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1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3
2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA...................................................................................... 4
3 CONCEITO DE NUTRIENTES ............................................................................. 5
3.1 Classes Nutricionais ....................................................................................... 5
3.2 Grupos dos Alimentos: ................................................................................... 5
4 MACRONUTRIENTES.......................................................................................... 6
4.1 Carboidratos ou hidratos de carbono ............................................................. 7
4.2 Classificação dos Carboidratos ...................................................................... 7
4.3 Oligossacarídeos ........................................................................................... 9
4.4 Dissacarídeos ................................................................................................ 9
4.5 Polissacarídeos ............................................................................................ 11
5 LIPÍDIOS............................................................................................................. 12
6 PROTEÍNAS ....................................................................................................... 15
7 MICRONUTRIENTES ......................................................................................... 17
8 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ........................................................................... 18
8.1 Vitamina A (Retinol) ..................................................................................... 18
8.2 Vitamina D.................................................................................................... 19
8.3 Vitamina E (tocoferol) ................................................................................... 20
8.4 Vitamina K .................................................................................................... 22
9 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS ........................................................................ 23
9.1 Vitamina C.................................................................................................... 23
9.2 Vitamina B1 (tiamina) ................................................................................... 24
9.3 Vitamina B2 (riboflavina) .............................................................................. 25
9.4 Vitamina B3 (niacina) ................................................................................... 26
9.5 Vitamina B5 (ácido pantotênico) .................................................................. 27
9.6 Vitamina B6 (piridoxina) ............................................................................... 27
9.7 Vitamina B7 (biotina) .................................................................................... 27
9.8 Vitamina B9 (ácido fólico) ............................................................................. 28
9.9 Vitamina B12 (cobalamina) .......................................................................... 28
10 MINERAIS ....................................................................................................... 28
10.1 Cálcio ........................................................................................................... 29
10.2 Fósforo ......................................................................................................... 31
10.3 Magnésio...................................................................................................... 32
10.4 Ferro............................................................................................................. 32
10.5 Água ............................................................................................................. 34
11 SUPLEMENTOS ALIMENTARES ................................................................... 35
11.1 Whey Protein ................................................................................................ 36
11.2 BCAA ........................................................................................................... 38
11.3 Creatina........................................................................................................ 40
11.4 Glutamina ..................................................................................................... 41
11.5 Cafeína......................................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
3
2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA
Fonte: denisereal.com.br
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3 CONCEITO DE NUTRIENTES
Componentes dos alimentos que são indispensáveis ao funcionamento do
corpo. Eles fornecem energia (alimentos energéticos), servem como material de
construção, a manter e reparar partes do corpo e sustentam o crescimento. São
Nutrientes: água, carboidratos, gordura, proteína, vitaminas e minerais (SIZER &
WHITNEY, 2000).
Fonte: pt.slideshare.net
ÁGUA X X
CARBOIDRATO X X X
GORDURAS X X X
PROTEÍNAS X X X X
VITAMINAS X X X X
MINERAIS X
Fonte: afh.bio.br/digest/img/Digest23.jpg
4 MACRONUTRIENTES
Comparativamente com os não praticantes, os atletas não necessitam de uma
alimentação drasticamente diferente. No entanto, a distribuição de macronutrientes da
dieta, hidratos de carbono, proteínas e gorduras, tem algumas especificidades para
se otimizar o processo de treino e o desempenho desportivo (MINDERICO, 2016)
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4.1 Carboidratos ou hidratos de carbono
Fonte: freepik.com.n/
Os carboidratos são moléculas importantes para a saúde humana, uma vez que
os disponíveis são a principal fonte e energia para o organismo, enquanto que os
carboidratos não disponíveis, além de fornecerem energia (4kcal/g), podem
apresentar benefícios locais e sistêmicos, alguns relacionados à produção de Ácidos
Graxos de Cadeia Curta (AGCC). Quanto ao aspecto químico, o termo carboidrato
sugere uma composição geral, Cn H2 On. (TOBARUELA, 2016)
Tipos de alimentos que possuem Carboidratos: Batata, pão, arroz, farinha,
massas, cereais em geral.
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Nº
Fórmula Nome Exemplo
carbonos
Pentoses:
Pentose Função
Hexoses:
Hexose Função
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Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos
Galactose
da lactose, junto com a glicose.
4.3 Oligossacarídeos
São glícidos hidrolisáveis que resultam da ligação glicosídica entre dois a
dez monossacarídeos. A ligação glicosídica ocorre sempre entre o carbono anomérico
(C1) de um monossacarídeo e um grupo hidroxilo de outro. Os dissacarídeos (2
unidades de monossacarídeo) e os trissacarídeos (3 unidades de monossacarídeo)
são os oligossacarídeos mais importantes e abundantes na natureza. As moléculas
de dissacarídeo são relativamente pequenas e solúveis em água, podendo alterar o
equilíbrio osmótico das células. São também a principal forma de transporte dos
hidratos de carbono (BRAS, 2015).
4.4 Dissacarídeos
São moléculas orgânicas pertencentes ao grupo dos carboidratos, formadas
pela ligação de dois monossacarídeos. Os monossacarídeos fazem parte do grupo
mais simples de carboidratos, havendo diversos isômeros para uma mesma fórmula.
A formação do dissacarídeo ocorre por meio de uma ligação glicosídica entre grupos
hidroxilas de cada monossacarídeo. Existe uma grande diversidade de dissacarídeos,
uma vez que para um mesmo par de monossacarídeos existem diversas opções de
ligação (TAVARES & DORN, 2018).
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Sacarose: É um tipo de açúcar dissacarídeo encontrado em plantas,
constituído de dois monossacarídeos (as moléculas mais simples dos carboidratos)
ligadas por uma ligação glicosídica. É produzido comercialmente a partir de cana-de-
açúcar – em países tropicais como o Brasil, onde a cana é cultivada com facilidade –
ou de beterraba – em países onde o clima é mais ameno, como os da Europa. Em
condições normais, a sacarose é um sólido branco cristalino que se dissolve muito
bem em água e possui um sabor muito doce, motivo pelo qual passou a ser utilizado
na culinária. As unidades que formam a sacarose são os monossacarídeos glicose e
frutose (SANTOS & MAKOTO, 2020)
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70% de maltose é utilizado na indústria farmacêutica para produção do adoçante
maltiol (OLIVEIRA, 2017).
4.5 Polissacarídeos
São polímeros de carboidratos que variam entre baixa a alta massa molecular,
sendo constituídos por monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Esses
polímeros diferenciam-se, principalmente, pela composição dos monômeros, tipo de
ligação, comprimento da cadeia e número de ramificações. Essas macromoléculas
são produzidas principalmente por bactérias, fungos e plantas e são importantes na
estrutura celular (celulose, glicoproteínas e quitina), no armazenamento de energia
(glicogênio e amido), como indicadores de endereçamento para proteínas e ainda
como mediadores para interações específicas entre as células e/ou a matriz
extracelular (BASSO, 2017).
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5 LIPÍDIOS
Fonte: google.com/url
Fonte: google.com/url
Saturadas
Fonte: google.com/url
Podem ser divididos em dois grupos: cadeia e cadeia longa. Após a absorção
intestinal, os de cadeia média são transferidos para a circulação sanguínea. São
transportados ligados à albumina, pela veia porta, diretamente para o fígado, onde
são metabolizados, não sendo responsáveis pelo aumento do colesterol sérico
(SANTOS et al, 2013).
Os principais ácidos graxos saturados de cadeia longa são: mirístico (14:0),
encontrado no leite e seus derivados; palmítico (16:0), cujas principais fontes são a
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gordura animal e o óleo de palma; esteárico (18:0), presente na gordura do cacau. O
ácido palmítico é o mais abundante na alimentação humana. Os ácidos graxos
saturados (SFA) de cadeia longa encontram-se no estado sólido à temperatura
ambiente. Após a absorção, os ácidos graxos (AG) de cadeia longa são esterificados
nos enterócitos, formando os triglicérides; são então transportados pelos quilomícrons
no sistema linfático e em seguida na corrente sanguínea. Os triglicérides dos
quilomícrons são hidrolisados pela lipoproteína lípase, liberando os ácidos graxos
para os tecidos, onde são re-esterificados, formando novamente os triglicérides, forma
de armazenamento da gordura no organismo (SANTOS et al, 2013).
Trans
Fonte: google.com/imgres
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Interesterificação química é utilizada para modificar óleos e gorduras, aumentado o
seu ponto de fusão, possibilitando a formação de uma gordura mais dura. Esse
processo modifica as propriedades físicas de óleos por meio do rearranjo aleatório da
distribuição de ácidos graxos no glicerol sem alterar a composição química do óleo
utilizado inicialmente. Dessa forma, ocorre a introdução de ácidos graxos saturados
na posição sn-2 do glicerol, e essa posição normalmente é ocupada por ácidos graxos
insaturados em óleos vegetais (SANTOS et al, 2013).
Em razão dos efeitos nocivos de ácidos graxos trans sobre a saúde,
especialmente por aumentar o risco cardiovascular, ocorreram diversas ações
simultâneas provenientes tanto de Agências Reguladoras de Saúde quanto de
Sociedades responsáveis pela elaboração de Diretrizes Nutricionais, no sentido de
recomendar a redução do consumo desses ácidos graxos pela população mundial.
Desse modo, foram implementadas políticas públicas para redução do consumo de
gorduras trans, o que obrigou a indústria de alimentos a alterar a fonte de gordura
utilizada, adequando os seus produtos (SANTOS et al, 2013).
6 PROTEÍNAS
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Se por um lado todos esses fatores são importantes para se otimizar a resposta
de crescimento muscular, por outro lado o consumo de aminoácidos de forma isolada
tem ganho força na literatura. É sabido, por exemplo, que, se uma dada proteína for
consumida em quantidades ótimas, mas a mesma proteína apresentar baixa
concentração de aminoácidos ramificados (BCAA) (especialmente a leucina), o
músculo não responderá maximamente ao estímulo do treinamento físico de força
(GUIMARÃES-FERREIRA et al, 2014).
Essas considerações colocam a suplementação de proteínas e aminoácidos na
fronteira do metabolismo muscular. De um lado, a nutrição deficitária em proteínas ou
em aminoácidos específicos pode levar a uma resposta de mal adaptação ou, na pior
das hipóteses, no bloqueio completo das adaptações musculares (ausência de
hipertrofia). Do outro lado, a otimização da nutrição proteica não só eleva a síntese de
proteínas musculares, como também acelera sobremaneira o reparo da musculatura
esquelética e o ganho de massa muscular. Vivemos numa época em que a
suplementação proteica vive seus tempos áureos. Dentre os 20 AA encontrados na
natureza (e participantes do metabolismo proteico de mamíferos), os aminoácidos
essenciais (EAA) são os únicos responsáveis pelo aumento da síntese proteica
muscular pós-exercício. Dentre os EAA os BCAAS são os mais anabólicos. Dentre os
BCAAs, a leucina é capaz de equiparar a síntese muscular proteica a uma mistura
completa de proteínas (ou seja, todos os outros aminoácidos) (PESSÔA et al, 2016).
7 MICRONUTRIENTES
Os micronutrientes desempenham um papel importante na produção de
energia, na síntese da hemoglobina, na manutenção da saúde óssea, na função
imunológica e na proteção do organismo contra os danos oxidativos (provocados
pelos radicais livres de oxigénio, entre outros). Ajudam ainda na síntese e reparação
do tecido muscular durante a recuperação do exercício e de lesões. As adaptações
bioquímicas ao treino aumentam as necessidades de micronutrientes. O exercício
pode também aumentar o equilíbrio entre a síntese e a degradação proteica e a perda
desses micronutrientes pelo organismo. Como resultado, uma maior ingestão de
micronutrientes pode ser necessária para responder ao aumento das necessidades
para a construção, reparação e manutenção da massa isenta de gordura nos atletas.
As vitaminas e os minerais mais comuns e que são mais relevantes nas dietas dos
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atletas são o cálcio e a vitamina D, o complexo de vitaminas B, o ferro, o zinco e o
magnésio, assim como alguns antioxidantes, como as vitaminas C e E, os
betacarotenos e o selénio. Os atletas com risco elevado de desnutrição em
micronutrientes são os que restringem o consumo de energia ou que têm práticas
extremas de perda de peso, eliminando um ou mais dos grupos alimentares da sua
dieta ou que consomem dietas desequilibradas e pouco densas em micronutrientes.
São estes atletas que podem beneficiar com um suplemento multivitamínico e mineral
diário, não se verificando melhorias no desempenho em atletas que consumam,
normalmente, dietas nutricionalmente adequadas (MINDERICO, 2016).
Fonte: crossoversuplementos.com.br/wp-
8 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
As vitaminas lipossolúveis são solúveis em lipídios ou solventes orgânicos. Nos
alimentos, encontram-se geralmente associadas aos lipídios e podem ser
armazenadas em quantidades moderadas no fígado. São lipossolúveis as vitaminas
A, D, E e K (MARTINS et al, 2019).
Fonte: google.com/url
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A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal
(retinol) e vegetal (provitamina A). Como o organismo humano não é capaz de produzir
vitamina A, esse micronutriente deve introduzido nas refeições e pode ser obtido nos
alimentos. Entre os alimentos de origem animal, as principais fontes são: leite
humano, fígado, gema de ovo e leite. A provitamina A é encontrada em vegetais
folhosos verdes (como espinafre, couve, beldroega, bertalha e mostarda), vegetais
amarelos (como abóbora e cenoura) e frutas amarelo-alaranjadas (como manga, caju,
goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê
e pequi) que são as mais ricas fontes de provitamina A (PIGNITTER et al, 2016).
Atuando em diferentes funções no organismo humano, a vitamina A exerce
ações na acuidade visual, na atividade imunológica e na proliferação/diferenciação
celular. As deficiências primárias de vitamina A resultam das ingestões inadequadas
de vitamina A pré-formada ou de carotenoides pró- vitamina A. As deficiências
secundárias podem resultar da má absorção causada pela gordura dietética
insuficiente, insuficiência biliar ou pancreática, transporte prejudicado por
abetalipoproteinemia, hepatopatia, desnutrição proteico-calórica ou deficiência de
zinco. Um dos primeiros sinais de deficiência de vitamina A é a visão prejudicada pela
perda dos pigmentos visuais. Esse quadro manifesta-se clinicamente como cegueira
noturna ou nictalopia (MAHAN, et al, 2013).
8.2 Vitamina D
Fonte: google.com/imgres
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sardinha). A pele provê de 80 a 100% das necessidades de vitamina D, a qual é
estocada na gordura corporal em períodos de maior exposição solar. A vitamina D é
importante para a saúde óssea, sistema imune, cardiovascular e reprodutivo. Além
disso, pesquisas recentes verificaram a expressão de receptores de vitamina D em
diversos tecidos e órgãos, como fígado, pâncreas, cérebro, pulmão, mamas, pele,
músculos e tecido adiposo (FERRERINI & MACEDO, 2015).
A suficiência de vitamina D [25(OH)D ≥30 ng/ml] parece estar relacionada,
dependendo da população estudada, a: melhor desempenho físico (aeróbico e
anaeróbico); melhor recuperação muscular; menor percentual de gordura corporal,
incluindo menor quantidade de gordura abdominal; maior quantidade de massa
magra; melhor função vascular; menores níveis de PTH; menor incidência de
Síndrome Metabólica; melhor perfil lipídico; melhor resposta imunológica; maior
tolerância à glicose; menor incidência de anemia. Dada a importância de níveis
suficientes de vitamina D para a saúde do ser humano, de forma geral, também é
essencial destacar alguns dos fatores de relacionados à deficiência desse nutriente
como: idade, sexo, etnia, exposição solar, IMC, percentual de gordura, prática de
exercícios físicos, ingestão de fontes de cálcio e vitamina D, consumo de suplementos
de cálcio e vitamina D, sazonalidade, diabetes e hipertensão (FERRERINI &
MACEDO, 2015).
Fonte: google.com/url
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É absorvida na porção superior do intestino delgado por difusão dependente de
micelas, e o seu uso depende da presença de gordura dietética e das funções biliar e
pancreática adequadas. As formas esterificadas da vitamina E, encontradas nos
suplementos, são mais estáveis, podendo ser absorvidas somente após a hidrólise
pelas esterases na mucosa duodenal. Contudo, os ésteres de α-tocoferol natural e
sintético são igualmente digeridos. A absorção da vitamina E é altamente variável, e
as eficiências variam de 20 a 70%. A vitamina E absorvida é incorporada nos
quilomícrons e transportada na circulação geral pela linfa. A vitamina E distribuída
para o fígado é incorporada nas VLDLs através da proteína de transporte específica
para a vitamina E. No plasma, o tocoferol é também distribuído entre a LDL e as HDLs,
protegendo as lipoproteínas da oxidação (MAHAN et al, 2013).
A vitamina E é o antioxidante lipossolúvel mais importante na célula. Localizada
na porção lipídica das membranas celulares, ela protege os fosfolipídios insaturados
da membrana da degradação oxidativa das espécies de oxigênio altamente reativas
e de outros radicais livres. A vitamina E realiza essa função por meio da sua
capacidade de reduzir tais radicais em metabólitos não prejudiciais por meio da
doação de um hidrogênio. Esse processo é chamado de bloqueio do radical livre. Os
alvos da deficiência são os sistemas neuromuscular, vascular e reprodutor. A
deficiência de vitamina E, que pode levar de 5 a 10 anos para se desenvolver,
manifestasse clinicamente com perda de reflexos tendíneos profundos, prejuízo da
sensação de posição e vibratória, alterações no equilíbrio e coordenação, fraqueza
muscular e distúrbios visuais (MAHAN et al, 2013).
Os óleos vegetais são as melhores fontes, sendo o α- e γ-tocoferol as formas
nos alimentos mais comuns. Quase dois terços da vitamina E, na dieta típica dos
norte-americanos, são fornecidos pelos óleos de saladas, margarinas e manteigas,
aproximadamente 11% por frutas e vegetais e cerca de 7% por grãos e seus derivados
(MAHAN et al, 2013).
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8.4 Vitamina K
Fonte: carolinadamy.files.wordpress.com
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9 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
Essas vitaminas tendem a ser absorvidas pela difusão simples quando
ingeridas em grande quantidade e por processos mediados por carreador quando
ingeridas em quantidades menores. Elas são distribuídas nas fases aquosas da célula
(p. ex., o citoplasma e o espaço da matriz mitocondrial) e são cofatores ou
cossubstratos essenciais das enzimas envolvidas em vários aspectos do
metabolismo. A maior parte não é armazenada em quantidades apreciáveis, fazendo
do seu consumo regular uma necessidade. As vitaminas hidrossolúveis são levadas
pelos transportadores e excretadas na urina (MAHAN et al, 2013)
Fonte: i.ytimg.com/vi/
9.1 Vitamina C
É um micronutriente essencial com várias funções biológicas
importantes, sendo cofator para a biossíntese do colágeno, cartinina,
neurotransmissores e também de hormônios peptídicos. Uma dieta rica em
alimentos fonte de vitamina C baseia-se em frutas cítricas/ácidas ou seus sucos
(acerola, laranja, abacaxi, caju, goiaba, manga, maracujá, limão), frutas
vermelhas, pimentões verdes e vermelhos, tomate, brócolis e vegetais folhosos,
como o espinafre. As recomendações mais recentes de vitamina C, de acordo
com a National Academy of Sciences, são de 75mg para mulheres e 90mg
para homens, sendo que fumantes podem requerer 35mg extras. O consumo
máximo tolerado pelo organismo diariamente é de 2.000 mg (QUADROS,
2016).
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A vitamina C também é um agente redutor forte, devido à sua
facilidade em doar elétrons, com propriedades antioxidantes importantes.
Ela pode inativar uma grande variedade de espécies reativas de minimizar
os danos para os tecidos do corpo. Dentre outros efeitos, reduz os sintomas das
gripes e resfriados, acelerando o processo de recuperação e tem um efeito
anticatabólico. Esse efeito anticatabólico tem importância fundamental para os
praticantes de musculação (QUADROS, 2016).
A vitamina C controla uma substância produzida pelo organismo denominada
cortisol. Esse é um hormônio liberado, quando uma pessoa entra em estresse e
também quando elevados esforços físicos são realizados, como um
treinamento pesado. Esse hormônio é antagonista à testosterona. De fato, a liberação
de cortisol suprime a testosterona natural produzida em nosso organismo. Inicia-
se então, uma disputa entre esses dois hormônios; enquanto o cortisol tem um
efeito catabólico, a testosterona tem um efeito anabólico. Ela também é conhecida
para regenerar outros antioxidantes, tais como vitamina E, glutationa, de volta para
o seu estado de redutor. Assim, ocorre a manutenção de uma rede equilibrada
de antioxidantes (QUADROS, 2016).
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nervoso central incluem confusão, desorientação e neurite. As anormalidades
digestivas causam irritação e inflamação das membranas mucosas da boca e do
aparelho GI. A pelagra não tratada pode causar morte, que é com frequência chamada
de “o quarto D” (do inglês, death) (MAHAN et al, 2013).
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encontrada, principalmente, no fígado bovino, e também em outros alimentos em
menor quantidade, tais como: cereais, frutas e carnes (SANTOS, 2020).
10 MINERAIS
Minerais são reconhecidos como essenciais para a função humana, mesmo
que as necessidades específicas não tenham sido estabelecidas para alguns deles.
A biodisponibilidade também é equacionada com a absorção de um elemento mineral
após a sua ingestão a partir do alimento e antes de seu uso nos tecidos e células.
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Vários fatores podem afetar a biodisponibilidade dos minerais ingeridos. Certos
minerais geralmente possuem uma baixa biodisponibilidade quando provenientes dos
alimentos (p. ex., ferro, cromo, manganês), enquanto outros possuem uma alta
biodisponibilidade (p. ex., sódio, potássio, cloro, iodo e flúor). O cálcio e o magnésio
possuem uma biodisponibilidade média (CUPPARI, 2014).
10.1 Cálcio
O cálcio, o mineral mais abundante no organismo, constitui aproximadamente
1,5 a 2% do peso corporal e 39% de todos os minerais do corpo. Aproximadamente
99% do cálcio está nos ossos e dentes. O cálcio presente nos dentes, ao contrário do
nos ossos, não pode ser mobilizado de volta para o sangue, os minerais dos dentes
irrompidos estão fixados para a vida toda. O restante (1%) do cálcio está no sangue e
nos fluidos extracelulares e dentro das células de todos os tecidos, nos quais regula
muitas funções metabólicas importantes. É absorvido por todas as partes do intestino
delgado, mas a absorção mais rápida, após uma refeição, ocorre no duodeno mais
ácido (pH < 7). A absorção é mais lenta no restante do intestino delgado devido ao pH
alcalino, mas a quantidade de cálcio absorvido é significativamente maior nos
segmentos inferiores do intestino delgado, inclusive o íleo (MAHAN et al, 2013).
Pequenas quantidades de cálcio também podem ser absorvidas no cólon. O
cálcio é absorvido por dois mecanismos: transporte ativo, que funciona
predominantemente em baixas concentrações luminais de íons cálcio, e transporte
passivo ou transferência paracelular, que funciona em altas concentrações luminais
de íons cálcio (MAHAN et al, 2013).
O mecanismo de transporte ativo, principalmente no duodeno e jejuno proximal,
tem capacidade limitada. É controlado por meio da ação de 1,25(OH)2D3. Essa
vitamina hormônio aumenta a captação de cálcio na borda em escova da célula da
mucosa intestinal por estimular a produção de proteínas ligadoras de cálcio
(calbindinas) e outros mecanismos (MAHAN et al, 2013).
O segundo mecanismo de absorção, passivo, não saturável (sem limite) e
independente de vitamina D, ocorre por toda a extensão do intestino delgado. Quando
grandes quantidades de cálcio são consumidas em uma única refeição (p. ex., a partir
de um laticínio ou de um suplemento), grande parte do cálcio é absorvida por essa via
passiva. O mecanismo de transporte ativo é mais importante quando as ingestões de
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cálcio estão bem abaixo das recomendações, não atingindo as necessidades
corporais (MAHAN et al, 2013).
O cálcio é absorvido apenas se estiver presente na forma iônica. Dessa forma,
o cálcio é mais bem absorvido no meio ácido; o ácido clorídrico secretado no
estômago, tal como aquele secretado durante uma refeição, aumenta a absorção de
cálcio pela diminuição do pH no duodeno proximal (MAHAN et al, 2013).
O cálcio dietético adequado é necessário para permitir o ganho ótimo na massa
e densidade ósseas no período pré-puberal e na adolescência. Esse ganho é
especialmente crítico para as meninas, pois o osso acumulado pode fornecer proteção
adicional contra a osteoporose nos anos após a menopausa O leite de vaca e os
laticínios são as fontes mais concentradas de cálcio. Os vegetais de folhas verde-
escuras, tais como couve, nabiça, folhas de mostarda e brócolis, as amêndoas, o
melaço, os pequenos ossos de sardinhas, salmão enlatado, moluscos e ostras são
boas fontes de cálcio. Os grãos de soja também contêm grande quantidade de cálcio.
O ácido oxálico limita a disponibilidade de cálcio no ruibarbo, espinafre, acelga e folhas
de beterraba. Muitas águas engarrafadas e barrinhas energéticas possuem cálcio e,
algumas vezes, vitamina D adicionados. O tofu preparado pela precipitação de cálcio
também é uma fonte de cálcio. Uma ingestão inadequada de cálcio, juntamente com
uma ingestão inadequada de vitamina D. Uma alta ingestão de cálcio (> 2.000 mg/dia)
podem levar a hipercalcemia, que pode ser exacerbada por grandes ingestões de
vitamina D. Tal toxicidade pode levar à calcificação excessiva nos tecidos moles,
especialmente os rins, e pode ser um risco para a vida. Além disso, ingestões
elevadas de cálcio em longo prazo podem levar ao aumento de fraturas ósseas nos
idosos, pode contribuir para a osteomalácia, o câncer de cólon e a hipertensão
(MAHAN et al, 2013).
A ingestão elevada de cálcio também pode interferir na absorção de outros
cátions divalentes, tais como o ferro, o zinco e o manganês. Portanto, os suplementos
de certos minerais devem ser tomados em momentos diferentes. Outro efeito da
ingestão excessiva de cálcio é a constipação, comum entre mulheres idosas que
tomam os suplementos de cálcio (MAHAN et al, 2013).
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10.2 Fósforo
O fósforo está na segunda posição em abundância nos tecidos humanos depois
do cálcio. Aproximadamente 700 mg de fósforo existe em tecidos adultos e cerca de
85% está presente no esqueleto e nos dentes na forma de cristais de fosfato de cálcio.
O restante (15%) está no pool metabolicamente ativo em cada célula do corpo e no
compartimento do fluido extracelular. As quantidades relativas de fosfatos inorgânicos
e orgânicos na dieta variam de acordo com o alimento ou suplemento consumido.
Independentemente da forma, a maioria dos fosfatos é absorvida no estado
inorgânico. O fosfato ligado organicamente é hidrolisado no lúmen do intestino e
liberado como fosfato inorgânico, principalmente por meio da ação das fosfatases
pancreáticas ou intestinais (MAHAN et al, 2013).
A biodisponibilidade depende da forma do fosfato e do pH. O meio ácido da
porção mais proximal do duodeno é importante na manutenção da solubilidade do
fósforo e, portanto, da sua biodisponibilidade. Nas dietas vegetarianas, a maior parte
do fósforo existe como fitato, que é precariamente digerido. O fósforo participa de
várias funções essenciais do corpo. O DNA e o RNA são embasados no fosfato. A
principal forma celular de energia, o ATP, contém ligações de fosfato de alto teor de
energia, como o fosfato de creatinina e o PEP. O monofosfato de adenosina cíclico
(AMPc) atua como um sinal secundário dentro das células, após a ativação do
hormônio peptídio de muitos receptores de membrana (MAHAN et al, 2013).
Boas fontes de proteína também são boas fontes de fósforo. Carne, aves,
peixes e ovos são fontes excelentes. O leite e seus derivados são boas fontes, assim
como as nozes e as leguminosas, os cereais e os grãos. O fósforo está ligado à serina,
à treonina e à tirosina nos alimentos proteicos. Na camada externa de grãos de
cereais, particularmente o trigo, o fósforo é encontrado na forma de ácido fítico, que
pode formar um complexo com alguns minerais, originando compostos insolúveis. Nos
pães convencionais, o ácido fítico é convertido para a forma solúvel de ortofosfato
durante o processo de fermentação. A deficiência de fosfato é rara. Ela pode se
desenvolver em indivíduos que estão utilizando fármacos conhecidos como ligantes
de fosfato para doenças renais ou em idosos devido às baixas ingestões em geral
(MAHAN et al, 2013).
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10.3 Magnésio
O magnésio é um elemento essencial para estabilidade da membrana e
proteção dos ácidos nucléicos, reduzindo os ataques oxidativos. Além disso,
apresenta papel fundamental na função muscular e é essencial para o transporte
transmembranar, relaxamento e contração muscular (DMITRASINOVIC et al, 2016;
PETROVIĆ et al, 2016).
O magnésio desempenha funções fisiológicas-reguladoras dentro da contração
muscular e relaxamento, regulando a expressão de troponina por meio de gradientes
de concentração de Ca2+, transporte de Ca2+; formação de complexo de Mg-ATP
otimizando o metabolismo energético/contração muscular; aumentando a taxa de
síntese proteica, proteção contra danos celulares e maior quantidade de pontes
cruzadas de actina-miosina, favorecendo o aumento e produção de força (KASS &
POEIRA, 2015).
É importante ressaltar que o magnésio também é cofator da creatina quinase,
uma enzima chave do metabolismo anaeróbio alático, que é a principal via necessária
para os atletas de explosão. Assim, quanto maior o fornecimento desse mineral, a
energia é produzida para movimentos de curta duração e alta intensidade. A melhora
no desempenho refletida pela diminuição do lactato pode ser explicado pela energia
extra disponível para os músculos. A ação do magnésio em elevar os níveis de
hormônios anabolizantes como a testosterona se deve ao aumento do fator de
crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). Além disso, a literatura tem
destacado que o magnésio ativa os aminoácidos e ajuda a inserção do mRNA nos
ribossomos na biossíntese de proteínas, auxiliando no ganho de força. Isto é
importante no aumento da resistência e síntese de proteínas durante o exercício de
resistência e recuperação (MELO et al, 2020).
10.4 Ferro
O ferro (Fe) desempenha papel fundamental no transporte de oxigênio e na
produção de energia, sendo necessário para manutenção do equilíbrio nutricional em
atletas. A deficiência desse nutriente pode comprometer os resultados desportivos,
uma vez que o déficit de ferro favorece a queda da concentração de hemoglobina,
com manifestação de anemia associada à diminuição da capacidade aeróbica, o que
parece reduzir o desempenho de atletas (ARAÚJO et al, 2019).
32
A biodisponibilidade de ferro é mais importante na correção ou prevenção de
sua deficiência do que no índice total de sua ingestão na dieta. O índice de absorção
depende do estado nutricional de ferro do indivíduo, como evidenciado pelas
concentrações das reservas desse nutriente. O ferro dietético existe como ferro heme,
encontrado na hemoglobina, na mioglobina e em algumas enzimas, e ferro não heme,
encontrado principalmente em alimentos de origem vegetal, mas também em alguns
alimentos de origem animal, assim como nas enzimas não heme e na ferritina. O ferro
heme é absorvido através das células absortivas intestinais da borda em escova, após
ser digerido a partir de fontes animais. Após o ferro heme entrar no citosol, o ferro
ferroso é enzimaticamente removido do complexo ferroporfirina. Os íons ferro livres
combinam-se imediatamente com a apoferritina para formar ferritina, da mesma
maneira que o ferro não heme livre combina-se com a apoferritina. O ferro heme
(aproximadamente 15% do que é absorvível) é a forma orgânica em carnes, peixes e
aves, e é conhecida como o fator carnes, peixes e aves (CPA). É muito mais bem
absorvido do que o ferro não heme. O ferro não heme pode ser encontrado em ovos,
grãos, vegetais e frutos, mas não é parte da molécula de heme. O índice de absorção
do ferro não heme varia de 3% a 8%, dependendo da presença de fatores
amplificadores alimentares, especificamente ácido ascórbico e CPA. O ácido
ascórbico não é apenas um potente agente redutor, mas também liga o ferro para
formar um complexo prontamente absorvível. (MAHAN et al, 2013).
Os alimentos com alto conteúdo de fitato possuem baixa biodisponibilidade de
ferro, mas não está claro se o fitato seria ou não a causa. Os oxalatos podem inibir a
absorção. Os taninos (polifenóis) presentes no chá também reduzem a absorção do
ferro não heme. Por outro lado, a presença de quantidade adequada de cálcio ajuda
a remover o fosfato, o oxalato e o fitato, que poderiam de outro modo combinar-se
com o ferro e inibir a sua absorção. A disponibilidade do ferro proveniente de vários
compostos utilizados para o enriquecimento dos alimentos ou como suplementos varia
amplamente de acordo com a sua composição química. Apesar de o ferro na forma
ferrosa ser mais prontamente absorvido, nem todos os compostos ferrosos são
igualmente disponíveis (MAHAN et al, 2013).
As funções do ferro relacionam-se com a sua capacidade de participar das
reações de oxidação e redução. Quimicamente, o ferro é um elemento altamente
reativo, que pode interagir com o oxigênio para formar intermediários com o potencial
33
de danificar as membranas celulares ou de degradar o DNA. O ferro deve estar
firmemente ligado às proteínas para prevenir esses efeitos oxidativos potencialmente
destrutivos ((MAHAN et al, 2013).
O metabolismo do ferro é complexo, pois esse elemento está envolvido em
muitos aspectos da vida, inclusive na função dos glóbulos vermelhos, na atividade da
mioglobina e nos papéis de várias enzimas heme e não heme. Devido às suas
propriedades de oxirredução (redox), o ferro possui papel no transporte sanguíneo e
respiratório de oxigênio e dióxido de carbono, além de ser um componente ativo dos
citocromos (enzimas) envolvidos no processo de respiração celular e geração de
energia (ATP). O ferro também está envolvido na imunidade e no desempenho
cognitivo, o que ressalta a importância de prevenir a anemia por deficiência de ferro
em todo o mundo (MAHAN et al, 2013).
10.5 Água
Fonte: freepik.com.n/
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anos, representando cerca de 81% da água total, enquanto a água contida nos
alimentos representa cerca de 19% do total ingerido (CUPPARI, 2014).
É importante ressaltar que, assim como para os demais nutrientes em
indivíduos saudáveis, um consumo hídrico abaixo do nível recomendado não implica,
necessariamente, risco de inadequação, uma vez que uma ampla faixa de ingestão é
compatível com a hidratação normal do organismo. Além disso, uma ingestão de água
total mais elevada pode ser necessária em situações como doenças, aumento da
atividade física e exposição a uma temperatura ambiental mais elevada (CUPPARI,
2014).
11 SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Os suplementos alimentares são produtos produzidos especialmente para
auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais específicas e auxiliar no
desempenho do exercício, porém não são recomendados para desportistas (BRASIL,
2010). São vendidos em diferentes locais, (academias, farmácias, internet e lojas
especializadas) e utilizados sob diversas formas (líquido, pó, gel, cápsulas),
contribuindo para o aumento do uso em todas as faixas etárias e ambos os sexos
(CRUZ, 2019).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2010, estabeleceu
exigências por meio da resolução n° 18, visando a proteção à saúde do consumidor.
Essa resolução classifica e designa os suplementos alimentares e define os requisitos
de composição e características mínimas de qualidade e de rotulagem que devem ser
cumpridas pelos fabricantes desses produtos (BRASIL, 2010).
São classificados como produtos para atletas nesta legislação: suplemento
hidroeletrolítico, energético, proteico, substituto parcial de refeições, creatina e
cafeína. Entretanto, sabe-se que há muitos suplementos disponíveis no mercado e
que nem todos obedecem à regulamentação vigente (FARIAS et al, 2019).
Observando sobre o ponto de vista nutricional, é extremamente necessário o
esclarecimento sobre as consequências do uso indiscriminado de suplementos
alimentares, assim como a real necessidade de regulamentações mais rigorosas para
comercialização de tais produtos; não só no que diz respeito à sua prescrição, como
também à sua eficiência e segurança. Sendo assim, isso facilitaria a atuação do
nutricionista, no que se refere à orientação e prescrição de suplementos, permitindo
35
ao mesmo desenvolver, junto às academias, programas de educação alimentar e
nutricional (SILVA et al, 2017).
Fonte: virtualsuplementos.com.br
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A Beta-lactoglobulina é o maior peptídeo do soro (45,0%-57,0%), apresentando
peso molecular de 18,4-36,8kDa, o que lhe dá maior resistência a ação de ácidos e
enzimas proteolíticas presentes no estômago, sendo absorvida no intestino delgado.
Apresenta alto teor de aminoácidos de cadeia ramificada (25,1%) e é importante
carreadora do retinol. É uma proteína tipicamente globular e encontra-se entre as
principais proteínas a serem cristalizadas. É a principal proteína do soro de leite de
bovinos, ovinos e caprinos. A Alfa-lactoalbumina é o segundo peptídeo do soro (15%-
25%), com peso molecular de 14,2kDa e caracterizado por ser de fácil e alta digestão.
Possui alto teor de triptofano, rica em lisina, leucina, treonina e cistina. Precursora da
biossíntese de lactose no tecido mamário tem grande capacidade de se ligar a
minerais como cálcio e zinco, o que afeta positivamente sua absorção. Apresenta
também ação antimicrobiana, contra bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus
aureus e Klebsiellapneumoniae (PALU et al, 2020).
A Albumina do soro bovino representa cerca de 10% do soro do leite, possui
alto peso molecular (66kD), é rico em cistina e é um precursor da síntese de glutationa.
Apresenta grande afinidade por ácidos graxos livres e outros lipídeos, o que favorece
seu transporte na corrente sanguínea. As Imunoglobulinas possuem alto peso
molecular (150 -1.000kDa), apresentando apenas quatro classes no soro do leite
bovino (IgG, IgA, IgM e IgE), sendo a IgE em maior concentração, cerca de 80%. Suas
principais ações biológicas estão relacionadas à imunidade passiva e atividade
antioxidante. Os Glicomacropeptídeos (6,7kDa), são resistentes ao calor, digestão e
as mudanças de pH. É um peptídeo derivado da digestão da kapa-caseína,
apresentando alta carga negativa que contribui para a absorção de minerais pelo
epitélio intestinal. As sub-frações ou chamados de peptídeos secundários são
denominados assim por serem encontrados em pequenas quantidades no soro do
leite, e compreendem a lactoferrina, beta-microglobulinas, gama-globulinas,
lactoperoxidase, lisozima, lactolina, relaxina, lactofano, fatores de crescimento IGF-1
e IGF-2, proteoses-peptonas e aminoácidos livres (PALU et al, 2020).
As tecnologias compreendidas na cadeia deste produto são muito importantes,
pois a partir delas que serão definidas a sua qualidade, começando na extração da
proteína a partir do soro do leite, que, quanto melhor a extração for feita, mais puro
será o whey protein. Quanto menor for a presença de outras substâncias, como
37
gorduras e carboidratos e o máximo de concentração de proteína, maior importância
terá este produto dentro do mercado (PALU et al, 2020).
As necessidades energéticas proteicas para os praticantes de atividade física
variam de 1,2 a 1,5 g/ Kg de peso, diariamente, porém, o consumo excessivo com
propósito de aumento da massa muscular e esse uso abusivo de proteína podem
acarretar em danos pela sobrecarga nos rins e fígado e pelo aumento de compostos
nitrogenados, além de insucesso no ganho de massa muscular. A quantidade de
proteína dietética recomendada varia para indivíduos adultos sadios e indivíduos em
situações específicas, como crescimento, gestação e convalescença; o qual necessita
de uma quantidade maior de proteínas dietéticas para manter um balanço nitrogenado
positivo. Porém, são diferentes para indivíduos sedentários e para praticantes de
exercícios com peso. Isso porque o exercício intenso aumenta a excreção de
nitrogênio e quando as ingestões proteicas e energéticas são insuficientes, diminui o
balanço nitrogenado, tornando-o negativo, o que é indesejado para atletas
(ALENCAR, 2018).
11.2 BCAA
Fonte: centralfit.com.br
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(YAMAMOTO et al, 20117), São 20 aminoácidos que compõem as proteínas
musculares, sendo que 9 deles são considerados essenciais, portanto, a
disponibilidade dietética desses aminoácidos é crucial para o turnover (processo
anabólico natural dos tecidos) das proteínas musculares que ocorre continuamente
para repor as proteínas perdidas no processo catabólico (protein brakedown) natural
ou induzido (WOLF, 2017). Esses aminoácidos desempenham um papeis importantes
na regulação da homeostase energética, metabolismo da nutrição, saúde intestinal,
imunidade e doenças em humanos e animais. (NIE et al, 2018).
A comercialização do BCAA possui muita popularidade entre os suplementos
com alegação ergogênica. O principal marketing está na afirmação de que o consumo
isolado de BCAA associado ao exercício físico resistido estimula a síntese de proteína
muscular. A alegação de que a síntese de proteína muscular é estimulada pelos BCAA
tem mais de 35 anos, tendo sido baseada em estudos em modelo celular e animal,
que demonstraram aumento da sinalização intracelular de vias anabólicas em
resposta a estes (WOLF, 2017)
A suplementação de BCAA associada a uma dieta adequada é uma estratégia
adicional para o indivíduo que realiza atividades físicas intensas, como o exercício
resistido, cuja intensidade promove dano muscular e posterior necessidade dietética
desses nutrientes para auxiliar no processo de recuperação (SOUZA, 2018).
Segundo estudos realizados por SANTOS e NASCIMENTO (2019), os BCAA
exibem capacidade de estimular a síntese de proteína muscular após o exercício físico
resistido, mas, na ausência dos demais aminoácidos essenciais, não conseguem
sustentar uma resposta máxima de síntese. Se a estimulação da síntese de proteína
muscular não pode ser sustentada, há pouco significado fisiológico. Por esta razão,
um crescente corpo de literatura continua a endossar que a suplementação isolada
de BCAA em humanos não fornece benefícios adicionais à síntese de proteína
muscular em detrimento à ingestão de uma fonte de proteína completa de alta
qualidade, que fornece todos os aminoácidos essenciais necessários.
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11.3 Creatina
Fonte: centralfit.com.br
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A creatina étil ester é um monohidrato de creatina com uma ligação ester
adicional ligada à sua estrutura molecular, ela pode ter vantagens sobre a forma
monohidratada, pois sua eficiência de absorção no corpo é quase máxima (OLIVEIRA
et al, 2017).
O suplemento de creatina para atletas foi regulamentado pela ANVISA segundo
a Resolução n. 18/2010, que dispõe sobre alimentos para atletas. Estes produtos
devem atender aos seguintes requisitos: deve ser utilizada na formulação do produto
creatina monohidratada com grau de pureza mínima de 99,9%; este produto pode ser
adicionado de carboidratos; este produto não pode ser adicionado de fibras
alimentares (BRASIL, 2010).
É importante ressaltar que a suplementação deve ser prescrita por um
profissional habilitado, levando em consideração o tipo de atividade física, duração e
condições fisiológicas do mesmo (BONATO et al, 2018)
11.4 Glutamina
Fonte: freepik.com.n/
11.5 Cafeína
Fonte: images.tcdn.com.br/img/
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fazem parte também a teofilina, a teína, a guaraína e a teobromina. As xantinas são
alcalóides que se diferenciam pela potência de suas ações farmacológicas sobre o
sistema nervoso central. Após a sua ingestão, a cafeína é rapidamente absorvida pelo
sistema gastrointestinal e transportada para todo o corpo, pela corrente sanguínea,
atuando como um potente psicoestimulante. É degradada pelo fígado, após isso é
eliminada pela urina, porém mantém de 3 a 5% da sua composição. Além do mais seu
metabolismo pode ser influenciado, por vários fatores individuais como, por exemplo:
idade, sexo, genética e nível de exercício físico (SANTOS, 2019).
Em doses moderadas (3-6 mg/kg-1) é eficaz para potencializar o desempenho
desportivo em atletas treinados. Essa melhora ocorre devido à ação da cafeína em
níveis centrais e periféricos. No Sistema Nervoso Central (SNC), essa substância
bloqueia os receptores de adenosina, resultando em alterações nos seus
neurotransmissores como noradrenalina, serotonina, dopamina e acetilcolina
(SANTOS, 2019).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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