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NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Nutrição
oferece bases para se saber quais as vantagens da presença de determinados
nutrientes nos alimentos e seus efeitos e interações sobre o organismo.

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Atualmente, o estudo da nutrição abrange campos mais diversificados,
como as mais diversas áreas da saúde, bromatologia, engenharia de alimentos
e biotecnologia.

Conceitos básicos de nutrição

Nutrólogo ou nutrologista: cabe a prescrição do regime especialmente em casos de


indivíduos enfermos.
Nutricionista: compete executar o regime prescrito e acompanhar a aceitação ou não
dos alimentos, e o rendimento desse regime.

Tecnólogo de alimentos: garantir o melhor produto alimentício através da melhor


escolha das matérias-primas, seus métodos de processamento, embalagens e
meio de armazenamento.

O LUCRO do produto pode vir não só da economia no processamento,


mas também da melhor qualidade do produto que leva à preferência do
consumidor, pois um processamento adequado deve incluir:

1. Aproveitamento de matérias-primas com melhor rendimento de nutrientes;


2. Apresentação de caracteres organolépticos mais atrativos;
3. Menores perdas nutritivas no processo.

Alimentação normal: é aquela que favorece a “perpetuação através de várias


gerações, dos caracteres biológicos do indivíduo e da espécie, proporcionando
crescimento, aumento e manutenção do peso e estatura, assim como aptidão
para suas atividades de trabalho e boa disposição espiritual”.

NÃO é igual para todos indivíduos, variando de forma dinâmica conforme


as exigências de seus estados orgânicos (idade, estados fisiológicos
específicos).

A ALIMENTAÇÃO vai desde a escolha do alimento até a absorção deste nas


vilosidades intestinais.

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Definição de nutrição

“É a resultante de um conjunto de funções harmônicas e solidárias entre


si, que têm por finalidade manter a composição e integridade normal da matéria
e assegurar a vida”. (Pedro Escudero).

“É a ciência que se ocupa dos alimentos, dos nutrientes e outras


substâncias que eles contém, sua ação, interação e balanço em relação com a
saúde e enfermidade; assim como os processos por meio dos quais o organismo
ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta, as substâncias alimentícias”.
(Conselho de Alimentos e Nutrição da Associação Médica NorteAmericana).

A nutrição envolve vários tempos e etapas que ocorrem fora e dentro do


organismo, isto é, antes da entrada do alimento no organismo e no meio interno,
onde ele é metabolizado e excretado.

Diferença entre alimentação e nutrição

Alimentação: é a ação de receber ou proporcionar alimentos. É a parte mais


voluntária da nutrição, vai desde a escolha do alimento até a absorção deste nas
vilosidades intestinais.

Nutrição: envolve vários tempos e etapas que ocorrem fora e dentro do


organismo, isto é, antes da entrada do alimento no organismo e no meio interno,
onde ele é digerido, absorvido, metabolizado e excretado.

A alimentação tem por finalidade

1. Aporte de energia potencial;

2. Aporte de energia para processos de crescimento, da manutenção e para as


necessidades próprias de estados e patológicos e fisiológicos;

3. Aporte de água e eletrólitos necessários à regulação homeostática ao meio interno,


expressa pelas constantes físico-químicas, de concentração e de hidratação.

Alimentos

Constituem a matéria-prima para a renovação orgânica. Sua importância


decorre da qualidade e quantidade de nutrientes.
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São substâncias que introduzidas no organismo (por via oral, enteral ou
parenteral) preenchem uma função de nutrição. Estão constituídos de nutrientes.

São matérias sólidas e líquidas que levadas ao trato digestivo são


utilizadas para manter e formar os tecidos, regular processos corporais e fornecer
calor, dessa maneira mantendo a vida.
Nutrientes (Escudero): são substâncias cuja ausência no regime ou
diminuição abaixo do limite mínimo, produzem ao fim de certo tempo,
enfermidade carencial.

Os alimentos são constituídos por vários componentes orgânicos e


inorgânicos denominados nutrientes, tais como:

▪ Proteínas;
▪ Lipídios;
▪ Carboidratos;
▪ Vitaminas;
▪ Minerais;
▪ Água;
▪ Oxigênio.

O valor do nutriente: desempenho e ausência.

Os alimentos são encontrados na natureza e têm origem animal ou


vegetal. Alguns podem ser consumidos em sua forma natural, como a laranja ou
maçã, por exemplo; outros, precisam passar por processos de cocção (assados,
fritos, cozidos, grelhados ou sob vapor) para serem consumidos e melhor
aproveitados, como a carne, arroz e milho.

No caso dos industrializados, que passam pelos mais diversos


processos, são acrescentadas várias substâncias que podem ser prejudiciais à
saúde, como corantes, conservantes, sal e açúcar em excesso, dentre outras.
Ressalte-se que, para atender a situações específicas de saúde, os alimentos
podem ser modificados como “diet” e “light”.

Orgânicos: proteínas, lipídios, fibras, carboidratos e vitaminas.

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Inorgânicos: água e minerais.

Os nutrientes exercem no organismo funções

Função energética ou calórica: assegura ao organismo a temperatura suficiente


para a manutenção do calor e produção de energia necessária para as funções
do organismo em atividade e em repouso.
Função plástica ou reparadora: mantém os processos orgânicos de crescimento,
desenvolvimento e de reparação dos tecidos.

Função reguladora: favorece e acelera as reações e atividades biológicas.

Outras classificações importantes a se saber para os nutrientes são:

Nutrientes essenciais: são aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo,
portanto devem ser obtidos da alimentação. São eles:

▪ Ácidos graxos linoléico e linolênico;


▪ Vitaminas e minerais;
▪ Alguns aminoácidos (metionina, lisina, valina, isoleucina, leucina, triptofano,
fenilalanina, treonina e histidina).

Com a finalidade de indicar, de forma prática, uma alimentação


Macronutrientes: compreendem os carboidratos, proteínas e gorduras, que são
ingeridos em grandes quantidades, precisam ser quebrados em unidades
menores para serem absorvidos, e fornecem energia ao organismo.

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Micronutrientes: são as vitaminas e minerais, não fornecem energia para o nosso
organismo e são necessários em pequenas quantidades.

Grupos básicos de alimentos

desejável do ponto de vista de seu conteúdo de nutrientes, convencionou-se


repartir os alimentos em grupos básicos, nos quais predominam glícidios,
proteínas, lipídios ou vitaminas e minerais.
Se formos agora dividir os alimentos, baseados nos nutrientes neles contidos,
levando em consideração as suas funções nos organismos, teriamos:

Construtores:

▪ Origem animal: carne, leite, ovos e derivados; Origem vegetal: leguminosas e

c/Lereais. Energéticos:

▪ Cereais e subprodutos;
▪ Leguminosas e subprodutos;
▪ Açúcares;
▪ Vegetais feculantes (mandioca, batata, etc);
▪ Carnes e subprodutos; Ovos e leite (subprodutos); Gorduras (animal e
vegetal).

Reguladores:

▪ Frutas;
▪ Hortaliças.

As leis da alimentação

O que são e quais são as leis da alimentação?

As leis da alimentação são normas fixas estabelecidas por Pedro Escudero,


que dizem o que se segue:

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1a Lei: da quantidade

A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências


energéticas do organismo e manter em equilíbrio seu balanço, de forma a
permitir a pessoa o cumprimento de suas atividades e a manutenção da
temperatura constante do orgarnismo;

2a Lei: da qualidade
O regime alimentar deve ser completo em sua composição, para oferecer ao
organismo todas as substâncias que o integram. O regime alimentar completo
inclui todos os nutrientes;

3a Lei: da harmonia

As quantidades dos diversos nutrientes devem guardar uma proporção entre


si, como por exemplo, cálcio/fósforo: 0,65 paraadultos, e 1,0 para crianças e
gestantes. No caso de patologias esta lei pode ser quebrada;

4a Lei: da adequação

▪ Deve ser adequada ao indivíduo levando-se em consideração os fatores que


interferem nos cálculos de uma dieta: peso, estatura, clima, idade, estado
fisiológico, disponibilidade do alimento, poder aquisitivo.

Qual a distribuição dos macronutrientes mais indicada para se obter uma alimentação
adequada?

Das calorias que um adulto saudável necessita, elas devem estar distribuídas
da seguinte maneira:

▪ 50 a 60% devem vir dos carboidratos (340g/dia);

▪ 25 a 30% devem vir dos lipídios (50 a 70g/dia);

▪ 10 a 15% devem vir das proteínas (60 a 70g/dia); 340g por dia (1g de

carboidrato fornece 4kcal).

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▪ 50 a 70g por dia (1g de gordura fornece 9kcal);

▪ 60 a 70g por dia (1g de proteína fornece 4kcal);

▪ 1g de etanol por dia fornece 7kcal;

▪ Vitaminas, sais minerais, fibras e água não têm calorias.


Uma das maiores contribuições para o desenvolvimento dos princípios
da nutrição foi feita por Pedro Escudero, médico argentino, que, em 1937,
introduziu o estudo da alimentação e da nutrição nas escolas de medicina de seu
país, como uma nova visão da clínica médica.

Com essa inovação, Escudero pôde divulgar as Leis da Alimentação, por


ele estabelecido, aos profissionais que coordenavam as equipes de saúde, e
romper com o empirismo que até então cercava o tema da alimentação.

Princípios básicos – nutrição

Caloria: é quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 mL de


água, de uma temperatura padrão inicial, em 1°C;

Quilocaloria: são 1.000 calorias. Porém, na maioria das vezes as informações


nutricionais presentes em rótulos de embalagem simplificam tal termo para
apenas “caloria”, o que gera uma certa confusão;

Joule: medida de energia em termos de trabalho mecânico. Uma quilocaloria é igual


a 4.184 joules;

Gasto de energia basal: é a quantidade de energia utilizada em 24 horas por uma


pessoa completamente em repouso, 12 horas após uma refeição, em
temperatura e ambiente confortáveis;

Gasto de energia no repouso: é a quantidade de energia utilizada em 24 horas quando


em repouso, três a quatro horas após uma refeição;

Gasto de energia total: é a somatória do gasto de energia em repouso, energia gasta


em atividades físicas e o efeito térmico dos alimentos, em 24 horas.
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O que significa pirâmide dos alimentos?

Para melhor compreensão por parte da população, em 1992 o


Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of
Agriculture – USDA) adotou a pirâmide alimentar como uma forma gráfica de
distribuição dos alimentos.
Cada país adotou a construção de sua própria pirâmide, para adequando
a qauntidade e qualidade dos alimentos a serem ingeridos, às necessidades de
sua população.

Figura 1 – Pirâmide alimentar adaptada à realidade brasileira.

▪ Base da pirâmde: rico em carboidratos, cereais, tubérculos e raízes;


▪ Segundo nível: ricos em fibras, minerais, água. Hortaliças e frutas;
▪ Terceiro nível: alimentos ricos em proteínas;
▪ Quarto nível: alimentos ricos em gorduras e açúcares.

Comparação de tabelas

Entre a Americana e a Brasileira:

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Na Americana sugere 6 a 11 porções do grupo da base (alimentos ricos em
carboidratos), na Brasileira é 5 a 9. Uma porção de carboidratos refere-se a:

▪ Um pão francês;
▪ Duas fatias de pão de forma;
▪ Quatro bolachas;
▪ Meia xícara de cereais ou arroz.

No segundo nível houve um aumento do numero de porções na pirâmide


brasileira.

▪ Americana: 3 a 5 hortaliças; 2 a 4 frutas;


▪ Brasileira: 4 a 5 hortaliças; 3 a 5 frutas;
▪ Uma porção: uma maçã, banana ou laranja.

No terceiro nível: difere, pois na americana só separou leite de


carne/ovo/vegetais ricos em proteína. Na brasileira esta separada de acordo com
as qualidades protéicas, levando em consideração os hábitos alimentares.

▪ Americana: 2 subgrupos ( 2 a 3 porções de cada grupo);


▪ Brasileira: 3 subgrupos: leite e derivados (3 porções); carnes e ovos (1 a 2
porções), leguminosas (1 porção: meia xícara de feijão).

Topo da pirâmide:

Americana: uso mínimo;

▪ Brasileira: 1 a 2 porções de óleo e gorduras; 1 a 2 porções de açúcares e doces.

Nutrição preventiva: uma ciência em evolução

A controvérsia e parte integrante da ciência nutricional. E a nutrição


preventiva não escapa a essa regra. Nas últimas décadas, recomendou-se no
mundo todo a redução da ingestão de gorduras e o aumento simultâneo da
ingestão de carboidratos.

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A fundamentação dessa idéia estava na observação de que, em nações
ocidentais industrializadas, dietas com alto teor de gordura pareciam estar
relacionadas a uma elevada incidência de doenças coronarianas.

Embora muitos detalhes dos efeitos dos vários ácidos graxos fossem
conhecidos desde a década de 1960, a mensagem tinha sido simplificada para
“Gordura faz mal”.
Supôs-se que a redução geral da ingestão de gorduras levaria
automaticamente à redução da carga de ácidos graxos saturados.

Por isso, dietas de baixo teor de gordura transformaram-se no padrão


desejável. A indústria alimentícia adotou essa idéia com satisfação, em especial
nos EUA, onde produtos com baixo teor de gordura conquistaram uma grande
fatia do mercado.

Repetidas vezes, foram publicados alertas sobre a arbitrariedade da


estratégia de cortar as gorduras, mas esses não foram ouvidos.

Pouco depois, passadas umas três décadas, alguns cientistas afirmaram


que a alta ingestão de carboidratos, ou melhor, a ingestão de alimentos com alto
índice glicêmico, era à base de muitas doenças degenerativas.

Em 1972, o médico norte americano R. C. Atkins propôs uma revolução


nutricional, recomendando o consumo de mais gorduras e menos carboidratos.
A recente publicação de uma nova pirâmide alimentar, elaborada por cientistas
de Harvard (A), confirma essa teoria.

Embora fosse preciso incluir cereais em todas as refeições, todos os


alimentos com alto índice glicêmico, tais como pão branco, batatas cozidas, arroz
industrializado, macarrão e doces, foram banidos para os níveis mais altos da
pirâmide.

As autoridades governamentais ainda não adotaram essas concepções


(B). Suas recomendações continuam a considerar que o principal problema e a
alta ingestão geral de gorduras, e os carboidratos permanecem na base da
pirâmide.

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Não se faz distinção entre alimentos com cargas glicêmicas altas e
baixas. Resta saber se as recomendações oficiais no campo da nutrição
preventiva vão mudar a partir dessas descobertas mais recentes.

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Nutrição preventiva: a dieta do mediterrâneo

A nutrição recomendada oficialmente deve ser considerada como


preventiva, apesar, por exemplo, de discussões recentes sobre as vitaminas
antioxidantes.

Os dados nutricionais derivados de pesquisas científicas fornecem


fundamentos importantes para o planejamento da alimentação institucional (em
hospitais, clínicas, etc.), mas são muito abstratos para o consumidor típico, que
necessita de indicações facilitadas.

Traduzidas para a vida prática e comparada com as ingestões


registradas no dia-a-dia, as recomendações da nutrição preventiva podem ser
resumidas em:

▪ Aumentar o consumo de cereais integrais;


▪ Frutas, legumes e verduras;
▪ Usar mais produtos de origem vegetal do que animal;
▪ Reduzir a ingestão de alimentos fritos e refinados, em especial os açúcares
simples.

A popularidade de dietas estrangeiras ensina que conselhos alimentares são


mais bem aceitos quando acompanhados da imagem de um “estilo de vida”, como a
fornecida, por exemplo, pela Dieta do Mediterrâneo (A).

Os padrões de consumo alimentar da região do Mediterrâneo, com alta


porcentagem e variedade de legumes e verduras, cereais, óleos vegetais (azeite
de oliva, em particular), peixe e pequenas porções de gorduras e carne animal,
coincidem amplamente com a concepção atual de uma dieta preventiva.

Ainda na década de 1950, o “Estudo de Sete Países” revelou que,


comparados com o Norte da Europa e os EUA, os países do Mediterrâneo
apresentavam índices muito baixos de doenças cardíacas.

As pessoas cujos dados foram coletados nos anos 1950 e 1960


continuam sendo acompanhadas no contexto desse estudo. Mostrou-se também
que, nessa região, a quantidade de ácidos graxos saturados consumida aumenta
à medida que a saúde melhora, o que resulta na diminuição das propriedades
preventivas da dieta.

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Em princípio, a alimentação do Mediterrâneo pode ser transferida quase
completamente para as nações industrializadas do Ocidente, pois há grande
variedade de alimentos disponíveis. A maior ingestão de ácidos graxos n-3 e
monoinsaturados (azeite de oliva) pode ser alcançada, em parte, pelo consumo
de óleo de colza (canola), que contém ambos os componentes.

Alimentação Saudável – Carboidratos, Proteínas e Lipídios

Entre os praticantes de atividade física ou esportistas de qualquer modalidade, é cada


vez mais comum experimentar os mais variados tipos de dietas da moda,
suplementos sem prescrição adequada e fórmulas ditas mágicas na intenção de
ganho de massa muscular, emagrecimento ou para melhorar a performance.
Entretanto, essas atitudes não respondem às expectativas: pioram o desempenho no
treino, geram desequilíbrios nutricionais, deficiência em algumas vitaminas e minerais
do corpo como a anemia e enfraquecem o corpo.
Nessa hora os Nutricionistas, junto aos demais profissionais de saúde, otimizam
resultados, ao aliar ao treinamento certo uma alimentação saudável e, quando
necessário, acrescentando suplementos na dose e horário certos para cada um. A
alimentação saudável para o esportista inclui uma variedade de nutrientes em
quantidades e horários adaptados ao tipo de treinamento individual. Isso significa que
dietas que limitam o consumo de um tipo de nutriente não contribuem para um bom
rendimento e desempenho. Devemos entender como equilíbrio necessário para uma
alimentação saudável a presença de alimentos de todos os grupos de nutrientes:
CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS, LIPÍDIOS, VITAMINAS E MINERAIS, podendo
incluir dois grupos igualmente importantes: FIBRAS ALIMENTARES E ÁGUA.

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Os CARBOIDRATOS, presentes em alimentos como as frutas, arroz, massas, batata,
mandioca e pães, devem estar em maior freqüência na alimentação, afinal, são eles
que fornecem energia e participam ativamente na recuperação dos músculos após o
treino. Uma sugestão é optar pelos cereais integrais.
As PROTEÍNAS são provenientes de carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados e
também de fontes vegetais como amaranto, feijões, soja e quinua. Importante na
construção e reparação dos músculos, entretanto, a necessidade diária desse
nutriente é menor que a de carboidratos.
Os LIPÍDIOS são popularmente classificados em ‘gordura boa’ (gorduras
monoinsaturadas e ácidos graxos essenciais como ômega 3 e 6) e ‘gordura ruim’
(gordura saturada, gordura hidrogenada e gordura trans) sendo algumas fontes de
‘gordura boa’: o azeite, abacate, peixes, sementes e oleaginosas como castanhas e
fontes de ‘gordura ruim’: a manteiga/margarina, frituras, carnes gordas e doces
cremosos como sorvete. Os lipídios são essenciais no organismo e metabolismo, na
formação de hormônios, além de colaborar com o fornecimento de energia para o
exercício e recuperação. Uma sugestão é evitar o consumo das fontes de ‘gordura
ruim’ no dia a dia.
As pessoas que praticam atividade física ficam tão preocupadas com a ingestão de
proteínas, carboidratos e lipídios que se esquecem de outros componentes
essenciais para um bom desempenho, são eles: VITAMINAS, MINERAIS, FIBRAS e
ÁGUA.

Obesidade:

A prevalência da obesidade está assumindo proporções alarmantes de epidemia. No


entanto provavelmente as condições genéticas dos indivíduos são as mesmas de
alguns anos atrás, então outros são os fatores determinantes.

Enfatiza-se que cada indivíduo deve se conscientizar na maneira de agir. Os fatores


de riscos de doenças degenerativas como as cardiovasculares estão aumentando
vertiginosamente a sua prevalência e, pelos estudos epidemiológicos, este fato está
associado aos hábitos de vida mais sedentária e a uma alimentação muito pouco
saudável. A par disto, a obesidade progride alcançando características de epidemia
em muitos países e aqui entre nós de forma alarmante.

Cada vez mais, os indivíduos apresentam diabetes do tipo II, diabetes na idade da
maturidade, hipercolesterolemia e cânceres de estômago, de mamas, de próstata, de
cólon. Entretanto, os grandes avanços técnico-científicos melhorando as
condições de vida estão convergindo para que mais indivíduos alcancem a velhice,
mas também aumentem os desafios para fazê-lo com
saúde.

Não obstante, a maior parte das pessoas ainda hesita em aceitar que os riscos
inerentes de cada indivíduo devido a fatores da herança genética ou por agressões
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do meio ambiente e de hábitos de pouca atividade física, aliados a uma alimentação
desequilibrada interfiram predispondo-os a enfermidades do tipo degenerativo.

Para enfrentar estas condições adversas é preciso dispor de defesas do próprio


organismo, as quais nem sempre são suficientes.

Obesidade infantil e redução de estômago –

Nunca se falou tanto em obesidade infantil. Com razão, esse problema já é


considerado uma epidemia global pela organização mundial da saúde. No mundo,
de cada dez crianças, uma está acima do peso! No Brasil, respeitando algumas
diferenças regionais, temos mais obesos que desnutridos. Em Santos (SP), uma
pesquisa estudou crianças de escolas da rede pública e privada e constatou que
33% delas estavam acima do peso saudável.

Esse fato merece a atenção das autoridades de saúde, pois crianças que estão com
sobrepeso ou obesas apresentam riscos importantes para a sua saúde atual e futura.
Apnéia do sono, hipertensão, resistência à insulina e alteração nas gorduras do
sangue são apenas alguns exemplos, não esquecendo do terrível sofrimento
emocional que os jovens obesos encontram numa sociedade cada vez mais exigente
com a boa forma e aparência.

Estudos longitudinais, que acompanharam crianças desde os primeiros anos de vida


até completarem 70 anos ou mais, mostraram que aquelas que eram obesas tiveram
mais que o dobro de doenças cardiovasculares ao longo da vida, quando
comparadas com aquelas que tinham um peso adequado. Esse fato, por si só,
justifica que hoje, quando estamos diante de uma criança com obesidade, temos a
obrigação de melhorar seu peso, para prevenir problemas graves na vida futura.

A grande questão é: como fazer isso de uma forma segura, eficiente e saudável?
Existem duas grandes diferenças entre um obeso adulto e pediátrico. As crianças
estão em fase de crescimento e não são responsáveis pelo seu estilo de vida.

Assim, qualquer proposta séria para essa população tem que respeitar essas
características. É com grande preocupação que vemos um aumento da indicação de
cirurgia bariátrica para crianças. O grande argumento é que elas já tentaram de tudo,
nada funcionou e que se nada fosse tentado elas acabariam morrendo. Talvez aqui
tenhamos apenas uma parte da verdade!

Um tratamento padrão e eficaz para obesidade infantil implica em modificar os


hábitos da criança e de toda a família. Reeducação alimentar, atividade física e
mudanças comportamentais, dentro de um ambiente positivo, de acolhimento,
compreensão e cumplicidade entre todas, costuma trazer excelentes resultados.
Além da família, a escola também tem um papel vital na prevenção e manejo da
obesidade. A criança passa ali boa parte do dia, faz pelo menos uma refeição, tem
ótimas oportunidades de aprender sobre estilo de vida saudável e gastar energia.

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Será que operar o estômago de uma criança obesa, não é tentar resolver numa sala
de cirurgia o que não conseguimos solucionar na sala de jantar ou na sala de aula?
Como especialistas em obesidade infantil, somos os primeiros a reconhecer que
estamos diante de uma doença grave, de difícil manejo e que a prevenção ainda é a
melhor proposta.

Reconhecemos ainda que a cirurgia da obesidade é um recurso terapêutico válido e


excelente para obesos adultos, graves, com indicação correta e principalmente
quando efetuada por centros experientes, com acompanhamento multiprofissional
no pré e no pós-operatório.

A questão aqui é esgotar todos os recursos científicos reconhecidos antes de operar


uma criança, que vai passar os próximos 50 ou 60 anos com seu aparelho digestivo
gravemente modificado, sem que se conheça essas conseqüências a longo prazo,
tanto do ponto de vista físico como emocional. É próprio do ser humano buscar uma
saída fácil, quase mágica para seus problemas. Com a obesidade não é diferente.

Estamos convencidos de que com uma real participação da família, com uma escola
preocupada em ser um ambiente saudável e com um tratamento multidisciplinar,
composto por especialistas em nutrição infantil, psicólogos, profissionais da
atividade física, lançando mão dos recursos médicos mais modernos, podemos
controlar essa grave patologia, evitando, assim, uma intervenção cirúrgica, que deixa
de ser um ato médico, para ser uma atitude desesperada.

Micronutrientes
São nutrientes necessários para a manutenção do organismo, embora sejam
requeridos em pequenas quantidades, de miligramas a microgramas. Fazem parte
deste grupo as vitaminas e os minerais. São nutrientes essenciais e devem estar
presentes na alimentação diariamente. O déficit pode provocar doenças ou
disfunções e o excesso, intoxicações. Por isso, a dieta deve ser sempre equilibrada
e variada.
Vitaminas

São compostos orgânicos, que não podem ser sintetizados pelo


organismo. Encontram-se em pequenas quantidades na maioria dos
alimentos. São essenciais para o bom funcionamento de processos
fisiológicos do corpo. São substâncias extremamente frágeis,
podendo ser destruídas pelo calor, ácidos, luz e certos metais. Suas
principais propriedades envolvem dois mecanismos importantes: o
de coenzima (substância necessária para o funcionamento de certas enzimas que
catalisam reações no organismo) e o de antioxidante (substâncias que neutralizam
radicais livres).
Hipovitaminose: Carência parcial de vitaminas. Avitaminose: Carência extrema ou
total de vitaminais. Hipervitaminose: Excesso de ingestão de vitaminas. Pró-
vitaminas: Substâncias a partir das quais, o organismo é capaz de sintetizar

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vitaminas. Ex: carotenos (pró-vitamina A) e esteróis (pró-vitamina D). Complexo
vitamínico: Conjunto de diversas vitaminas.

Classificação:
Vitaminas lipossolúveis: São as vitaminas A, D, E e K, solúveis em gorduras. São
encontradas em alimentos essencialmente lipídicos. Necessitam da bile para sua
absorção e são transportadas via circulação linfática. Podem ser armazenadas e
suas funções são geralmente estruturais.
Vitaminas hidrossolúveis: São as vitaminas solúveis em água. Fazendo parte deste
grupo as vitaminas do complexo B e a vitamina C. Apresentam menos problemas de
absorção e transporte. São conduzidas via circulação sistêmica e excretadas pelas
vias urinárias. Não podem ser armazenadas, exceto no sentido geral de saturação
tecidual. As vitaminas do complexo B funcionam principalmente como coenzimas no
metabolismo celular. Já a vitamina C é um agente estrutural vital e antioxidante.
Vitaminas Lipossolúveis:

Vitamina A:
Pode ser encontrada na forma de retinol (pré-formada), que é a sua forma natural.
Sendo encontrada apenas em alimentos de origem animal e usualmente associada
ás gorduras. Ou na forma de beta-caroteno (pró-vitamina A). É o precursor da
vitamina A, encontrado nos alimentos de origem vegetal.

Funções: Crescimento e desenvolvimento dos tecidos, capacidade antioxidante,


funções reprodutivas, integridade dos epitélios e importante para a visão.
Carência: Queratinização das membranas de mucosas que revestem o trato
respiratório, tubo digestivo e trato urinário. Queratinização da pele e do epitélio do
olho. Alterações na pele, insônia, acne, pele seca com descamações, diminuição do
paladar e apetite, cegueira noturna, úlceras na córnea, perda de apetite, inibição do
crescimento, fadiga, anormalidades ósseas, perda de peso nos últimos 3 meses e
aumenta a incidência de infecções.
Excesso: Dores nas articulações, afinamento de ossos longos, perda de cabelo e
icterícia.
Fontes alimentares: Disponível em retinol no fígado, rim, nata, manteiga, leite
integral, gema de ovo, queijo e peixes oleosos. Fontes de carotenos presentes na
cenoura,, abobrinha, moranga, batata doce, manga, melão, mamão, pimentão
vermelho, brócolis, vegetais verdes folhosos, agrião, espinafre e etc.
Necessidades diárias: 900µg RAE para homens e 700µg RAE para mulheres.

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Vitamina D:
É um pré-hormônio do tipo de esterol e sua base precursora na pele humana é o
lipídeo 7-deidrocolesterol. É fabricada principalmente quando há exposição do corpo
ao sol.
Funções: Fundamental para a absorção de cálcio e fósforo.
Ajuda no crescimento, resistência dos ossos, dos dentes,
dos músculos e dos nervos. Carência: Formação anormal
dos ossos. Raquitismo e osteomalácia.
Excesso: Hipercalemia, dor óssea, enfraquecimento e
falhas no desenvolvimento e depósito de cálcio no tecido
renal. Fontes alimentares: Leite e derivados, margarinas enriquecidas, peixes
gordos, ovos, levedo de cerveja e etc.
Necessidades diárias: 5 a 10mcg para homens e mulheres.

Vitamina E:
É conhecida com tocoferol. É um óleo amarelo, estável em
ácidos e no calor, insolúvel em água. Oxida muito
lentamente, o que lhe dá um papel importante antioxidante.
Funções: Antioxidante.
Carência: Anemia hemolítica, distúrbios neurológicos, neuropatia periférica e miopatia
esquelética.
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. Fontes alimentares: Óleos vegetais
(milho, oliva e algodão), nozes, amêndoa, avelã, gérmen de trigo, abacate, aveia,
batata doce, vegetais verdes e frutas. Necessidades diárias: 15mg para homens e
mulheres.

Água
Solução fundamental para a vida, o meio em que todos os processos metabólicos
ocorrem, a via em que as interações acontecem, o fluxo de intercâmbio contínuo entre
os meios interno-externo. Os eletrólitos conduzem a integração, a comunicação e a
solidariedade necessárias para que a harmonia se faça e seja distribuída por todo o
ser vivo.
A quantidade de água existente no organismo humano é mantida constante mesmo
durante longos períodos da vida. Para isso, é necessário que haja um equilíbrio entre
disponibilidade de água e nutrientes adequados na alimentação diária.
Distribuição da água no organismo humano:
A água constitui 70% do peso corporal
50% no LIC (líquido intra celular)
20% no LEC (líquido extra celular)

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O LEC se distribui no interior dos vasos, no espaço intersticial, entre as
células ou constituindo os líquidos transcelulares como líquor, líquidos
sinovial, das serosas, sêmem, humor aquoso, água óssea inacessível,
saliva, suco pancreático, bile, sucos intestinais e urina. O ser humano
possui de 70 a 80 ml/kg de peso de sangue, sendo que 1300 a 1800 ml/ m2 de
plasma.
O LIT está inteiramente nos vasos linfáticos e junto com o tecido linfóide.
A água ingerida é rapidamente absorvida. É de alta digestibilidade. Após 20 minutos
de sua ingestão já se encontra no intestino.
As crianças possuem mais água corpórea do que os adultos, cerca de 80%, e o recém
nascido pode chegar a ter mais água ainda. Nos jovens, o grande metabolismo
energético requer também mais água para eliminar os resíduos hidrossolúveis para o
exterior através do rim. O débito urinário mínimo de um adulto de 70 kg é de 500 ml,
enquanto de uma criança de 7 kg é de aproximadamente 100 ml.
O organismo das crianças é mais vulnerável às variações da água, por isso elas são
mais suscetíveis às circunstâncias que levam a desidratação, como diarréia, vômito
ou privação da ingestão de líquidos. Pessoas obesas podem ter tão pouco quanto 25
a 30% de seu peso corpóreo em água. A margem de segurança com relação às
perdas de água não são, portanto expressivas. O uso de diuréticos para provocar
perda de peso reduz ainda mais a quantidade de água, colocando a pessoa em risco
de vida.
A gordura corpórea é nas pessoas sadias a principal variável que influência o volume
de sangue. Os magros apresentam relativamente mais sangue por quilograma de
peso do que o obeso. Os idosos também possuem menor quantidade de água que
os jovens, chegam a ter 40 a 50% de água em seu peso corpóreo.
Os idosos tendem a perder para o exterior soluções isotônicas além de ingerirem
menor quantidade de líquidos, isso exige do organismo, para preservação da
concentração iônica normal, remoção adicional de eletrólitos em relação à água.

Funções da água
1) A água é fundamental para a manutenção da homeostasia. O LIC oferece o meio
na qual ocorrem os processos metabólicos celulares.
2) O LIV transporta gases, alimentos, produtos do metabolismo celular.
3) Os LTC lubrificam vários tecidos como articulações possibilitando menor atrito nos
seus movimentos, as membranas serosas (pleura, peritônio, pericárdio) e são
importantes nos processos digestivos, respiratórios e excretórios como soluções
fundamentais para suas funções cerca de 8 litros de LIC são necessários para o
processo digestivo. São excretados diariamente para o trato grastrointestinal,
exercem sua função e então são reabsorvidos.

21
4) A água é também fundamental para a manutenção da temperatura corporal. A
dinâmica dos líquidos corpóreos depende do metabolismo celular e da produção
de calor. A perda desse calor é feita pela evaporação, condução, convecção,
irradiação. A evaporação é o principal método usado para eliminar calor. A perda
de água insensível (não-perceptível), pela pele, chega a ser de 600ml por dia. A
perda sensível, pela sudorese, varia com a temperatura e umidade relativas do ar
ambiente. Grande quantidade de LTC é perdida quando a temperatura ambiente é
igual ou superior a 32ºC.
5) A perda de calor também é feita pela expiração. O gás expirado é umidificado pelo
vapor de água, a transformação em líquido para vapor consome energia que é
levada ao exterior. Dessa maneira, o organismo reduz o calor de seu meio interno.
O ser humano é capaz de reduzir muito sua perda de água nas situações em que
não consegue ingeri-la, entretanto, continua eliminando-a, obrigatoriamente, entre
500 a 600 ml pela diurese e de 800 a 1000ml pela perspiração insensível (pele e
pulmões). A redução entre 4 a 5% da água corpórea reduz de 20 a 30% a
capacidade de trabalho dos órgãos e sistemas. O limite de privação de água é em
torno de 2 a 3 dias.

Fontes
Líquidos em geral (água com gás ou sem gás, bebidas dietéticas, bebidas
gaseificadas, chás, leite, sucos, café e chimarrão).
Fontes nos alimentos sólidos:

95 a 99% de água: gelatina, bergamota, laranja, repolho chinês, aipo, pepino, chuchu,
alface e abobrinha.
90 a 94% de água: morango, brócolis e tomate.
80 a 89% de água: clara de ovo, queijo cottage, maçã e cenoura. 60 a
79% de água: maionese de baixa caloria, pudim instantâneo, banana,
camarão, bife magro, costela de porco e batata assada.
40 a 59% de água: salsicha, frango, macarrão e queijo.
20 a 39% de água: pão, bolo, queijo cheddar e mingau de aveia.
10 a 19% de água: manteiga, margarina, maionese comum e arroz cozido.
5 a 9% de água: pasta de amendoim e pipoca.
1 a 4% de água: cereais prontos para comer

Estimativa de necessidade
A necessidade de ingestão de água para adultos pode ser calculada em torno de 30
a 35mL por quilograma de peso por dia. Sendo no mínimo 1.500mL por dia ou 1 a
22
1,5mL por quilocaloria. Além disso, é importante considerar que a necessidade de
água varia de acordo com os alimentos que a pessoa ingere, com a temperatura e a
umidade do ambiente, com o nível de atividade física e outros fatores.

Termos usados na nutrição relacionados à água

Água Extracelular: é a água do plasma, linfa, líquido espinhal e secreções.


Água Intercelular (Intersticial): é a água entre e ao redor das células.
Água Intracelular: é a água contida dentro da célula.
Água Metabólica: é a água derivada do metabolismo do CH, PTN ou LIP.
Desidratação: perda Excessiva de água corpórea.
Edema: acúmulo anormal de líquido nos espaços intercelulares teciduais ou nas
cavidades corpóreas.
Intoxicação por Água: excesso de água aumetando o volume intercelular e a diluição
dos fluidos corpóreos.
Perda Insensível de Água: é a água perdida com o ar expirado pelos pulmões ou
com o suor evaporado pela pele.
Perda Sensível de Água: é a água perdida com a urina e as fezes

Dizem que somos o que comemos, mas acho mais apropriado falar que somos o que
bebemos. Nosso corpo é composto de 60% de água e, sem ela, não haveria vida.
Sem água, nenhuma reação química acontece dentro do corpo. Além de manter o
volume e a pressão do sangue, ela preenche as células, carrega nutrientes, elimina
toxinas, regula a temperatura, lubrifica as juntas e muito mais.
Quanto beber? A necessidade varia de pessoa para pessoa e até de um dia para o
outro, de acordo com a temperatura, a alimentação e o metabolismo. A ingestão
recomendada é de 2 litros por dia. Homens precisam de 20% a mais que as mulheres
porque sua superfície corporal geralmente é maior. Beber menos água do que o
necessário pode trazer uma série de problemas, separamos os 5 mais recorrentes.
Confira 5 problemas causados pela falta de água no organismo:
Pele ressecada
As rugas se acentuam e aparecem cravos e espinhas, já que as toxinas do organismo
não são eliminadas adequadamente.
Intestino preso
As fezes ficam mais secas e endurecidas, dificultando sua eliminação.
1.1.1. Tontura e desmaio
A pressão cai em decorrência da redução do volume de sangue em circulação.
1.1.2. Boca seca
As mucosas, de modo geral, tornam-se secas e mais frágeis. Ocorrem sangramentos
no nariz e os olhos ficam vermelhos. A produção de saliva também diminui.
23
1.1.3. Pedras nos rins
Não se pode afirmar que o surgimento de pedras nos rins ocorra exclusivamente
porque se bebe pouco líquido. Deve-se levar em conta a predisposição genética e a
alimentação. Mas é fato que, para prevenir crises renais, beber bastante água é
fundamental.
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Alimentação e distúrbios digestivos

por Nutricionista Marcella Lamounier - CRN1 3568

Os distúrbios digestivos são considerados um dos problemas mais comuns


na saúde. A doença do refluxo gastroesofáfico (DRGE) geralmente ocorre como
resultante do refluxo de ácido gástrico ou do conteúdo intestinal na área do esôfago,
podendo até causar uma inflamação denominada esofagite.
Esse quadro pode ser desencadeado pela ingestão de algum agente irritante,
infecção viral ou uso de sonda, tornando-se crônica por demora do esvaziamento
gástrico, aumento de pressão na região abdominal, vômitos recorrentes, presença

24
de hérnia de hiato, diminuição da pressão fisiológica do esfíncter esofágico inferior e
até mesmo por alterações metabólicas, neurológicas ou alérgicas.
Os sintomas mais comuns do refluxo gastroesofágico são a azia e a
regurgitação, seguidos por outros sintomas como dor, plenitude pós-prandial
(desconforto após a refeição), náusea e dificuldade de deglutir. Outro sintoma
relatado sem muita frequência é o mal estar causado pelo aumento de saliva
associado ao início da azia.
Também pode ocorrer apresentação clínica de problemas
otorrinolaringológicos associados com refluxo, os quais incluem rouquidão, tosse
crônica, pigarro, granulomas de cordas vocais, laringite e sinusite, carcinoma de
laringe, halitose (mau hálito) e dores de ouvido. Do mesmo modo, doenças
pulmonares podem aparecer, como asma, bronquite, pneumonia aspirativa e fibrose
pulmonar.
Em crianças saudáveis menores de 2 anos de idade, os episódios de refluxo
são normalmente fisiológicos e muitas vezes apresentam sintomas, sendo a
regurgitação o mais característico. Essa situação foi denominada de regurgitação
infantil, sendo diferenciada da doença do refluxo gastroesofágico. A regurgitação é
um evento frequente e que a maioria das crianças, mesmo sem tratamento
específico, fica assintomática após o primeiro ano de vida, e que poucas ainda
regurgitam durante o segundo ano.
As manifestações clínicas da doença do refluxo gastroesofágico na infância
são praticamente as mesmas dos adultos, porém aproximadamente 70 a 90% das
crianças com refluxo apresentam vômitos. Dessa forma, várias complicações têm
sido descritas devido ao refluxo, dentre elas: hemorragia digestiva, baixo ganho de
peso e falta de desenvolvimento, irritabilidade, doenças pulmonares recorrentes,
parada respiratória, síndrome de morte súbita do lactente, síndrome de Sandifer,
alterações neuropsiquiátricas e até cardiopatias congênitas.
Crianças com doença do refluxo gastroesofágico podem desenvolver
hipersensibilidade oral. A presença de regurgitações, dor, desconforto e esofagite
são um dos principais fatores associados à recusa alimentar, choro durante as
refeições, dificuldade em aceitar o cardápio proposto, rejeição de certas texturas e
consistências, e o comportamento de manter o alimento na boca cuspindo-o após
algum tempo sem tê-lo mastigado. Isso contribui para o aparecimento de prejuízos
funcionais porque é comum que sejam feitas modificações nas refeições na tentativa
de facilitar sua aceitação e consumo (alimentos mais leves e de menor consistência).
Esse tipo de adaptação não favorece o amadurecimento dos padrões normais de
alimentação, resultando em imaturidade mastigatória.
Hábitos alimentares e tipos específicos de alimentos podem ter um papel
significativo no início, tratamento e prevenção de muitos distúrbios gastrointestinais.
Em muitos casos, a dieta também pode exercer um papel na melhoria da sensação
de bem-estar e na qualidade de vida, além da redução da dor e sofrimento. Com
isso, os objetivos do cuidado nutricional são para:
1 – Prevenção da dor e da irritação – é importante evitar alimentos de pH ácido,
tais como sucos cítricos, tomate e refrigerantes, pois podem causar dor quando o

25
esôfago estiver inflamado. Uso de condimentos como a pimenta do reino causa
irritação;
2 – Prevenção do refluxo – evitar bebidas alcoólicas, café e alimentos contendo
cafeína, por aumentar a secreção gástrica. Refeições ricas em gordura, proteína e
de alta quantidade calórica reduzem a velocidade do esvaziamento do estômago e
estimulam a secreção gástrica. Alimentos gordurosos, álcool, bebidas gaseificadas
e carminativos (menta e hortelã) reduzem a pressão do esfincter esofágico inferior,
aumentando o refluxo;
3 – Redução da acidez – evitar o consumo de alimentos que aumentem a secreção
gástrica (como os alimentos citados anteriormente).
Vale ressaltar que as medidas comportamentais para se evitar o refluxo são
indicadas, como: elevação da cabeceira da cama, evitar deitar-se nas duas horas
posteriores às refeições, evitar o uso de roupas apertadas, suspensão do hábito de
fumar, além da perda de peso quando é diagnosticado obesidade.
Para orientações individualizadas agende consulta com um Nutricionista.

Dietas hospitalares
Refeições equilibradas, preparadas com alimentos de qualidade e em quantidades
adequadas às necessidades energéticas, nutricionais e fisiológicas dos indivíduos
são imprescindíveis ao bom funcionamento do organismo, sobretudo, dos pacientes
hospitalizados que, por estarem debilitados, necessitam receber alimentação
adequada para, além de evitar a desnutrição, recuperar e preservar a saúde.

E, mesmo se tratando de refeições hospitalares, que tendem a ser mais restritivas e


com consistências diferenciadas, a apresentação é um diferencial para a aceitação
por parte dos comensais. Assim, os serviços de nutrição e dietética dos hospitais têm
como grande desafio conciliar as prescrições dietéticas, as particularidades
alimentares e nutricionais dos pacientes e a produção de refeições com
características organolépticas atraentes.

1- CONSISTÊNCIAS DAS DIETAS HOSPITALARES

Entre as alterações que costumam ocorrer nas refeições destinadas aos pacientes
hospitalizados, estão aquelas de natureza física, que são caracterizadas pela
alteração na consistência da comida. As dietas podem ser classificadas como dieta
normal, geral ou livre, dieta branda, dieta pastosa, dieta líquida-pastosa, dieta líquida,
dieta líquida completa e dieta líquida restrita.

1.1- Dieta normal, geral ou livre

Neste tipo de dieta, não há qualquer restrição alimentar ou nutricional, podendo ser
empregados, na sua composição, diferentes consistências, técnicas de cocção,

26
modos de preparo e alimentos. Costumam ser ofertadas às pessoas cujas refeições
não precisem sofrer modificações dietoterápicas específicas.

1.2- Dieta branda

Etapa de transição entre a dieta pastosa e a dieta normal, a dieta branda é


caracterizada pelo abrandamento, mecânico ou por cocção, das fibras alimentares,
como celulose e tecido conjuntivo das carnes, a fim de facilitar o processo digestivo.
É indicada para pacientes com baixa dificuldade de mastigação e de deglutição, com
doenças gastrointestinais e aqueles em período pós-operatório. Os alimentos a serem
evitados são os condimentados, picantes, gordurosos, hortaliças e legumes crus,
flatulentos, alimentos duros e bebidas gaseificadas

1.3- Dieta pastosa

Transição entre a dieta líquida-pastosa e a dieta branda, nesta etapa, os alimentos


passam por abrandamento da textura, com o intuito de facilitar os processos de
mastigação e de deglutição. Também é indicada para pessoas acometidas por
doenças neuromotores, distúrbios gastrointestinais e estado grave de doenças
crônicas. Como os alimentos precisam estar bem cozidos e serem de fácil mastigação
e deglutição, as preparações devem estar nas formas liquidificadas, de purês, cremes,
papas, massas bem cozidas, suflês, carnes moídas ou desfiadas, ovos, mingau,
pudins, gelatinas e sorvetes, pães, biscoitos e bolo.

1.4- Dieta leve, semilíquida ou líquida-pastosa

É recomendada para pacientes na fase pós-operatória, com função gastrointestinal


comprometida e dificuldade na mastigação e deglutição de alimentos mais sólidos.
No ciclo de progressão alimentar, é a etapa de transição entre as dietas líquida e
pastosa. Aqui, os alimentos devem ser líquidos ou liquidificados, cremosos e
homogêneos, com a finalidade de favorecer a ingestão e a digestão. Devem ser
evitados bebidas gasosas, alimentos sólidos, especiarias e condimentos fortes. E, são
permitidas as sopas cremosas, alimentos na consistência de papa, purês, mingaus,
cremes, alimentos liquidificados e sorvetes.

1.5- Dieta líquida ou líquida completa

Nesta etapa de transição entre a dieta líquida restrita e dieta líquida-pastosa, as


refeições devem ser ofertadas na forma integralmente líquida ou conter alimentos que
liquefazem na boca, podendo conter lactose e sacarose, tendo como objetivo hidratar,
facilitar a deglutição e a digestão. A indicada para pacientes que realizaram cirurgia
de cabeça e pescoço, no pós-operatório, em casos graves de infecção, no
comprometimento gastrointestinal, preparo de exames e que apresentam dificuldade
na mastigação e deglutição. Trata-se de uma alimentação nutricionalmente
incompleta, dado quando maior o abrandamento, maior é a perda de nutrientes, como
as fibras. São alimentos permitidos nessa fase, leite, bebidas lácteas, iogurte, chá,
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consomê, sopa liquidificada, caldos, suco, gelatina, batida de frutas, sorvetes, mingau
e vitamina ralos.

1.6- Dieta líquida restrita, cristalina ou líquidos claros

Esta dieta costuma ser administrada pacientes nas fases pré e pós-operatória, com
trato gastrointestinal debilitado, com infecções e diarreia graves e em preparação para
realização de exames, com o propósito de fornecer nutrientes e eletrólitos, prevenir a
desidratação e reduzir a quantidade de resíduos no intestino. Caracteriza-se por ser
uma dieta líquida límpida, sem a presença de alimentos que contenham lactose,
fibras, lipídeos e proteínas fibrosas. Nesta fase são permitidos água, chás claros,
caldo de sopa, água de coco, isotônicos e polímero de glicose.

DIETA ENTERAL E PARENTERAL

Dieta enteral

A nutrição enteral nada mais é que a ingestão controlada de nutrientes em fórmulas


líquidas. Estes podem ser administrados via oral ou por meio de sonda posicionada
no intestino ou estômago. É possível administrar a nutrição enteral na internação
domiciliar em alguns casos. Por exemplo, após a alta hospitalar, exigindo
continuidade à administração da dieta enteral do paciente em casa. Para isso, o
nutricionista ou médico responsável irá instruir sobre produtos e dosagens para cada
caso. Tal dieta pode ser utilizada tanto em situações críticas, como em casos de
coma, ou em casos de desnutrição, diabetes, Alzheimer e câncer. A nutrição enteral
é recomendada em casos em que as necessidades nutricionais por meio de uma
alimentação convencional não são supridas. Seja por impossibilidade de ingestão
oral, redução no apetite, distúrbios no aparelho digestivo, entre outras restrições.

Dieta parenteral

Quando a alimentação oral ou por meio de sonda não é possível, é recomendada a


nutrição parenteral. Esta também é indicada quando alguma região do trato
gastrointestinal interrompe a digestão ou a absorção de nutrientes está prejudicada,
assim como em diagnósticos de pancreatite, resseção intestinal, entre outras
patologias. A nutrição parenteral também permite a manutenção da homeostase, pelo
suprimento de aminoácidos e calorias. Entre as diferenças da dieta enteral e
parenteral, está que a segunda é realizada via sistema venoso. Dessa forma, é
possível complementar ou substituir os outros acessos, fornecendo parte ou todos os
nutrientes necessários. Entre eles estão a glicose, proteínas, lipídios, sais minerais,
eletrólitos, água e vitaminas. É importante atentar-se que para administrar a dieta
parenteral é preciso que o paciente esteja com a circulação sanguínea normalizada.
Essa dieta deve ser utilizada somente para preencher a lacuna calórica em casos que
a nutrição enteral seja inviável ou insuficiente para a saúde do paciente.

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SONDAS E OSTOMIAS

Sondas e ostomias são dispositivos destinados a nutrição enteral e administração de


medicamentos a pacientes que não podem ser administrados por via oral. Elas podem
ser utilizadas até indicação de troca pelo médico ou enfermeiro responsável.

Tipos de Sondas e Ostomias:

• Sonda Nasogástrica: Passada do nariz ao estômago.


• Sonda Nasoentérica: Passada do nariz ao intestino.
• Gastrostomia: Procedimento cirúrgico simples, que liga
a sonda diretamente ao estômago.
• Jejunostomia: Procedimento cirúrgico simples, que liga a
sonda diretamente ao intestino.

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