Você está na página 1de 141

ESCOLA MAGNÍFICA CURSOS TÉCNICOS

COORDENAÇÃO DE CURSO
DISCIPLINA DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
PROF. Enf. VICTOR MARQUES

Coren – MA 694-443 ENF


CONTEÚDOS

UNIDADE 1: CONCEITOS BÁSICOS


UNIDADE 2: AS LEIS DA ALIMENTAÇÃO
UNIDADE 3: MACRONUTRIENTES E
MICRONUTRIENTES
UNIDADE 4: NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS
UNIDADE 5: ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA OS
DIFERENTES CICLOS DA VIDA
UNIDADE 6: DIETAS HOSPITALARES
UNIDADE 7: DIETOTERAPIA APLICADA A DIFERENTES
PATOLOGIAS
UNIDADE 8: NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL
 CONCEITO DE NUTRIÇÃO

É a ciência que estuda as necessidades


nutricionais de diferentes tipos de organismos, as
transformações impostas aos alimentos pelo
organismo com a finalidade de utilizar os nutrientes
neles contidos como fonte de energia e substrato
para a formação de tecido.
 ALIMENTO

É toda substância que


introduzida no organismo,
transformada e aproveitada,
fornece material para o
crescimento e a reparação
dos tecidos, calor e energia
para o trabalho.
 NUTRIENTES

São compostos específicos encontrados nos


alimentos, no solo e nos fertilizantes, e são
importantes para o crescimento e sobrevivência
dos seres vivos.

Os nutrientes, de acordo
com a natureza das
funções que desempenham
no organismo, são
agrupados em diferentes
categorias.
1. Reguladores:

Exercem função no controle ou no


equilíbrio do metabolismo.

Ex: vitaminas e sais minerais.


2. Energéticos:

Fornecem energia.

Ex: carboidratos e gorduras.

É variável a quantidade destas substâncias nos


diversos alimentos.

Assim temos alimentos mais ricos que outros em


proteínas, glicídios, lipídios, vitaminas, sais
minerais e água.
3. Construtores:

Os nutrientes que exercem esta função são as


proteínas que representam o "tijolo" desta
construção.

Fazem parte deste grupo: soja e os demais tipos de


feijões, incluindo lentilha, grão-de-bico, azeite,
gérmen de trigo, levedura de cerveja, leite e
derivados, ovos, semente de abóbora, etc.

A riqueza de um alimento em um destes fatores faz


com que o mesmo seja fonte principal desse
alimento.
PROTEÍNAS:

São substâncias nitrogenadas e complexas,


compostas por carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio, constituídas de aminoácidos.

Sua principal função é atuar na formação de


tecidos orgânicos, no processo de renovação dos
mesmos, e, principalmente no crescimento.

Por isso são chamados de alimentos de


construção.
As proteínas podem ser divididas em 2 categorias e
segundo a sua origem:

 Proteína de origem animal e vegetal. As proteínas de


origem animal são os derivados de leite, carne, ovos e
peixe.

 As proteínas de origem vegetal são provenientes do


arroz, soja, ervilha, cânhamo e proteínas de grãos
germinados.

Hoje falamos de alguns dos tipos de proteínas


encontrados tanto nos vegetais como nos animais.
Proteína whey, ou proteína de soro do leite. A proteína
whey ou de soro do leite como próprio nome indica é uma
proteína derivada do leite, de origem animal.

É considerada uma das proteínas mais populares e com


melhor sabor. Para quem não é vegetariano talvez a
melhor opção preço/qualidade existente no mercado.

Os seus benefícios são vários, desde potenciar a síntese


proteica e de glicogénio, quando ingerida em períodos
pós-treino, até melhoria de funções do sistema imunitário.
Caseína:

A caseína é também uma proteína derivada do leite e


portanto de origem animal.

Não é recomendada a intolerantes à lactose, no entanto


para quem não sofre deste tipo de problemas é uma
proteína bastante eficaz devido à sua absorção mais
lenta.

Adequada para um substituto de refeição ou para ingerir


antes de deitar.

A sua digestão lenta permite o efeito de saciedade


durante mais tempo.
Proteína do ovo:

A proteína do ovo foi bastante popular entre a comunidade


desportista antes do aparecimento das proteínas derivadas
do leite.

É considerada uma proteína com absorção um pouco mais


difícil, mas continua a representar uma excelente opção
para quem pretende evitar as proteínas derivadas do leite.

Tem um ótimo valor nutricional e biológico.

A proteína do ovo por norma é livre de colesterol e muito


baixa em hidratos de carbono e gorduras.
Proteína de soja :

Talvez a mais conhecida e usada, principalmente


por vegetarianos ou intolerantes à lactose.

De origem vegetal, é bastante rica em isoflavonas e


antioxidantes, melhoram o funcionamento
cardiovascular e são geralmente usadas pelas
mulheres no processo de menopausa.
Nutrição:
Refere-se aos processos por meio dos quais um
organismo vivo ingere, digere, absorve, transporta,
utiliza e excreta nutrientes (alimentos e outros
materiais nutritivos).

A nutrição como uma área clínica está preocupada


basicamente com as propriedades dos alimentos
que constroem corpos saudáveis e promovem a
saúde.
Como a boa nutrição é essencial para a boa saúde e para
a prevenção de doença, todos os indivíduos envolvidos
na área de saúde precisam ter um conhecimento
completo da nutrição e das necessidades nutricionais do
corpo ao longo da vida.

E mais, o estudo da nutrição precisa dar ênfase à


promoção da saúde.
Entre outras funções, os
alimentos são responsáveis por
nos fornecer matéria prima
para a construção das células,
essas novas células produzidas
permitem o crescimento e
manutenção do organismo.

Outra função dos alimentos é


funcionar como combustível,
uma vez que os alimentos
fornecem todas as substâncias
necessárias para a
manutenção da vida como:
minerais, vitaminas e etc.
As 4 Leis de Escudero expressam orientações
para uma prática alimentar que garanta
crescimento, desenvolvimento, manutenção e
recuperação ideais para o organismo humano, e
são:
 A lei da Quantidade;
 A lei da Qualidade;
 A lei da Harmonia ou do Equilíbrio;
 A Lei da Adequação.
Pedro Escudero, um médico argentino, há
mais de 70 anos criou as Leis da
Alimentação.

Estabelecidas há tantos anos e ainda


permanecem tão atuais, pois expressam, de
uma maneira simples, como deve ser a base
de uma alimentação saudável.
 Lei da Quantidade:

Corresponde ao total de calorias e de


nutrientes consumido.

A quantidade de alimentos deve suprir


as necessidades do indivíduo
diariamente.

Dessa forma deve-se atentar para


excessos e restrições, pois ambas as
situações são prejudiciais ao
organismo.
 Lei da Qualidade:

Refere-se aos nutrientes


necessários ao indivíduo.

Uma alimentação completa


inclui todos os nutrientes para
formação e manutenção do
organismo.

As refeições devem ser


variadas, contemplando todos
os grupos de nutrientes para o
bom funcionamento do corpo.
 Lei da Harmonia:

É a distribuição e proporcionalidade entre os


nutrientes, resultando no equilíbrio.

Para que o nosso organismo consiga aproveitar os


nutrientes, estes devem se encontrar em
proporções adequadas nas refeições, uma vez que
as substâncias não agem sozinhas, e sim em
conjunto.
 Lei da Adequação:

A alimentação deve se adequar às necessidades


do organismo de cada indivíduo, às
especificidades de quem está consumindo.

Os ciclos da vida (infância, adolescência, adulto e


idoso), o estado fisiológico (gestação, lactação), o
estado de saúde (doenças), os hábitos alimentares
(deficiência de nutrientes), e as condições
socioeconômicas e culturais (acesso aos
alimentos) são fatores que devem ser
considerados, pois resultam em diferentes
necessidades nutricionais.
A alimentação deve ser quantitativamente
suficiente, qualitativamente completa, harmoniosa
e adequada a quem está consumindo.

Cada pessoa tem necessidades específicas e


precisam de quantidades e proporção de nutrientes
diferentes para manter suas funções vitais e
desenvolver suas atividades diárias.
Perceberam a simplicidade das leis da
alimentação?

Perceberam o quanto é importante desde sempre


seguir de forma balanceada e inteligente às regras
da alimentação?

As leis de Escudeiro permite aos profissionais


ensinar aos pacientes que é o equilíbrio que lhe
trará saúde, onde se pode comer coisas que tanto
gosta, mas que precisa entender quando, como e
quanto se pode comer!
MACRONUTRIENTES E
MICRONUTRIENTES DEVEM FAZER
PARTE DE UMA ALIMENTAÇÃO
BALANCEADA E DIVERSA
Todo aquele papo de prato colorido e alimentação
balanceada faz sentido sim e tem bases científicas
pautadas no consumo de macro e micronutrientes

Os macronutrientes são aqueles que você deve comer


em grande quantidade.

Já os micronutrientes são necessários em pequenas


quantidades, mas também são essenciais para a saúde
O QUE SÃO MACRONUTRIENTES

Proteínas, carboidratos e gorduras são os


macronutrientes, "grandes" categorias de
nutrientes que devem constituir a maior parte da
dieta.

Eles fornecem energia ao corpo e são


necessários em grandes quantidades e de forma
equilibrada para manter as funções diárias do
corpo, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS).
PROTEÍNAS
A proteína é um componente importante de
todas as células do corpo.

Cabelos e unhas, por exemplo, são feitos


principalmente delas.

O seu corpo também as utiliza para construir e


reparar tecidos, produzir enzimas, hormônios e
outras substâncias químicas.

Ela ainda é um componente de ossos,


músculos, cartilagens, pele e sangue.
As principais fontes de proteínas são:

 Carne de boi
 Frango
 Peixe
 Leite
 Ovos
 Queijos e leguminosas como feijão,
ervilha, lentilha, tofu, quinoa, nozes,
espinafre, brócolis e aspargo.
CARBOIDRATOS
Os carboidratos são a principal fonte de energia
proveniente da sua dieta.

Quando ingeridos, eles são quebrados em pedaços


menores e se tornam açúcares simples, como a
glicose.

Os diferentes tipos de carboidratos incluem amidos,


açúcares e fibras.

Para um suprimento constante de energia, consuma


alimentos ricos em amido, como pão, batata,
macarrão, arroz e cereais de forma balanceada.
GORDURAS

Embora seja verdade que algumas gorduras


trazem riscos à saúde, elas também são
importantes fontes de energia e ajudam o
organismo a absorver certos nutrientes.

Além disso, fornecem ácidos graxos


essenciais que o corpo não pode produzir.
As gorduras insaturadas são as gorduras
consideradas “boas”. Existem dois tipos:
monoinsaturadas e poliinsaturadas.

As monoinsaturadas são encontradas no azeite


de oliva, abacate e nozes. Já as poliinsaturadas
são encontradas nos óleos de girassol, soja,
canola, milho, nas sementes de abóbora e em
peixes como o atum, sardinha e em frutos do
mar.

O ômega 3 é um tipo particularmente benéfico de


gordura poliinsaturada.
O QUE SÃO MICRONUTRIENTES
Vitaminas e minerais são os micronutrientes,
dos quais o corpo precisa em menores
quantidades.

No entanto, isso não significa que eles sejam


dispensáveis.

Pelo contrário: são fundamentais para funções


básicas do nosso organismo, como a
metabolização dos alimentos e a produção de
energia.
Veja, abaixo, uma lista de micronutrientes:
•Vitamina A
• Vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, B12)
•Vitamina C
•Vitamina D
•Vitamina E
•Vitamina K
•Ácido fólico
•Cálcio
•Potássio
•Sódio
•Ferro
•Zinco
A deficiência de micronutrientes pode provocar uma
série de problemas no corpo.

A falta de ferro, por exemplo, pode causar a


anemia, que ocorre quando não há glóbulos
vermelhos suficientes para suprir a necessidade de
oxigênio do corpo, ou quando essas células não
carregam uma proteína importante chamada
hemoglobina.
Já a vitamina D, quando não adquirida pelo
corpo em quantidades adequadas, pode minar
a força dos ossos e músculos.

Já a deficiência das vitaminas do complexo B,


especialmente B2, B6, assim como de ácido
fólico, impede o início do processo de
produção de energia.

Já a B1 converte carboidrato em energia e


também deve ser consumida em quantidades
adequadas.
As vitaminas são substâncias
indispensáveis à vida em quantidades
reduzidas.

As vitaminas são classificadas em:

• Lipossolúveis: solúveis em gorduras ou


solventes de gordura. São as vitaminas
A, D, K e E.

• Hidrossolúveis: solúveis em água. São as


vitaminas docomplexo B e a vitamina C.
COMO CONSUMIR
MACRO E
MICRONUTRIENTES?
A melhor maneira de garantir que você está
recebendo a quantidade certa de macros e
micronutrientes é verificar seus hábitos
alimentares.

A composição de uma dieta diversificada e


equilibrada deve incluir todos os grupos de
alimentos que fornecem macronutrientes
(frutas, legumes, grãos e fontes de proteínas,
como carnes brancas e ovos), assim como as
fontes de micronutrientes, especialmente
frutas e vegetais.
Planejar as refeições é forma de garantir que você
está comendo direitinho, desde o café da manhã
até o jantar, sem esquecer dos lanches nutritivos!
Toda refeição é uma oportunidade para diversificar
a dieta e comer com saúde.
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS
Os distúrbios nutricionais são doenças
decorrentes da carência de um ou mais
nutrientes.

As patologias aqui apresentadas estão


relacionadas entre as prioridades da atual
Política de Alimentação e Nutrição do Governo
Federal.
Avitaminose A

É caracterizada pela deficiência de retinol e


pode ser primária (decorrente da ingestão
insuficiente de retinol ou pró-retinol) ou
secundária (resultante de doenças hepáticas,
de desnutrição, de abetalipoproteinemias ou
de má-absorção).

O desmame precoce é uma das causas da


deficiência de vitamina A em lactentes.
Os sinais clínicos da avitaminose A são: cabelos
fracos e quebradiços, queratinização das mucosas,
da pele e do epitélio dos olhos.

Suas principais consequências são: cegueira


noturna (nictalopia), xerose da conjuntiva
(xeroftalmia), aumento da suscetibilidade a
infecções, alterações cutâneas e deficiência no
processo de desenvolvimento da população.
Anemia Ferropriva
É caracterizada pela redução da concentração de
hemoglobina sanguínea, causada pela ingestão
insuficiente de ferro. Verminoses podem causar anemia
pela espoliação intestinal de sangue.

Os principais sinais da anemia ferropriva são fadiga,


anorexia, palidez da pele e das mucosas, pouca
disposição e apatia.

Sua principal consequência são o atraso no crescimento


e no desenvolvimento intelectuais, observados
principalmente se a anemia ocorre em situações de
gestação e lactação.
Os grupos mais suscetíveis a este tipo de anemia
são as crianças até 24 meses, os adolescentes na
puberdade, as mulheres gestantes ou com fluxo
menstrual intenso e extenso e as pessoas com
sangramentos crônicos.

As principais fontes de ferro são as carnes


(especialmente o fígado bovino), e os vegetais de
folhas verde-escuras.

As fontes vegetais têm um baixo aproveitamento


pelo organismo, devendo ser acompanhadas da
ingestão de vitamina C.
Bócio Endêmico
O bócio é caracterizado
pela hipertrofia da
glândula tireoide,
causada pela ausência
de iodo na alimentação.
A principal fonte de iodo
é o sal marinho, sendo
que ele também é
encontrado em alimentos
cultivados em solo
próximo ao mar.
Desnutrição
É uma síndrome multifatorial, que pode ser
primária, caracterizada pela ingestão insuficiente
de energia e proteínas, ou secundária,
consequente a alterações fisiopatológicas que
interferem em qualquer ponto do processo de
nutrição.
O principal fator etiológico da desnutrição é o
baixo
nível socioeconômico e cultural.

A amamentação tem importância primordial na


prevenção da desnutrição infantil.

O desmame, seja precoce, seja tardio, pode


provocar a desnutrição infantil; por isso, as
mães devem ser corretamente orientadas
quanto ao tempo ideal de amamentação
exclusiva.
Obesidade
Síndrome multicausal, a obesidade pode ser
considerada uma consequência do mundo
globalizado.
Caracterizada pelo excesso de gordura corporal,
pode ser classificada de diversas formas:
1. pelo aumento do peso corporal total, que
pode ser verificada através do índice de Massa
Corporal (IMC)

2. pela concentração da distribuição de gordura.

A gordura pode se concentrar de forma


andróide (maçã) ou ginecóide (pêra), sendo que
a primeira oferece mais riscos de problemas
cardiovasculares.
Os prejuízos da obesidade se verificam na
estética, na diminuição da qualidade de vida
e no aumento da quantidade de doenças
associadas, entre as quais podemos citar o
aumento da pressão arterial, as doenças
cardiovasculares, o aumento da resistência
periférica à insulina, que pode levar ao
Diabetes Melittus, a alteração do perfil dos
lipídios plasmáticos e as doenças biliares.
O tratamento deve incluir a reeducação
alimentar e o aumento da atividade física.

Casos específicos podem exigir terapia


medicamentosa como complementação, e em
casos extremos pode ser indicada a cirurgia
bariátrica, ou a gastroplastia.

Tanto a utilização de medicamentos como a


intervenção cirúrgica devem ser prescritos
apenas após terapia nutricional em longo prazo,
NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Uma nutrição adequada objetiva alcançar e manter uma


composição corporal desejável para o trabalho físico e
mental.

Para alcançar um peso corporal desejável é importante


haver equilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia.
As necessidades energéticas dependem da idade, sexo,
peso e atividade metabólica e física.

Se a ingestão excede o gasto de energia, ganha-se


peso. Se a ingestão é inferior ao gasto de energia,
perde-se peso.
Em geral, a ingestão
recomendada diminui com
a idade, uma vez que a
atividade física tende a
diminuir, resultando em
menos gasto de energia.
As diretrizes gerais a seguir são enfatizadas
para adultos e crianças:

 Aumentar o consumo de grãos integrais.


 Aumentar o consumo de frutas e verduras.
 Substituir produtos lácteos integrais por produtos
lácteos desnatados ou semidesnatados.
 Atividade física regular.
 A ingestão adequada de líquidos também é
importante.
NUTRIÇÃO NA CLÍNICA MÉDICA

Deficiências nutricionais podem prejudicar a saúde


e algumas alterações podem causar deficiências
nutricionais.

Além disso, muitos pacientes têm deficiências


nutricionais insuspeitas que requerem tratamento.
Muitos centros médicos contam com equipes
multidisclipinares de terapia nutricional que ajudam o
médico a prevenir, diagnosticar e tratar deficiências
nutricionais ocultas.

A hipernutrição pode contribuir para distúrbios crônicos,


como câncer, hipertensão, obe­sidade, diabetes
mellitus e doença coronariana.

Restrições dietéticas são necessárias em


muitos distúrbios metabólicos como por
exemplo galactosemia e fenilcetonúria.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

Indicações para a avaliação nutricional são:

 Peso ou composição corporal indesejável;


 Suspeita de deficiências específicas ou efeitos
tóxicos de nutrientes essenciais;
 Em lactentes e crianças, crescimento ou
desenvolvimento insuficiente;
Deve-se avaliar o estado nutricional de rotina
como parte do exame clínico para:

 Recém-nascidos e crianças;
 Pessoas idosas;
 Pessoas tomando vários fármacos;
 Pessoas com transtornos psiquiátricos;
 Pessoas com distúrbios sistêmicos que
duram mais que vários dias;
ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL
Alimentação saudável não se restringe apenas
à alimentação nutritiva.

Os alimentos são os carreadores dos


nutrientes e, portanto, é na escolha dos
alimentos o foco da educação nutricional.

Além de nutrir, a alimentação saudável deve


ser harmônica, adequada à cultura, variada,
saborosa, colorida, segura sanitariamente e de
custo acessível.
A correta combinação dos
alimentos fornecerá os nutrientes
necessários ao desenvolvimento
e manutenção da saúde em
todos os ciclos da vida, desde a
infância até o envelhecimento.
E esta combinação não muda.

Se as frutas, verduras, cereais


integrais, óleos vegetais,
leguminosas, leite e derivados,
ovos e carnes magras são
saudáveis na infância, também
são na adolescência, adultez e
velhice.
Devemos valorizar os
alimentos mais naturais e
menos processados, alimentos
orgânicos ao invés dos
cultivados com excesso de
agrotóxicos, alimentos
regionais e conforme sua safra
de cultivo e, ainda, prepará-los
em condições propícias de
higiene.

Estas recomendações são


válidas na infância,
adolescência, vida adulta e no
envelhecimento.
O que modifica, conforme os ciclos de vida, são as
recomendações quantitativas, tanto de macronutrientes
(carboidratos, proteínas e lipídeos) quanto de
micronutrientes (vitaminas e minerais) e, obviamente,
orientações específicas na vigência de patologias e
outros distúrbios nutricionais.
Dessa forma, fica mais simples entender os guias
alimentares, que têm como objetivo geral orientar a
seleção dos alimentos e educar a população.

Em nosso país, há alguns anos já utilizamos a modelo


da Pirâmide de Alimentos que nada mais é que uma
representação gráfica de como os alimentos devem ser
distribuídos ao longo de um dia, para que a alimentação
esteja balanceada nutricionalmente.

Esta imagem facilita a visualização das proporções entre


os grupos de alimentos que compõem uma alimentação
saudável e sugere a possibilidade de substituições de
alimentos dentro do mesmo grupo.
Na base estão os alimentos que devem ser a “base” da
alimentação.

Os que devem fornecer a maior parte das calorias


diárias, algo em torno de 50 a 70%.

Composto por cereais, pães, tubérculos e raízes,


alimentos ricos em carboidratos, considerados
energéticos.

A recomendação geral para adultos é de 5 a 9 porções


ao dia.
Cereais integrais são ricos em fibras, fundamentais para o
adequado funcionamento do intestino e manutenção da sua
flora além de diversos outros benefícios a saúde, tais como
diminuição da glicemia, da hipercolesterolemia e prevenção
de certos tipos de câncer, motivos pelos quais tem se
estimulado o aumento no consumo dos integrais.
Em sequência, temos os grupos das frutas e das
hortaliças (3 a 5 porções ao dia), também ricas em
fibras, vitaminas e minerais além de fitoquímicos,
substâncias com funções de prevenção de doenças, a
exemplo dos flavonoides das uvas e carotenoides das
cenouras.
São os alimentos reguladores do organismo, pois as
vitaminas e minerais participam como cofatores de
reações bioquímicas fundamentais ao metabolismo.

Os inquéritos alimentares evidenciam que o consumo de


frutas e verduras no Brasil está baixo, apesar de tanta
variedade e disponibilidade em nosso país.
Essa contradição precisa ser revertida e o
consumo de frutas, verduras e legumes
incentivado desde a primeira infância, visto
que a formação dos hábitos alimentares se
inicia nesta fase.

O conhecimento da safra dos alimentos é de


fundamental importância para a efetividade
de orientações alimentares
Em outro estrato da pirâmide estão os alimentos de
origem animal, representados pelo grupo das carnes e
ovos que são ricos em proteínas de alto valor biológico
bem aproveitadas pelo nosso organismo.

São os considerados alimentos construtores.

Porém, as carnes contêm em sua composição muita


gordura saturada, que são aterogênicas e, em excesso,
são prejudiciais à saúde cardiovascular
A recomendação é de uma a duas
porções ao dia, incluindo frango,
peixes e carnes vermelhas.

Em ações de educação alimentar


orienta-se quanto à forma de
preparo dos alimentos, sugerindo as
técnicas de assar, cozinhar ou
grelhar os alimentos, em detrimento
das frituras e ainda a escolha dos
cortes mais magros das carnes
vermelhas e a retirada da pele do
frango.
As leguminosas (feijões, soja, grão de bico, lentilha)
também são ricas em proteínas e culturalmente, no Brasil,
o hábito do feijão precisa ser resgatado.

A tradicional combinação arroz com feijão tem se perdido


com a implementação de novos hábitos, principalmente de
alimentos processados e industrializados ou pela crença de
que “engorda” e o papel do profissional de saúde é
desmistificar os conceitos errados.
Arroz e feijão são complementares no conteúdo de
aminoácidos.

Além disso, o feijão é fonte de energia e ferro e contribui


para diminuir a carga glicêmica da refeição.

Uma porção ao dia do grupo das leguminosas já é


suficiente para os benefícios comprovados destes
alimentos.
Leite é um alimento de baixo custo, rico em cálcio e
proteínas sendo uma importante fonte alimentar para a
população.

Com três porções ao dia, atingimos as recomendações de


cálcio para adultos.

Apesar disso, alergia a proteína do leite de vaca e/ou


intolerância ao seu principal açúcar, a lactose, são
manifestações comuns na população e merecedoras de
atenção individualizada.
Os alimentos deste grupo são fontes de energia,
além de serem responsáveis pelo transporte de
vitaminas do complexo. B.

São ricos em calorias e seu consumo deve ser


controlado. São alimentos desse grupo: azeite,
manteiga, óleo de soja, etc.
O último grupo do topo da pirâmide é o dos açúcares
adicionados, devendo ser consumidos com moderação,
recomendação contida na Estratégia Global da OMS,
corroborada nas recomendações brasileiras da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição.

O padrão alimentar atual mostra um efetivo aumento do


consumo de gorduras, açúcares e alimentos adoçados, o
que tem relação direta com o aumento das doenças
crônicas não transmissíveis, como: obesidade, doenças
cardiovasculares e diabetes.
Este é o modelo
tradicional de pirâmide
dos alimentos,
adaptado da proposta
do Departamento de
Agricultura dos EUA
(USDA 1992) aos
padrões brasileiros e
utilizado nas
recomendações
nutricionais de
coletividades de forma
eficaz.
Guia Alimentar para a População Brasileira

Em 2006, o Ministério da Saúde publicou o Guia Alimentar


para a População Brasileira que foi um marco histórico e
significou um avanço em termos de atenção básica à saúde
na área de alimentação e nutrição.

Em consonância com as sugestões da Organização Mundial


de Saúde, em sua Estratégia Global, foi elaborado o Guia
com as diretrizes oficiais para a população brasileira,
fazendo parte da Política Nacional de Alimentação e
Nutrição (PNAN).

É uma abordagem integrada, de cunho preventivo, que


reforça a alimentação saudável como base em todos os
ciclos da vida.
São sete diretrizes voltadas para alimentação e ainda duas
diretrizes especiais: atividade física e qualidade sanitária
dos alimentos.

Embasadas cientificamente, que auxiliam a população a


fazer escolhas alimentares melhores e direcionam as
orientações por parte dos profissionais de saúde às
famílias, além de sugerir ao governo ações voltadas para a
efetivação dos objetivos.

As orientações práticas do Guia estão divididas conforme


o público (famílias, profissionais de saúde, governo e setor
produtivo de alimentos).
Diretriz 1: Os alimentos saudáveis e as
refeições

Orientar:

 sobre a necessidade de se realizar pelo menos três


refeições diárias, intercaladas com lanches saudáveis;
 quanto à importância da consulta e interpretação da
informação nutricional e da lista de ingredientes
presentes nos rótulos dos alimentos, para a seleção de
alimentos mais saudáveis;
 as mulheres durante a gestação sobre a importância
da prática do aleitamento materno exclusivo até os 6
meses de idade da criança e sobre os passos para a
alimentação complementar após esse período.
Saber que:
 os cereais, de preferência integrais, as
leguminosas e as frutas, legumes e
verduras, no seu conjunto, devem
fornecer mais da metade (55% a 75%) do
total de energia diária da alimentação.
Diretriz 2: Cereais, tubérculos e raízes

Orientar:

 o consumo de alimentos ricos em carboidratos


complexos (amidos), como cereais, de preferência
integrais, tubérculos e raízes, para garantir 45% a
65% da energia total diária da alimentação;
 o consumo diário de 6 porções de cereais,
tubérculos e raízes.
Saber que:
 a presença diária desses alimentos na alimentação vem
diminuindo.
 Essa tendência deve ser revertida, por meio do
incentivo ao consumo desses grupos de alimentos pela
população, na forma in natura.
 Para atender ao limite mínimo recomendado (45%), o
consumo atual deve ser aumentado em
aproximadamente 20%;
 no Brasil, é obrigatória a fortificação das farinhas de
trigo e milho com ferro e ácido fólico, estratégia que
objetiva a redução da anemia ferropriva e de problemas
relacionados à má-formação do tubo neural.
 A orientação de consumo dessas farinhas é
particularmente importante para crianças, idosos,
gestantes e mulheres em idade fértil. “
Diretriz 3: Frutas, legumes e verduras

Orientar:
 o consumo diário de 3 porções de frutas e de 3
porções de legumes e verduras nas refeições
diárias;
 sobre a importância de variar o consumo desses
grupos de alimentos nas diferentes refeições e ao
longo da semana;
 e informar sobre a grande variedade desses
alimentos disponíveis em todas as regiões do País
e incentivar diferentes modos de preparo desses
alimentos para valorizar o sabor.
Saber que:
 a participação de frutas, legumes e verduras no
valor energético total fornecido pela alimentação
das famílias brasileiras, independentemente da
faixa de renda, é baixa, variando de 3% a 4%.

 o consumo mínimo recomendado de frutas,


legumes e verduras é de 400 gramas/dia para
garantir 9% a 12% da energia diária consumida,
considerando uma dieta de 2.000 kcal.

 Isso significa aumentar em pelo menos 3 vezes o


consumo médio atual da população brasileira.
Diretriz 4: Feijões e outros alimentos vegetais e outros
alimentos ricos em proteínas
Orientar e estimular:
 o consumo diário de 1 porção de leguminosas
(feijões);
 o consumo diário de feijão com arroz, na proporção de
1 para 2 partes;
 o consumo de modo que as leguminosas como
feijões, lentilhas, ervilha seca, grão-de-bico, soja e
outros, garantam, no mínimo, 5% do total de energia
diária;
 o consumo de castanhas e sementes, inclusive como
ingredientes de diferentes preparações;
 o uso de diferentes modos de preparo para a
valorização do sabor de todos os tipos de
leguminosas.
Saber que:
 embora a participação relativa de feijões na
alimentação brasileira (5,68%) ainda esteja dentro da
faixa recomendada de consumo, há uma tendência
de queda preocupante, necessitando ser revertida em
curto tempo.
Diretriz 5: Leite e derivados; carnes e ovos

Orientar:

 o consumo diário de 3 porções de leite e derivados;


 o consumo diário de 1 porção de carnes, peixes ou
ovos;
 sobre o alto valor biológico das proteínas presentes
nos ovos, carnes, peixes, leite e derivados;
 sobre a alta biodisponibilidade do ferro presente nas
carnes, principalmente nos miúdos e nas vísceras e
peixes;
Saber que:
 leite e derivados são fontes de proteínas, vitaminas e a
principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente
fundamental para a formação e manutenção da massa
óssea. O consumo desse grupo de alimentos é
importante em todas as fases do curso da vida,
particularmente na infância, na adolescência, na
gestação e para adultos jovens;
 a escolha de produtos que contenham menor teor de
gordura. O leite, bem como seus derivados, para
adultos que já completaram seu crescimento, deve ser
preferencialmente desnatado.
 Crianças, particularmente, adolescentes e gestantes
devem consumir leite, bem como derivados na forma
integral, desde que não haja contraindicação em seu
uso, definida por médico ou nutricionista.
Diretriz 6: Gorduras, açúcares e sal

Orientar:
 a redução do consumo de alimentos com alta
concentração de sal, açúcar e gordura para diminuir
o risco de ocorrência de obesidade, hipertensão
arterial, diabetes, dislipidemias e doenças
cardiovasculares;
 sobre a importância da consulta e interpretação da
informação nutricional e da lista de ingredientes nos
rótulos dos alimentos para seleção de alimentos
mais saudáveis
Em relação ao consumo de GORDURAS
Saber que:
 a contribuição de gorduras e óleos, de todas as fontes,
não deve ultrapassar os limites de 15% a 30% da
energia total da alimentação diária.
 Uma vez que os dados disponíveis de consumo
alimentar no Brasil são indiretos e baseados apenas
na disponibilidade domiciliar de alimentos, é
importante que o consumo de gorduras seja limitado
para que não se ultrapasse a faixa de consumo
recomendada;
 o total de gordura saturada não deve ultrapassar
10%do total da energia diária; • o total de gordura
trans consumida deve ser menor que 1% do valor
energético total diário (no máximo 2g/dia para uma
dieta de 2.000 kcal).
Orientar:

 o consumo máximo diário de 1 porção de


alimentos do grupo dos óleos e gorduras,
dando preferência aos óleos vegetais, azeite e
margarinas livres de ácidos graxos trans;

 sobre os diferentes tipos de óleos e gorduras


e seus distintos impactos sobre a saúde
Em relação ao consumo de AÇÚCARES

Saber que:

 o consumo de açúcares simples não deve


ultrapassar 10% da energia total diária. Isso
significa redução de, pelo menos, 33%(um terço) na
média atual de consumo da população;

 informar que os açúcares são fonte de energia e


podem ser encontrados naturalmente nos
alimentos, como frutas e mel, ou ser adicionados
em preparações e alimentos processados.
Orientar:

 o consumo máximo diário de 1 porção de


alimentos do grupo dos açúcares e doces;

 a redução do consumo de alimentos e bebidas


processados com alta concentração de açúcar e
das quantidades de açúcar adicionado nas
preparações caseiras e bebidas.
Em relação ao consumo de SÓDIO (sal):

Saber que:
 o consumo de sal diário deve ser de no máximo
5g/dia (1 colher de chá por pessoa). Isso significa
que o consumo atual médio de sal pela população
deve ser reduzido à metade. Essa quantidade é
suficiente para atender às necessidades de iodo;

 o sal de cozinha possui sódio e este mineral,


quando consumido em excesso, é prejudicial à
saúde;

 que todo o sal consumido deve ser iodado;


 o sal destinado ao consumo animal não
deve ser utilizado pelas famílias das zonas
rurais, pois esse sal não contém a
quantidade de iodo necessária para
garantir a saúde de seres humanos;

 a redução do consumo de alimentos


processados com alta concentração de sal,
como temperos prontos, caldos
concentrados, molhos prontos,
salgadinhos, sopas industrializadas e
outros.”
Diretriz 7: Água
Orientar:
 e incentivar o consumo de água independente de
outros líquidos;
 as pessoas a ingerir no mínimo dois litros de água por
dia (seis a oito copos), preferencialmente entre as
refeições. Essa quantidade pode variar de acordo com
a atividade física e com a temperatura do ambiente;
 a oferta ativa e regular de água às crianças e aos
idosos ao longo do dia;
 sobre os cuidados domésticos que garantam a
qualidade e segurança da água a ser consumida pela
família.”
Todo profissional de saúde que se proponha a trabalhar
com saúde da família precisa compreender o Guia
Alimentar para a População Brasileira, seus objetivos e
suas diretrizes, pois é com o conhecimento da estreita
relação de causalidade que existe entre a alimentação
e uma gama de doenças que acometem a população,
agudas ou crônicas não transmissíveis, e, ainda, com a
clareza de que a prevenção destas também envolve a
alimentação, que a teoria descrita no Guia poderá ser
efetivamente colocada em prática.
Nutrição e Ciclos de Vida
Nutrição na Gestação e Lactação

A fase gestacional é o período de maior vulnerabilidade


biológica do ciclo reprodutivo da mulher e traz diversas
alterações para o organismo materno, não só fisiológicas
e físicas, mas emocionais, comportamentais e
alimentares.

Todas estas alterações trazem reflexos para a saúde da


gestante e do bebê.

Os profissionais de saúde envolvidos no atendimento às


gestantes precisam entender estas alterações e se munir
de conhecimentos e práticas que consigam ajudar e
orientar as mulheres nesta importante fase da vida.
Sendo o organismo materno a única fonte de
nutrientes para o feto, por meio da ingestão ou
de suas reservas, e, ainda, considerando que
a boa nutrição intrauterina garante um
nascimento saudável e melhores condições de
saúde para a idade adulta, nada mais
justificável que, em trabalhos com saúde da
família, as gestantes receberam atenção
redobrada.
Para entendermos a abrangência do atendimento
nutricional às gestantes, vamos começar esclarecendo
algumas alterações importantes desta fase que têm relação
direta com os comportamentos alimentares e requerimentos
nutricionais:
1. As gestantes apresentam alterações gustativas e
olfativas que influenciam as escolhas alimentares.
Mostram paladar menos sensível ao sal o que pode resultar
em aumento na ingestão de alimentos salgados e sal
adicionado.
Muitas têm maior sensibilidade a odores o que tem relação
direta com as náuseas e hiperemese comuns na gestação.
Isso significa menor ingestão de alimentos na presença
desta sintomatologia.
2. Durante a gravidez há o crescimento e
manutenção do feto e da placenta, formação de
novos tecidos, armazenamento de gordura pela mãe
e pelo feto, aumento do metabolismo basal e do
trabalho metabólico além do aumento do peso
corporal.

Estas situações caracterizam a gestação como


sendo um período de anabolismo que requer maior
quantidade de energia aumentando os
requerimentos calóricos e protéicos desta fase.
3. O aumento do volume plasmático em 50% promove
uma diluição fisiológica com queda de até 20% na
concentração de hemoglobina e hematócrito, o que reflete
em anemia em diversas gestantes.

4. Entre outras alterações fisiológicas que afetam os


requerimentos nutricionais na gestação destacamos a
diminuição das vitaminas C, ácido fólico, B12 e B6 no
sangue, o aumento da insulina plasmática e diminuição da
tolerância à glicose, o aumento da absorção de cálcio e
ferro e ainda variação dos níveis de triglicerídeos e
colesterol.

Estas situações são consequências das alterações


hormonais as quais o organismo está submetido.
Lactação
O aleitamento materno é o primeiro direito humano à
alimentação! Vantagens do aleitamento materno:

Para a criança:
Apresenta concentração ideal de nutrientes

Diminui a incidência de: Diarreias, Infecções respiratórias,


Enterocolites necrosantes, Otite média, Infecções do trato
urinário, Morte súbita, Diabetes mellitus, Linfoma e leucemia
Doença de Hodgkin, Excesso de peso, Dislipidemias, Asma,
Alergias, Desnutrição, Cárie dental, Parasitoses,

 Melhora o desempenho em testes cognitivos e visão


 Contribui para estabilidade emocional
 Fortalece sistema imunológico
Para a mãe:

Diminui os riscos de:


Câncer de mama, Câncer de ovário, Fraturas
ósseas, Esclerose múltipla

 Aumenta o tempo de amenorreia


 Previne hemorragia pós-parto por promover
contração uterina
 Colabora para o retorno do peso pela
utilização das reservas energéticas na
produção de leite
Nutrição na Infância e Adolescência

No primeiro ano de vida, a criança triplica o seu peso de


nascimento, enquanto a estatura aumenta em 50% no
mesmo período; até os dois anos de vida, o crescimento
reflete as condições de nascimento (gestação) e de
ambiente (nutrição).

Até o sexto mês de vida, o leite materno fornece todos os


nutrientes de forma adequada para o lactente e nenhum
outro alimento nem água precisam ser oferecidos à
criança.

A partir desta idade é necessária a introdução de outros


alimentos, partes de uma dieta balanceada.
Nutrição do Adulto

A avaliação nutricional completa do adulto abrange, como


nos outros ciclos da vida, parâmetros antropométricos,
clínicos, bioquímicos e dietéticos.

A depender do objetivo do profissional de saúde e das


condições de atendimento (unidades de saúde ou nas
residências/comunidades) faz-se a escolha de um ou mais
métodos associados.

Para o rastreamento de doenças crônicas, as aferições dos


níveis de pressão arterial e dosagens de glicemia de jejum
e do perfil lipídico devem fazer parte das rotinas, quando
possível
Na avaliação antropométrica, medidas de peso, altura,
circunferências da cintura e quadril e dobras cutâneas
(triciptal, biciptal, subescapular e suprailíaca) são utilizadas
como medidores confiáveis de análise.

Nas rotinas é utilizada a classificação do Índice de Massa


Corporal (IMC), recomendada pela Organização Mundial
de Saúde (OMS). As vantagens de se usar esse método
para avaliação nutricional de adultos são: facilidade de
obtenção e padronização das medidas de peso e altura,
dispensa da idade para o cálculo, alta correlação com a
massa corporal e indicadores de composição corporal e
não necessitar de comparação com curvas de referência.
Lembre-se que o IMC é calculado a partir de
dados de peso e altura: IMC = P(kg)/A2 (m)
Nutrição do Idoso

As alterações relacionadas ao envelhecimento


(sensoriais, digestivas, metabólicas, psicológicas /
afetivas e sociais) têm relação direta com o estado
nutricional, principalmente pelas modificações
alimentares impostas pelas patologias e pelas
condições do organismo.
São frequentes no envelhecimento alterações nas
percepções de paladar, olfato e visão, sentidos que
diminuem com o passar do tempo, afetando as escolhas
alimentares.

A secreção salivar fica reduzida (xerostomia) e a saúde


oral pode estar prejudicada pela ausência de dentes,
próteses inadequadas ou maus cuidados com a boca, o
que interfere na mastigação e deglutição do alimento.

Pode haver prejuízo do funcionamento gastrintestinal


(menor tempo de esvaziamento gástrico, constipação
intestinal, dificuldades digestivas) e da produção de
suco gástrico o que afeta todo o processo digestivo,
inclusive absorção de vários nutrientes.
Além disso, o organismo idoso está mais propenso ao
desenvolvimento de intolerância à glicose e diabetes,
pelo comprometimento do metabolismo da insulina
(síntese, secreção e resistência periférica).

Isso tudo ainda pode vir associado a quadros de


demência, uso de múltiplos medicamentos que
interferem com absorção, metabolismo e excreção de
nutrientes, modificações psicológicas, afetivas e de
perda de autonomia que exigem do profissional
assistente cuidados específicos e fortalecem a
importância da boa nutrição no envelhecimento.
Dietas hospitalares

Refeições equilibradas, preparadas com alimentos de


qualidade e em quantidades adequadas às
necessidades energéticas, nutricionais e fisiológicas
dos indivíduos são imprescindíveis ao bom
funcionamento do organismo, sobretudo, dos pacientes
hospitalizados que, por estarem debilitados, necessitam
receber alimentação adequada para, além de evitar a
desnutrição, recuperar e preservar a saúde.
CONSISTÊNCIAS DAS DIETAS HOSPITALARES

Entre as alterações que costumam ocorrer nas


refeições destinadas aos pacientes hospitalizados,
estão aquelas de natureza física, que são
caracterizadas pela alteração na consistência da
comida.

As dietas podem ser classificadas como dieta normal,


geral ou livre, dieta branda, dieta pastosa, dieta
líquida-pastosa, dieta líquida, dieta líquida completa e
dieta líquida restrita.
Dieta normal, geral ou livre

Neste tipo de dieta, não há qualquer restrição


alimentar ou nutricional, podendo ser empregados,
na sua composição, diferentes consistências,
técnicas de cocção, modos de preparo e alimentos.

Costumam ser ofertadas às pessoas cujas refeições


não precisem sofrer modificações dietoterápicas
específicas.
Dieta branda
Etapa de transição entre a dieta pastosa e a dieta
normal, a dieta branda é caracterizada pelo
abrandamento, mecânico ou por cocção, das fibras
alimentares, como celulose e tecido conjuntivo das
carnes, a fim de facilitar o processo digestivo.

É indicada para pacientes com baixa dificuldade de


mastigação e de deglutição, com doenças
gastrointestinais e aqueles em período pós-operatório.

Os alimentos a serem evitados são os condimentados,


picantes, gordurosos, hortaliças e legumes crus,
flatulentos, alimentos duros e bebidas gaseificadas.
Dieta pastosa
Transição entre a dieta líquida-pastosa e a dieta branda,
nesta etapa, os alimentos passam por abrandamento da
textura, com o intuito de facilitar os processos de
mastigação e de deglutição.

Também é indicada para pessoas acometidas por doenças


neuromotores, distúrbios gastrointestinais e estado grave
de doenças crônicas.

Como os alimentos precisam estar bem cozidos e serem de


fácil mastigação e deglutição, as preparações devem estar
nas formas liquidificadas, de purês, cremes, papas, massas
bem cozidas, suflês, carnes moídas ou desfiadas, ovos,
mingau, pudins, gelatinas e sorvetes, pães, biscoitos e
bolo.
Dieta leve, semilíquida ou líquida-pastosa
É recomendada para pacientes na fase pós-operatória,
com função gastrointestinal comprometida e dificuldade
na mastigação e deglutição de alimentos mais sólidos.

No ciclo de progressão alimentar, é a etapa de transição


entre as dietas líquida e pastosa. Aqui, os alimentos
devem ser líquidos ou liquidificados, cremosos e
homogêneos, com a finalidade de favorecer a ingestão e
a digestão.

Devem ser evitados bebidas gasosas, alimentos sólidos,


especiarias e condimentos fortes. E, são permitidas as
sopas cremosas, alimentos na consistência de papa,
purês, mingaus, cremes, alimentos liquidificados e
sorvetes.
Dieta líquida ou líquida completa
as refeições devem ser ofertadas na forma integralmente
líquida ou conter alimentos que liquefazem na boca,
podendo conter lactose e sacarose, tendo como objetivo
hidratar, facilitar a deglutição e a digestão.
A indicada para pacientes que realizaram cirurgia de
cabeça e pescoço, no pós-operatório, em casos graves de
infecção, no comprometimento gastrointestinal, preparo de
exames e que apresentam dificuldade na mastigação e
deglutição.
Trata-se de uma alimentação nutricionalmente incompleta,
dado quando maior o abrandamento, maior é a perda de
nutrientes, como as fibras. São alimentos permitidos nessa
fase, leite, bebidas lácteas, iogurte, chá, consomê, sopa
liquidificada, caldos, suco, gelatina, batida de frutas,
sorvetes, mingau e vitamina ralos.
Dieta líquida restrita, cristalina ou líquidos claros

Esta dieta costuma ser administrada pacientes nas fases


pré e pós-operatória, com trato gastrointestinal
debilitado, com infecções e diarreia graves e em
preparação para realização de exames, com o propósito
de fornecer nutrientes e eletrólitos, prevenir a
desidratação e reduzir a quantidade de resíduos no
intestino.

Caracteriza-se por ser uma dieta líquida límpida, sem a


presença de alimentos que contenham lactose, fibras,
lipídeos e proteínas fibrosas. Nesta fase são permitidos
água, chás claros, caldo de sopa, água de coco,
isotônicos e polímero de glicose.
O que é nutrição enteral e parenteral?

Quando sentimos problemas em nos alimentarmos ou


temos dificuldades que afetam a correta nutrição é
necessário recorrer a alguns tratamentos.

Ou ainda quando uma pessoa está acometida de


câncer ou outra doença, isso cria um obstáculo para
ter uma boa alimentação e uma dieta saudável.

Assim sendo, é nesse momento que a nutrição enteral


e parenteral pode ajudar.
O que é nutrição enteral?
é um tipo de alimentação que usa o
trato gastrointestinal de uma pessoa
(intestino), sem precisar usar a boca e
sem a necessidade de engolir.

Também pode ser chamado de


alimentação por sonda.”
O que é nutrição parenteral?
A nutrição parenteral é um tipo de
alimentação que é colocada através de uma
veia e vai direto para o sangue.

Às vezes, as pessoas precisam de nutrição


parenteral total (NPT) para ajudar a suprir
suas necessidades nutricionais durante o
tratamento.

Com isso, o paciente consegue obter 100%


de nutrição que precisa diariamente por meio
da veia.
Como age cada tipo de alimentação?

Todos nós recebemos, diariamente, energia e bons


nutrientes que o corpo exige e precisa por meio de uma
dieta e alimentação balanceadas.

Todavia, algumas pessoas apresentam dificuldades por


razões médicas de se alimentarem assim.

Então, a nutrição enteral e parenteral age para evitar a


desnutrição quando há esse obstáculo de comer por vias
normais.

Logo, o fornecimento de energia e nutrientes são feitas


pelo gastrointestinal (enteral) ou pelas veias (parenteral)
Para tanto, por exemplo, a nutrição enteral
envolve tubos orais ou nasais que descem
para o intestino ou estômago pelo nariz ou
pela boca.

Além disso, outros exemplos são os tubos de


gastrostomia e jejunostomia (tubos G e tubos
J), que são inseridos clinicamente no
estômago ou parte do intestino delgado,
respectivamente.

E isso permite que os alimentos sejam


administrados por lá.
Já a nutrição parenteral em que um paciente
está submetido, ele recebe os nutrientes e toda
a sua energia de que necessita por meio de uma
linha intravenosa (IV).

Sendo assim, cada nutriente entra pelas veias e


chegam até os vasos sanguíneos para todo o
corpo.
Nutrição Enteral

 Nutrição líquida processada pelo gastrointestinal;

 Consomem a sua refeição por meio de um tubo


que se conecta ao intestino delgado ou ao
estômago;

 Pode ser responsável por uma nutrição


suplementar ou por toda a ingestão calórica do
paciente.
Nutrição Parenteral

 Nutrição líquida processada pelas veias


(linha intravenosa tradicional ou central
colocada cirurgicamente);

 Pode ser mais arriscada que a enteral,


porém, resulta em melhor energia e saúde;

 Geralmente, essa alternativa é fornecida


em pacientes que se recuperaram de uma
cirurgia ou de outros procedimentos
médicos mais complexos.
A nutrição enteral é menos cara, apresenta menos
complicações e mais fácil para o corpo. Também permite
que os nutrientes sejam consumidos mais eficientemente.

Além disso, é um incentivo melhor ao processo natural para


que o corpo seja curado e, com isso, estimula o fluxo
sanguíneo intestinal.

Já a nutrição parenteral executa o mesmo objetivo da


enteral: ajuda a prevenir a desnutrição. Logo, gerencia
carboidratos, açúcares, lipídios, proteínas e demais
nutrientes mediante uma agulha e na veia.

Então, desse jeito, garante que o paciente receba uma boa


hidratação e energia que necessita para prosperar.

Você também pode gostar