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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

NO MUNICÍPIO DE CAMPOS NOVOS, SANTA CATARINA

Curitiba

2023
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

LETÍCIA GOMES KAISER

CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

NO MUNICÍPIO DE CAMPOS NOVOS, SANTA CATARINA

Trabalho de conclusão semestral da


disciplina de Tópicos de Pesquisa aplicado no
curso de Arquitetura da Universidade Tuiuti
do Paraná. Professora M.Sc Luciana de
Carvalho Marques

Curitiba

2023
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Casas no estilo arquitetônico levado por imigrantes alemães no século XIX,
Enxaimel, em Pomerode, Santa Catarina. ..................................................................................... 14
Figura 2- Mapa de Santa Catarina. ................................................................................................ 15
Figura 3 - Anexo I - LC 06 de 2017 – Macrozoneamento. .......................................................... 17
Figura 4 - LC 06 de 2017 - Zoneamento Campos Novos. .......................................................... 18
Figura 5 - Logotipo CBTG. ............................................................................................................... 21
Figura 6 - Gráfico mostrando a relação de pessoas que participam de atividades nos CTGs
no Brasil por estados, considerando que cada associado leva apenas um convidado. ......... 22
Figura 7 - Gráfico mostrando a relação de CTGs ativos no Brasil por estados. ..................... 22
Figura 8 - Gráfico mostrando a relação de Piquetes/Entidades Similares em atividade. ....... 23
Figura 9 - Mapa de Santa Catarina, com localização das regiões tradicionalistas. ................ 24
Figura 10 - Logotipo 3ª Região Tradicionalista do estado de Santa Catarina. ......................... 24
Figura 11 - Foto do Galpão Crioulo, espaço cedido para as atividades do CTG atualmente.
............................................................................................................................................................... 25
Figura 12 - Logotipo do CTG Porteira Camponovense. .............................................................. 25
Figura 13 - Foto dos participantes do CTG Porteira Camponovense no desfile cívico da
Independência do Brasil. ................................................................................................................... 26
Figura 14 - Foto com alguns dos participantes do CTG Porteira Camponovense. ................ 26
Figura 15 - Foto Invernada Artística Mirim do CTG Porteira Camponovense. ........................ 27
Figura 16 - Bocha campeira na areia. ............................................................................................ 27
Figura 17 - Rodeio crioulo. ............................................................................................................... 28
Figura 18 - Chula gaúcha. ................................................................................................................ 29
Figura 19 - Participação da Invernada Adulta do CTG Porteira Camponovense na 3ª Etapa
do Festival Regional da Cultura Gaúcha - FRCG Nova Erechim. .............................................. 29
Figura 20 - Fotografia Externa Centro para Cultura e as Artes da Ribera. .............................. 31
Figura 21 - Fotografia Externa aérea do Centro para Cultura e as Artes da Ribera,
mostrando a posição dos edifícios e o entorno. ............................................................................ 32
Figura 22 - Implantação do Centro para Cultura e as Artes da Ribera..................................... 33
Figura 23 - Fotografia externa Espelho d’água. ........................................................................... 34
Figura 24 - Área aproximada dos principais blocos do complexo. ............................................ 34
Figura 25 - Detalhe mostrando abertura da cobertura da biblioteca. ........................................ 35
Figura 26 - Elevação e corte biblioteca. ......................................................................................... 36
Figura 27 - Fotografia Externa do acesso principal do Centro para Cultura e as Artes da
Ribera. .................................................................................................................................................. 36
Figura 28 - Planta Pavimento Térreo do Centro para Cultura e as Artes da Ribera. ............. 37
Figura 29 - Planta Pavimento Superior do Centro para Cultura e as Artes da Ribera. .......... 38
Figura 30 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos. .......................................................................... 39
Figura 31 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos, mostrando relação do edifício com o
entorno. ................................................................................................................................................ 40
Figura 32 - Implantação SESC Guarulhos, com setas indicando acessos. ............................. 40
Figura 33 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central. .................................. 41
Figura 34 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central, circulações
integradas com o pátio, e cobertura de grelhas metálicas envidraçadas. ................................ 42
Figura 35 - Programa de necessidades SESC Guarulhos. ........................................................ 42
Figura 36 - Planta térreo................................................................................................................... 43
Figura 37 - Planta 2° pavimento...................................................................................................... 44
Figura 38 - Fotografia interna, SESC Guarulhos, mostrando teatro localizado no 2°
pavimento. ........................................................................................................................................... 44
Figura 39 - Planta 3° pavimento...................................................................................................... 45
Figura 40 - Áreas estimadas SESC Guarulhos. ........................................................................... 46
Figura 41 - Cortes esquemático mostrando soluções de conforto térmico. ............................. 46
Figura 42 - Detalhe mostrando cobertura. ..................................................................................... 47
Figura 43 - Fotografia Externa Sesc Jundiaí................................................................................. 48
Figura 44 - Localização SESC Jundiaí, com setas indicando acessos. ................................... 49
Figura 45 - Croqui estudo volumétrico do edifício. ....................................................................... 49
Figura 46 - Fotografia externa mostrando volumetria do edifício. ............................................. 50
Figura 47 - Lista de ambientes do Centro de atividades SESC Jundiaí. .................................. 51
Figura 48 - Esquema setorização do edifício. ............................................................................... 51
Figura 49 - Planta Térreo SESC Jundiaí. ...................................................................................... 52
Figura 50 - Planta Pavimento superior SESC Jundiaí. ................................................................ 52
Figura 51 - Planta Subsolo SESC Jundiaí - Estacionamento..................................................... 53
Figura 52 - Fotografia externa do terraço, bloco horizontal e brises de ventilação na
cobertura. ............................................................................................................................................. 54
Figura 53 - Fotografias internas da rampa integrando o edifício. .............................................. 54
Figura 54 - Fotografia Externa Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal. ................ 55
Figura 55 - Fotografia Interna mostrando salão principal e iluminação por lanternim. .......... 56
Figura 56 - Fotografia Interna mostrando palco salão principal. ................................................ 57
Figura 57 - Planta baixa do projeto arquitetônico do CTG Porteira do Pinhal, elaborado pela
arquiteta e urbanista Márcia Pilz. ..................................................................................................... 57
Figura 58 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla. .......................................................... 58
Figura 59 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla. .......................................................... 58
Figura 60 - Fotografia interna, mostrando auditório no térreo.................................................... 59
Figura 61 - Planta térreo Centro cultural La Criolla...................................................................... 60
Figura 62 - Planta pavimento superior Centro cultural La Criolla. ............................................. 60
Figura 63 - Perspectiva mostrando galpão e composição da sua estrutura. ........................... 61
Figura 64 - Corte AA e ordem na qual é montada a estrutura em madeira. ............................ 61
Figura 65 - Fotografia interna foyer, mostrando o volume onde estão os sanitários. ............ 62
Figura 66 - Fotografia Externa Casa da Música. .......................................................................... 63
Figura 67 - Implantação Casa de Música. ..................................................................................... 63
Figura 68 - Imagem aérea mostrando relação dos edifícios com o entorno. ........................... 64
Figura 69 - Croqui da forma dos dois edifícios do complexo. .................................................... 64
Figura 70 - Fotografia interna do espaço livre do centro comunitário. ...................................... 65
Figura 71 - Planta térreo Casa de Música. .................................................................................... 66
Figura 72 - Fotografia externa mostrando alinhamento dos edifícios do complexo. .............. 66
Figura 73 - Fotografia externa mostrando os dois edifícios do complexo. ............................... 67
Figura 74 - Planta mostrando os pântanos, criados para filtrar a água do edifício antes de
cair no córrego. ................................................................................................................................... 68
Figura 75 - Fotografia Externa Convento FFB, vista da fachada do refeitório, as portas
pivotantes integram o interior e exterior, todo o bloco é feito em madeira, exceto pela parte
onde estão cozinha e sanitários a esquerda. ................................................................................ 68
Figura 76 - Fotografia interna da igreja, suas paredes e estrutura são feitas com madeira
maciça e o detalhamento das fachadas permite a passagem do ar. ......................................... 69
Figura 77 - Fotografia interna refeitório, que possui vedações, estruturas em madeira. É um
ambiente bem amplo pois é integra comunidade e religiosos. Houve também a preocupação
com ventilação e iluminação natural. .............................................................................................. 69
Figura 78 - Fotografia Externa Escola Infantil A Baiuca.............................................................. 70
Figura 79 - Imagem externa aérea, mostrando relação da escola do entorno. ....................... 71
Figura 80 - Imagem externa mostrando volumetria. .................................................................... 71
Figura 81 - Imagem externa mostrando volumetria. .................................................................... 71
Figura 82 - Imagem externa mostrando cobertura, esquadria em madeira e acabamento em
placas de pinus autoclavado. ........................................................................................................... 72
Figura 83 - Fotografia interna, mostrando iluminação natural.................................................... 72
Figura 84 - Fotografia Interna Complexo de Uso Misto Gare Maritime. ................................... 73
Figura 85 - Planta térreo do Complexo de Uso Misto Gare Maritime. ...................................... 74
Figura 86 - Corte esquemático, mostrando medidas de sustentabilidade. .............................. 74
Figura 87 - Fotografia Interna Orquestra Jazz de Matosinhos. .................................................. 75
Figura 88 - Planta térreo Orquestra Jazz de Matosinhos. .......................................................... 76
Figura 89 - Planta 2° pavimento Orquestra Jazz de Matosinhos. ............................................. 76
Figura 90- Fotografia interna ambiente revestido de madeira. .................................................. 77
Figura 91 - Fotografia interna mostrando contraste entre materiais. ........................................ 77
Figura 92 - Elementos interessantes de cada estudo de referência arquitetônica. ................ 78
Figura 93 - Arquiteto Michael Green dando uma palestra ao TED Talks. ................................ 79
Figura 94 - Royal BC Museum Collections & Research Building .............................................. 80
Figura 95 - Réinventer Paris ............................................................................................................ 80
Figura 96 - Wood Innovation and Design Centre ......................................................................... 81
Figura 97 - Flora ................................................................................................................................ 81
Figura 98 - Programa de necessidades preliminar. ..................................................................... 82
Figura 99 - Mapa Município de Campos Novos em Santa Catarina. ........................................ 83
Figura 100 - Mapa área urbana e localização dos terrenos. ...................................................... 84
Figura 101 - Mapa da área urbana com localização de alguns equipamentos importantes e
localização dos terrenos.................................................................................................................... 85
Figura 102 - Parâmetros terreno 01, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 86
Figura 103 - Parâmetros construtivos terreno 01. ........................................................................ 87
Figura 104 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Jardim Bela Vista. ... 88
Figura 105 - Condicionantes naturais terreno 01. ........................................................................ 89
Figura 106 - Análise entorno terreno 01. ....................................................................................... 90
Figura 107 - Parâmetros terreno 02, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 91
Figura 108 - Parâmetros construtivos terreno 02. ........................................................................ 92
Figura 109 - Condicionantes naturais terreno 02. ........................................................................ 93
Figura 110 - Análise entorno terreno 02. ....................................................................................... 94
Figura 111 - Parâmetros terreno 03, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas
de nível de 4 em 4 metros................................................................................................................. 95
Figura 112 - Parâmetros construtivos terreno 03. ........................................................................ 96
Figura 113 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Nossa Senhora
Aparecida............................................................................................................................................. 97
Figura 114 - Condicionantes naturais terreno 03. ........................................................................ 98
Figura 115 - Análise entorno terreno 03. ....................................................................................... 99
Figura 116 - Tabela de pontos. ..................................................................................................... 100
Figura 117 - Comparativo entre os terrenos. .............................................................................. 101
Figura 118 - Programa e pré-dimensionamento ......................................................................... 102
Figura 119 - Organograma do projeto. ......................................................................................... 103
Figura 120 - Fluxograma do projeto. ............................................................................................ 104
LISTA DE SIGLAS

DEE - Departamento de Economia e Estatística

CTG - Centro de Tradições Gaúchas

MTG - Movimento Tradicionalista Gaúcho

CBTG – Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha

MTG/ SC - Movimento Tradicionalista Gaúcho Santa Catarina

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

RT - Regiões Tradicionalistas

FRCG - Festival Regional de Cultura Gaúcha


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
2. TEMA ........................................................................................................................... 11
3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11
4. OBJETIVOS .................................................................................................................... 12
4.1. GERAIS..................................................................................................................... 12
4.2. ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 12
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 12
5.1 COLONIZAÇÃO ......................................................................................................... 12
5.1.1 Colonização do Sul do Brasil .......................................................................................... 12
5.1.2 Arquitetura colonial em Santa Catarina ........................................................................ 13
5.1.3 Colonização do Município de Campos Novos, em Santa Catarina .......................... 15
5.1.4 Campos Novos nos dias de hoje ................................................................................... 16
5.2. CULTURA ................................................................................................................. 19
5.2.1 Definição de cultura.......................................................................................................... 19
5.2.2 Importância da preservação de cultura ......................................................................... 19
5.3. CULTURA GAÚCHA E O TRADICIONALISMO ........................................................ 20
5.3.1 Comunidade gaúcha em Santa Catarina e no Município de Campos Novos ......... 21
5.3.2 Práticas e costumes gaúchos ......................................................................................... 26
5.4. ARQUITETURA DE CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS ................................... 30
6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ....................................... 31
6.1 ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 31
6.1.2 Centro para a Cultura e as Artes da Ribera ................................................................. 31
6.1.3 Sesc Guarulhos ................................................................................................................ 39
6.1.4 Sesc Jundiaí ...................................................................................................................... 47
6.1.5 Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal em Santa Catarina .................... 55
6.1.6 Centro cultural La Criolla ................................................................................................. 58
6.1.7 Casa de Música ................................................................................................................ 62
6.1.8 Convento FFB ................................................................................................................... 68
6.1.9 Escola Infantil A Baiuca ................................................................................................... 70
6.1.10 Complexo de Uso Misto Gare Maritime ...................................................................... 73
6.1.11 Orquestra Jazz de Matosinhos..................................................................................... 75
6.2 REFERENCIAL ARQUITETÔNICO ............................................................................ 79
6.3. PROGRAMA PRELIMINAR ....................................................................................... 82
7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO .................................................................................... 82
7.1 ANÁLISE DO TERRENO 01....................................................................................... 86
7.1.1. Condicionantes Naturais terreno 01 ........................................................................ 89
7.1.2 Análise entorno terreno 01 .............................................................................................. 90
7.2 ANÁLISE DO TERRENO 02....................................................................................... 91
7.2.1 Condicionantes Naturais terreno 02 .............................................................................. 93
7.2.2 Análise entorno terreno 02 .............................................................................................. 94
7.3 ANÁLISE DO TERRENO 03....................................................................................... 95
7.3.1 Condicionantes Naturais terreno 03 .............................................................................. 98
7.3.2 Análise entorno terreno 03 .............................................................................................. 99
7.4 COMPARATIVO ANÁLISE DOS TERRENOS .......................................................... 100
8.0 DIRETRIZES PROJETUAIS ........................................................................................ 101
11.1. ORGANOGRAMA ................................................................................................. 103
11.2 FLUXOGRAMA ...................................................................................................... 104
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 105
10. ANEXOS ..................................................................................................................... 113
Anexo I - Tabela - Uso e Ocupação do Solo................................................................... 113
10

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é um país multicultural, isso se deve ao modo como foi constituído, era
povoado primeiramente por povos indígenas e a partir do século XIX começaram a
chegar os colonizadores vindos de diversos países europeus. Cada tipo diferente de
imigrante que chegava trazia consigo sua cultura, que envolve hábitos, religião, modo
de vestir, culinária, entre outros.

A cultura sulista foi formada predominantemente por imigrantes alemães e


italianos, que formaram colônias e viviam com seus costumes trazidos de seu local de
origem. O Rio Grande do Sul é um local que ficou com a expressão cultural bem
“marcada”, quando pensamos em gaúcho já nos vem à cabeça a figura típica de
chimarrão, bombacha, vida no campo. Muitos gaúchos foram forçados a deixar suas
terras devido às guerras como a do Contestado e a Revolução Farroupilha, além do
movimento tropeiro, devido à isso temos o gauchismo presente em diversos estados
do Brasil, sendo que o principal destino foi Santa Catarina, atualmente cerca de 280
mil gaúchos vivem lá (DEE - Departamento de Economia e Estatística, 2019).

Nos demais estados brasileiros a cultura gaúcha e o tradicionalismo estão


presentes principalmente nos Centros de Tradições Gaúchas, são espaços que
reúnem em um só local as práticas culturais, resgatam memórias e preservam a
história. Com os CTGs a cultura gaúcha é passada para as novas gerações, lá existem
atividades para todas as idades, que são benéficas para socialização, ensinamento
de valores, prática de esportes, dança e música.

O Município de Campos Novos no oeste de Santa Catarina é um desses locais


que foi fortemente influenciado pela cultura gaúcha, faz parte da 3ª região
tradicionalista do Estado (MTG SC,2023), a cidade fica há apenas 291.98 km em linha
reta da capital Porto Alegre. Lá existe o CTG Porteira Camponovense, que atua desde
1968 e o Conjunto Folclórico Celeiro da Tradição, fundado em 17 de outubro de 2017.
Ambos representam a cultura gaúcha em diversos festivais artísticos e concursos de
dança e declamação por todo o país. No entanto, no Município não há um espaço
propício para que eles possam realizar com qualidade e periodicidade, pois atuam em
11

um espaço cedido pelo Centro de Eventos Galpão Crioulo, é um bom espaço, mas
carece de infraestrutura e não pertence exclusivamente a eles.

Seguindo este pensamento, salienta-se a importância de investir na preservação


da cultura, nesse caso a cultura gaúcha e o tradicionalismo, em um local onde já é
algo muito importante para a população. Frente a isto o presente termo de referência
tem como intuito dar apoio ao desenvolvimento do anteprojeto para o Centro de
Tradições Gaúchas em Campos Novos, Santa Catarina.

2. TEMA

Centro de tradições gaúchas, no Município de Campos Novos em Santa Catarina.

3. JUSTIFICATIVA

Os centros de tradições gaúchas (CTG) são espaços que concentram as


manifestações dessa cultura, que é muito rica por ter se formado de modo
multicultural. Para preservar essas tradições, foi criado no século XIX o Movimento
Tradicionalista Gaúcho (MTG), que possui uma confederação responsável por
organizar, regulamentar e aprovar os CTGs.

No Brasil existem mais de 1.630.000 pessoas que participam desse movimento.


São realizados mais de 4 mil eventos por ano com público de mais de 25 milhões de
pessoas (CBTG – Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha,2021).
Movimentando, dessa forma, o turismo e incentivando o esporte e educação
culturalista nas cidades onde estão inseridos os CTGs.

A cidade de Campos Novos, no estado de Santa Catarina, se encontra bem próxima


das fronteiras do Rio Grande do Sul, com isso absorveu grandes influências culturais,
tornando-se parte da 3ª região tradicionalista do Estado (MTG SC,2023). Sendo
assim, o projeto visa a inserção do CTG em um ambiente que já conta com grupos de
danças gaúchas e até mesmo possui a "Semana Farroupilha" que hoje não possui um
espaço adequado para honrar tal movimento.
12

4. OBJETIVOS

4.1. GERAIS

Desenvolver o projeto de um Centro de Cultura Gaúcha, no Município de


Campos Novos em Santa Catarina.

4.2. ESPECÍFICOS

● Pesquisar o contexto da influência da cultura gaúcha em Campos Novos no


âmbito social, urbano e econômico, a fim de entender o cenário atual;
● Implantar o CTG em um local de fácil acesso para a população;
● Propor acessibilidade e interação em todo o projeto, por se tratar de um edifício
de visitação pública, sempre visando inclusão de todos;
● Projetar um edifício capaz de se integrar ao entorno, ao mesmo tempo se
destacar como forma de trazer visibilidade a cultura gaúcha e atrair a
comunidade as atividades ali desenvolvidas;
● Projetar espaços amplos, para promover eventos com grande capacidade de
pessoas, e comportar a prática de dança; e
● Incorporar métodos de sustentabilidade e conforto ambiental ao projeto,
proporcionando ambientes agradáveis e adequados a sua função.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 COLONIZAÇÃO

5.1.1 Colonização do Sul do Brasil

O Brasil em seus primórdios era povoado pelos povos indígenas, foi a partir do
século XIX iniciou-se o processo de colonização por diversos países europeus.
Fazendo com que nosso país seja formado por diversos subsistemas culturais.

A região sul é formada principalmente por descendentes de imigrantes europeus


italianos, alemães e eslavos, que na segunda metade do século XIX começaram a
implantar colônias, com o objetivo de promover a ocupação do território, essas viviam
essencialmente da agricultura familiar.
13

Em um primeiro momento havia uma disputa entre os colonos de “origem” que


eram os portugueses, e os novos imigrantes, além do preconceito deles contra os
brasileiros indígenas. Esse conflito entre os colonos e os novos imigrantes teve fim,
quando eles foram para outros territórios.

Ainda restava muita rixa entre os imigrantes alemães, italianos, poloneses, entre
outros, pois são culturas muito diferentes em termos de idioma, hábitos alimentares,
religião. Eram muito comuns colônias somente de italianos, ou de alemães, como por
exemplo o caso de Blumenau, fundada em 1950 majoritariamente alemã.

Isso tudo explica o motivo de que até hoje, na região sul, temos diversos grupos
de descendentes de determinado povo alocados em uma cidade, ou bairro, como por
exemplo Santa Felicidade em Curitiba que é majoritariamente de descendência
Italiana, que se orgulham de sua cultura ancestral, e tentam manter viva sua memória
com tradições.

(MÉTIS: história & cultura – v. 11, n. 22, p. 13-39, jul./dez. 2012) e (Revista Tempo
e Argumento, Florianópolis, v.9, n.20, p.230 ‐ 246.jan. / abr.2017).

5.1.2 Arquitetura colonial em Santa Catarina

“Santa Catarina é um grande mosaico cultural, e o rico patrimônio arquitetônico


encontrado demonstra a diversidade cultural dos catarinenses, materializando em
edificações dos diversos períodos históricos, estilos, funções e tipologias as inúmeras
contribuições étnicas, os ciclos econômicos e os modos de organização social e
espacial das comunidades, desde sua origem até a atualidade” (Santos, 1980).

A arquitetura do oeste de Santa Catarina foi influenciada pela colonização, as


terras eram concedidas pelo Estado para serem vendidas às famílias, maioria vindas
do Rio Grande do Sul. Muitos dos elementos étnicos-culturais eram de ascendência
germânica. A principal atividade econômica da época era a exploração da madeira,
devido à grande abundância da matéria prima, sendo assim as primeiras construções
arquitetônicas locais eram os paióis, galpões e estábulos feitos em madeira.

A arquitetura passou a ser em alvenaria a partir de 1950, época na qual as famílias


já estavam mais estáveis e com um capital melhor. Sendo assim, iniciou-se o
14

desenvolvimento local, e o começo da produção de uma arquitetura e de uma cultura


edificatória.

A imigração alemã no sul do Brasil foi muito significativa, e com isso vieram junto
sua bagagem cultural, na arquitetura ficou marcado a identidade desse povo pelos
chalés e as características do enxaimel.

(MÉTIS: história & cultura – v. 11, n. 22, p. 13-39, jul./dez. 2012) e (Revista Tempo
e Argumento, Florianópolis, v.9, n.20, p.230 ‐ 246.jan. / abr.2017).

Na Europa o enxaimel já estava ficando obsoleto, mas no Brasil os imigrantes


quiseram utilizar a técnica devido a tradição e peso cultural que carrega. O método
consistia em somente a estrutura ser em madeira e as paredes em barro, em nosso
país os imigrantes tiveram que adaptar aos materiais disponíveis e relevo local.
Atualmente as casas remanescentes de enxaimel representam “um pedacinho da
Europa no Brasil”, sendo preservadas pela sua estética e valor cultural que carregam,
sendo que são um grande atrativo turístico, por exemplo nas cidades de Pomerode,
Blumenau e Joinville em Santa Catarina.

Figura 1 - Casas no estilo arquitetônico levado por imigrantes alemães no século XIX, Enxaimel, em
Pomerode, Santa Catarina.

Fonte: OGLOBO, 2021.


15

5.1.3 Colonização do Município de Campos Novos, em Santa Catarina

O Município de Campos Novos era habitado primeiramente pelos indígenas


Kaingangs e viviam do que a natureza lhes fornecia. A colonização teve início de fato
entre 1825 e 1830, com o fazendeiro João Gonçalves de Araújo se estabelecendo na
região. Posteriormente vieram muitos gaúchos, fugindo da Guerra dos Farrapos.

O movimento tropeiro também foi marcante para o contexto da cidade, com a


Estrada de Ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, passavam muitas tropas
dos pampas gaúchos, inserindo assim sua cultura aos moradores do local, como o
chimarrão, churrasco, danças gaúchas.

Além disso, no início do século XX, ocorreu a Guerra do Contestado, que arrasou
o estado do Rio Grande do Sul, em 1930 e 1940, após o término da guerra chegam
ao Município de Campos Novos diversos descendentes de italianos, alemães e muitos
vindos do Rio Grande do Sul, Segundo Oliven: “... em 1980 havia aproximadamente
900.000 gaúchos vivendo fora do Rio Grande do Sul, o que equivale a 11,5% da
população do estado” (OLIVEN, 1991, p.92).

Em 1970, a cidade passou a ser considerada o “Celeiro Catarinense”, com a


fundação da empresa Coopercampos, sendo o maior produtor de grãos de Santa
Catarina.

Figura 2- Mapa de Santa Catarina.

Fonte: V-BRASIL, PINTEREST. Disponível em


https://br.pinterest.com/pin/849421179733976064/. Acesso em 28 out. 2023.
16

5.1.4 Campos Novos nos dias de hoje

O Município de Campos Novos atualmente tem 36.932 pessoas, teve um


crescimento de 12,53% em relação ao CENSO de 2010. Tem uma densidade de
21,50hab/km² e área territorial de 1.717,697km², e área urbanizada de 17,59km²
(IBGE, 2022).

Localiza-se no meio oeste de Santa Catarina, fica a 292 km em linha reta de Porto
Alegre no Rio Grande do Sul (Cidade-Brasil, 2021), ligado às rodovias BR-282, BR-
470, SC-135, SC-458 e SC-456 e tem como limites geográficos ao Norte: Erval Velho,
Ibiam, Monte Carlo; Sul: Estado Rio Grande do Sul, Celso Ramos e Anita Garibaldi;
Leste: Vargem, Brunópolis, Abdon Batista;
e Oeste: Capinzal, Zortéa, Ouro, Lacerdópolis, Herval D`Oeste (EPAGRI 2013).

É considerado o “Celeiro Catarinense”, sua economia é predominantemente da


agropecuária, com destaque para o cultivo de milho, soja, feijão, trigo e cevada. Na
pecuária há destaque para a produção de leite, mais de um milhão de litros por ano,
distribuídos pelas raças: Charolesa, Santa Gertrudes, Jersey e Holandesa. Há
também a produção de mel, quase cinco mil colmeias e uma associação chamada
Apicampos (Prefeitura de Campos Novos, 2023). De acordo com o coordenador do
departamento técnico da Coopercampos, Marcos Schlegel, há 20 anos, a
produtividade era de seis toneladas de grãos por hectare. Hoje, a média saltou para
9,7 toneladas por hectare. (Diário Catarinense, 2010).
17

Figura 3 - Anexo I - LC 06 de 2017 – Macrozoneamento.

Fonte: Disponível em https://camposnovos.sc.gov.br/legislacao/norma-350189/. Acesso em 31


out. 2023.
18

Figura 4 - LC 06 de 2017 - Zoneamento Campos Novos.

Fonte: Disponível em https://camposnovos.sc.gov.br/legislacao/norma-350189/. Acesso em 31


out. 2023.
19

O PIB per capita em 2020 era de R$ 66.661,29. O salário médio mensal é de 2,6
salários-mínimos, e a proporção de pessoas ocupadas em relação a população total
é de 31,1%. Em relação a educação no Município existem cinco estabelecimentos de
ensino médio, e vinte e cinco de ensino fundamental, a taxa de escolarização de 6 a
14 anos é de 97,3%. O esgotamento sanitário adequado é de 71,1% (IBGE, 2020).

5.2. CULTURA

5.2.1 Definição de cultura

O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se


preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em
sociedade (AURÉLIO, 2004).

O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana


individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico
e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de
sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais,
criações materiais etc. (AURÉLIO, 2004).

O site Brasil Escola define cultura como: […] tudo aquilo que é produzido a partir
da inteligência humana. Ela está presente desde os povos primitivos em seus
costumes, sistemas, leis, religião, em suas artes, ciências, crenças, mitos, valores
morais e em tudo aquilo que compromete o sentir, o pensar e o agir das pessoas
(BRASIL ESCOLA).

5.2.2 Importância da preservação de cultura

Patrimônio histórico-cultural é aquilo que foi deixado pelas gerações passadas,


desde riquezas simbólicas, como religiões e ritos, até tecnologias. É basicamente tudo
o que as antigas civilizações e comunidades conseguiram acumular durante sua
existência, e que acaba sacralizado em determinados grupos sociais, assumindo um
significado importante na memória coletiva de um passado em comum, gerando um
senso de identidade social.
20

De acordo com a constituição federal, os patrimônios são os modos de expressão,


formas de criar, criações científicas e tecnológicas, obras, objetos, documentos,
edificações e demais espaços destinados às manifestações artísticas ou culturais,
além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, ecológico e científico (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1988).

Com a cultura podemos entender como se deu a formação de uma sociedade e o


motivo de ela ser como é atualmente, com ela conhecemos a história de um povo,
suas tradições, culinária, religiões, idiomas, entre outros.

5.3. CULTURA GAÚCHA E O TRADICIONALISMO

O Movimento Tradicionalista Gaúcho teve início no Rio Grande do Sul, em 1898


foi fundado o Grêmio Gaúcho de Porto Alegre, que tinha como objetivo divulgar por
meio de palestras, festas e desfiles a cultura regional. Mas foi em 1948 que foi fundado
em Porto Alegre o 35 CTG, o primeiro CTG do mundo, seu lema é “em qualquer chão,
sempre gaúcho”.

Ao longo dos séculos o “ser gaúcho” sofreu uma série de invenções, sendo
atualmente atrelado a uma carga de conceitos e valores simbólicos, quando
pensamos na configuração social desse grupo temos a indumentária, o apego e
práticas campeiras e ao cavalo, o chimarrão, o sotaque, são pessoas que representam
braveza e coragem, respeito e dão muito valor a família.

O tradicionalismo tem sua organização bem determinada, atualmente é


regulamentado em nível nacional pela Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha
(CBTG), e em nível internacional pela Confederação Internacional de Tradição
Gaúcha (CITG) (junção de Brasil, Argentina e Uruguai), e em nível regional tem-se no
órgão regulamentador os Centros de Tradições Gaúchas (CTG).
21

Figura 5 - Logotipo CBTG.

Fonte: CBTG, 2021

5.3.1 Comunidade gaúcha em Santa Catarina e no Município de Campos Novos

O Rio Grande do Sul é o estado com a menor taxa de crescimento populacional


do país, além da baixa taxa de natalidade, os percentuais de imigração são
baixíssimos, 6,2% de sua população migrou para outros estados, sendo que Santa
Catarina é o destino da maioria, cerca de 280 mil gaúchos vivem lá. (DEE -
Departamento de Economia e Estatística, 2019).

O movimento tradicionalista gaúcho tem obtido mais adeptos, no Brasil existem


mais de 1.513.720 pessoas que participam desse movimento. São realizados mais de
4 mil eventos por ano com público de mais de 25 milhões de pessoas (CBTG –
Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha,2021).
22

Figura 6 - Gráfico mostrando a relação de pessoas que participam de atividades nos CTGs no Brasil
por estados, considerando que cada associado leva apenas um convidado.

Fonte: Autoria própria, 2023

Existem atualmente em atividade 2.575 CTGs e 4.028 Piquetes - Entidades


Similares (CBTG, 2019). As entidades tradicionalistas estão distribuídas pelo Brasil e
filiadas aos oito MTGs desta maneira:

Figura 7 - Gráfico mostrando a relação de CTGs ativos no Brasil por estados.

Fonte: Autoria própria, 2023


23

Figura 8 - Gráfico mostrando a relação de Piquetes/Entidades Similares em atividade.

Fonte: Autoria própria, 2023

Em Santa Catarina o primeiro CTG foi fundado em 1959, em São Miguel do Oeste,
atualmente o maior Centro de Tradições Gaúchas do estado e o segundo maior do
Brasil é Os Praianos em Forquilhas. Atualmente o movimento tradicionalista gaúcho
em Santa Catarina (MTG/SC) tem em números 39.850 associados, 462 CTGs e 1.509
piquetes (MTG/SC, 2023).

O MTG/SC é dividido em 17 Regiões Tradicionalistas, essa divisão é feita com o


intuito de respeitar as peculiaridades de cada região, tendo as atividades adaptadas
conforme determinado pelos Coordenadores Regionais. Sendo que cada “RT” deve
ter no mínimo um Coordenador Campeiro, responsável pelas atividades campeiras e
jogos e um Coordenador Artístico, responsável pelas atividades artísticas e culturais.

O Município de Campos Novos, escolhido para o desenvolvimento do projeto do


CTG, está na 3ª Região Tradicionalista do estado de Santa Catarina.
24

Figura 9 - Mapa de Santa Catarina, com localização das regiões tradicionalistas.

Fonte: MTG/SC.

Figura 10 - Logotipo 3ª Região Tradicionalista do estado de Santa Catarina.

Fonte: MTG/SC.

Em Campos Novos existe o CTG Porteira Camponovense, que desde 1968


promove a cultura gaúcha na cidade. Além do CTG, no Município há também o
Conjunto Folclórico Celeiro da Tradição, fundado em 17 de outubro de 2017. As
atividades que eles comportam são declamação, danças tradicionais gaúchas,
instrumentos tradicionais e contemporâneos.

O centro de tradições gaúchas mantém as atividades com as invernadas mirim,


juvenil, adulta e veterana, e participa de rodeios e festivais artísticos pelo Brasil. Seu
funcionamento é desenvolvido por meio de uma parceria com o Centro de Eventos
25

Galpão Crioulo, que cede o espaço para o CTG realizar suas atividades, o galpão
possui área aproximada de 3.500 m², capacidade para 800 pessoas sentadas, e
estacionamento para 200 veículos, fica localizado a 700 metros do Centro da cidade,
às margens da BR 470, conforme dados da Secretaria de Turismo de Campos Novos.

Figura 11 - Foto do Galpão Crioulo, espaço cedido para as atividades do CTG atualmente.

Fonte: Jornal O Celeiro, 2017.

Figura 12 - Logotipo do CTG Porteira Camponovense.

Fonte: Perfil do Facebook CTG Porteira Camponovense, 2022.


26

Figura 13 - Foto dos participantes do CTG Porteira Camponovense no desfile cívico da


Independência do Brasil.

Fonte: Perfil do Facebook CTG Porteira Camponovense, 2023.

Figura 14 - Foto com alguns dos participantes do CTG Porteira Camponovense.

Fonte: Perfil do Facebook CTG Porteira Camponovense, 2022.

5.3.2 Práticas e costumes gaúchos

Os Centros de Tradições Gaúchas têm como objetivo prestigiar a figura do gaúcho


e a vida campestre. Para isso existem algumas práticas e costumes que se tornaram
hábitos de quem frequenta esses locais. Os tradicionalistas buscam com a Invernada
Campeira a prática esportiva com cavalos; com a Invernada Artística incentivar as
crianças a atividades culturais; na invernada mirim, as crianças pequenas
27

desenvolvem a socialização e se divertem por meio da dança; E com os fandangos


gerações tocam música juntos.

Figura 15 - Foto Invernada Artística Mirim do CTG Porteira Camponovense.

Fonte: Perfil do Facebook CTG Porteira Camponovense, 2023.

Os jogos tradicionalistas são a bocha, bolão e o tava, sendo o primeiro o mais


comum. Todos são jogados em uma cancha de areia ou asfalto com dimensões de
24,00x4,00 m.

Figura 16 - Bocha campeira na areia.

Fonte: Prefeitura municipal de Pejuçara, 2015.

Com a invernada campeira são realizados os rodeios crioulos, esses possuem


quatro modalidades: a prova de laço; gineteada; chasque; e a prova de rédeas. Para
a realização do rodeio é necessário assim como nos jogos tradicionalistas um espaço
28

de cancha, com piso de grama ou areia, área para acomodação dos animais de
maneira confortável, área para atendimento médico. Para a realização dos rodeios é
necessário uma série de aprovações de diversos órgãos para que seja garantido o
bem-estar dos animais e a segurança dos espectadores e de quem está manejando
os animais.

Figura 17 - Rodeio crioulo.

Fonte: Senado Notícias, 2019.

As danças gaúchas como descrito anteriormente são muito importantes, tanto


para o divertimento, socialização e preservação de valores de quem pratica, quanto
para promover eventos, festivais e competições. Elas são de diversas modalidades
como: a chula, vaneira, xote, rancheira, entre outras.
29

Figura 18 - Chula gaúcha.

Fonte: Site Visiteobrasil.

Figura 19 - Participação da Invernada Adulta do CTG Porteira Camponovense na 3ª Etapa do


Festival Regional da Cultura Gaúcha - FRCG Nova Erechim.

Fonte: Perfil do Facebook CTG Porteira Camponovense, 2023.

Existe uma indumentária a ser utilizada pelos participantes do movimento, que é


tradicional. Para os peões o traje é composto por Chiripá, bombacha, camisa, lenço,
chapéu, guaiaca e poncho. Para as prendas a vestimenta é vestido ou camisa com
saia, pode ser estampado ou liso e nos pés bombachinha ou sapatilha.
30

A culinária é muito rica e variada, o churrasco gaúcho e o chimarrão são símbolos


do estado.

A cultura gaúcha tem suas festividades reconhecidas em todo estado em que há


um CTG. As festas são de cunho popular e celebram algum momento histórico ou
alguma cultura regional estrangeira, como o Oktoberfest, a festa da uva. A maior
festividade da cultura gaúcha é a Semana da Farroupilha, celebrada em setembro
para relembrar a origem da República Rio Grandense, nesta semana acontecem
bailes, jantares e desfiles de cavalos.

“Tradição não é voltar ao passado, mas cultuar o passado.” - (Cortês, 1981)

5.4. ARQUITETURA DE CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

O Centro de Tradições Gaúchas são os espaços para realizar as atividades


culturais relacionadas à cultura gaúcha e ao tradicionalismo. É um espaço que simula
uma porção do Rio Grande do Sul. Conforme citado no tópico 5.3.2, são muitas as
atividades praticadas em um CTG, desde danças para apresentação e concursos,
festividades com bailes, esportes com cavalos, churrasco, entre outras. Sendo assim
o espaço deverá comportar todas essas atividades como salão de baile, salas de aula
de dança, cancha esportiva, refeitório e suas instalações, instalações sanitárias para
grande público de pessoas, entre outros.

Por envolver um grande número de pessoas é muito importante a norma de


acessibilidade NBR 9050/2020, garantindo que todos tenham acesso a todos os
espaços de maneira igualitária e confortável. Além disso, deve ser citada a norma de
saídas de emergências do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Santa Catarina,
a IN 9 de 2022, e também dos bombeiros a norma de eventos temporários IN 24 de
2020, garantindo a segurança de todos em casos de incêndios e acidentes.

Em relação a legislação vigente no Município de Campos Novos em Santa


Catarina temos:

● Lei complementar N°4, de 20 de dezembro de 1999 - Dispõe sobre o código


de obras do Município de Campos Novos/ SC e dá outras providências; e
31

● Lei complementar N° 06 de 22 de dezembro de 2017 - Institui o plano diretor


de desenvolvimento municipal, dispõe as normas, fixa objetivos e diretrizes
urbanísticas do município de Campos Novos e dá outras providências.

6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS

6.1 ESTUDOS DE CASO

6.1.2 Centro para a Cultura e as Artes da Ribera


Localização: Ajijic, México;

Data do projeto/ construção: 2022;

Área Construída: 3.100,00 m²;

Terreno: 5.332,00 m²;

Autores: Atelier Ars - Alejandro Guerrero, Andrea Soto

Figura 20 - Fotografia Externa Centro para Cultura e as Artes da Ribera.

Fonte: Archdaily.

O projeto é uma recuperação de uma área pré-existente que já foi um auditório


para 400 pessoas e uma área de escritórios, ampliada para ser também um centro
32

cultural. Por possuir uma história regional muito marcante, o mesmo tem o intuito de
disseminar a cultura em diversas regiões do estado, apesar de ser um local povoado
por diversas nacionalidades devido à grande presença de estrangeiros.

O auditório já existente tinha um pórtico com abóbodas de tijolos tradicionais,


considerado valioso. Com isso o restante do projeto todo foi executado com tijolos de
barro da região em diversos formatos e elementos, dando a sensação de unidade.

O novo complexo foi o acréscimo de três novos elementos: uma biblioteca como
fachada do complexo, um edifício longitudinal de serviços com sala de música e sala
de dança, e anfiteatro ao ar livre contendo um espelho d’água central. Os novos
edifícios foram posicionados de modo que delimitem usando a própria construção.

Figura 21 - Fotografia Externa aérea do Centro para Cultura e as Artes da Ribera, mostrando a
posição dos edifícios e o entorno.

Fonte: Archdaily.
33

Figura 22 - Implantação do Centro para Cultura e as Artes da Ribera.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.

Em relação ao posicionamento dos blocos, o projeto possui uma sintonia muito


boa, visto que estes não geram conflitos de fluxos. A posição da biblioteca, serviços e
administrativos na entrada ficam mais funcionais também, pois são mais utilizados no
dia a dia, enquanto o auditório aos fundos é benéfico, afinal não é algo que é utilizado
diariamente e para ser acessado o usuário tem que passear pelo complexo como um
todo, passando pelos pórticos e espelho d’água.
34

Figura 23 - Fotografia externa Espelho d’água.

Fonte: Archdaily.

Figura 24 - Área aproximada dos principais blocos do complexo.

Fonte: Autoria própria.

O edifício da biblioteca tem uma cobertura com uma abertura para trazer
iluminação natural (imagem 23), essa é uma solução muito simples que proporciona
eficiência energética.
35

Figura 25 - Detalhe mostrando abertura da cobertura da biblioteca.

Fonte: Archdaily.

Para deixar o acesso da entrada bem-marcado foi feito um arco, conforme é


ilustrado na imagem 25 e é inteiramente em alvenaria estrutural de tijolos. O acesso
demarcado atrai o usuário para conhecer o local e facilita o reconhecimento do local
de entrada, porém o fato de ser um paredão de tijolos acaba tirando o efeito de ser
convidativo ao usuário.
36

Figura 26 - Elevação e corte biblioteca.

Fonte: Archdaily.

Figura 27 - Fotografia Externa do acesso principal do Centro para Cultura e as Artes da Ribera.

Fonte: Archdaily.
37

O bloco longitudinal contém diversos ambientes de serviço: armazém, instalações


sanitárias, cafeteria, teatro ao ar livre, salas de música e dança. Ele evolui conforme
a topografia, ficando assim em dois níveis.

Figura 28 - Planta Pavimento Térreo do Centro para Cultura e as Artes da Ribera.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.


38

Figura 29 - Planta Pavimento Superior do Centro para Cultura e as Artes da Ribera.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.


39

6.1.3 Sesc Guarulhos


Localização: Guarulhos, São Paulo;

Data do projeto/ construção: 2019;

Área Construída: 34.200 m²;

Autores: Dal Pian Arquitetos.


Figura 30 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos.

Fonte: Archdaily.

O SESC Guarulhos localiza-se em uma área urbanizada próximo ao aeroporto de


Guarulhos. Esta é uma região que ainda está em processo de crescimento, sendo
assim, é heterogênea e descontinua. Através desse projeto, os autores visaram além
de adequação das funções, trazer uma sensação de unidade e coesão em relação ao
entorno. Ainda pensando nessa relação, seu acesso é amplo, buscando ser uma
extensão do percurso urbano, convidando o pedestre a entrar.
40

Figura 31 - Fotografia Externa Sesc Guarulhos, mostrando relação do edifício com o entorno.

Fonte: Archdaily.

Figura 32 - Implantação SESC Guarulhos, com setas indicando acessos.

Fonte: Dal Pian Arquitetos.


41

Figura 33 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central.

Fonte: Archdaily.

O fluxo do edifício começa e se concentra em um pátio interno central, que dá


acesso a todas as atividades do complexo. Esse pátio tem predominância de grandes
janelões para integrar-se com o exterior e até sua cobertura é de grelhas metálicas
envidraçadas.

As circulações e rampas são todas “expostas”, ou seja, quem está no núcleo


central do térreo consegue ver o que está acontecendo, tornando o edifício bem
integrado e fluído.
42

Figura 34 - Fotografia Interna Sesc Guarulhos, mostrado pátio central, circulações integradas com o
pátio, e cobertura de grelhas metálicas envidraçadas.

Fonte: Archdaily.

O programa é divido em três pavimentos:

Figura 35 - Programa de necessidades SESC Guarulhos.

Fonte: Autoria própria.


43

Figura 36 - Planta térreo.

Fonte: Archdaily.
44

Figura 37 - Planta 2° pavimento.

Fonte: Archdaily.

Figura 38 - Fotografia interna, SESC Guarulhos, mostrando teatro localizado no 2° pavimento.

Fonte: Archdaily.
45

Figura 39 - Planta 3° pavimento.

Fonte: Archdaily.

Conforme visto nas plantas, o projeto funcionalmente se conecta pelo grande hall
central. Tendo logo na entrada o teatro, permitindo assim quem vai assistir a algo
localizar-se facilmente e não ter que ficar circulando pelo edifício, visto que os outros
usos são mais restritivos como salas de aula e clínica odontológica. Aos fundos estão
concentrados os usos esportivos, como ginásio e piscinas, o que é vantajoso pois o
barulho não atrapalha as demais áreas.
46

Figura 40 - Áreas estimadas SESC Guarulhos.

Fonte: Autoria própria.

O SESC Guarulhos está em processo de obtenção da certificação Leadership in


Energy and Environmental Design (LEED), pois possui diversas estratégias de
eficiência energética e sustentabilidade. Para o aquecimento das piscinas são
utilizadas placas fotovoltaicas. Os jardins são regados com a água captadas das
chuvas pela cobertura. O edifício conta com diversas aberturas e áreas envidraçadas
para o aquecimento por meio de inércia térmica e para os dias muito quentes existem
brises e extratores para o expurgo do ar saturado, conforme pode ser visto nas figuras
39 e 40.

Figura 41 - Cortes esquemático mostrando soluções de conforto térmico.

Fonte: Archdaily.
47

Figura 42 - Detalhe mostrando cobertura.

Fonte: Dal Pian Arquitetos.

6.1.4 Sesc Jundiaí

Localização: Jundiaí, São Paulo;

Data do projeto/ construção: 2014;

Área Construída: 19.752,00 m²;

Autores: Teuba Arquitetura e Urbanismo - Arquitetas Christina de Castro Mello

e Rita Vaz.
48

Figura 43 - Fotografia Externa Sesc Jundiaí.

Fonte: Archdaily.

O SESC Jundiaí, funciona em uma zona recente de urbanização e devido a isso


concentra atividades que integram lazer, artes, leitura, esportes e saúde.

“Tudo isso sem hierarquias e barreiras”, acrescentam as arquitetas Christina de


Castro Mello e Rita Alves Vaz. “Estamos diante de um programa inovador,
multifacetado, democrático e provocador de reflexões”, complementam.

O acesso do SESC se dá pela Avenida Antônio Frederico Ozanan. Possui um


terreno longo e curvo com 15.030m², junto ao jardim botânico e ao Paço Municipal da
cidade.
49

Figura 44 - Localização SESC Jundiaí, com setas indicando acessos.

Fonte: Google Earth.

O edifício é composto por dois volumes, sendo um longo horizontal e outro


levemente curvado que circunda um cilíndrico vertical. A parte cilíndrica é um
destaque na volumetria e um marco local.

Figura 45 - Croqui estudo volumétrico do edifício.

Fonte: Archdaily.
50

Figura 46 - Fotografia externa mostrando volumetria do edifício.

Fonte: Archdaily.

Conforme o Archdaily, o bloco horizontal é composto por:

- Estacionamento e serviços em cota abaixo do pavimento térreo, porém com


aberturas e jardins que possibilitam iluminação e ventilação natural;

- Pavimento térreo com o grande hall de acesso tendo à direita o teatro e respectivas
áreas de apoio e à esquerda vestiários das piscinas, setor médico, ambientes técnicos
e acesso às áreas de esporte externas. A frente do grande hall e no térreo do bloco
vertical a biblioteca, a oficina de tecnologia da informação, o espaço para brincar, as
áreas de ginástica e atividade física, vestiários esportivos e a clínica de odontologia;

- Pavimento superior integrado ao pavimento térreo pelo vazio do grande hall com
espaços expositivos, de estar, alimentação, o ginásio de múltiplo uso (esportes e
espetáculos), as piscinas e espaços administrativos.
51

Figura 47 - Lista de ambientes do Centro de atividades SESC Jundiaí.

Fonte: Autoria própria.

Figura 48 - Esquema setorização do edifício.

Fonte: Archdaily.
52

Figura 49 - Planta Térreo SESC Jundiaí.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.

Figura 50 - Planta Pavimento superior SESC Jundiaí.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.


53

Figura 51 - Planta Subsolo SESC Jundiaí - Estacionamento.

Fonte: Archdaily.

A cobertura do bloco horizontal é aproveitada para uso também, sendo um grande


terraço com jardins, proporcionando aos usuários áreas de lazer e estar. Além de
aproveitar e criar um mirante para o visual do entorno.

O edifício tem a estrutura composta por concreto armado combinado com aço,
nota-se o uso de grandes janelas em vidro, trazendo iluminação natural, integração
com o entorno e ventilação cruzada. A ventilação cruzada se dá pelos frisos metálicos
existentes acima das janelas do térreo, que provocam um efeito chaminé renovando
o ar.
54

Figura 52 - Fotografia externa do terraço, bloco horizontal e brises de ventilação na cobertura.

Fonte: Archdaily.

A rampa é outro elemento de destaque na obra, sendo responsável pela


integração entre os espaços, convidando o usuário a “passear” pelo SESC. Não sendo
uma peça bruta que está ali apenas promovendo acessibilidade, mas sim compondo
a arquitetura.

Figura 53 - Fotografias internas da rampa integrando o edifício.

Fonte: Archdaily.
55

6.1.5 Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal em Santa Catarina

Localização: Pinhalzinho, Santa Catarina;

Data do projeto: 2008;

Autores: Arquiteta Márcia Pilz.

Figura 54 - Fotografia Externa Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal.

Fonte: Marcia Pilz

O Centro de Tradições Gaúchas Porteira do Pinhal fica em Pinhalzinho, oeste de


Santa Catarina e teve sua obra realizada em 2010. Suas atividades são voltadas
principalmente para a Invernada Artística e devido a isso o principal espaço desse
CTG é o pavilhão principal com área de 1.458m² que conta com um palco e pista de
dança, permitindo a realização de diversas apresentações e festividades tradicionais.

O projeto, feito em 2008, tem sua estrutura em madeira roliça em eucalipto


clavado com treliças também em madeira. O telhado tem diversas alturas e
inclinações com telhas de fibrocimento, isso propicia uma sensação de amplitude
devido ao pé direito alto e também proporciona a execução da iluminação por
lanternim conforme a figura 53. O fechamento é em tijolos aparentes e madeira
56

serrada. O piso é composto de lâminas de madeira no espaço onde são praticadas as


danças e cerâmico no restante.

Figura 55 - Fotografia Interna mostrando salão principal e iluminação por lanternim.

Fonte: Marcia Pilz

O salão possui 498m², sendo assim, a pista de dança comporta 592 pessoas, ou
148 mesas. E o ambiente ainda possui palco, bilheteria, administração, secretaria,
sanitários, hall e varanda externa. Há um museu com 20m² para preservar a memória
regional, um auditório com capacidade para 100 pessoas com foyer, sanitários
próprios e uma área de serviço com cozinha, copa, depósito e caixa, pois nos CTGs
são realizados muitos banquetes com a vasta culinária típica.
57

Figura 56 - Fotografia Interna mostrando palco salão principal.

Fonte: Marcia Pilz

Figura 57 - Planta baixa do projeto arquitetônico do CTG Porteira do Pinhal, elaborado pela arquiteta
e urbanista Márcia Pilz.

Fonte: Marcia Pilz

Pensando nos fluxos do usuário, o projeto está bem pensado, contendo acessos
que não geram conflitos nos usos, com a ressalva da possibilidade de conflito sonoro
entre o auditório e a pista de dança, por serem ambos no mesmo pavilhão, dificultando
assim, o uso simultâneo de ambos, visto que não fora utilizado nenhum material que
tenha um bom isolamento acústico. Em relação a plástica poderia ter sido elaborado
58

algo que mantenha a identidade do CTG, sua rusticidade, mas ao mesmo tempo
inovador, mais suave, menos com aspecto de um simples galpão.

6.1.6 Centro cultural La Criolla


Localização: La Criolla, Argentina;

Data do projeto/ construção: 2015;

Área Construída: 525,00 m²;

Autores: Estudo Relativo - Cecília Rossini, Guido Hernandez.

Figura 58 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla.

Fonte: Archdaily.

Figura 59 - Fotografia Externa Centro Cultural La Criolla.

Fonte: Archdaily.
59

O projeto consiste na requalificação de um galpão ferroviário, que será utilizado


para a produção cultural em um pequeno povoado com 2.300 habitantes. O programa
inclui área de ensaio/exposição, auditório para 100 pessoas, oficina de cenografia e
camarins com sanitários.

Figura 60 - Fotografia interna, mostrando auditório no térreo.

Fonte: Archdaily.

Observando a planta e as imagens, nota-se que o programa é bem flexível, pois


o auditório consiste em uma escadaria com degraus baixos que quando utilizados,
são colocadas cadeiras, podendo ter outros usos além de auditório. O
pavimento superior consiste na mesma ideia. O ambiente pode ser uma expansão do
auditório, podendo ser utilizado em ensaios e aulas, entre outros. Os banheiros têm
seu acesso pelo hall, pois tem o propósito de ser utilizado por pessoas de fora
também.
60

Figura 61 - Planta térreo Centro cultural La Criolla.

Fonte: Archdaily.

Figura 62 - Planta pavimento superior Centro cultural La Criolla.

Fonte: Archdaily.
61

Figura 63 - Perspectiva mostrando galpão e composição da sua estrutura.

Fonte: Archdaily.

Figura 64 - Corte AA e ordem na qual é montada a estrutura em madeira.

Fonte: Archdaily.
62

Estruturalmente o projeto é todo em madeira, composto por cinco pórticos com


tesouras que ficam aparentes, dando um ar de rusticidade ao centro cultural, sendo
uma estrutura convencional de galpões, que observado de fora se torna apenas um
pavilhão. Porém simultaneamente essa rusticidade também ganha um ar sofisticado
devido a composição dos ambientes, o modo como estão dispostos em planta, o uso
maleável dos espaços, a assimetria da planta devido ao conjunto dos sanitários e o
modo como é feita a abertura do pavilhão.

Figura 65 - Fotografia interna foyer, mostrando o volume onde estão os sanitários.

Fonte: Archdaily.

6.1.7 Casa de Música

Localização: Nacajuca, México;

Data do projeto/ construção: 2021;

Área Construída: 1325,00 m²;

Autores: Colectivo C733 - Gabriela Carrillo, Eric Valdez, Israel Espín, José
Amozurrutia, Carlos Facio
63

Figura 66 - Fotografia Externa Casa da Música.

Fonte: Archdaily.

O projeto é um complexo de escola de música e centro comunitário, implantado


em uma área próxima à um córrego que sofre com a poluição.

Figura 67 - Implantação Casa de Música.

Fonte: Archdaily.
64

Figura 68 - Imagem aérea mostrando relação dos edifícios com o entorno.

Fonte: Archdaily.

Figura 69 - Croqui da forma dos dois edifícios do complexo.

Fonte: Archdaily.

O centro comunitário consiste em um espaço para os encontros sociais da cidade.


Possui uma planta livre de 32x24m. Os sanitários, cozinha, depósitos ficam juntos em
um núcleo e no pavimento superior há espaço para oficinas e um palco para bandas
locais tocarem.
65

Figura 70 - Fotografia interna do espaço livre do centro comunitário.

Fonte: Archdaily.

O conjunto conta também com uma escola de música, que fica paralela ao edifício
do centro comunitário. Suas estruturas são alinhadas, mantendo o ritmo do conjunto.
O programa da escola conta com oito salas de aula, refeitório, sanitários e
administração. Ambos os edifícios possuem um telhado com uma inclinação que
deixou o pé direito dos ambientes bem alto, permitindo pé direito duplo.
66

Figura 71 - Planta térreo Casa de Música.

Fonte: Archdaily.

Figura 72 - Fotografia externa mostrando alinhamento dos edifícios do complexo.

Fonte: Archdaily.
67

Figura 73 - Fotografia externa mostrando os dois edifícios do complexo.

Fonte: Archdaily.

O fato de os edifícios serem alinhados, proporciona ventilação cruzada, pois tem


consequentemente suas esquadrias na mesma direção. O fato de os usos serem
separados em dois blocos permite que sejam utilizados simultaneamente sem conflito
sonoro e de circulação. Mas ao mesmo tempo que há essa segregação dos blocos,
há também a união. Quando abertas as esquadrias que são alinhadas, eles se
conectam através do pátio e paisagismo existente no meio deles.

Pensando-se na sustentabilidade, há o reuso das águas das chuvas nos sanitários


do edifício e antes de caírem nos córregos locais passa por um sistema de
biodigestores e biofiltros. Além disso a madeira com o qual os edifícios foram
construídos é a de coco, que é encontrada localmente, e durante sua vida útil captura
grandes quantidade de CO2.
68

Figura 74 - Planta mostrando os pântanos, criados para filtrar a água do edifício antes de cair no
córrego.

Fonte: Archdaily.

6.1.8 Convento FFB

Localização: Salvador, Brasil;

Data do projeto/ construção: 2022;

Área Construída: 5.300,00 m²;

Autor: Cesare Querci.

Figura 75 - Fotografia Externa Convento FFB, vista da fachada do refeitório, as portas pivotantes
integram o interior e exterior, todo o bloco é feito em madeira, exceto pela parte onde estão cozinha e
sanitários a esquerda.

Fonte: Archdaily.
69

O convento foi feito no Brasil por um escritório de arquitetura italiana. Entre o início
da criação e a conclusão da obra demorou uma década. O programa é complexo, pois
precisava atender a rotina dos religiosos que ali vivem, com as ações sociais que eles
propunham.

O programa se divide em quatro núcleos, na parte posterior da implantação estão


os dormitórios, de um lado, e a administração do outro; na frontal, a igreja e o refeitório;
e a biblioteca ao centro.

Figura 76 - Fotografia interna da igreja, suas paredes e estrutura são feitas com madeira maciça e o
detalhamento das fachadas permite a passagem do ar.

Fonte: Archdaily.

Figura 77 - Fotografia interna refeitório, que possui vedações, estruturas em madeira. É um ambiente
bem amplo pois é integra comunidade e religiosos. Houve também a preocupação com ventilação e
iluminação natural.

Fonte: Archdaily.
70

Em relação a volumetria, o edifício se torna dinâmico devido as suas diferentes


alturas, fachadas anguladas e inclinações das coberturas. O conjunto também
demonstra ser uma unidade devido ao uso predominante da madeira nas vedações,
pisos e estruturas, tendo como exceção somente o núcleo de sanitários e cozinha.

6.1.9 Escola Infantil A Baiuca

Localização: La Estrada, Espanha;

Data do projeto/ construção: 2018;

Área Construída: 767,00 m²;

Autores: Abalo Alonso Arquitectos

Figura 78 - Fotografia Externa Escola Infantil A Baiuca.

Fonte: Archdaily.

A escola fica no limite entre a zona urbana e rural, onde no passado era
predominada por instalações de indústrias. A volumetria consiste em diversos
volumes em forma de “casinhas” em madeira com diferentes alturas, “brincando” com
as águas dos telhados.
71

Figura 79 - Imagem externa aérea, mostrando relação da escola do entorno.

Fonte: Archdaily.

Figura 80 - Imagem externa mostrando volumetria.

Fonte: Archdaily.

Figura 81 - Imagem externa mostrando volumetria.

Fonte: Archdaily.
72

A estrutura é composta por paredes autoportantes em madeira laminada. O


revestimento é composto por placas de pinus autoclavado. A cobertura é em zinco,
esquadrias em madeira e divisórias em gesso cartonado.

Figura 82 - Imagem externa mostrando cobertura, esquadria em madeira e acabamento em placas


de pinus autoclavado.

Fonte: Archdaily.

Figura 83 - Fotografia interna, mostrando iluminação natural.

Fonte: Archdaily.
73

6.1.10 Complexo de Uso Misto Gare Maritime

Localização: Bruxelas, Bélgica;

Data do projeto/ construção: 2020;

Área Construída: 450.000,00 m²;

Autores: Bureau Bouwtechniek, Neutelings Riedijk Architects.

Figura 84 - Fotografia Interna Complexo de Uso Misto Gare Maritime.

Fonte: Archdaily.

A Gare Maritime é uma antiga estação ferroviária de mercadoria, sendo


atualmente um empreendimento de uso misto, que concentra lazer, trabalho e
comércio. Foram aproveitadas as enormes coberturas de aço e debaixo delas feito o
novo projeto.

Abaixo da antiga cobertura foram implantados doze novos pavilhões de madeira


nos corredores laterais, contemplando o novo programa. O fato de a implantação ser
nas laterais deixou um espaço amplo e acolhedor no centro, que se tornou um lugar
de lazer e com a presença de áreas verde, tendo no total 10 grandes jardins, tornando-
se o coração do edifício. Outro aspecto que transmite acolhimento no projeto é a
quantidade de esquadrias, que proporcionam muita iluminação natural.
74

Figura 85 - Planta térreo do Complexo de Uso Misto Gare Maritime.

Fonte: Archdaily.

Os novos volumes foram feitos em madeira laminada colada, que criou um efeito
visual interessante, pois contrasta com o metal da antiga estação ferroviária, além de
ter gerado uma obra mais rápida e sustentável com o material pré-fabricado. Outras
medidas em relação a sustentabilidade foram o uso de painéis fotovoltaicos para a
geração de energia, o reuso da água das chuvas e a ventilação natural.

Figura 86 - Corte esquemático, mostrando medidas de sustentabilidade.

Fonte: Archdaily.
75

6.1.11 Orquestra Jazz de Matosinhos

Localização: Matosinhos, Portugal;

Data do projeto/ construção: 2017;

Área Construída: 740,00 m²;

Autor: Guilherme Machado Vaz

Figura 87 - Fotografia Interna Orquestra Jazz de Matosinhos.

Fonte: Archdaily.

O projeto consiste na modificação dos edifícios do complexo da Real Vinícola,


criando um novo espaço para a Orquestra Jazz de Matosinhos. O programa conta
com espaço para ensaios, salas de convívio, salas de formação e salas de gravação.
76

Figura 88 - Planta térreo Orquestra Jazz de Matosinhos.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.

Figura 89 - Planta 2° pavimento Orquestra Jazz de Matosinhos.

Fonte: Archdaily, editado pela autora.


77

O programa do projeto é simples, mas ficou bem interessante, pois integra o


pavimento térreo e superior por meio do espaço para ensaios, conforme na imagem
85. Apesar de em planta os espaços serem bem alinhados e enrijecidos, o uso dos
materiais em madeira e pedra, possuindo tons claros e a “brincadeira” com os
revestimentos tornam o edifício muito aconchegante e dinâmico.

Uma das principais condicionantes do projeto foi a preocupação com a acústica,


priorizando escolher materiais que favorecessem o efeito acústico de determinados
espaços, resultando em experiências multissensoriais.

Figura 90- Fotografia interna ambiente revestido de madeira.

Fonte: Archdaily.

Figura 91 - Fotografia interna mostrando contraste entre materiais.

Fonte: Archdaily.
78

Figura 92 - Elementos interessantes de cada estudo de referência arquitetônica.

Fonte: Autoria própria.


79

6.2 REFERENCIAL ARQUITETÔNICO


O escritório MGA tem sua sede em Vancouver, Canadá, e foi fundado em 2012
pelo arquiteto Michael Green, que tinha como objetivo minimizar os impactos
ambientais da construção civil através de inovação.

“A nossa ambição é criar espaços significativos para as pessoas que contribuam


para um futuro melhor para o nosso planeta.” – MGA.

Os projetos do escritório unem design inteligente com inovações e


sustentabilidade. Liderando o movimento da madeira e construindo edifícios de
grande escala com esse material. Em um vídeo do TED Talks de 2013, o arquiteto diz
que um dos motivos pelo qual prefere construções de madeira, é porque toda vez que
as pessoas entram em suas construções de madeira a reação delas é diferente. Ele
nunca viu ninguém abraçando uma coluna de aço ou concreto, mas em um edifício de
madeira sim, pois não existem dois pedaços de madeira idênticos no planeta.

Figura 93 - Arquiteto Michael Green dando uma palestra ao TED Talks.

Fonte: mg-architecture, 2023.

Observando as obras do escritório nota-se como características:

• Preferência pelo uso da madeira em vez do aço ou concreto, com técnicas


construtivas inovadoras;
• Volumetrias simples, mas que tem um design moderno e elegante;
• Conexão do edifício com o local onde está inserido e com o usuário ao qual foi
destinado também;
80

• Importância da funcionalidade do edifício conforme o uso ao qual foi projetado;


• Preocupação com a sustentabilidade, por meio de iluminação e ventilação
natural e principalmente no uso da madeira, que conforme o arquiteto relata no
TED Talks acaba absorvendo uma quantidade do carbono do nosso planeta e
é uma madeira que vem de reflorestamento e não contribui para o
desmatamento.

Figura 94 - Royal BC Museum Collections & Research Building

Fonte: mg-architecture, 2023.

Figura 95 - Réinventer Paris

Fonte: mg-architecture, 2023.


81

Figura 96 - Wood Innovation and Design Centre

Fonte: mg-architecture, 2014.

Figura 97 - Flora

Fonte: mg-architecture, 2014.


82

6.3. PROGRAMA PRELIMINAR


Figura 98 - Programa de necessidades preliminar.

Fonte: Autoria própria.

7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO

Através dos estudos e pesquisas desenvolvidas, estabeleceu-se alguns


critérios para nortear a seleção dos terrenos a serem avaliados:

• Para a proposta do projeto de um Centro de Tradições Gaúchas optou-


se por escolher terrenos que estejam localizados dentro da malha
urbana na cidade de Campos Novos, mas próximos aos acessos das
rodovias e da rodoviária com o intuito de facilitar o acesso e mobilidade
tanto para quem mora no Município quanto para quem vem de outras
cidades para frequentar os eventos;
83

• Outro critério para a escolha da localização do CTG é o afastamento


das regiões residências ou centrais, para não que não haja tumulto no
trânsito e nem ruídos para os moradores;
• O Centro de Tradições Gaúchas deve ser visível, destacando-se no
entorno, assim, se tornando um ponto de referência dentro da cidade
onde está instalado, visando proporcionar a promoção cultural e social
da população.

Figura 99 - Mapa Município de Campos Novos em Santa Catarina.

Fonte: Autoria própria.


84

Figura 100 - Mapa área urbana e localização dos terrenos.

Fonte: Autoria própria.


85

Figura 101 - Mapa da área urbana com localização de alguns equipamentos importantes e
localização dos terrenos.

Fonte: Autoria própria.


86

7.1 ANÁLISE DO TERRENO 01


O terreno 01 é onde hoje se localiza o atual Centro de Eventos Galpão Crioulo e
lá acontecem as atividades do CTG Porteira Camponovense, porém conforme citado
no item 5 não comporta as atividades culturais do Município adequadamente. É um
lote de esquina, com suas fachadas para as ruas Irineu Faedo, Dep. Irai Zilio e BR-
470. No bairro Jardim Bela Vista, da cidade de Campos Novos, tem uma área de
14.540 m².

Figura 102 - Parâmetros terreno 01, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.

Fonte: Autoria própria.


87

Figura 103 - Parâmetros construtivos terreno 01.

Fonte: Autoria própria, dados retirados da legislação municipal de zoneamento.


88

O Bairro Jardim Bela Vista concentra 13,3% da população do Município (IBGE,


2010). Referente ao abastecimento de água, coleta de lixo, energia elétrica e banheiro
no domicílio, o bairro possui respectivamente os seguintes percentuais de
disponibilidade:

Figura 104 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Jardim Bela Vista.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde, dados de 2015, adaptado por aluna.


89

7.1.1. Condicionantes Naturais terreno 01

O terreno possui o vento predominante vindo de leste e o sol mais forte é ao norte.
Devido ao gabarito baixo das edificações vizinhas e a grande dimensão do terreno,
não há influências para a ventilação e insolação dele. O lote possui um desnível de
12m, o que pode ser tirado proveito no projeto para o auditório.

Figura 105 - Condicionantes naturais terreno 01.

Fonte: Autoria própria.


90

7.1.2 Análise entorno terreno 01

O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso e ainda é próximo de uma
rodovia, o que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno
possui muitos lotes vazios, já que é próximo à divisa entre o perímetro urbano e rural
do Município. A três quadras do lote há um estádio e como é uma cidade relativamente
pequena ainda assim está próximo de escolas, hotéis e pequenos comércios.

Figura 106 - Análise entorno terreno 01.

Fonte: Autoria própria.


91

7.2 ANÁLISE DO TERRENO 02


O terreno 02 fica próximo à onde hoje se localiza o atual Centro de Eventos
Galpão Crioulo que atualmente sediam as atividades do CTG Porteira
Camponovense. É um lote de esquina, com suas fachadas para as ruas José Ozorio
de Faria, Mal. Floriano e Dep. Irai Zilio. No bairro Jardim Bela Vista, da cidade de
Campos Novos, tem uma área de 7.461 m².

Figura 107 - Parâmetros terreno 02, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.

Fonte: Autoria própria.


92

Figura 108 - Parâmetros construtivos terreno 02.

Fonte: Autoria própria, dados retirados da legislação municipal de zoneamento.


93

7.2.1 Condicionantes Naturais terreno 02

O terreno possui o vento predominante vindo de leste, e o sol mais forte é ao


norte. Devido ao gabarito baixo das edificações vizinhas e a grande dimensão do
terreno, não há influências para a ventilação e insolação dele. O lote possui um
desnível de 12m, o que pode ser tirado proveito no projeto para o auditório.

Figura 109 - Condicionantes naturais terreno 02.

Fonte: Autoria própria.


94

7.2.2 Análise entorno terreno 02

O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso, é próximo de uma rodovia o
que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno possuí muitos
lotes vazios, já que é próximo à divisa entre o perímetro urbano e rural do Município,
há três quadras do lote há um “estádio”, e como é uma cidade relativamente pequena
ainda assim está próximo de escolas, hotéis, pequenos comércios.

Figura 110 - Análise entorno terreno 02.

Fonte: Autoria própria.


95

7.3 ANÁLISE DO TERRENO 03


O terreno 03 se localiza próximo à rodoviária do Município e a BR – 282 e por ser
um local que possivelmente receberá turistas, participantes de concursos de dança e
pertencentes ao tradicionalismo gaúcho é interessante possuir esse fácil acesso ao
CTG. É um lote de esquina, com suas fachadas para as ruas Oscar Bruno Schaly,
Corronel Farrapo e Av. Coração de Maria. No bairro Nossa Senhora Aparecida, da
cidade de Campos Novos, tem uma área de 10.038 m².

Figura 111 - Parâmetros terreno 03, com indicação de recuos, ruas circundantes e curvas de nível de
4 em 4 metros.

Fonte: Autoria própria.


96

Figura 112 - Parâmetros construtivos terreno 03.

Fonte: Autoria própria, dados retirados da legislação municipal de zoneamento.


97

O Bairro Nossa Senhora Aparecida concentra 17% da população do Município


(IBGE, 2010). Referente ao abastecimento de água, coleta de lixo, energia elétrica e
banheiro no domicílio, o bairro possui os seguintes percentuais de disponibilidade:

Figura 113 - Serviços básico, percentual da disponibilidade no Bairro Nossa Senhora Aparecida.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde, dados de 2015, adaptado por aluna.


98

7.3.1 Condicionantes Naturais terreno 03

O terreno possui o vento predominante vindo de leste, e o sol mais forte é ao


norte. Devido ao gabarito baixo das edificações vizinhas e a grande dimensão do
terreno, não há influências para a ventilação e insolação dele. O lote possui um
desnível de 8m, o que pode ser tirado proveito no projeto para o auditório.

Figura 114 - Condicionantes naturais terreno 03.

Fonte: Autoria própria.


99

7.3.2 Análise entorno terreno 03

O terreno é atendido por vias de baixa velocidade e em uma região não central,
sendo assim o projeto não irá gerar trânsito em excesso, é próximo de uma rodovia o
que facilita o acesso para quem vem das cidades vizinhas. Seu entorno é marcado
por algumas indústrias, residências, pequenos comércios e hotéis, além de ser muito
próximo a rodoviária do Município, sendo benéfico para promover o turismo de quem
vem de outras cidades participar do CTG.

Figura 115 - Análise entorno terreno 03.

Fonte: Autoria própria.


100

7.4 COMPARATIVO ANÁLISE DOS TERRENOS

Para melhor entendimento da avaliação de cada terreno estabeleceu-se um


sistema de cores e pontuação, onde a cor verde vale 1,0 ponto, o amarelo 0,5 ponto
e o vermelho 0,0 pontos. Através desta avaliação se estabelecerá o melhor terreno
para a implantação do projeto do Centro de Tradições Gaúchas.

Figura 116 - Tabela de pontos.

Fonte: Autoria própria.

Após selecionados os terrenos, elaborou-se uma tabela comparativa, onde cada


terreno será avaliado e receberá uma pontuação com referência ao grau de
atendimento dos critérios estabelecidos para a seleção dele. Os aspectos
selecionados foram definidos a partir das avaliações relevantes para o projeto, as
quais nortearam os estudos e serão fatores chave para a seleção do terreno para
receber o projeto, sendo os seguintes:

• Localização e Entorno: Irá avaliar a proximidade do terreno a equipamentos


de ensino, comércios, hotéis, entre outros; Localização na malha urbana;
E a relação que poderá se estabelecer com a região;
• Mobilidade: Visa o fácil acesso ao projeto por meio das rodovias e acesso
ao centro da cidade, como forma de impulsionar o uso;
• Visibilidade: Avalia a localização do terreno e a visibilidade que poderá
trazer para o CTG;
• Aspectos naturais: Refere-se à qualidade do ambiente onde será inserido
o projeto, onde deseja-se tirar partido das condicionantes naturais do local;
• Topografia: Para a escolha do terreno que irá desenvolver o projeto do
Centro de Tradições Gaúchas;
101

• Porte do terreno: Outro fator de grande influência para a escolha é o porte


do terreno, suas dimensões e a forma de seus limites.

Figura 117 - Comparativo entre os terrenos.

Fonte: Autoria própria.

8.0 DIRETRIZES PROJETUAIS

A partir da análise dos estudos de caso e da parte teórica e conceitual de como


funciona uma Midiateca, a proposta de um programa base para o anteprojeto foi
dividido em setores que compõem:
102

Figura 118 - Programa e pré-dimensionamento

Fonte: Autoria própria.


103

11.1. ORGANOGRAMA
Figura 119 - Organograma do projeto.

Fonte: Autoria própria.


104

11.2 FLUXOGRAMA
Figura 120 - Fluxograma do projeto.

Fonte: Autoria própria.


105

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGROLINK. Celeiro catarinense é exemplo de inovação. 2010. Disponível em:


https://www.agrolink.com.br/noticias/celeiro-catarinense-e-exemplo-de-
inovacao_118431.html. Acesso em: 31 out. 2023.

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em: https://www.archdaily.com.br/br/767462/sesc-jundiai-teuba-arquitetura-e-
urbanismo. Acesso em: 02 out. 2023.

ARCHDAILY. Casa de Música / Colectivo C733. 2022. Disponível em:


https://www.archdaily.com.br/br/991063/casa-de-musica-colectivo-c733. Acesso em:
10 out. 2023.

ARCHDAILY. Centro cultural La Criolla / estudio relativo. 2022. Disponível em:


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out. 2023.

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Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/1000850/centro-para-a-cultura-e-as-
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ARCHDAILY. Convento FFB / Mixtura. 2022. Disponível em:


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out. 2023.

ARCHDAILY. Escola Infantil A Baiuca / Abalo Alonso Arquitectos. 2022.


Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/981704/escola-infantil-a-baiuca-
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ARCHDAILY. Orquestra Jazz de Matosinhos / Guilherme Machado Vaz. 2022.


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Oc6l1BGNpwPMAJjZB1mpXWtQsqbBpOqL9RXtvfKvGOCrRWf3RO9nTZCZ97rw5T
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113

10. ANEXOS

Anexo I - Tabela - Uso e Ocupação do Solo


114
115
116
117
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