Você está na página 1de 45

BIOQUÍMICA DE ALIMENTOS

Sumário

BIOQUÍMICA DE ALIMENTOS ................................................................ 0

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4

NUTRIÇÃO ANIMAL ................................................................................ 5

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO HUMANA ......................................... 5

DEMOGRAFIA, ALIMENTAÇÃO E MEIO AMBIENTE ............................ 6

EVOLUÇÃO DO CONSUMO MUNDIAL DE ALIMENTOS ...................... 6

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL ................................................ 7

CONSUMO DE PRODUTOS VEGETAIS E ANIMAIS NA UNIÃO


EUROPEIA ......................................................................................................... 8

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO EUROPEIA DE ALIMENTOS .................. 8

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COMPOSTOS ........................................ 8

PRODUÇÃO EM PESCAS E AQUACULTURA NA UNIÃO EUROPEIA E


NO MUNDO ....................................................................................................... 9

CONSUMO PER CAPITA DE CARNE EM PORTUGAL ....................... 10

AUTOSSUFICIÊNCIA EM CARNE E VEGETAIS NA EU ...................... 11

ANÁLISE DOS ALIMENTOS ................................................................. 11

CARACTERÍSTICAS DE IMPORTANTES COMPONENTES


CELULARES .................................................................................................... 18

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ............................................ 18

MUDANÇAS QUANTITATIVAS FISIOLÓGICAS ................................... 18

BASES FISIOLÓGICAS DO CRESCIMENTO ANIMAL ......................... 19

EXPRESSÕES MATEMÁTICAS PARA DESCREVER O CRESCIMENTO


ANIMAL ............................................................................................................ 20

1
2

VARIAÇÃO PONDERAL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O


CRESCIMENTO ............................................................................................... 21

CORRELAÇÃO ENTRE O TEOR DE ÁGUA E GORDURA CORPORAIS


......................................................................................................................... 22

RELAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O PESO....... 22

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM A RAÇA E SEXO .. 23

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM A ALIMENTAÇÃO 23

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O CRESCIMENTO:


EFEITO DA NUTRIÇÃO OU DA PRECOCIDADE ........................................... 24

EFEITO DA ALIMENTAÇÃO NO CRESCIMENTO E NA COMPOSIÇÃO


CORPORAL ..................................................................................................... 24

PROCESSOS DIGESTIVOS – MONOGÁSTRICOS ............................. 24

APARELHO DIGESTIVO DE PEIXES ................................................... 25

MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA


DOS ALIMENTOS ............................................................................................ 27

ESTIMATIVA DE CONSUMO E EMPREGO DE MARCADORES ......... 30

METODOLOGIAS EMPREGADAS NA AVALIAÇÃO DA


DIGESTIBILIDADE ........................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 41

2
3

NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

3
4

INTRODUÇÃO

Durante a evolução, os animais ruminantes desenvolveram


características anatômicas e simbióticas, que lhes permitem utilizar
eficientemente carboidratos estruturais como fonte de energia e
compostos nitrogenados não proteicos como fonte de proteína
(VALADARES FILHO & PINA, 2006).

Além desse potencial, os ruminantes possuem uma importante função


como produtores de bens, em geral, para a humanidade.
A avaliação de alimentos é um dos principais pontos a serem observados
no setor de nutrição animal, a qual diz respeito à utilização de métodos para
descrever alimentos ao seu público e à sua capacidade de sustentar diferentes
tipos e níveis de desempenho animal.
A maior ênfase é dada à determinação da composição química específica,
embora as características físicas dos alimentos também sejam importantes.
O objetivo prático de avaliação de alimentos é otimizar a eficiência de
utilização de alimentos para animais, produção animal e, finalmente, o retorno
financeiro ao produtor.
Nesse contexto, é importante para estabelecer o potencial dos alimentos
e a necessidade de suplementos apropriados, a fim de superar as deficiências
nutricionais e elevar o nível de desempenho.

4
5

NUTRIÇÃO ANIMAL
Nutrição – ciência que se ocupa desde a ingestão dos alimentos, ao
processamento, metabolismo de nutrientes e excreção dos produtos de
excreção. Os fatores nutricionais afetam a produção e bem-estar animal.
Um alimento pode ter os nutrientes todos necessários mas se não for
apelativo, ou seja, se a sua textura e sabor não agradar ao animal, ele não come.
Metabolitos secundários (anti nutrientes) – substâncias produzidas pelas plantas
que têm como finalidade proteger a planta do herbivorismo é necessário saber
como os processar e eliminar (por exemplo a aplicação de calor modifica-os e
torna-os comestíveis).
Digestibilidade da matéria é importante pois é necessário que o animal
digira o alimento. Otimização da energia e da fração proteica.
Só tendo um balanço adequado entre energia e proteína é que se
consegue uma nutrição adequada.
Muita proteína significa que o animal tem de desaminar a proteína para
usá-la como energia.
A amina excretada tem impacto ambiental (é necessário uma
sensibilidade para os problemas ambientais).
Quanto mais digerível a matéria orgânica, menos perdas sob a forma de
fezes existe.

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO HUMANA


A nutrição animal é importante para otimizar o crescimento animal que
também será necessário para a alimentação humana, população esta que tem
aumentado exponencialmente.
Com o aumento da população humana mundial, aumentam as
necessidades nutricionais da mesma.
A pressão a nível de recursos vai incidir em áreas geográficas
subnutridas, principalmente.
A população humana tem vindo a aumentar exponencialmente desde
1804 (data na qual atinge o primeiro milhar de milhões de habitantes).

5
6

Projeção do crescimento da população – a tendência da população


mundial é aumentar, no entanto quando se consideram em separado as várias
regiões pode-se dizer que há uma tendência geral para o aumento da população
(até 2050), exceto na China, União Europeia e Rússia, nos quais esta tendência
é para a diminuição.
Crescimento da população Portuguesa – esta tem vindo a aumentar
desde 1864, no entanto a tendência tem sido a de diminuir a percentagem desse
mesmo aumento, apesar de aumentar em número de ano para ano.
A produção de alimentos vai deparar-se com obstáculos futuros devido ao
crescimento da população e a alterações a nível da agricultura, colheita de
cereais, disponibilidade de água e qualidade do solo, o que pode efetivamente
implicar mudanças na dieta das populações.

DEMOGRAFIA, ALIMENTAÇÃO E MEIO AMBIENTE


O aumento da população provoca o aumento das necessidades de
alimento, que tem impactos ambientais.
O aumento dos animais, que produzem dejetos prejudica o ambiente,
assim como a utilização de pesticidas para aumentar a produção e o aumento
do consumo de água.
Existe uma pressão a nível de recursos. As áreas com maiores carências
nutricionais localizam-se a sul.

EVOLUÇÃO DO CONSUMO MUNDIAL DE ALIMENTOS


A tendência mundial é para o aumento do consumo, por pessoa, por ano,
de cereais, açúcar, óleos vegetais, carne e leite.
No entanto o consumo de tubérculos e raízes tem diminuído, mas no
geral, o consumo de comida aumenta.
O consumo de cereais aumenta. Não são utilizados só para consumo
humano, são também utilizados para a alimentação de animais domésticos.

6
7

A melhoria na alimentação passa pelo aumento da qualidade dos


produtos. Em termos médios temos uma população mundial mais saudável.
Evolução do consumo de alimentos em países desenvolvidos – aumento
do consumo semelhante à evolução do consumo alimentar mundial.
Nestes dados exclui-se a China, pois representa 1/6 da população
humana e pode enviesar os resultados. Nos países desenvolvidos o consumo
de carne e de cereais para transformação é muito maior.
Evolução do consumo de alimentos em países em desenvolvimento – há
um maior consumo de cereais e menor consumo de açúcar.
Evolução do consumo de carne no mundo – prevê-se que em 2030 o
consumo de carne de aves será superior ao consumo de carne de porco e
bovina, apesar do consumo da mesma ser também elevado.
No entanto, o consumo de carne caprina e bovina é muito reduzido.
Consumo de carne e PIB – a Índia aparece como um país com um consumo de
carne per capita muito baixo, enquanto os Estados Unidos da América aparecem
como um país em que esse mesmo consumo é elevadíssimo, por ano.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL


Evolução da produção mundial de carne – a produção de aves tem
aumentado muito mais que a produção dos restantes tipos de carne, apesar de
a produção de carne de porco também ter vindo a aumentar significativamente.
A produção de gado e caprinos continua bastante reduzida
comparativamente.
Evolução da produção mundial de carne e pescado – a produção de carne
é muito superior à produção de pescado (seja por aquacultura ou por pesca),
mas mesmo assim, a produção de pescado através da captura de peixes tem-
se mantido em valores mais ou menos semelhantes enquanto a produção de
peixes através de aquacultura, de ano para ano, tem aumentado muito
significativamente.

7
8

CONSUMO DE PRODUTOS VEGETAIS E ANIMAIS NA UNIÃO


EUROPEIA
Produtos vegetais – maioritariamente, de trigo e batata. Também açúcar
e óleos vegetais. Produtos animais – maioritariamente, de porco, de peixe e aves
domésticas.
Outros produtos animais – maioritariamente, leite. Também queijo, ovos
e manteiga. Portugal consome muito arroz comparativamente à Europa.
O consumo de carna está ligado à disponibilidade económica (a carne de
aves é mais barata). As plantas têm muito pouca gordura. Mas a soja já tem
muito mais. Quanto mais nova é a planta tem menos fibras e proteínas.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO EUROPEIA DE ALIMENTOS


A Europa, a nível da produção agrícola contribui com 22% de bovinos e
leite, 9,5% de suínos, 7,5% de aves e ovos, 3% de produtos animais e 58% de
outros produtos agrícolas.
A produção de carne, desde 2007 até 2009 tem aumentado,
nomeadamente a produção de carne suína, a produção de carne de aves e
bovina tem-se mantido relativamente estável.

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COMPOSTOS


Para existir produção animal na quantidade necessária é preciso utilizar
alimentos compostos. Consoante o tipo de animal produzido, será mais ou
menos quantidade de alimento composto utilizada, pois, por exemplo, animais
com pastos necessitam de menor quantidade deste alimento. A produção de
alimentos compostos para aves é muito superior à verificada para ruminantes ou
porcos, mas que também é bastante positiva.
A produção de alimentos compostos para outros animais (como os peixes)
é muito reduzida. Houve uma intensificação da produção de aves e porcos,
enquanto gado bovino e caprino tem-se mantido.

8
9

Os Estados unidos da América, União Europeia e China são os países


que asseguram a maior parte da produção mundial de alimentos compostos
(dados de 2009). Para produzir grandes quantidades de carne é necessário
produzir elementos compostos.
Diferentes animais necessitam diferentes quantidades de alimentos
compostos (bovinos necessários em menor quantidade porque se alimentam em
pastos). China e Brasil – aumentaram a produção dos alimentos compostos.
Os alimentos compostos para a produção animal têm um peso muito
significativo nos custos variáveis das produções.
Produções intensivas – custos com a alimentação muito elevados.
Pastos – parecem ter poucas proteínas comparando com os alimentos
composto, mas retirando a água e fazendo as contas dá cerca de 15% de
proteínas, por isso a diferença não é muita.

PRODUÇÃO EM PESCAS E AQUACULTURA NA UNIÃO


EUROPEIA E NO MUNDO
Produção em pescas e aquacultura na UE e no mundo - a União Europeia
representa cerca de 4,6 % da produção global de pesca e aquacultura, sendo
então o 4º produtor a nível mundial.
Como tem sido caso, nos últimos 20 anos, a produção total da união
europeia diminuiu consideravelmente comparado com os anos anteriores.
Produção em pesca na UE – na união europeia os principais produtores,
em termos de volume de pesca são a Espanha, a França e o Reino Unido.
Portugal ocupa a sétima posição.
Produção em aquacultura na UE – a aquacultura é a principal atividade
em várias regiões europeias.
A produção de aquacultura na União Europeia está na região dos 1,3
milhões de toneladas, o qual rende cerca de 3,2 biliões de euros. Isto representa
20,3% do volume total de produção de pesca da união europeia.
Partilha do total da produção de aquacultura mundial, 2,6% em termos de
volume e 5,1% em termos de valor. Portugal ocupa a posição 20. Produção em

9
1
0

pescas e aquacultura na UE – os maiores produtores de pescas e aquacultura


na EU são Espanha, a França e o Reino Unido.
Os produtos da pesca e aquacultura desempenham um papel significante
na dieta humana, tanto na Europa como a nível mundial, como fonte de proteína.
Mundialmente, o consumo destes produtos representa 16,4 kg / pessoa / ano ou
15,6% da proteína animal.
Na União Europeia, o consumo médio de peixe é 22,3 kg/pessoa/ano. O
consumo varia desde 4,2 kg/pessoa/ano na Bulgária a 55,6 kg/pessoa/ano em
Portugal.
O pescado é razoavelmente elevado na União Europeia. Contudo, mesmo
assim, existem diferenças entre países (3 kg na Hungria ou 45 Kg na Alemanha).

CONSUMO PER CAPITA DE CARNE EM PORTUGAL


O consumo de carne em Portugal é de 110 kg per capita. 6 Consumo de
carne por categoria na UE e em Portugal Na EU, consome-se por categoria,
45,8% de carne suína, 25,9% de carne de aves, 18,2% de carne bovina, 2,7%
de carne caprina e 7,5% de outras carnes.
Em Portugal, consome-se por categoria, 42% de carne suína, 31% de
carne de aves, 17% de carne bovina, 5% de miudeza, 2% de carne caprina e 3%
de outros.
Em Portugal o autoaprovisionamento de produtos animais, entre 2007 e
2009 tem-se mantido relativamente constante. Consumo de carne e pescado na
EU e em Portugal.

10
1
1

AUTOSSUFICIÊNCIA EM CARNE E VEGETAIS NA EU


No que diz respeito à carne, o país da EU que tem mais autossuficiência
é a Dinamarca.
A Bélgica é o país mais autossuficiente a nível dos vegetais. Portugal tem
muito pouca autossuficiência, tanto a nível de carne como a nível dos vegetais,
sendo um país completamente dependente do exterior.

ANÁLISE DOS ALIMENTOS


Amostragem de matérias-primas e alimentos compostos
Os métodos de análise de alimentos utilizam pequenas quantidades de
amostra (amostra representativa do material cuja análise se pretende conhecer,
de modo a produzir rações adequadas), normalmente a amostra tem 100g.
Métodos de análise:
Amostragem de produtos ensacados – a amostra é recolhida com sondas
em toda a profundidade do saco.

11
1
2

Tira-se aleatoriamente os sacos que têm de ser amostrados. Por exemplo,


se tivermos entre 21 a 30 sacos, amostramos três.
De produtos a granel – também há um número de mínimos a recolher
conforme o tamanho da carga. Utilizam-se sondas e um determinado número de
toneladas conforme a carga.
Em animais pequenos, trituram-se os animais e os produtos são
homogeneizados e depois retira-se a amostra.
Carcaças de bovinos retira-se uma amostra sempre em determinado local
(20-30cm de amostra entre a 9ª e 11ª costela) porque é um bom indicador do
estado da amostra.
Em plantas é necessário ter atenção para não tirar partes da planta
sempre do mesmo local, porque há diferenças de contaminação entre as várias
partes.
Durante a fase de subdivisão da amostra é necessário ter em atenção se
a amostra se dividiu em fases, se houve sedimentação, estratificação.

Preparação das amostras para análise


A amostra consiste numa porção representativa de um lote. Amostra
obtém-se a amostra para laboratório por divisão daquela segundo certas
normas, dependendo do tipo de material.
A amostra para análise consiste numa parte representativa da amostra
para laboratório, moída, seca e desengordurada, se necessário.
1. Amostras com baixo teor em água
2. Amostras com elevado teor de água
3. Amostras com elevado teor em gordura
4. Amostras com elevado teor em gordura e em água

Erros durante a recolha/armazenamento da amostra


Se recolher uma amostra heterogénea, a amostra não vai representar
devidamente o alimento. Se existirem dúvidas quanto à homogeneidade da
amostra deve-se aumentar o seu tamanho. Modificações químicas durante a
preparação/armazenamento da amostra.

12
1
3

Podem existir perdas ou captação de humidade ou contaminação (se os


moinhos forem mecânicos, por mudanças da temperatura ou por oxidação se
contiver ácidos gordos).
Dois tipos erros durante o processo analítico:
Erros indeterminados – difíceis de prever. São experimentais ou
condições ambientais. Interessa eliminar.
Exemplo cálculos matemáticos e vibrações da balança. Erros concretos
– de origem operacional ou instrumental.
Erros pessoais, instrumentos mal calibrados. Erros da calibração química
do reagente.

Nutrientes necessários
As plantas necessitam de menos nutrientes que os animais.
Plantas:
Água Energia
Fonte azotada (nitrato/amónia)
Nutrientes minerais
Animais: Água
Fonte azotada (aminoácidos essenciais na forma de azoto)
Fonte de energia (gordura e hidratos de carbono)
Lipídeos (ácidos gordos essenciais)
Elementos inorgânicos
Vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis
Os animais e plantas necessitam de água e matéria seca (orgânica e
inorgânica).
Composição dos animais e plantas Plantas – nos pastos (trevos) o grau
de maturação influencia a quantidade de água.
Os pastos têm mias água que os fenos e grãos, mas menos proteínas. No
entanto, em peso seco os pastos têm quase o mesmo que os fenos.
O fósforo está sob a forma de fitatos nas plantas.
Animais – a composição animal varia muito menos que as plantas. Nos
animais adultos a quantidade de água é de 60%, tem também 16% de proteína,
20% de gordura e 3-4% de minerais.

13
1
4

Análise dos Alimentos pelo Esquema de Weende Usado na atualidade,


mas com grandes defeitos porque é mais universal.
Composição de categorias na análise aproximada:
Água.
Proteína – aminoácidos essenciais e não essenciais.
Extrato de éter – triglicerídeos, fosfolipídios, esteroides, lipídeos.
Fibras – polissacarídeos insolúveis.
Extrato de azoto – monossacarídeos, oligossacarídeos, sacarídeos
solúveis.
Cinzas – elementos não essenciais, elementos tóxicos.
Diagrama de análise aproximada – a determinação da matéria seca é
importante para se saber o que o animal adquire com determinado alimento e,
também, para se poder comparar com outros.

Humidade
A humidade de uma amostra é determinada como a perda total de peso
da amostra, expressa em percentagem do peso original, após secagem em
estufa a 105 °C, até peso constante.

Cinzas
O conteúdo em cinzas de uma amostra é o resíduo inorgânico que
permanece após destruição da matéria orgânica por incineração numa mufla
entre 450°C e 600°C. Normalmente, 450°C durante 16 horas.

Matéria orgânica
Diferença entre peso seco (peso da amostra menos humidade, em
percentagem) e cinzas.

Proteína Bruta
O conteúdo em proteína bruta de uma amostra é obtido determinando o
azoto da amostra pelo método de Kjeldahl e multiplicando o valor obtido pelo
fator 6.25.

14
1
5

A aplicação deste fator pressupõe que uma proteína contém, em média,


16 % de azoto (100:16=6.25), apesar do conteúdo azotado das proteínas poder
variar entre 12 e 19%.
O método de Kjeldahl consta de três fases principais:
1) Digestão da amostra com ácido concentrado, na presença de
catalisadores, levando à produção de sulfato de amónia;
2) Destilação por arrasto de vapor em meio básico e recolha da amónia
produzida em meio ácido (ácido bórico);
3) Quantificação da amónia por titulação com ácido diluído (ácido
clorídrico).
Além do azoto proteico, esta técnica também avalia o azoto não proteico.
Ou seja, não doseia azoto dos nitratos nem dos nitritos, assim podemos
determinar por complementaridade a proteína verdadeira.

Gordura Bruta
A gordura bruta determina-se extraindo os lipídeos de uma amostra
finamente moída com éter de petróleo, continuamente, durante cerca de 6 horas,
num aparelho de extração adequado (extrator tipo Soxhlet, por exemplo).
Entende-se por gordura bruta o resíduo seco, não volátil, que fica depois
de evaporar em estufa o extrato obtido pela ação do éter anidro na amostra
durante um tempo adequado.
Neste encontram-se todas as substâncias solúveis em éter, para além das
gorduras verdadeiras (carotenoides, clorofilas, vitaminas lipossolúveis, etc.).
Os lipídeos têm duas vezes mais energia do que as proteínas e os
hidratos de carbono.
Existem outros métodos que permitem a determinação dos lípidos, e cuja
extração é feita a frio, utilizam também misturas de clorofórmio e metanol – são
métodos mais demorados.
Gordura Total
Em determinadas matérias-primas ou alimentos compostos com elevado
teor em gordura, este método não permite quantificar a totalidade da gordura.
Para se determinar a gordura total é necessário proceder a uma digestão prévia
da amostra com ácido clorídrico.

15
1
6

Fibra Bruta
A fibra bruta é o resíduo orgânico que se obtém por tratamento da amostra
com um ácido fraco (ácido sulfúrico diluído) seguido de uma base fraca
(hidróxido de sódio diluído) e um solvente de lipídeos.
A fibra bruta é constituída essencialmente por homoe hetero-
polissacarídeos de elevado peso molecular. Nas amostras vegetais compreende
essencialmente porções variáveis de celulose, hemicelulose e lenhina. Nas
amostras animais é composta essencialmente por N -acetil-glucosamina.
A fibra nos ruminantes é maior do que nos monogástricos. Extrato não
azotado. Obtêm-se por diferença, subtraindo ao peso inicial da amostra todas as
outras frações: NFE = peso inicial – humidade – cinzas – proteína bruta – gordura
bruta – fibra bruta

Amido
O amido dispersa-se por tratamento com água quente, em seguida é
autoclavado e hidrolisado quantitativamente pela amiloglucosidase
(glucamilase). Esta enzima rompe as ligações -D (1-4) e --D (1-6) libertando
assim a glucose, que é em seguida doseada pelo sistema glucose oxidase -
peroxidase (GOP).
A glucose é transformada por oxidação catalítica pela glucose oxidase em
ácido glucónico, com libertação de água oxigenada: glucose + água + O2
glucose oxidase » ácido glucónico + H2O2 GOD
A água oxidada reage, na presença da peroxidase, com um dador de
hidrogéneo, 2,2' - Azino-di-[3-athyl-benz thiazolin-sulfonato (6)] sal diamónio
(C18H16N4O6S4-(NH4)2, e forma um composto colorido: H2O2+DH2
peroxidase » 2H2O + D (produto corado de azul- esverdeado)

Energia Bruta
A energia bruta corresponde à energia química de uma amostra que se
estima a partir do calor produzido ao queimar completamente uma amostra numa
atmosfera de oxigénio pressurizada.

16
1
7

Os produtos da combustão são dióxido de carbono, água, ácido sulfúrico,


azoto e cinzas. Num calorímetro adiabático (isto é, em que o calor não é perdido
do sistema), durante a combustão da amostra o calor produzido transmite-se a
uma massa de água de peso conhecido (num recipiente) e que envolve o
contentor (bomba calorimétrica) onde se encontra a amostra, e esse aumento de
temperatura correlaciona-se com o valor energético da amostra.
A envolver completamente a massa de água no recipiente interior existe
uma manga com água, que impede a perda de calor por condução para o exterior
do sistema.
Esquema de Van Soest Uma vez que pelo método já referido
anteriormente é complicado determinar os hidratos de carbono, Van Soest
desenvolveu um método que permite analisar os hidratos de carbono conforme
a disponibilidade nutritiva. Este método utiliza detergentes e EDTA.
A uma amostra é adicionado detergente neutro, essa amostra é colocada
a ferver, de onde se obtém duas frações: conteúdos celulares e componentes da
parede celular.
Este último é colocado a ferver com detergente ácido, onde obtemos duas
frações: celulose e lenhina e hemicelulose. À fração de lenhina e celulose, se
quisermos obter apenas celulose, devemos oxidar com permanganato de
potássio, e por inceneração obtém-se as cinzas. Se desta fração quisermos obter
a lenhina, deve-se eliminar a celulose utilizando ácido sulfúrico.

17
1
8

CARACTERÍSTICAS DE IMPORTANTES COMPONENTES


CELULARES
Lenhina – principal porção da parede celular.
Polímero tri-dimensional de fenilpropanos.
Baixa disponibilidade de hemicelulose e celulose.
Suporte estrutural da planta.
Celulose – esqueleto de hidratos de carbono principal da planta.
Enzimas de celulase não secretadas por mamíferos.
Digestibilidade varia com quantidade de lenhina, sílica e cutina. Suporte
estrutural da planta.
Hemicelulose – polímero de xilose e outros 5 açúcares.
Digestibilidade depende de lenhina. Suporte estrutural da planta.
Pectina – polímero. Alta digestibilidade e disponibilidade, não influenciado
por lenhina.
Cutina – composto por ceras e polímeros. Pode estar integrado na lenhina
e é medido. Baixa disponibilidade de celulose e hemicelulose.
Sílica – efeito semelhante à lenhina em termos de digestibilidade de
celulose e hemicelulose.

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Noção de Crescimento e Desenvolvimento Crescimento – aumento do
animal. Desenvolvimento – modificações que ocorrem no animal à medida do
crescimento. Mudanças fisiológicas no pós-natal, puberdade, maturação sexual
e estrutura de determinados órgãos e tecidos.

MUDANÇAS QUANTITATIVAS FISIOLÓGICAS


Hiperplasia – aumento do número de células.
Hipertrofia – uso dos músculos dificultando-se com a idade.

18
1
9

BASES FISIOLÓGICAS DO CRESCIMENTO ANIMAL


Curva de crescimento para espécies de quintas e para o Homem - a idade
em que atingem o peso adulto, consoante as espécies, varia.
Nos animais domésticos, a curva é semelhante. Caracterização da Curva
de Crescimento Curva sigmoidal de crescimento: descreve normalmente o
crescimento animal. Aceleração – crescimento exponencial que abranda na
puberdade (inflexão).
Função do peso animal. Inibição – segunda fase que é função do peso a
atingir na idade adulta.
Esta curva é boa para aves e animais domésticos. Ponto de inflexão –
quando a velocidade de crescimento é nula.
Ponto em que se atinge a puberdade. Nos humanos, o ponto de inflexão
atinge-se mais tarde do que noutros animais, como o porco, a ovelha, etc., em
que nestes se atinge mais cedo.
Curva de crescimento e equivalência peso / idade dos animais: ganho
diário de peso é cada vez maior até à puberdade, a partir desta fase os animais
começam a atingir o peso máximo.
Quando a curva desce a ingestão / aproveitamento dos alimentos é
máxima e a mortalidade é mínima.
Caracterização de curva de crescimento “segmentada”: B -> D –
segmento linear; A -> D – segmento exponencial; A -> D – segmento
sigmoide.

19
2
0

EXPRESSÕES MATEMÁTICAS PARA DESCREVER O


CRESCIMENTO ANIMAL
Equações de crescimento:
Exponencial; Monomolecular; Logística; Gompertz; Bertalanffy;
Richards; Janoschek; Alométrico.
Exponencial – a variação da população é proporcional ao próprio tamanho
da população, com taxa de crescimento constante.
Pode ser adequado para explicar o crescimento de populações animais
que não estejam sujeitas a restrições ambientais para o seu crescimento,
condição que pode ser verificada, por exemplo, quando uma espécie estranha é
introduzida em um ambiente sem predadores, podendo-se proliferar sem
limitações.
Logística – a taxa de crescimento efetiva de uma população varia ao longo
do tempo. Para espécies animais de vida livre.
Gompertz - usada para monitorar o crescimento de peixes, em termos de
seu peso. Modelo matemático de Brody: caracterização da curva de
crescimento.
É usado descrever o crescimento do animal ao longo do seu ciclo de vida.
Desenvolvimento ocorre a par do crescimento.
Fatores que afetam o crescimento compensatório – fatores animais: Grau
de maturidade no início da subnutrição, ou seja, a proporção de massa esperada
normal já tenha sido atingido.
A proporção de peso corporal atribuível a depósitos adiposos no início da
subnutrição.
O genótipo. O género.
Mudanças na taxa metabólica.
Nas fases de restrição de alimento (Inverno), um animal que tem sempre
alimento à disposição diz-se High.
Os Medium e Low, quando têm acesso de novo ao alimento (come mais)
e compensa o atraso no crescimento que se verificou. Há uma aceleração do
crescimento compensando o peso perdido.

20
2
1

Contudo, nunca cresce mais do que o animal que não sofreu crescimento.
Fatores que afetam o crescimento compensatório – fatores nutricionais:
A severidade da subnutrição, ou seja, qual a fração ou múltiplo de
conservação de energia.
A duração do período de subnutrição.
A densidade nutricional da comida durante a subnutrição.
Admissão de comida durante a reabilitação.
Composição Corporal Composição Corporal Água, proteína, gordura e
cinzas (refletem o tecido ósseo).
Para estudar a composição corporal é necessário sacrificar o animal,
homogeneizar e fazer o estudo da composição animal.

VARIAÇÃO PONDERAL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O


CRESCIMENTO
À medida que o crescimento aumenta, o músculo é o tecido que mais se
forma, assim como o tecido adiposo.
O tecido ósseo é o tecido que menos se forma. Variação percentual da
composição corporal com a idade e peso Por exemplo em porcos, a composição
corporal em água diminui à medida que o crescimento aumenta.
No entanto, o teor em gordura aumenta.
As proteínas e as cinzas diminuem, mas é pouco notório. Muita água num
animal jovem (superior a 75%) que diminui ao longo do crescimento.
Num animal jovem existe pouca gordura que aumenta, e o teor em
proteínas que diminui.
Os minerais diminuem lentamente, pelo que é o menos notório.

21
2
2

CORRELAÇÃO ENTRE O TEOR DE ÁGUA E GORDURA


CORPORAIS

Quanto maior a quantidade de água, menos a percentagem em gordura.

RELAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O PESO


À medida que o peso aumenta, aumenta também o teor em gordura e
energia aumentam.
O teor em proteínas diminui. Variação percentual da composição corporal
expressa em base isenta de gordura e em base seca e isenta de gordura Se a
composição corporal for expressa em base isenta de gordura, o teor em água,
proteína e cinzas aumenta.
No entanto, se a composição corporal for expressa em base seca e isenta
de gordura, o teor em proteínas e cinzas aumenta muito, enquanto se expresso
em base isenta de gordura o aumento é pouco notório.
Variação da composição da carcaça em animais de diferentes
características No que diz respeito ao teor em carne, a carcaça de vaca é que
em mais, seguida da carcaça de porcos e depois de caprinos.
O teor em carne diminui à medida que aumenta o tamanho do animal. A
composição em gorduras é maior na carcaça de porcos, seguida da carcaça de
vaca e depois de caprinos.
O tecido adiposo aumenta quando o tamanho do animal aumenta. O
tecido ósseo é maior na carcaça de caprinos, depois de vaca e por último de
porcos. O tecido ósseo também diminui à medida que o tamanho corporal do
animal aumenta.

22
2
3

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM A RAÇA E


SEXO
Em A. Angus, o teor em proteínas é maior em machos do que em animais
castrados, que por sua vez é maior que em fêmeas.
O tecido adiposo é maior em fêmeas do que em animais castrados, que é
maior do que em machos.
Em Holstein, o teor em proteínas é maior em animais castrados do que
em machos, que por sua vez é maio do que em fêmeas.
O tecido adiposo é maior em fêmeas, do que em castrados, e estes têm
mais tecido do que os machos.
Estimativa da composição corporal in vivo Densiometria – indicação do
teor em gordura dos animais, com base na densidade. Indicação do teor em água
através da utilização de corante.

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM A


ALIMENTAÇÃO
A taxa de aumento de peso, mostra a forma pela qual as mudanças na
forma e proporções do corpo são afetados pelo nível de nutrição.
Os tecidos que se formam são o tecido ósseo, o músculo e o tecido
adiposo.
a - no plano alto de nutrição,
b - no plano baixo da nutrição.

23
2
4

VARIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL COM O


CRESCIMENTO: EFEITO DA NUTRIÇÃO OU DA PRECOCIDADE
Animal com crescimento precoce tem (em termos de composição
corporal) uma deposição de gordura semelhante ao de um animal que se
alimenta abundantemente. No plano alto de nutrição, a formação dos tecidos
ocorre muito mais rápido. No plano baixo da nutrição, os tecidos formam-se
lentamente.

EFEITO DA ALIMENTAÇÃO NO CRESCIMENTO E NA


COMPOSIÇÃO CORPORAL
Um animal com um plano de nutrição baixo demora muito mais tempo a
atingir o crescimento ótimo do que um animal com um plano de nutrição alto. No
entanto, um animal com um plano de nutrição baixo forma mais músculo e osso,
e menos gordura do que um animal com um plano de nutrição elevado.

PROCESSOS DIGESTIVOS – MONOGÁSTRICOS


Os alimentos grosseiros têm um teor em proteínas reduzido e um teor em
fibras elevado, por isso é necessário que passem por processos digestivos. Nos
estômagos monogástricos, a fermentação é feita no intestino grosso e no ceco.
Aparelho digestivo de mamíferos e aves Animal simples (ex.: porco) – constituído
por estômago, intestino delgado, pequeno ceco e intestino grosso. Herbívoro não
ruminante (ex.: cavalo) – estômago, intestino delgado, grande ceco e intestino
grosso.
Ruminantes (ex.: vaca) – estômago poli-compartimentado (Omasum,
Rumen, Reticulum e Abomasum- é o verdadeiro estômago pois tem uma
constituição glandular), intestino delgado, ceco e intestino grosso.
Aves (ex.: galinha) – papo, proventrículo, moela, intestino delgado, ceco,
intestino grosso, cloaca. Estratégias digestivas de animais com diferentes tipos
de hábitos alimentares

24
2
5

APARELHO DIGESTIVO DE PEIXES


Nos peixes, a maior parte são carnívoros, mas também há herbívoros e
planctívoros.
Alguns peixes não têm estômago.

25
2
6

26
2
7

A pesquisa em nutrição animal exerce, dentro da área de produção


animal, imprescindível papel, visto fazer uso de metodologias que possibilitem
fornecer informações a respeito dos ingredientes utilizados na alimentação
animal e prever a maneira como a estrutura dos alimentos irá afetar o seu
desempenho.
Atualmente, as pesquisas têm buscado relacionar o conteúdo de
nutrientes dos alimentos com seu aproveitamento digestivo e
metabólico. Dessa forma, o estabelecimento de metodologias
apropriadas para obtenção de respostas é essencial para que o
sucesso na pesquisa seja atingido (BERCHIELLI et al., 2011).
Diante do exposto, nesta revisão serão apresentadas e discutidas as
principais técnicas de avaliação de alimentos aplicadas à nutrição de ruminantes.

MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO


BROMATOLÓGICA DOS ALIMENTOS
O denominado método de Weende é um dos mais utilizados na
nutrição animal, desenvolvido, em 1864, por cientistas alemães, que
envolve a determinação da matéria seca, matéria mineral ou cinzas,
proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e extrato não nitrogenado. A
matéria seca (MS) representa a perda da umidade do alimento,
geralmente, realizada por secagem em estufa com circulação de ar
forçada a 60°C (pressecagem) e 100°C (secagem definitiva),
determinada, gravimetricamente, pelo resíduo remanescente após a
secagem. A matéria mineral ou cinzas é determinado pelo aquecimento
da amostra à 600°C, até a combustão total da matéria orgânica, e o
resíduo ou cinzas pode ser usado para determinar o teor de elementos
minerais individuais no alimento (SILVA & QUEIROZ, 2002).
O teor de proteína bruta é calculado a partir do teor de nitrogênio (N) e
obtido pelo método Kjeldahl. Ocorre que, nos dias atuais, está em voga o método
de Dumas, cuja dinâmica envolve a combustão da amostra, e a determinação é
realizada através do N gasoso liberado. O conteúdo proteico é determinado
através da multiplicação do teor de N pelo fator de conversão de cada alimento,
ou através do fator universal 6,25 (assumindo que o N derivado de proteína
contém 16% N).

27
2
8

Na comparação dos métodos de Kjeldahl e Dumas, Sader et al. (2004)


verificaram que o desvio padrão do teor de N dentro e entre estes estão
de acordo com os intervalos permitidos pela literatura. Se esse dado
for associado ao fato da metodologia de Dumas consistir em uma
técnica não poluente ao ambiente, esta metodologia pode ser
considerada capaz de substituir com vantagens o procedimento de
Kjeldahl, em análises de rotina em laboratórios de nutrição animal.
Nas análises e caracterização das gorduras, os lipídios são especificados
de uma maneira geral como extrato etéreo (EE). No entanto, quando adicionado
a estes, o éter extrai pigmentos vegetais como clorofila, xantofila e caroteno,
além de traços de diversas outras substâncias. Remove ainda certos óleos
essenciais que não são produtos lipídicos e que consistem basicamente de
ésteres, aldeídos e éteres. Assim, o teor de EE pode ser superestimado em
alimentos ricos em ceras e pigmentos (clorofila, xantofila e outros sem valor
energético) devido à solubilidade destes compostos em éter.
Fibra bruta (FB) é uma fração dos alimentos composta por carboidratos
estruturais resistentes ao tratamento sucessivo com ácido e base diluídos. Uma
amostra seca e desengordurada é submetida à digestão com uma solução ácida
e depois com uma solução básica fraca. Essa metodologia subestima os reais
valores de fibra, pois o tratamento com álcali solubiliza porções de lignina e
hemicelulose. Por sua vez, a lignina solubilizada torna-se parte do extrato não
nitrogenado (ENN), o que resulta, muita vezes, na digestibilidade da FB ser maior
que a do ENN.
O extrativo não nitrogenado (ENN) corresponde, teoricamente, aos
carboidratos não estruturais, possui erros acumulativos das demais
determinações, uma vez ser obtido por meio do cálculo de outras análises (por
meio de informações das demais análises (ENN = 100 - (PB + EE + FB +MM)).
O maior desses erros é decorrente da subestimação dos valores de FB por
solubilização de parte da celulose e da lignina em álcali, a superestimar os ENN.
O método de Van Soest, desenvolvido em 1967, na Cornell University,
permite identificar os constituintes vegetais, em conteúdo e parede celulares,
através da extração da biomassa da planta, com detergente neutro, para deixar
um resíduo fibroso, predominantemente, hemicelulose, celulose e lignina ou com
detergente ácido para deixar resíduos de celulose e lignina. Esse método

28
2
9

também é utilizado no fracionamento do nitrogênio, com a determinação do


nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e nitrogênio insolúvel em
detergente ácido (NIDA), adotado em sistemas atuais de exigências nutricionais.
Segundo Berchielli et al. (2011) certos fatores podem ser considerados
como fontes de variação na determinação de FDN e FDA, como a
contaminação da FDN por amido, para a qual se recomenda o uso de
amilase estável à alta temperatura; a contaminação da FDA com
pectina, sugere-se a análise sequencial, análise seguida de FDN e
FDA em uma mesma amostra; e a contaminação com minerais,
propõem-se que os resultados de FDN e FDA sejam expressos como
livres de cinzas, pela ação da queima das amostras em mufla, a 600ºC.
No entanto, determinadas modificações realizadas na metodologia
para obtenção dos valores de FDN, não são adotadas, de modo a
resultar em ausência de padronização e pouca confiabilidade na
comparação de resultados.
Com o objetivo de diminuir o tempo de análises laboratoriais,
Dechamps (1999) utilizou a autoclave (40 minutos a temperatura
120o C) nas análises de FDN. Essa inovação permitiu executar até 120
amostras por operação, o que aumentou a produtividade no
laboratório, com sensível economia de reagentes.
Atualmente, Senger et al. (2008) testaram diferentes tempos e
temperaturas de autoclave para análises de FDN e FDA a fim de
encontrar um procedimento alternativo ao convencional e concluíram
que as análises de forragem ou concentrado podem ser realizadas
simultaneamente, em autoclave, por meio de sacos de filtro e uma
temperatura de 110° C, durante 40 minutos.
A determinação do teor de lignina é feita a partir da FDA. Duas
metodologias podem ser utilizadas para esse fim: numa delas a
determinação é realizada por meio de solução de ácido sulfúrico a 72%
(LAD ou lignina "Klason") ou por meio do permanganato de potássio
(Lignina permanganato), conforme descrito por Silva & Queiroz,
(2002). Na determinação pelo método do ácido sulfúrico, ocorre a
solubilização da celulose e o resíduo consiste de lignina e cinzas
insolúveis em detergente ácido. Pelo método do permanganato de
potássio, a lignina é oxidada por meio de solução tamponada de ácido
acético e permanganato de potássio, que contém ferro trivalente e
prata monovalente, como catalisadores. Os óxidos de ferro e de
manganês depositados são dissolvidos numa solução alcoólica, com
ácido oxálico e ácido clorídrico, de forma a remanescer no cadinho

29
3
0

apenas celulose e minerais insolúveis. Deve-se ressaltar que a escolha


do método depende do tipo de material a ser analisado e da finalidade
da pesquisa a ser realizada.
A espectroscopia de reflectância do infravermelho proximal (NIRS)
também tem sido adotada para determinação da composição dos
alimentos. Em termos de exatidão, precisão, velocidade e custo por
unidade de análise, a técnica NIRS, desde que seja calibrada
corretamente, é preferível à métodos laboratoriais tradicionais.
Entretanto, a técnica, em última análise, consiste em um conjunto de
análises padrões de amostras, cuja composição foi determinada por
métodos tradicionais (análises químicas). No estudo da técnica NIRS,
Fontaneli et al. (2004) observaram que o método NIRS apresentou
elevada acurácia na determinação dos teores de PB, FDA e FDN em
cultivares de Cynodon sp. e, ainda, mostrou índices de calibração
satisfatórios para determinação de minerais.
Atualmente, Decruyenaere et al. (2009) avaliaram a utilização do NIRS
para determinação da ingestão e digestibilidade da matéria orgânica
com base na análise de fezes ou forragens e confrontaram os
resultados àqueles obtidos por técnicas in vivo. Nesse sentido, os
autores citam que a acurácia do modelo utilizado pelo NIRS é
semelhante, ou melhor, a outros métodos de estimativa, porém
Decruyenaere et al. (2009) destacam que o banco de dados utilizado
na calibração deve ser bastante amplo para garantir a confiabilidade
nos resultados.

ESTIMATIVA DE CONSUMO E EMPREGO DE MARCADORES


O consumo é o componente que exerce papel de maior importância na
nutrição animal, pois determina o nível de nutrientes ingerido e,
consequentemente, o seu desempenho (BERCHIELLI et al., 2011). A
estimativa acurada do consumo de matéria seca por animais criados
em pastejo sempre foi um desafio para os pesquisadores, se
considerado o grande número de variáveis, atuantes no controle do
consumo, e as limitações impostas pelas metodologias utilizadas para
obtenção dessas estimativas. Segundo Valadares Filho et al. (2006), a
técnica dos indicadores talvez seja a de maior recorrência e
aceitabilidade para a estimação do consumo em bovinos.
Entre os indicadores externos disponíveis, o óxido crômico (Cr2O3)
tem sido o mais utilizado, principalmente para cálculo da produção

30
3
1

fecal, devido a sua facilidade de incorporação às dietas, ao custo


relativamente baixo e simplicidade de análise. Entretanto, Titgemeyer
et al. (2001) ressaltaram que o cromo não é aprovado pelo Food and
Drug Admiministration (FDA) como aditivo alimentar.
Nesse contexto, o dióxido de titânio (TiO2) surge como alternativa ao
cromo na função de indicador em estudos de digestão, visto poder ser
adicionado legalmente ao alimento em quantidades que não excedam
1,0% do produto final. Dessa forma, Titgemeyer et al. (2001)
compararam as recuperações fecais em novilhos, por meio do TiO2 ou
do Cr2O3, misturados aos concentrados à base de milho, em
diferentes períodos de coleta, e verificaram que as recuperações fecais
do TiO2 e do Cr2O3 foram baixas, durante o primeiro período de coleta
de fezes (2 a 6 dias após a aplicação do indicador) e não diferiram entre
si nos outros três períodos de coletas, que foram de 7 a 11; 12 a 16; e
17 a 21 dias após o início da aplicação dos indicadores.
Com o mesmo intuito de desenvolver um indicador externo eficaz, a
Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveu a LIPE® (lignina de madeira
moída extraída do Eucaliptus grandis) que é um hidroxifenil propano modificado
e enriquecido, isto é, um indicador de digestibilidade e consumo (SALIBA, 2005).
A degradação da lignina é um processo oxigênio-dependente que impossibilita
a sua ocorrência no rúmen, o que a torna capaz de ser usada com sucesso como
indicador. A LIPE® foi inicialmente aplicada em estudo de consumo e
digestibilidade comparada à coleta total em coelhos, suínos, ovinos, e equinos
com diferentes dietas (SALIBA et al., 2003a; SALIBA et al., 2003b). Oliveira et
al. (2005) compararam a estimativa de excreção fecal e consumo de matéria
seca obtidos pela LIPE® e pelo Cr2O3, de bovinos da raça Nelore em pastejo
de Brachiaria brizantha cv. Marandu. Os autores avaliaram também a estimativa
obtida a partir do terceiro dia de infusão do indicador e a partir do sétimo dia.
Não foi observada diferença entre os dois indicadores para ambos parâmetros
avaliados, tampouco houve influência do período de infusão sobre a excreção
dos indicadores.
Outro indicador que tem sido utilizado na estimativa do consumo e
digestibilidade são os n-alcanos. Os n-alcanos são hidrocarbonetos
alifáticos saturados, cuja fórmula geral é CnH2n+2, e que representam
entre 3% e 20% do total dos compostos das ceras insaponificáveis da
cutícula em diversas gramíneas estudadas.

31
3
2

O uso da técnica dos alcanos para estimar ingestão e digestibilidade,


com a associação ou não de outras substâncias, tem se consolidado
como uma metodologia consistente e de potencial para auxiliar no
entendimento das relações entre os herbívoros e o ambiente pastoril
(CAVALHO et al., 2007). Esse método exige cuidados semelhantes
aos necessários em qualquer outra técnica baseada em indicadores,
isso inclui a obtenção de uma amostra representativa da forragem
consumida e das fezes, cuidadosa administração do indicador externo
e padrão diurno de excreção fecal (OLIVÁN et al., 2007). Além disso,
tem se observado que as características da dieta, em termos de valor
nutritivo ou números de componentes, podem influenciar a
recuperação fecal dos alcanos sintéticos ou naturais (FERREIRA et al.,
2005).
Essa técnica tem sido validada em experimentos realizados em gaiolas
de metabolismo, tanto em ovinos (DOVE et al., 2002; LEWIS et al.,
2003; VALIENTE et al., 2003; FUKOMOTO et al., 2006; KELI et al.
2008), como em bovinos (HENDRICKSEN et al., 2002; MOLINA et al.,
2004; OLIVÁN et al., 2007) e em caprinos (DOVE & MAYES, 1991;
FERREIRA et al., 2005). Recentemente, Morais et al. (2011) validou o
método n-alcanos para estimar o consumo e digestibilidade de bovinos
Nelore, alimentados com gramíneas tropicais (Brachiaria brizantha cv.
Marandu). Os autores relataram que a correção das concentrações da
recuperação fecal dos n-alcanos, por meio de valores individuais para
cada alcano, parece melhorar estimativas de consumo de matéria seca
e digestibilidade. Os autores também destacaram a importância de
uma correção exata de as concentrações de alcanos nas fezes, a fim
de serem obtidos resultados precisos de estimativas de consumo de
matéria seca.
Também é possível se estimar o consumo individual do suplemento
com uso dos alcanos, quando a composição de alcanos do suplemento
é suficientemente diferente da composição do pasto, e a taxa de
recuperação do alcano é conhecida (DOVE & MAYES, 1996). Com tal
finalidade, pesquisas que utilizam cera de abelhas têm sido
desenvolvidas (DOVE et al., 2002; ELWERT & DOVE, 2005), cujo
conteúdo abriga uma composição distinta de alcanos, para "marcar" o
suplemento e, assim, se proceder com estimativas mais acuradas de
consumo de suplemento de animais em pastejo.
De acordo com dados observados na literatura, a realização de
trabalhos de estimativa de consumo de forragem, através do método

32
3
3

dos n-alcanos, parece uma ferramenta bastante promissora. Todavia,


o custo é alto. A LIPE tem apresentado bons resultados na
determinação do consumo e digestibilidade e pode ser uma opção
legítima de indicador para uso em pesquisas na área de nutrição
animal.

METODOLOGIAS EMPREGADAS NA AVALIAÇÃO DA


DIGESTIBILIDADE
O objetivo de experimentos de digestibilidade é obter de forma acurada a
quantidade de alimento fornecido e a quantidade excretada em determinado
período de tempo. Para isso, leva-se em consideração a avaliação do consumo
e da produção fecal que pode ser feita através de dois métodos: o convencional,
com animais diretamente em gaiolas de metabolismo para coleta total de fezes;
ou pela estimativa da produção fecal, com o uso de indicadores.
A partir disso, podem ser determinadas a digestibilidade aparente, na
qual fração endógena ou perdas por secreções não são consideradas,
e a digestibilidade real ou verdadeira é evidenciada nas descamações
do sistema digestório (LANA, 2007). O nitrogênio metabólico fecal varia
entre espécies de acordo com o tipo de alimentação consumida. A
digestibilidade real é maior ou igual à digestibilidade aparente, com
exceção da celulose, na qual este modelo de digestibilidade é igual
àquela, pois não existe perda endógena de celulose.
O período do ensaio em experimentos, em delineamento inteiramente
casualizado ou de blocos ao acaso, deve ser de aproximadamente 20
dias para ruminantes, com 15 dias de adaptação à gaiola metabólica e
à dieta, no intuito de provocar mudanças na população microbiana
ruminal. Enquanto a determinação do consumo voluntário através da
coleta de alimentos, sobras e fezes deve ser de pelo menos 5 dias. Em
contrapartida, Ferreira et al. (2009) avaliaram o período de coleta total
de fezes, para estimativa da digestibilidade da matéria seca, cuja
variação foi de 3 a 5 dias para bovinos de corte e leite, e não
observaram diferenças significativas. Isso os levou a recomendar 3
dias de coleta total.
O cálculo da digestibilidade da matéria seca (DMS) é dado pela fórmula:
DMS (%) = [(MSingerida-MSexcretada nas fezes)/MSingerida] x 100,
onde MS=matéria seca.

33
3
4

No cálculo da digestibilidade de um ingrediente participante de uma dieta


composta, considera-se que não ocorre efeito associativo entre os ingredientes.
É fundamental conhecer antecipadamente a digestibilidade dos demais
componentes da dieta, para se proceder com o cálculo pelo método da diferença.
Nesse caso, a digestibilidade do alimento é dada pela fórmula:
DMS = [MSingerida teste - (MSexcretada x MSexcretada do alimento
conhecido)]/MSingerida do alimento teste.
Apesar de ser considerado como metodologia mais confiável,
apresenta o inconveniente de exigir maior número de animais, controle
rigoroso da quantidade ingerida e excretada e instalações adequadas.
Normalmente, o custo da implantação das instalações ou aquisição de
gaiolas metabólicas é muito alto, o que inviabiliza o uso da metodologia
(BERCHIELLI et al., 2011).
A quantificação da síntese de proteína microbiana é mais que necessária,
devido à grande importância que os microorganismos bacterianos exercem na
digestão e degradação da fibra, além de conferir ao animal proteína microbiana
de alto valor nutricional. A estimativa de síntese microbiana ruminal pode ser
obtida através de marcadores internos bacterianos como, por exemplo, ácidos
nucléicos, purinas totais ou ácido diaminopimélico (DAPA). Para isso, se utilizam
animais canulados pós-ruminalmente e o fluxo duodenal de proteína microbiana
é determinado. Porém, essas técnicas são trabalhosas e podem comprometer o
bem-estar animal, portanto, seria mais adequado o desenvolvimento de métodos
não invasivos para tais fins.
O uso dos derivados de purinas como indicador para estimar a síntese
microbiana no rúmen foi, primeiramente, proposto por Blaxter e Martin
em 1962, citados por Fujihara et al. (1987), e demonstrou relação direta
entre a excreção urinária de metabólitos de purinas e a produção de
nitrogênio microbiano em ovelhas. No entanto, maiores progressos no
estabelecimento dessa técnica têm sido obtidos em bovinos e ovinos
(CHEN et al., 1995). Para o uso da técnica de derivados de purinas,
assume-se que o fluxo intestinal dos ácidos nucléicos é
predominantemente de origem microbiana e que, após a digestão
intestinal, as bases purinas (adenina e guanina) são absorvidas,
catabolizadas e excretadas, proporcionalmente, na urina. Os derivados
de purinas são excretados como hipoxantina, xantina, ácido úrico e
alantoína (YU et al., 2002).

34
3
5

Em bovinos, alantoína e ácido úrico são os principais derivados de


purinas presentes na urina, em razão da alta atividade no sangue e nos
tecidos da enzima xantina oxidase, que converte xantina e hipoxantina
em ácido úrico antes da excreção. Caprinos, ovinos e suínos, no
entanto, excretam quantidades substanciais de xantina e hipoxantina,
em virtude da menor atividade da enzima xantina oxidase no plasma
(BELENGUER et al., 2002).
O uso da técnica de derivados de purina na urina requer a coleta total
de urina, mas resultados promissores têm sido obtidos com coleta de
amostras spot de urina (CHEN et al., 1995), o que pode simplificar a
estimativa da produção de urina em condições de campo. A creatina é
uma substância sintetizada nos músculos e seu metabólito (a
creatinina) pode ser excretado pela urina, em função relativamente
constante ao peso vivo (RENNÓ et al., 2000). Por isso, a excreção
urinária de creatinina tem sido usada para obter-se a estimativa da
produção diária de urina, de derivados de purinas e de proteína
bacteriana a partir de amostras spot.
No estudo da estimativa de produção de urina, com base na excreção
de creatinina em amostras pontuais, Kozloski et al. (2005) previram que
esta só será confiável, se, pelo menos, num dos animais
representativos do experimento, for realizada coleta total de urina, de
modo a ter a excreção média de creatinina por unidade de peso
corporal. Os autores sugeriram ainda que as amostras spot devam ser
coletadas em diferentes horários, ao longo do dia, para ter assim uma
amostra composta e representativa, num ciclo de 24 horas. Uma das
limitações seria em relação ao cálculo, pois assume-se que
praticamente não há contribuição de purinas totais dos alimentos
disponível para absorção intestinal, e utiliza uma relação constante
entre purinas totais e nitrogênio total nas bactérias. Aliado a isso, está
o fato das equações utilizadas serem específicas para cada espécie
animal (ex: bovinos ou ovinos).
A estimativa de síntese microbiana por derivados de purinas tem
demonstrado alta correlação com as medidas de fluxo de bases
purinas no duodeno (GONZÁLES RONQUILLO et al., 2004). Os
autores também recomendaram o uso de derivados de purinas para
estimar a produção de proteína microbiana, porém, observaram que
método dos ácidos nucléicos, normalmente, possui coeficientes de
determinação mais elevados e coeficientes de variação mais baixos,
em relação aos derivados de purinas.

35
3
6

A técnica in situ propicia uma estimativa rápida e simples da


degradação dos nutrientes no rúmen, além de permitir o
acompanhamento de degradação ao longo do tempo (MEHREZ &
ORSKOV, 1977). Baseia-se no desaparecimento da amostra de
alimento acondicionada em sacos de náilon ou outro material sintético,
incubados no rúmen por diferentes períodos de tempo. As principais
vantagens dessa técnica estão relacionadas à sua rápida e fácil
execução, à necessidade de pequena quantidade de alimentos e ao
fato de permitir o contato íntimo entre o alimento testado e o ambiente
ruminal.
Segundo Vanzant et al. (1998) técnicas in situ têm sido utilizadas
intensivamente por mais de duas décadas, primeiramente, para
comparar características de degradação entre os alimentos e melhorar
o conhecimento da digestão ruminal. Recentemente, as dietas são bem
balanceadas e exigem conhecimento das características de
degradação ruminal dos alimentos a fim de melhorar a performance
animal.
Apesar da difusão, a técnica ainda apresenta problemas de
padronização quanto ao seu uso, devido ao grande número de
variáveis envolvidas, como porosidade do náilon, tamanho da partícula
do alimento, tempo de incubação e dieta dos animais. Torna-se de
fundamental importância o conhecimento dos principais fatores que a
influenciam e seus mecanismos de controle. Dessa forma, reunir o
maior número de informações possível, a fim de estabelecer um padrão
de trabalho para que os valores obtidos sejam corretos e passíveis de
aplicação (CAMPOS et al., 2004).
Na preparação do saco de náilon recomenda-se a utilização de tecido
com 100% de poliamida, resistente a temperaturas elevadas; não
resinado; com porosidade na faixa de 40 a 60 micra (NOCEK, 1988),
não inferior a 30 micra e não superior a 100 micra; que permita a
entrada dos microrganismos no interior dos sacos para degradação do
alimento, remoção dos produtos finais da degradação e redução das
perdas de amostras não degradadas (VAN HELLEN & ELLIS, 1977). A
quantidade ideal de amostra incubada deve fornecer resíduo suficiente
para que, após a degradação, seja possível a execução das análises
químicas desejadas. Um limite na relação entre quantidade de amostra
e área superficial de 10-20mg/cm2 deveria ser utilizado para a maior
parte das forragens e concentrados.

36
3
7

Diante da perspectiva de utilização de vários tecidos, para realização


de procedimentos in situ de estimação das concentrações de resíduos
indigestíveis, gera-se demanda premente para avaliação desses
materiais quanto a aspectos primários de interferência na exatidão e
precisão dos resultados, e a secundários, que envolvem custos e
praticidade operacional. Casali et al. (2009) analisaram a integridade
física pós-incubação e pós-extração com detergente e avaliaram as
perdas de partículas e as estimativas dos teores de FDNi de alguns
alimentos para ruminantes obtidas em procedimento in situ, por meio
de sacos confeccionados com os tecidos náilon (50μm), F57 (Ankom®)
e tecido não tecido (TNT - 100g/m2). Em suma, os autores verificaram
que a utilização do tecido F57 (Ankom®) é recomendada para
obtenção dos teores de fibra em detergente neutro indigestível pela
técnica in situ em função da exatidão das estimativas obtidas. O tecido
não tecido (100g/m2) pode constituir alternativa de menor custo ao
F57, em estudos para quantificação de compostos fibrosos
indigestíveis em alimentos, uma vez que apresentam, em geral,
estimativas com níveis similares de exatidão e precisão. Contudo, em
virtude de pequenas divergências observadas no estudo, os autores
sugeriram novas avaliações do tecido não tecido para que sua
recomendação possa ser realizada de forma generalizada. Casali et al
(2009) ainda apontam que a utilização do náilon em procedimentos
similares, embora resulte em maior precisão, conduz a estimativas não
exatas, em decorrência da perda significativa de partículas fibrosas
insolúveis.
A determinação do número de horários de incubação dependerá do
tipo de alimento a ser avaliado. De acordo com Ørskov et al. (1988),
para a maioria dos suplementos proteicos, os tempos 2; 6; 12; 24 e 36
horas proporcionam informações adequadas para a descrição da
curva. No caso dos fenos, palhas e outros materiais fibrosos,
geralmente, os tempos de incubação são mais prolongados e chegam
a totalizar até 144 horas. De modo a visar à padronização nos
protocolos, para estimação dos teores de compostos indigestíveis em
procedimentos in situ, Casali et al. (2008) avaliaram a influência do
tempo de incubação e do tamanho de partículas sobre as estimativas
dos compostos indigestíveis (MSi, FDNi e FDAi) em alimentos e fezes
de bovinos. Os autores sugeriram a utilização de partículas de 2mm,
em protocolos in situ, por possiblitar maior precisão das estimativas e
ressaltaram que a utilização de sacos confeccionados com TNT, em

37
3
8

protocolos de estimação in situ, dos teores de MSi e FDNi, devem ser


utilizados tempos de incubação de 240 horas para obtenção de
estimativas mais exatas das frações indigestíveis. Para avaliação da
fração FDAi, sugeriram tempos de 264 horas.
Os métodos in vitro são mais simples e econômicos para se obter a
digestibilidade dos alimentos e visam a reproduzir as condições
favoráveis à fermentação do rúmen-retículo, com o uso de líquido
ruminal ou enzimas digestivas. A técnica apresenta aplicações e
vantagens, tais como: a determinação da taxa de digestão e da
extensão de digestão, relacionada à digestibilidade da forragem, que
afeta a taxa de passagem e o consumo; e a estimativa do consumo de
forragem, que pode ser obtida pela produção fecal dividida pela
indigestibilidade do alimento (LANA, 2007).
Baseada nas vantagens apresentadas, foi desenvolvida uma técnica in
vitro que avalia a digestibilidade do alimento quanto à produção cumulativa de
gases.
A técnica de produção de gás (MENKE et al.,1979; PELL &
SCHOFIELD, 1993; THEODOROU et al., 1994) consiste, basicamente,
em medir a produção total de gás liberado pela fermentação de uma
amostra incubada, em líquido ruminal tamponado.
As vantagens dessa técnica sobre as outras in vitro, como a de Tilley
& Terry (1963), para a avaliação de alimentos, foram destacadas por
Blümmel & Ørskov (1993) e Makkar et al. (1995). Outros métodos in
vitro são baseados em mensurações gravimétricas que seguem o
desaparecimento do substrato (componentes que podem ou não
contribuir para a fermentação), enquanto a mensuração de gás
concentra-se no surgimento de produtos de fermentação (substâncias
solúveis, mas não fermentáveis, sem contribuir para a produção de
gás). Essa diferença no princípio do método faz com que essa técnica
apresente alta correlação com a digestibilidade in vivo. Além disso, o
método de produção de gás possui a vantagem de determinar a
cinética de fermentação em uma única amostra, o que torna necessária
uma quantidade relativamente pequena. Isso permite que um maior
número de amostras seja avaliado, ao mesmo tempo, e a capacidade
de exercer controle experimental. E como desvantagem o baixo peso
da amostra incubada, o que dificulta a homogeneidade do material
(SANTOS et al., 2003).

38
3
9

As questões metodológicas relacionadas com a técnica de produção de


gás in vitro incluem os diferentes equipamentos utilizados (por exemplo,
seringas versus transdutores de pressão) e os efeitos da origem e preparação
do inóculo, composição e preparação do meio, bem como a preparação do
substrato.
Em 2005, a revista Animal Feed Science and Technology reconheceu
o papel crescente da técnica de produção de gás in vitro, e, por essa
razão, publicou artigos relacionados com metodologias, implicações e
aplicações, e efeitos de diversos fatores que podem influenciar o
desenvolvimento dessa técnica. Rymer et al.(2005) concluíram que o
inóculo é obviamente uma fonte crucial de variação, embora, quando
fluido de rúmen é usado, o principal é assegurar que a atividade
microbiana seja suficientemente alta para não afetar a taxa e a
extensão da fermentação, sobre a qual a variabilidade oriunda do
inoculo é relativamente pequena.
Outro ponto em destaque foi a produção de metano dos animais, por
meio da técnica in vitro. Getachew et al. (2005) relataram que as
estimativas da quantidade de metano (CH4) produzida a partir do
simples procedimento in vitro foram semelhantes aos previamente
determinados in vivo. Isso sugere que esta pode ser usada para
estimar a produção de metano in vivo e, assim, avaliar a medida em
que produção de metano pode ser alterada, quer por mudanças nos
ingredientes da dieta e/ou incluindo aditivos para modificar o ambiente
ruminal, por exemplo, para deprimir o crescimento de bactérias
metanogênicas no rúmen.
Os recipientes de fermentação in vitro formados por componentes
idênticos como todos os outros, com exclusão de qualquer substrato, são
chamados de "branco" e são rotineiramente utilizados durante as incubações de
produção de gás, para corrigir os gases produzidos e a matéria orgânica
fermentável residual, oriunda do inóculo.
Nesse sentido, Araujo (2010) estudou o uso de "brancos" com aditivos
ou "brancos" sem aditivos na estimativa de produção de gás líquido e
CH4 e verificou que o uso de "brancos", sem aditivos, superestimou o
efeito dos aditivos testados. Tal fato o levou a sugerir o uso de
"brancos" com aditivo quando forem realizados estudos com inclusão
de modificadores ruminais.

39
4
0

Os objetivos da técnica de produção de gás devem ser examinados,


se o objetivo é simular o animal, ou a fermentação in vitro do substrato
ser considerada como uma característica por si só. Diante disso, torna-
se importante realizar a padronização dos métodos já existentes, e
aceitar que a fermentabilidade máxima de um substrato in vitro não
pode imitar o que ocorre em animais, mas que é uma medida útil para
auxiliar na formulação de ração e outras questões relacionadas à
nutrição de ruminantes (RYMER et al., 2005).
A literatura dispõe de vários métodos para avaliação de alimentos para
ruminantes, no entanto, a escolha do método adotado deve buscar maior
precisão das estimativas. Dessa forma, os recursos disponíveis, financeiros e
operacionais e, ainda, a possibilidade de implantação da técnica devem ser
avaliados.
Pesquisas com animais em pastejo são mais complexas do que em
animais confinados, o que exige maior discernimento na escolha das técnicas a
serem utilizadas e determina o sucesso e credibilidade dos dados. O emprego
de indicadores é uma alternativa bastante difundida pela grande variabilidade de
opções e, a depender do indicador, facilidade de uso e baixo custo, possibilita a
estimativa de consumo e digestibilidade nos diferentes compartimentos
gastrintestinais.
Os métodos in vitro e in situ são de grande utilidade, devido à rapidez e
ao baixo custo na avaliação do valor nutritivo dos alimentos, para auxiliar na
formulação de ração e outras questões relacionadas à nutrição de ruminantes.

40
4
1

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, R.C. Óleos essenciais de plantas brasileiras como manipuladores


de fermentação ruminal in vitro. 2010. 178p. Tese (Doutorado em Ciências) -
Escola Superior de Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

BELENGUER, A.; YAÑEZ, D.; BALCELLS, J.; OZDEMIR BABER, N.H.;


GONZALEZ RONQUILLO, M. Urinary excretion of purine derivatives and
prediction of rúmen microbial outflow in goats. Livestock Productions Science,
v.77, p.127-135, 2002.

BERCHIELLI, T.T.; VEGA-GARCIA, A.; OLIVEIRA, S.G. Principais técnicas de


avaliação aplicadas em estudo de nutrição. In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.;
OLIVEIRA, S.G. (Eds). Nutrição de Ruminantes. 2.ed. Jaboticabal: Funep,
2011. p.565-600.

BLÜMMEL, M.; ØRSKOV, E.R. Comparison of gas production and nylon bag
degradability of roughages in predicting feed intake in cattle. Animal Feed
Science and Technology, v.40, p.109-119, 1993.

CAMPOS, F.P. Métodos de análises de alimentos. In: CAMPOS, F.P.;


NUSSIO, C.M.; NUSSIO, L.G. (Eds.). Piracicaba: FEALQ, 2004. 135p.

CASALI, A.O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; PEREIRA,


J.C.;CUNHA, M.; DETMANN, K.S.C.; PAULINO, M.F. Estimação de teores de
componentes fibrosos em alimentos para ruminantes em sacos de diferentes
tecidos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.1, p.130-138, 2009.

CASALI, A.O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; PEREIRA, J.C.;


HENRIQUES, L.T.; FREITAS, S.G.; PAULINO, M.F. Influência do tempo de
incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos
indigestíveis em alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimentos in
situ. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.335-342, 2008.

41
4
2

CARVALHO, P.C.F.; KOZLOSKI, G.V.; RIBEIRO FILHO, H.M.N.; REFFATTI,


M.V.; GENRO, T.C.M.; EUCLIDES, V.P.B. Avanços metodológicos na
determinação do consumo de ruminantes em pastejo. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.36, p.151-170, 2007. Supl. especial.

CHEN, X.B.; MEJIA, A.T.; ORSKOV, E.R. Evaluation of the use of the purine
derivative: creatinine ratio in spot urine and plasma samples as an index of
microbial protein supply in ruminants: studies in sheep. Journal of Agricultural
Science, v.125, p.137-143, 1995.

DESCHAMPS, F.C. Implicações do período de crescimento na composição


química e digestão dos tecidos de cultivares de capim elefante. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.28, p.1178-1189, 1999.

DECRUYENAERE, V; LECOMTE, P.; DEMARQUILLY, C.; AUFRÈRE, J.;


DARDENNE, P.; STILMANT, D.; BULDGEN, A. Evaluation of green forage intake
and digestibility in ruminants using near infrared reflectance spectroscopy
(NIRS): Developing a global calibration. Animal Feed Science and
Techonology, v.148, p.138-156, 2009.

DOVE, H.; MAYES, R.W. Plant wax components: a new approach to estimating
intake and diet composition in herbivores. Journal of Nutrition, v.126, p.13-26,
1996.

DOVE, H.; MAYES, R.W. The use of plant wax alkanes as markers substances
instudies of the nutrition of herbivores: a review. Australian Journal of
Agricultural Research, v.42, p.913-957, 1991.

DOVE, H.; MAYES, R.W.; LAMB, C.S.; ELLIS, K.J. Factors influencing the
release rate of alkanes from an intra-ruminal, controlled-release device, and the
resultant accuracy of intake estimation in sheep. Australian Journal of
Agricultural Research, v.53, p.681- 696, 2002.

42
4
3

ELWERT, C.; DOVE, H. Estimation of roughage intake in sheep using a known


daily intake of a labelled supplement. Journal of Animal Science, v.81, p.47-56,
2005.

capsules. Animal Feed Science and Technology, v.114, p.241-260, 2004.

MORAIS, J.A.S.; BERCHIELLI, T.T.; VEGA, A.; QUEIROZ , M.F.S.; KELI, A.;
REIS, R.A.; BERTIPAGLIA, L.M.A.; SOUZA, S.F. The validity of n-alkanes to
estimate intake and digestibility in Nellore beef cattle fed a tropical grass
(Brachiaria brizantha cv. Marandu). Livestock Science, v.135, p.184-192,2011.

NOCEK, J.E. In situ and other methods to estimate protein and energy
digestibility. A review. Journal of Dairy Science, v.71, p.2051, 1988

OLIVÁN, M.; FERREIRA, L.M.M.; CELAYA, R.; OSORO, K. Accuracy of the n-


alkane technique for intake estimates in beef cattle using different sampling
procedures and feeding levels. Livestock Science, v.106, p.28-40, 2007.

OLIVEIRA, A.P.; SALIBA, E.O.S.; BORGES, I..; AROEIRA, L.J.M.; GONTIJO


NETO, M.M.; AMARAL, T.B., Concentração de Óxido Crômico e LIPE® nas
fezes de bovinos em pastagens de Brachiaria brizantha utilizadas nas
estimativas de consumo In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 42, 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: Sociedade Brasileira de
Zootecnia, 2005

ØRSKOV, E.R.; REID, G.W.; KAY, M. Predicting of intake by cattle from


degradation characteristics of roughage. Animal Production, v.46, p.29, 1988

PELL, A.N.; SCHOFIELD, P. Computerized monitoring of gas production to


measure forage digestion in vitro. Journal of Dairy Science, v.76, p.1063-1073,
1993.

SENGER, C.C.D.; KOZLOSKI, G.V.; SANCHEZ, L.M.B.; MESQUITA, F.R.;


ALVES, T.P.; CASTAGNINO, D.S. Evaluation of autoclave procedures for fiber

43
4
4

analysis in forage and concentrate feedstuffs. Animal Feed Science and


Technology, v.146, p.169-174, 2008.

SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e


biológicos. 3.ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p.

THEODOROU, M.K.; WILLIAMS, B.A.; DHANOA, M.S.; MCALLAN, A.B.;


FRANCE, J. A simple gas production method using a pressure transducer to
determine the fermentation kinetics of ruminant feeds. Animal Feed Science
and Technology, v.48, n.1, p.185-197, 1994.

TILLEY, J.M.A.; TERRY, R.A. A two stages technique for the in vitro digestion of
forage crops. Journal of British Grassland Society, v.18, p.104, 1963.

TITGEMEYER, E.C.; ARMENDARIZ, C.K.; BINDEL, D.J.; GREENWOOD, R.H.;


LOEST, C.A. Evaluation of titanium dioxide as a digestibility marker for
cattle. Journal of Animal Science, v.79, n.4, p.1059-1063, 2001.

VAN HELLEN, R.W.; ELLIS, W.C. Samples container porosities for rumen in
situ studies. Journal of Animal Science, v.44, p.141-146, 1977.

VALADARES FILHO, S.C.; PINA, D.S. Fermentação Ruminal. In: BERCHIELLI,


T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. (Eds). Nutrição de Ruminantes. 2006.
p.151-182.

VALADARES FILHO, S.C.; MORAES, E.H.B.K.; DETMANN, E.; PAULINO, M.F.;


VALADARES, R.F..D.; MORAES, K.A.K.; MARCONDES, M.I Perspectiva do uso
de indicadores para estimar o consumo individual de bovinos alimentados em
grupo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,
43., 2006. João Pessoa. Anais... João Pessoa: Sociedade Brasileira de
Zootecnia, 2006. p.291-322.

44

Você também pode gostar