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4º ANO
Benguela, 2023
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1. INTRODUÇÃO
Deve ficar claro que as organizações são criadas para crescer e ser bem
sucedidas. Quando isso não ocorre, inferimos a existência de problemas que
impedem esse desenvolvimento. Se olharmos para a empresa a partir da
abordagem clássica veremos problemas estruturais. No entanto se utilizarmos
a visão de relações humanas veremos problemas comportamentais. A
abordagem de DO visualizava a organização de modo sistémico, isto é, os
problemas são de origem estruturais e comportamentais, algumas vezes com
ênfase na estrutura, ou no conteúdo, como dizem alguns consultores, outras
vezes no comportamento ou no processo. Daí uma distinção proposta por
Schein entre dois tipos de consultoria:
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Portanto, as mudanças organizacionais são focadas na estrutura, no
comportamento ou em ambos.
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Segundo French e Bell, o Desenvolvimento Organizacional pode ser definido
como um "esforço de longo prazo, apoiado pela alta direcção, no sentido de
melhorar os processos de resolução de problemas de renovação
organizacional, particularmente por meio de um eficaz e colaborativo
diagnóstico e administração da cultura organizacional - com ênfase especial
nas equipas formais de trabalho, equipas temporárias e cultura intergrupal -
com a assistência de um consultor-facilitador e a utilização da teoria e da
tecnologia das ciências comportamentais, incluindo acção e pesquisa."
3. CARACTERÍSTICAS DO D.O.
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As empresas que não estão atentas a essas mudanças, de modo que se
adaptem a elas, correm o risco 'de diminuir sua eficácia nas transações com o
arnbiente, comprometendo seus objectivos e sua sobrevivência.
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Esse alinhamento passou a ser realizado através do aprendizado
organizacional, gestão do conhecimento e principalmente na transformação de
normas e valores da organização.
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Ao comportamento - formas de comunicação interpessoal, intergrupal e
modos de interacção entre os indivíduos, os grupos e a organização,
adoptando abordagens próprias da psicologia, sociologia, antropologia e
ciências políticas.
Mudanças Estruturais
Pela características apontadas para os dois sistemas, fica fácil supor que, entre
as metas compartilhadas pelos agentes de DO, além de aprimoramento de
relações interpessoais, valorização do factor humano e desenvolvimento de
equipe, ganhou destaque o esforço para a substituição de sistemas mecânicos
por orgânicos.
Com maior grau de dinamismo podemos apontar uma estrutura por produtos,
pois depende da aceitação do mercado para cada um dos produtos, fazendo
com que unidades organizacionais sejam aumentadas ou reduzidas conforme a
resposta do mercado aos diversos produtos.
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mudando para outro projecto tão logo o anterior seja concluído, é uma estrutura
muito mais dinâmica do que a funcional e por produtos.
Mudanças Comportamentais
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pai, adulto e criança, que predominam no comportamento de um indivíduo
conforme a situação em que esteja inserido. Quando o ego se manifesta na
posição de pai, a pessoa adopta um comportamento moralizador, de censura e
se impõe: “faça como eu mando!”, “nuca mais faça isso”, “comporte-se”.
Quando o ego se manifesta na posição de adulto a pessoa manifesta seu
raciocínio lógico e selecciona dados e informações que interessam na
construção de uma relação construtiva entre adultos: “analisada a situação...”,
“os dados sugerem...”. Quando o ego se manifesta como criança a pessoa
torna-se insegura, chora, pede protecção, torna-se dependente: “não faço nem
a pau!”, “não me dê ordens, faça você mesmo!”. Enquanto a posição de pai e
criança são emocionais, a posição de adulto é racional, baseada no diálogo e
na argumentação lógica.
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num ambiente protegido dentro de um grupo montado para esse fim. Cada
participante é convidado á desempenhar um papel diferente do seu estilo
característico e sentir como essa actuação interfere no próprio comportamento
e no dos outros componentes do grupo, que lhe fornecem feedback. Destina-se
a aumentar a sensibilidade quanto às reacções do outros, melhorar a “leitura”
do grupo e aprender a analisar o próprio comportamento. Destina-se ao
autoconhecimento e ao conhecimento da reacção dos outros ao próprio
comportamento. O resultado esperado é uma maior criatividade, menor
hostilidade e maior sensibilidade aos estímulos psicossociais, como
consequência de uma melhor compreensão dos outros e redução da
defensividade.
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Suposições; Valores; Normas comportamentais; Padrões
comportamentais; Mecanismos.
O conceito de cultura pode ser definido como sendo todo o conjunto de normas
sociais e respostas a condições do comportamento de uma população. A
cultura é adquirida e inculcada; é o conjunto de regras e padrões culturais que
um indivíduo aprende. Esse processo chamado inculturação, condiciona os
indivíduos de forma que seu comportamento se encaixe em sua cultura.
É a maneira costumeira ou tradicional de pensar e fazer as coisas que é
compartilhada por todos os membros da organização e que os novos membros
devem aprender e concordar para serem aceitos no serviço da organização.
Cada organização possui sua própria cultura, e para conhecer profundamente
uma empresa é preciso entender a sua cultura, o modo como as pessoas se
interagem, as atitudes predominantes, as pressuposições subjacentes e as
aspirações dos membros que a compõe.
Resumindo, a cultura organizacional é um conjunto de valores, crenças,
entendimentos e normas compartilhadas pelos membros de uma organização.
Valores
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estabelecem os padrões a serem alcançados, expressam ao mundo exterior o
que se prioriza naquela organização, e evidenciam a filosofia organizacional.
Os valores devem ser compatíveis com a adaptação e orientação de mudança,
expansão, crescimento, aliados à busca por uma perfeição técnica – tanto com
relação aos produtos e serviços; quanto à relação com o desempenho humano.
Uma vez definidos os valores para a organização eles não devem mudá-los, a
cultura organizacional resiste ao tempo.
Crenças
Normas
Rito de Passagem
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Rito de Degradação
Usados para eliminar identidades sociais e retirar o seu poder, como nos casos
de demissão, afastamento de alto executivo, denunciar falhas e
incompetências publicamente. Eles têm o objectivo de tornar público os
problemas existentes dentro da organização e reafirmar a importância e o valor
das regras envolvidas.
Rito de Reforço
Ritos de Renovação
Ritos de Integração
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Acções manter a cultura organizacional viva:
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A inovação requer poder de criação dos funcionários e geração de idéias.
Portanto, a qualidade de desenvolvimento do poder criativo faz com que a
inovação seja parte da cultura de uma empresa.
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Desenvolvimento de estratégias de mudança: os problemas encontrados
podem estar atrelados tanto ao gerente quanto à sua equipe; e o foco deverá
ser na descoberta da raiz dos problemas e no desenvolvimento de etapas de
acção.
Iniciação do comportamento: serão definidas soluções para os problemas e
criados planos de ação para o desenvolvimento da estratégia de mudança.
Define-se quem, o que, quando e onde.
Diagnóstico
Esse ponto é essencial para ajudar a organização a identificar problemas que
possam interferir na sua eficácia e auxiliam a encontrar estratégias de melhorar
as causas.
Plano de acção
O plano de acção é a elaboração de um conjunto de intervenções estratégicas
que abordam os problemas diagnosticados.
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A organização passa a ser envolvida em um processo de planeamento de
acções para avaliar a viabilidade da implementação de diferentes estratégias
de mudança que levam à acção e melhorias.
Intervenção
Ao longo da intervenção, as etapas de mudança são especificadas e
sequenciadas, assim o progresso pode ser monitorado e o comprometimento
das partes interessadas são cultivados.
Avaliação
Nesta etapa os esforços de mudança planeados são avaliados. Assim, o
profissional consegue acompanhar o progresso da organização na
implementação da mudança, documentando os avanços e problemas sofridos
pela organização ao longo do processo.
Gerir conflitos que existem entre indivíduos, grupos, funções e assim por
diante, quando tais conflitos interrompem a capacidade da organização de
funcionar de forma saudável;
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Criar um ambiente colaborativo que ajude a organização a ser mais eficaz e
eficiente;
Você vai ao clínico quando não se sente bem mas não tem uma ideia clara de
qual é a doença que pode estar a causar o mal estar. O clínico faz exames
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básicos, chega a um diagnóstico e prescreve um tratamento, ou o encaminha
para um especialista. Do mesmo modo, o consultor de processos faz essa
primeira aproximação do problema organizacional, utilizando as técnicas de
D.O para um diagnóstico da situação actual e faz uma primeira intervenção em
assuntos de sua área, relacionados com aspectos de gestão como
relacionamento entre pessoas e grupos, comunicação interpessoal,
desenvolvimento de equipes, etc.
Entretanto, quando você já sabe qual a doença a partir dos sintomas, por
exemplo uma pressão alta, não consulta um clínico geral, vai directo a um
cardiologista que faz exames específicos de coração e lhe prescreve um
tratamento. É mais ou menos assim que actuam os consultores de conteúdo,
especialistas em áreas específicas da actuação empresarial como: tributação,
direito do trabalho, produção, administração financeira, publicidade, etc. Estes
consultores especializados em determinados conteúdos só são chamados
quando são identificados problemas em suas áreas de actuação.
Uma crítica que se faz à medicina deve servir de orientação aos consultores
organizacionais, segundo Foguel & Souza1:
“No caso da medicina, o enfoque básico na doença e não no doente tem sido
objecto de crítica cada vez maior, em face do tratamento uniforme daí derivado,
sem a devida consideração pela individualidade de cada paciente, cujo arranjo
fisiológico-psíquico-intelectual apresenta peculiaridades que não se repetem.” 1
Foguel e Souza
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Hoje as questões tratadas pelos consultores de D.O. abrangem assuntos tão
vastos como formulação estratégica, redesenho organizacional, resolução de
conflitos e desenvolvimento de equipas. Contempla ainda assuntos inovadores,
voltados para a nova economia, baseada no comércio electrónico e em novos
padrões de relacionamento com clientes e fornecedores. Esses novos clientes
estão exigindo muito mais das consultorias, que estão tentando se adaptar à
nova situação na qual os clientes não querem apenas métodos e técnicas de
desenvolvimento organizacional, mas querem que elas se comprometam, de
forma mais efectiva, com os resultados das suas intervenções.
Apesar das muitas piadas sobre a actuação dos consultores, (por exemplo
aquela que define o consultor como alguém que pede o seu relógio emprestado
para lhe dizer as horas e não o devolve a você), as grandes empresas não
conseguem viver sem eles, alguns dos quais são gurus famosos que têm
agendas lotadas para os próximos anos e continuam sendo requisitados
mesmo após muitos anos de exercício da profissão, é o caso de Peter Drucker
com mais de 89 anos.
8. CRÍTICAS
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o DO não passa da aplicação sistemática de técnicas desenvolvidas pela
Dinâmica de Grupo nas organizações.
Outra crítica sugere uma certa aplicação de técnicas manipulatórias para que
as pessoas aceitem a dominação, pois as técnicas de relações humanas
destinam-se a amaciar os indivíduos para que se aceitem a submissão e
encontrar a felicidade na sua participação grupal, submetendo-se cada vez
mais a esse grupo.
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9. BIBLIOGRAFIA
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