referenciado abaixo:

Os dados foram coletados e verificados na primeira e segunda fases da


pesquisa, onde foram verificados os conceitos e metodologias de gestão estratégica
e processos logísticos, realizando assim estudos bibliográficos sobre o tema,
separando-os de forma qualitativa.
Esta pesquisa foi desenvolvida em 3 fases sendo a fase 1 o estudo dos
conceitos e metodologias em uma análise descritiva. A fase 2 sendo o estudo dos
conceitos e metodologias em uma análise qualitativa.
Na fase final, foi definido o tratamento dos dados encontrados entre os
estudos da primeira e segunda fases, agrupando as variáveis por conceitos similares.
Para tanto, realizou-se uma incursão pela literatura, cujo estudo bibliográfico
compreendeu leituras analíticas de obras dos autores: Mintzberg, Porter, Kaplan,
Norton, Almeida, Allen, Ayers, Oliveira, Terence e muitos outros devidamente
referenciados.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos estudos realizados e transportados de maneira sucinta e
objetiva, conclui-se que o planejamento estratégico dos processos produtivos e
logísticos deve ser acompanhado, executado e controlado constantemente nas
empresas. Através deste planejamento, os gestores poderão opinar e encontrar as
melhores decisões operacionais, financeiras e econômicas para uma gestão eficaz,
com a utilização de todos os recursos disponíveis, gerando outros recursos
necessários, visando a minimização dos problemas e maximizando todas as
oportunidades.
As informações apresentadas neste artigo servirão para conhecer a realidade
do ambiente empresarial e apresentar estratégias adequadas para solucionar os
problemas detectados, pois o planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão
extremamente útil, que deve ter seu uso incentivado nas organizações. Mesmo que
a metodologia tradicional apresente deficiências, ela ainda assim proporciona
diversos benefícios para os dirigentes e suas empresas.
O estudo realizado reuniu de forma consistente abordagens de cunho teórico-
prático, aplicadas ao planejamento e gestão estratégica, caracterizadas através das
abordagens dos autores estudados e dos modelos e metodologias de planejamento
estratégico de processos produtivos e logísticos. Utilizando análises de gestão,
previsão de cenários competitivos e incertezas, mercados, produtos, estruturas,
equipes, cadeia de suprimentos, logística, etc.
O estudo enfatiza desta forma que, o planejamento estratégico é uma
ferramenta que possibilita visão clara, simples e precisa da situação atual da
empresa e do rumo a se seguir, sendo que seus fins são analisar e gerir mudanças,
melhorar os resultados da empresa e permitir a integração e aprendizagem de seus
membros, realizando uma análise global, o que pressupõe uma dinâmica
permanente de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e ajustes.
É necessário que se faça mais estudos sobre o tema, pois a gestão
estratégica e os processos logísticos, necessitam sempre de novas ideias e métodos
para que o processo de melhoria contínua dentro das empresas e organizações
esteja sempre se aprimorando, pois, o senário global da economia mundial está
sempre em movimento. E é necessário estar preparado para navegar neste mar de
incertezas e atribulações. Quem estiver preparado está um passo à frente rumo ao
sucesso.
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https://dicionariodoaurelio.com/estrategia (Publicado em: 2016-09-24, revisado


em: 2017-02-27

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