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A. C. Morrison
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MERVAL ROSA
PSICOLOGIA DA RELlGIAO
21 edição
1979
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Ros·psl Rosa, Merval
PsIcologia da reUgIão. 2. edição. Rio de Janeiro, Junta
de Educação BeUgiou e PubUcações, Un9.
251p.
1. Psicologia da BeUgIão. I. Título.
CDD - 200.19
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plo, é a crença na causalidade do comportamento religioso. teso
significa que acreditamos ser o comportamento religioso aprendido
como aprendida é qualquer outra forma de comportamento huma-
no. Mesmo admitindo que a capacidade de comportar-se religiosa-
mente seja natural ao homem, o conteúdo espec1f1co desse com-
portamento, contudo, é aprendido. Dai, por que alguns são reiigiosos,
e outros não o são.
o princípio da evolução e funcionalidade do comportamento
religioso é outra atitude teórica do presente volume. Com isso que-
remos dizer que a evolução espiritual do homem obedece às mesmas
leis gerais da evolução das outras dimensões de sua personalidade.
wo significa, outrossim, que o comportamento religioso cumpre pro-
pósitos especíücos em diferentes fases da evolução humana e tem
características peculiares em cada uma delas.
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das através de citações diretas ou indiretas, os autores origina1.s
são indicados e suas obras mencionadas, para que os leitores possam
conferir o pensamento original com o que se diz no texto.
Quanto à bibliografia, reconhecemos que é predominantemente
inglesa. Deve-se isso a uma circunstância peculiar: este livro foi
planejado e quase todo escrito enquanto o autor se encontrava nos
Estados Unidos, estudando psicologfa. Além disso, não se pode negar
que quase toda a literatura existente nesse campo é, de fato, em
língua inglesa. Esperamos, entretanto, que, em futuras edições, se
as houver, possamos ampliar essa bibliografia, estendendo-a a outras
literaturas.
Agora, uma palavra de agradecimento. Na realidade, somos de-
vedores a tantas pessoas que, se tentássemos mencioná-las nominal-
mente, correríamos o rísco de omitir algumas. Assim sendo, quere-
mos dizer que somos gratos a todos que contribuíram para a reali-
zação desse trabalho. De modo especial, queremos mencionar 08
segtüntes credores:
A direção da famosa biblioteca do Southem Baptist Theological
Seminary, em Louisvllle, Kentucky, U. S. A. começando por seu di-
retor - o Dr. Crismon - pelas inúmeras atenções dispensadas du-
rante a fase inicial de pesquisas.
Ao Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e a seus
alunos em particular, pelo ambiente acadêmico em que o conteúdo
deste livro foi testado e enriquecido pelas discussões em classe.
Ao colega José Almeida Gtümarães, pela paciência de ler o ma-
nuscrito e tentar reduzir algumas de suas asperezas de estilo. Suas
críticas foram de inestimável valor, e os senões que ainda restem
devem ser atríbutdos exclusivamente ao autor.
' í
A minha ' das longas
ram lia - esposa e filhos - pelo saeríncíc
horas em que estive ausente do convívio famlllar. Sem o apoio irres-
trito de minha fam1lia, este livro não poderia ter sido escrito. A
todos, portanto, multo obrigado.
Finalmente, desejamos agradecer a qualquer leitor que, tendo
uma crítica. a fazer ao presente trabalho, escreva ao autor. Não
haja hesitação. Toda crítica honesta será bem-vinda. Acataremos
com o mãxímo de interesse a palavra do leitor que se der ao traba-
lho de estudar críticamente este livro e sobre ele se dignar de emitir
sua opinião. Esperamos sua cooperação nesse particular.
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CONTEÚDO
Páginas
DEDICATóRIA. o....... • •••••••• o ••••• • ••••• • o •••• o' 5
NOTA AO LEITOR ..... o •••••• o ••••••• o. o' •• o o' •••••• o o •• 7
Definição o o • • • • • • • • 15
H1.stória . o ••••• o • o • • • • • • • • • 19
Métodos o o....... 32
Sumário . o •••• o ••••• o , •••••• o o ••••••••• o • • • • • • • • • • 38
A Fé Religiosa, .. 105
Niveis de crença 107
crença e Fé 108
Funções da Fé 110
A Dúvida Religiosa 111
Suas Causas 115
Ateismo 115
Sumário 118
Definição 144
Teorias
Sigmund Freud 145
Carl Jung 145
Erich From·m 146
William James 148
Gordon Allport ., 151
Viktor FrankI 151
Sumário................... 154
PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
Definição - História - MétoOOs de Estudo
Definição
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Como se pode notar a definiçãQ de Strunk tenta enquadrar a
psicologia da religião no escopo geral da psicologia experimental ou
cíentíüca, Aliás, em 1909, no Congresso Psicológico de Genebra, o
psicólogo M. Flournay sugeriu que se considerasse a psicologia da
religião como autêntica e legitima área de investigação cíentíüea, o
que vale dizer que o citado psicólogo advogou sua inclusão como
parte da psicologia cientÍfica geral. Reconhecemos que a simpática
posição de Flournay, de Strunk e de tantos quantos advogam a in-
clusão da psicologia da religião no campo da psicologia cientlfica
representa um esforço louvável, mas no presente é apenas um ideal.
A posição de W. H. Clark é mais realista e está mais de acordo
com a presente situação. Ele observa acuradamente que, "ao con-
trário do que acontece com outros ramos da psicologia, a psicologia
da religião nunca desfrutou posição acadêmica respeitável. Ela per-
tence parcialmente à religião e parcialmente à psicologia e fre-
qüentemente se encontra entre as duas.'! 2 Podemos dizer que esta
posição ambígua da psicologia da religião tem dificultado sua in-
clusão e reconhecimento como área especializada da psicologia cíen-
tífica.
Clark apresenta três razões por que a psicologia da religião
ainda não desfruta status respeitável no campo da psicologia cien-
tífica geral. Examinemo-las rapidamente:
A complexidade do comportamento relígíoso. Não há dúvida de
que o comportamento religioso é altamente complexo. No entanto,
cremos que isso não é razão suficiente, porque, em multas outras
áreas igualmente complexas, a psicologia tem alcançado alto nível
de desenvolvimento e é hoje grandemente respeitada como disciplina
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científica. Mas há certa razão de ser na afirmação de Clark, por-
que é difícil chegar a conclusões claras e específicas a respeito de
muitos aspectos do comportamento religioso. E o mistério que pa-
rece envolver a experiência religiosa espanta o cientista, que, via
de regra, está mais imediatamente interessado no estudo de fenô-
menos a respeito dos quais possa fazer generalizações que conduzam
a resultados mais objetivos e, sempre que possível, quantificáveis.
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siadamente sagrada para ser exposta ao estudo objetivo de um obser-
vador. Acham esses que o estudo objetivo da experiência religiosa
seria a profanação de algo extremamente sagrado. Julgamos des-
necessário dizer quão ridícula é esta atitude, mas não podemos
negar que ela existiu e ainda existe, até mesmo entre líderes re-
ligiosos de grande influência no mundo moderno.
Voltemos, agora, àquela parte da definição de Strunk que deu
origem ao comentário acima. Se definirmos psicologia da religião
como o estudo científico do comportamento religioso do homem, se-
gue-se logicamente que ela pode e deve ser considerada um ramo
da psicologia geral, que, por seu turno, é o estudo cíentínco do com-
portamento humano. Nesse mesmo sentido, pode-se dizer que apren-
dizagem, percepção etc. são ramos da psicologia geral. Logicamente,
repetimos, o estudo pstcoiõsícc da experíêncía religiosa pertence ao
campo da psicologia cient1fica. Na realídade, porém, esse estudo
ainda é mais do teólogo que do psicólogo. Mesmo nas grandes uni-
versidades em que há um departamento de teologia, psicologia da
religião é estudada, quando muito, em cooperação com o departa-
mento de psicologia, como função do teólogo, e não do psicólogo.
Esperamos, porém, que, em breve, os compêndios de psicologia
comecem a considerar a psicologia da religião como um dos ramos
reconhecidos da psicologia cíentinca geral. Cremos que isso acon-
tecerá quando os estudiosos do assunto forem mais bem treinados
nos processos da observação empírica e começarem a usar métodos
mais precisos na investigação do comportamento religioso do ho-
mem e das comunidades religiosas.
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No entanto, como observa Seward Hiltner, se nos ativermos ao
aspecto puramente filosófico-especulativo da psicologia da religião,
correremos o risco de estar fazendo a pergunta errada. Na filosp-
fia mental ou psícología raéíonal, diz ele, poderíamos inquirir sobre
abstrações que nada têm que ver com o homem de carne e osso.
Na teologia filosófica, poderíamos enveredar pelo terreno de espe-
culações metafísicas, de poucas conseqüências para a compreensão
empírica do fenômeno religioso. 4
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