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ALAN DE SÁ BORGES
LUIZ CLAUDIO SANT’ ANNA DA SILVA
Itaperuna
2022
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ALAN DE SÁ BORGES
LUIZ CLAUDIO SANT’ ANNA DA SILVA
Itaperuna
2022
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 12 – Empunhadura.................................................................................. 39
Figura 14 – Controles......................................................................................... 41
Figura 40 – Corrimãos........................................................................................ 69
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.3 Justificativa........................................................................................................ 11
2.2.4 Acesso.............................................................................................................. 19
2.2.5.1 Pisos.............................................................................................................. 20
2.2.5.3 Escadas......................................................................................................... 21
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 29
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho objetiva realizar a análise de normas, leis e decretos que regem
sobre o tema de acessibilidade, utilizando o Município de Queimados/RJ como campo
de aquisição de dados. Para isso foi realizado uma revisão bibliográfica, incluindo o
Plano Diretor Municipal, assim como uma visita ao local estudado, realizando registros
fotográficos e medidas de suas calçadas, passeios e prédios públicos, analisando os
princípios construtivos conforme as necessidades do público-alvo.
a) Revisão Bibliográfica sobre o tema, com ênfase na ABNT NBR 9050 (2020);
b) Descrição, através de fotos, mapas e pesquisas sobre o histórico do local a ser
analisado;
c) Analisar em campo as características dos elementos utilizados para tornar a
acessibilidade possível a todos na cidade de Queimados/RJ;
d) Obter, através de pesquisa, opinião do público, pessoas com deficiência ou
dificuldade de mobilidade, a respeito da acessibilidade na região estudada;
e) Apresentar propostas à sociedade e aos órgãos públicos referentes a recursos e
resultados favoráveis à acessibilidade.
1.3 Justificativa
acessibilidade em seu cotidiano, visando uma sociedade justa onde qualquer cidadão
é capaz de atingir as mesmas oportunidades independentemente de suas
deficiências, pois busca-se uma situação nacional onde nenhum cidadão deve sofrer
discriminação e preconceito, não havendo desigualdade entre a população brasileira,
porque assim todos os cidadãos brasileiros se tornam capazes de contribuir com o
desenvolvimento da nação.
Para atingir os objetivos mencionados na Constituição federal, diversas leis e
decretos foram criados, dentre eles o Decreto n° 5296 de 2 de dezembro de 2004 da
Presidência da República do Brasil, estabelecendo que projetos de natureza
arquitetônica e urbanística estão sujeitos aos critérios e normas que promovem a
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, principalmente
devendo atender às normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de
Normas Técnicas, orientando os profissionais da construção civil sobre os recursos a
serem utilizados para permitir a utilização de forma segura principalmente dos
espaços públicos por parte dessa grande parcela da população, como pela construção
de calçadas com rampas e edificações acessíveis (BRASIL, 2019a).
Tendo em vista as diversas justificativas a favor da acessibilidade, destaca-se
a questão social, podendo ser observado em sociedade o fato que grande parte da
população brasileira, por se apresentar em alguma situação em que necessita de
acessibilidade para continuar sua rotina, se encontra afetada negativamente pela má
conservação ou inexistência de diversos recursos importantes para a acessibilidade,
principalmente calçadas, passeios, rampas, dentre outros que dificultam ou mesmo
impedem o acesso a espaços e serviços, limitando sua participação nas atividades
sociais, como também aumentando a discriminação e os danos emocionais causados
a tal parcela da sociedade.
O município de Queimados já atende a diversas demandas e melhorias que
beneficiam a população, sendo este um trabalho que requer bastante tempo e
recursos, portanto propõe-se a junção de forças com o presente projeto, visualizando-
se a situação que a cidade se encontra referente ao tema para acrescentar o interesse
da sociedade na adequação da cidade ao que é de direito das pessoas dependentes
da acessibilidade, não apenas por causa do que a lei estabelece como direito legal,
mas também pelo direito humanitário que estas pessoas tem de viver com maior
qualidade, podendo-se deslocar livremente.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A história da cidade tem início com a visita da família imperial à região a bordo
do primeiro trem da Estrada de Ferro D. Pedro II, havendo como finalidade a
inauguração do trecho da ferrovia que conecta a Estação de Campo até o município,
momento considerado como a oficial inauguração de Queimados por parte da
população da época, sendo que o investimento na expansão da estrada de ferro foi
motivado pelo crescimento da economia cafeeira, o que de diversas formas foi
benéfico para a prosperidade da região e sua população. (QUEIMADOS, 2019).
2.2 Acessibilidade
Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), no projeto arquitetônico deve ser previsto
sistema de proteção contra quedas em área de circulação que sejam limitadas por
áreas laterais, tanto planas quanto inclinadas, porém tal situação não se aplica ao
caso de locais de embarque e desembarque de transporte coletivo. O sistema de
proteção contra quedas é uma medida que deve ser adotada quando a diferença de
nível entre a área de circulação e as superfícies laterais for igual ou superior a 18 cm
(ABNT, 2020). A ABNT NBR 9050 (2020) apresenta três tipos de medidas a serem
adotados nesses casos: construção de margem plana ao lado da área de circulação,
com largura específica e feita com piso diferenciado com contraste tátil e visual
específico em reação a área de circulação; implantação de proteção vertical com
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Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), devem ser dispostas informações capazes
de orientar aos usuários por meios visuais, táteis e sonoros, seguindo o princípio dos
dois sentidos, onde há a combinação do sentido visual ao tátil ou ao sonoro,
objetivando-se a facilidade na compreensão e prevenção do estresse por informações
conflitantes ou de difícil memorização. Existem diversas formas de proporcionar uma
informação importante ao usuário que necessita de acessibilidade, existindo,
conforme a ABNT NBR 9050 (2020), métodos recomendados tais como o contraste
entre as portas e as paredes de entorno, igualdade entre o LRV (Valor de Luz
Refletida) de rodapés largos e o LRV das paredes, diferença entre o LRV das cores
das paredes e aquele utilizado no piso e o teto, dentre outros.
A ABNT NBR 9050 (2020) define que a sinalização deve transmitir por completo
a informação desejada, ser perceptível e legível para todos, incluindo as pessoas com
deficiência. As informações, quando transmitidas em formas de textos, devem vir
acompanhadas de símbolos (ABNT, 2020). Os “símbolos são representações gráficas
que, através de uma figura ou forma convencionada, estabelecem a analogia entre o
objeto e a informação de sua representação e expressam alguma mensagem” (ABNT,
2020, p. 40).
com deficiência auditiva (ABNT, 2020). Os símbolos também são utilizados para
sinalizar locais de atendimento preferencial e acesso de pessoas com deficiência
acompanhada de cão-guia, entre outros (ABNT, 2020).
- Tátil: utilizada para auxiliar pessoas com deficiência visual total ou parcial,
sendo que quando essa sinalização for por texto, esse deve ser em alto relevo e em
linguagem Braille, considerando-se que um dos mais perceptíveis tipos de sinalização
desse item são os pisos táteis, tanto os de alerta como os direcionais (ABNT, 2020);
2.2.4 Acesso
De acordo com a ABNT NBR 9050 (2020), todas as entradas devem ser
acessíveis, tanto nas edificações quanto nos equipamentos urbanos, assim como
deve haver rotas responsáveis pelas ligações internas das partes funcionais das
edificações, desde a rota de circulação principal, incluindo a rota de emergência. Tais
acessos “devem permanecer livres de qualquer obstáculo de forma permanente”
(ABNT, 2020, p. 54). Para o caso de adaptação de edificações existentes, caso não
seja possível que todas as entradas sejam acessíveis, com comprovação técnica, o
maior número possível deve ser adaptado (ABNT, 2020). A entrada principal ou
entrada de acesso de maior número de circulação de pessoas deve atender todas as
questões de acessibilidade (ABNT, 2020). Caso não seja possível a construção de
uma rota acessível entre o estacionamento de veículos e a entrada da edificação,
deve-se construir um estacionamento exclusivo para pessoas com deficiência e
idosos, em outro local, até um acesso acessível (ABNT, 2020). Deve-se prever
também sinalização informativa e direcional para indicar a localização das entradas
acessíveis (ABNT, 2020).
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2.2.5 Circulação
A circulação pode ser vertical ou horizontal, sendo que a vertical pode ser
executada através de escadas, rampas, elevadores e plataformas eletromecânicas
(ABNT, 2020). Deve-se atender também ao menos duas formas de deslocamento
vertical (ABNT, 2020).
2.2.5.1 Pisos
2.2.5.2 Rampas
De acordo com a ABNT NBR 9050 (2020), rampas são pisos com inclinação
igual ou superior a 5%. Como medidas para tornar as rampas acessíveis a pessoas
com mobilidade reduzida, tem-se o limite máximo de inclinação e o número máximo
de seguimentos (ABNT, 2020). Alguns componentes da rampa são fundamentais,
como corrimão, guia de balizamento e guarda corpo no caso de rampa não possuir
paredes laterais (ABNT, 2020). Também são previstos patamares no início, fim e
intermediários entre os seguimentos de rampa, sendo que as rampas também devem
possuir piso tátil de alerta no início e no fim (ABNT, 2020).
vigentes, sendo que a inclinação da rampa deve atender o mínimo de 1:8 com relação
ao comprimento (RAMQUEIM).
2.2.5.3 Escadas
Uma calçada adequada é aquela que propicia a todos que dela se utilizam um
trajeto não só seguro, mas também livre e confortável, havendo como característica a
apresentação de acessibilidade, dimensões adequadas, fluidez, continuidade,
segurança, espaço de socialização e desenho de paisagem (SECRETARIA
MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2014).
A calçada é definida como “parte da via, normalmente segregada e em nível diferente,
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando
possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins”
(BRASIL, 2022b). A calçada tem por finalidade conectar e permitir a circulação de
pessoas e a instalação de elementos que auxiliam tais objetivos, assim como
instalação de mobiliários urbanos (RIO DE JANEIRO, 2019). Em relação à qualidade
e o serviço prestado pela calçada, a ABNT NBR 9050 (2020) apresenta requisitos a
serem apresentados em sua construção, como inclinação transversal e longitudinal,
além de suas dimensões mínimas. Para fins de dimensionamento, a calçada pode ser
dividida em três faixas:
c) Faixa de acesso: espaço situado entre a faixa livre e o lote, possível apenas
em calçadas com largura maior que 2,00 m, sendo que, com autorização da legislação
local, nessa faixa é permitido a projeção de rampa de acesso aos lotes, no caso de
edificações já construídas (ABNT, 2020).
Quanto aos espaços públicos, a ABNT NBR 9050 (2020) determina que locais
de reunião, como teatro, cinemas e similares, devem possuir espaços exclusivos para
pessoas com cadeira de rodas, mobilidade reduzida, além de assentos para pessoas
obesas. Tais espaços devem estar localizados em rotas acessíveis, apresentar as
mesmas condições de serviço oferecidas aos espaços comuns e distribuídos por toda
a área de uso (ABNT, 2020). As dimensões do espaço a ser ocupado por cada
elemento devem estar em conformidade com as dimensões do módulo de referência
(M.R.) (ABNT, 2020). A quantidade mínima de assentos acessíveis que cada
ambiente deve oferecer está ligada a capacidade total de assentos do ambiente
(ABNT, 2020).
Para locais de hospedagem, a ABNT NBR 9050 (2020) recomenda que devem
ser acessíveis, com dormitórios atendendo a todas as condições de acessibilidade no
aspecto de alcance manual e visual, sendo que não se deve obstruir a faixa livre de
circulação interna, prevendo área de manobra no acesso a camas, armários e
banheiros. Em locais onde são ofertados os serviços de telefone, interfone e outros
equipamentos, as informações sobre o uso devem ser feitas em Braille e texto com
letra ampliada e de cor contrastante (ABNT, 2020).
Para o acesso às escolas, a ABNT NBR 9050 (2020) determina que o acesso
dos alunos ao lote deve ser feito pela via de menor fluxo de tráfego de veículos,
existindo uma rota acessível interligando todas as dependências do estabelecimento,
incluindo locais de práticas esportivas, estudos, bibliotecas, locais de exposição e
outros. Nas bibliotecas, todo mobiliário deve atender os requisitos de acessibilidade,
observando a largura dos corredores, disposição de mesas de leitura, espaço de
manobra para cadeira de rodas, alcance dos livros pelas pessoas com deficiência
(ABNT, 2020).
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Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), as áreas de saúde que ocupam internação
de pacientes devem possuir banheiros acessíveis e adaptáveis, por pavimento.
Recomenda-se que ao menos uma das salas de prestação de serviços deve ser
acessível, assim como deve ser previsto nos assentos de espera para pessoa obesa
(ABNT, 2020).
2.2.11.1 Sanitários
3 METODOLOGIA
Nesta metodologia será utilizada como base a ABNT NBR 9050 (2020, p. 1),
que em seu escopo “estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados
quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de
edificações às condições de acessibilidade”. Tais critérios estabelecem dimensões
mínimas para que áreas e elementos mobiliários possam ser acessíveis a todas as
pessoas, inclusive aquelas apresentam dificuldade de locomoção (ABNT, 2020).
3.1.1 Pessoas em pé
Legenda:
A: uma bengala;
B: duas bengalas;
G: apoio de tripé;
H: sem órtese;
J: cão-guia.
Legenda:
C: vista lateral;
Legenda:
Legenda:
A3: altura do centro da mão, com o antebraço formando 90° com o tronco;
F3: altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto;
I3: altura do centro da mão, com o braço estendido formando 30° com o piso =
alcance máximo confortável;
J3: altura do centro da mão, com o braço estendido formando 60° com o piso =
alcance máximo eventual;
3.1.9 Empunhadura
Figura 12 – Empunhadura
Legenda:
A ABNT NBR 9050 (2020) estabelece que os puxadores verticais devem ser
instalados com afastamento mínimo de 40 mm da superfície da porta, possuir
diâmetro entre 25 mm e 35 mm, comprimento mínimo de 0,30 m e ser instalado
afastado 0,10 m do batente da porta. A ABNT NBR 9050 (2020) também esclarece
que os puxadores horizontais devem ter diâmetro entre 25 mm e 35 mm, afastamento
mínimo de 40 mm entre o puxador e a superfície da porta, comprimento mínimo de
0,40 m e ser instalado afastado a 0,10 m do batente da porta do lado das dobradiças.
Figura 14 – Controles
- A altura do assento deve variar entre 0,41 m e 0,45 m, medida tal adquirida
na parte frontal e mais alta (ABNT, 2020);
- Possuir “ângulo entre assento e encosto de 100° a 105°” (ABNT, 2020, p. 26);
Legenda:
A: vista lateral;
B: vista superior.
Para uma melhor percepção pelo ser humano, os sons devem estar em uma
frequência entre 20 Hz e 20000 Hz, a uma intensidade entre 20 dB e 120 dB e com
duração mínima de 1 segundo (ABNT, 2020).
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O contraste visual tem como objetivo realçar elementos entre si através de uma
composição claro-escuro ou escuro-claro, proporcionando ao observador condições
de diferenciá-los (ABNT, 2020), sendo os parâmetros recomendados de diferença de
escala do Valor da Luz Refletida (LRV) demonstrados pela tabela 1.
Textos e símbolos táteis devem possuir o alto relevo com altura entre 0,8 mm
e 1,2 mm (ABNT, 2020). As frases curtas devem ser escritas em caixa alta, ao passo
que as sentenças devem ser escritas em caixa alta e caixa baixa, sendo que devem
ser evitados textos na vertical (ABNT, 2020).
Os textos em alto relevo devem ser associados ao texto Braille (ABNT, 2020) e
os seus caracteres devem obedecer às seguintes condições de dimensão:
* D significa diâmetro.
D (1)
P=
H
Onde:
Os sinais sonoros podem ser verbais ou não verbais, sendo que segundo a
ABNT NBR 9050 (2020), os sinais verbais podem ser digitalizados ou sintetizados,
conter apenas uma sentença completa e estar na forma ativa e imperativa, além de
que os sinais sonoros não verbais devem apresentar as seguintes características:
3.2.5 Símbolos
A ABNT NBR 9050 (2020) discorre que, para indicação de acessibilidade nas
edificações, mobiliários e equipamentos urbanos, devem ser utilizados os Símbolos
Internacionais de Acesso (SIA), que consistem em um pictograma branco sobre fundo
azul, porém havendo também como opções a utilização de representações em branco
e preto, conforme a figura 21, sempre voltado para o lado direito.
Além dos símbolos apresentados acima, a ABNT NBR 9050 (2020) também
apresenta outros símbolos, os chamados símbolos complementares, utilizados para
indicar facilidades ou preferência nos serviços oferecidos. Tais símbolos podem ser
individuais ou compostos e inseridos em quadrados ou círculos, como mostra a figura
24.
Legenda:
A: grávida;
C: pessoa idosa;
D: pessoa obesa;
G: sanitário feminino;
H: sanitário masculino;
N: elevador;
O: escada rolante;
Q: escada;
S: rampa;
T: esteira rolante;
V: telefone;
Além dos dados fornecidos na figura 25, a ABNT NBR 9050 (2020) salienta que
todas as portas de sanitários, banheiros e vestiários devem ser sinalizadas, devendo-
se obedecer aos seguintes aspectos quanto à sinalização:
- Se instalada entre 0,90 m e 1,20 m, tal instalação deve ser feita na parede ao
lado da maçaneta em plano inclinado entre 15º e 30º (ABNT, 2020);
Legenda:
A: porta;
B: passagem.
Para sinalização de espaço reservado para P.C.R. (M.R.), a ABNT NBR 9050
(2020) dita que deve ser utilizado o SIA, sendo que suas dimensões mínimas devem
ser de 15 cm x 15 cm, como mostra a figura 30, sendo as dimensões apresentadas
em metros.
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3.2.12 Alarmes
3.3.1 Iluminação
Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), deve ser prevista em toda rota acessível
iluminação natural ou artificial, devendo apresentar iluminância de 150 lux, com
medição realizada a 1,00 m do chão, havendo exceção quanto a ambientes
específicos que podem possuir níveis inferiores de iluminância, como cinemas e
teatros.
3.3.2 Acessos
3.3.3 Circulação
Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), a circulação pode ser vertical ou horizontal,
apresentando características quanto ao revestimento, inclinação e desníveis do piso.
Quanto aos desníveis, caso não possam ser evitados, não necessitam de
tratamento especial desde que apresentem dimensão de no máximo 5 mm (ABNT,
2020). Quanto aos desníveis presentes no intervalo entre 5 mm e 20 mm, tais devem
apresentar inclinação máxima de 50%, de acordo com figura 32, além de que quando
forem superiores a 20 mm, tais desníveis devem ser tratados como degraus e
possuem regras próprias de dimensionamento (ABNT, 2020).
Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), nas áreas de resgate devem ser
reservados espaços para P.C.R., conforme mostra a figura 33, sendo as dimensões
apresentadas em metros.
Legenda:
1: primeiro exemplo;
2: segundo exemplo;
3: terceiro exemplo;
4: quarto exemplo.
A ABNT NBR 9050 (2020) recomenda uma área de descanso a cada 50 m, fora
da faixa de circulação, quando houver piso com inclinação de até 3%, ou área de
descanso a cada 30 m para piso com inclinação entre 3% e 5%. Para inclinação
superior a 5%, tal deve atender aos parâmetros estabelecidos para rampas (ABNT,
2020).
3.3.6 Rampas
Para que uma rampa seja considerada acessível, deve-se obedecer aos limites
máximos de inclinação, os desníveis a serem ultrapassados e o número máximo de
seguimentos, conforme mostra a figura 34, exceto nos casos de rampas de plateias,
palcos, piscinas e praias (ABNT, 2020). Para dimensionar a inclinação das rampas,
utiliza-se a seguinte fórmula, conforme a ABNT NBR 9050 (2020):
h × 100 (2)
i=
c
Onde:
Legenda:
A: vista superior;
B: vista lateral.
Legenda:
A: bocel;
B: espelho inclinado;
a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m,
De acordo com a ABNT NBR 9050 (2020), a largura da escada em uma rota
acessível deve ser conforme estabelece a ABNT NBR 9077, sendo determinada de
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acordo com o fluxo de pessoas estimadas a transitar por ela, no entanto não pode ser
inferior a 1,20 m. Os primeiros e últimos degraus das escadas em construções novas
devem estar a uma distância mínima de 0,30 m da área de circulação adjacente, com
os degraus apresentando inclinação transversal máxima de 1% para escadas internas
e 2% para escadas externas (ABNT, 2020). Para escadas com lances curvos,
estabelece-se o que demonstra a figura 39, sendo as dimensões apresentadas em
metros.
Figura 40 – Corrimãos
Legenda:
A: corrimão em escadas;
B: corrimão em rampas.
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A ABNT NBR 9050 (2020) estabelece que, no caso de rampas e escadas que
apresentam dimensões de largura iguais ou superiores a 2,40 m, uma das seguintes
condições para a correta instalação de corrimãos deve ser obedecida:
Legenda:
A: vista superior;
B: perspectiva.
Para corrimão em degrau isolado com um único degrau, a ABNT NBR 9050
(2020) estabelece que tal deve possuir comprimento mínimo de 0,30 m e ser instalado
conforme mostra a figura 42, sendo as dimensões apresentadas em metros.
Legenda:
Legenda:
A: planta;
B: vista frontal.
Para plataforma de uso inclinado, a ABNT NBR 9050 (2020) estabelece que
seus parâmetros devem obedecer à ABNT NBR ISO 9386-2. A ABNT NBR 9050
(2020, p. 67) também estabelece que, quando forem previstas em projetos, devem
garantir uma “parada programada nos patamares ou pelo menos a cada 3,20 m de
desnível”. Também deve-se prever sinalização tátil e visual assim como
intercomunicador em posições determinadas, conforme mostra a figura 45.
3.3.10.1 Corredores
- Com extensão de até 4,00 m, 0,90 m para corredores de uso comum (ABNT,
2020);
- 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m, sendo 1,50
m tanto para extensões acima de 10,00 m quanto para corredores de uso público
(ABNT, 2020);
3.3.10.2 Portas
As portas devem garantir um vão livre de passagem igual ou maior que 0,80 m
de largura e 2,10 m de altura, quando em processo de abertura (ABNT, 2020). Para
portas de duas folhas, ao menos uma das folhas deve ter largura mínima de 0,80 m,
valor que também deve ser respeitado no caso de portas de correr ou sanfonadas,
conforme figura 49 (ABNT, 2020). No caso de portas de espaços de prática esportiva,
o vão livre lateral deve ser de no mínimo 1,00 m (ABNT, 2020).
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As maçanetas das portas devem ser instaladas a uma altura de 0,80 m a 1,10
m, sendo que as portas de sanitários devem possuir puxador horizontal do lado oposto
da abertura da porta na mesma altura da maçaneta, além de que, no caso de portas
tipo vaivém, estabelece-se que as mesmas devem possuir visor com largura mínima
de 0,20, instalado com sua face inferior entre 0,40 m e 0,90 m do piso, com face
superior a uma altura mínima de 1,50 do piso, localizado no mínimo entre o eixo
vertical central da porta e o lado oposto às dobradiças, conforme se observa nas
figuras 50 e 51, sendo as dimensões apresentadas em metros (ABNT, 2020).
Legenda:
3.3.10.3 Janelas
A ABNT NBR 9050 (2020, p. 73) estabelece que calçadas e vias expressas
acessíveis devem “garantir uma faixa livre (passeio) para a circulação de pedestres
sem degraus“.
A ABNT NBR 9050 (2020) determina que as faixas livres não podem ter
inclinação transversal superior a 3%, sendo que inclinações maiores que essas devem
ser ajustadas na parte interna do lote ou em calçadas que possuam largura maior que
2,00 m, podendo o ajuste ser realizado na faixa de acesso, além de que a inclinação
longitudinal deve seguir a mesma inclinação da via lindeira.
Para dimensionar a largura da faixa livre, a ABNT NBR 9050 (2020) recomenda
admitir um fluxo de tráfego de 25 pedestres por minuto, realizado com conforto, em
ambos os sentidos, a cada metro de largura, utilizando-se a seguinte fórmula:
F (3)
L= + ∑ i ≥ 1,20 m
K
Onde:
Deve ser feito de modo a não interferir no passeio, não criando degrau nem
desnível, sendo que quando necessário, nas faixas de serviço e acesso, é permitida
a presença de rampas para facilitar o acesso do veículo ao lote, conforme mostra a
figura 55, sendo as dimensões apresentadas em metros (ABNT, 2020).
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Legenda:
A: vista superior;
B: corte.
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A ABNT NBR 9050 (2020, p. 79) determina que “não pode haver desnível entre
o término do rebaixamento da calçada e o leito carroçável”. Quando houver inclinação
do leito carroçável superior a 5%, a ABNT NBR 9050 (2020) recomenda a construção
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de uma faixa de acomodação cujas dimensões podem ser observadas na figura 59,
sendo as dimensões apresentadas em metros.
Segundo a ABNT NBR 9050 (2020), a rampa central deve ter largura mínima
de 1,20 m, sendo que tal largura deve ser igual ao comprimento das faixas de travessia
de pedestres. Quando o rebaixamento estiver localizado entre áreas verdes, como
jardins, canteiros e floreiras, deve-se atentar ao que mostra a figura 60.
perpendicular ou oblíquo ao meio fio” (ABNT, 2020, p. 81). O caminho entre a vaga e
o acesso à edificação deve estar a uma distância de 50 m no máximo. Ainda, conforme
a ABNT NBR 9050 (2020), em todo estacionamento deve ser garantido um trajeto
seguro até o destino, com largura mínima de 1,20 m, compondo a rota acessível.
telefone de cada conjunto deve ser acessível, além de que em locais onde se faz
necessária a instalação de telefone que emita som mensagem de texto, tais devem
ser instalados a uma altura entre 0,75 m e 0,80 m, devendo-se atender a ABNT NBR
15599 quanto ao tema de telefones acessíveis.
A ABNT NBR 9050 (2020) estabelece que em locais que possuam cabinas
telefônicas, ao menos uma deve ser acessível a qualquer pessoa, incluindo a que se
encontra em cadeira de rodas. Para que uma cabina telefônica seja considerada
acessível, devem ser atendidos os seguintes critérios de dimensionamento, como
também o que se encontra demonstrado pela figura 62, sendo as dimensões
apresentadas em metros:
- O acesso ao interior da cabina deve ser feito pelo lado de menor dimensão
em relação ao M.R., possuindo um vão livre de valor maior ou igual a 0,80 m, sendo
que no caso de haver porta de eixo vertical, sua abertura deve ser feita para fora
(ABNT, 2020).
- O piso interno deve estar nivelado com o piso externo ou atender aos
parâmetros apresentados no item 3.3.3 do presente projeto (ABNT, 2020).
- Possuir fonte de luz interna, havendo no mínimo uma fonte (ABNT, 2020).
- Deve existir espaço em frente à cabina que permita uma rotação de 180º de
uma cadeira de rodas.
90
- Possuir “altura entre 0,40 m e 0,45 m, medida na parte mais alta e frontal do
assento” (ABNT, 2020, p. 115);
- Ser “implantados sobre uma superfície nivelada com o piso adjacente” (ABNT,
2020, p. 116);
- Garantir “um M.R. ao lado dos assentos fixos, sem interferir com a faixa livre
de circulação” (ABNT, 2020, p. 116), conforme apresentado na figura 63.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
outras pessoas para utilizar o serviço. Quatro dos participantes afirmaram não ter seu
acesso impedido, porém dois deles afirmaram ter dificuldades.
estes cidadãos estão falando sozinhos, não havendo algum político ou representante
mencionando que irá pôr em prática alguma solução para essas pessoas. Por isso, tal
problema não pode ser mais tratado de forma alheia, sendo que não apenas o
município de Queimados mas também diversos outros lugares espalhados pelo Brasil
estão apresentando alguma situação similar. É um fato constrangedor que apenas
aqueles que estão nessa terrível situação sabem exatamente o desafio que estão
sofrendo, pois a outra parcela da população, que não apresenta deficiência ou
mobilidade reduzida, possuem suas próprias preocupações e portanto não estão
constantemente considerando o drama vivido diariamente por tais cidadãos
impossibilitados fisicamente.
Este trabalho visou expor não o caso em si, não se tratando de uma crítica ao
estado, nem mesmo aos políticos, mas sendo similar a uma voz tentando ser ouvida,
apresentando a perspectiva dos participantes da pesquisa e a porcentagem da
população que eles representam de forma a mostrar a necessidade de uma avaliação
de seus direitos e uma mobilização para serem atendidos, sendo que isso não irá
empobrecer o estado, mas enriquecer a qualidade de vida de todos os cidadãos, tanto
no presente quanto no futuro, pois a velhice é a fase na vida do ser humano onde
problemas de mobilidade reduzida podem ser vistos com mais frequência e toda
pessoa envelhece a cada dia, sendo que ao longo da sociedade os de idade avançada
sofrem mais devido problemas como poluição. Portanto, deve-se buscar boas ideias
que gerem soluções e comunicá-las aos administradores da sociedade para que não
precisem adivinhas, mas utilizem sua responsabilidade como parlamentares para
darem o apoio que a engenharia necessita para pôr em prática as sugestões
apresentadas pelos participantes do questionário.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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