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PLANO DE MANEJO DA

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO


PARQUE JUSCELINO KUBITSCHEK
(ARIE JK — DISTRITO FEDERAL)

PRODUTO 2B
DIAGNÓSTICO TÉCNICO SOCIOAMBIENTAL
DADOS PRIMÁRIOS E DADOS SECUNDÁRIOS

Volume II – Meio Biótico

Distrito Federal / São Paulo


2020
Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

PRODUTO DA ETAPA 2B
DO PLANO DE MANEJO 2020

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO


PARQUE JUSCELINO KUBITSCHEK
ARIE JK

DIAGNÓSTICO TÉCNICO SOCIOAMBIENTAL


DADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Volume II – Meio Biótico

CONTRATADA:

SALT ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA ME


CNPJ: 13.067.990/0001-27
Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cietec, Sala 101.
CEP 05508-000 - Butantã - São Paulo (SP)

CONTRATANTE:

CODHAB-DF
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL DO DF
CNPJ: 09.335.575/0001-30
Setor Comercial Sul (SCS), Quadra 06, Lote 13 e 14, Edifício CODHAB.
CEP 70306-918 - Brasília (DF)

ÓRGÃO AMBIENTAL:

IBRAM-DF
INSTITUTO BRASÍLIA AMBIENTAL
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO DF
Setor de Edifícios Públicos Norte (SEPN), Quadra 511, Bloco C.
CEP 70750-543 - Brasília (DF)

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Rosto
Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de pontos para a classificação de uso e vegetação nativa e levantamento


florístico. ................................................................................................................................ 6
Figura 2 - Medição de DAP, Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e
caracterização visual de Mata de Galeria, ARIE JK – DF. ................................................... 23
Figura 3 - Medição de DB e Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e
caracterização visual da fitofisionomia de Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata,
Taguatinga – DF. ................................................................................................................. 23
Figura 4 - Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e caracterização visual da
fitofisionomia de Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas, Samambaia – DF. . 24
Figura 5 - Mapa pontos amostrais do estudo fitossociológico. ............................................ 25
Figura 6 - Linha de medição empregada no método de intersecção na linha e detalhe da
marcação empregada para a medição do estrato herbáceo-arbustivo. ................................ 30
Figura 7 - Mapa de caracterização da vegetação da ARIE JK. ........................................... 39
Figura 8 - Vegetação encontrada nas grotas da parte oeste da ARIE JK, DF. .................... 40
Figura 9 - Caracterização visual de Cerrado sentido restrito denso/típico encontrado na parte
oeste da ARIE JK, DF (esquerda) e de Cerrado ralo encontrado no Parque Distrital Boca da
Mata, DF. ............................................................................................................................. 42
Figura 10 - Caracterização visual de Parque cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, DF.
Destaque para os murundus e densidade do estrato herbáceo/subarbustivo. ..................... 42
Figura 11 - Campo sujo na parte central norte da ARIE JK (foto da direita) e de campo limpo
na parte oeste da ARIE JK (esquerda)................................................................................. 43
Figura 12 - Pastagens de gramíneas exóticas encontradas na parte oeste da ARIE JK. .... 44
Figura 13 - Espécies epifíticas encontradas durante a amostragem florística e estrutural das
Matas de Galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga. ....................................................... 46
Figura 14 - Espécies encontradas durante a amostragem florística e estrutural das matas de
galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga. ....................................................................... 47
Figura 15 - Distribuição da riqueza entre as famílias verificada na Mata de Galeria dos
Córregos do Cortado e Taguatinga, ARIE JK, Distrito Federal. ............................................ 49
Figura 16 - Famílias com a maior abundância em matas de galeria dos Córregos Cortado e
Taguatinga, ARIE JK. .......................................................................................................... 50
Figura 17 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de
indivíduos para a amostragem de espécies nas matas de galeria dos córregos Cortado e
Taguatinga, dentro dos limites da ARIE JK. ......................................................................... 51
Figura 18 - Valor de importância das dez espécies arbóreas mais importantes da Mata de
Galeria dos córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK. ........................................................ 55
Figura 19 - Distribuição diamétrica da comunidade de Mata de Galeria dos Córregos Cortado
e Taguatinga, ARIE JK. ....................................................................................................... 57
Figura 20 - Distribuição por classes de altura para a comunidade de Mata de Galeria dos
Córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK. .......................................................................... 58
Figura 21 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Cerrado rupestre no
Parque Ecológico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK. ........................................ 60
Figura 22 - Famílias com a maior abundância de indivíduos amostrada em Cerrado rupestre
no Parque Ecológico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK. .................................... 61
Figura 23 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de
indivíduos para a amostragem de espécies em Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três
Meninas, dentro dos limites da ARIE JK. ............................................................................. 62
Figura 24 - Valor de importância das oito espécies arbóreas mais importantes do Cerrado
rupestre no Parque Ecoógico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK. ...................... 66
Figura 25 - Distribuição diamétrica da comunidade de Cerrado rupestre, no Parque Ecológico
Três Meninas, ARIE JK. ....................................................................................................... 67

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Figuras
Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

Figura 26 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Cerrado rupestre, no


Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK. .......................................................................... 68
Figura 27 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Cerrado ralo no Parque
Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ........................................................ 70
Figura 28 - Família com a maior abundância de indivíduos amostradas em Cerrado ralo no
Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ............................................ 71
Figura 29 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de
indivíduos para a amostragem de espécies em Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata,
dentro dos limites da ARIE JK. ............................................................................................ 72
Figura 30 - Valor de importância das seis espécies arbóreas mais importantes do Cerrado
ralo no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. Federal. .................. 75
Figura 31 - Distribuição diamétrica da comunidade de Cerrado ralo no Parque Distrital Boca
da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. .............................................................................. 76
Figura 32 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Cerrado ralo no
Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ............................................ 76
Figura 33 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de
indivíduos para a amostragem de espécies em Parque cerrado no Parque Distrital Boca da
Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ................................................................................... 77
Figura 34 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Parque cerrado no
Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ............................................ 78
Figura 35 - Família com a maior abundância de indivíduos amostradas em Parque cerrado
no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ....................................... 79
Figura 36 - Valor de importância (VI) das cinco espécies arbóreas mais importantes do Parque
cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. .......................... 82
Figura 37 - Distribuição diamétrica da comunidade de Parque cerrado no Parque Distrital
Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. ..................................................................... 83
Figura 38 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Parque cerrado no
Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK, Distrito Federal. .................. 84
Figura 39 - Espécies herbáceas/subarbustivas verificadas na ARIE JK (DF) com alguma
classificação quanto ao seu nível de ameaça. ..................................................................... 88
Figura 40 - Vistoria de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls). ............................... 96
Figura 41 - Coleta de informações corporais e marcação de lagartos capturados. ............. 97
Figura 42 - Metodologias de amostragem da mastofauna. .................................................. 99
Figura 43 - Métodos de amostragem avifauna. .................................................................. 101
Figura 44 - Metodologias de amostragem de ictiofauna. ................................................... 102
Figura 45 - Rede em “D” utilizada para coleta de macroinvertebrados bentônicos. ........... 103
Figura 46 - Mapa de pontos amostrais da fauna terrestre. ................................................ 108
Figura 47 - Mapa de pontos amostrais da fauna aquática. ................................................ 110
Figura 48 - Representatividade dos grupos faunísticos que compõe a lista de espécies com
potencial ocorrência (dados secundários) para a área da ARIE JK. ................................... 117
Figura 49 - Representatividade dos grupos faunísticos encontrados na área da ARIE JK em
levantamento realizado no ano de 2018. ........................................................................... 119
Figura 50 - Representatividade dos grupos faunísticos comparação dados secundários e
dados primários. ................................................................................................................ 119
Figura 51 - Representatividade dos grupos faunísticos após consolidação da lista de espécies
da ARIE JK (Dados Secundários + Primários). .................................................................. 120
Figura 52 - Distribuição da abundância de espécies da herpetofauna encontradas na ARIE
JK durante as campanhas de setembro a dezembro de 2018. .......................................... 129
Figura 53 - Dendrograma de similaridade entre as comunidades de herpetofauna registradas
nos diferentes sítios amostrais. .......................................................................................... 134
Figura 54 - Distribuição da abundância relativa de Herpetofauna amostrada. ................... 135
Figura 55 - Mapa de espécies raras da Herpetofauna amostradas in situ. ........................ 138

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Figuras
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Figura 56 - Rhinella rubecens. .......................................................................................... 139


Figura 57 - Barycholos ternetzi. ........................................................................................ 139
Figura 58 - Ameerega flavopicta. ...................................................................................... 139
Figura 59 - Boana lundii. ................................................................................................... 139
Figura 60 - Odontophrynus salvatori. ................................................................................ 139
Figura 61 - Bokermanohyla Sapiranga. ............................................................................. 139
Figura 62 - Leptodactylus sertanejo. ................................................................................. 140
Figura 63 - Norops meridionalis. ....................................................................................... 140
Figura 64 - Boiruna maculata. ........................................................................................... 140
Figura 65 - Siphonops annulatus....................................................................................... 140
Figura 66 - Curva de rarefação (linhas espessas) e extrapolação (linhas finas) por amostra
das espécies de mamíferos de médio e grande porte nas diferentes formações vegetais de
Cerrado amostradas. ......................................................................................................... 146
Figura 67 - Curva de rarefação (linhas espessas) e extrapolação (linhas finas) por amostra
das espécies de mamíferos voadores nas diferentes formações vegetais de Cerrado
amostradas da ARIE JK. .................................................................................................... 149
Figura 68 - Mapa de distribuição de registros da Mastofauna terrestre e voadora. ........... 152
Figura 69 - Herpailurus yagouaroundi. .............................................................................. 153
Figura 70 - Monodelphis americana. ................................................................................. 153
Figura 71 - Callithrix penicillata. ........................................................................................ 154
Figura 72 - Sapajus libidinosus. ........................................................................................ 154
Figura 73 - Eira barbara. ................................................................................................... 154
Figura 74 - Nasua nasua. .................................................................................................. 154
Figura 75 - Procyon cancrivorus........................................................................................ 154
Figura 76 - Didelphis albiventris. ....................................................................................... 154
Figura 77 - Gracilinanus agilis. .......................................................................................... 155
Figura 78 - Monodelphis americana. ................................................................................. 155
Figura 79 - Necromys lasiurus. ......................................................................................... 155
Figura 80 - Carollia perspicillata. ....................................................................................... 155
Figura 81 - Artibeus lituratus. ............................................................................................ 155
Figura 82 - Hydrochoerus hydrochaeris. ........................................................................... 155
Figura 83 - Representatividade de espécies de aves por família registradas na região da ARIE
JK. ..................................................................................................................................... 161
Figura 84 - Abundância relativa de aves registradas na ARIE JK, 2018. ........................... 163
Figura 85 - Número de espécies de aves por guilda trófica na ARIE JK, 2018. ................. 165
Figura 86 - Abundância relativa de aves registradas na Mata de Galeria às margens do
Ribeirão Taguatinga (MG3) em 2018. ................................................................................ 166
Figura 87 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico Saburo Onoyama
(MG2) em 2018.................................................................................................................. 167
Figura 88 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico do Cortado (MG1)
em 2018............................................................................................................................. 169
Figura 89 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Distrital Boca da Mata (MG4)
em 2018............................................................................................................................. 171
Figura 90 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico Três Meninas (Ce1)
em 2018............................................................................................................................. 173
Figura 91 - Abundância relativa de aves registradas no Cerrado próximo ao Pôr do Sol (Ce2)
em 2018............................................................................................................................. 175
Figura 92 - Abundância relativa de aves registradas no Cerrado próximo ao Sol Nascente
(Ce3) em 2018. .................................................................................................................. 176
Figura 93 - Mapa de distribuição de registros da Avifauna. ............................................... 177
Figura 94 - Papaguaio Verdadeiro .................................................................................... 180
Figura 95 - Alipiopsitta xanthops. ...................................................................................... 180

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Figura 96 - Cyanocorax cristatellus. .................................................................................. 180


Figura 97 - Herpsilochmus longirostris. ............................................................................. 180
Figura 98 - Clibanornis rectirostris..................................................................................... 180
Figura 99 - Syndactyla dimidiata. ...................................................................................... 180
Figura 100 - Antilophia galeata. ........................................................................................ 181
Figura 101 - Myiothlypis leucophrys. ................................................................................. 181
Figura 102 - Campainha azul (Porphyrospiza caerulescens). ........................................... 181
Figura 103 - Rhynchotus rufescens. .................................................................................. 181
Figura 104 - Nothura maculosa. ........................................................................................ 181
Figura 105 - Aramides cajaneus. ...................................................................................... 181
Figura 106 - Leptotila verreauxi. ........................................................................................ 182
Figura 107 - Leptotila rufaxilla. .......................................................................................... 182
Figura 108 - Ara ararauna. ................................................................................................ 182
Figura 109 - Sicalis flaveola. ............................................................................................. 182
Figura 110 - Saltator similis. .............................................................................................. 183
Figura 111 - Sporophila nigricollis. .................................................................................... 183
Figura 112 - Caboclinho (Sporophila bouvreuil). ............................................................... 183
Figura 113 - Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus). .......................................................... 183
Figura 114 - Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochlorus). ...................................... 183
Figura 115 - Tesourinha (Tyrannus savana). .................................................................... 183
Figura 116 - Distribuição entre as ordens dos indivíduos da ictiofauna capturados ao longo
das duas campanhas de 2018. .......................................................................................... 189
Figura 117 - Distribuição entre as famílias dos indivíduos da ictiofauna capturados ao longo
das duas campanhas. ........................................................................................................ 189
Figura 118 - Abundância absoluta das espécies da ictiofauna registradas. ....................... 191
Figura 119 - Abundância relativa das espécies da ictiofauna registradas.......................... 191
Figura 120 - Dendograma de similaridade (Jaccard) indicando a similaridade entre os pontos
de amostragem. ................................................................................................................. 194
Figura 121 - Mapa de distribuição de registros da Ictiofauna. ........................................... 195
Figura 122 - Astyanax scabripinnis. .................................................................................. 196
Figura 123 - Hypostomus ancistroides. ............................................................................. 196
Figura 124 - Hypostomus cf. regani. ................................................................................. 196
Figura 125 - Rhamdia quelen. ........................................................................................... 196
Figura 126 - Phalloceros harpagos. .................................................................................. 196
Figura 127 - Poecilia reticulata. ......................................................................................... 196
Figura 128 - Xiphophorus hellerii ♀. .................................................................................. 197
Figura 129 - Xiphophorus hellerii ♂. .................................................................................. 197
Figura 130 - Qualidade das águas em cada ponto de amostragem com base nos resultados
de macroinvertebrados aquáticos e na classificação (índice) BMWP. ................................ 202
Figura 131 - Dendrograma de agrupamento representando a análise de similaridade para o
grupo macroinvertebrados bentônicos. .............................................................................. 204
Figura 132 - Mapa de distribuição de registro de Macroinvertebrados aquáticos. ............. 205
Figura 133 - Libellulidae a família mais abundante de Odonata e registrada em três dos quatro
os sítios amostrais ............................................................................................................. 206
Figura 134 - Perlidae registrada em três dos quatro os sítios amostrais. .......................... 206
Figura 135 - Hydropsychydae registrada no Ribeirão Taguatinga ..................................... 206
Figura 136 - Áreas prioritárias para conservação da herpetofauna considerando as áreas
amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo. ............. 209
Figura 137 - Áreas prioritárias para conservação da mastofauna (médios e grandes
mamíferos) considerando as áreas amostradas durante o levantamento de dados primários
deste Plano de Manejo. ..................................................................................................... 211

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Figura 138 - Áreas prioritárias para conservação da mastofauna voadora considerando as


áreas amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo. ... 213
Figura 139 - Áreas prioritárias para conservação da avifauna considerando as áreas
amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo. ............. 215
Figura 140 - Áreas prioritárias para conservação da ictiofauna considerando as áreas
amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo. ............. 217
Figura 141 - Áreas prioritárias para conservação da fauna considerando as áreas amostradas
durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo. ................................ 220

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Figuras
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Coordenadas geográficas dos pontos de amostragem para a caracterização do uso


e da vegetação nativa, considerando o Sistema de Projeção Universal Transversa de Mercator
(UTM) – Zona 22L (hemisfério Sul), e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS 2000). ..................................................................................................................... 4
Tabela 2 - Classes de uso e da vegetação nativa. ................................................................ 7
Tabela 3 - Dimensionamento de parcelas amostrais e critérios de inclusão para o estudo
fitossociológico. ................................................................................................................... 20
Tabela 4 - Coordenada geográfica das parcelas alocadas na ARIE JK. .............................. 21
Tabela 5 - Estrato herbáceo amostrado nas unidades de conservação. .............................. 26
Tabela 6 - Coordenadas das unidades amostrais da vegetação campestre presente na ARIE
JK. ....................................................................................................................................... 27
Tabela 7 - Quadro resumo de resultados obtidos no estrato arbóreo e arbustivo. ............... 37
Tabela 8 - Quadro de áreas da caracterização da vegetação da ARIE JK. ......................... 38
Tabela 9 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equitabilidade de Pielou para a
comunidade das matas de galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK, Distrito
Federal. ............................................................................................................................... 50
Tabela 10 - Resultados dos cálculos de rarefação, acúmulo de espécies por número de
indivíduos amostrados, para a comunidade amostrada por parcelas nas matas de galeria dos
córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK, Distrito Federal. ................................................. 52
Tabela 11 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas da Mata de Galeria dos
córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK. ........................................................................... 54
Tabela 12 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado rupestre no
Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK. .......................................................................... 59
Tabela 13 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equitabilidade de Pielou para o
Cerrado rupestre, no Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK, Distrito Federal. ............... 61
Tabela 14 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado rupestre no
Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK, DF. Espécies estão organizadas em ordem
decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por hectare; DR: Densidade Relativa; DoA:
Dominância Absoluta por hectare; DoR: Dominância Relativa; FA: Frequência Absoluta; FR:
Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de Valor de Importância.
............................................................................................................................................ 64
Tabela 15 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou para o
Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. .................. 71
Tabela 16 - Resultados dos cálculos de rarefação, acúmulo de espécies por número de
indivíduos amostrados, para a comunidade amostrada por parcelas no Cerrado ralo no Parque
Distrital Boca da Mata, ARIE JK. ......................................................................................... 72
Tabela 17 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado ralo no Parque
Ecológico Três Meninas, ARIE JK. ...................................................................................... 74
Tabela 18 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou para o
Parque cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK, Distrito
Federal. ............................................................................................................................... 79
Tabela 19 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Parque cerrado no Parque
Distrital Boca da Mata, ARIE JK, DF. ................................................................................... 81
Tabela 20 - Espécies de Cerrado ralo amostradas no levantamento fitossociológico da
vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de
intersecção de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa
(CR%) e Índice de Valor de Importância (IVI%). .................................................................. 90
Tabela 21 - Espécies de Parque cerrado sob murunduns amostradas no levantamento
fitossociológico da vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo

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Tabelas
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método de intersecção de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura


Relativa (CR%) e Índice de Valor de Importância (IVI%). .................................................... 91
Tabela 22 - Espécies de Parque cerrado entre murundus amostradas no levantamento
fitossociológico da vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo
método de intersecção de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura
Relativa (CR%) e Índice Valor de Importância (IVI%). ......................................................... 92
Tabela 23 - Espécies de Campo limpo úmido amostradas no levantamento fitossociológico da
vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de
intersecção de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa
(CR%) e Índice Valor de Importância (IVI%). ....................................................................... 93
Tabela 24 - Valores atribuídos a cada família de invertebrado utilizando o índice BMWP’. 104
Tabela 25 - Valores de referência para análise da qualidade água utilizando o índice BMWP’.
.......................................................................................................................................... 105
Tabela 26 - Pontos de amostragem da fauna terrestre. ..................................................... 106
Tabela 27 - Pontos de amostragem da fauna aquática...................................................... 109
Tabela 28 - Resumo das metodologias aplicadas e esforço para cada grupo de fauna. .... 112
Tabela 29 - Espécies exóticas encontradas na ARIE JK a partir do levantamento de dados
secundários. ...................................................................................................................... 118
Tabela 30 - Espécies exóticas encontradas na ARIE JK durante o levantamento de dados
primários. ........................................................................................................................... 122
Tabela 31 - Indivíduos amostrados por armadilhas de interceptação e queda................... 125
Tabela 32 - Abundância de espécies da herpetofauna encontradas nas matas de galeria (MG1
a MG4) e nos cerrados (Ce1 a Ce4) da ARIE JK durante as campanhas de setembro a
dezembro de 2018. ............................................................................................................ 127
Tabela 33 - Estimativas de riqueza da herpetofauna da ARIE JK. ..................................... 128
Tabela 34 - Riqueza, número de registros, índice de diversidade e equitabilidade dos anfíbios
e répteis registrados por pontos amostrais e total para o diagnóstico ambiental da ARIE JK,
por Busca Ativa.................................................................................................................. 131
Tabela 35 - Parâmetros de diversidade beta entre os sítios amostrais. ............................. 133
Tabela 36 - Registro das espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte nas
diferentes formações vegetais da ARIE JK, incluindo os dados ecológicos resultantes das três
campanhas realizadas em 2018. ....................................................................................... 143
Tabela 37 - Espécies exóticas avistadas no interior dos sítios amostrais da ARIE JK ao longo
das três campanhas........................................................................................................... 144
Tabela 38 - Estimativas de riqueza para Mastofauna – Médios e Grandes Mamíferos – na
ARIE JK. ............................................................................................................................ 145
Tabela 39 - Comparação entre a diversidade esperada e a observada considerando a partição
aditiva, com os valores de ordem (q) iguais a 0 (riqueza), próximo de 1 (diversidade de
Shannon) e igual a 2 (diversidade Simpson). ..................................................................... 147
Tabela 40 - Registro das espécies de mamíferos voadores nas áreas de amostragem da ARIE
JK considerando as três campanhas realizadas. ............................................................... 148
Tabela 41 - Estimativas de riqueza para Mamíferos Voadores. ......................................... 149
Tabela 42 - Estimativas de riqueza para Avifauna na ARIE JK. ......................................... 158
Tabela 43 - Resultados ecológicos dos registros realizados por meio dos censos pontuais em
formações abertas e florestais na ARIE JK entre setembro e dezembro de 2018. ............. 159
Tabela 44 - Resultados ecológicos dos registros realizados por meio dos censos pontuais em
cada sítio amostral. ............................................................................................................ 160
Tabela 45 - Espécies registradas na ARIE JK consideradas bioindicadoras por se
enquadrarem em pelo menos um dos seguintes critérios. ................................................. 179
Tabela 46 - Espécies de peixes encontradas na ARIE JK. ................................................ 188
Tabela 47 - Estimativas de riqueza da Ictiofauna na ARIE JK. .......................................... 191
Tabela 48 - Distribuição das espécies nos diferentes pontos amostrais. ........................... 192

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ARIE JK – Distrito Federal (DF)

Tabela 49 - Índice de diversidade (Shannon) e equitabilidade (Pielou) para cada ponto de


amostragem, obtidos no estudo da Ictiofauna. ................................................................... 193
Tabela 50 - Agrupamento das áreas amostradas para Ictiofauna de acordo com a diversidade
beta. .................................................................................................................................. 193
Tabela 51 - Estimativas de riqueza de Macroinvertebrados Bentônicos para a ARIE JK ao
longo das campanhas de dados primários. ........................................................................ 200
Tabela 52 - Lista de macroinvertebrados bentônicos registrados na ARIE JK. .................. 200
Tabela 53 - Abundância total das famílias de macroinvertebrados aquáticos registrados em
campo, nas duas campanhas de 2018. ............................................................................. 201
Tabela 54 - Pontuação de cada um dos cursos d’água quanto às famílias de insetos aquáticos,
segundo a classificação BMWP, como parâmetro da qualidade da água. ......................... 201
Tabela 55 - Riqueza (S), abundância (Abd), diversidade de Shannon (H’) e equabilidade de
Pielou (J’) nos quatro cursos d’água, em cada uma das campanhas e no total da amostragem.
.......................................................................................................................................... 203
Tabela 56 - Matriz de similaridade resultante do agrupamento dos quatro cursos d’água
analisados quanto a composição das comunidades de macroinvertebrados bentônicos. .. 204
Tabela 57 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da herpetofauna.
Entre parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada. ............ 208
Tabela 58 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da mastofauna
(médios e grandes mamíferos). Entre parênteses são apresentados os valores normalizados
pela raiz quadrada. ............................................................................................................ 210
Tabela 59 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da mastofauna
voadora. Entre parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
.......................................................................................................................................... 212
Tabela 60 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da avifauna. Entre
parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada. ...................... 214
Tabela 61 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da ictiofauna. Entre
parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada. ...................... 216
Tabela 62 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da fauna,
considerando apenas a fauna terrestre (herpetofauna, mastofauna, avifauna). ................. 219

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Tabelas
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LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ACRÔNIMOS

º Graus
°C Graus Celsius
% Porcentagem
μg Micrograma
A Formação Ribeirão do Torto (unidade estratigráfica)
A Zona tropical
ADASA Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento
Básico do Distrito Federal
ANA Agência Nacional de Águas
APA Área de Proteção Ambiental
APP Área de Preservação Permanente
ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico
ARIE JK Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino
Kubitschek
Af Zona tropical de clima equatorial
Am Zona tropical de clima monçônico
As Zona tropical de clima savânico com seca no verão
Aw Zona tropical de clima savânico com seca no inverno
B Zona seca
Bs Zona seca de clima semiárido
Bsh Zona seca de clima semiárido quente
C Zona subtropical úmida
Caesb Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
CAR Cadastro Ambiental Rural
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Cf Zona subtropical de clima oceânico
Cfa Zona subtropical de clima oceânico e verão quente
Cfb Zona subtropical de clima oceânico e verão temperado
CGDF Controladoria-Geral do Distrito Federal
CITES Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies
da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção
cm Centímetro

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CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos


COA Centro de Operações das Águas
Codeplan Companhia de Planejamento do Distrito Federal
CODHAB-DF Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito
Federal
COMPARQUES Comissão Permanente de Parques Ecológicos e de Uso
Múltiplo
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CRH-DF Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal
Cs Zona subtropical de verão seco
Csa Zona subtropical de verão seco e quente
Csb Zona subtropical de verão seco e temperado
Cw Zona subtropical de inverno seco
Cwa Zona subtropical de inverno seco e verão quente
Cwb Zona subtropical de inverno seco e verão temperado
Cwc Zona subtropical de inverno seco e verão frio
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
DER Departamento de Estradas de Rodagem
DF Distrito Federal
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
DODF Diário Oficial do Distrito Federal
EIA Estudo de Impacto Ambiental
Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPGU Estrada Parque Guará
EPT Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera
EPTG Estrada Parque Taguatinga
ESECAE Estação Ecológica de Águas Emendadas
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
EUPS Equação Universal de Perda de Solo
FMC Fumaça
FZDF Fundação Zoobotânica do Distrito Federal
g Grama (unidade de massa)
GDF Governo do Distrito Federal
h Hora

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ha Hectare
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRAM-DF Instituto Brasília Ambiental
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IFB Instituto Federal de Brasília
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IQAR Índice de Qualidade do Ar
IUCN International Union for Conservation of Nature
km Quilômetro
LAFUC Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação
LQ Limite de Quantificação
m Metro
m3 Metro cúbico
Ma Milhões de anos
MAA Média Aritmética Anual
MAPEAR Mapeamento de Áreas Degradadas e Fitofisionomias do
Distrito Federal
MapBiomas Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do
Solo no Brasil
MDE Modelo Digital de Elevação
mg Miligrama
MGA Média Geométrica Anual
MJ MegaJoule
ml Mililitro
mm Milímetro
MMA Ministério do Meio Ambiente
MNPpq3 Quartzito Médio
MNPpr3 Metarritmito Arenoso
MP Material Particulado
MPDFT Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
NCA NCA Engenharia, Arquitetura e Meio Ambiente S/C Ltda
NE Nordeste
NMP Número Mais Provável
NSF National Sanitation Foundation

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NTU Nephelometric Turbidity Unit


O Oeste
OD Oxigênio Dissolvido
OMS Organização Mundial da Saúde
PC Formação Córrego do Barreiro (unidade estratigráfica)
PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial
PELC Parque Ecológico do Lago do Cortado
PGIRH/DF Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos
do Distrito Federal
pH Potencial Hidrogeniônico
PM10 Material particulado inalável
PM2006 Plano de Manejo de 2006 ARIE JK
PMDF Polícia Militar do Distrito Federal
PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos
PRAD Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
Pt Platina
PTS Partículas Totais em Suspensão
Q1 Formação Serra da Boa Vista (unidade estratigráfica)
q1 Quartzito basal
Q2 Formação Serra do Paranã (unidade estratigráfica)
q2 Quartzito do Metarritmito Arenoso
Q3 Quartzito Médio
q3 Unidade Quartzito Médio
QI Quadra Interna
QNF Quadra Norte F
QNJ Quadra Norte J
QNL Quadra Norte L
QSD Quadra Sul D
R1 Formação Córrego Cordovil (unidade estratigráfica)
R2 Metarritmitos com predominância da fração pelítica
R3 Metarritmito Arenoso
R4 Metarritmito Argiloso
RA Região Administrativa
RADAM Radar da Amazônia

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RHN Rede Hidrometeorológica Nacional


S Formação Ribeirão Piçarrão (unidade estratigráfica)
S Sul
SALT SALT Engenharia e Meio Ambiente Ltda.
SAGA System for Automated Geoscientific Analyses (software)
SCS Setor Comercial Sul
SDT Sólidos Dissolvidos Totais
SDUC Sistema Distrital de Unidades de Conservação da
Natureza
SEDUH-DF Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e
Habitação
SEDUMA Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI Serviço Social da Indústria
Sicar Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
SIG Sistema de Informação Geográfica
SIGMINE Sistema de Informações Geográficas da Mineração
Siv-solo Sistema Integrado de Vigilância do Uso do Solo
SM Formação Ribeirão São Miguel (unidade estratigráfica)
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza
SO2 Dióxido de Enxofre
SW Sudoeste
t Tonelada
Terracap Companhia Imobiliária de Brasília
UC Unidade de Conservação
UCTL Usina Central de Tratamento de Lixo
UILE Usina de Incineração de Lixo Especial
UnB Universidade de Brasília
UTM Universal Transversa de Mercator
W Oeste

ZEE-DF Zoneamento Ecológico-Econômico do Distrito Federal

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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................... 1

2. MEIO BIÓTICO ....................................................................................................... 1

2.1 FLORA ............................................................................................................... 1


2.1.1 MÉTODOS ..............................................................................................................................2
2.1.1.1 Informações gerais da área..............................................................................................2
2.1.1.2 Informações gerais de cobertura e usa do solo ...............................................................3
2.1.1.3 Fitofisionomias presentes na ARIE JK .............................................................................9
2.1.1.4 Amostragem do estrato arbóreo e arbustivo ..................................................................19
2.1.1.5 Amostragem do estrato herbáceo e subarbustivo .........................................................26
2.1.2 RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA FLORA ..................................................................36
2.1.2.1 Síntese do diagnóstico da flora da ARIE JK ..................................................................36
2.1.2.2 Dados primários .............................................................................................................38

2.2 FAUNA ............................................................................................................. 94


2.2.1 MÉTODOS ............................................................................................................................94
2.2.1.1 Dados Secundários ........................................................................................................94
2.2.1.2 Amostragem de Dados Primários ..................................................................................95
2.2.1.3 Análise dos dados ........................................................................................................113
2.2.2 RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DE FAUNA ................................................................116
2.2.2.1 Síntese do diagnóstico da Fauna da ARIE JK .............................................................117
2.2.2.2 Herpetofauna ................................................................................................................122
2.2.2.3 Mastofauna ...................................................................................................................141
2.2.2.4 Avifauna ........................................................................................................................156
2.2.2.5 Ictiofauna ......................................................................................................................184
2.2.2.6 Macroinvertebrados aquáticos .....................................................................................197
2.2.3 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA FAUNA ..........................................207

3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 221

4 LISTA DE ANEXOS ............................................................................................. 240

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Este documento consiste no Volume II do produto final da “Etapa 2 – Diagnóstico


Socioambiental da ARIE e Unidades de Conservação” - das atividades de elaboração
(revisão) do Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico Parque
Juscelino Kubitschek (ARIE JK), Distrito Federal (DF), como parte dos serviços
realizados pela empresa SALT Engenharia e Meio Ambiente (SALT) para a
Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB-DF), a fim
de dar cumprimento à compensação ambiental do Riacho Fundo II, 5ª Etapa.

2. MEIO BIÓTICO

Nesta seção, são apresentados dados (secundários e primários) e informações sobre


o Meio Biótico de forma descritiva e objetiva, utilizando-se de diversos elementos
gráficos como mapas, plantas, gráficos, croquis, fotos e tabelas. Para uma
organização adequada à gestão ambiental das Unidades de Conservação (UC) em
estudo, as informações do Meio Biótico foram estruturadas a seguir, considerando
dois subsistemas:

• Flora;
• Fauna.

Em cada uma dessas seções, são informados detalhes sobre as formas de obtenção
dos resultados apresentados, incluindo materiais e métodos utilizados.

2.1 FLORA

O diagnóstico de vegetação é parte do Plano de Manejo da ARIE JK e das UCs Parque


Ecológico Saburo Onoyama, Parque Ecológico do Cortado, Parque Distrital Boca da
Mata e Parque Ecológico Três meninas, contemplando o meio biótico - tema
específico Flora. Esta seção do documento tem como objetivos: caracterizar e mapear
as principais formações vegetais na ARIE JK e nas UCs; fazer estudos florísticos e
fitossociológicos dessas formações; indicar o estado de conservação dos fragmentos
vegetacionais; indicar as pressões antrópicas que vem sendo exercidas sobre a
vegetação; avaliar o impacto de espécies invasoras; identificar áreas prioritárias a

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conservação/proteção de espécies vegetais; recomendar estudos e pesquisas para


o manejo, manutenção e recuperação da ARIE JK e suas UCs.

2.1.1 MÉTODOS

A seguir é apresentado o método para levantamento dos dados para a caracterização


da vegetação e identificação das espécies da flora pertencente à ARIE JK. Para a
caracterização por dados secundários, foram utilizados artigos técnicos, estudos
acadêmicos, bancos de dados públicos, publicações oficiais on-line, tanto de
instituições públicas quanto privadas.

Para o levantamento de dados primários, foram aplicados métodos consagrados no


meio acadêmico e em estudos de impacto ambiental, descritos detalhadamente nas
seções seguintes.

2.1.1.1 Informações gerais da área

O presente estudo foi conduzido dentro dos limites da ARIE JK, localizada entre três
regiões administrativas densamente povoadas: Taguatinga (RA III), Ceilândia (RA IX)
e Samambaia (RA XII). Sua área total é de aproximadamente 3.007,49 hectares,
consistindo na maior Unidade de Conservação da categoria ARIE – Área de Relevante
Interesse Ecológico – do Distrito Federal (DF).

Fazem parte da ARIE JK, as seguintes Unidades de Conservação: Parque Distrital


Boca da Mata (196,34 ha), Parque Ecológico Saburo Onoyama (93,10 ha), Parque
Ecológico do Cortado (45,50 ha) e Parque Ecológico Três Meninas (72,88 ha). Outra
UC dentro dos limites da ARIE JK é o Refúgio de Vida Silvestre Gatumé, porém este
não foi avaliado no presente estudo. Além das UCs, também dentro da poligonal da
ARIE JK, se tem a Área Rural Remanescente de Taguatinga, que se sobrepõe à uma
área urbana em expansão, a qual possui inúmeras ocupações regulares e irregulares,
além de diversos acessos tanto para veículos como para pedestres.

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2.1.1.2 Informações gerais de cobertura e usa do solo

Primeiramente, foi realizada um deliamento manual das unidades de mapeamento e


cobertura do solo na ARIE JK, utilizando o software ArcMap versão 10.4.1, tendo como
base uma imagem aerofotogramétrica obtida por Drone (ortofoto) no ano 2018, com
resolução espacial de 0,30 m. Para validação e detalhamento da cobertura e uso do
solo, foram amostrados 76 pontos de levantamento qualitativo, distribuídos por toda a
unidade de conservação e seus tipos de vegetação.

A escolha dos pontos de amostragem se deu de forma aleatória evitando o vício sobre
às amostras. Nestes pontos de amostragem, foi realizado levantamento de
informações sobre tipo fitofisionômico, espécies predominantes e estado de
conservação da vegetação.

Tais informações foram utilizadas para a definição detalhada das categorias de uso e
ocupação do solo dentro da ARIE JK. As coordenadas geográficas de cada local
amostrado estão apresentadas na Tabela 1 e a localização dos pontos na Figura 1.

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Tabela 1 - Coordenadas geográficas dos pontos de amostragem para a caracterização do uso e da


vegetação nativa, considerando o Sistema de Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) –
Zona 22L (hemisfério Sul), e o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000).
Ponto Estrato Coordenada N Coordenada E Ponto Estrato Coordenada N Coordenada E
1 Arbóreo 8242255,265 807580,2429 39 Arbóreo 8246012,408 812638,366
2 Arbóreo 8242236,612 807334,0508 40 Arbóreo 8245221,283 815923,8494
3 Arbóreo 8242261,338 807169,0889 41 Arbóreo 8245397,299 815763,1962
4 Arbóreo 8242334,575 807105,4975 42 Arbóreo 8245484,898 815697,1325
5 Arbóreo 8242467,745 807043,6152 43 Arbóreo 8245759,601 815282,1936
6 Arbóreo 8242433,793 807331,1453 44 Arbóreo 8248246,776 813722,1296
7 Arbóreo 8243008,912 806799,1976 45 Arbóreo 8248245,715 813759,2399
8 Arbóreo 8243594,257 806707,4397 46 Arbóreo 8248498,861 813697,907
9 Arbóreo 8243878,866 806544,207 47 Arbóreo 8249151,546 813250,9193
10 Arbóreo 8243942,309 806523,1713 48 Arbóreo 8249211,236 813161,2095
11 Arbóreo 8243893,858 806618,8998 49 Arbóreo 8242250,776 807537,2659
12 Arbóreo 8243270,566 806241,1302 50 Arbóreo 8243946,82 816532,9923
13 Arbóreo 8243174,206 806015,5697 51 Herbáceo 8247158,716 814575,5834
14 Arbóreo 8243148,938 805900,5861 52 Herbáceo 8247531,052 814592,2453
15 Arbóreo 8244149,633 806066,3832 53 Herbáceo 8247919,525 814465,0531
16 Arbóreo 8243198,776 806553,2766 54 Herbáceo 8248195,867 813948,3198
17 Arbóreo 8246064,744 803824,731 55 Herbáceo 8248310,578 813879,4384
18 Arbóreo 8245949,913 804244,1705 56 Herbáceo 8248266,209 813854,123
19 Arbóreo 8245705,273 804408,5504 57 Herbáceo 8248685,06 813768,378
20 Arbóreo 8245380,677 805370,4099 58 Herbáceo 8248764,278 813678,9459
21 Arbóreo 8243841,657 810433,7049 59 Herbáceo 8249542,797 813105,9148
22 Arbóreo 8244089,558 810555,0766 60 Herbáceo 8249585,584 813081,5801
23 Arbóreo 8244212,565 810250,0883 61 Herbáceo 8249484,39 813098,2345
24 Arbóreo 8244115,059 809864,5056 62 Herbáceo 8249437,017 813178,0535
25 Arbóreo 8243893,576 809818,1693 63 Herbáceo 8245790,991 815518,7465
26 Arbóreo 8243826,693 809959,0851 64 Herbáceo 8245830,591 815540,1665
27 Arbóreo 8243566,522 810265,8511 65 Herbáceo 8246073,139 815538,3768
28 Arbóreo 8244417,797 811661,4238 66 Herbáceo 8246066,321 815540,3423
29 Arbóreo 8244593,122 811723,5815 67 Herbáceo 8243877,355 816565,8533
30 Arbóreo 8244966,488 811454,325 68 Herbáceo 8243797,546 816308,0009
31 Arbóreo 8245880,361 811463,3492 69 Herbáceo 8243856,604 815941,8829
32 Arbóreo 8245918,344 811732,965 70 Herbáceo 8243702,638 816052,7278
33 Arbóreo 8245903,992 811635,4293 71 Herbáceo 8243976,603 815874,8589
34 Arbóreo 8245860,779 811548,4904 72 Herbáceo 8243145,535 809381,073
35 Arbóreo 8245448,603 811776,6507 73 Herbáceo 8243166,761 809309,1556
36 Arbóreo 8245431,069 812987,3726 74 Herbáceo 8243166,761 809309,1556
37 Arbóreo 8245702,529 812286,6928 75 Herbáceo 8243165,188 809311,671
38 Arbóreo 8245851,761 812462,361 76 Herbáceo 8243188,035 809274,9978
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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As fitofisionomias nativas foram determinadas segundo a classificação de Ribeiro e


Walter (2008). Ao todo foram identificadas sete fitofisionomias, sendo elas: Mata de
Galeria, Cerrado rupestre, Cerrado sentido restrito, Parque cerrado, formações
campestres (Campo sujo e Campo limpo) e vereda. Só receberam classificação
“fitofisionômica nativa”, as áreas em que a vegetação apresentava
predominantemente bom estado de conservação e características próximas aos
“originais da formação”1. Pela dificuldade de separação visual entre campo sujo e
campo limpo, adotou-se uma classe única para as duas fitofisionomias – formações
campestres.

Além dessas formações também foram identificadas áreas com uso agropecuário,
com vegetação antropizada, floresta plantada, áreas edificadas, corpos hídricos e solo
exposto. As classes utilizadas para a composição do presente estudo são
apresentadas na Tabela 2. Os padrões identificados para cada classe de vegetação
são apresentados no mapa de composição das fitofisionomias presentes no interior
da ARIE JK.

1 Características florísticas e estruturais próximas as descritas por RIBEIRO e WALTER (2008). No


referido trabalho os autores destacaram que todos os tipos fitofisionômicos foram descritos com base
em trechos de vegetação “primitiva” ou originais, primários ou naturais, conforme outros termos usados
por diferentes autores.

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Figura 1 - Mapa de pontos para a classificação de uso e vegetação nativa e levantamento florístico.

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Tabela 2 - Classes de uso e da vegetação nativa.

Classe Descrição Ilustração

Locais que apresentação cultura agropecuária, plantios de hortaliças, grãos,


Agropecuária
pastagens de capim exótico, psicultura, entre outros.

Áreas impermeabilizadas por construção civil, como casas, currais, barracos,


Áreas edificadas
galpões, vias pavimentadas entre outros.

Solo exposto Regiões onde não se tem nenhuma cobertura vegetal ou antropizadas.

Plantio florestal Áreas com plantios de eucalipto ou pomares.

Formações nativas predominantes herbácea/subarbustivas com arbustos


Formações campestres
esparsos (campo sujo) e herbácea/subarbustiva (campo limpo).

Vegetação nativa remanescente, porém, com características originais


alteradas, com espécies invasoras, evidências de fogo recorrente e/ou corte
Vegetação antropizada
raso, grande quantidade de regeneração (trepadeiras e gravetais). Essa
classificação pode abranger mais do que um tipo fitofisionomico nativo.

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Classe Descrição Ilustração

Mata de Galeria Formação florestal nativa que acompanha riachos e córregos.

Formação nativa savânica compostas pelos estratos arbóreo, arbustivo e


Cerrado sentido restrito herbáceo bem definidos, com árvores distribuídas aleatoriamente sobre o
terreno em diferentes densidades, sem que se forme um dossel contínuo.

Formação savânica nativa com árvores e arbustos ocorrendo de forma


concentrada em pequenas elevações do terreno onde o solo apresenta
Parque cerrado
melhor drenagem, os murundus, em meio à uma vegetação
predominantemente campestre.

Cerrado rupestre Formação savânica nativa que ocorre em ambientes rupestres (rochosos).

Formação nativa savânica sob solo hidromórfico caracterizada pela presença


Vereda
de buritis esparsos em meio à cobertura predominantemente herbácea.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.1.1.3 Fitofisionomias presentes na ARIE JK

A seguir é apresentada a caracterização regional das fitofisionomias presentes na


ARIE JK com base em referências bibliográficas publicadas e estudos que
apresentam a distribuição e descrição fitossociológica.

Mata de Galeria

Mata de Galeria é a vegetação florestal que acompanha os riachos de pequeno porte


e córregos dos planaltos do Brasil Central, formando corredores fechados (galerias)
sobre o curso d’água (RIBEIRO e WALTER, 2001; 2008). Geralmente, encontram-se
encravadas no fundo de vales, ou nas cabeceiras de drenagem onde os cursos de
água ainda não escavaram um canal definitivo (RATTER et al., 1973; RIBEIRO e
WALTER 2001, 2008). É uma fisionomia perenifólia, com cobertura arbórea de 70 a
95%, o que confere maior umidade relativa do ar e temperatura mais amena que as
demais fitofisionomias do Cerrado, mesmo na época seca (RIBEIRO e WALTER,
2001; 2008). Segundo os mesmos autores anteriores, é comum a presença de grande
número de espécies epífitas. Mendonça et al., (2008) calculam que estas matas
abrigam 33% das espécies fanerógamas do Cerrado.

Apesar da vasta área original ocupada pelo bioma Cerrado, de aproximadamente 2


milhões de km² (SANO et al., 2010), estima-se que apenas 5% desse total era coberto
pelas Matas de Galeria (FELFILI et al., 2001). Mesmo que ocupem uma pequena área,
de acordo com OLIVEIRA-FILHO et al., (1990) e Lima e Zakia (2006), essa formação
tem importância sobre:

• A conservação da água, tanto em quantidade como em qualidade:


atuando como área tampão, filtrando agrotóxicos, mitigando a contaminação
da água, e também evitando a erosão de áreas mais inclinadas, impedindo o
assoreamento dos cursos d’água;
• A fauna silvestre: servindo ainda como abrigo e corredores para o
movimento da fauna e dispersão vegetal.

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Segundo Ribeiro e Walter (2001, 2008), as Matas de Galeria podem ser classificadas
como inundáveis e não-inundáveis, dependendo da topografia e altura do lençol
freático. De acordo com estes autores, a Mata de Galeria inundável é caracterizada
pelo lençol freático próximo ou sobre a superfície do terreno o ano todo, inclusive na
estação seca, e apresenta uma topografia predominantemente plana; a Mata de
Galeria não-inundável não apresenta lençol freático próximo ou sobre a superfície e a
topografia é mais acidentada. Apesar de, fisionomicamente, as Matas de Galeria
parecerem homogêneas, as variações de ambiente físico e a distribuição de espécies
dentro delas é marcante, com cada um dos subtipos apresentando florística
característica (RATTER et al., 1973; WALTER 1995; OLIVEIRA-FILHO et al., 1990;
RIBEIRO e WALTER, 2001; 2008).

A distribuição das espécies e a estrutura da comunidade nesse ambiente são reflexos


das condições ambientais: topografia, luminosidade, umidade e fertilidade do solo,
grau de inundação e influência de fitofisionomias próximas (OLIVEIRA-FILHO et al.,
1990, 1994; WALTER, 1995; SILVA JUNIOR, 1998; FELFILI, 2000; OLIVEIRA-FILHO
e RATTER, 2000; SAMPAIO et al., 2000). Segundo os autores citados anteriormente,
existem algumas espécies exclusivas (que ocorrem somente em um dos ambientes)
e algumas preferenciais de determinado tipo de condição, mas que são
compartilhadas (ocorrem nos dois ambientes, mas com maior frequência em um
deles), e espécies que são indiferentes (espécies encontradas indistintamente tanto
em ambiente inundável como não-inundável).

Em 21 levantamentos de matas no Distrito Federal, Silva Junior et al. (2001)


verificaram índices de similaridade variando de 0,34 a 0,80, ou seja, desde
comunidades logisticamente próximas a floristicamente distintas. Corroboram assim
Felfili (2000), que destacava a Mata de Galeria como a fisionomia mais rica, mais
diversa e heterogênea do Brasil Central.

Sampaio et al. (2000), comparando a florística entre ambientes semelhantes e


ambientes distintos entre duas matas, verificaram maior similaridade quanto mais
próximas as condições abióticas, independente da proximidade geográfica entre as
áreas. Este mesmo fato foi observado por Silva Junior et al. (2001), os quais

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registraram que mesmo entre bacias diferentes, a similaridade entre matas era maior
quanto mais parecidas fossem as condições de umidade e fertilidade do solo.

A influência das condições de solo sobre a composição, distribuição e estrutura das


espécies também foi descrita por Schiavini (1997), estudando três ambientes em uma
Mata de Galeria na Estação Ecológica do Panga, Minas Gerais. Posteriormente,
analisando o comportamento dessa mesma comunidade no tempo, utilizando 13 anos
de medição, Lopes e Schiavini (2007) verificaram diminuições nas condições de
umidade do solo, pelo aumento da profundidade do lençol freático, bem como
diminuição da intensidade e duração das inundações, refletindo nas taxas de
mortalidade, recrutamento, crescimento e composição florística da comunidade.
Esses autores indicaram que, apesar de localizadas dentro de uma Unidade de
Conservação protegida a vários anos, as áreas úmidas de modo geral (matas de
galeria, veredas e campos úmidos) estão sendo alteradas negativamente pela retirada
da cobertura vegetal nativa e crescente estabelecimento de áreas de culturas
agrícolas no entorno da unidade, influenciando toda a microbacia local.

Assim como as modificações nas condições de umidade do solo, o aumento da


frequência e intensidade de queimadas (diretamente relacionadas a retirada de
vegetação e estabelecimento de áreas agrícolas), também têm efeitos negativos
sobre a vegetação das Matas de Galeria. Entre as formações do Cerrado, a Mata de
Galeria representa a vegetação menos adaptada ao fogo (WALTER e RIBEIRO, 2010).
Apesar do ambiente mais úmido e sombreado e da proximidade com cursos d’água
não favorecer a entrada de fogo, quando ele adentra a formação, seus efeitos podem
ser devastadores para numerosas espécies (SEVILHA, 1999; WALTER e RIBEIRO,
2010). Dependendo da intensidade e frequência das queimadas, dentre os efeitos do
fogo sobre a fisionomia é possível citar: a morte de muitos indivíduos arbóreos adultos,
regenerantes e plântulas, crescimento da população de lianas e trepadeiras e
eliminação do estrato epifítico (WALTER e RIBEIRO, 2010). Plântulas e regenerantes
(jovens) parecem ser os mais afetados por eventuais registros de fogo nessas
florestas (WALTER e RIBEIRO, 2010).

Entendendo melhor a fisionomia, a heterogeneidade, a riqueza, a fragilidade e a


importância ambiental desse tipo de ecossistema, que vem sendo muito antropizado,
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é necessário adotar medidas que preservem e recuperem esse ambiente (RIBEIRO e


WALTER, 2001; FONTES e WALTER, 2011).

Cerrado sentido restrito

O Cerrado sentido restrito é uma das formações savânica do bioma Cerrado e


ocupava 70% da área total do bioma (EITEN, 1994; RIBEIRO e WALTER, 2008). Tem
sua paisagem composta pelos estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo bem definidos,
com árvores distribuídas aleatoriamente sobre o terreno em diferentes densidades,
sem que se forme um dossel contínuo (EITEN, 1994; RIBEIRO e WALTER, 2008;
WALTER e RIBEIRO, 2010). O estrato arbóreo é composto por árvores baixas,
inclinadas, tortuosas com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente tem
evidências de queimadas na casca (RIBEIRO e WALTER, 2008). Os arbustos e
subarbustos encontram-se espalhados e a cobertura do estrato herbáceo varia de
acordo com a densidade/sombreamento da cobertura arbórea (RIBEIRO e WALTER,
2008; WALTER e RIBEIRO, 2010). Ribeiro e Walter (2008) destacaram a presença
de algumas plantas exóticas, ruderais e invasoras como: Urochloa decumbens (capim
braquiária), Hyparrhenia rufa (capim jaraguá), Melinis minutiflora (capim gordura) e
entre outras, para áreas antropizadas da formação. De modo geral essa vegetação
ocorre sobre solos com boas características físicas, porém de acidez média a elevada,
com carência generalizada de fósforo e nitrogênio, com teor de alumínio alto ede
matéria orgânica variando de médio à baixo (RIBEIRO e WALTER, op. citop. cit.).

A densidade (estrutura) e composição florística do estrato arbóreo/arbustivo varia com


o clima, as condições edáficas, saturação de alumínio, condições hídricas
(disponibilidade de água), profundidade do solo, frequência de queimadas, altitude,
latitude topografia e ações antrópicas (FELFILI et al., 1992; FELFILI e FELFILI, 2001;
FONSECA e SILVA JÚNIOR, 2004; RIBEIRO e WALTER, 2008; WALTER e RIBEIRO,
2010; ALMEIDA et al., 2014). De acordo com a densidade arbórea/arbustiva e o
ambiente em que se encontra, o Cerrado sentido restrito apresenta quatro subtipos:
Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo e Cerrado Rupestre (RIBEIRO e
WALTER, 2008).

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• O Cerrado Denso é predominantemente arbóreo com cobertura de 50


a 70% e altura média de 5 a 8 metros, representando a forma mais densa e
alta de Cerrado sentido restrito. Os estratos arbustivo e herbáceo são menos
adensados, devido a maior cobertura arbórea.
• O Cerrado Típico é predominantemente arbóreo/arbustivo, com
cobertura arbórea de 20 a 50% e altura média de 3 a 6 metros. Trata-se de
uma forma intermediária entre o Cerrado Denso e o Cerrado Ralo.
• O Cerrado Ralo é o subtipo com menor cobertura arbórea/arbustiva,
variando de 5 a 20 % e menor altura média, variando 2 a 3 metros. Comparado
aos subtipos anteriores, o estrato arbustivo/herbáceo é o mais destacado,
especialmente pela cobertura graminosa.
• O Cerrado Rupestre é um subtipo de vegetação arbórea/arbustiva que
ocorre em ambientes rupestres (rochosos). Possui cobertura arbórea variando
de 5 a 20%, altura média de 2 a 4 metros e estrato arbustivo/herbáceo também
destacado. Pode ocorrer em trechos contínuos, mas geralmente aparece em
mosaicos, incluído em outros tipos de vegetação. Embora possua estrutura
semelhante ao Cerrado Ralo e até ao Típico, o principal fator de diferenciação
entre os subtipos é o substrato rochoso, comportando uma vegetação sobre
pouco solo entre afloramentos de rocha. Os indivíduos lenhosos concentram-
se nas fendas entre as rochas, e a densidade arbórea é variável dependendo
do volume de solo. Há casos em que as árvores dominam a paisagem,
enquanto em outros, a flora arbustiva/herbácea predomina.

De maneira geral os estudos apontam que quanto mais próximas, em distância


métrica, as áreas de Cerrado sentido restrito, maior a similaridade entre elas (FELFILI
et al., 1994; FELFILI e FELFILI, 2001; ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; RIBEIRO e
WALTER, 2008). Comparando áreas por índices que levam em conta a presença e
ausência de espécies, independente do subtipo fisionômico, são obtidos valores
elevados de similaridade, conforme conclusões de diversos autores (FELFILI et al.,
1994; FELFILI e FELFILI, 2001; ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; RIBEIRO e WALTER,
2008. Quando são utilizados índices quantitativos, levando em consideração a
estrutura e distribuição das espécies, os valores de semelhança decrescem, podendo
atingir valores muito baixos (FELFILI et al., 1994; FELFILI e FELFILI, 2001). Ou seja,
apesar de apresentarem espécies em comum (florística), áreas distintas apresentam
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diferentes distribuições de densidade entre as espécies que ali ocorrem (estrutura)


(FELFILI et al., 1994; FELFILI e FELFILI, 2001; RIBEIRO e WALTER, 2008).

Como em outras savanas do mundo, no Cerrado o fogo é um elemento natural com o


qual a vegetação convive há milhares de anos (WALTER e RIBEIRO, 2010).
Evolutivamente, as espécies que compõem essa formação desenvolveram
mecanismos de adaptação ao fogo como plantas lenhosas com cascas com cortiça
espessa, bem como arbustos, subarbustos e gramíneas com xilopódios, órgãos
subterrâneos perenes (RIBEIRO e WALTER, 2008; SATO et al., 2010; WALTER e
RIBEIRO, 2010). O fogo é um agente regulador e condicionante para a fisionomia e
para muitas espécies de plantas em diferentes aspectos do seu ciclo de vida
(WALTER e RIBEIRO, 2010). Uma parte das espécies, ainda não precisamente
quantificada, é favorecida pelo fogo. Eliminá-lo do sistema significaria criar condições
para que sua diversidade seja modificada (WALTER e RIBEIRO, 2010).

Naturalmente as queimadas no Cerrado estão associadas a estação chuvosa, sendo


iniciadas por raios entre outubro e abril ou entre setembro e maio, abrangendo áreas
entre 1 e 500 ha, raramente atingem 10.000 ha (MIRANDA et al., 2010). Com a rápida
ocupação do Cerrado nas últimas décadas, as queimadas para manejo da terra
passaram a ser realizadas durante os meses da estação seca, resultando em
incêndios de maior intensidade, e com maior frequência (COUTINHO, 1990;
MIRANDA et al., 2010). Com isso, a vegetação passa por um processo de raleamento,
de vegetações mais densas para menos densas, pela morte de indivíduos arbóreos e
arbustivos, modificando a estrutura da vegetação (MIRANDA et al., 2010; SANO et al.,
2010; WALTER e RIBEIRO, 2010; ALMEIDA et al., 2014).

Sano et al., (2008) destacaram que aproximadamente 64 milhões de hectares das


formações savânicas originais se perderam. Nessas áreas se desenvolveram
atividades de agricultura, pecuária, plantios florestais, carvoarias, entre outros usos
(KLINK e MACHADO, 2005, FELFILI et al., 1992). Essas alterações de uso da terra
representam ameaças à biodiversidade e genética de espécies e de ecossistemas no
Cerrado (ANDRADE et al., 2002; KLINK e MACHADO, 2005).

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Parque cerrado

O Parque cerrado também faz parte das formações savânicas do bioma Cerrado, com
uma característica específica: a ocorrência das árvores e arbustos é concentrada em
pequenas elevações do terreno onde o solo apresenta melhor drenagem, os
murundus, em meio à uma vegetação predominantemente campestre (RIBEIRO e
WALTER, 2008). As árvores possuem altura média entre 3 e 6 metros e a cobertura
arbórea, considerando as partes sob e entre os murundus, é de 5 a 20% (RIBEIRO e
WALTER, 2008). Levando em conta as feições do terreno separadamente, sob os
murundus, os agrupamentos de árvores apresentam cobertura entre 50 e 70% nas
depressões (entre murundus), onde o solo apresenta pior drenagem (ficando alagado
durante um período do ano), a cobertura arbórea cai praticamente para 0% (RIBEIRO
e WALTER, 2008).

Os murundus são pequenas elevações convexas que variam em média de 0,1 a 4


metros de altura, chegando até a 20 metros de diâmetro (RESENDE et al., 2004;
RIBEIRO e WALTER, 2008; SILVA et al., 2016). De modo geral, quanto maior o
volume do murundu (considerando sua forma semi-elipsóide), maior sua densidade,
área basal e riqueza de espécies (RESENDE et al., 2003; MORAIS et al., 2014; SILVA
et al., 2016). É comum que nem todos os morrotes apresentem cobertura arbórea,
apresentando somente cobertura herbácea/subarbustiva (RESENDE et al., 2004). A
distribuição das árvores no relevo está relacionada à tolerância das espécies à
saturação hídrica e à profundidade do lençol freático (OLIVEIRA-FILHO, 1992;
RESENDE et al., 2004; RIBEIRO e WALTER, 2008).

Muito se discute sobre a origem dos microrrelevos de murundus, (PAULINO et al.


2015). Existem duas teorias que tentam explicar essa origem: uma relacionada à
atividade de cupins e outra à processos erosivos. A teoria fundamentada na análise
de processos erosivos defende que, dada a ausência de vestígios de cupinzeiros e
pela análise do material do centro dos montículos, que parece ser mais resistente que
o material do meio, os murundus seriam resultado da erosão diferencial (BAPTISTA
et al. 2013; MOREIRA e FILHO 2017). Os autores que afirmam que os murundus têm
origem biológica através da movimentação de solo por diferentes espécies de cupins,
sustentam sua afirmação nas diferentes alturas encontradas nos murundus de um
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mesmo campo (o que contraria pressupostos das teorias fundadas na erosão


diferencial) e por observação direta da gênese através do trabalho de cupins (EGLER
1972; MATHEWS 1977).

Eiten (1972; 1975), defensor da origem biológica, observa que o solo dos cupinzeiros
nos murundus é do mesmo material que o meio circundante. Tal autor alega ser
improvável a origem pedogenética por processos erosivos: se assim fosse, todos os
montículos de murundu teriam os ápices no mesmo nível. Seja como for, os murundus
são associados à vegetação savânica e campestre em diversos estados brasileiros, o
que se reflete em diferentes nomes regionais, como monchão (ilha do bananal) e
covoal (norte de minas) (RIBEIRO e WALTER, 2008). Os microrrelevos também
podem atuar como refúgios para espécies adaptadas a ambientes mais secos em
meio ao campo úmido, que normalmente acompanha os murundus.

A flora arbórea é similar à que ocorre no Cerrado sentido restrito (OLIVEIRA-FILHO,


1992b; RESENDE et al., 2004; RIBEIRO e WALTER, 2008; MORAIS et al., 2014;
SILVA et al., 2016). Nas depressões, onde o solo é inundável, predomina a flora
herbácea, com gramíneas e ciperáceas, cujos elementos são similares aos que
ocorrem nos campos úmidos (OLIVEIRA-FILHO, 1992; RIBEIRO e WALTER, 2008).
Portanto, considerando toda a paisagem, tem-se um componente arbóreo/arbustivo
ocupando uma área mais restrita do relevo e cobrindo até 20% da paisagem total,
complementada por um estrato herbáceo-subarbustivo que cobre por volta de 80% da
paisagem total.

Pela predominância da cobertura herbácea/subarbustiva em relação à arbórea, muitas


vezes essa fitofisionomia foi tratada como Campo de Murundus ou Campo de
Monchões (EITEN, 1983; OLIVEIRA-FILHO 1988, apud. RIBEIRO e WALTER, 2008;
RESENDE et al., 2004; SILVA et al., 2016). Pela existência de cobertura arbórea,
essas denominações não se adequariam à classificação de Ribeiro e Walter (2008),
pois não se trata de uma formação campestre e sim de uma formação savânica.
Ribeiro et al. (1983) chegaram a classificar essas formações savânicas com murundus
como um subtipo de Cerrado sentido restrito, empregando a expressão “Parque de
Cerrado”. Ribeiro e Walter (2008) definiram essa fisionomia como uma formação
própria: “Parque cerrado”.
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As formações de Parque cerrado2 foram pouco estudadas e, pela sua dinâmica de


inundação e especificidades ambientais, representam um importantíssimo
componente no abastecimento e manutenção de aquíferos e conservação da
biodiversidade de flora e fauna. Ou seja, são formações que precisam ser
conservadas para serem melhor estudadas e continuarem cumprindo seu papel
ambiental, principalmente no que se refere ao ciclo hidrológico e manutenção de
aquíferos.

Formações campestres

Além das formações florestais e savânica se tem as formações campestres do bioma


Cerrado, sendo estas as menos estudadas do ponto de vista florístico, mas com uma
proporção maior de espécies herbáceo-arbustivas. Segundo Ribeiro e Walter (2008),
as fitofisionomias campestres se classificam com base em vários critérios, entre eles
a altitude, o grau de endemismo, a estrutura e a cobertura. Dessa forma, as
fitofisionomias campestres reconhecidas pelos dois autores supracitados são as
seguintes: Campo sujo, Campo limpo e Campo rupestre3.

O Campo sujo é uma vegetação que pode ocorrer tanto sobre relevo plano como
acidentado e que se caracteriza por ser um tipo fisionômico exclusivamente
arbustivo/herbáceo, com arbustos4 e subarbustos esparsos em meio a uma cobertura
predominantemente graminosa (EITEN, 2001; RIBEIRO e WALTER, 2008). Em
função de particularidades ambientais, essa fisionomia pode apresentar três subtipos:
a) seco, quando o lençol freático é mais profundo; b) úmido, quando lençol freático é
alto; c) com murundus, quando na área ocorrem essas formações. As famílias mais
frequentes no Campo sujo são Poaceae, Fabaceae e Asteraceae, com outras famílias
menos expressivas (MUNHOZ e FELFILI, 2006; TANNUS e ASSIS, 2004). Mesmo
que apresentem gêneros similares, a composição florística e as espécies mais
importantes podem diferir de acordo com a umidade/drenagem do solo (bem drenado

2Analisando os resultados independentemente da nomenclatura utilizada, se Parque cerrado,


Campo de Murundu ou Campos de Monchões.
3 Não será comentado a respeito dessa fitofisionomia uma vez que ela não foi encontrada

dentro dos limites da área de estudo.


4 Muitas vezes as plantas arbustivas são indivíduos menos desenvolvidos das espécies

arbóreas do Cerrado sentido restrito (RIBEIRO e WALTER, 2008).


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– Campo sujo Seco; mal drenado – Campo sujo Úmido ou com Murundus) (RIBEIRO
e WALTER, 2008).

Os campos sujos no sentido amplo, por sua vez, refletem condições edáficas mais
limitantes que nem sempre significam um lençol freático mais raso, como nos campos
com murundu. Entre os tipos de solo que se pode encontrar a fisionomia se tem:
Neossolos Litólicos, Cambissolos e Plintossolos Pétricos – solos rasos que
eventualmente podem apresentar pequenos afloramentos rochosos de pouca
extensão –, até solos profundos como Latossolo e Neossolo Quartzarênico e
Latossolo – porém, solos de baixa fertilidade, álicos ou distróficos (EITEN, 2001;
RIBEIRO e WALTER, 2008).

O Campo limpo também pode ocorrer em relevo plano ou acidentado, se


diferenciando do Campo sujo por ser uma fisionomia predominantemente herbácea,
com raros arbustos e ausência completa de árvores (RIBEIRO e WALTER, 2008).
Também apresenta três variações dependentes de particularidades ambientais,
relacionadas à umidade do solo e topografia, sendo estas: Campo limpo Seco, Campo
limpo Úmido e Campo limpo com Murundus5 (RIBEIRO e WALTER, 2008). Em análise
mais abrangente, apresenta muitas famílias e gêneros em comum com Campo sujo,
porém as espécies que ocorrem no Campo limpo em geral são distintas daquelas do
Campo sujo (TANNUS e ASSIS 2004). Assim sendo, a baixa similaridade entre o
Campo sujo e o Campo úmido, quanto às espécies presentes, mostra a importância
de se conservarem os diversos tipos fisionômicos em uma mesma área,
principalmente os que refletem um forte gradiente ambiental.

Os Murundus, que ocorrem tanto em Campo limpo como em Campo sujo, como
descritos para o Parque cerrado6, se caracterizam por montículos formando “ilhas” ao
longo de um solo mais úmido, com alagamento entre os montículos durante o período
chuvoso. São muito importantes para a biodiversidade local e têm ainda especial
importância na manutenção de corpos hídricos por conta do represamento da água

5
Campo limpo com Murundus é uma formação menos frequente que Campo sujo com
Murundus (RIBEIRO e WALTER, 2008).
6 No respectivo item também foi comentado a respeito das teorias de origem dos Murundus, os

mesmos conceitos e teorias são válidas para as formações campestres com murundus apresentadas.
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ao longo do período chuvoso, em um lençol freático suspenso, que abastece os


córregos após o fim das chuvas de forma gradual, tornando-os perenes (PAULINO et
al., 2015; MOREIRA e FILHO, 2017). Até agora as fitofisionomias campestres com
murundus não receberam um tratamento fisionômico próprio, sendo tratadas como
“subclassificações” de outros tipos de vegetação.

As fitofisionomias campestres do bioma Cerrado guardam um enorme percentual da


biodiversidade não encontrada em outras fitofisionomias e, muitas vezes, são
associadas com áreas de nascentes e recarga de aquíferos.

2.1.1.4 Amostragem do estrato arbóreo e arbustivo

A amostragem da vegetação foi realizada em duas etapas: levantamentos florísticos


(qualitativos) e levantamentos fitossociológicos (quantitativos). As espécies
verificadas durante os levantamentos qualitativos são uma complementação florística
da lista de espécies verificadas nos levantamentos quantitativos (Fitossociologia,
Estrutura e Diversidade de espécies).

Levantamento florístico

Os levantamentos florísticos foram realizados nos mesmos pontos utilizados para


confirmação e detalhamento da cobertura e uso do solo (Tabela 2 e Figura 1). Esse
levantamento qualitativo da vegetação foi feito pelo método de caminhamento, que
consiste em levantamentos qualitativos expeditos, por fitofisionomia reconhecida e
que propicia, além da caracterização da vegetação, a elaboração da lista de espécies
presente na área avaliada (FILGUEIRAS et al., 1994).

As espécies identificadas foram tratadas em famílias de acordo com o sistema APG


IV (2016), conferindo as grafias dos nomes científicos na Lista de Espécies da Flora
do Brasil do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ, 2018).

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Levantamento fitossociológico

Após a classificação da vegetação da ARIE JK, foram realizadas amostras


quantitativas das áreas mais conservadas de cada fitofisionomia por meio da
instalação de parcelas. Essa amostragem foi realizada somente nas áreas restritas às
Unidades de Conservação Parque Distrital Boca da Mata, Parque Ecológico Saburo
Onoyama, Parque Ecológico do Cortado e Parque Ecológico Três Meninas.

A forma e o tamanho das parcelas e a altura de mensuração do diâmetro das árvores


foi determinado de acordo com o tipo de vegetação (Tabela 3). Cada fitofisionomia
somou, aproximadamente, 1 (um) hectare de amostragem quantitativa. Com isso,
mesmo que uma fisionomia esteja presente em mais do que uma unidade de
conservação, foi feita uma análise fitossociológica considerando a área total da
fisionomia em todas as UCs 7 . As coordenadas geográficas de cada parcela, sua
respectiva fitofisionomia e a UC em que está localizada estão apresentadas na Tabela
4 e na Figura 5.

Tabela 3 - Dimensionamento de parcelas amostrais e critérios de inclusão para o estudo


fitossociológico.
Área das Área de
Número de Critério de
Fitofisionomia parcelas amostrada (ha)
Parcelas Inclusão
(m²)
Mata de galeria 400 25 1,0 DAP ≥ 10 cm
Cerrado ralo 1000 10 1,0 DB ≥ 5 cm
Cerrado rupestre 1000 10 1,0 DB ≥ 5 cm
Parque cerrado 600 16 0,96 DB ≥ 5 cm
Legenda: DAP: Diâmetro a altura do peito, coletado a 1,30 metros de altura do solo; DB: Diâmetro de
base, coletado a 0,30 metros de altura do solo.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

7Por todos os parques e UCs estarem na mesma bacia hidrográfica e pela inexistência de qualquer
barreira natural, para fisionomias em estado de conservação semelhante se espera o mesmo
comportamento geral de florística e estrutura.
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Tabela 4 - Coordenada geográfica das parcelas alocadas na ARIE JK.


Coordenadas geográficas
Parque
Parcela (Sirgas 2000 Zona 22) Fitofisionomia
Ecológico
Latitude (S) Longitude (L)
MG 01 816518,444 8243989,832 Mata de galeria Boca da Mata
MG 02 816232,809 8244102,324 Mata de galeria Boca da Mata
MG 03 816275,413 8244147,613 Mata de galeria Boca da Mata
MG 04 816328,279 8244154,694 Mata de galeria Boca da Mata
MG 05 816299,215 8244194,635 Mata de galeria Boca da Mata
MG 06 815809,749 8244984,232 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 07 815797,67 8245086,329 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 08 815854,462 8245149,375 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 09 815814,04 8245218,904 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 10 815720,317 8245195,054 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 11 815635,858 8245560,381 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 12 815376,974 8245865,018 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 13 815261,181 8245997,349 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 14 813715,611 8248350,183 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 15 813710,978 8248376,863 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 16 813638,279 8248570,958 Mata de galeria Saburo Onoyama
MG 17 813255,586 8249183,448 Mata de galeria Cortado
MG 18 813317,863 8249261,603 Mata de galeria Cortado
MG 19 813307,814 8249362,906 Mata de galeria Cortado
MG 20 813258,514 8249311,818 Mata de galeria Cortado
MG 21 813208,397 8249260,091 Mata de galeria Cortado
MG 22 813198,973 8249320,473 Mata de galeria Cortado
MG 23 813139,978 8249294,724 Mata de galeria Cortado
MG 24 813167,621 8249372,647 Mata de galeria Cortado
MG 25 813097,355 8249403,100 Mata de galeria Cortado
CssR 01 815783,449 8243830,790 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 02 815715,273 8243767,882 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 03 815633,330 8243719,614 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 04 815651,307 8243631,104 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 05 815706,550 8243614,088 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 06 815819,096 8243599,478 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 07 815764,573 8243429,385 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 08 815627,395 8243295,753 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 09 815602,171 8243188,419 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CssR 10 815708,071 8243215,738 Cerrado s.s. Ralo Boca da Mata
CR 01 8243442,126 809863,756 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 02 8243020,475 809444,890 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 03 8243092,607 809445,220 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 04 8243248,876 809548,061 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 05 8243343,375 809582,513 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 06 8243332,738 809482,058 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 07 8243357,667 809406,553 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 08 8243421,455 809389,129 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 09 8243469,768 809392,535 Cerrado rupestre Três Meninas
CR 10 8243548,004 809555,422 Cerrado rupestre Três Meninas
PC 01 816803,004 8243866,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 02 816884,004 8243890,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 03 816956,004 8243855,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 04 817076,004 8243668,001 Parque cerrado Boca da Mata

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Coordenadas geográficas
Parque
Parcela (Sirgas 2000 Zona 22) Fitofisionomia
Ecológico
Latitude (S) Longitude (L)
PC 05 817141,004 8243535,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 06 817034,004 8243462,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 07 815832,004 8243942,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 08 815885,004 8243878,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 09 815914,004 8243819,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 10 815750,004 8243866,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 11 815744,004 8243795,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 12 815774,004 8243770,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 13 815816,004 8243662,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 14 815806,004 8243602,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 15 815791,004 8243521,001 Parque cerrado Boca da Mata
PC 16 815701,004 8243566,001 Parque cerrado Boca da Mata
Legenda: MG: Mata de galeria; CssR: Cerrado sentido restrito Ralo; CR: Cerrado rupestre; PC: Parque
cerrado.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Na Mata de Galeria, todos os indivíduos arbóreos e arbustivos com diâmetro a altura


do peito (DAP - 1,30 metros de altura do solo) maior ou igual a 10 cm, conforme Felfili
et al. (2005), foram amostrados, incluindo os indivíduos mortos ainda em pé (Figura
2). Foram registrados os dados de DAP, altura total e o nome da espécie para todos
os indivíduos amostrados em campo. No Cerrado ralo, Cerrado rupestre e Parque
cerrado, todos os indivíduos arbóreos e arbustivos com diâmetro de base (DB – 0,30
metros de altura do solo) maior ou igual a 5 cm, conforme Felfili et al. (2005) e Oliveira
Filho (1992a; 1992b), foram amostrados (Figura 3 e Figura 4). Para essas três últimas
formações, também foram incluídos os indivíduos mortos ainda em pé e foram
registrados os mesmos dados coletados para Mata de Galeria.

Figura 2 - Medição de DAP, Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e caracterização
visual de Mata de Galeria, ARIE JK – DF.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 3 - Medição de DB e Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e caracterização visual
da fitofisionomia de Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata, Taguatinga – DF.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 4 - Delimitação das unidades amostrais utilizando trena e caracterização visual da fitofisionomia
de Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas, Samambaia – DF.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A espacialização dos pontos amostrais do estudo fitossociológico é apresentado no


mapa presente na Figura 5.

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Figura 5 - Mapa pontos amostrais do estudo fitossociológico.

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2.1.1.5 Amostragem do estrato herbáceo e subarbustivo

Durante os meses de novembro e dezembro de 2018 (estação chuvosa), foram


percorridas as seguintes Unidades de Conservação que compõem a ARIE JK: Parque
Ecológico do Cortado, Parque Ecológico Saburo Onoyama, Parque Distrital Boca da
Mata e Parque Ecológico Três Meninas. A seguir, são detalhadas as seguintes etapas:
(i) amostragem florística e fitossociológica; (ii) coleta de material botânico e
herborização e (iii) identificação das espécies e classificação quanto aos aspectos
ecológicos.

Levantamento Florístico e Fitossociológico

Foi amostrado o estrato herbáceo das seguintes fitofisionomias: Mata de Galeria


(Parque Ecológico do Cortado; Parque Ecológico Saburo Onoyama e Parque Distrital
Boca da Mata); Cerrado sentido restrito ralo (Parque Distrital Boca da Mata) e Cerrado
rupestre (Parque Ecológico Três Meninas); Parque cerrado (Parque Distrital Boca da
Mata); e Campo limpo úmido (Parque Ecológico Saburo Onoyama e Parque Ecológico
Três Meninas), conforme Tabela 5.

Tabela 5 - Estrato herbáceo amostrado nas unidades de conservação.


Estrato Herbáceo
Unidade de Conservação
Mata de Galeria Cerrado Ralo Cerrado Rupestre Parque Cerrado Campo limpo úmido

Parque Ecológico do Cortado x - - - -

Parque Ecológico Saburo Onoyama x - - - x

Parque Distrital Boca da Mata x x - x -


Parque Ecológico Três Meninas - - x - x
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Onde persistia cobertura campestre contínua em área própria para amostragem


fitossociológica, foram sorteadas quadrículas para a instalação das linhas e coleta dos
dados referentes à identificação das espécies, cobertura e frequência, permitindo o
cálculo dos parâmetros fitossociológicos, bem como para a elaboração da lista
florística. A localização dos pontos de amostragem está descrita na Tabela 6 e na
Figura 5. Não foram amostrados quantitativamente o Cerrado rupestre, a Mata de
Galeria e o campo limpo úmido (campo de várzea) no Parque Ecológico Saburo
Onoyama.
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Tabela 6 - Coordenadas das unidades amostrais da vegetação campestre presente na ARIE JK.
Parcela Fisionomia Coordenada X Coordenada Y Parcela Fisionomia Coordenada X Coordenada Y
1 Campo Limpo 809293,8507 8243148,752 10 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815747,9484 8243867,9
2 Campo Limpo 809293,8507 8243148,752 11 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815743,0488 8243796,62
3 Campo Limpo 809293,8507 8243148,752 12 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815776,6482 8243772,802
4 Campo Limpo 809302,7812 8243170,486 13 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815824,7566 8243657,15
5 Campo Limpo 809273,137 8243176,223 14 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815803,1388 8243600,632
6 Campo Limpo 809273,137 8243176,223 15 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815795,1389 8243520,87
7 Campo Limpo 809272,4282 8243202,631 16 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815702,0861 8243563,533
8 Campo Limpo 809296,4792 8243206,34 1 Parque Cerrado 815857,1558 8243924,288
9 Campo Limpo 809238,1376 8243199,705 2 Parque Cerrado 815734,3337 8243782,654
10 Campo Limpo 809484,5876 8243205,344 3 Parque Cerrado 815863,0489 8243822,951
1 Cerrado Rupestre 809378,0033 8243380,536 4 Parque Cerrado 815788,0679 8243662,35
2 Cerrado Rupestre 809284,3728 8243361,319 5 Parque Cerrado 816060,9514 8243821,678
3 Cerrado Rupestre 809159,0159 8243381,339 6 Parque Cerrado 816132,77 8243718,451
4 Cerrado Rupestre 809146,9857 8243439,174 7 Parque Cerrado 815809,0211 8243472,609
5 Cerrado Rupestre 809151,2894 8243493,803 8 Parque Cerrado 816042,2096 8243474,722
6 Cerrado Rupestre 809348,2458 8243583,974 9 Parque Cerrado 816201,1871 8243496,557
7 Cerrado Rupestre 809629,1196 8243449,991 10 Parque Cerrado 816099,4566 8243323,526
8 Cerrado Rupestre 809208,9205 8243021,279 11 Parque Cerrado 816254,6544 8243213,509
9 Cerrado Rupestre 809244,8823 8243129,753 12 Parque Cerrado 816423,0673 8243411,02
10 Cerrado Rupestre 809308,5114 8243248,384 13 Parque Cerrado 816656,2725 8243567,087
1 Mata de Galeria 816516,3826 8243989,54 14 Parque Cerrado 816939,8118 8243484,182
2 Mata de Galeria 816234,3012 8244104,029 15 Parque Cerrado 816842,3492 8243306,629
3 Mata de Galeria 816275,8659 8244147,98 16 Parque Cerrado 816795,01 8243672,54
4 Mata de Galeria 816325,8958 8244149,771 17 Parque Cerrado 816968,17 8243437,15
5 Mata de Galeria 816301,3678 8244194,004 18 Parque Cerrado 816652,72 8243651,98
6 Mata de Galeria 815808,1274 8244985,217 19 Parque Cerrado 816987,54 8243683,04
7 Mata de Galeria 815811,1724 8245091,535 20 Parque Cerrado 816960,33 8243593,87
8 Mata de Galeria 815854,8083 8245151,549 21 Parque Cerrado 816910,39 8243656,91
9 Mata de Galeria 815811,7335 8245223,72 22 Parque Cerrado 816768,3 8243600,61
10 Mata de Galeria 815720,694 8245197,307 23 Parque Cerrado 816793,19 8243566,01
11 Mata de Galeria 815640,8173 8245560,727 24 Parque Cerrado 816758,61 8243541,74
12 Mata de Galeria 815381,8983 8245864,783 25 Parque Cerrado 816898,34 8243537,11
13 Mata de Galeria 815259,9397 8245997,249 26 Parque Cerrado 816924,19 8243557,94
14 Mata de Galeria 813715,1268 8248351,671 27 Parque Cerrado 816876,25 8243454,58
15 Mata de Galeria 813709,3742 8248376,018 28 Parque Cerrado 816850,73 8243445,45
16 Mata de Galeria 813637,6262 8248573,138 29 Parque Cerrado 816927,01 8243591,74
17 Mata de Galeria 813258,444 8249182,077 1 Cerrado Ralo 815504,33 8243782,24
18 Mata de Galeria 813318,7347 8249260,961 2 Cerrado Ralo 815577,99 8243772,73
19 Mata de Galeria 813312,1741 8249365,777 3 Cerrado Ralo 815552,52 8243700,76
20 Mata de Galeria 813262,3102 8249317,385 4 Cerrado Ralo 815462,12 8243771,12
21 Mata de Galeria 813215,5505 8249260,685 5 Cerrado Ralo 815526,25 8243772,99
22 Mata de Galeria 813201,0993 8249319,134 6 Cerrado Ralo 815540,27 8243574,19
23 Mata de Galeria 813139,0599 8249291,889 7 Cerrado Ralo 815479,61 8243349,21
24 Mata de Galeria 813170,3558 8249371,601 8 Cerrado Ralo 815567,7452 8243879,244
25 Mata de Galeria 813097,0868 8249402,712 9 Cerrado Ralo 815500,5933 8243806,251
1 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 816802,1647 8243869,114 10 Cerrado Ralo 815428,0398 8243751,157
2 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 816885,6827 8243892,432 11 Cerrado Ralo 815439,5142 8243669,996
3 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 816961,8555 8243858,823 12 Cerrado Ralo 815502,3815 8243662,279
4 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 817076,4289 8243669,842 13 Cerrado Ralo 815608,4737 8243649,381
5 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 817141,0927 8243533,714 14 Cerrado Ralo 815531,2333 8243430,785
6 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 817030,5742 8243465,459 15 Cerrado Ralo 815402,9511 8243288,57
7 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815838,6465 8243942,436 16 Cerrado Ralo 815374,3494 8243184,9
8 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815888,1459 8243875,31 17 Cerrado Ralo 815485,009 8243262,56
9 Parque Cerrado (extrato arbóreo) 815915,0548 8243817,402
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Para o Parque Ecológico Saburo Onoyama, devido a área muito reduzida de campo
de várzea8 existente, pouco menos que 1 hectare (área mínima fundamental para o
cálculo adequado do parâmetro frequência), não foi possível realizar a amostragem
por linhas, sendo então os resultados baseados em análises qualitativas.

Os parâmetros fitossociológicos amostrados foram os seguintes: Frequência Relativa


(FR); Cobertura Relativa (CR) e Valor de Importância (VI), sendo este a soma dos dois
parâmetros anteriores, para cada espécie. Os cálculos dos parâmetros
fitossociológicos seguiram as fórmulas de Kent e Coker (1992). Para tanto, a
frequência absoluta foi obtida dividindo-se o número de linhas em que a espécie
ocorria pelo total de linhas na comunidade; a frequência relativa, obtida dividindo-se a
frequência absoluta da espécie pelo somatório de todas as frequências absolutas na
comunidade (cada frequência absoluta correspondendo a uma espécie). A cobertura
absoluta foi obtida através do somatório da projeção de uma determinada espécie em
todas as linhas (parcelas) da comunidade e a cobertura relativa, pela divisão da
cobertura absoluta da espécie pelo somatório de todas as coberturas absolutas (cada
cobertura absoluta correspondendo a uma determinada espécie).

Merece destaque a análise fitossociológica de Parque cerrado no Parque Distrital


Boca da Mata, onde optou-se por calcular os parâmetros fitossociológicos
separadamente do estrato herbáceo sobre os murundus e entre os murundus. Desta
forma, assumiu-se que a representação dos parâmetros de cada espécie foi mais
fidedigna, pois, caso fosse realizada uma amostragem aleatória contemplando
conjuntamente as linhas dos dois ambientes, as diferentes áreas totais da matriz
(entre murundus) e de montículos levariam à distorção dos parâmetros para espécies
que são especialmente abundantes apenas em um ou outro ambiente.

O índice de Shannon (H’) foi calculado para as fitofisionomias encontradas com auxílio
do programa EstimateS (versão 9.1.0 para Windows) e, para a entrada de dados nos
arquivos utilizaram-se as coberturas absolutas das espécies (linhas) nas parcelas
(colunas). A equitabilidade (J= número de Pileu) foi calculada dividindo-se o índice de

8 O termo aqui empregado refere-se exclusivamente a uma formação predominantemente campestre.


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Shannon pelo logaritmo natural do número total de espécies (S) no levantamento


fitossociológico (J=H’/lnS=H’/Hmax) e transformada em percentagem.

Os sorteios das linhas foram feitos sobrepondo grades quadriculadas sobre imagens
de satélite da ARIE JK, sendo cada quadrícula numerada sequencialmente da
extremidade superior esquerda à extremidade inferior direita da grade e então as
quadrículas sorteadas com auxílio do programa para análises estatísticas R (versão
3.3.3 para Windows). Foram então tomadas as coordenadas geográficas decimais no
centro das quadrículas, estabelecendo a posição da linha em campo. O sorteio das
parcelas se deu por fitofisionomia, sendo consideradas três (Cerrado ralo; Parque
cerrado e Campo limpo úmido).

A orientação das linhas no Parque cerrado, no Campo sujo seco e no Campo limpo
úmido foi sorteada com um dado de seis números, onde estes correspondiam a cada
número de um círculo setorizado. As áreas de cada setor eram iguais, numeradas no
sentido anti-horário e primeiro número orientado em direção ao norte do aparelho de
GPS. Nas parcelas de Parque cerrado sob os murundus, as linhas foram orientadas
no sentido de maior comprimento dos microrrelevos, evitando assim amostrar
espécies com influência do Campo úmido circundante. O comprimento da linha foi
proporcional à área contínua das fitofisionomias, evitando, desta forma, a influência
entre linhas: no Parque Distrital Boca da Mata, cada linha teve 3m de comprimento e
no Parque Ecológico Três Meninas, devido a menor área contínua de Campo limpo
úmido, cada linha teve 1m de comprimento.

Foram amostradas de 7-14 linhas por fitofisionomia em cada Unidade de Conservação


(Figura 6). No Parque Ecológico Três Meninas, foram amostradas dez linhas no
Campo limpo úmido; no Parque cerrado do Parque Distrital Boca da Mata, houve um
total de 14 linhas, sendo 7 entre os murundus e 7 sob os microrrelevos de murundu e
no Cerrado ralo, também no Parque Distrital Boca da Mata, foram amostradas 7 linhas.
Nas UCs Parque Ecológico do Cortado e Parque Ecológico Saburo Onoyama
nenhuma linha foi amostrada, seja pela ausência de fitofisionomias campestres ou
limitações metodológicas em decorrência da área reduzida com características
originais das formações (campo de várzeas de área muito reduzida no Parque

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Ecológico Saburo Onoyama), quando então foram feitas descrições suscintas das
espécies e da cobertura das principais espécies nativas e invasoras nos resultados.

Figura 6 - Linha de medição empregada no método de intersecção na linha e detalhe da marcação


empregada para a medição do estrato herbáceo-arbustivo.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

O material testemunho foi coletado apenas para espécies enquadradas em alguma


categoria de ameaça. As espécies coletadas foram prensadas e secas em estufa com
lâmpada incandescente para posterior identificação através de chaves botânicas,
sendo em seguida depositadas no herbário da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia (CEN).

Análise florística, diversidade e fitossociologia

As análises florísticas, de diversidade, equitabilidade, curva de rarefação,


classificação das espécies quanto ao status de conservação e estrutura horizontal
foram as mesmas para todas as fitofisionomias.

As espécies identificadas foram tratadas em famílias de acordo com o sistema APG


IV (2016), conferindo as grafias dos nomes científicos na Lista de Espécies da Flora
do Brasil do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ, 2018). A riqueza e a diversidade
foram avaliadas por meio dos índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade
de Pielou (J) (MAGURRAN, 1989; FELFILI e REZENDE, 2003). Para verificação
estatística da amostragem florística foi feita a curva de rarefação e análises
pertinentes, utilizando o programa Estimates 9.1.0 (COLWELL, 2013). As listas de
espécies estão separadas por fitofisionomia em diferentes condições de conservação,

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abrangendo o máximo de estratos possíveis (arbóreo, arbustivo, subarbustivo,


herbáceo, epifítico).

O Índice de diversidade de Shannon9 (H’) assume que os indivíduos são amostrados


ao acaso e que todas as espécies estão representadas na amostra coletada
(MAGURRAN, 1989). Como característica, atribui maior valor às espécies raras,
sendo considerado um dos melhores índices para comparações, quando não se
deseja separar abundância de raridade das espécies (FELFILI e REZENDE, 2003). O
índice é calculado da seguinte forma (MAGURRAN, 1989):

𝐻 ′ = − ∑(𝑝𝑖 ∗ ln (𝑝𝑖 ))
𝑖=1

Onde, H ' : índice de diversidade de Shannon; 𝑝𝑖 :número de indivíduos amostrados da


i-ésima espécie, dividido pelo número total de indivíduos amostrados.

O índice de equitabilidade de Pielou (J) é utilizado para avaliar a uniformidade de


comunidades vegetais (FELFILI e REZENDE, 2003; SANQUETTA et al., 2014).
Segundo estes autores, seu valor pode variar de 0 a 1, sendo que, quanto mais
próximo de 1, maior a uniformidade, indicando que todas as espécies são igualmente
abundantes. Para seu cálculo utiliza-se o índice de diversidade de Shannon (H’) e a
Diversidade Máxima (H’max), que é uma situação em que todas as espécies
apresentam a mesma abundância (MAGURRAN, 1989). Para seu cálculo foi utilizada
a seguinte fórmula (PIELOU, 1975; MAGURRAN, 1989):

𝐻′
𝐽=
𝐻𝑀𝑎𝑥

Onde, J: Índice de equitabilidade de Pielou; H'max: Diversidade máxima (H ' max =


ln (S)); S: Riqueza total da área ou número total de espécies amostradas.

9
As espécies verificadas durante os caminhamentos não foram contabilizadas para os cálculos de diversidade, nem
de equitabilidade.
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O estado de conservação das espécies amostradas foi verificado com base na Lista
de Espécies da Flora do Brasil (JBRJ, 2018), na lista de espécies ameaçadas do
Ministério do Meio Ambiente (Portaria N° 443, de 17 de dezembro de 2014), e na lista
de espécie ameaçadas da IUCN (2019).

As espécies tombadas como patrimônio Ecológico do Distrito Federal Decreto n°


38.849, de 08 de fevereiro de 2018 foram destacadas nos resultados. Tal decreto
define em seu Art 1º:
“Estão tombadas como Patrimônio Ecológico do Distrito Federal
as seguintes espécies arbóreo-arbustivas: copaíba (Copaifera
langsdorffíi Desf.), sucupira-branca (Pterodon pubescens Benth),
pequi (Caryocar brasiliense Camb), cagaita (Eugenia dysenterica
DC), buriti (Mauritia flexuosa L.f.), gomeira (Vochysia thyrshoidea
Polh). pau-doce (Vochysia tucanorum Mart.), aroeira (Astromium
urundeuva (Fr.All), Engl.) embiriçu (Pseudobombax longiflorum
(Mart.,et Zucc.) a. Rob), perobas (Aspidosperma spp.),
jacarandás (Dalbergia spp.) e ipês (Tabebuia spp.).”

A estrutura horizontal da comunidade diz respeito a distribuição espacial de todas as


espécies que a compõem (GALVÃO, 1994). Os principais parâmetros calculados para
representação desta distribuição são a densidade, dominância (ou área basal) e
frequência, em valores absolutos ou relativos, e o índice de valor de cobertura e de
importância, (MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974).

A densidade absoluta representa o número de indivíduos de cada espécie da


comunidade em relação a uma unidade de área, também chamada de abundância
(GALVÃO, 1994). A densidade relativa expressa, em porcentagem, a participação de
cada espécie em relação ao número total de indivíduos de todas as espécies
(MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974). Para cálculo da densidade absoluta e
relativa foram utilizadas, respectivamente, a seguintes fórmulas (MUELLER-
DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974):
𝐷𝐴 = 𝑛𝑖

Onde, DA: Densidade absoluta;𝑛𝑖 : número de indivíduos de cada espécie por unidade
de área.
𝑛𝑖
𝐷𝑅 = ∗ 100
𝑁

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Onde, DR: Densidade relativa (%);𝑛𝑖 : número de indivíduos de cada espécie por
unidade de área; N: número total de indivíduos por unidade de área.

A soma da área basal por unidade de área, de todos os indivíduos de uma espécie,
representa a dominância absoluta da espécie e a dominância relativa é a porcentagem
entre a área basal total da espécie e a área basal total da comunidade por unidade de
área (MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974). Segundo esses autores, para os
cálculos de dominância absoluta e relativa são utilizadas as seguintes fórmulas:

𝐷𝑜𝐴 = 𝑔𝑖

Onde, DoA : Dominância absoluta; 𝑔𝑖 : área basal ocupada por cada espécie, por
unidade de área.
𝑔𝑖
𝐷𝑜𝑅 = ∗ 100
𝐺

Onde, DoR: Dominância Relativa (%);𝑔𝑖 : área basal ocupada por cada espécie, por
unidade de área; G: área basal correspondente a soma da área ocupada por todas as
espécies da comunidade.

A frequência é uma medida expressa em porcentagem, que caracteriza a ocorrência


de uma espécie em um número de unidades amostrais (SANQUETTA et al., 2014).
Segundo MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG (1974) a frequência absoluta é a
proporção, expressa em porcentagem, entre o número de unidades amostrais onde a
espécie ocorre e o número total de unidades da amostra e a Frequência Relativa a
proporção, também expressa em porcentagem, entre a frequência absoluta de cada
espécie e a frequência absoluta total.

𝑈𝑖
𝐹𝐴𝑖 = ∗ 100
𝑈𝑡
𝐹𝐴𝑖
FR = 100
∑ 𝐹𝐴𝑖
Onde, FAi: Frequência absoluta da espécie “i”; 𝑈𝑖 : Unidades amostrais onde ocorre a
espécie “i”;𝑈𝑡 : Número total de unidades amostrais, FR: Frequência Relativa.

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O Índice de Valor de Importância (IVI) é a média dos três parâmetros fitossociológicos


relativos anteriores em uma única expressão, e hierarquiza as espécies de acordo
com sua importância dentro da comunidade (CURTIS, 1959). Seu cálculo é dado pela
fórmula de MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG (1974):

(𝐷𝑅 + 𝐷𝑜𝑅 + 𝐹𝑅)


𝐼𝑉𝐼 =
3
Onde, IVI : Índice de Valor de Importância; DR : Densidade Relativa (%); DoR :
Dominância Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%).

O Índice de Valor de Cobertura (IVC) segue os mesmos princípios do IVI, porém


aquele desconsidera o valor de frequência das espécies (MUELLER-DOMBOIS e
ELLEMBERG, 1974). Seu cálculo é dado pela fórmula:

(𝐷𝑅 + 𝐷𝑜𝑅)
𝐼𝑉𝐶 =
2

Onde, IVI : Índice de Valor de Cobertura; DR : Densidade Relativa (%); DoR :


Dominância Relativa (%).

As distribuições diamétrica e de altura dos indivíduos também foram analisadas por


histogramas de frequência. A distribuição diamétrica foi utilizada para inferir se a
comunidade em questão pode ser considerada auto-regenerativa, ou seja, se o
conjunto de suas populações apresenta ou não indivíduos potenciais para migrarem
das menores classes de diâmetro para as classes maiores (ASSUNÇÃO e FELFILI,
2004; SILVA JÚNIOR, 2004, 2005; SCOLFORO e MELLO, 2006). A distribuição em
altura foi utilizada para verificar o estado de conservação e ocupação dos estratos de
altura na comunidade (SILVA JÚNIOR, 2005).

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Identificação de espécies e Classificação - Aspectos Ecológicos

As espécies foram identificadas pelas suas características botânicas vegetativas e


reprodutivas e com o auxílio de chaves dicotômicas, provenientes de literatura
especializada. Os nomes cientificos e seus autores foram validados com o auxílio da
base de dados do jardim botânico de Missouri (w3 trópicos). O sistema de
classificação utilizado para as famílias foi o APG IV. Nos pontos de avaliação, as
espécies exóticas, invasoras e ruderais foram assim classificadas dependendo do
comportamento observado em campo, sendo classificadas como invasoras apenas se
constatado o avanço sob cobertura vegetal nativa.

Foram adotadas as seguintes categorias para o hábito: erva, subarbusto, arbusto.


Durante todo o trajeto percorrido, foram tomadas fotografias para avaliação
complementar do estado de conservação da vegetação da ARIE JK.

Para o enquadramento nas categorias de ameaça, foi consultado o Centro Nacional


de Conservação da Flora, através dos links do herbário do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (www.jabot.jbrj.gov.br), que é integrado a este centro. Na consulta às
categorias de ameaça, foram excluídas as espécies exóticas, ruderais e invasoras, ou
aquelas classificadas só até o nível de gênero ou família. A consulta da categoria de
todas as espécies se deu em 28/12/2018 e foi atualizada até a finalização deste
documento.

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2.1.2 RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DA FLORA

O presente item apresenta os resultados obtidos por meio de dados e análises


realizadas pelos estudos florísticos e fitossociológicos detalhados anteriormente, bem
como a caracterização dos estratos “arbóreo e arbustivo” e “herbáceo e subarbustivo”
realizados no ano de 2018, no interior da ARIE JK.

2.1.2.1 Síntese do diagnóstico da flora da ARIE JK

A seguir são apresentados, em síntese, os dados dos resultados obtidos pelos


estudos de caracterização da flora: florístico e fitossociológico.

O estudo identificou a presença de sete classes de cobertura do solo com vegetação


nativa (Formações campestres, Vegetação antropizada, Mata de Galeria, Cerrado
sentido restrito, Parque cerrado, Cerrado rupestre, Vereda), duas classes são
compostas por vegetação exótica (Plantio Florestal e Agropecuária) (Tabela 2).

Da área total da ARIE JK (~ 3.007,49 hectares), 41,29% (1.241,88 ha) é coberta por
vegetação nativa, sendo que 21,91% (658,83 ha) da área totalé composta por
formações campestres, representando a segunda maior classe da ARIE (Tabela 7).

A seguir é apresentado um quadro resumo dos resultados para caracterização


fitossociológica da vegetação arbórea e arbustiva, organizados por fitofisionomia,
obtidos durante a elaboração do presente estudo.

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Tabela 7 - Quadro resumo de resultados obtidos no estrato arbóreo e arbustivo.


Estrato arbóreo / arbustivo
Família com maior Distribuição
nº de nº de Família com maior Espécie com maior Espécies Classe de
Classe riqueza (nº Diamétrica
famílias espécies Abundância IVI ameaçadas altura (m)
espécies) (cm)
Mata de Galeria 52 Fabacea 114 Anonaceae Tapirira guianenses 14 10 a 15 9 a 16
Cerrado Rupestre 31 Fabacea 73 Fabacea Tachigali aurea 12 5 a 10 2,5 a 5
Cerrado ralo 21 Fabacea 32 Erytroxylaceae Kielmeyera coriacea 8 5a8 1 a 2,5
Parque Cerrado 15 Fabacea 20 Calophyllaceae Kielmeyera coriacea 1 5a8 1 a 2,5
Legenda: IVI – Índice de Valor de Importância.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.1.2.2 Dados primários

Caracterização da vegetação da ARIE JK

A composição da vegetação e da cobertura do solo na ARIE JK é distribuída


espacialmente da seguinte forma apresentada na Tabela 8 e ilustrada na Figura 7.

Tabela 8 - Quadro de áreas da caracterização da vegetação da ARIE JK.


Origem Classe Legenda Área (ha) %
Agropecuária 743,07 24,71
Áreas edificadas/antropizadas 230,14 7,65
Antrópica
Solo exposto 107,61 3,58
Plantio florestal 23,87 0,79
Formações campestres 658,83 21,91
Vegetação antropizada 541,09 17,99
Mata de Galeria 331,85 11,04
Nativa Cerrado sentido restrito 201,45 6,70
Parque cerrado 139,62 4,64
Cerrado rupestre 27,50 0,91
Vereda 0,37 0,01
Corpo hídrico 2,09 0,07
Total ARIE JK - 3.007,49 100
Área antrópica - 1.104,69 36,73
Vegetação nativa - 1.900,71 63,20
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).
Observação: para a composição total de áreas nativas ou antropizadas não foi considera a classe de
corpos hídricos.

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Figura 7 - Mapa de caracterização da vegetação da ARIE JK.

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Conforme informado no Volume I do diagnóstico técnico (Meio Físico), a Mata de


Galeria está presente nas margens dos córregos Cortado e Taguatinga e do Ribeirão
Taguatinga. Nos dois córregos, a Mata de Galeria localiza-se dentro das áreas das
UCs Parque Distrital Boca da Mata, Parque Ecológico Saburo Onoyama e Parque
Ecológico do Cortado, e apresenta trechos em bom estado de conservação e trechos
antropizados, com resquícios de queimadas, grande quantidade de trepadeiras,
espécies invasoras no sub-bosque e no estrato arbóreo (comigo-ninguém-pode,
espada-de-São-Jorge, bananeira, piteira, mangueira, jamelão, jambo amarelo, jaca,
eucalipto). No Ribeirão Taguatinga, fora das UCs, a Mata de Galeria do Ribeirão
Taguatinga é mais estreita, apresentando elevado grau de antropização e espécies
exóticas (reflexo da ocupação e uso do solo em seu entorno).

Na região oeste da ARIE JK, onde o relevo é mais ondulado, se tem a formação de
vegetação de grota no fundo dos vales em que há linhas de drenagem (Figura 8).
Pela associação com curso hídrico, perenes ou não, foram categorizadas como Mata
de Galeria, mas trata-se de uma fisionomia pouco definida, com espécies florestais e
savânicas ocorrendo simultaneamente e estrutura variável (varetais, trepadeiras,
alguns indivíduos mais robustos).

Figura 8 - Vegetação encontrada nas grotas da parte oeste da ARIE JK, DF.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Dentro dos limites do Parque Ecológico Três Meninas há um fragmento de Cerrado


rupestre, ocupando 27,50 ha (0,91% da área total). Pelo estrato herbáceo e
arbóreo/arbustivo, característico de formações savânicas sob afloramento rochoso,
pode-se dizer o fragmento apresenta bom estado de conservação. A fitofisionomia
que ocorre somente nessa UC é a Vereda, um pequeno fragmento de 0,37 ha (0,01%

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da área total) caracterizado pelo solo encharcado, estrato graminoso característico e


indivíduos esparsos de buriti (Mauritia flexuosa L.f. – Arecaceae). Outro fragmento de
Cerrado rupestre foi verificado na parte central-sul da ARIE JK, porém em menor
extensão e com indícios de degradação, com gramíneas exóticas invasoras e
vestígios de bovinos dentro da vegetação, sendo classificado como vegetação
antropizada.

O Cerrado sentido restrito em bom estado de conservação ocupa 201,45 ha (6,70%


da área total), ocorrendo principalmente na parte oeste da ARIE JK, com outros
fragmentos menores na parte central e no Parque Distrital Boca da Mata. Na parte
oeste, sob relevo mais acidentado, se tem cerrado denso e típico, em bom estado de
conservação, possivelmente pelas condições topográficas da área que impedem a
mecanização e cultivos em grandes extensões (Figura 9 direita). Alguns exemplos de
espécies encontradas nesse trecho são: Vismia guianensis (Aubl.) Choisy; Psidium
myrsinites DC.; Guapira graciliflora (Mart. ex Schmidt) Lundell; Heteropterys
byrsonimifolia A.Juss.; Casearia arborea (Rich.) Urb; Solanum lycocarpum A.St.-Hil.;
Miconia burchellii Triana; Tachigali aurea Tul.; Mimosa clausseni Benth.; Xylopia
aromatica, Virola sebifera Aubl., Myrcia tomentosa (Aubl.) DC.; Piptocarpha
rotundifolia (Less.) Baker, Aspidosperma tomentosum Mart. e Zucc.; Virola sebifera
Aubl.; Rudgea viburnoides (Cham.) Benth.; Alibertia edulis (Rich.) A.Rich.; Cybistax
antisyphilitica (Mart.) Mart.; Erythroxylum daphnites Mart.; Neea theifera Oerst.;
Erythroxylum tortuosum Mart.; Simarouba versicolor A.St.-Hil.; Myrcia splendens (Sw.)
DC.; Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne; Erythroxylum deciduum A.St.-Hil.;
Miconia albicans (Sw.) Triana, Leptolobium dasycarpum Vogel, Connarus suberosus
Planch; Astronium fraxinifolium Schott; Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos;
Salacia crassifolia (Mart. ex Schultz.) G.Don, Qualea parviflora Mart.

Dentro do Parque Distrital Boca da Mata, existe um fragmento de Cerrado ralo (Figura
9 esquerda), bem conservado com grande diversidade de espécies, principalmente
herbáceas e subarbustivas.

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Figura 9 - Caracterização visual de Cerrado sentido restrito denso/típico encontrado na parte oeste da
ARIE JK, DF (esquerda) e de Cerrado ralo encontrado no Parque Distrital Boca da Mata, DF.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Ainda dentro do Parque Distrital Boca da Mata existe um grande fragmento de Parque
cerrado, ocupando 139,62 ha (4,64% da área total) (Figura 10). A vegetação local
apresenta algumas espécies de gramíneas invasoras, principalmente em suas bordas
e de forma menos expressiva no seu interior. Algumas destas gramíneas são
potenciais colonizadoras de áreas úmidas, sendo prejudiciais à diversidade de flora
nativa local. Com exceção dessas ocorrências pontuais, essa fisionomia está em bom
estado de conservação e desempenha um papel importante para a manutenção dos
recursos hídricos da bacia hidrográfica.

Figura 10 - Caracterização visual de Parque cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, DF. Destaque
para os murundus e densidade do estrato herbáceo/subarbustivo.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As formações campestres (Campo sujo e Campo limpo) constituem o tipo de


vegetação nativa mais predominante da ARIE JK e a segunda maior cobertura da
unidade, ocupando 658,83 ha (21,91% da área total). Fragmentos de Campo sujo em
bom estado de conservação podem ser encontrados na parte central-norte da ARIE
JK (Figura 11 direita), inclusive com o registro de uma espécie endêmica do Distrito
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Federal – Mimosa heringeri Barneby. Na região oeste, tem-se grandes extensões de


Campo limpo seco, com trechos em melhor estado de conservação e outros menos
conservados, principalmente pela proximidade com áreas de pastagem de gramíneas
exóticas, as quais são potenciais invasoras prejudiciais à diversidade nativa (Figura
11 esquerda). Ainda sobre as formações campestres, no Parque Ecológico Três
Meninas há um fragmento significativo de Campo limpo úmido em bom estado de
conservação.

Figura 11 - Campo sujo na parte central norte da ARIE JK (foto da direita) e de campo limpo na parte
oeste da ARIE JK (esquerda).

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A Agropecuária é o uso do solo com maior cobertura na unidade, ocupando 743,07


ha (24,71% da área total). Na porção central-oeste, é notório o estado de antropização
da vegetação, principalmente pelo uso nessa atividade (Figura 12). Apesar disso, o
uso atual não aparenta ser intensivo e as técnicas de manejo são rudimentares. Tal
fato se contrapõe com a porção central-leste, uma vez que há pontos de agricultura
irrigada e piscicultura, que demandam maior especialização. Quando tratamos de
atividades relacionadas ao pastoreio, há semelhança no método em que o sistema é
conduzido em toda a ARIE JK, com pouca especialização e investimento,
caracterizando agropecuária extensiva. Na parte oeste, com relevo mais acidentado,
o principal uso é a pecuária, com algumas áreas de pastagem em meio a vegetação
nativa.

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Figura 12 - Pastagens de gramíneas exóticas encontradas na parte oeste da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A vegetação antropizada representa a terceira maior cobertura, com 541,09 ha


(17,99%), e apresenta diversos sinais de antropização: alteração da cobertura arbórea,
grande quantidade de espécies invasoras, sinais de supressão de vegetação, sinais
de incêndios frequentes, e presença de animais pastadores (bovinos, equinos e
caprinos).

As áreas edificadas representam a quinta maior cobertura, com 230,14 ha (7,65% da


área total da ARIE JK), e são caracterizadas por ocupações urbanas intercaladas com
alguma vegetação antropizada, com presença de vias asfaltadas, galpões, estufas,
quadras esportivas, piscina, churrasqueiras e, principalmente, moradias. O solo
exposto (sem cobertura vegetal) é uma categoria que ocupa 107,61 ha (3,58% da área
total).

De forma menos expressiva, são encontrados os plantios florestais ocupando 23,87


ha (0,79% da área total), caracterizados principalmente por pomares, cercas vivas e
pequenos plantios de eucalipto e corpos hídricos, com estes últimos ocupando 2,09
ha (0,07% da área total).

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Mata de Galeria

Composição florística e diversidade

Ao todo foram amostradas 114 espécies arbóreas, distribuídas em 52 famílias; nas


parcelas foram verificadas 90 espécies, distribuídas em 47 famílias e durante o
caminhamento foram avistadas outras 24 espécies, as quais complementam a
amostragem quantitativa (Anexo 1). Desse total de espécies, somente uma foi
identificada com segurança somente até o nível de gênero. Duas espécies
encontradas dentro das parcelas são exóticas ao bioma Cerrado: Licania tomentosa
(Benth.) Fritsch e Pachira aquatica Aubl.

A Figura 13 e a Figura 14 apresentam registro fotográfico com algumas espécies


Epífitas e outras espécies encontradas na amostragem em Mata de Galeria.

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Figura 13 - Espécies epifíticas encontradas durante a amostragem florística e estrutural das Matas de
Galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga.

Legenda: A) Aechmeia bromeliifolia, B) Oncidium sp.; C) Brassavola sp.; D) Campiloneuron


angustifolium; E) Tillandsia tenuifolia; F) Polystachia sp.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 14 - Espécies encontradas durante a amostragem florística e estrutural das matas de galeria
dos Córregos Cortado e Taguatinga.

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Legenda: A) Fruto de Hymenaea courbaril, B) Fuste de Calophyllum brasiliense; C) Fuste de Copaifera


langsdorffii; D) Fruto de Apeiba tibourbou; E) Fruto de Aspidosperma subincanum; F) Fruto de Cariniana
estrellensis; G) Fruto do Inga cylindrica; H) Fruto de Magnolia ovata; I) Fuste de Piptocarpha
macropoda; J) Fruto de Qualea multiflora.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Das espécies identificadas, Tapirira guianensis (Pombeiro) e Copaifera langsdorffii


(Copaíba) são apontadas como abundantes em Matas de Galeria do DF, segundo
Silva Júnior et al. (2001). Seguindo a classificação desse mesmo trabalho, são
consideradas comuns as espécies: Aspidosperma subincanum, Bauhinia rufa,
Calophyllum brasiliense, Cecropia pachystachia, Cheiloclinum cognatum, Cordia
sellowiana, Cupania vernalis, Diospyros lasiocalyx, Emmotum nitens, Faramea latifolia,
Guettarda viburnoides, Hymenaea courbaril, Licania apetala, Matayba guianensis,
Maprounea guianensis, Magnolia ovata, Myrcia tomentosa, Virola sebifera, Tapura
amazonica, Terminalia glabrescens e Xylopia emarginata. O restante das espécies,
aproximadamente 78% da riqueza, são espécies possivelmente classificadas como
ocasionais ou raras.

As famílias de maior riqueza, ordenadas de forma decrescente de número de espécies


foram: Fabaceae com 14 espécies; Melastomataceae com seis; Malvaceae,
Myrtaceae e Rubiaceae cada uma com cinco; Arecaceae, Anacardiaceae,
Euphorbiaceae e Lauraceae cada uma com quatro; e Apocynaceae,
Chrysobalanaceae, Meliaceae, Moraceae, Sapindaceae e Vochysiaceae todas com
três espécies (Figura 15). As demais 37 famílias (71% do total) foram representadas
por uma ou duas espécies e somaram 39% da riqueza total da área. A riqueza de
Anacardiaceae, Chrysobalanaceae, Malvaceae e Myrtaceae contemplam espécies
exóticas encontradas em meio a vegetação nativa.

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Figura 15 - Distribuição da riqueza entre as famílias verificada na Mata de Galeria dos Córregos do
Cortado e Taguatinga, ARIE JK, Distrito Federal.

Fabaceae 14
Melastomataceae 6
Malvaceae 5
Myrtaceae 5
Rubiaceae 5
Arecaceae 4
Família

Anacardiaceae 4
Euphorbiaceae 4
Lauraceae 4
Apocynaceae 3
Chrysobalanaceae 3
Meliaceae 3
Moraceae 3

0 2 4 6 8 10 12 14 16
Número de espécies

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Fabaceae, Melastomataceae, Lauraceae, Apocynaceae, Euphorbiaceae Myrtaceae,


Rubiaceae, Sapindaceae e Vochysiaceae, todas com relevante riqueza no presente
estudo (mesmo desconsiderando as espécies exóticas), também foram destaque nos
estudos em Matas de Galeria pelo número expressivo de espécies (WALTER, 1995;
SAMPAIO et al, 2000; SILVA JÚNIOR, 2004; 2005; GUARINO e WALTER, 2005;
DIETZSCH et al., 2006; BRAGA e REZENDE, 2007; OLIVEIRA e FELFILI, 2008;
FONTES e WALTER, 2011). Nos estudos de Sampaio et al. (2000), Silva Junior (2004;
2005) e Braga e Rezende (2007), Fabaceae foi a família mais rica da comunidade
com diferença expressiva para a segunda família de maior riqueza, corroborando o
presente estudo.

As famílias com maior número de indivíduos foram, respectivamente: Annonaceae


(14,4% do total de indivíduos), Anacardiaceae (11,1%), Fabaceae (10,1%),
Euphorbiaceae (8%), Lauraceae (6,7%) (Figura 16). Tais famílias somam mais de
50% do total de indivíduos amostrados nas parcelas, representando as famílias mais
importantes para a estruturação da comunidade.

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Figura 16 - Famílias com a maior abundância em matas de galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga,
ARIE JK.
90

79
80

70
61 60
60
Nº de Indivíduos

50
44

40 37

30

20

10

0
Annonaceae Anacardiaceae Fabaceae Euphorbiaceae Lauraceae
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

O índice de diversidade de Shannon calculado para a comunidade foi de 3,68 ind.nats-


1 e a equitabilidade de Pielou 0,82 (Tabela 9). Tais valores mostram uma comunidade
bastante diversa e com a densidade bem distribuída entre as espécies (FELFILI e
REZENDE, 2003; SANQUETTA et al., 2014).

Tabela 9 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equitabilidade de Pielou para a comunidade


das matas de galeria dos Córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK, Distrito Federal.
Diversidade de Shannon
Riqueza nas Parcelas Equitabilidade de Pielou
(ind.nats-1)
90 3,68 0,82
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Estudos em Mata de Galeria no DF tem apontado riqueza em número de espécies


variando de 53 a 150 e diversidade variando de 2,57 a 4,25 ind.nats-1 (SAMPAIO et
al., 2000; SILVA JÚNIOR, 2004; 2005; WALTER & GUARINO, 2006; DIETZSCH et al.,
2006; BRAGA e REZENDE, 2007; OLIVEIRA e FELFILI, 2008; FONTES e WALTER,
2011). Com isso podemos classificar a Mata de Galeria do presente estudo como uma
comunidade com valor intermediário de riqueza e diversidade.

A curva de rarefação aparentemente não atingiu a estabilidade ao final da


amostragem de um hectare (Figura 17), provavelmente pela diversidade da flora
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arbórea local e pelo estado de conservação da área. Pelos resultados da rarefação


(Tabela 10), a partir do indivíduo 484 (88% da amostragem total), tem-seum ganho
em espécies menor do que 2%, aumentando menos do que uma espécie a cada 16
indivíduos, aproximadamente. Ou seja, a partir desse ponto estão sendo encontradas
somente as espécies raras e menos frequentes da localidade, representadas por um
ou dois indivíduos, as quais podem ter sido avistadas nos caminhamentos e
contempladas na lista florística apresentada.

Figura 17 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de indivíduos para a
amostragem de espécies nas matas de galeria dos córregos Cortado e Taguatinga, dentro dos limites
da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Tabela 10 - Resultados dos cálculos de rarefação, acúmulo de espécies por número de indivíduos
amostrados, para a comunidade amostrada por parcelas nas matas de galeria dos córregos Cortado e
Taguatinga, ARIE JK, Distrito Federal.
Nº de Indivíduos Riqueza amostrada % de ganho de espécies
22 9,76 10,73
44 18,07 9,13
66 25,24 7,88
88 31,52 6,90
110 37,09 6,12
132 42,08 5,48
154 46,57 4,93
176 50,66 4,49
198 54,41 4,12
220 57,87 3,80
242 61,08 3,53
264 64,19 3,42
286 66,79 2,86
308 69,40 2,87
330 71,86 2,70
352 74,18 2,55
374 76,39 2,43
396 78,49 2,31
418 80,49 2,20
440 82,42 2,12
462 84,26 2,02
484 86,04 1,96
506 87,75 1,88
528 89,40 1,81
550 91,00 1,76
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Duas espécies de samambaias merecem destaque pela sua densidade no sub-


bosque da floresta: Cyathea phalerata Mart e Blechnum sp. L. Também merece
destaque, principalmente pela sua abundância no córrego Cortado, o estrato epifítico
onde foram amostradas as seguintes espécies: Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker;
Billbergia porteana Brong. ex Beer; Brassavola sp. R.Br.; Campyloneurum
angustifolium (Sw.) Fée; Encyclia sp. Hook. Epidendrum cf. rigidum Jacq.;
Microgramma persicariifolia (Schrad.) C.Presl; Oncidium sp. Sw.; Phlebodium aureum
(L.) J.Sm; Pleopeltis minima (Bory) J. Prado e R.Y. Hirai; Philodendron bipinnatifidum
Schott; Polystachya sp. Hook; Tillandsia tenuifolia L..

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Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção - Mata de Galeria.


Das espécies verificadas, 14 apresentam alguma classificação de ameaça segundo a
lista da Flora do Brasil 2020 (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2018). Doze na
categoria pouco preocupante (LC) e duas, Euterpe edulis e Cedrela fissilis, na
categoria Vulnerável (VU). Pela lista vermelha da IUCN (2019) e lista de flora
ameaçadas do MMA (Portaria N° 443/14), apenas Euterpe edulis e Cedrela fissilis
possuem alguma classificação, enquadrada na categoria Vulnerável. Tais
informações estão destacadas no Anexo 1, colunas “Reflora” e “IUCN/MMA”.
Copaifera langsdorffii Desf. (Copaiba), Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg.
(Peroba Rosa), Aspidosperma subincanum Mart. (Peroba), Dalbergia densiflora Benth.
(Jacarandá), Vochysia tucanorum Mart. (Pau Tucano) foram espécies amostradas no
levantamento quantitativo que são tombadas como patrimônio ecológico do Distrito
Federal, decreto nº 38.849/2018. Todas essas espécies mostram a efetividade da
ARIE JK na conservação de espécies ameaçadas e protegidas.

Estudo fitossociológico - Mata de Galeria

Os resultados da estrutura horizontal calculados para Mata de Galeria são


apresentados na Tabela 11. Nela estão relacionados os valores de densidade,
dominância e frequência em valores absolutos e relativos, assim como o Índice de
Valor de Cobertura (IVC) e Índice de Valor de Importância (IVI). As espécies estão
organizadas em ordem decrescente de IVI.Ao todo foram amostrados 595 indivíduos
arbóreos por hectare, somando 34,19 m²/ha. Do total de indivíduos 45 foram
encontrados mortos em pé, somando 2,43 m²/ha de área basal.

Excluindo-se os indivíduos mortos, as dez espécies mais importantes da área


somaram, aproximadamente, 45% do IVI, 49% da densidade e 54% da dominância
(Figura 18). O restante dos parâmetros, respectivamente, 55%, 51% e 46% estão
distribuídos nas mais de 80 espécies, que representam 89% da riqueza total. Esse
fato corrobora Silva Júnior (2004; 2005), Walter & Guarino (2006), Dieztch et al.,
(2006), Fontes e Walter (2011), entre outros autores, pois a comunidade é formada
por poucas espécies com ampla dominância local, complementada por um conjunto
maior de espécies de baixa importância (plantas raras ou ocasionais).

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Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

Tabela 11 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas da Mata de Galeria dos córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK.
Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Tapirira guianensis 60 10,91 44 4,53 3,27 10,3 10,61 8,58 Maprounea guianensis 3 0,55 8 0,82 0,08 0,25 0,4 0,54
Xylopia emarginata 79 14,36 24 2,47 1,97 6,2 10,28 7,68 Pouteria torta subsp. Glabra 2 0,36 8 0,82 0,14 0,43 0,4 0,54
Alchornea glandulosa 36 6,55 28 2,88 1,99 6,26 6,4 5,23 Cupania vernalis 2 0,36 8 0,82 0,09 0,3 0,33 0,5
Anadenanthera peregrina 16 2,91 28 2,88 2,34 7,38 5,15 4,39 Diospyros lasiocalyx 2 0,36 8 0,82 0,08 0,24 0,3 0,48
Cariniana estrellensis 18 3,27 28 2,88 1,59 4,99 4,13 3,71 Andira vermifuga 2 0,36 8 0,82 0,07 0,21 0,29 0,47
Nectandra cissiflora 20 3,64 48 4,94 0,81 2,56 3,1 3,71 Myrcianthes pungens 2 0,36 8 0,82 0,05 0,15 0,26 0,45
Hymenaea courbaril 11 2 24 2,47 1,48 4,67 3,34 3,05 Miconia chartacea 2 0,36 8 0,82 0,04 0,12 0,24 0,44
Cryptocarya moschata 13 2,36 20 2,06 1,34 4,21 3,29 2,88 Virola urbaniana 2 0,36 8 0,82 0,03 0,1 0,23 0,43
Copaifera langsdorffii 10 1,82 32 3,29 0,95 2,98 2,4 2,7 Trema micrantha 2 0,36 8 0,82 0,02 0,07 0,22 0,42
Inga cylindrica 6 1,09 16 1,65 1,43 4,5 2,8 2,41 Maclura tinctoria 1 0,18 4 0,41 0,18 0,55 0,37 0,38
Magnolia ovata 18 3,27 24 2,47 0,31 0,99 2,13 2,24 Eriotheca candolleana 1 0,18 4 0,41 0,15 0,46 0,32 0,35
Euterpe edulis 22 4 16 1,65 0,33 1,03 2,51 2,22 Ocotea aciphylla 1 0,18 4 0,41 0,13 0,41 0,3 0,33
Sacoglottis guianensis 12 2,18 16 1,65 0,87 2,73 2,46 2,19 Buchenavia tomentosa 1 0,18 4 0,41 0,13 0,4 0,29 0,33
Calophyllum brasiliense 15 2,73 20 2,06 0,52 1,62 2,18 2,14 Symplocos revoluta 1 0,18 4 0,41 0,12 0,39 0,29 0,33
Hyeronima alchorneoides 9 1,64 24 2,47 0,7 2,21 1,93 2,11 Dalbergia densiflora 1 0,18 4 0,41 0,1 0,3 0,24 0,3
Matayba guianensis 8 1,45 28 2,88 0,57 1,78 1,62 2,04 Ouratea castaneifolia 1 0,18 4 0,41 0,09 0,29 0,23 0,29
Aegiphila integrifolia 9 1,64 20 2,06 0,27 0,85 1,24 1,52 Myrcia tomentosa 2 0,36 4 0,41 0,02 0,07 0,22 0,28
Sapium glandulosum 5 0,91 16 1,65 0,61 1,93 1,42 1,49 Matayba elaeagnoides 1 0,18 4 0,41 0,07 0,21 0,2 0,27
Cheiloclinium cognatum 7 1,27 20 2,06 0,33 1,05 1,16 1,46 Simarouba amara 1 0,18 4 0,41 0,06 0,2 0,19 0,26
Luehea grandiflora 7 1,27 12 1,23 0,55 1,72 1,5 1,41 Emmotum nitens 1 0,18 4 0,41 0,06 0,19 0,19 0,26
Aspidosperma subincanum 10 1,82 16 1,65 0,22 0,7 1,26 1,39 Licania apetala 1 0,18 4 0,41 0,06 0,19 0,19 0,26
Aspidosperma cylindrocarpon 4 0,73 12 1,23 0,64 2,02 1,37 1,33 Paquira aquatica 1 0,18 4 0,41 0,04 0,14 0,16 0,24
Micropholis cf. gardneriana 6 1,09 16 1,65 0,37 1,18 1,13 1,31 Guazuma ulmifolia 1 0,18 4 0,41 0,04 0,13 0,15 0,24
Pera glabrata 5 0,91 12 1,23 0,42 1,34 1,12 1,16 Byrsonima laxiflora 1 0,18 4 0,41 0,04 0,13 0,15 0,24
Protium heptaphyllum 7 1,27 16 1,65 0,15 0,48 0,88 1,13 Myrcia fenzliana 1 0,18 4 0,41 0,04 0,12 0,15 0,24
Machaerium acutifolium 4 0,73 12 1,23 0,43 1,35 1,04 1,1 Trichilia sp. 1 0,18 4 0,41 0,04 0,12 0,15 0,24
Cordia sellowiana 6 1,09 12 1,23 0,31 0,97 1,03 1,1 Sloanea lasiocoma 1 0,18 4 0,41 0,04 0,11 0,15 0,24
Tapura amazonica 5 0,91 12 1,23 0,3 0,95 0,93 1,03 Pseudolmedia laevigata 1 0,18 4 0,41 0,03 0,1 0,14 0,23
Faramea latifolia 5 0,91 16 1,65 0,14 0,43 0,67 0,99 Symplocos cf. nitens 1 0,18 4 0,41 0,03 0,08 0,13 0,22
Endlicheria paniculata 3 0,55 12 1,23 0,38 1,2 0,87 0,99 Spondias cf. mombin 1 0,18 4 0,41 0,02 0,08 0,13 0,22
Inga cf. alba 4 0,73 16 1,65 0,17 0,52 0,62 0,97 Myrsine umbellata 1 0,18 4 0,41 0,02 0,06 0,12 0,22
Apeiba tibourbou 1 0,18 4 0,41 0,71 2,24 1,21 0,94 Qualea multiflora 1 0,18 4 0,41 0,02 0,06 0,12 0,22
Roupala montana 3 0,55 12 1,23 0,28 0,89 0,72 0,89 Maytenus floribunda 1 0,18 4 0,41 0,02 0,06 0,12 0,22
Piper arboreum 8 1,45 8 0,82 0,09 0,27 0,86 0,85 Mouriri glazioviana 1 0,18 4 0,41 0,02 0,05 0,12 0,21
Qualea dichotoma 2 0,36 8 0,82 0,4 1,26 0,81 0,82 Styrax camporum 1 0,18 4 0,41 0,02 0,05 0,11 0,21
Cecropia pachystachya 3 0,55 12 1,23 0,18 0,58 0,56 0,79 Cordiera macrophylla 1 0,18 4 0,41 0,01 0,05 0,11 0,21
Metrodora stipulares 6 1,09 4 0,41 0,25 0,78 0,93 0,76 Piptadenia gonoacantha 1 0,18 4 0,41 0,01 0,04 0,11 0,21
Piptocarpha macropoda 3 0,55 12 1,23 0,15 0,48 0,51 0,75 Vitex polygama 1 0,18 4 0,41 0,01 0,04 0,11 0,21
Richeria grandis 6 1,09 8 0,82 0,1 0,32 0,7 0,74 Miconia sellowiana 1 0,18 4 0,41 0,01 0,04 0,11 0,21
Virola sebifera 4 0,73 12 1,23 0,07 0,21 0,47 0,72 Psychotria carthagenensis 1 0,18 4 0,41 0,01 0,03 0,1 0,21
Miconia cuspidata 5 0,91 4 0,41 0,2 0,65 0,78 0,66 Syagrus cf. oleracea 1 0,18 4 0,41 0,01 0,03 0,1 0,21
Tibouchina candolleana 3 0,55 8 0,82 0,18 0,57 0,56 0,65 Erythroxylum daphnites 1 0,18 4 0,41 0,01 0,03 0,1 0,21
Ormosia fastigiata 2 0,36 8 0,82 0,22 0,71 0,53 0,63 Jacaranda puberula 1 0,18 4 0,41 0,01 0,03 0,1 0,21
Machaerium hirtum 3 0,55 8 0,82 0,15 0,48 0,51 0,62 Total s/ Mortas 550 100 972 100 31,77 100 100 100
Licania tomentosa 3 0,55 4 0,41 0,28 0,89 0,72 0,61 Mortas 45 7,56 76 7,25 2,43 7,1 7,33 7,3
Vochysia tucanorum 2 0,36 8 0,82 0,18 0,57 0,47 0,59 Total c/ Mortas 595 100 1.048 100 34,19 100 100 100
Zanthoxylum riedelianum 2 0,36 4 0,41 0,29 0,92 0,64 0,57
Legenda: Espécies estão organizadas em ordem decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por hectare; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluta
por hectare; DoR: Dominância Relativa; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de Valor de
Importância.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 18 - Valor de importância das dez espécies arbóreas mais importantes da Mata de Galeria dos
córregos Cortado e Taguatinga, ARIE JK.
10.00
9.00 FR
8.00 DoR
7.00
DR
6.00
5.00
4.00
3.00
2.00
1.00
0.00

Cryptocarya moschata

Inga cylindrica
Nectandra cissiflora
Anadenanthera peregrina
Tapirira guianensis

Hymenaea courbaril
Alchornea glandulosa

Cariniana estrellensis
Xylopia emarginata

Copaifera langsdorffii
Legenda: DR: Densidade Relativa; DoR: Dominância Relativa; FR: Frequência Relativa e VI – Valor
de importância está representado graficamente pela soma dos três parâmetros.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A espécie mais importante foi Tapirira guianensis, principalmente por apresentar o


maior valor de dominância e o segundo maior valor de densidade e de frequência.
Xylopia emarginata foi a segunda espécie mais importante da área principalmente por
ser o maior valor de densidade e a quarta maior dominância da comunidade. Outras
espécies que tiveram como parâmetro determinante a dominância foram
Anadenanthera peregrina, Hymenaea courbaril, Cryptocaria moschata e Inga
cylindrica.

As demais espécies tiveram os parâmetros bem distribuídos, sendo a soma deles o


fator determinante para os seus valores de importância. Assim como para Tapirira
guianensis, merecem destaques os valores de frequência de Nectandra cissiflora e
Copaifera langsdorffi, respectivamente o primeiro e o terceiro maior valor. Os
resultados demonstram que essas três espécies são frequentes na comunidade e
estão bem distribuídas por toda a mata.

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Os indivíduos mortos ainda em pé representaram a terceira maior importância da


comunidade. Seus parâmetros determinantes foram densidade e frequência, ou seja,
espécimes mortos são numerosos e estão distribuídos por toda mata. Por ser um
grupo que pode contemplar mais do que uma espécie, seu valor foi considerado nas
análises, mas colocado ao final da Tabela 11.

Em outros estudos de Mata de Galeria no DF, as plantas mortas também apresentam


altos valores de importância (SILVA JÚNIOR, 2004; 2005; FONTES e WALTER, 2011).
Embora causas naturais também atuem sobre essas comunidades, Walter e Sampaio
(1998) relacionaram os altos valores de mortalidade com reflexos da urbanização
crescente dentro da microbacia hidrográfica em que se localizava sua área de estudo
(Riacho Fundo - DF). Ou seja, o alto valor de importância do grupo mortas pode estar
relacionado tanto com causas naturais, como com causas antrópicas. As evidências
de queimadas em alguns troncos, enxurradas, grandes erosões, partes da floresta
sem estrato regenerante e espécies invasoras, são indicativos de que a comunidade
tem maiores perdas por causas antrópicas do que naturais, cujas evidências seriam a
presença de clareiras por queda de árvores e morte natural de indivíduos.

Levantamentos fitossociológicos em Mata de Galeria no DF, com critérios de inclusão


de DAP≥3 e DAP≥5 cm, apontaram densidade absoluta entre 1.228 e 3.810 indivíduos
por hectare e dominância absoluta entre 26 e 47,26 m²/ha (SAMPAIO et al., 2000;
SILVA JÚNIOR, 2004; 2005; DIEZTCH et al., 2006; FONTES e WALTER, 2011).
Comparado ao presente estudo, o valor de dominância estaria dentro do esperado
para Matas de Galeria, porém a densidade estaria bem abaixo, menos da metade do
valor mínimo de outros levantamentos (Tabela 11). Essa constatação está
relacionada a dois fatores, primeiro ao critério de inclusão do presente estudo,
DAP≥10 cm (FELFILI et al., 2005), segundo e provavelmente o fator principal, a
pressão antrópica que a comunidade vem sofrendo conforme descrições e discussões
apresentadas.

A distribuição diamétrica da comunidade seguiu o padrão de “J reverso” com maior


quantidade de indivíduos na primeira classe e diminuição gradativa até a última
(Figura 19). Ou seja, mesmo com toda a pressão antrópica que vem sofrendo, a
comunidade ainda pode ser considerada auto regenerativa, apresentando indivíduos
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potenciais para migrarem de classes diamétricas menores para maiores (SILVA


JÚNIOR, 2004; 2005; SCOLFORO e MELLO, 2006).

Figura 19 - Distribuição diamétrica da comunidade de Mata de Galeria dos Córregos Cortado e


Taguatinga, ARIE JK.
250
212
200
Número de Indivíduos

150
112
100 83

53
50 32 30 24
14 13 9 5 3 1 2 1 1
0

Classe diamétrica (cm)

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As alturas seguiram distribuição normal com maior quantidade de indivíduos na


segunda classe (Figura 20). Esse tipo de distribuição mostra que estamos tratando
de uma comunidade nativa, relativamente bem conservada, com indivíduos ocupando
os vários estratos da floresta (SILVA JÚNIOR, 2005; MARACAHIPES et al., 2011).

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Figura 20 - Distribuição por classes de altura para a comunidade de Mata de Galeria dos Córregos
Cortado e Taguatinga, ARIE JK.

350 332

300

250
Nº de Indivíduos

200 176

150

100 85

50
2
0
2-9 9-16 16-23 23-30
Classes de Altura

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Cerrado rupestre

Composição florística e diversidade

Na amostragem da vegetação de Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas,


foram amostradas 73 espécies distribuídas em 31 famílias e 57 gêneros botânicos
(Tabela 12). A maioria dessas espécies é de ampla distribuição em fisionomias
savânicas do bioma Cerrado (FRANÇOSO et al., 2016). Além disso, foi verificada a
espécie Wunderlichia crulsiana que é indicadora de ambientes rupestres e endêmica
de áreas rupestres de altitude elevada (MUNHOZ e PROENÇA, 1998). Durante o
caminhamento na área, foram listadas três espécies arbóreas complementares às
amostradas nas parcelas, Alibertia edulis (Rich.) A.Rich (apuruí), Ferdinandusa
elliptica (Pohl) Pohl (folha-de-serra) e Casearia sylvestris Sw (língua-de-tíu).

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Tabela 12 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK.
Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Tachigali aurea 49 6,76 80 3,02 1,249 14,99 21,75 8,26 Byrsonima coccolobifolia 7 0,97 30 1,13 0,036 0,43 1,4 0,84
Pterodon pubescens 42 5,79 100 3,77 1,179 14,14 19,93 7,9 Handroanthus ochraceus 5 0,69 40 1,51 0,016 0,2 0,89 0,8
Mimosa claussenii 69 9,52 90 3,4 0,294 3,53 13,05 5,48 Erythroxylum suberosum 4 0,55 40 1,51 0,02 0,24 0,79 0,77
Byrsonima pachyphylla 44 6,07 100 3,77 0,252 3,02 9,09 4,29 Vochysia thyrsoidea 1 0,14 10 0,38 0,147 1,77 1,9 0,76
Aspidosperma tomentosum 36 4,97 90 3,4 0,152 1,83 6,79 3,4 Salacia crassifolia 3 0,41 30 1,13 0,032 0,38 0,79 0,64
Aspidosperma macrocarpon 22 3,03 80 3,02 0,271 3,26 6,29 3,1 Psidium laruotteanum 4 0,55 30 1,13 0,012 0,14 0,69 0,61
Ouratea hexasperma 24 3,31 70 2,64 0,21 2,52 5,84 2,83 Hancornia speciosa 3 0,41 20 0,75 0,05 0,6 1,01 0,59
Kielmeyera coriacea 24 3,31 70 2,64 0,207 2,48 5,79 2,81 Annona crassiflora 1 0,14 10 0,38 0,102 1,22 1,36 0,58
Guapira graciliflora 10 1,38 60 2,26 0,373 4,47 5,85 2,7 Palicourea rigida 3 0,41 30 1,13 0,014 0,17 0,58 0,57
Eriotheca pubescens 16 2,21 70 2,64 0,252 3,03 5,24 2,63 Erythroxylum deciduum 3 0,41 30 1,13 0,008 0,09 0,51 0,55
Qualea multiflora 21 2,9 60 2,26 0,187 2,25 5,15 2,47 Miconia albicans 3 0,41 20 0,75 0,027 0,33 0,74 0,5
Dalbergia miscolobium 13 1,79 70 2,64 0,207 2,48 4,27 2,3 Simarouba versicolor 4 0,55 20 0,75 0,015 0,18 0,73 0,49
Heteropterys byrsonimifolia 17 2,34 80 3,02 0,118 1,42 3,76 2,26 Solanum lycocarpum 3 0,41 20 0,75 0,024 0,29 0,7 0,49
Schefflera macrocarpa 16 2,21 70 2,64 0,156 1,87 4,08 2,24 Vochysia elliptica 2 0,28 20 0,75 0,029 0,35 0,63 0,46
Plathymenia reticulata 19 2,62 10 0,38 0,286 3,43 6,05 2,14 Andira vermifuga 2 0,28 20 0,75 0,009 0,11 0,38 0,38
Lafoensia pacari 15 2,07 60 2,26 0,133 1,59 3,66 1,98 Erythroxylum tortuosum 2 0,28 20 0,75 0,006 0,07 0,35 0,37
Miconia burchellii 10 1,38 40 1,51 0,248 2,98 4,36 1,96 Hirtella glandulosa 1 0,14 10 0,38 0,048 0,58 0,72 0,37
Connarus suberosus 17 2,34 60 2,26 0,079 0,95 3,3 1,85 Wunderlichia crulsiana 2 0,28 10 0,38 0,026 0,31 0,58 0,32
Bowdichia virgilioides 11 1,52 50 1,89 0,17 2,04 3,55 1,81 Roupala montana 2 0,28 10 0,38 0,022 0,27 0,54 0,31
Psidium myrsinites 16 2,21 50 1,89 0,112 1,35 3,55 1,81 Eremanthus glomerulatus 3 0,41 10 0,38 0,011 0,13 0,54 0,31
Qualea parviflora 10 1,38 60 2,26 0,144 1,73 3,11 1,79 Tachigali subvelutina 2 0,28 10 0,38 0,021 0,25 0,53 0,3
Leptolobium dasycarpum 13 1,79 60 2,26 0,098 1,18 2,97 1,74 Aegiphila sellowiana 2 0,28 10 0,38 0,014 0,16 0,44 0,27
Dimorphandra mollis 12 1,66 60 2,26 0,069 0,83 2,48 1,58 Xylopia aromatica 1 0,14 10 0,38 0,024 0,29 0,43 0,27
Myrcia tomentosa 18 2,48 20 0,75 0,123 1,48 3,96 1,57 Machaerium opacum 2 0,28 10 0,38 0,009 0,11 0,38 0,25
Stryphnodendron adstringens 11 1,52 50 1,89 0,082 0,98 2,5 1,46 Miconia leucocarpa 1 0,14 10 0,38 0,018 0,21 0,35 0,24
Styrax ferrugineus 8 1,1 50 1,89 0,093 1,11 2,22 1,37 Hyptidendron canum 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,21 0,2
Hymenaea stigonocarpa 8 1,1 50 1,89 0,086 1,03 2,13 1,34 Neea theifera 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,21 0,19
Vellozia squamata 6 0,83 60 2,26 0,059 0,71 1,53 1,27 Antonia ovata 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,2 0,19
Diospyros lasiocalyx 10 1,38 40 1,51 0,049 0,59 1,97 1,16 Handroanthus serratifolius 1 0,14 10 0,38 0,005 0,06 0,2 0,19
Agonandra brasiliensis 10 1,38 30 1,13 0,05 0,61 1,98 1,04 Qualea dichotoma 1 0,14 10 0,38 0,005 0,06 0,2 0,19
Plenck ia populnea 13 1,79 20 0,75 0,044 0,53 2,32 1,03 Pseudobombax longiflorum 1 0,14 10 0,38 0,005 0,05 0,19 0,19
Guapira noxia 4 0,55 40 1,51 0,083 1 1,55 1,02 Syagrus flexuosa 1 0,14 10 0,38 0,004 0,05 0,19 0,19
Qualea grandiflora 5 0,69 30 1,13 0,093 1,11 1,8 0,98 Davilla elliptica 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Miconia ferruginata 7 0,97 30 1,13 0,064 0,76 1,73 0,95 Eugenia punicifolia 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Piptocarpha rotundifolia 7 0,97 10 0,38 0,125 1,5 2,47 0,95 Tocoyena formosa 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Enterolobium gummiferum 5 0,69 30 1,13 0,073 0,87 1,56 0,9 Total s/ Mortas 725 100 2.650 100 8,33 100 100 100
Erythroxylum campestre 6 0,83 40 1,51 0,019 0,23 1,06 0,86 Mortas 39 5,1 100 3,63 0,47 5,31 5,21 4,68
Caryocar brasiliense 5 0,69 30 1,13 0,061 0,73 1,42 0,85 Total c/ Mortas 764 100 2.750 200 8,8 100 100 100
Legenda: Espécies estão organizadas em ordem decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por hectare; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância
Absoluta por hectare; DoR: Dominância Relativa; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de Valor
de Importância.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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As famílias mais ricas foram Fabaceae com 14 espécies, Vochysiaceae com seis, e
Myrtaceae, Melastomataceae e Erythroxylaceae, todas com quatro espécies cada
(Figura 21). Fabaceae e Vochysiaceae, Myrtaceae, Melastomataceae são famílias
amplamente encontradas entre as mais ricas em estudos de Cerrado sentido restrito
e Cerrado rupestre (ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; AMARAL et al., 2006; PINTO et al.,
2009; LENZA et al., 2011; MOTA, 2016). A importância destas famílias foi mencionada
por Mendonça et al. (2008) e Françoso et al. (2016), com relação à flora das formações
savânicas do bioma Cerrado. Muitas espécies de Vochysiaceae são típicas alumínio-
acumuladoras (HARIDASAN e ARAÚJO, 1988) e isso lhes proporciona uma vantagem
competitiva para crescer com sucesso nos solos ácidos dos Cerrados, ricos em
alumínio.

Figura 21 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Cerrado rupestre no Parque
Ecológico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As famílias com maior número de indivíduos foram: Fabaceae (258 indivíduos; 35%
do total), Malpighiaceae (68; 9%), Apocynaceae (61; 8%), Vochysiaceae (40; 5%) e
Myrtaceae (39; 5%), ver Figura 22. Essas são as famílias importantes para a estrutura
da comunidade arbustivo-arbórea (LENZA et al., 2011).

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Figura 22 - Famílias com a maior abundância de indivíduos amostrada em Cerrado rupestre no Parque
Ecológico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

O índice de diversidade de Shannon (H’) calculado para a comunidade foi de 3,71


ind.nats-1 e a equitabilidade de Pielou 0,87 (Tabela 13). Tais valores mostram uma
comunidade bastante diversa e com a densidade bem distribuída entre as espécies,
sendo este um dos maiores valores de diversidade de Shannon (H’) encontrado para
as áreas de Cerrado rupestre no Brasil (ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; AMARAL et al.,
2006; PINTO et al., 2009; LENZA et al., 2011; MOTA, 2016).

Tabela 13 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equitabilidade de Pielou para o Cerrado


rupestre, no Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK, Distrito Federal.
Diversidade de Shannon
Riqueza Equitabilidade de Pielou
(ind.nats-1)
73 3,71 0,87
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A curva de rarefação mostra que o esforço para a amostragem de espécies atingiu a


estabilidade (Figura 23). Ou seja, é possível dizer que a amostragem contemplou a
maior parte das espécies de flora que ocorrem na área.

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Figura 23 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de indivíduos para a
amostragem de espécies em Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas, dentro dos limites
da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção - Campo Rupestre

Das espécies verificadas, 12 apresentam alguma classificação de ameaça segundo a


lista da Flora do Brasil 2020 (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2018). Onze na
categoria pouco preocupante (LC) e uma Bowdichia virgilioides Kunth, na categoria
quase ameaçada (NT). Nenhuma das espécies encontradas está presente na lista
vermelha da IUCN (2019) e lista de flora ameaçadas do MMA (Portaria n° 443/14), ver
Anexo 1. As espécies Aspidosperma macrocarpon Mart. e Zucc. (guatambu-do-
campo), Aspidosperma tomentosum Mart. (peroba-do-cerrado), Handroanthus
ochraceus (Cham.), Mattos (ipê-amarelo-cerrado), Handroanthus serratifolius (Vahl)
S.Grose (ipê-amarelo), Caryocar brasiliense Cambess. (pequi), Dalbergia
miscolobium Benth. (jacarandá-do-cerrado), Pterodon pubescens (Benth.) Benth.
(sucupira-branca) e Vochysia thyrsoidea Pohl (gomeira) foram as espécies
amostradas que são tombadas como patrimônio ecológico do Distrito Federal, Decreto
nº 38.849/2018.

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Estudo fitossociológico – Campo Rupestre

Os resultados da estrutura horizontal calculados para Cerrado rupestre são


apresentados na Tabela 14. Nela estão relacionados os valores de densidade,
dominância e frequência em valores absolutos e relativos, assim como, o Índice de
Valor de Cobertura (IVC) e Índice de Valor de Importância (IVI). As espécies estão
organizadas em ordem decrescente de IVI.

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Tabela 14 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado rupestre no Parque Ecológico Três Meninas, ARIE JK, DF. Espécies estão
organizadas em ordem decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por hectare; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluta por hectare; DoR:
Dominância Relativa; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de Valor de Importância.
Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Tachigali aurea 49 6,76 80 3,02 1,249 14,99 21,75 8,26 Byrsonima coccolobifolia 7 0,97 30 1,13 0,036 0,43 1,4 0,84
Pterodon pubescens 42 5,79 100 3,77 1,179 14,14 19,93 7,9 Handroanthus ochraceus 5 0,69 40 1,51 0,016 0,2 0,89 0,8
Mimosa claussenii 69 9,52 90 3,4 0,294 3,53 13,05 5,48 Erythroxylum suberosum 4 0,55 40 1,51 0,02 0,24 0,79 0,77
Byrsonima pachyphylla 44 6,07 100 3,77 0,252 3,02 9,09 4,29 Vochysia thyrsoidea 1 0,14 10 0,38 0,147 1,77 1,9 0,76
Aspidosperma tomentosum 36 4,97 90 3,4 0,152 1,83 6,79 3,4 Salacia crassifolia 3 0,41 30 1,13 0,032 0,38 0,79 0,64
Aspidosperma macrocarpon 22 3,03 80 3,02 0,271 3,26 6,29 3,1 Psidium laruotteanum 4 0,55 30 1,13 0,012 0,14 0,69 0,61
Ouratea hexasperma 24 3,31 70 2,64 0,21 2,52 5,84 2,83 Hancornia speciosa 3 0,41 20 0,75 0,05 0,6 1,01 0,59
Kielmeyera coriacea 24 3,31 70 2,64 0,207 2,48 5,79 2,81 Annona crassiflora 1 0,14 10 0,38 0,102 1,22 1,36 0,58
Guapira graciliflora 10 1,38 60 2,26 0,373 4,47 5,85 2,7 Palicourea rigida 3 0,41 30 1,13 0,014 0,17 0,58 0,57
Eriotheca pubescens 16 2,21 70 2,64 0,252 3,03 5,24 2,63 Erythroxylum deciduum 3 0,41 30 1,13 0,008 0,09 0,51 0,55
Qualea multiflora 21 2,9 60 2,26 0,187 2,25 5,15 2,47 Miconia albicans 3 0,41 20 0,75 0,027 0,33 0,74 0,5
Dalbergia miscolobium 13 1,79 70 2,64 0,207 2,48 4,27 2,3 Simarouba versicolor 4 0,55 20 0,75 0,015 0,18 0,73 0,49
Heteropterys byrsonimifolia 17 2,34 80 3,02 0,118 1,42 3,76 2,26 Solanum lycocarpum 3 0,41 20 0,75 0,024 0,29 0,7 0,49
Schefflera macrocarpa 16 2,21 70 2,64 0,156 1,87 4,08 2,24 Vochysia elliptica 2 0,28 20 0,75 0,029 0,35 0,63 0,46
Plathymenia reticulata 19 2,62 10 0,38 0,286 3,43 6,05 2,14 Andira vermifuga 2 0,28 20 0,75 0,009 0,11 0,38 0,38
Lafoensia pacari 15 2,07 60 2,26 0,133 1,59 3,66 1,98 Erythroxylum tortuosum 2 0,28 20 0,75 0,006 0,07 0,35 0,37
Miconia burchellii 10 1,38 40 1,51 0,248 2,98 4,36 1,96 Hirtella glandulosa 1 0,14 10 0,38 0,048 0,58 0,72 0,37
Connarus suberosus 17 2,34 60 2,26 0,079 0,95 3,3 1,85 Wunderlichia crulsiana 2 0,28 10 0,38 0,026 0,31 0,58 0,32
Bowdichia virgilioides 11 1,52 50 1,89 0,17 2,04 3,55 1,81 Roupala montana 2 0,28 10 0,38 0,022 0,27 0,54 0,31
Psidium myrsinites 16 2,21 50 1,89 0,112 1,35 3,55 1,81 Eremanthus glomerulatus 3 0,41 10 0,38 0,011 0,13 0,54 0,31
Qualea parviflora 10 1,38 60 2,26 0,144 1,73 3,11 1,79 Tachigali subvelutina 2 0,28 10 0,38 0,021 0,25 0,53 0,3
Leptolobium dasycarpum 13 1,79 60 2,26 0,098 1,18 2,97 1,74 Aegiphila sellowiana 2 0,28 10 0,38 0,014 0,16 0,44 0,27
Dimorphandra mollis 12 1,66 60 2,26 0,069 0,83 2,48 1,58 Xylopia aromatica 1 0,14 10 0,38 0,024 0,29 0,43 0,27
Myrcia tomentosa 18 2,48 20 0,75 0,123 1,48 3,96 1,57 Machaerium opacum 2 0,28 10 0,38 0,009 0,11 0,38 0,25
Stryphnodendron adstringens 11 1,52 50 1,89 0,082 0,98 2,5 1,46 Miconia leucocarpa 1 0,14 10 0,38 0,018 0,21 0,35 0,24
Styrax ferrugineus 8 1,1 50 1,89 0,093 1,11 2,22 1,37 Hyptidendron canum 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,21 0,2
Hymenaea stigonocarpa 8 1,1 50 1,89 0,086 1,03 2,13 1,34 Neea theifera 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,21 0,19
Vellozia squamata 6 0,83 60 2,26 0,059 0,71 1,53 1,27 Antonia ovata 1 0,14 10 0,38 0,006 0,07 0,2 0,19
Diospyros lasiocalyx 10 1,38 40 1,51 0,049 0,59 1,97 1,16 Handroanthus serratifolius 1 0,14 10 0,38 0,005 0,06 0,2 0,19
Agonandra brasiliensis 10 1,38 30 1,13 0,05 0,61 1,98 1,04 Qualea dichotoma 1 0,14 10 0,38 0,005 0,06 0,2 0,19
Plenckia populnea 13 1,79 20 0,75 0,044 0,53 2,32 1,03 Pseudobombax longiflorum 1 0,14 10 0,38 0,005 0,05 0,19 0,19
Guapira noxia 4 0,55 40 1,51 0,083 1 1,55 1,02 Syagrus flexuosa 1 0,14 10 0,38 0,004 0,05 0,19 0,19
Qualea grandiflora 5 0,69 30 1,13 0,093 1,11 1,8 0,98 Davilla elliptica 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Miconia ferruginata 7 0,97 30 1,13 0,064 0,76 1,73 0,95 Eugenia punicifolia 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Piptocarpha rotundifolia 7 0,97 10 0,38 0,125 1,5 2,47 0,95 Tocoyena formosa 1 0,14 10 0,38 0,002 0,02 0,16 0,18
Enterolobium gummiferum 5 0,69 30 1,13 0,073 0,87 1,56 0,9 Total s/ Mortas 725 100 2650 100 8,33 100 100 100
Erythroxylum campestre 6 0,83 40 1,51 0,019 0,23 1,06 0,86 Mortas 39 5,1 100 3,63 0,47 5,31 5,21 4,68
Caryocar brasiliense 5 0,69 30 1,13 0,061 0,73 1,42 0,85 Total c/ Mortas 764 100 2750 200 8.80 100 100 100

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Av. Prof. Lineu Prestes, 2242 | Cietec – Sala 101 CEP 05508 000 | Butantã | São Paulo/SP 2. MEIO BIÓTICO
Tel 55 11 3039 8365 | saltambiental.com.br 64/240
Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

Ao todo foram amostrados 764 indivíduos arbóreos por hectare, somando 8,80 m²/ha.
Do total de indivíduos, 39 foram encontrados mortos em pé, somando 0,47 m²/ha.

As oito espécies com os maiores valores de IVI somaram, aproximadamente, 43% do


IVI, 44% da densidade e 52% da dominância (Figura 24). Os restantes dos
parâmetros estão distribuídos nas outras 63 espécies (86% da riqueza). Para
completar 50% do IVI são necessárias as 13 espécies de maior valor de importância.
Esta vegetação amostrada apresenta boa distribuição de espécies, geralmente em
vegetações savânicas do Cerrado são necessárias menos que 8 espécies para atingir
50% do IVI (ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; AMARAL et al., 2006; PINTO et al., 2009;
LENZA et al., 2011; MOTA, 2016).

As duas espécies de maior IVI (Tachigali aurea e Pterodon pubecens), apresentam


tais características devido a dominância, ou seja, são espécies de grande porte. As
demais espécies atingiram os maiores valores de IVI devido a densidade e frequência,
ou seja, são espécies menores e com mais indivíduos e se espalham pela área.

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Figura 24 - Valor de importância das oito espécies arbóreas mais importantes do Cerrado rupestre no
Parque Ecoógico Três Meninas, dentro dos limites da ARIE JK.

Legenda: DR: Densidade Relativa; DoR: Dominância Relativa; FR: Frequência Relativa e VI - Valor
de importância, está representado graficamente pela soma dos três parâmetros.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Pelos resultados de diferentes autores em vegetação arbórea de Cerrado rupestre,


não existe um grupo de espécies que dominam a estrutura fitossociológica
(ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; AMARAL et al., 2006; PINTO et al., 2009; LENZA et
al., 2011), apresentando ampla variação entre as espécies mais importantes.
Observando que a densidade relativa não variou muito entre as oito espécies de maior
IVI, conclui-se que o ambiente rupestre, devido a sua heterogeneidade de substrato
com área rochosas e fendas das rochas, não possuem espécies com ampla
densidade e dominância como em outras formações vegetacionais tropicais (PINTO
et al., 2009; MARACAHIPES et al., 2011).

A distribuição diamétrica da comunidade seguiu o padrão de “J-inverso” com maior


quantidade de indivíduos na primeira classe e diminuição gradativa até a última
(Figura 25). Ou seja, mesmo com toda a pressão antrópica que vem sofrendo, a
comunidade ainda pode ser considerada auto-regenerativa, apresentando indivíduos

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potenciais para migrarem de classes diamétricas menores para maiores (SILVA


JÚNIOR, 2004; 2005; SCOLFORO e MELLO, 2006).

Figura 25 - Distribuição diamétrica da comunidade de Cerrado rupestre, no Parque Ecológico Três


Meninas, ARIE JK.

500
456
450

400
Número de indivíduos

350

300

250

200 176

150

100 73

50 37
11 7 4
0
5,0 Ⱶ 10,0 10,0 Ⱶ 15,0 15,0 Ⱶ 20,0 20,0 Ⱶ 25,0 25,0 Ⱶ 30,0 30,0 Ⱶ 35,0 35,0 Ⱶ

Classe de Diâmetro

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As alturas seguiram distribuição normal (Figura 26). A maior quantidade de indivíduos


ficou na segunda classe, evidenciando uma formação nativa em bom estado de
conservação (SILVA JÚNIOR, 2005; MARACAHIPES et al., 2011).

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Figura 26 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Cerrado rupestre, no Parque
Ecológico Três Meninas, ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Cerrado ralo

Composição florística e diversidade

Na amostragem da vegetação de Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata, foram


identificadas 32 espécies distribuídas em 21 famílias e 28 gêneros botânicos. Durante
o caminhamento florístico não foram encontradas novas espécies para a fitofisionomia
Cerrado ralo.

As espécies encontradas no Cerrado ralo, também são comumente encontradas em


áreas de Cerrado sentido restrito, como as estudadas por Munhoz e Proença (1998)
e Ribeiro e Walter (2008). A maioria dessas espécies é de ampla distribuição em
fisionomias savânicas do bioma Cerrado (FRANÇOSO et al., 2016). Estudos em
Cerrado sentido restrito no Distrito Federal, abrangendo os subtipos ralo, típico e
denso, apontaram riquezas entre 38 e 75 espécies (FELFILI |et al., 1992; FELFILI et
al., 1997; ROSSI et al., 1998; ANDRADE et al., 2002; SILVA et al., 2002; ASSUNÇÃO
e FELFILI, 2004; FONSECA e SILVA JÚNIOR, 2004; WALTER e GUARINO, 2006;
SINIMBU et al., 2007; AQUINO et al., 2014). O valor de riqueza dessa fitofisionomia,
no presente estudo, se aproximou ao valor mínimo do intervalo de riqueza

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apresentado, resultado verificado em uma comunidade de Cerrado s.s. ralo


antropizado na FLONA de Brasília (DF).

As famílias mais ricas foram: Fabaceae com cinco espécies; Malpighiaceae e


Vochysiaceae, ambas com três; e Apocynaceae, Calophyllaceae e Erythroxylaceae,
todas com duas espécies cada (Figura 27). Fabaceae, Malpighiaceae e Vochysiaceae
são famílias encontradas entre as mais ricas em estudos de Cerrado ralo (SINIMBU
et al., 2007). A importância destas famílias foi mencionada por Mendonça et al. (2008)
e Françoso et al. (2016), com relação à flora das formações savânicas do bioma
Cerrado. Fabaceae tem sido a família mais rica em espécies na maioria dos
levantamentos realizados no cerrado (FELFILI et al., 1992; FELFILI et al., 1997;
ROSSI et al., 1998; ANDRADE et al., 2002; SILVA et al., 2002; ASSUNÇÃO e FELFILI,
2004; FONSECA e SILVA JÚNIOR, 2004; WALTER e GUARINO, 2006; SINIMBU et
al., 2007; AQUINO et al., 2014). Muitas espécies de Vochysiaceae são típicas
alumínio-acumuladoras (HARIDASAN e ARAÚJO, 1988) e isso lhes proporciona uma
vantagem competitiva para crescer com sucesso nos solos ácidos dos Cerrados, ricos
em alumínio.

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Figura 27 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Cerrado ralo no Parque Distrital
Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As família com maior número de indivíduos foram, respectivamente, Erytroxylaceae


(75, 26,5%), Calophyllaceae (56, 19%), Ebenaceae (26, 9%), Connaraceae (21, 7,5%)
e Fabaceae (20,7%), ver Figura 28. A família Erytroxylaceae teve essa quantidade de
espécimes devido a duas espécies, Erythroxylum tortuosum e E. suberosum ambas
entre as de maior número de indivíduos. Calophyllaceae, atingiu esse patamar devido
principalmente à Kielmeyera coriacea, espécie com maior abundância. Ebenaceae e
Connaraceae foram representadas por apenas uma espécie cada, mas estas com alta
abundância, respectivamente Diospyros lasiocalyx e Connarus suberosus, ambas
entre as maiores abundâncias da comunidade.

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Figura 28 - Família com a maior abundância de indivíduos amostradas em Cerrado ralo no Parque
Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

O índice de diversidade de Shannon (H’) calculado para a comunidade foi de 2,75


ind.nats-1 e a equitabilidade de Pielou 0,79 (Tabela 15). Tais valores, se comparados
aos encontrados para as áreas de Cerrado sentido restrito do Distrito Federal,
mostram uma comunidade pouco diversa e com a densidade acumulada em poucas
espécies (FELFILI et al., 1992; FELFILI et al., 1997; ROSSI et al., 1998; ANDRADE et
al., 2002; SILVA et al., 2002; ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; FONSECA e SILVA
JÚNIOR, 2004; SINIMBU et al., 2007; AQUINO et al., 2014). Os baixos valores de
diversidade são explicados, principalmente, pela baixa densidade de árvores
presentes no Cerrado ralo em comparação com as outras fitofisionomias de Cerrado
sentido restrito, mas também podem estar relacionadas a pressões antrópicas como
queimadas. Sinimbu et al. (2007), estudando uma área de Cerrado ralo no DF com
forte influência antrópica e queimadas recorrentes, verificou valor de 2,83 ind.nats -1
para diversidade de Shannon, valor próximo ao do presente estudo, corroborando a
possibilidade de interferências antrópicas sobre o valor de diversidade.

Tabela 15 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou para o Cerrado ralo
no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.
Riqueza Diversidade de Shannon
Equitabilidade de Pielou
(ind.nats-1)
32 2,75 0,79
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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A curva de rarefação mostra que o esforço para a amostragem de espécies atingiu a


estabilidade (Figura 29). Pelos resultados da rarefação (Tabela 16), a partir do
indivíduo 204 (70% da amostragem total), tem-seganho de menos que duas espécies
a cada 22 indivíduos. Ou seja, a partir desse ponto são encontradas somente as
espécies raras e menos frequentes da localidade, representadas por um ou dois
indivíduos.

Figura 29 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de indivíduos para a
amostragem de espécies em Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE
JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Tabela 16 - Resultados dos cálculos de rarefação, acúmulo de espécies por número de indivíduos
amostrados, para a comunidade amostrada por parcelas no Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da
Mata, ARIE JK.
Nº de Indivíduos Riqueza amostrada % de ganho de espécies
29,2 10,00 30,00
58,4 15,36 16,24
87,6 19,09 11,30
116,8 21,97 8,73
146 24,34 7,18
175,2 26,38 6,18
204,4 28,22 5,58
233,6 29,91 5,12
262,8 31,50 4,82
292 33,00 4,55
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção – Cerrado ralo

Das espécies verificadas, oito apresentam alguma classificação de ameaça segundo


a lista da Flora do Brasil 2020 (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2018), sete na
categoria pouco preocupante (LC) e uma, Bowdichia virgilioides Kunth, na categoria
quase ameaçada (NT). Nenhuma das espécies encontradas está presente na lista
vermelha da IUCN (2019) e na lista de flora ameaçadas do MMA (Portaria N° 443/14).
As espécies Aspidosperma tomentosum Mart. (peroba-do-cerrado), Handroanthus
ochraceus (Cham.) Mattos (ipê-amarelo-cerrado), Caryocar brasiliense Cambess.
(pequi), Dalbergia miscolobium Benth. (jacarandá-do-cerrado), Pterodon pubescens
(Benth.) Benth. (sucupira-branca) e Vochysia thyrsoidea Pohl (gomeira) foram as
espécies amostradas que são tombadas como patrimônio ecológico do Distrito
Federal, decreto Nº 38.849/2018.

Estudo fitossociológico – Cerrado ralo

Os resultados da estrutura horizontal calculados para Cerrado ralo são apresentados


na Tabela 17. Nela estão relacionados os valores de densidade, dominância e
frequência em valores absolutos e relativos, assim como, o Índice de Valor de
Cobertura (IVC) e Índice de Valor de Importância (IVI). As espécies estão organizadas
em ordem decrescente de IVI. Ao todo foram amostrados 283 indivíduos arbóreos por
hectare, somando 1,37 m²/ha. Do total de indivíduos, nove foram encontrados mortos
em pé, somando, aproximadamente, 0,04 m²/ha.

As espécies com os maiores valores de IVI foram Kielmeyera coriacea (15,42%),


Erythroxylum tortuosum (11,25%), Erythroxylum suberosum (10,35%) e Diospyros
lasiocalyx (7,11%), juntas essas espécies representam 44% do IVI. Para completar
50% do IVI são necessárias as 6 espécies de maior IVI. Esta vegetação amostrada
apresenta distribuição de indivíduos concentrada em poucas espécies, fato bem
comum na vegetação tropical. Geralmente, em vegetações savânicas do Cerrado são
necessárias menos que 8 espécies para atingir 50% do IVI (ASSUNÇÃO e FELFILI,
2004; AMARAL et al., 2006; PINTO et al., 2009; LENZA et al., 2011; MOTA, 2016).

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Tabela 17 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Cerrado ralo no Parque Ecológico
Três Meninas, ARIE JK.
Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Kielmeyera coriacea 50 17,67 100 10,42 0,24 18,19 17,92 15,42
Erythroxylum tortuosum 44 15,55 80 8,33 0,13 9,86 12,70 11,25
Erythroxylum suberosum 31 10,95 90 9,38 0,14 10,72 10,83 10,35
Diospyros lasiocalyx 26 9,19 40 4,17 0,11 7,98 8,58 7,11
Connarus suberosus 21 7,42 60 6,25 0,09 6,71 7,06 6,79
Palicourea rigida 15 5,30 70 7,29 0,05 3,77 4,53 5,45
Stryphnodendron adstringens 9 3,18 50 5,21 0,07 5,41 4,29 4,60
Byrsonima verbascifolia 9 3,18 50 5,21 0,04 3,23 3,20 3,87
Handroanthus ochraceus 11 3,89 40 4,17 0,03 2,60 3,24 3,55
Eremanthus glomerulatus 10 3,53 50 5,21 0,03 1,88 2,70 3,54
Dalbergia miscolobium 7 2,47 40 4,17 0,04 2,76 2,61 3,13
Ouratea hexasperma 7 2,47 30 3,13 0,04 3,13 2,80 2,91
Eriotheca pubescens 3 1,06 30 3,13 0,03 2,12 1,59 2,10
Kielmeyera speciosa 6 2,12 10 1,04 0,03 2,56 2,34 1,91
Enterolobium gummiferum 2 0,71 20 2,08 0,04 2,70 1,70 1,83
Himatanthus obovatus 6 2,12 20 2,08 0,02 1,28 1,70 1,83
Annona crassiflora 4 1,41 20 2,08 0,02 1,85 1,63 1,78
Byrsonima coccolobifolia 4 1,41 20 2,08 0,01 1,09 1,25 1,53
Qualea parviflora 3 1,06 10 1,04 0,03 2,06 1,56 1,39
Vochysia thyrsoidea 1 0,35 10 1,04 0,03 2,08 1,21 1,16
Pouteria ramiflora 2 0,71 10 1,04 0,02 1,32 1,01 1,02
Heteropterys byrsonimifolia 2 0,71 10 1,04 0,01 0,99 0,85 0,91
Caryocar brasiliense 1 0,35 10 1,04 0,01 1,11 0,73 0,84
Bowdichia virgilioides 1 0,35 10 1,04 0,01 0,95 0,65 0,78
Qualea grandiflora 1 0,35 10 1,04 0,01 0,95 0,65 0,78
Lafoensia pacari 1 0,35 10 1,04 0,01 0,87 0,61 0,76
Pterodon pubescens 1 0,35 10 1,04 0,01 0,82 0,58 0,74
Aspidosperma tomentosum 1 0,35 10 1,04 0,01 0,26 0,31 0,55
Myrsine guianensis 1 0,35 10 1,04 0,01 0,22 0,28 0,54
Roupala montana 1 0,35 10 1,04 0,01 0,19 0,27 0,53
Psidium myrsinites 1 0,35 10 1,04 0,01 0,17 0,26 0,52
Solanum lycocarpum 1 0,35 10 1,04 0,01 0,17 0,26 0,52
Total s/ Mortas 283 100 960 100 1,33 100 100 283
Mortas 9 3,08 40 4,00 0,04 2,75 3,28 9
Total c/ Mortas 292 100 1.000 100 1,37 100 100 292
Legenda: Espécies estão organizadas em ordem decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por
hectare; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluta por hectare; DoR: Dominância Relativa;
FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de
Valor de Importância.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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As três espécies de maior IVI (Kielmeyera coriácea, Erythroxylum tortuosum e


Erythroxylum suberosum), apresentam tais características devido a densidade, ou
seja, são espécies de ampla abundância e pequeno porte (Figura 30), característica
comum das espécies que ocorrem no Cerrado ralo, a forma de Cerrado sentido restrito
de menor estrutura (RIBEIRO e WALTER, 2008).

Figura 30 - Valor de importância das seis espécies arbóreas mais importantes do Cerrado ralo no
Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK. Federal.

50
45
40 DR FR DoR
35
30
25
20
15
10
5
0

Connarus suberosus
Kielmeyera coriacea

Palicourea rigida
Diospyros hispida
Erythroxylum suberosum
Erythroxylum tortuosum

Legenda: DR: Densidade Relativa; DoR: Dominância Relativa; FR: Frequência Relativa e VI - Valor
de Importância, está representado graficamente pela soma dos três parâmetros.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A distribuição diamétrica da comunidade seguiu o padrão de “J-inverso” com maior


quantidade de indivíduos na primeira classe e diminuição gradativa até a última
(Figura 31). Ou seja, mesmo com toda a pressão antrópica que vem sofrendo, a
comunidade ainda pode ser considerada auto-regenerativa, apresentando indivíduos
potenciais para migrarem de classes diamétricas menores para maiores (SILVA
JÚNIOR, 2004; 2005; SCOLFORO e MELLO, 2006).

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Figura 31 - Distribuição diamétrica da comunidade de Cerrado ralo no Parque Distrital Boca da Mata,
dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As alturas seguiram distribuição normal (Figura 32). A maior quantidade de indivíduos


ficou na segunda classe, como é comumente encontrado em formações vegetacionais
em bom estado de conservação (SILVA JÚNIOR, 2005; MARACAHIPES et al., 2011).

Figura 32 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Cerrado ralo no Parque Distrital
Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Parque cerrado

Composição florística e diversidade

Na amostragem da vegetação de Parque cerrado no Parque Distrital Boca da Mata,


foram amostrados 197 indivíduos, sendo 192 vivos e 5 mortos. Dentre os indivíduos
vivos foram identificadas 20 espécies distribuídas em 15 famílias e 17 gêneros
botânicos. Durante o caminhamento florístico não foram encontradas novas espécies
para a fitofisionomia Parque cerrado. A curva de rarefação mostra que o esforço para
a amostragem de espécies atingiu a estabilidade (Figura 33).

Figura 33 - Curva de rarefação com intervalo de confiança em relação ao número de indivíduos para a
amostragem de espécies em Parque cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da
ARIE JK.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As famílias mais ricas foram Fabaceae (3), Erythroxylaceae (3) e Calophyllaceae (2),
ver Figura 34. Fabaceae é uma das famílias mais diversas e amplamente encontradas
entre as mais ricas em estudos de formações savânicas do Cerrado. A importância
desta família foi mencionada por Mendonça et al. (2008), com relação à flora das
formações savânicas do bioma Cerrado. Fabaceae tem sido a família mais rica em
espécies na maioria dos levantamentos realizados no Cerrado (FELFILI et al., 1997;
SILVA et al., 2002; ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004). A vegetação arbórea do Parque
cerrado ocorre sobre as elevações que apresentam solo raso, logo espécies de baixo

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porte ou pouco desenvolvidas tendem a ocupar esse espaço (OLIVEIRA-FILHO,


1992; MARIMON et al., 2015).

Figura 34 - Famílias com maior riqueza de espécies amostradas em Parque cerrado no Parque Distrital
Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

Fabaceae 3

Erythroxylaceae 3

Calophyllaceae 2

Caryocaraceae 1

Asteraceae 1

Annonaceae 1

0 1 2 3 4
Número de espécies

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As famílias com maior número de indivíduos foram Calophyllaceae (62; 32%),


Erytroxylaceae (58; 30%) e Nyctaginaceae (25; 13%) (Figura 35). Juntas, essas
famílias somam 75% dos indivíduos vivos amostrados. A família Erytroxylaceae teve
essa quantidade de espécimes devido a uma espécie, Erythroxylum tortuosum, a qual
possui 50 indivíduos. Calophyllaceae atingiu esse patamar devido principalmente à
Kielmeyera coriacea, espécie com maior abundância da comunidade. Nyctaginaceae
foi representada por apenas uma espécie, Neea theifera, a qual está entre as espécies
de maior abundância.

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Figura 35 - Família com a maior abundância de indivíduos amostradas em Parque cerrado no Parque
Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

70
62
60 58

50
Número de indivíduos

40

30
25

20
12 11
10 8

0
Calophyllaceae Erythroxylaceae Nyctaginaceae Fabaceae Malpighiaceae Rubiaceae

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

O índice de diversidade de Shannon (H’) calculado para a comunidade foi de 2,09


ind.nats-1 e a equitabilidade de Pielou 0,69 (Tabela 18). Tais valores mostram uma
comunidade pouco diversa e com a densidade acumulada em poucas espécies, sendo
este de diversidade de Shannon (H’) baixo comparado aos encontrado para as áreas
de Cerrado sentido restrito no Distrito Federal (ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004;
AMARAL et al., 2006). Os baixos valores de diversidade são explicados pela baixa
densidade de árvores, condições edáficas e limitação em “área ocupável” (restrita aos
murundus), características de áreas de Parque cerrado (OLIVEIRA-FILHO, 1992;
RIBEIRO e WALTER, 2008).

Tabela 18 - Valores de Riqueza, Diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou para o Parque


cerrado no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK, Distrito Federal.
Riqueza Diversidade de Shannon Equitabilidade de Pielou
(ind.nats-1)
20 2,09 0,69
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção – Parque Cerrado

Das espécies verificadas, apenas uma é da categoria pouco preocupante (LC),


Caryocar brasiliense Cambess. (pequi), segundo a lista da Flora do Brasil 2020
(Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2018). Nenhuma das espécies encontradas estão
presentes na lista vermelha da IUCN (2019) e na lista de flora ameaçadas do MMA
(Portaria N° 443/14). As espécies Dalbergia miscolobium Benth. (jacarandá-do-
cerrado), Caryocar brasiliense Cambess. (pequi) e Vochysia rufa Mart. (pau-doce)
foram as espécies amostradas que são tombadas como patrimônio ecológico do
Distrito Federal, decreto Nº 38.849/2018.

Estudo fitossociológico – Parque Cerrado

Os resultados da estrutura horizontal calculados para o Parque cerrado são


apresentados na Tabela 19. Nela estão relacionados os valores de densidade,
dominância e frequência em valores absolutos e relativos, assim como, o Índice de
Valor de Cobertura (IVC) e Índice de Valor de Importância (IVI). As espécies estão
organizadas em ordem decrescente de IVI. Ao todo foram amostrados 197 indivíduos
arbóreos, somando 1,31 m²/ha. Em valores absolutos (por hectare) foram calculados
205 ind/ha, somando 1,31 m²/ha. Do total de indivíduos, 5 foram encontrados mortos
em pé por hectare, somando, aproximadamente, 0,03 m²/ha.

As espécies com os maiores valores de IVI foram: Kielmeyera coriacea (31,87%),


Erythroxylum tortuosum (18,13%), Neea theifera (9,61%) e Byrsonima verbascifolia
(7,18%), juntas essas espécies representam 66% do IVI (Tabela 19). Para completar
50% do IVI são necessárias apenas as duas espécies de maior IVI. Esta vegetação
amostrada apresenta distribuição de indivíduos concentrada em poucas espécies, fato
bem comum na vegetação com bastante estresse. Geralmente, em vegetações
savânicas do Cerrado são necessárias menos que 8 espécies para atingir 50% do IVI
(ASSUNÇÃO e FELFILI, 2004; AMARAL et al., 2006; PINTO et al., 2009; LENZA et
al., 2011; MOTA, 2016).

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Tabela 19 - Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas do Parque cerrado no Parque Distrital
Boca da Mata, ARIE JK, DF.
Espécie DA DR FA FR DoA DoR IVI
Kielmeyera coriacea 59 30,73 100 23,53 0,51 41,36 31,87
Erythroxylum tortuosum 50 26,04 62,5 14,71 0,17 13,64 18,13
Neea theifera 25 13,02 25 5,88 0,12 9,93 9,61
Byrsonima verbascifolia 11 5,73 43,75 10,29 0,07 5,51 7,18
Erythroxylum suberosum 7 3,65 37,5 8,82 0,04 3,12 5,19
Dalbergia miscolobium 5 2,60 25 5,88 0,04 3,39 3,96
Psidium laruotteanum 5 2,60 25 5,88 0,03 2,05 3,51
Palicourea rigida 8 4,17 12,5 2,94 0,04 3,03 3,38
Caryocar brasiliense 2 1,04 12,5 2,94 0,05 4,04 2,67
Kielmeyera speciosa 3 1,56 6,25 1,47 0,05 3,87 2,30
Casearia sylvestris 3 1,56 18,75 4,41 0,01 0,68 2,22
Leptolobium dasycarpum 6 3,13 6,25 1,47 0,02 1,58 2,06
Styrax ferrugineus 1 0,52 6,25 1,47 0,02 1,61 1,20
Vochysia rufa 1 0,52 6,25 1,47 0,02 1,25 1,08
Erythroxylum deciduum 1 0,52 6,25 1,47 0,01 1,19 1,06
Diospyros lasiocalyx 1 0,52 6,25 1,47 0,01 1,14 1,04
Dimorphandra mollis 1 0,52 6,25 1,47 0,01 1,09 1,03
Annona crassiflora 1 0,52 6,25 1,47 0,01 0,96 0,98
Plenckia populnea 1 0,52 6,25 1,47 0,01 0,40 0,80
Eremanthus glomerulatus 1 0,52 6,25 1,47 0,01 0,17 0,72
Total s/ Mortas 200 100 425 100 1,28 100 100
Mortas 5 2,54 25 5,56 0,03 2,21 3,44
Total c/ Mortas 205 100 450 100 1,31 100 100
Legenda: Espécies estão organizadas em ordem decrescente de IVI. DA: Densidade Absoluta por
hectare; DR: Densidade Relativa; DoA: Dominância Absoluta por hectare; DoR: Dominância Relativa;
FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa; IVC: Índice de Valor de Cobertura; IVI: Índice de
Valor de Importância.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As três espécies de maior IVI (Kielmeyera coriácea, Erythroxylum tortuosum e Neea


theifera), apresentam tais características devido a densidade, ou seja, são espécies
de ampla abundância e pequeno porte (Figura 36).

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Figura 36 - Valor de importância (VI) das cinco espécies arbóreas mais importantes do Parque cerrado
no Parque Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

120

DR FR DoR
100

80

60

40

20

0
Erythroxylum tortuosum
Kielmeyera coriacea

Erythroxylum suberosum
Neea theifera

Byrsonima verbascifolia
Legenda: DR: Densidade Relativa; DoR: Dominância Relativa; FR: Frequência Relativa e VI - Valor
de Importância, está representado graficamente pela soma dos três parâmetros.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A distribuição diamétrica da comunidade seguiu o padrão de “J-inverso” com maior


quantidade de indivíduos na primeira classe e diminuição gradativa até a última
(Figura 37). Ou seja, mesmo com toda a pressão antrópica que vem sofrendo, a
comunidade ainda pode ser considerada auto-regenerativa, apresentando indivíduos
potenciais para migrarem de classes diamétricas menores para maiores (SILVA
JÚNIOR, 2004; 2005; SCOLFORO e MELLO, 2006).

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Figura 37 - Distribuição diamétrica da comunidade de Parque cerrado no Parque Distrital Boca da


Mata, dentro dos limites da ARIE JK.

140
121
120

100
Número de indivíduos

80

60
41
40

19
20 11
3 2
0
5,0 Ⱶ 8,0 8,0 Ⱶ 11,0 11,0 Ⱶ 14,0 14,0 Ⱶ 17,0 20,0 Ⱶ 23,0 23,0 Ⱶ

Classe de Diâmetro

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As alturas seguiram distribuição normal (Figura 38). A maior quantidade de indivíduos


ficou na segunda classe, como é comumente encontrado em formações vegetacionais
em bom estado de conservação (SILVA JÚNIOR, 2005; MARACAHIPES et al., 2011).

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Figura 38 - Distribuição por classes de altura para a da comunidade de Parque cerrado no Parque
Distrital Boca da Mata, dentro dos limites da ARIE JK, Distrito Federal.

120

99
100
Número de indivíduos

80

60
47
41
40

20
10

0
0 Ⱶ 1,0 1,0 Ⱶ 2,5 2,5 Ⱶ 4,0 4,0 Ⱶ
Classe de Altura

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Estrato herbáceo e sub-arbustivo

Pelas diferentes riquezas encontradas entre os levantamentos qualitatitvos e


quantitativos e para melhor comparação e entendimento dos resultados, optou-se,
para as formações campestres, a apresentação dos resultados da seguinte forma:

• Apresentação do estado de degradação de cada UC em que foram


verificadas formações com expressiva ocupação herbácea/subarbustiva;
• Resultados qualitativos (florística e diversidade) gerais de todas as
fitofisionomias em que foi amostrado o estrato herbáceo/subarbustivo;
• Estrutura da vegetação herbácea separada por fitofisionomia.

Em um segundo momento será apresentado resultado qualitativo englobando todas


as fitofisionomias e num terceiro momento resultados quantitativos separados por
fitofisionomia.

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Composição florística e diversidade

Um total de 306 espécies foram amostradas, com 74 famílias botânicas (sendo 71


nativas) e 198 gêneros (170 nativos). Dentre as espécies identificadas nas UCs
estudadas da ARIE JK, 259 espécies são nativas (85,48%), sendo as demais
compostas por espécies de plantas ruderais, exóticas e invasoras. Das espécies
nativas, 21 espécies foram verificadas na categoria menos preocupante e 2 espécies
na categoria “sob ameaça” – estas foram Anemopaegma arvense (Bignoniaceae) e
Rourea chrysomalla (Connaraceae).

As famílias mais importantes, em ordem decrescentre de número de espécies nativas,


para as fitofisionomias campestres na ARIE JK foram: Poaceae (27); Asteraceae (26)
e Fabaceae (21), sendo este um padrão para fitofisionomias campestres no bioma
Cerrado (RIBEIRO e WALTER 2008). Os gêneros mais ricos em espécies nas
fitofisionomias campestres foram Hyptis (6 espécies), Lamiaceae; Paspalum (5
espécies), Poaceae; Rhynchospora (5 espécies), Cyperaceae; Mimosa (5 espécies),
Fabaceae e Myrcia (5 espécies), Myrtaceae. No total, o Cerrado ralo obteve 143
espécies nativas e os Campos úmidos (Campo limpo úmido, Parque cerrado e o
Campo de várzea) obtiveram um total de 89 espécies nativas registradas,
considerando a totalidade das UCs estudadas.

Em geral, os tipos fitofisionômicos apresentaram composição florística semelhante


àquela relatada na literatura. Como exemplo, no Cerrado ralo, observou-se a presença
frequente de Esenbeckia pumila (Rutaceae), Jacaranda crystallana (=J. ulei),
Anacardium ulei (Anacardiaceae) e Campomanesia pubescens (Myrtaceae),
relatadas como típicas da fisionomia por Ribeiro e Walter (2008). Nos tipos
fitofisionômicos de campo, a composição florística corrobora Santos e Munhoz (2012).

O Cerrado ralo do Parque Distrital Boca da Mata (143 espécies) foi a fitofisionomia
mais rica em espécies. O Campo limpo úmido do Parque Ecológico Três Meninas (51
espécies herbáceo-arbustivas) foi significativamente mais pobre em espécies
herbáceo-arbustivas do que o Cerrado ralo e foi a segunda fitofisionomia mais rica em
espécies, sendo dominado por uma ou duas espécies mais expressivas, conforme se
pode verificar na tabela dos parâmetros fitossociológicos. Em geral, o Campo limpo
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úmido do Parque Ecológico Três Meninas, onde o alagamento não era tão intenso
(sendo uma parte predominante de campo de várzea), teve a composição florística e
riqueza semelhante ao estrato herbáceo do Parque cerrado do Parque Distrital Boca
da Mata (40 espécies herbáceo-arbustivas nativas), sendo a terceira fitofisionomia
mais rica em espécies. O Campo de várzea do Parque Ecológico Saburo Onoyama
foi a fitofisionomia mais pobre em espécies herbáceo-arbustivas, com 36 registros
(deve-se levar em consideração a área proporcionalmente reduzida do campo de
várzea na UC em relação às demais áreas amostradas). Embora com riqueza de
espécies diferentes, todas as fitofisionomias amostradas tiveram espécies exclusivas.

A intensidade do alagamento durante o período chuvoso parece ser determinante para


a composição florística, pois da mesma forma que as espécies foram semelhantes
entre o Campo limpo úmido no Parque Ecológico Três Meninas e o Parque cerrado
no Parque Distrital Boca da Mata, condições de alagamento intenso no Parque
Ecológico Três Meninas e Parque Ecológico Saburo Onoyama refletiram em
semelhança de espécies encontradas nas duas áreas: Hyparrhenia bracteata
(Poaceae); Eriochrisis cayennensis (Poaceae); Juncus microcephalus (Juncaceae);
Ludwigia nervosa (Onagraceae); Eleocharis sp (Cyperaceae) e outras.

O Cerrado ralo foi a fitofisionomia mais diversa quanto ao estrato herbáceo-arbustivo


(H’=2,52; equitabilidade de Pielou, J=66,60%), seguido pelo Campo limpo úmido no
Parque Ecológico Três Meninas (considerado conjuntamente com o Campo de várzea
que ocorreu naquela UC; H’=2,24, equitabilidade de Pielou, J=76,07%). O Parque
cerrado, situado no Parque Distrital Boca da Mata, foi a fitofisionomia menos diversa
(H’=2,19; equitabilidade de Pielou, J=69,85%).

A equitabilidade e riqueza mais elevadas do Campo limpo úmido no Parque Ecológico


Três Meninas em relação ao Parque cerrado do Parque Distrital Boca da Mata se deu
por conta da heterogeneidade ambiental e melhor distribuição da densidade entre as
espécies. Naquele ocorreram áreas com alagamento mais intenso (campo de várzea),
favorecendo espécies únicas (como algumas plantas carnívoras: Drosera sp e outras
espécies), aumentando a riqueza local. Para o Parque cerrado, provavelmente pela
maior homogeneidade ambiental, houve menor riqueza em espécies, tanto na parte
úmida como nos montículos. A menor equitabilidade do Parque cerrado é reflexo da
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dominância do campo por um grupo restrito de espécies, em especial Axonopus


brasiliensis (Poaceae) na parte úmida entre as microrrelevos e principalmente
Cissampleos ovalifolia (Menispermaceae) nos microrrelevos, fenômeno comum para
o campo úmido e fitofisionomias relacionadas no Distrito Federal (SANTOS e
MUNHOZ 2012).

Se comparada à outras áreas campestres ou savânicas do Distrito Federal, como a


Floresta nacional (H’=3,93, J=77%, em vereda) e Jardim Botânico de Brasília (H’=3,02,
J=71%, em vereda com campo sujo com murunduns) (SANTOS e MUNHOZ, 2012),
a diversidade encontrada nas fitofisionomias campestres da ARIE JK é baixa,
tendendo à dominância por um conjunto reduzido de espécies. Vale ressaltar que
muitas vezes, as diferenças, principalmente quanto ao componente de riqueza, se
devem aos esforços amostrais desiguais (tanto em área como em estações do ano),
ou diferenças na heterogeneidade ambiental.

Em uma área de Campo sujo, Munhoz e Felfili (2006) encontraram um total de 163
espécies nativas, 78 gêneros e 39 famílias numa área total de 400m x 400m (1,6
hectares), com índice de Shannon variando de 3,0 a 3,2 de acordo com a época do
ano, valores de riqueza e diversidade próximos do amostrado no Cerrado ralo do
Parque Distrital Boca da Mata. Merece destaque o fato de Munhoz e Felfili (2006)
terem adotado o método de intersecção na linha (CANFIELD, 1941) com duração
supra-anual, ao passo que no presente estudo as parcelas foram amostradas apenas
na estação chuvosa de um único ano, com área semelhante (aproximadamente 20
hectares no Campo sujo). Ou seja, há possibilidade de algumas espécies com
comportamento efêmero não terem sido contempladas pela presente amostragem,
mas podem ser encontradas na área em outras épocas do ano, o que aumentaria a
estimativa de riqueza e diversidade.

É possível também que a baixa diversidade encontrada nos campos úmidos da ARIE
JK ocorra devido a algum tipo de interferência antrópica, ou mesmo ao histórico de
colonização do Campo úmido e dos murundus pelas espécies de fitofisionomias
adjacentes.

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Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção

A distribuição completa do número de espécies amostradas por categoria de ameaça


se encontra na Figura 39.

Figura 39 - Espécies herbáceas/subarbustivas verificadas na ARIE JK (DF) com alguma classificação


quanto ao seu nível de ameaça.

200
181
180

160

140

120
Espécies

100

80

60

40
21
20
2 1
0
não infromado menos preocupante em perigo dados insuficientes

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Estudo fitossociológico

As fitofisionomias foram bem diferentes entre si quanto às espécies com maior valor
de importância da flora herbáceo-arbustiva, mas no geral, a família Poaceae dominou
em cobertura e frequência, alcançando os maiores valores de importância (VIs).
Outras famílias, como Menispermaceae, Asteraceae e Cyperaceae foram também
representativas em VI, mas não em todas as fitofisionomias avaliadas.

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Estudo fitossociológico – Cerrado ralo

Assim como na amostragem qualitativa, na amostragem quantitativa o Cerrado ralo


foi a fitofisionomia com maior riqueza em espécies herbáceas e subarbustivas
somando 44 espécies. Poaceae, como padrão em todo bioma (MUNHOZ e FELFILI,
2006; RIBEIRO e WALTER, 2008; SANTOS e MUNHOZ, 2012), foi a família
predominante no estrato herbáceo-subarbustivo. Além dessa, Myrtaceae e
Euphorbiaceae, famílias abundantes no estrato herbáceo em áreas mais secas
(MUNHOZ e FELFILI, 2006; RIBEIRO e WALTER, 2008), também foram destaque em
importância.

Comparada às outras formações campestres, o Cerrado ralo foi a que apresentou a


distribuição em valor de importância mais homogênea. As espécies de maior
importância foram: Trachypogon sp. (VI=47.17%); Axonopus barbigerus (IVI=19.49%),
Croton goyazensis (IVI=13.29%), Echinolaena inflexa (VI=8.99%), Campomanesia
pubescens (IVI=7.74%) e Axonopus aureus (VI=6.28%), as quais somaram juntas
102,96% do valor de importância total (Tabela 20). Refletindo a elevada diversidade
da flora herbáceo/subarbustiva do Cerrado ralo, as demais 38 espécies que somaram
83,04% do valor de importância. Ou seja, houve um elevado número de espécies com
valor de importância baixo e intermediário.

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Tabela 20 - Espécies de Cerrado ralo amostradas no levantamento fitossociológico da vegetação


herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de intersecção de linha e suas
respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa (CR%) e Índice de Valor de Importância
(IVI%).
Espécie FR (%) CR (%) IVI (%)
Trachypogon sp. 6,59 40,58 47,17
Axonopus barbigerus 4,40 15,10 19,49
Croton goyazensis 6,59 6,70 13,29
Echinolaena inflexa 5,49 3,49 8,99
Campomanesia pubescens 5,49 2,24 7,74
Axonopus aureus 3,30 2,98 6,28
Myrcia dictyophylla 4,40 0,96 5,36
Esenbeckia pumila 2,20 3,11 5,31
Stryphnodendron platyspicum 3,30 1,73 5,03
Turnera lamiifolia 4,40 0,29 4,68
Campomanesia sp. 3,30 1,15 4,45
Merremia digitata 3,30 0,87 4,16
Dalechampia caperonioides 3,30 0,83 4,13
Casearia altiplanensis 2,20 1,25 3,45
Syagrus glazioviana 1,10 2,08 3,18
Annona tomentosa 2,20 0,90 3,10
Eugenia langsdorffii 2,20 0,71 2,90
Myrcia linearifolia 1,10 1,76 2,86
Cuphe spermacoce 2,20 0,42 2,61
Annona pygmaea 2,20 0,35 2,55
Fabaceae sp. 2,20 0,32 2,52
Indeterminada 2,20 0,29 2,49
Pradosia brevipes 1,10 1,35 2,45
Galactia sp. 2,20 0,10 2,29
Ouratea sp. 2,20 0,10 2,29
Chamaecrista sp. 1,10 1,12 2,22
Axonopus brasiliensis 1,10 1,06 2,16
Calliandra dysantha 1,10 0,96 2,06
Andropogon leucostachyus 1,10 0,90 2,00
Byrsonima sp. 1,10 0,80 1,90
Psidium grandiflorum 1,10 0,80 1,90
Hyptis saxatilis 1,10 0,77 1,87
Eugenia punicifolia 1,10 0,71 1,80
Mimosa sp. 1,10 0,71 1,80
Rourea chrysomala 1,10 0,64 1,74
Byrsonima subterranea 1,10 0,61 1,71
Licania dealbata 1,10 0,51 1,61
Lessingianthus sp. 1,10 0,38 1,48
Stachytarpheta sp. 1,10 0,16 1,26
Eriosema rigidum 1,10 0,06 1,16
Oxalis suborbiculata 1,10 0,06 1,16
Diplusodon ramosissimus 1,10 0,03 1,13
Eriope crassipes 1,10 0,03 1,13
Oxypetalum sp. 1,10 0,03 1,13
Total 100,00 100,00 200,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Estudo fitossociológico – Parque Cerrado

No levantamento fitossociológico do estrato herbáceo-subarbustivo sob os murundus


do Parque cerrado foram verificadas onze espécies. Axonopus barbigerus foi a
espécie mais importante com IVI= 83.80%, seguida por Echinolaena inflexa, com IVI=
26,07%, ambas da mesma família (Poaceae). As duas espécies mais importantes
somaram 109,87% do IVI, mais da metade do valor total (200%), o restante da IVI
(90,13%), ficou distribuído nas outras nove espécies (Tabela 21). Ou seja, a parte
“campestre” sob os murundus de Parque cerrado foi ocupada principalmente por duas
espécies.

Na estrutura da vegetação campestre de Cerrado ralo (Tabela 20), Axonopus


barbigerus ocupou a segunda maior importância da comunidade, somando 19,50%
do IVI. Pela proximidade entre as fisionomias e pela importância da espécie em ambos
ambientes, o Cerrado ralo parece estar atuando como fonte de propágulos na parte
com melhor drenagem do Parque cerrado, vegetação sob os murundus.
Comportamento similar foi verificado para o estrato arbóreo, verificando espécies em
comum com altos valores de importância para as duas fitofisionomias.

Tabela 21 - Espécies de Parque cerrado sob murunduns amostradas no levantamento fitossociológico


da vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de intersecção
de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa (CR%) e Índice de Valor
de Importância (IVI%).
Espécie FR (%) CR (%) IVI (%)
Axonopus barbigerus 23,33 60,47 83,80
Echinolaena inflexa 16,67 9,40 26,07
Cissampelos ovalifolia 10,00 11,11 21,11
Chresta cf cordata 13,33 3,01 16,34
Brachiaria decumbens 6,67 5,91 12,57
Aegiphila lanata 10,00 2,41 12,41
Asteraceae sp 6,67 0,66 7,33
Andropogon lateralis 3,33 3,22 6,55
Mikania officinalis 3,33 1,33 4,66
Ouratea sp 3,33 1,26 4,59
Anemopaegma arvense 3,33 1,22 4,56
Total 100,00 100,00 200,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Entre os microrrelevos de murundu, foram amostradas 12 espécies e novamente a


família Poaceae foi dominante em cobertura e frequência (Tabela 22). As espécies
mais importantes nesse trecho foram Axonopus brasiliensis (IVI=46,63%),
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Trichanthecium cyanescesns (IVI=41,42%) e Andropogon leucostachyus


(IVI=30,56%), somando 118,60% do IVI total (200%). Menos frequentes, porém
comuns, foram Turnera oblongifolia (Turneraceae), Syngonanthus nitens e
Syngonanthus densiflorus (Eriocaulaeceae), todas típicas de áreas úmidas no Distrito
Federal (SANTOS e MUNHOZ 2012).

Tabela 22 - Espécies de Parque cerrado entre murundus amostradas no levantamento fitossociológico


da vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de intersecção
de linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa (CR%) e Índice Valor de
Importância (IVI%).
Espécie FR (%) CR (%) IVI (%)
Axonopus brasiliensis 18,75 27,88 46,63
Trichanthecium cyanescnes 18,75 22,67 41,42
Andropogon leucostachyus 12,50 18,06 30,56
Paspalum lineare 12,50 8,48 20,98
Paspalum geminiflorum 9,38 5,76 15,13
Andropogon selloanus 3,13 9,82 12,94
Rhynchospora rugosa 9,38 2,85 12,22
Andropogon lateralis 3,13 4,00 7,13
Cyperus haspan 3,13 0,18 3,31
Hyptis linarioides 3,13 0,18 3,31
Scoparia dulcis 3,13 0,06 3,19
Turnera oblongifolia 3,13 0,06 3,19
Total 100,00 100,00 200,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Comparando a parte sob e entre os murundus, é possível verificar uma composição


de espécies bem distintas, elucidando a diferença entre os ambientes, um de melhor
drenagem, outro de pior (úmido). Associada exclusivamente à parte úmida do Parque
cerrado, pode-se citar Hyptis linarioides (Lamiaceae), espécie típica de Campos
úmidos no Distrito Federal (SANTOS e MUNHOZ, 2012).

Estudo fitossociológico – Campo úmido

A riqueza verificada durante o levantamento quantitativo foi de 19 espécies. Quatro


espécies foram responsáveis por mais de 100% do valor de importância total
(ΣIVIs=108,86%), sendo estas: Paspalum geminiflorum (IVI=51,35%); Paspalum
lineare (IVI=23,405); o gênero Rhynchospora spp. (IVI=21,77% 10 ) e Hyparrhenia
bracteata (IVI=12,34%) (Tabela 23). A composição fitossociológica do campo limpo

10Como não foi possível diferenciar as espécies pela falta de material fértil nos indivíduos do gênero
Rhynchospora, os parâmetros fitossociológicos foram computados agregando todas as espécies do
gênero encontradas.
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úmido no Parque Ecológico Três Meninas mostra que a família Poaceae é


predominante, porém certo peso em IVI também foi atribuído à Cyperaceae em áreas
mais úmidas (SANTOS e MUNHOZ 2012; EUGENIO et al. 2011). Também chama
atenção a presença de Axonopus brasiliensis, espécie com IVI elevado em todas as
fitofisionomias úmidas entre as UCs.

Tabela 23 - Espécies de Campo limpo úmido amostradas no levantamento fitossociológico da


vegetação herbácea/arbustiva, entre novembro e dezembro de 2018, pelo método de intersecção de
linha e suas respectivas Frequências Relativas (FR%), Cobertura Relativa (CR%) e Índice Valor de
Importância (IVI%).
Espécie FR (%) CR (%) IVI (%)
Paspalum geminiflorum 20,69 30,66 51,35
Paspalum lineare 10,34 13,06 23,40
Rhynchospora spp 6,90 14,87 21,77
Hyparrhenia bracteata 6,90 5,45 12,34
Cyperus lanceolatus 3,45 7,89 11,34
Rhynchospora consanguinea 3,45 6,98 10,43
Rhynchospora rugosa 3,45 6,98 10,43
Axonopus brasiliensis 6,90 0,14 7,04
Eleocharis sp 3,45 3,14 6,59
Lagenocarpus rigidus 3,45 3,07 6,52
Andropogon leucostachyus 3,45 1,89 5,33
Rhynchanthera grandiflora 3,45 1,61 5,05
Eriochrisis cayennensis 3,45 1,12 4,57
Saccharum angustifolium 3,45 1,12 4,57
Hypogynium virgatum 3,45 0,91 4,36
Scoparia dulcis 3,45 0,63 4,08
Diodia sp 3,45 0,28 3,73
Oxalis suborbiculata 3,45 0,14 3,59
Xyris jupicai 3,45 0,07 3,52
Total 100,00 100,00 200,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2 FAUNA

2.2.1 MÉTODOS

Para a caracterização e identificação da fauna da região da ARIE JK, foi realizado um


levantamento com base em dados secundários e primários. Para os dados
secundários, considerou-se a literatura disponível para a fauna no Distrito Federal e
sempre que possível, foi realizado o recorte específico à área interesse do presente
estudo e seu entorno.

A coleta de dados primários deu-se por meio da aplicação de métodos amplamente


utilizados no meio acadêmico e estudos de impacto ambiental. O intuito foi inventariar
os grupos faunísticos presentes na região, com a realização de três campanhas para
os grupos terrestres e duas para os grupos aquáticos.

2.2.1.1 Dados Secundários

O presente diagnóstico utilizou cinco trabalhos com dados da fauna encontrada na


ARIE JK, que foram: Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Aterro Sanitário do Distrito
Federal (PROGEA, 2005); Plano de Manejo da ARIE JK de 2006 (NCA, 2006); Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) “Bordas de Ceilândia” (PROGEA, 2009); e Encarte do
projeto “Vamos Passarinhar nos Parques do DF” (IBRAM-DF, 2017c).

Os estudos realizados por Sampaio (2012) e IBRAM-DF (2017c) apresentam


informações referentes ao Parque Ecológico do Cortado, o único fragmento da ARIE
JK amostrado por esses trabalhos. Não foram encontrados trabalhos com informações
de invertebrados (aquáticos ou terrestres) na ARIE JK. Ainda, em consulta aos
curadores de coleções zoológicas (vertebrados e invertebrados) da Universidade de
Brasília (UnB), não foi constatado registro de espécimes coletados na ARIE JK.

Os trabalhos técnicos citados (NCA, 2006; PROGEA, 2005, 2009) utilizaram


entrevistas com moradores ou levantamentos em outras áreas de Distrito Federal.
Quando foi indicada a origem do dado no documento de referência, como ocorre em
PROGEA (2009) e NCA (op. cit.) a informação foi incluída. Nos casos em que as

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espécies cuja presença na ARIE JK era incerta (i.e., não foram observadas em campo
no referido estudo) a informação foi desconsiderada para a lista de espécies da ARIE
JK.

2.2.1.2 Amostragem de Dados Primários

Herpetofauna

Para o levantamento de espécies da herpetofauna foram utilizados dois métodos


complementares: armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) e realização de
percursos a pé dentro da área pré-estabelecida (busca ativa) (CRUMP JR., 1994;
ECHIN e MARTINS, 2000). A nomenclatura adotada para o presente grupo segue o
proposto em Segalla et al. (2016) para os anfíbios e Costa e Bérnils (2018) para o
grupo dos répteis.

Pitfalls

Foram dispostos seis conjuntos de pitfalls, sendo três deles em áreas de Cerrado
(Parque Ecológico Três Meninas – C1; Pôr do Sol – C2; e Sol Nascente – C3) e outros
três em áreas de Mata de Galeria (Parque Ecológico do Cortado - MG1; Parque
Ecológico Saburo Onoyama – MG2; e margem esquerda do Ribeirão Taguatinga -
MG3). Cada conjunto de armadilhas foi composto por quatro baldes de 60 litros
interligados em formato de “Y” por seis metros de lona plástica preta (Figura 40). As
lonas foram esticadas e enterradas em ao menos 20 cm e a boca de cada balde ficou
na altura do solo de forma a facilitar a queda na armadilha de répteis e anfíbios. O
esforço diário deste método foi de 24 baldes-dia, totalizando 168 baldes-dia por
campanha e 504 baldes-dia ao longo do estudo (3 campanhas de 7 dias cada).

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Figura 40 - Vistoria de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls).

Fonte: SOUZA, R. A. (2018).

Os lagartos capturados nas armadilhas foram identificados ao nível de espécie,


marcados na região final da cabeça com um esmalte de cor branca, com atenção para
não tampar o olho pineal. Por fim, os animais foram pesados com pesola de precisão
de 0,1 g e medidos em comprimento rostro-cloacal (CRC) com paquímetro de precisão
de 0,05 mm (Figura 41).

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Figura 41 - Coleta de informações corporais e marcação de lagartos capturados.

Legenda: Espécime sendo pesado (à esquerda), medido (superior direita) e marcado com esmalte
(inferior direita).
Fonte: GUEDES, Y. (2018).

Busca Ativa

A busca ativa incluiu todos os seis pontos com presença de pitfalls além do Parque
Distrital Boca da Mata (MG4 – Parque Cerrado e Mata de Galeria) e áreas de
influência na porção oeste da ARIE JK (C4 e VC-311). Foram vasculhados os micro-
habitats de anfíbios e répteis em busca de espécimes, vocalizações e vestígios que
viabilizassem a identificação do táxon. Cada campanha durou sete dias (manhã e
noite), com pelo menos cinco horas diárias de busca ativa, somando um total de 105h
por pessoa, percorrendo 3,5 km por campanha, totalizando 10,5 km ao longo das três
campanhas (Tabela 28). As campanhas de busca ativa diurna ocorreram entre 7h e
13h, a busca ativa nos períodos crepuscular e noturno, entre as 16h e 22h.

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Mastofauna

Para o levantamento de espécies de mamíferos terrestres foram utilizados dois


métodos: i) busca ativa por indícios diretos e indiretos da presença de espécies; e ii)
rede de neblina para captura de mamíferos voadores. Foram realizadas três
campanhas de sete dias cada.

i) Busca ativa

Foi realizada busca ativa por registro visual, vocalização e vestígios (pegadas, fezes
e etc.) de médios e grandes mamíferos (BECKER e DALPONTE, 2013; ROCHA e
SILVA, 2009) (Figura 42) nos oito transectos abertos na ARIE JK (quatro áreas
savânicas e quatro em áreas florestais, respectivamente, Ce1 a Ce4 e MG1 a MG4),.
Em cada área (cerrado e matas) foram percorridos 3 km em períodos crepusculares,
ao amanhecer e entardecer, por dois vistoriadores a uma velocidade de 1,5 km/h,
totalizando 60 km percorridos em 20 horas de amostragem para cada formação
vegetal (i.e. savânica e florestal), resultando em um esforço de 360 km em 120h
(Tabela 28). Além das transecções amostrais, as buscas ativas foram realizadas de
carro nas estradas que transpassam a ARIE JK, com auxílio de holofote. Foram
percorridos ao menos 6 km em 1h por dia de amostragem. De forma geral, as buscas
ativas para médios e grandes mamíferos ocorreram entre 5:30 e 9:30 da manhã e
entre 15:30 e 18:30 no período da tarde/noite.

ii) Rede de neblina

Os quirópteros foram amostrados por meio de armadilhas de interceptação de voo por


redes de neblina (mist net), que capturam os animais vivos (Figura 42). Foram
amostradas três áreas florestais (MG1, MG2 e MG3) e três áreas de cerrado (Ce1,
Ce2 e Ce4), sendo as armadilhas abertas uma noite em cada área por campanha. As
armadilhas foram montadas em conjuntos de dez redes de 12 m de comprimento por
3 m de altura e ficaram abertas durante 5 horas por noite, o que representou um
esforço diário de 1.800 m2.hora, ou um esforço de 5.400 m2.hora por formação vegetal
por campanha. Ao final das três campanhas, foi totalizado um esforço de 32.400
m2.hora considerando as duas formações vegetais. Todos os animais capturados

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tiveram seus dados biológicos e ecológicos (sexo, idade, condição reprodutiva,


morfometria, data, local etc.) registrados, foram marcados por meio de anilhas abertas
metálicas numeradas e coloridas e, posteriormente, liberados no mesmo local da
captura.

Figura 42 - Metodologias de amostragem da mastofauna.

Legenda: Retirada de espécime de morcego capturado em rede de neblina (à esquerda); espécime


capturado (inferior à direita); busca ativa para avistamento de mamíferos de médio e grande porte.
Fonte: RIBEIRO, J. F. (2018).

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Avifauna

Foram realizados levantamentos da avifauna qualitativos e quantitativos - i) transectos


a pé e de carro; - ii) censos pontuais nas trilhas previamente abertas, em três
campanhas de cinco dias cada (RALPH et al., 1995).

i) Busca Ativa - Transectos

Para os levantamentos qualitativos, foram realizadas buscas ativas a pé e rondas de


carro ao longo das estradas pertencentes à área de estudo e áreas de influência. A
busca ativa se deu por meio de contato visual e auditivo (identificação de cantos e
chamados) com as aves registradas em transectos, nos diferentes ambientes e
formações vegetais presentes na área (Figura 43). As amostragens foram realizadas
entre as 6h e 11h e entre 16:30 e 18:30, horários considerados de maior atividade das
aves ao longo do dia. As amostragens noturnas foram realizadas entre 18:30 e 22h a
pé e de carro.

As rondas de carro consistiram em deslocamentos, com velocidade máxima de 15


km/h, ao longo das estradas dentro da área de abrangência das UCs estudadas.
Durante as rondas foram considerados todos os registros oportunistas e
assistemáticos. Estes registros se basearam no contato visual e/ou auditivo com os
indivíduos.

Eventualmente, nas amostragens diurnas e em todas as rondas noturnas, foi utilizada


a indução sonora (playback) do canto de espécies crípticas, que se aproximam ou
respondem ao indutor. Quando necessário, os cantos foram gravados e armazenados
para posterior identificação.

ii) Censos pontuais

Para se obter uma estimativa da abundância de indivíduos das espécies registradas,


foram realizados censos pontuais de 20 minutos em, no mínimo 15 pontos distintos
por fitofisionomia (4 a 5 pontos por transecto). Sempre que possível, foi registrada
presença de pares e o número preciso de indivíduos nos grupos sociais. Foram

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amostrados quatro sítios com áreas de formação florestal e três sítios com áreas de
formações campestres e savânicas do Cerrado, totalizando 34 pontos de amostragem
(Tabela 28).

Figura 43 - Métodos de amostragem avifauna.

Legenda: Busca ativa diurna (à esquerda) e busca ativa noturna com o uso de playback (à direita).
Fonte: SOUZA, R. A. (2018).

Ictiofauna

Foram amostrados quatro pontos ao longo do Córrego Taguatinga, Córrego do


Cortado, Ribeirão Taguatinga e Rio Melchior (P1 a P4, respectivamente). Os
levantamentos de ictiofauna consistiram em excursões diurnas no sentido jusante
para montante (arraste/peneira) a partir de cada unidade amostral, respeitando
comprimento mínimo de 150m e buscando amostrar a totalidade de ambientes
aquáticos presentes em cada corpo hídrico, como corredeiras, poços, troncos e
macrófitas aquáticas (UEIDA; CORRÊA, 1999).

As capturas foram realizadas utilizando rede de arrasto (2 x 1,5 m e malha 2 mm) e


rede de emalhar (10 x 1,5 m e malha 15 mm a 30 mm). Foi realizada pesagem dos
peixes com uma balança de precisão (0,01 g) e tomadas medidas biométricas (1 mm)
(Figura 44). Para a identificação dos espécimes, foram utilizados guias de campo de
referência (BUCKUP et al., 2007; GRAÇA; PAVANELLI, 2007). Nos pontos de
amostragem 3 e 4 (P3 e P4), foram instaladas redes de emalhar, que permaneceram
12h na água, deixadas ao anoitecer e revisadas na manhã seguinte (UEIDA; CORRÊA,
1999).

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A Tabela 28 apresenta o esforço amostral empregado por metodologia aplicada, por


ponto amostral e acumulado. Devido às características do corpo hídrico e tamanho
corporal de peixes de cabeceiras, não foram utilizadas redes de emalhar nos pontos
localizados à montante (P1 e P2). Os exemplares coletados foram fixados em Formol,
solução a 10% e fixados em álcool 70% (UEIDA; CORRÊA, 1999), para posterior
depósito na coleção de peixes da Universidade de Brasília.

Figura 44 - Metodologias de amostragem de ictiofauna.

Legenda: Rede de espera (inferior), busca ativa (superior esquerda), arrasto (superior direita).
Fonte: SOARES, F. H.S. (2018).

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Macroinvertebrados

Para o diagnóstico de macroinvertebrados bentônicos foram selecionados dois pontos


em cada curso d’água, totalizado oito pontos de coleta por campanha. Foi utilizado
como equipamento de coleta uma rede em “D”, com malha de 250 micras (Figura 45).
A rede em “D” foi utilizada como método para a coleta em diferentes ambientes,
caracterizados por habitat de remanso ou corredeiras, com pedras, areia e vegetação.
Adicionalmente foram feitas buscas ativas, que consistiram em revirar manualmente
os substratos (pedras e cascalho) (SILVEIRA et al., 2004).

Figura 45 - Rede em “D” utilizada para coleta de macroinvertebrados bentônicos.

Fonte: MATTOS, R. G. (2019).

Para avaliação e classificação da qualidade da água, e com relação à fauna de


Macroinvertebrados bentônicos foi empregado o índice biológico Biological Monitoring
Working Party Score System – BMWP’ (BUSS et al., 2003; SILVEIRA, 2004). O índice
atribui a cada família dos invertebrados aquáticos uma nota específica que varia de 1
a 10 dependendo do grau de tolerância dos organismos quanto à poluição orgânica
(Tabela 24). Basicamente, notas menores são atribuídas a grupos de invertebrados
com maior tolerância às alterações ambientais e notas maiores são atribuídas aos

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organismos mais sensíveis (BUSS et al., 2003). O somatório da pontuação de cada


família em um ponto amostral foi utilizado para classificação da qualidade da água,
segundo tabela do índice BMWP’ (Tabela 25).

Tabela 24 - Valores atribuídos a cada família de invertebrado utilizando o índice BMWP’.


Família Pontuação
Siphlonuridae, Heptageniidae, Leptophlebiidae, Potamanthidae,
Ephemeridae, Taeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae,
Chloroperlidae, Aphelocheiridae, Phryganeidae, Molannidae, Beraeidae,
10
Odontoceridae, Leptoceridae, Goeridae, Lepidostomatidae, Brachycentridae,
Sericostomatidae, Calamoceratidae, Helicopsychidae, Megapodagrionidae,
Athericidae, Blephariceridae
Astacidae, Lestidae, Calopterygidae, Gomphidae, Cordulegastridae,
Aeshnidae, Corduliidae, Libellulidae, Psychomyiidae, Philopotamidae, 8
Glossosomatidae
Ephemerellidae, Prosopistomatidae
Nemouridae, Gripopterygidae
Rhyacophilidae, Polycentropodidae, Limnephelidae, Ecnomidae,
Hydrobiosidae 7
Pyralidae, Psephenidae
Neritidae, Viviparidae, Ancylidae, Thiaridae
Hydroptilidae
Unionidae, Mycetopodidae, Hyriidae
Corophilidae, Gammaridae, Hyalellidae, Atyidae, Palaemonidae,
Trichodactylidae
Platycnemididae, Coenagrionidae 6
Leptohyphidae
Oligoneuridae, Polymitarcyidae
Dryopidae, Elmidae, Helophoridae, Hydrochidae, Hydraenidae, Clambidae
Hydropsychidae
Tipulidae, Simuliidae
Planariidae, Dendrocoelidae, Dugesiidae
5
Aeglidae
Baetidae, Caenidae, Belostomatidae
Haliplidae, Curculionidae, Chrysomelidae
Tabanidae, Stratyiomyidae, Empididae, Dolichopodidae, Dixidae,
Ceratopogonidae
Anthomyidae, Limoniidae, Psychodidae, Sciomyzidae, Rhagionidae
Sialidae, Corydalidae
Piscicolidae
4
Hydracarina
Mesoveliidae, Hydrometridae, Gerridae, Nepidae, Naucoridae
(Limnocoridae), Pleidae,
Notonectidae, Corixidae, Veliidae
Helodidae, Hydrophilidae, Hygrobiidae, Dytiscidae, Gyrinidae

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Família Pontuação
Valvatidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae
Bithyniidae, Bythinellidae, Sphaeridae
3
Glossiphonidae, Hirudidae, Erpobdellidae
Asellidae, Ostracoda
Chironomidae, Culicidae, Ephydridae, Thaumaleidae 2
Oligochaeta (toda a classe), Syrphidae 1
Fonte: BUSS et al., (2003).

Tabela 25 - Valores de referência para análise da qualidade água utilizando o índice BMWP’.
Classe Qualidade Valor Significado
I Ótima > 150 Águas muito limpas (águas pristinas).
Águas limpas, não poluídas ou sistema
II Boa 121 - 150
perceptivelmente não alterado.
Águas muito pouco poluídas, ou sistema já com um
III Aceitável 101 - 120
pouco de alteração.
IV Duvidosa 61 - 100 São evidentes efeitos moderados de poluição.
V Poluída 36 - 60 Águas contaminadas ou poluídas (sistema alterado).
Muito
VI 16 - 35 Águas muito poluídas (sistema muito alterado).
poluída
Fortemente Águas fortemente poluídas (sistema fortemente
VII < 16
poluída alterado).
Fonte: BUSS et al., (2003).

Localização dos pontos de amostragem - dados primários

Os pontos de amostragem da fauna foram instalados em duas fitofisionomias:


formações florestais (Mata de Galeria) e formações savânicas (Cerrado). Para
amostragem dos grupos terrestres (Avifauna, Herpetofauna e Mastofauna) foram
instalados 8 transectos de 500 a 1.000 m, totalizando 3.000 m/fitofisionomia
amostrada (áreas de cerrado e florestais). Em seis dos oito transectos, houve a
instalação de quatro armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) para a captura de
espécies crípticas da herpetofauna e de redes de neblina para a amostragem de
quirópteros. A seguir são apresentados, na Tabela 26 e no mapa presente na Figura
46, a caracterização e a localização dos pontos amostrais da fauna terrestre. Os
grupos aquáticos (ictiofauna e macroinvertebrados bentônicos) foram amostrados em
quatro pontos ao longo do córrego Cortado, córrego Taguatinga, ribeirão Taguatinga
e ribeirão Melchior (Tabela 27 e Figura 47).

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Tabela 26 - Pontos de amostragem da fauna terrestre.


Coordenadas
geográficas
(SIRGAS 2000)
Ponto Local ZONA UTM 22L Descrição

Longitude Latitude
(E) (N)
As trilhas percorridas da UC, estão quase que na
totalidade inseridas dentro das matas de galeria,
com alto grau de heterogeneidade e complexidade,
porém com muita presença de moradores de rua,
Parque lixo e de espécies vegetais exóticas. Áreas
MG1 Ecológico do 813149 8249360 adjacentes à mata, que estão alteradas pelo domínio
Cortado de gramíneas exóticas e construção de novas trilhas
de acesso e as áreas do interior da mata, onde se
observou impactos como a presença de lixo e
assoreamento do rio.
Parque
Ecológico As trilhas percorridas estão quase que na totalidade
MG2 815267 8245875 inseridas dentro das áreas de floresta.
Saburo
Onoyama
As trilhas percorrem predominantemente a área de
Mata de mata. As margens do ribeirão se encontram bastante
Galeria nas assoreadas, com presença de lixo, rastros de
MG3 margens do 812455 8245693 animais domésticos (especialmente cachorro),
Ribeirão armadilhas para aves e um bambuzal cresce
Taguatinga adentrando as áreas de floresta.
As trilhas percorridas estão inseridas tanto no trecho
de mata quanto nos campos de murundus. Os
campos murundus se encontram alterados pela
presença de gramíneas exóticas e impactados por
Parque lixo e entulho de restos de obras. A mancha de
MG4 Distrital Boca 816304 8244177 floresta é a menor amostrada e se encontra
da Mata impactada pela grande quantidade de lixo despejada
dentro das matas, assentamento de catadores de
recicláveis e presença constante de pessoas à
margem da sociedade e de alto risco à segurança.
As trilhas percorridas do estão inseridas nas áreas
Parque abertas do cerrado (strictu sensu – s.s. - e ralo),
Ce1 Ecológico 809154 8243424 passando pelas adjacências de algumas manchas
Três Meninas de floresta e pelas margens do ribeirão Taguatinga.
As trilhas percorrem predominantemente áreas
abertas de formação campestres e savânicas, com
Cerrado fragmentos de cerrado s.s. e ralo pouco maiores do
Ce2 próximo ao 807618 8243965 que em C1. A área se encontra alterada pela
Pôr do Sol presença de pastos e animais domésticos. As
margens do ribeirão se encontram bastante
assoreadas e com presença de lixo.
As trilhas percorrem predominantemente áreas
abertas de formação campestre e savânica. No
Cerrado ponto inicial da trilha há muito lixo das chácaras de
Ce3 próximo ao 805414 8246665 acesso e vestígios de caça, mas após percorremos
Sol Nascente um remanescente com relativamente extenso
composto por cerrado s. s. e rupestre, passando por
alguns pontos de Mata de Galeria. A área se

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Coordenadas
geográficas
(SIRGAS 2000)
Ponto Local ZONA UTM 22L Descrição

Longitude Latitude
(E) (N)
encontra alterada pela presença de pastos e animais
domésticos. As margens do córrego que corta a
área, se encontram bastante assoreadas, com
presença de lixo.

Situada em externa à porção oeste da ARIE JK, na


área interna das chácaras 103/104. A trilha percorre
áreas abertas de cerrado de topo em uma matriz
Cerrados na rural com fragmentos de Cerrado rupestre e Cerrado
área de sentido restrito que está entre os remanescentes
Ce4 803984 8247127 mais conservados da área de estudo. A Mata de
influência da
ARIE JK Galeria próxima encontra-se bem degradada sendo
uma faixa estreita às margens dos córregos e com
muita presença de lixo, bem como mal cheiro na
água.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 46 - Mapa de pontos amostrais da fauna terrestre.

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Tabela 27 - Pontos de amostragem da fauna aquática.


Coordenadas
geográficas
(SIGAS 2000)
Ponto Corpo hídrico Local ZONA UTM 22S Caracterização do ponto Uso do solo
Longitude Latitude
(E) (N)
O local amostrado recebe a proteção da
Largura média de 2 m e
Parque mata da UC, no entanto, há pastagem
profundidade 0,5 m em um
Ecológico nas margens onde se observa perda de
P1 Córrego Taguatinga 815448 8245719 relevo de pouca
Saburo solo. Ao lado da quadra de esportes há
declividade, leito arenoso e
Onoyama um ambiente alagável durante o período
margens com solo argiloso
chuvoso.
Profundidade de média do
trecho é de 0,5 m, podendo
Divisa das UCs passar de 1 m em alguns
do Cortado e poços naturais. O leito é Neste local está instalado o término do
P2 Córrego Cortado 813920 8248055
Saburo arenoso e rochoso, com sistema de drenagem de águas pluviais.
Onoyama muito material particulado,
inclusive material rochoso
de diferentes tamanhos.
Largura de 8 m a mais de 10
A região do entorno do ponto de
m em raros locais e,
Ribeirão Próximo à amostragem, sobretudo à montante, é
P3 811260 8245096 também, formando poços
Taguatinga rodovia DF-459 ocupada por produtoras de hortaliças e
com cerca de 1,0 m de
pequenas pecuárias.
profundidade.
Largura de 4,5 m a mais de
20 m, com formação de A região é essencialmente rural, com
Ponto a jusante
poços com 1,5 a mais de 4,0 criação de animais, como suínos,
do ribeirão
m de profundidade. O leito é bovinos, equinos, aves e até mesmo
Taguatinga,
P4 Rio Melchior 805344 8244919 rochoso, possui matacões peixes (tilápias). Um canal de água que
início do
espalhados com alguns vem de uma barragem no limite da
ribeirão
pontos arenosos, nas fazenda passa pela sede e um lago de
Melchior
margens o substrato é peixes, para depois desaguar no ribeirão
argiloso.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 47 - Mapa de pontos amostrais da fauna aquática.

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Síntese do esforço amostral

Foram realizadas três campanhas para os grupos terrestres (herpetofauna,


mastofauna – médios e grandes mamíferos e quirópteros – e avifauna) e duas
campanhas para os grupos de fauna aquática (ictiofauna e macroinvertebrados
bentônicos). A primeira campanha (C1) ocorreu entre os dias 11 e 17 de setembro de
2018; a segunda campanha (C2) teve início em 29 de outubro e término em 4 de
novembro de 2018 e, por fim; a terceira campanha (C3) foi de 5 a 16 de dezembro de
2018. Os grupos de ambientes aquáticos participaram da C1 e da C3, tendo uma
amostragem no período de seca e uma outra no período de chuva, respectivamente.

A amostragem de herpetofauna e mastofauna decorreu por sete dias em cada uma


das três campanhas, enquanto a amostragem de avifauna foi de cinco dias por
campanha (Tabela 28). A metodologia aplicada durante o levantamento de dados in
situ é descrita abaixo para cada grupo amostrado.

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Tabela 28 - Resumo das metodologias aplicadas e esforço para cada grupo de fauna.
Esforço esperado
Grupo Método
Unitário Por campanha Total final

Terrestres (3 campanhas)
Busca ativa 3 km / 5h / transecto 60 km / 20h / fitofisionomia 180 km / 60h / fitofisionomia
Mastofauna (7dias)
Rede neblina 1.800 m2.hora / dia 5.400 m2 / fitofisionomia 16.200 m2 / fitofisionomia
52,5 horas / 5.250 m /
Busca ativa 5h / 500 m / dia 17h30 / 1.750 m / fitofisionomia
Herpetofauna (7 dias) fitofisionomia
Pitfalls 24 baldes-dia 168 baldes-dia 504 baldes-dia
Busca Ativa 3 km / 8h / dia 15 km / 20h / fitofisionomia 45 km / 60h / fitofisionomia
Avifauna (5 dias)
Censo (áudios) 4 a 5 pontos / transecto 34 pontos 102 pontos
Aquáticos (2 campanhas)
Busca ativa 1 h / ponto 4h 8h
Ictiofauna (4 pontos)
Rede de espera 12 h / ponto 48 h 96 h
Rede ‘D’ 1:30/ ponto 6h 12 h
Macroinvertebrados Aquáticos
(4 pontos) Busca ativa 10 min / ponto 40 min 80 min
Observação: Aves – foram no total 18 pontos em áreas de mata e 16 pontos em áreas de cerrado.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2.1.3 Análise dos dados

Suficiência Amostral

Para avaliação da suficiência amostral foram estimadas curvas de rarefação


(interpolação) e extrapolação, pelo método bootstrap com 10.000 permutações
(COLWELL, 2008; COLWELL et al., 2004; COLWELL et al. 2012; GOTELLI e
COLWELL, 2001), buscando com isso, eliminar a influência da ordem em que os
dados são incluídos na análise. Esta estimativa foi realizada com o total de registros
obtidos nos ambientes abertos e florestais e, quando possível, em cada área
amostrada. A rarefação baseada em amostras gera o número de espécies esperado
baseado no incremento do número de amostras, com nível de significância (α) igual a
5% (PAYTON et al., 2004).

Riqueza

A riqueza foi estimada por bootstrap, Jackknife de 1ª ordem (Jackknife1) e Chao1, a


depender do grupo taxonômico. Todos esses estimadores utilizam dados de presença
e ausência em unidades amostrais e consideram informações de dispersão das
espécies e, no caso de Chao1, abundância (CHAO et al., 2015).

Jackknife1

O estimador Jackknife1 utiliza em seu cálculo o número de espécies que ocorrem em


uma amostra pela fórmula (HELTSHE e FORRESTOR, 1983; MORENO e HALFFTER,
2000):

𝑚−1
𝑆𝑒𝑠𝑡 = 𝑆𝑜𝑏𝑠 + 𝑄1 ( )
𝑚

onde:
Sest = riqueza estimada;
Sobs = riqueza observada;
Q1 = espécies encontradas em apenas uma amostra;
m = número de amostras.

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Bootstrap

O estimador bootstrap é baseado em reamostragens aleatórias considerando o


conjunto total de riqueza amostrada, segundo o cálculo abaixo (PALMER, 1990;
SANTOS, 2003):

𝑆𝑜𝑏𝑠

𝑆𝑒𝑠𝑡 = 𝑆𝑜𝑏𝑠 + ∑ (1 − 𝑝𝑘 )𝑚
𝑘=1

onde:
Sest = riqueza estimada;
Sobs = riqueza observada;
k = k-éssima espécie;
pk = proporção de amostras que contém a espécie k.

Chao

O estimador Chao (CHAO et al., 2014; MAGURRAN, 2011; SANTOS, 2003) consiste
em uma estimativa simples do número absoluto de espécies em uma assembleia e,
ao contrário do bootstrap, é baseado na quantidade de espécies raras em uma
amostra. Seu cálculo é:

𝑎2
𝑆𝑒𝑠𝑡 = 𝑆𝑜𝑏𝑠 + ( )
2𝑏

onde:
Sest = riqueza estimada;
Sobs = riqueza observada;
a = número de espécies registradas apenas uma vez;
b = número de espécies registradas uma segunda vez.

Índice de diversidade

A diversidade e a equitabilidade das comunidades foram estimadas por meio dos


índices diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade de Pielou (J), conforme descritos
na seção 5.1.1, para as formações florestais e de cerrado e, quando possível, para
cada transecto. Para os grupos herpetofauna e mastofauna, a diversidade local
também foi acessada pelo índice de dominância de Simpson (D), que calcula a

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probabilidade de dois indivíduos sorteados de um conjunto de dados pertencerem à


mesma espécie segundo a fórmula (MAGURRAN, 2011):

𝐷 = ∑ 𝑝𝑖2
𝑖=1
onde:

pi = abundância relativa da espécie i;


S = número total de espécies;
D = Índice de dominância de Simpson.

A diversidade entre as fitofisionomias e, quando permitido pelos dados, entre os


pontos amostrais foi abordada por meio diversidade beta (β). Para a diversidade beta
foram aplicados três tipos de análises, de modo a manter o usual de cada grupo
faunístico: análise de agrupamento (cluster) de comunidades similares pelo índice
Jaccard (MAGURRAN, 2011; herpetofauna, ictiofauna e macroinvertebrados
bentônicos), diversidade beta decomposta e independente da diversidade alfa (JOST,
2006, 2007; mastofauna) e diversidade beta resultante de perda (aninhamento) e/ou
substituição (turnover) de espécies (BASELGA, 2010; herpetofauna e avifauna). Seus
cálculos são apresentados a seguir:

Jaccard

𝑐
J = (𝑎+𝑏+𝑐)

onde:

J = índice de similaridade Jaccard;


a = número de espécies encontradas no local A;
b = número de espécies encontradas no local B;
c = número de espécies encontradas em ambos os locais.

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Jost

𝐷(𝐻 ) = 𝐷(𝐻 ) ∙ 𝐷(𝐻𝛽 )

onde:

D = valor equivalente (valor real) da diversidade H;


H = valor real da diversidade gama (regional);
H = valor real da diversidade alfa (local);
Hβ = valor real da diversidade beta.

Baselga

𝛽𝑠𝑜𝑟 = 𝛽𝑠𝑖𝑚 + 𝛽𝑛𝑒𝑠

onde:

βsor = diversidade beta;


βsim = partição de substituição de riqueza (turnover);
βnes = partição de aninhamento (nestedness).

Identificação de espécies raras, endêmicas, ameaçadas e bioindicadoras

As espécies registradas nas diferentes formações vegetais presentes na área de


estudos foram classificadas como: endêmicas, exóticas, raras, migratórias, invasoras,
de importância econômica, com algum grau de ameaça de extinção e bioindicadoras.
Para se determinar as espécies com maior valor para a conservação, foram
consideradas as restrições de habitats, sensibilidade a alterações bruscas no
ambiente e o grau de ameaça segundo a listagem do MMA, CITES e IUCN. Caso as
espécies fossem encontradas em pelo menos duas das categorias determinadas, elas
foram consideradas com grande valor para a conservação.

2.2.2 RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO DE FAUNA

O presente item apresenta os resultados obtidos por meio da pesquisa bibliográfica


do levantamento de dados secundários, bem como os dados e análises obtidas pelos
levantamentos de dados primários dos grupos faunísticos (Herpetofauna, Avifauna,
Mastofauna, Ictiofauna e Macroinvertebrados Aquáticos) com a coleta das campanhas
realizadas no ano de 2018, no interior da ARIE JK.

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2.2.2.1 Síntese do diagnóstico da Fauna da ARIE JK

Síntese da Fauna caracterizada para a região (Dados secundários)

As listas de espécies resultantes (IBRAM-DF, 2017c; NCA, 2006; PROGEA, 2005,


2009) somam 243 espécies de vertebrados conhecidos para a ARIE JK, sendo 147
(60,49%) de aves, 29 (11,93%) de mamíferos, 28 (11,52%) de peixes, 39 espécies da
herpetofauna (25 espécies de répteis Squamata (10,29%), 13 (5,35%) de anfíbios
anuros e 1 (0,41%) de Testudini) (Figura 48).

Figura 48 - Representatividade dos grupos faunísticos que compõe a lista de espécies com potencial
ocorrência (dados secundários) para a área da ARIE JK.

Ictiofauna; 28

Mastofauna;
29

Herpetofauna; Avifauna; 147


39

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Os dados secundários mostram que a ARIE JK abriga ao menos uma espécie de


mamíferos estritamente brasileira (o sagui-de-tufos-pretos: Callithrix penicillata) e
outras sete espécies endêmicas do Cerrado (um anfíbio, um lagarto e cinco aves),
sendo uma endêmica e considerada quase ameaçada (NT) pela IUCN (2019), o
papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops). Em contraponto, poucas espécies nos
diferentes grupos são especialistas em determinado habitat ou guilda trófica.

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Treze espécies exóticas (domésticas, sinantrópicas ou invasoras) ocupam, ao menos


de forma transitória, áreas nativas da ARIE JK como cachorros (Canis lupus), gatos
(Felis catus), bois (Bos taurus), cavalos (Equus caballus), camundongo (Mus
musculus), ratazana (Rattus norvegicus), entre outros grupos e espécies
apresentadas na Tabela 29.

Tabela 29 - Espécies exóticas encontradas na ARIE JK a partir do levantamento de dados secundários.


Ordem Família Espécie Nome Popular Ref
HERPETOFAUNA
Squamata Gekkonidae Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede 1,2
MASTOFAUNA
Perissodactyla Equidae Equus caballus cavalo 2
Artiodactyla Bovidae Bos taurus boi 2
Artiodactyla Suidae Sus scrofa porco 2
Carnivora Canidae Canis lupus cachorro 2
Carnivora Felidae Felis catus gato 2
Rodentia Muridae Mus musculus camundongo 2
Rodentia Muridae Rattus norvegicus ratazana 2
AVIFAUNA
Columbiformes Columbidae Columba livia pombo-doméstico 1,2,3,4
Passeriformes Estrildidae Estrilda astrild bico-de-lacre 1,2
Passeriformes Passeridae Passer domesticus pardal 1,2,3
ICTIOFAUNA
Cyprinodontiformes Poeciliidae Poecilia vivipara guaru 2
Perciformes Cichlidae Oreochromis niloticus tilápia-do-nilo 2
Fontes: [1] Estudo de Impacto Ambiental do Aterro Sanitário do Distrito Federal (PROGEA, 2005); [2]
Plano de Manejo da ARIE JK (NCA, 2006); [3] Estudo de Impacto Ambiental Bordas de Ceilândia
(PROGEA, 2009); [4] Inventário Rápido elaborado por Sampaio (2012).

Síntese dos resultados do estudo faunístico (Dados primários)

Os levantamentos de campo para a caracterização da Fauna da ARIE JK identificaram


237 espécies de vertebrados, com 163 (68,7%) espécies do grupo da avifauna, 44
(18,6%) da herpetofauna, 23 mastofauna (9,7%), e 7 da ictiofauna (3%). Além disso,
o estudo identificou 12 famílias do grupo de macroinvertebrados aquáticos (Figura
49).

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Figura 49 - Representatividade dos grupos faunísticos encontrados na área da ARIE JK em


levantamento realizado no ano de 2018.

3%
9,7%

18,6% Avifauna
Herpetofauna
Mastofauna
Ictiofauna

68,7%

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A Figura 50 apresenta os resultados dos levantados realizados pelo presente estudo


em comparação com os dados encontrados no levantamento de dados secundários.

Figura 50 - Representatividade dos grupos faunísticos comparação dados secundários e dados


primários.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Os levantamentos primários identificaram 85 espécies de vertebrados não


relacionados no levantamento secundário dos quais; 47 eram aves; 23 pertencentes
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a herpetofauna; 9 mamíferos e 6 do grupo da ictiofauna. O estudo do diagnóstico da


fauna da ARIE identificou 328 espécies de vertebrados, somando-se os dados
secundários (243 espécies) e dados das campanhas de campo no ano de 2018 (85
espécies). Para esse conjunto de dados a maior riqueza encontrada foi do grupo de
Avifauna, com 194 espécies, seguido por Herpetofauna (62), Mastofauna (38) e
Ictiofauna (34) (Figura 51).

Figura 51 - Representatividade dos grupos faunísticos após consolidação da lista de espécies da ARIE
JK (Dados Secundários + Primários).

Ictiofauna
34
10,4%

Mastofauna
38
11,6%

Herpetofauna Avifauna
62 194
18,9% 59,2%

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção (dados primários)

Os resultados do levantamento primário indicaram dez espécies de herpetofauna


endêmicas do Cerrado: os anuros Rhinella rubecens (Figura 56), Barycholos ternetzi
(Figura 57), Ameerega flavopicta (Figura 58), Boana lundii (Figura 59),
Odontophrynus salvatori (
Figura 60), Bokermanohyla sapiranga (
Figura 61) e Leptodactylus sertanejo (Figura 62), o lagarto Norops meridionalis
(Figura 63), a serpente Boiruna maculata (Figura 64) e a cecília Siphonops annulatus

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(Figura 65). Para a mastofauna, durante a realização dos estudos, foi avistado pela
equipe o gato jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi - Figura 69) que é classificado
como espécie vulnerável (VU) pela lista de espécies ameaçadas de extinção nacional
(ICMBio, 2018) e de população mundial decrescente (CASO e CARVAJAL, 2015;
ALMEIDA et al., 2018). Para os grupos da fauna aquática (Ictiofauna e
Macrovertebrados) não foram identificadas espécies ameaçadas, raras ou endêmicas
da região.

No que concerne a avifauna, foram registradas seis espécies endêmicas do Cerrado


na área de estudo, o que representa 20% dos endêmicos do bioma, que foram: a
gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus - Figura 96), o chorozinho-de-bico-
comprido (Herpsilochmus longirostris - Figura 97), cisqueiro-do-rio (Clibanornis
rectirostris - Figura 98), o limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata - Figura 99), o
soldadinho (Antilophia galeata - Figura 100) e o pula-pula-de-sobrancelha
(Myiothlypis leucophrys - Figura 101). As espécies limpa-folha-do-brejo (Syndactyla
dimidiata - Figura 99) e a campainha-azul (Porphyrospiza caerulescens - Figura 102)
são consideradas espécies raras (SILVA, 1995 e STOTZ et al., 1996), sendo a
segunda também considerada como quase ameaçada de extinção (IUCN, 2019).
Além disso, 27 espécies pertencentes às famílias Accipitridae, Tytonidae, Strigidae,
Trochilidae, Ramphastidae, Falconidae e Psitacidae, registradas na área de estudos,
se encontram incluídas no Apêndice II do CITES que inclui espécies que não são raras,
nem estão em perigo, mas que podem se tornar ameaçadas, caso o comércio não
seja regularizado.

Espécies exóticas

As espécies exóticas encontradas durante o levantamento de dados primários para


os grupos Herpetofauna, Mastofauna e Avifauna, haviam sido observadas
anteriormente em trabalhos passados para a ARIE JK. Para a Ictiofauna, foram
encontradas duas espécies exóticas não registradas anteriormente no interior da ARIE
JK: o lebiste (Poecilia reticulata) e o peixe-espada (Xiphophorus helleri), ambos da
família Poeciliidae (Tabela 30).

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Tabela 30 - Espécies exóticas encontradas na ARIE JK durante o levantamento de dados primários .

Ordem Família Espécie Nome Popular


HERPETOFAUNA
Squamata Gekkonidae Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede
MASTOFAUNA
Perissodactyla Equidae Equus caballus cavalo
Artiodactyla Bovidae Bos taurus boi
Carnivora Canidae Canis lupus cachorro
AVIFAUNA
Passeriformes Passeridae Passer domesticus pardal
ICTIOFAUNA
Cyprinodontiformes Poeciliidae Poecilia reticulata lebiste
Cyprinodontiformes Poeciliidae Xiphophorus helleri peixe-espada
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

2.2.2.2 Herpetofauna

Caracterização com uso de dados secundários

O levantamento de dados secundários identificou 38 espécies da herpetofauna na


ARIE JK, sendo 25 espécies de répteis (com 11 espécies em oito famílias de ‘lagartos’,
uma espécie de anfisbena e 13 espécies em cinco famílias de serpentes), e 13
espécies de anfíbios, sendo Leptodactylidae e Hylidae as famílias com o maior
número de espécies, conforme disposto na lista de espécies da herpetofauna
documentada para a ARIE JK em trabalhos anteriores (Anexo 2). Duas espécies são
consideradas endêmicas do Cerrado, o calango (Tropidurus itambere) e o sapo-
verruguinha (Odontophrynus salvatori) (BRANDÃO e ARAÚJO, 2001; FROST, 2017).

Das espécies listadas no Anexo 2, apenas a lagartixa-de-parede (Hemidactylus


mabouia) não é nativa. Ela é considerada invasora pelo Instituto Hórus de
Desenvolvimento e Conservação Ambiental e pela Instrução Normativa 409/2018 –
IBRAM/Presi, o qual mantém uma ampla base de dados de espécies invasoras nas
Américas (I3N BRASIL, 2019).

O Plano de Manejo anterior (NCA, 2006) inclui em sua lista a tartaruga-de-orelha-


vermelha (Trachemys scripta), uma espécie exótica comumente introduzida em
ambientes naturais por práticas de aquarismo amador. Essa espécie não foi
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considerada nos dados apresentados aqui pois a sua presença na ARIE JK é incerta,
uma vez que a informação advém apenas de entrevistas. Outras espécies não
consideradas nos dados secundários por não terem sido observadas em campo pelos
referidos trabalhos foram o cágado-de-barbicha (Phrynops geoffroanus) e as
serpentes dormideira (Sibynomorphus mikanii) e boipeva (Xenodon merremii).

A ARIE JK parece favorecer a permanência de espécies generalistas e com grande


capacidade de ocupação, como o calango (Tropidurus torquatus) e o sapo-cururu-do-
cerrado (Rhinella rubescens), espécies que apresentam resistência a alterações
antrópicas (BRANDÃO e ARAÚJO, 2001). O sapo-verruguinha (Odontophrynus
salvatori), por sua vez, é uma espécie de pequeno porte, críptica e que ocupa áreas
abertas do Cerrado próximas a riachos. A espécie foi registrada apenas no Planalto
Central, limitada ao estado de Goiás e ao Distrito Federal, e indica uma certa
sensibilidade a alterações antrópicas (LAFUC, 2018).

Os anuros apresentados no Plano de Manejo anterior foram decorrentes de coletas


em campo (NCA, 2006). Os autores, porém, incluíram 17 espécies (seis famílias e
duas ordens) de répteis na lista apenas com informações de terceiros (moradores),
sem confirmação em campo. Das 15 espécies de serpentes listadas no Plano de
Manejo anterior, apenas os dipsadídeos cobra-de-capim (Erythrolamprus
poecilogyrus) e cobra-cipó (Philodryas nattereri) foram capturadas em campo pelos
autores (NCA, op. cit.). Não há registro de crocodilianos ou espécies ameaçadas de
extinção da herpetofauna na ARIE JK (ICMBio, 2018; IUCN, 2018).

Dados primários

Foram registradas 42 espécies da herpetofauna, sendo 27 espécies de anuros, oito


espécies de lagartos, cinco espécies de serpentes, uma espécie de Gymnophiona e
uma espécie de quelônio durante as três campanhas de amostragem de setembro a
dezembro de 2018. Não foram identificados, até o nível de espécie, 20 espécimes de
lagartos não capturados pertencentes a dois táxons, 1 Scincidae e 19 Tropidurus sp.

Em relação ao Plano de Manejo de 2006, o presente trabalho acrescentou 17 espécies


de anuros, três espécies de lagartos, três espécies de serpentes e uma espécie de
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Gymnophiona, totalizando 24 espécies não registradas previamente para a ARIE JK


(NCA, 2006). A lista com as espécies da herpetofauna encontrada nos dados
secundários e por meio do levantamento de dados primários é apresentado no Anexo
2.

Ao longo das três campanhas, foram amostrados 33 indivíduos e 10 espécies, por


meio de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls), sendo quatro espécies de
anuros e cinco espécies de lagartos e uma de serpente (Tabela 31). As espécies mais
abundantes amostradas por este método foram a rã-cachorro (Physalaemus cuvieri,
n = 11) e a cuiaba (Physalaemus nattereri, n = 7), enquato a rãgrilo (Chiasmocleis
albopunctata), o calango (Tropidurus oreadicus) e a cobra-cega (Lyotiphlops ternetzii)
foram amostradas por apenas um indivíduo cada. A riqueza estimada da ARIE JK,
considerando apenas os dados de pitfalls, foi maior do que a observada nos dois
estimadores considerados (Chao1 = 11,46 [10,17 — 22,56; Intervalo de Confiança
(IC) = 95%] e Jackknife1 = 12,9 [10,71 — 21,91; IC = 95%]), sendo o valor mínimo
dos dois estimadores próximos a 10 (Tabela 33). Todas as espécies amostradas por
pitfalls foram também observadas durante a busca ativa e não houve recaptura.

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Tabela 31 - Indivíduos amostrados por armadilhas de interceptação e queda.


Anura
Sítio CRC Cauda
Campanha Família Espécie Sexo Data Peso (g)
amostral (mm) (mm)
C1 - - - - - - - -
Leptodactylidae Leptodactylus mystacinus fêmea 24/10/2018 - - -
MG2
Leptodactylidae Leptodactylus mystacinus fêmea 24/10/2018 - - -
MG3 Leptodactylidae Physalaemus cuvieri fêmea 22/10/2018 - - -
Microhylidae Chiasmocleis albopunctata - 25/10/2018 - - -
Ce1
C2 Leptodactylidae Physalaemus cuvieri fêmea 25/10/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri fêmea 23/10/2018 - - -
Ce2 Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 27/10/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 27/10/2018 - - -
CE3 Leptodactylidae Physalaemus nattereri - 27/10/2018 - - -
MG2 Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/12/2018 - - -
Ce1 Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/10/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/07/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/08/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/08/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus cuvieri - 12/11/2018 - - -
C3
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/06/2018 - - -
Ce3
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/06/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/08/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/10/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/10/2018 - - -
Leptodactylidae Physalaemus nattereri jovem 12/10/2018 - - -
Squamata
Sítio CRC Cauda
Campanha Família Espécie Sexo Data Peso (g)
amostral (mm) (mm)
Tropiduridae Tropidurus itambere jovem 15/09/2018 65 99 8
MG1
Tropiduridae Tropidurus torquatus jovem 14/09/2018 60 84 7
MG3 Tropiduridae Tropidurus itambere macho 09/09/2018 45,4 28,5 -
C1
Ce1 Tropiduridae Tropidurus torquatus macho 14/09/2018 70 121 16
Tropiduridae Tropidurus torquatus macho 14/09/2018 105 143 40
Ce2
Teiidae Ameiva ameiva fêmea 09/12/2018 118 26,2 40
Ce1 Teiidae Ameiva ameiva macho 27/10/2018 45 154 24
C2 Ce2 Scincidae Notomabuya frenata fêmea 21/10/2018 62 76 6,5
Ce3 Tropiduridae Tropidurus oreadicus fêmea* 21/10/2018 78 105 19
MG2 Anomalepididae Lyotiphlops ternetzii jovem 12/12/2018 - - -
C3 Scincidae Notomabuya frenata fêmea 12/11/2018 55 78 3
Ce2
Tropiduridae Tropidurus itambere macho 12/08/2018 70 101,7 18
Legenda: Sítios amostrais: MG1 – Parque Ecológico do Cortado; MG2 – Parque Ecológico Saburo
Onoyama; MG3 – Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga; Ce1: Parque Ecológico Três
Meninas; Ce2 – Cerrado próximo ao SH Pôr do Sol; Ce3 – Cerrado próximo ao SH Sol Nascente. CRC
– comprimento rostro-cloacal. (*) fêmea ovada.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Foram registrados 1.545 indivíduos por busca ativa, sendo 323 na primeira campanha,
785 na segunda campanha e 437 na terceira campanha. As áreas de Cerrado
apresentaram maior abundância com 1.067 dos 1.545 espécimes amostrados (Figura
52). Considerando os organismos amostrados por busca ativa e por armadilhas (1.578
indivíduos), os anuros representam 92% da abundância total amostrada, os lagartos
7% e os demais grupos somam menos de 1% (Tabela 32).

Das 44 espécies registradas, 20 espécies foram amostradas em áreas de Mata de


Galeria, sendo apenas a lagartixa-de-parede (Hemidactylus mabouia; espécie
invasora) e a rã-ingá (Physalaemus centralis) não registradas em áreas de Cerrado.
A riqueza acumulada observada foi menor do que a estimada por Jackknife1 (56,99
[50,19 — 71,27; IC = 95%]) e por Chao1 (72,15 [50,88 — 159,17; IC = 95%]), indicando
que, em um monitoramento prolongado da herpetofauna, outras espécies tendem a
ser registradas na ARIE JK (Tabela 33).

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Tabela 32 - Abundância de espécies da herpetofauna encontradas nas matas de galeria (MG1 a MG4)
e nos cerrados (Ce1 a Ce4) da ARIE JK durante as campanhas de setembro a dezembro de 2018.
Espécie Total %
Ameerega flavopicta (Lutz, 1925) 200 12,67
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 16 1,01
Barycholos ternetzi (MirandaRibeiro, 1937) 116 7,35
Boana albopunctata (Spix, 1824) 134 8,49
Boana lundii (Burmeister, 1856) 38 2,41
Boiruna maculata (Boulenger, 1896) 1 0,06
Bok ermannohyla sapiranga Brandão et al. (2012) 3 0,19
Bothrops neuwiedi Wagler (1824) 1 0,06
Chiasmocleis albopunctata (Boettger, 1885) 2 0,13
Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 1825) 2 0,13
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) 227 14,39
Elachistocleis bicolor (GuérinMéneville, 1838) 1 0,06
Elachistocleis cesarii (MirandaRibeiro, 1920) 17 1,08
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) 6 0,38
Leptodactylus furnarius Sazima e Bokermann (1978) 18 1,14
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 49 3,11
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) 50 3,17
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) 5 0,32
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) 11 0,70
Leptodactylus sertanejo Giaretta e Costa (2007) 11 0,70
Leptodactylus syphax Bokerman (1969) 16 1,01
Liotyphlops ternetzii (Boulenger, 1896) 5 0,32
Norops meridionalis (Boettger, 1885) 1 0,06
Notomabuya frenata (Cope, 1862) 4 0,25
Odontophrynus salvatori Caramashi (1996) 97 6,15
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron e Duméril (1854) 1 0,06
Philodryas olfersii Lichtenstein (1823) 2 0,13
Phrynops geoffranus (Schweigger, 1812) 1 0,06
Physalaemus centralis Bokermann (1926) 1 0,06
Physalaemus cuvieri Fitzinger (1826) 258 16,35
Physalaemus nattereri (Steindachner, 1863) 30 1,90
Pseudopaludicola ternetzi MirandaRiveiro (1937) 15 0,95
Rhinella diptycha (Cope, 1862) 44 2,79
Rhinella rubecens (Lutz, 1925) 24 1,52
Scinax fuscomarginatus Lutz (1925) 1 0,06
Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) 71 4,50
Scinax similis (Cochran, 1952) 6 0,38
Scinax squalirostris (Lutz, 1925) 1 0,06
Scincidae sp. 1 0,06
Siphonops annulatus (Mikan, 1820) 1 0,06
Tropidurus itambere Rodrigues (1987) 11 0,70
Tropidurus oreadicus (Rodrigues, 1987) 2 0,13
Tropidurus sp. 19 1,20
Tropidurus torquatus (WiedNeuwied, 1820) 58 3,68
Total 1578 100,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Tabela 33 - Estimativas de riqueza da herpetofauna da ARIE JK.

Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%


Grupo Área Chao1 Jackknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
Cerrado Busca Ativa 42 1067 79,46 29,65 51,54 189,01 56,98 5,47, 49,49 71,98
Mata de
Busca Ativa 20 478 20,99 2,3 20,07 34,27 21,99 1,99 20,39 30,21
Herpetofauna Galeria
ARIE JK Busca Ativa 44 1545 72,14 23,15 50,88 159,16 56,99 5,09 50,18, 71,27

ARIE JK Pitfalls 10 33 11,45 2,23 10,16 22,56 12,90 2,39 10,71 21,90
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 52 - Distribuição da abundância de espécies da herpetofauna encontradas na ARIE JK durante


as campanhas de setembro a dezembro de 2018.

0 50 100 150 200 250


Physalaemus cuvieri
Dendropsophus minutus
Ameerega flavopicta
Boana albopunctata
Barycholos ternetzi
Odontophrynus salvatori
Scinax fuscovarius
Tropidurus torquatus
Leptodactylus labyrinthicus
Leptodactylus fuscus
Rhinella diptycha
Boana lundii
Rhinella rubecens
Physalaemus nattereri
Tropidurus sp.
Leptodactylus furnarius
Elachistocleis cesarii
Leptodactylus syphax
Pseudopaludicola terntezi
Ameiva ameiva
Leptodactylus sertanejo
Leptodactylus mystacinus
Tropidurus itambere
Scinax similis
Hemidactylus mabouia
Leptodactylus latrans
Lyotiphlops ternetzii
Bokermanohyla sapiranga
Copeoglossum nigropunctatum
Notomabuya frenata
Philodryas olfersii
Chiasmocleis albopunctata
Elachistocleis bicolor
Physalaemus centralis
Scinax fuscomarginatus
Scinax squalirostris
Scincidae
Scincidae sp.
Norops meridionalis
Tropidurus oreadicus
Boiruna maculata
Bothrops neuwiedi
Bothrops meuwiedi
Oxyrhopus trigeminus
Phrynops geoffranus
Siphonops annulatus

Abundância
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

A Tabela 34 resume os parâmetros ecológicos encontrados para a herpetofauna da


ARIE JK em cada uma das áreas amostradas por busca ativa. Os sítios amostrais com
maior riqueza de espécies e abundância total foram o Parque Ecológico Três Meninas
(24 espécies e 280 registros) e o Cerrado próximo ao SH Pôr do Sol (Ce2; 23 espécies
e 367 registros), enquanto o Parque Ecológico do Cortado (MG1) foi o sítio de menor
riqueza de espécies e abundância (nove espécies e 64 registros). A maior diversidade
de Shannon (H’), porém, foi resultante dos dados de Ce4 (H’ = 2,4), onde foram
encontradas 19 espécies e 194 exemplares da Herpetofauna, enquanto a diversidade
nas demais áreas ficou abaixo de H’ = 0,7. O sítio amostral Ce4 (região adjacente à
porção oeste da ARIE JK) também apresentou maior equitabilidade (J = 0,0124), o que
indica ser uma componente importante para a alta diversidade encontrada na área
(Tabela 34).

Quando se observa apenas os dados levantados nos transectos (i.e., sem considerar
a amostragem na estrada vicinal VC-311), a diversidade Shannon foi maior nas áreas
florestais (H’ = 2,41), em comparação às áreas de cerrado (H’ = 2,08). A diversidade
Shannon calculada para o conjunto total de dados da ARIE JK foi de H’ = 2,78. O índice
de dominância de Simpson da ARIE JK foi de D = 0,089, o que indicou uma diversidade
alta na população amostrada. Por fim a equitabilidade total foi de J = 0,0018, mostrando
que as espécies não são igualmente abundantes.

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Tabela 34 - Riqueza, número de registros, índice de diversidade e equitabilidade dos anfíbios e répteis registrados por pontos amostrais e total para o
diagnóstico ambiental da ARIE JK, por Busca Ativa.

Ponto de amostragem
ARIE JK
Ce1 Ce2 Ce3 Ce4 MG1 MG2 MG3 MG4 VC-311

R 24 23 16 19 9 16 15 11 14 44
n 280 367 143 194 64 171 130 113 84 1.545
D 0,1164 0,1146 0,1324 0,1155 0,166 0,2088 0,1213 0,1625 0,2131 0,0891
H’ 0,4575 0,4535 0,4904 2,4064 0,5582 0,6608 0,4694 0,5487 0,6695 2,7801
J 0,0016 0,0012 0,0035 0,0124 0,0087 0,0039 0,0036 0,0049 0,0079 0,0018
Total cerrado (transectos) Total matas (transectos)
D 0,046 0,1226
H’ 2,0761 2,4125
J 0,0021 0,005
Legenda: R – riqueza de espécies, n – abundância total, D – dominância de Simpson, H’ – diversidade de Shannon, J – equitabilidade de Pielou.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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A análise de diversidade beta, aplicada segundo Baselga (2010), resultou em 0,73,


com valores de aninhamento (média de 0,11) menores do que os de turnover (média
de 0,62; Tabela 35). Os maiores valores de dissimilaridade estão entre os sítios de
fitofisionomias diferentes (Matas de Galeria x Cerrado), o que é reforçado pela análise
de agrupamento (cluster), o qual encontrou dois grupos distintos da herpetofauna
formados por ambientes de fitofisionomias similar (Figura 53). Isso indica que esses
ambientes possuem uma Herpetofauna peculiar entre as fitofisionomias,
demonstrando a importância das formações abertas e florestais na composição da
herpetofauna local. Foram registradas sete espécies em comum entre os sítios
amostrais do cerrado (exceto VC-311), representando 17,5% das 40 espécies
amostradas: Ameerega flavopicta, Barycholos ternetzi, Boana albopunctata,
Dendropsophus minutus, Odontophrynus salvatori, Physalaemus cuvieri e Rhinella
diptycha. Nos pontos de mata, cinco das 20 espécies amostradas foram em todos
pontos: Boana albopunctata, Boana lundii, Dendropsophus minutus, Physalaemus
cuvieri e Scinax fuscovarius (Tabela 35).

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Tabela 35 - Parâmetros de diversidade beta entre os sítios amostrais.

Turnover Média 0,616


Sítio amostral Ce4 Ce3 Ce2 Ce1 MG4 MG3 MG2 MG1
Ce3 0,471
Ce2 0,421 0,235
Ce1 0,211 0,353 0,333

MG4 0,455 0,545 0,364 0,273
MG3 0,400 0,467 0,267 0,267 0,455
MG2 0,375 0,500 0,313 0,188 0,182 0,200
MG1 0,444 0,222 0,222 0,111 0,333 0,111 0,111
VC311 0,286 0,500† 0,429 0,286 0,455 0,643* 0,500† 0,556†
Aninhamento Média 0,113
Sítio amostral Ce4 Ce3 Ce2 Ce1 MG4 MG3 MG2 MG1
Ce3 0,0294
Ce2 0,0790 0,1457
Ce1 0,0918 0,1105 0,0136
MG4 0,1455 0,0974 0,2474† 0,2701†
MG3 0,0705 0,0333 0,1833 0,1692 0,0839
MG2 0,0536 0,0151 0,1509 0,1625 0,1515 0,0258
MG1 0,1984 0,2393† 0,3660† 0,4040* 0,0667 0,2222† 0,2489†
VC311 0,1082 0,0484 0,1611 0,1880 0,0655 0,0123 0,0333 0,0966
Diversidade Beta Média 0,729
Sítio amostral Ce4 Ce3 Ce2 Ce1 MG4 MG3 MG2 MG1
Ce3 0,500
Ce2 0,500 0,381
Ce1 0,302 0,463 0,347
† †
MG4 0,600 0,643 0,611† 0,543
MG3 0,471 0,500 0,450 0,436 0,538
MG2 0,423 0,515 0,463 0,350 0,333 0,226

MG1 0,643 0,462 0,588 0,515 0,400 0,333 0,360
VC311 0,394 0,548 0,590 0,474 0,520 0,655* 0,533 0,652†
Legenda: Os pontos com maior valor para cada parâmetro estão indicados por (*); os pontos com
valores considerados altos para determinado parâmetro estão sinalizados com ( †).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 53 - Dendrograma de similaridade entre as comunidades de herpetofauna registradas nos


diferentes sítios amostrais.

Legenda: Sítios amostrais em áreas de Cerrado (Ce1 a Ce4 e VC-311) e sítios amostrais em áreas de
Matas de Galeria (MG1 a MG4).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Nas áreas florestais, as espécies Dendropsophus minutus e Physalaemus cuvieri


pontuam entre as espécies mais abundantes em todos os sítios amostrados (Figura
54). O calango Tropidurus torquatus também apresenta elevada abundância relativa,
no entanto, não foi registrado no Parque Distrital Boca da Mata (MG4). Nessa Unidade
de Conservação, também não foi amostrado a espécie invasora Hemidactylus
mabouia (lagartixa-de-parede), registrada com baixa abundância relativa nos demais
sítios florestais. Destaca-se, que na UC supracitada foram amostradas 11 espécies
(10 anuros e uma serpente) em 113 registros, sendo as maiores abundâncias relativas
compartilhadas por três espécies: Leptodactylus fuscus, Physalaemus cuvieri, ambas
com 24 registros e Dendropsophus minutus, com 23 registros.

No levantamento de dados primários, o Parque Ecológico do Cortado (MG1) foi a área


de menor riqueza amostrada em toda a ARIE JK, com nove espécies (sete anuros e
dois lagartos) distribuídas entre 64 indivíduos. Esse valor representa 20% do total de
espécies amostradas para a ARIE JK. O Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2),
com 16 espécies e 171 registros, e a Mata de Galeria amostrada às margens do
Ribeirão Taguatinga (MG3), com 15 espécies e 130 registros, foram os sítios de mata
com maior riqueza de espécies amostrados. Cinco espécies ficaram entre as espécies
de maior abundância relativa no sítio MG3, variando de 16 a 24 registros por espécie,
enquanto em MG3 há uma clara predominância de Dendropsophus minutus (65
registros) e Boana albopunctata (34 registros) em relação às demais espécies
amostradas (17 registros ou menos).
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Figura 54 - Distribuição da abundância relativa de Herpetofauna amostrada.

INDIVÍDUOS / PONTO AMOSTRAL


0 50 100 150 200 250

Physalaemus cuvieri Fitzinger (1826)

Dendropsophus minutus (Peters, 1872)

Ameerega flavopicta (Lutz, 1925)

Boana albopunctata (Spix, 1824)

Barycholos ternetzi (Miranda-Ribeiro, 1937)

Odontophrynus salvatori Caramashi (1996)

Scinax fuscovarius (Lutz, 1925)

Tropidurus torquatus (Wied-Neuwied, 1820)

Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824)

Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)

Rhinella diptycha (Cope, 1862)

Boana lundii (Burmeister, 1856)

Rhinella rubecens (Lutz, 1925)

Physalaemus nattereri (Steindachner, 1863)

Leptodactylus furnarius Sazima e Bokermann (1978)

Elachistocleis cesarii (Miranda-Ribeiro, 1920)

Leptodactylus syphax Bokerman (1969)

Pseudopaludicola
Pseudopaludicolaternetzi
ternetzi Miranda-Riveiro (1937)

Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)

Leptodactylus sertanejo Giaretta e Costa (2007)


ESPÉCIES

Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861)

Tropidurus itambere Rodrigues (1987)

Scinax similis (Cochran, 1952)

Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)

Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)

Liotyphlops ternetzii (Boulenger, 1896)

Bokermannohyla sapiranga Brandão et al. (2012)

Norops meridionalis (Boettger, 1885)

Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 1825)

Notomabuya frenata (Cope, 1862)

Philodryas olfersii Lichtenstein (1823)

Scinax fuscomarginatus Lutz (1925)

Scinax squalirostris (Lutz, 1925)

Chiasmocleis albopunctata (Boettger, 1885)

Elachistocleis bicolor (Guérin-Méneville, 1838)

Physalaemus centralis Bokermann (1926)

Siphonops annulatus (Mikan, 1820)

Phrynops geoffranus (Schweigger, 1812)

Tropidurus oreadicus (Rodrigues, 1987)

Boiruna maculata (Boulenger, 1896)

Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron e Duméril (1854)

Bothrops neuwiedi Wagler (1824)

MG1 MG2 MG3 MG4 Ce1 Ce2 Ce3 Ce4 VC-311

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Em relação às áreas de formações savânicas, a espécie Physalaemus cuvieri está


entre as espécies mais representativas em três dos quatro transectos amostrados. O
sítio amostral Ce2 apresentou as maiores abundâncias específicas, com 77 registros
de Physalaemus cuvieri e 70 registros de Barycholos ternetzi (Figura 54). A
abundância total neste ponto foi de 367 registros com 23 espécies (18 anuros e 5
lagartos) amostradas. Nos transectos Ce3 e Ce4, ambos próximos ao SH Sol
Nascente, foram amostradas 15 e 21 espécies respectivamente. No primeiro, foram
contabilizadosdez anuros e cinco lagartos em 142 registros, enquanto no segundo, 18
anuros, dois lagartos e uma serpente em 194 registros.

O Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) e o Cerrado próximo ao SH Pôr do Sol (Ce2)
foram os sítios amostrais de maior riqueza específica, com 24 e 23 espécies
respectivamente. No Parque Ecológico Três Meninas, foram amostradas 19 espécies
de anuros, duas de lagartos, duas de serpentes e uma espécie de gymnofiona, com
280 registros, representando 54% da riqueza total de espécies amostradas.

Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção (dados primários)

Das 44 espécies amostradas para a herpetofauna, 15 espécies são endêmicas do


Brasil, sendo sete dessas de ocorrência restrita ao Bioma Cerrado, como os anuros
Rhinella rubecens (Figura 56), Ameerega flavopicta (Figura 58), Barycholos ternetzi
(Figura 57) e Boana lundii (Figura 59). Pode-se, também, destacar seis espécies pela
sua raridade (Figura 55): os anuros Odontophrynus salvatori (
Figura 60), Bokermannohyla sapiranga (
Figura 61) e Leptodactylus sertanejo (Figura 62), o lagarto Norops meridionalis
(Figura 63), a serpente Boiruna maculata (Figura 64) e a cecília Siphonops annulatus
(Figura 65). A primeira espécie é um anuro com uma distribuição bem restrita,
ocorrendo em apenas três regiões conhecidas até então: Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros (Alto Paraíso/GO), Parque Estadual da Serra dos Pirineus
(Pirenópolis/GO) e Distrito Federal (Parque Nacional de Brasília, Estação Ecológica
Águas Emendadas e APA Gama Cabeça de Veado). (VALDUJO et al 2012; ULISES
et al 2019). A segunda espécie é um anuro com distribuição ampla no DF, sua
localidade típica, e também em alguns municípios de Goiás (BRANDÃO, 2012). Essa
espécie é considerada frágil às perturbações no ambiente, sendo este o caso também
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do anuro Leptodactylus sertanejo, comumente atacado pelo fungo quitrídeo (STUART


et al. 2004).

Tendo em vista os diversos problemas que cercam a ARIE JK, como poluição sonora
e do ar, lixo a céu aberto, degradação dos corpos d’água e dos fragmentos de matas
e cerrados; encontrar espécies sensíveis é uma surpresa, aumentando a importância
de se implementar ações de preservação nas UCs. As espécies Norops meridionalis
e Siphonops annulatus são espécies naturalmente de população rara e cujos hábitos
ecológicos dificultam sua detecção. Por fim, Boiruna maculata é uma serpente ainda
com poucas informações, e apesar de ter uma distribuição que vai desde o Brasil
Central até Argentina e Uruguai, parece ser rara encontrá-la no Brasil.

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Figura 55 - Mapa de espécies raras da Herpetofauna amostradas in situ.

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Relatório fotográfico

Figura 56 - Rhinella rubecens. Figura 57 - Barycholos ternetzi.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 58 - Ameerega flavopicta. Figura 59 - Boana lundii.

Fonte: Teixeira Jr. (2018). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 60 - Odontophrynus salvatori. Figura 61 - Bokermanohyla Sapiranga.

Fonte: Maneyro (2006). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 62 - Leptodactylus sertanejo. Figura 63 - Norops meridionalis.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).
Figura 64 - Boiruna maculata. Figura 65 - Siphonops annulatus.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: Schlueter (2006).

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2.2.2.3 Mastofauna

Caracterização com uso de dados secundários

Os levantamentos da mastofauna elaborados pelo EIA do Aterro Sanitário do Distrito


Federal (PROGEA, 2005), Plano de Manejo de 2006 (NCA, 2006) e EIA “Bordas de
Ceilândia” (PROGEA, 2009) resultaram no registro de 32 espécies de mamíferos
silvestres para a ARIE JK. A lista resultante da compilação de dados secundários não
contém espécies consideradas ameaçadas pela lista vermelha nacional (ICMBio,
2018) e internacional (IUCN, 2019). Apesar desses estudos não terem encontrado
espécies endêmicas do Cerrado, foi registrada a presença de sagui-de-tufo-pretos
(Callithrix penicillata), espécie considerada endêmica do Brasil (PAGLIA et al., 2012).
As ordens com maiores riquezas de espécies documentadas na ARIE JK foram
Rodentia e Chiroptera (ambas com 33,3% da riqueza total), as quais naturalmente são
as ordens mais diversas do Bioma (PAGLIA et al., op. cit.), sendo as demais
representadas por no máximo três espécies (Anexo 3). Destaca-se que sete espécies
domésticas, invasoras e sinantrópicas (Boi - Bos taurus; Porco - Sus scrofa; Cavalo -
Equus caballus; Cachorro - Canis lupus; Gato - Felis catus; Camundongo - Mus
musculus; e Ratazana - Rattus norvegicus) foram observadas no interior de áreas
nativas da ARIE JK (NCA, 2006).

No presente documento foram desconsideradas as espécies de roedores Calomys


callosus, Cerradomys subflavus e Rhipidomys mastacalis, pois a ocorrência destas
espécies no Distrito Federal é incerta. Calomys callosus é uma espécie registrada
apenas para os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (BONVICINO et al.,
2008; DUNNUM et al., 2018), enquanto Cerradomys subflavus é confirmada para o
Nordeste e Sudeste brasileiro (BONVICINO et al., 2008; PERCEQUILLO e
LANGGUTH, 2016). Rhipidomys mastacalis tem ocorrência reconhecida apenas para
a Mata Atlântica. (BONVICINO et al., 2008; PATTON et al., 2015). Assim, foram
consideras 29 espécies, 15 famílias e sete ordens de mamíferos de ocorrência na
ARIE JK. A taxonomia apresentada na lista de espécies da mastofauna documentada
para a ARIE JK (Anexo 3) segue o proposto por Paglia et al. (2012) para todos os
grupos de mamíferos.

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Dados Primários

Os levantamentos in situ registraram 23 espécies, 13 famílias e 6 ordens de mamíferos


na ARIE JK. Desse total, três espécies de pequenos mamíferos foram amostradas por
meio das armadilhas de interceptação e queda dispostas para amostragem de
herpetofauna, sendo eles: um filhote de cuíca (Gracilinanus agilis), um adulto de
cuíca-de-três-listras (Monodelphis americana) e um outro adulto de rato-do-mato
(Hylaeamys megacephalus). Destas espécies, M. americana é aquela que apresenta
distribuição à oeste limitada ao estado de Goiás (SOLARI et al., 2012; PAVAN et al.,
2014; CARMIGNHOTTO et al., 2015; MORAES et al., 2016; PERCEQUILLO et al.,
2016). Também foram avistados dois indivíduos de Saruê (Didelphis albiventris),
sendo um no sítio amostral Ce2 e outro no Ce3. No presente trabalho, não houve
esforço de coleta de pequenos mamíferos, sendo esse grupo considerado apenas na
lista final de espécies de mamíferos da ARIE JK. Das 22 espécies observadas,
nenhuma é considerada de distribuição restrita ou endêmica do Cerrado (PLAGIA et
al., 2012). Em comparação aos dados secundários, foram amostradas oito espécies
de mamíferos não registradas anteriormente na ARIE JK, totalizando 38 mamíferos
documentados para a UC (Anexo 3).

Mamíferos terrestres

Os mamíferos de médio e grande porte somaram 15 espécies e 131 indivíduos


amostrados nas campanhas realizadas (Tabela 36), das quais cinco espécies
registradas pela primeira vez na ARIE JK (Anexo 3). O sucesso de avistamento de
rastros e vestígios foi de 18% por quilometro percorrido. As espécies mais abundantes
nos ambientes savânicos foram as generalistas em relação ao habitat como o
cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e o sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata),
com nove indivíduos cada, enquanto as espécies menos abundantes foram o
jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), o cangambá (Conepatus semistriatus) e o
quati (Nasua nasua), sendo avistado apenas um exemplar de cada espécie.

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Tabela 36 - Registro das espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte nas diferentes formações vegetais da ARIE JK, incluindo os dados
ecológicos resultantes das três campanhas realizadas em 2018.
Formações savânicas Formações florestais Total
Espécies
Ce1* Ce2 Ce3 Ce4 MG1* MG2* MG3 MG4* Ce MG Arie JK
Cingulata
Dasypus novemcinctus 1 1 2 1 5 5
Dasypus sp. 1 1 1 2 5 5
Euphractus sexcinctus 1 1 1 3 3
Primata
Callithrix penicillata 6 5 9 12 14 11 7 7 32 39 71
Sapajus libidinosus 3 3 3
Carnivora
Cerdocyon thous 2 4 2 2 1 2 10 3 13
Herpailurus yagouaroundi 1 1 1
Conepatus semistriatus 1 1 1
Eira barbara 4 4 4
Galictis cuja 2 2 2
Nasua nasua 3 3 3
Procyon cancrivorus 1 2 3 3
Rodentia
Hydrochoerus hydrochaeris 2 2 2 3 5 4 10 14
Cuniculus paca 1 1 2 2
Dasyprocta azarae 1 1 1
Riqueza 6 8 7 7 3 3 5 2 12 6 15
Abundância 15 16 19 23 19 15 15 9 73 58 131
Chao 1 7,5 13 7,2 7,25 3 3 8 2 12,5 6 16
Entropia Shannon 1,53 1,84 1,61 1,51 0,52 0,41 0,90 0,20 1,96 1,06 1,74
Diversidade Shannon real 4,61 6,27 5,01 4,55 1,68 1,50 1,22 2,45 6,88 2,89 5,70
Legenda: Ce – formações savânicas; MG – formações florestais; O asterisco (*) os Parques Distritais inseridos na ARIE JK (Ce1: Parque Ecológico Três
Meninas; MG1: Parque Ecológico do Cortado; MG2: Parque Ecológico Saburo Onoyama; e MG4: Parque Distrital Boca da Mata).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Nos ambientes florestais a espécie mais abundante foi Callithrix penicillata, com 39
indivíduos, seguida pela capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), com dez indivíduos,
enquanto somente um exemplar de cutia (Dasyprocta azarae) na área. Em todas as
áreas e em todas as campanhas foram registradas espécies domésticas como:
cachorro-doméstico (Canis familiares), boi (Bos taurus), cavalo (Equus caballus),
porco (Sus scrofa), gato (Felis catus) e camundongo (Mus musculus) (Tabela 37).

Tabela 37 - Espécies exóticas avistadas no interior dos sítios amostrais da ARIE JK ao longo das três
campanhas.

Espécies exóticas Ce1 Ce2 Ce3 Ce4 MG1 MG2 MG3 MG4 Total
Bos taurus 1 1
Equus caballus 1 1 1 1 4
Canis familiares 3 4 2 3 2 2 2 2 20
Riqueza 2 2 3 1 1 1 2 1 3

A riqueza de espécies de mamíferos de médio e grande porte foi maior nas áreas de
formação savânica (12 espécies) quando comparado com as áreas de matas (seis
espécies). Destaca-se que nove espécies foram registradas apenas em áreas de
Cerrado (Anexo 3), resultando em uma maior entropia de Shannon (definida por JOST,
2007). A Figura 66 apresenta as curvas de rarefação e extrapolação para a estimativa
da riqueza em cada um dos ambientes. Apesar da tendência de maior riqueza em
ambientes savânicos, observa-se sobreposição entre os intervalos de confiança das
curvas de riqueza de espécies estimada, não permitindo afirmar de forma assertiva a
diferença de riqueza de espécies entre os ambientes amostrados pelo presente
estudo. A riqueza acumulada observada foi menor do que a estimada por Jackknife1
(17,97 [15,73 — 27,10; IC = 95%]) e por Chao1 (17,23 [15,26 — 33,91; IC = 95%]),
indicando que em um monitoramento prolongado deste grupo, outras espécies
tendem a ser registradas na ARIE JK (Figura 66 e Tabela 38).

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Tabela 38 - Estimativas de riqueza para Mastofauna – Médios e Grandes Mamíferos – na ARIE JK.
Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%
Grupo Área Chao1 Jacknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
Cerrado Busca Ativa 12 73 13,97 3,69 12,17 33,85 13,97 1,97 12,38 22,12
Masto
Mata de
(Médios e Busca Ativa 6 58 6,49 1,30 6,02 14,32 6,98 1,39 6,12 13,70
Galeria
Grandes)
ARIE JK Busca Ativa 15 131 17,23 3,37 15,26 33,91 17,97 2,43 15,73 27,10
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 66 - Curva de rarefação (linhas espessas) e extrapolação (linhas finas) por amostra das
espécies de mamíferos de médio e grande porte nas diferentes formações vegetais de Cerrado
amostradas.

25
Número de espécies

20

15

10

0
1 5 9 13 17
Número de amostras
Legenda: As linhas pretas indicam os ambientes florestais e as linhas cinza os savânicos. As linhas
pontilhadas indicam os intervalos de confiança (significância igual a 5%) obtidos através do método de
bootstrap.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Na partição da distribuição da diversidade, a riqueza e a diversidade multiplicativa e


aditiva em cada fragmento (α1) analisado foi menor do que o esperado. A diversidade
beta entre os fragmentos (β1) foi menor que o esperado para as espécies exclusivas
de cada fragmento (aditiva). A diversidade no nível das formações (α2) foi menor que
o esperado em todos os parâmetros (aditiva, q = 0, q = 1 e q = 2). A diversidade beta
entre as formações (β2) foi maior que o esperado. A partição para as formações
florestais indicou uma diversidade similar nas áreas (α1) e maior diversidade do que o
esperado nos fragmentos (β1). Na formação savânica, a diversidade beta entre os
fragmentos (β1) foi maior que o esperado para as espécies exclusivas (aditiva; Tabela
39). Assim, esses resultados indicam que os diferentes fragmentos apresentam
particularidades na composição e diversidade de espécies, e que a perda de algum
desses fragmentos pode significar a perda de um pool de espécies para a região.

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Tabela 39 - Comparação entre a diversidade esperada e a observada considerando a partição aditiva,


com os valores de ordem (q) iguais a 0 (riqueza), próximo de 1 (diversidade de Shannon) e igual a 2
(diversidade Simpson).
Formações q=0
Níveis Aditiva q = 1 (Shannon) q = 2 (Simpson)
Florestais (Riqueza)
α1 5,12*< 5,1*< 3,38*< 2,5
β1 1,63*< 1,32*< 1,18 1,1
Todas as formações
α2 6,75*< 6,72*< 3,99*< 2,74*<
β2 8,25*> 2,22*> 1,4*> 1,12*>
α1 3,25 3,25 2,27 1,85
Florestal
β1 2,75 1,85*> 1,26*> 1,09
α1 7 7 5,07 3,82
Savânica
β1 5*> 1,71 1,38 1,16
Legenda: A diversidade de espécies é indicada aqui em dois níveis hierárquicos (i.e., fragmentos e as
formações vegetais). Também estão indicados os valores obtidos para as comparações considerando
os dois tipos de formações vegetais isoladamente. Deste modo, com um nível hierárquico (i.e.,
fragmentos). O asterisco indica diferenças significativas que podem ser menores (*<) ou maiores (*>)
do que o esperado ao acaso (p < 0,05).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Mamíferos voadores

O sucesso de captura dos mamíferos voadores foi de 13%, com uma riqueza total de
apenas quatro espécies e 59 indivíduos capturados (Tabela 40). Na somatória das
três campanhas, a abundância de cada espécie foi de no máximo cinco espécimes
por sítio amostral, com exceção de Carollia perspicillata (Figura 80) que atingiu 21
indivíduos na Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga (MG3). A formação
savânica indicou uma maior riqueza e diversidade, enquanto a maior abundância foi
na florestal, especialmente pela elevada abundância de Carollia perspicillata (Tabela
40). A riqueza estimada nas curvas de rarefação e extrapolação para todas as áreas
não indicou diferença significativa entre as duas formações vegetais, apresentando
sobreposição entre os intervalos de confiança (Figura 67). A riqueza observada foi
próxima à estimada por Jackknife1 (4,98 [4,12 — 11,71; IC = 95%]) e por Chao1 (4 [4
— 5,44; IC = 95%]), indicando que o estudo provavelmente registrou a maioria das
espécies de quirópteros da ARIE JK (Figura 67 e Tabela 41).

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Tabela 40 - Registro das espécies de mamíferos voadores nas áreas de amostragem da ARIE JK
considerando as três campanhas realizadas.
Formações
Formações florestais
Espécies savânicas
Ce1* Ce2 Ce4 MG1* MG2* MG3
Artibeus lituratus 2 5 0 1 3 0
Carollia
4 3 3 3 4 21
perspicillata
Glossophaga
1 0 0 0 0 0
soricina
Sturnira lilium 2 5 0 0 2 0
Riqueza 4 3 1 2 3 1
Abundância 9 13 3 4 9 21
Chao 1 4 3 1 2 3 1
Shannon 3,57 2,93 1 1,75 2,89 1
Legenda: O asterisco (*) indica os Parques Distritais inseridos na ARIE JK (Ce1: Parque Ecológico
Três Meninas; MG1: Parque Ecológico do Cortado; e MG2: Parque Ecológico Saburo Onoyama).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Tabela 41 - Estimativas de riqueza para Mamíferos Voadores.

Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%


Grupo Área Chao1 Jacknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
Rede de
Cerrado 4 25 4 0,47 4 5,44 4,96 1,37 4,12 11,58
Neblina
Mastofauna Mata de Rede de
3 34 3 0,36 3 3,91 3 0,36 3 3,91
(Voadores) Galeria Neblina
Rede de
ARIE JK 4 59 4 0,48 4 5,44 4,98 1,39 4,12 11,71
Neblina
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 67 - Curva de rarefação (linhas espessas) e extrapolação (linhas finas) por amostra das espécies de mamíferos voadores nas diferentes formações
vegetais de Cerrado amostradas da ARIE JK.
6
Número de espécies

0
1 5 9
Número de amostras

Legenda: As linhas pretas indicam os ambientes florestais e as linhas cinza os savânicos. As linhas pontilhadas são os intervalos de confiança (significância
igual a 5%) obtidos através do método de bootstrap.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Análise dos resultados

Os resultados obtidos mostram uma baixa riqueza e diversidade dos grupos de


mamíferos amostrados (terrestres e voadores) na ARIE JK (Tabela 36, Tabela 40 e
Figura 68), com uma maior abundância de espécies generalistas como o cachorro-
do-mato (Cerdocyon thous), a capivara (Hydrochoerus hydrocaeris), o sagui-de-tufos-
pretos (Callithrix penicillata) e os morcegos - Artibeus lituratus (Figura 81) e Carollia
persipicillata. A diversidade de médios e grandes nas formações (α2) foi menor que a
esperada e maior entre as formações (β2) (Tabela 39), indicando uma maior
substituição de espécies deste grupo entre as fitofisionomias. As espécies de maior
ocorrência neste levantamento foram o sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata) e
o morcego (Carollia perspicillata), ambas espécies presentes em todos os sítios
amostrais, e o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), ausente apenas em MG1 e MG2.
A diversidade de grandes roedores foi maior nas áreas de mata do que nas áreas de
Cerrado, enquanto os Carnivora foram mais representativos nessa última área. Em
relação aos morcegos, o maior registro de riqueza de espécies e diversidade nas
áreas de Cerrado não foi significativamente diferente das formações florestais (Tabela
40 e Figura 67). A amostragem total de morcegos foi insuficiente para uma
comparação estatística entre os seis sítios amostrais.

Na comparação entre os sítios amostrais, foi observada uma menor riqueza e


diversidade de mamíferos de médio e grande porte nas Unidades de Conservação
internas à ARIE JK quando comparadas aos sítios amostrais externos às UCs (Tabela
36). A abundância registrada nos Parques Distritais foi baixa, o que não permite
comparações estatísticas entre as comunidades das UCs. Nas UCs Parque Ecológico
do Cortado (MG1) e Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2) foram amostradas
espécies generalistas como capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), sagui-de-tufos-
pretos (Callithrix penicillata) e os morcegos Carollia persipicillata e Artibeus lituratus,
sendo essas quatro espécies amostradas em ambas as UCs; e o macaco-prego
(Sapajus libidinosus), amostrado em MG1 e, a paca (Cuniculus paca) e o morcego
Sturnia lilium, amostrados em MG2. No Parque Distrital Boca da Mata (MG4), onde o
fragmento de mata apresenta maior pressão antrópica negativa, foram registradas as
espécies Callithrix penicillata e Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), as quais
também foram amostradas no fragmento de mata às margens do ribeirão Taguatinga
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(MG3). No sítio MG3, também, houve o registro de cutia (Dasyprocta azarae),


Hydrochoerus hydrochaeris, Cuniculus paca e Carollia perspicillata, sendo este o
fragmento de mata com maior riqueza e diversidade de mamíferos de médio e grande
porte e maior abundância de morcegos no presente estudo (Tabela 36 e Tabela 40).
Não houve esforço de captura de morcegos no Parque Distrital Boca da Mata.

O Parque Ecológico Três Meninas (Ce1), única UC interna amostrada em área de


Cerrado, apresentou maior riqueza de espécies e diversidade para os dois grupos de
mamíferos dentre as UCs. Nesse Unidade de Conservação foram amostradas as
quatro espécies de morcegos, os três táxons de tatus (Dasypus sp., Dasypus
novemcinctus e Euphractus sexcinctus), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a
irara (Eira barbara), sendo este o único sítio amostral com registro de irara e morcego-
beija-flor (Glossophaga soricina). A riqueza de espécies e abundância total de médios
e grandes mamíferos foi similar entre os outros três sítios amostrais do Cerrado,
variando de sete (Ce3 e Ce4) a oito (Ce2) espécies e 11 (Ce3) a 12 (Ce2 e Ce4)
registros por sítio. As espécies Dasypus novemcinctus, Callithrix penicillata e
Cerdocyon thous foram encontradas em todos os sítios de Cerrado, enquanto o
jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi) e o furão (Galictis cuja), espécies estritamente
carnívoras (PAGLIA et al., 2012), foram amostradas apenas no sítio Ce2, área
próxima ao Parque Ecológico Três Meninas.

O relatório fotográfico apresentado mais adiante ilustra as espécies encontradas


durante os trabalhos de campo na ARIE JK, incluindo, além das espécies citadas
acima, a cuíca (Gracilinanus agilis - Figura 77), um adulto de cuíca-de-três-listras
(Monodelphis americana - Figura 78), um adulto de rato-do-mato (Necromys lasiurus
- Figura 79), e o saruê (Didelphis albiventris).

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Figura 68 - Mapa de distribuição de registros da Mastofauna terrestre e voadora.

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Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção (dados primários)

O gato jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi - Figura 69), observado e registrado


dentro da ARIE JK, no levantamento de dados primários, é classificado como espécie
vulnerável (VU) pela lista de espécies ameaçadas de extinção nacional e apresenta
declínio de sua população mundial (CASO e CARVAJAL, 2015; ALMEIDA et al., 2018),
fato que pode ser relacionado principalmente à perda e à fragmentação de habitat
pela expansão agrícola (ALMEIDA et al., 2013). Seu registro no interior da ARIE JK é
considerado uma das ocorrências mais notáveis e surpreendentes ao longo dos
trabalhos deste Plano de Manejo.

Essa tendência de declínio populacional e de vulnerabilidade é percebida em outras


seis espécies, um marsupial (Monodelphis americana - Figura 70), os dois primatas
amostrados (Callithrix penicillata Figura 71 e Sapajus libidinosus - Figura 72) e três
espécies da ordem Carnivora (Eira barbara - Figura 73, Nasua nasua - Figura 74 e
Procyon cancrivorus - Figura 75) (ASTUA-DE-MORAES et al., 2016; CUARÓN et al.,
2016; EMMONS e HELGEN, 2016; REID et al., 2016; BICCA-MARQUES et al., 2018;
BOUBLI et al., 2018).

Relatório fotográfico

Figura 69 - Herpailurus yagouaroundi. Figura 70 - Monodelphis americana.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: Dawson (2006).

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Figura 71 - Callithrix penicillata. Figura 72 - Sapajus libidinosus.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: ICMBio (2020).

Figura 73 - Eira barbara. Figura 74 - Nasua nasua.

Autor: Mercon (2015). Fonte: Izanbar (2015).


Figura 75 - Procyon cancrivorus. Figura 76 - Didelphis albiventris.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 77 - Gracilinanus agilis. Figura 78 - Monodelphis americana.

Fonte: Finley (2017). Fonte: Vale (2018).

Figura 79 - Necromys lasiurus. Figura 80 - Carollia perspicillata.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 81 - Artibeus lituratus. Figura 82 - Hydrochoerus hydrochaeris.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2.2.4 Avifauna

Caracterização com uso de dados secundários

Foram encontrados cinco trabalhos com dados de avifauna da ARIE JK: o EIA do
Aterro Sanitário do Distrito Federal (PROGEA, 2005), que fica adjacente à porção
noroeste da ARIE JK; o primeiro Plano de Manejo da ARIE JK (NCA, 2006); o EIA
“Bordas de Ceilândia”; o Trabalho de Conclusão de Curso de Sampaio (2012), único
estudo acadêmico encontrado relacionado à fauna da ARIE JK; e, por fim, o projeto
educacional “Vamos Passarinhar nos Parques do DF” (IBRAM-DF, 2017c), uma
parceria entre o IBRAM-DF e o grupo Observaves. O levantamento resultante destes
trabalhos gerou uma lista de 147 espécies de aves na ARIE JK (Anexo 4)
representando 17% das espécies que ocorrem no Cerrado. Das 147 espécies, 5 são
migratórias e uma é considerada endêmica e quase ameaçada (NT) a nível nacional
(ICMBio, 2018) e internacional (IUCN, 2018), o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops
- Figura 95). As famílias Tyrannidae (23 espécies) e Thraupidae (18 espécies) foram
as mais representativas deste levantamento, o que está de acordo com o esperado
para o Bioma (SICK, 1997). A nomenclatura apresentada segue Piacentini et. al. 2015.

O Plano de Manejo da ARIE JK anterior (NCA, 2006), o estudo mais abrangente para
a fauna local, registrou 126 das 147 espécies, enquanto o EIA do Aterro Sanitário do
Distrito Federal (PROGEO, 2005) registrou 110 espécies. Das 129 espécies de aves
apresentadas no EIA “Bordas de Ceilândia”, apenas 37 espécies foram consideradas
para a Lista de espécies da avifauna documentada para a ARIE JK (Anexo 4), uma
vez que as informações dos demais registros tinham origem em trabalhos
considerados no presente documento (PROGEA, 2009).

Dos fragmentos amostrados por Sampaio (2012) e IBRAM-DF (2017c), apenas o


Parque Ecológico do Cortado faz parte da ARIE JK. Dessa forma, foram incluídos
somente as espécies observadas na área, resultando em 42 registros no primeiro e
49 registros no segundo trabalho. Mesmo abrangendo a ARIE JK em apenas um ponto,
os trabalhos de Sampaio (op. cit.) e IBRAM-DF (op. cit.) amostraram juntos 75
espécies para o Cortado e foram responsáveis pela inclusão de 17 espécies não
observadas em outros trabalhos na ARIE JK (Anexo 4).

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Dados Primários

Foram registradas 163 espécies, pertencentes a 50 famílias, na ARIE JK. Destas,


cinco espécies são consideradas raras (SICK, 1997), seis endêmicas, duas são
exóticas, 27 listadas no Anexo II do CITES (CITES, 2018) e duas espécies
consideradas quase ameaçadas (uma na lista nacional – ICMBio, 2018; e outra na
lista internacional – IUCN, 2018). Do total de espécies inventariadas em campo, 126
espécies foram registradas em áreas de Cerrado e 114, em áreas de matas, sendo
42 espécies encontradas apenas em áreas de Cerrado e 30 espécies registradas
apenas em áreas de matas. Somando-se aos dados secundários, obteve-se um total
de 196 espécies registradas na ARIE JK, sendo que 48 espécies foram registradas na
pela primeira vez na área de estudo (Anexo 4).

As riquezas estimadas de aves por Jackknife1 (131,99 [126,33 — 145,08; IC = 95%])


e por Chao1 (126,17 [122,98 — 139,68; IC = 95%]) são maiores do que a riqueza
observada, sendo mais um indicativo de que a riqueza de aves na área amostrada é
maior do que a riqueza que foi encontrada durante as amostragens (Tabela 42).
Assim, a riqueza observada esteve marginal à riqueza do estimador Chao 1, o que
indica que o esforço empregado esteve próximo ao pool de espécies do local.

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Tabela 42 - Estimativas de riqueza para Avifauna na ARIE JK.


Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%
Grupo Área Chao1 Jackknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
Cerrado Censo 91 1143 94.122 2.762 91.703 104.858 100.991 4.469 95.326 114.075
Mata de
Aves Censo 84 961 85.284 1.582 84.195 92.442 89.994 3.461 86.094 101.154
Galeria
ARIE JK Censo 122 2104 126.165 3.542 122.981 139.684 131.995 4.471 126.328 145.083
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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A diversidade estimada (H’) para as áreas de cerrado e de floresta foi similar, sendo
a primeira ligeiramente maior que a última. A distribuição das espécies nas
comunidades amostradas também é relativamente homogênea, como indicam os
índices de equitabilidade (J). Nota-se que, em comunidades florestais, a equitabilidade
é ligeiramente maior, conferindo a estas, uma maior diversidade estimada. Os valores
encontrados para J indicam que uma maior diversidade poderia ser abrigada em
ambas as áreas. Ao todo foram registradas, por censo, 91 espécies nas áreas de
Cerrado e 79, nas áreas florestais (Tabela 43).

Tabela 43 - Resultados ecológicos dos registros realizados por meio dos censos pontuais em
formações abertas e florestais na ARIE JK entre setembro e dezembro de 2018.
Formação H' J Abundância Riqueza
Cerrado 3,76 0,83 1.143 91
Mata de Galeria 3,83 0,86 961 84
Legenda: H’ – Diversidade de Shannon; J – Equitabilidade.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As áreas com maior diversidade (H’) foram as Matas de Galeria do ribeirão Taguatinga
(MG3) e o Cerrado do Parque Ecológico Três Meninas (Ce1), com índices
semelhantes entre elas (Tabela 44). A distribuição das espécies nestas comunidades
é relativamente homogênea e há um potencial de abrigarem mais espécies, como
indicam os índices de equitabilidade (J). O Parque Ecológico Saburo Onoyama
também apresentou uma alta diversidade de espécies, porém menor do que as UCs
citadas anteriormente (Tabela 44). O Cerrado amostrado próximo ao SH Sol Nascente
(Ce3) está entre as áreas mais diversas, com altos índices de H’ e J, quando
comparada às outras áreas amostradas neste trabalho. As áreas com menores
índices de diversidade foram o Parque Ecológico do Cortado, as áreas de Cerrado na
porção oeste da ARIE JK e o Parque Distrital Boca da Mata. As famílias Tyrannidae e
Thraupidae foram as mais representativas em riqueza de espécies na ARIE JK, com
22 e 21 espécies registradas respectivamente (Figura 83).

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Tabela 44 - Resultados ecológicos dos registros realizados por meio dos censos pontuais em cada sítio
amostral.
Área H' J Abundância Riqueza

MG1 3,36 0,88 306 47


MG2 3,51 0,89 311 51
MG3 3,61 0,91 239 52
MG4 2,70 0,80 112 30
Ce1 3,59 0,85 535 67
Ce2 3,06 0,80 362 47
Ce3 3,60 0,91 236 53
Legenda: MG1 – Parque Ecológico do Cortado, MG2 – Parque Ecológico Saburo Onoyama, MG3 –
matas de galeria às margens do Ribeirão Taguatinga, MG4 – Parque Distrital Boca da Mata, Ce1 –
Parque Ecológico Três Meninas, Ce2 – cerrado próximo ao SH Pôr do Sol e Ce3 – cerrado próximo ao
SH Sol Nascente.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 83 - Representatividade de espécies de aves por família registradas na região da ARIE JK.

0 5 10 15 20 25
Tyrannidae
Thraupidae
Furnariidae
Accipitridae
Columbidae
Picidae
Psittacidae
Falconidae
Parulidae
Trochilidae
Ardeidae
Cuculidae
Rallidae
Tinamidae
Anatidae
Hirundinidae
Icteridae
Rhynchocyclidae
Strigidae
Thamnophilidae
Troglodytidae
Turdidae
Caprimulgidae
Cathartidae
Fringillidae
Scolopacidae
Threskiornithidae
Vireonidae
Alcedinidae
Apodidae
Bucconidae
Cariamidae
Charadriidae
Corvidae
Dendrocolaptidae
Galbulidae
Jacanidae
Mimidae
Momotidae
Motacillidae
Nyctibiidae
Passerellidae
Passeridae
Phalacrocoracidae
Pipridae
Polioptilidae
Ramphastidae
Recurvirostridae
Tityridae
Tytonidae

Número de espécies

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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As espécies com maior número de registros foram: o tiziu (Volatinia jacarina), sabiá-
branco (Turdus leucomela), o garrinchão (Cantorchilus leucotis) e chorozinho-de-bico-
comprido (Herpsilochmus longirostris, endêmico do Cerrado). Dentre as formações
vegetais, as espécies mais abundantes nas áreas de Cerrado foram Volatinia jacarina,
e Tyrannus melancholicus, espécies de hábitos generalistas, comumente encontradas
em áreas abertas alteradas do Cerrado. Nas áreas florestais, as espécies mais
abundantes foram o sabiá-branco (Turdus leucomela), o balança-rabo (Polioptila
dumicola), o garrinchão (Cantorchilus leucotis) e chorozinho-de-bico-comprido
(Herpsilochmus longirostris, endêmico do Cerrado), que são espécies comumente
encontradas em matas e bordas de mata na região do Cerrado (Figura 84).

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Figura 84 - Abundância relativa de aves registradas na ARIE JK, 2018.

0 5 10 15 20 25
Volatinia jacarina
Turdus leucomelas
Cantorchilus leucotis
Herpsilochmus longirostris
Polioptila dumicola
Myiothlypis leucophrys
Sporophila nigricollis
Cantorchilus leucotis
Basileuterus culicivorus
Euphonia chlorotica
Pitangus sulphuratus
Empidonomus varius
Myiozetetes cayanensis
Todirostrum cinereum
Antilophia galeata
Galbula ruficauda
Tolmomyias sulphurescens
Cyclarhis gujanensis
Forpus xanthopterygius
Myiarchus ferox
Myiothlypis flaveola
Pheugopedius genibarbis
Picumnus albosquamatus
Synallaxis scutata
Tangara cayana
Tangara sayaca
Thlypopsis sordida
Leptotila rufaxilla
Turdus rufiventris
Coereba flaveola
Colonia colonus
Columbina talpacoti
Coryphospingus cucullatus
Crotophaga ani
Eucometis penicillata
Euphonia violacea
Lochmias nematura
Myiarchus swainsoni
Saltator similis
Sicalis flaveola
Synallaxis frontalis
Thamnophilus caerulescens
Tyrannus savana
Veniliornis passerinus
Brotogeris chiriri
Buteo nitidus
Clibanornis rectirostris
Colaptes melanochloros
Coragyps atratus
Cranioleuca vulpina
Dacnis cayana
Fluvicola nengeta
Leptopogon amaurocephalus
Leptotila verreauxi
Megaceryle torquata
Megarynchus pitangua
Megascops choliba
Mesembrinibis cayennensis
Nyctidromus albicollis
Passer domesticus
Phaethornis pretrei
Piaya cayana
Progne tapera
Psittacara leucophthalmus
Ramphastos toco
Setophaga pitiayumi
Syndactyla dimidiata
Taraba major
Tersina viridis
Thalurania furcata
Turdus amaurochalinus

Observação: Espécies com abundância relativa menor do que 20 indivíduos não estão representadas no gráfico.
Fonte: SALT (Plano de Mnaejo 2020).

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As guildas tróficas mais representativas foram os insetívoros (56 espécies), onívoros


(33 espécies) e frugívoros/insetívoros (26 espécies), enquanto os necrófagos (duas
espécies), piscívoros (três espécies) e nectarívoros (sete espécies) foram menos
representativos no levantamento in situ (Figura 85). Do total de espécies amostradas,
37 espécies foram consideradas como bioindicadoras, atendendo a pelo menos um
dos critérios definidos para a inclusão nessa categoria (Tabela 45). Foram registradas
19 espécies com valor cinegético e/ou comumente alvo de tráfico de animais por
serem atrativas visualmente, canoras ou usadas como alimento (BASTOS et al. 2008.).
Dentre essas espécies se destaca os tinamídeos perdiz (Rhynchotus rufescens) e
codorna-amarela (Nothura maculosa - Figura 104), o ralídeo saracura-três-potes
(Aramides cajaneus) e os columbídeos juriti-pupu (Leptotila verreauxi) e juriti-de-testa-
branca (Leptotila rufaxilla), espécies geralmente usadas como alimento por
populações tradicionais (BIRDLIFE 2016a-b e 2018a-b). São destacadas também,
todas as espécies de Psitacideos, incluindo a arara-canindé (Ara ararauna) e o
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), comumente utilizadas como animais de
estimação e, por fim, os traupídeos que são procurados por sua capacidade canora,
incluindo espécies como o canário-da-terra (Sicalis flaveola), o trinca-ferro (Saltator
similis - Figura 110), o baino (Sporophila nigricollis - Figura 111) e o caboclinho
(Sporophila bouvreui - Figura 112) (Tabela 45).

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Figura 85 - Número de espécies de aves por guilda trófica na ARIE JK, 2018.

60 56

50
Número de espécies

40
33

30 26
23

20
13

10 7
3 2
0
IN ON FI CA GI NE PI NEC
Guilda trófica

Legenda: Espécies sensíveis a impactos ambientais de relativa importância ecológica: nectarívoras


(NE) e frugívoras, (FI), granívoras (GI); piscívoras (PI) e carnívoras (CA) [animais de topo de cadeia
alimentar], ON: onívoros; IN: insetívoros, NEC – nectarívoros, dieta predominantemente composta por
néctar.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Dentre as áreas florestais, a Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga


(MG3) foi o sítio amostral com maior riqueza total de espécies observadas (i.e.,
incluindo as espécies amostradas fora dos censos), com 73 espécies e 260 registros
(Figura 86), seguido do Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2), com 72 espécies
e 332 registros (Figura 87), sendo as espécies encontradas comuns de Matas de
Galeria e algumas endêmicas do bioma Cerrado. Dentre as espécies mais abundantes
nos dois sítios amostrais estão os endêmicos chorozinho-de-bico-comprido
(Herpsilochmus longirostris), encontrado na maior parte da ARIE JK, e pula-pula-de-
sobrancelha (Myiothlypis leucophrys). O endêmico e raro limpa-folha-do-brejo
(Syndactyla dimidiata), espécie com alta sensibilidade a alterações do habitat, foi
encontrado apenas nestas duas áreas, com um registro em cada.

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Figura 86 - Abundância relativa de aves registradas na Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga (MG3) em 2018.
0 5 10 15 20 25
Volatinia jacarina
Turdus leucomelas
Cantorchilus leucotis
Herpsilochmus longirostris
Polioptila dumicola
Myiothlypis leucophrys
Sporophila nigricollis
Cantorchilus leucotis
Basileuterus culicivorus
Euphonia chlorotica
Pitangus sulphuratus
Empidonomus varius
Myiozetetes cayanensis
Todirostrum cinereum
Antilophia galeata
Galbula ruficauda
Tolmomyias sulphurescens
Cyclarhis gujanensis
Forpus xanthopterygius
Myiarchus ferox
Myiothlypis flaveola
Pheugopedius genibarbis
Picumnus albosquamatus
Synallaxis scutata
Tangara cayana
Tangara sayaca
Thlypopsis sordida
Leptotila rufaxilla
Turdus rufiventris
Coereba flaveola
Colonia colonus
Columbina talpacoti
Coryphospingus cucullatus
Crotophaga ani
Eucometis penicillata
Euphonia violacea
Lochmias nematura
Myiarchus swainsoni
Saltator similis
Sicalis flaveola
Synallaxis frontalis
Thamnophilus caerulescens
Tyrannus savana
Veniliornis passerinus
Brotogeris chiriri
Buteo nitidus
Clibanornis rectirostris
Colaptes melanochloros
Coragyps atratus
Cranioleuca vulpina
Dacnis cayana
Fluvicola nengeta
Leptopogon amaurocephalus
Leptotila verreauxi
Megaceryle torquata
Megarynchus pitangua
Megascops choliba
Mesembrinibis cayennensis
Nyctidromus albicollis
Passer domesticus
Phaethornis pretrei
Piaya cayana
Progne tapera
Psittacara leucophthalmus
Ramphastos toco
Setophaga pitiayumi
Syndactyla dimidiata
Taraba major
Tersina viridis
Thalurania furcata
Turdus amaurochalinus
Abundância relativa

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 87 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2) em 2018.

0 5 10 15 20 25 30 35 40
Herpsilochmus longirostris
Turdus leucomelas
Cantorchilus leucotis
Crotophaga ani
Antilophia galeata
Basileuterus culicivorus
Picumnus albosquamatus
Myiothlypis leucophrys
Pitangus sulphuratus
Euphonia chlorotica
Cyclarhis gujanensis
Myiothlypis flaveola
Columbina squammata
Abundância relativa

Coereba flaveola
Myiarchus ferox
Polioptila dumicola
Saltator similis
Tangara cayana
Eucometis penicillata
Leptotila rufaxilla
Euphonia violacea
Forpus xanthopterygius
Furnarius rufus
Leptotila verreauxi
Patagioenas picazuro
Piaya cayana
Saltator maximus
Todirostrum cinereum
Trichothraupis melanops
Tyrannus melancholicus
Lathrotriccus euleri
Leptopogon amaurocephalus
Myiodynastes maculatus
Setophaga pitiayumi
Tangara sayaca
Tolmomyias sulphurescens
Baryphthengus ruficapillus
Brotogeris chiriri
Camptostoma obsoletum
Clibanornis rectirostris
Lochmias nematura
Synallaxis frontalis
Thamnophilus caerulescens
Turdus rufiventris
Aramides cajaneus
Asio stygius
Buteo nitidus
Butorides striata
Caracara plancus
Egretta thula
Elaenia flavogaster
Empidonomus varius
Eupetomena macroura
Galbula ruficauda
Hydropsalis parvula
Jacana jacana
Megarynchus pitangua
Mesembrinibis cayennensis
Myiopagis viridicata
Myiozetetes cayanensis
Pardirallus nigricans
Progne chalybea
Progne tapera
Rupornis magnirostris
Syndactyla dimidiata
Tachyphonus rufus
Tersina viridis
Theristicus caudatus
Troglodytes musculus
Turdus amaurochalinus
Veniliornis passerinus
Vireo chivi

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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No Parque Ecológico do Cortado (MG1) foram encontradas 53 espécies, com 312


registros (Figura 88). A avifauna é característica de formação florestal, com presença
de espécies comumente encontradas nas matas de galeria do Cerrado. Dentre as
espécies mais abundantes está o endêmico do Cerrado Herpsilochmus longirostris,
com 20 registros na UC. As espécies endêmicas soldadinho (Antilophia galeata) e
cisqueiro-do-rio (Clibanornis rectirostris), ambos também amostrados nos outros sítios
florestais com exceção do Parque Distrital Boca da Mata, foram registrados na
Unidade de Conservação com baixa abundância relativa. A presença dessas espécies
indica a importância do Parque Ecológio do Cortado (MG1) na manutenção de
espécies endêmicas do Cerrado na ARIE JK.

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Figura 88 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico do Cortado (MG1) em 2018.

0 5 10 15 20 25 30 35
Volatinia jacarina
Basileuterus culicivorus
Herpsilochmus longirostris
Polioptila dumicola
Cantorchilus leucotis
Saltator maximus
Turdus leucomelas
Euphonia chlorotica
Tyrannus melancholicus
Pitangus sulphuratus
Synallaxis frontalis
Picumnus albosquamatus
Coereba flaveola
Tangara sayaca
Todirostrum cinereum
Tolmomyias sulphurescens
Progne tapera
Galbula ruficauda
Piaya cayana
Leptopogon amaurocephalus
Tangara cayana
Tersina viridis
Vireo chivi
Aramides cajaneus
Baryphthengus ruficapillus
Lochmias nematura
Megarynchus pitangua
Setophaga pitiayumi
Brotogeris chiriri
Camptostoma obsoletum
Clibanornis rectirostris
Cyclarhis gujanensis
Eucometis penicillata
Myiarchus ferox
Myiothlypis flaveola
Ramphastos toco
Thamnophilus caerulescens
Theristicus caudatus
Turdus rufiventris
Antilophia galeata
Cnemotriccus fuscatus
Columba livia
Columbina talpacoti
Crotophaga ani
Furnarius rufus
Guira guira
Leptotila rufaxilla
Leptotila verreauxi
Mesembrinibis cayennensis
Myiopagis viridicata
Patagioenas picazuro
Phaethornis pretrei
Tyrannus savana

Abundância relativa

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Por sua vez, a avifauna do Parque Distrital Boca da Mata (MG4), com 48 espécies e
132 registros (Figura 89), é característica de formações campestres, com presença
de espécies típicas de formações abertas do Cerrado. Dentre as espécies mais
abundantes está o tiziu (Volatinia jacarina), espécie sinantrópica, presente em toda a
área da UC. Observa-se, também, as espécies estritamente campestres como, o
canário-do-campo (Emberizoides herbícola), o canário-rasteiro (Sicalis citrina) e a
codorna (Nothura maculosa - Figura 104), que possui valor cinegético. Por último,
destaca-se a presença do caboclinho (Sporophila bouvreuil, Thraupidae - Figura 112),
cujas populações possuem movimentos sazonais e migratórios. O caboclinho é uma
espécie sensível às alterações do habitat e sofre com incêndios e invasão de plantas
exóticas nos campos onde ocorrem (LIMA, 2008).

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Figura 89 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Distrital Boca da Mata (MG4) em 2018.

0 10 20 30 40
Volatinia jacarina
Emberizoides herbicola
Sicalis citrina
Tyrannus savana
Caracara plancus
Colaptes campestris
Sporophila bouvreuil
Ammodramus humeralis
Cantorchilus leucotis
Coereba flaveola
Elaenia chiriquensis
Elaenia flavogaster
Eucometis penicillata
Herpsilochmus longirostris
Lochmias nematura
Myiarchus ferox
Pitangus sulphuratus
Saltator maximus
Saltator similis
Synallaxis frontalis
Tangara cayana
Taraba major
Turdus leucomelas
Turdus rufiventris
Tyrannus melancholicus
Aramides cajaneus
Athene cunicularia
Brotogeris chiriri
Bubulcus ibis
Columbina talpacoti
Coragyps atratus
Crotophaga ani
Cyclarhis gujanensis
Elanus leucurus
Euphonia chlorotica
Galbula ruficauda
Geranoaetus albicaudatus
Lathrotriccus euleri
Lepidocolaptes angustirostris
Leptotila rufaxilla
Mesembrinibis cayennensis
Nothura maculosa
Patagioenas picazuro
Ramphastos toco
Sporophila nigricollis
Tachornis squamata
Troglodytes musculus
Vanellus chilensis

Abuncância relativa

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Os sítios amostrais situados em áreas de formações predominantemente savânicas


apresentaram maior riqueza de espécies e abundância relativa quando comparadas
às áreas predominantemente florestais. Todos os sítios amostrados no Cerrado
sofrem impactos antrópicos como presença de gramíneas exóticas, pisoteio de
animais domésticos (gado), desmatamento, fogo e presença de lixo, principalmente
às margens do ribeirão Taguatinga e ribeirão Melchior.

O Parque Ecológico Três Meninas (Ce1), foi o sítio amostral com maior ocorrência de
espécies (98) e abundância relativa (555 registros) (Figura 90), além da alta
abundância de espécies sinantrópicas como a corruíra (Troglodytes musculus) e o
urubu (Coragyps atratus) (MIYASAKI et al., 2017; SICK, 1997). Ocorreu também a
presença de espécies de baixa sensibilidade, como o endêmico chorozinho-de-bico-
comprido Herpsilochmus longirostris, e associadas a borda de mata, como a saíra-
amarela (Tangara cayana) e o sanhaço-cinzento (Tangara sayaca). Importante
destacar a presença de espécies bioindicadoras: alvos do comércio ilegal de aves
como os psitacídeos arara-canindé (Ara ararauna) e papagaio-verdadeiro (Amazona
aestiva), espécies cinegéticas como a perdiz (Rhynchotus rufescens), espécie rara
(seriema, Cariama cristata) e espécies de relativa importância ecológica, como os
beija-flores, o martim-pescador-grande (Megaceryle torquata) e o gaviãozinho
(Gampsonyx swainsonii).

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Figura 90 - Abundância relativa de aves registradas no Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) em 2018.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Volatinia jacarina

Gnorimopsar chopi

Tangara cayana

Coragyps atratus

Turdus leucomelas

Chrysomus ruficapillus

Elaenia chiriquensis

Melanerpes candidus

Lepidocolaptes angustirostris

Cyclarhis gujanensis

Furnarius rufus

Todirostrum cinereum

Sporophila nigricollis

Coryphospingus cucullatus

Polioptila dumicola

Leptotila verreauxi

Cantorchilus leucotis

Columbina squammata

Galbula ruficauda

Myiarchus tyrannulus

Progne tapera

Diopsittaca nobilis

Euphonia chlorotica

Rupornis magnirostris

Colaptes campestris

Herpsilochmus longirostris

Picumnus albosquamatus

Ramphastos toco

Synallaxis frontalis

Ara ararauna

Athene cunicularia

Caracara plancus

Crypturellus parvirostris

Dendrocygna viduata

Forpus xanthopterygius

Hemitriccus margaritaceiventer

Hydropsalis parvula

Megaceryle torquata

Milvago chimachima

Molothrus bonariensis

Myiodynastes maculatus

Nyctidromus albicollis

Phaethornis pretrei

Progne chalybea

Rhynchotus rufescens

Syrigma sibilatrix

Taraba major

Tyto furcata

Abundância relativa

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Apesar de uma maior abundância relativa no sítio amostral Pôr do Sol (Ce2), com 389
registros, em relação ao sítio amostral Sol Nascente (Ce3), com 258 registros, a
riqueza de espécies nas duas áreas foi similar, sendo 77 espécies observadas em
Ce2 e 78 espécies em Ce3 (Figura 91 e Figura 92). A estrutura da avifauna
encontrada nas duas áreas foi similar àquela amostrada no Parque Ecológico Três
Meninas, com algumas espécies amostradas apenas em Ce2, como a narceja
(Gallinago paraguaiae) e o caneleiro-preto (Pachyramphus polychopterus), ou apenas
em Ce3, como no caso da gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), espécie
endêmica do Cerrado e abundante neste ponto. É necessário ressaltar o registro da
espécie típica de campos e Cerrados rupestres campainha azul (Porphyrospiza
caerulescens), avistada no Pôr do Sol (Ce2) e no Sol Nascente (Ce3) apenas. Esta
foi a única espécie amostrada na ARIE JK que está incluída em uma categoria de
ameaça (IUCN, 2019).

A Figura 93 apresenta o mapa de distribuição das amostras realizadas durante as


três campanhas de avifauna no ano de 2018.

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Figura 91 - Abundância relativa de aves registradas no Cerrado próximo ao Pôr do Sol (Ce2) em 2018.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Volatinia jacarina
Polioptila dumicola
Tyrannus melancholicus
Pitangus sulphuratus
Tangara cayana
Camptostoma obsoletum
Turdus leucomelas
Euphonia chlorotica
Guira guira
Cyclarhis gujanensis
Furnarius rufus
Empidonomus varius
Tyrannus savana
Ammodramus humeralis
Elaenia flavogaster
Troglodytes musculus
Coereba flaveola
Porphyrospiza caerulescens
Progne tapera
Crotophaga ani
Coryphospingus cucullatus
Vanellus chilensis
Colaptes campestris
Elaenia chiriquensis
Forpus xanthopterygius
Columbina talpacoti
Eupetomena macroura
Megarynchus pitangua
Basileuterus culicivorus
Dacnis cayana
Euphonia violacea
Myiarchus tyrannulus
Psittacara leucophthalmus
Saltator similis
Synallaxis frontalis
Tersina viridis
Cantorchilus leucotis
Mesembrinibis cayennensis
Rupornis magnirostris
Sporophila nigricollis
Colaptes melanochloros
Gallinago paraguaiae
Myiozetetes cayanensis
Phaethornis pretrei
Rhynchotus rufescens
Amazona aestiva
Brotogeris chiriri
Caracara plancus
Cathartes aura
Cnemotriccus fuscatus
Columba livia
Columbina squammata
Coragyps atratus
Crypturellus parvirostris
Dendrocygna viduata
Egretta thula
Galbula ruficauda
Geranoaetus albicaudatus
Hemitriccus margaritaceiventer
Hydropsalis parvula
Leptopogon amaurocephalus
Megaceryle torquata
Megascops choliba
Nannopterum brasilianus
Nemosia pileata
Nyctidromus albicollis
Pachyramphus polychopterus
Patagioenas picazuro
Piaya cayana
Progne chalybea
Ramphastos toco
Saltator maximus
Sicalis citrina
Syrigma sibilatrix
Tachornis squamata
Tapera naevia
Theristicus caudatus
Abundância relativa

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 92 - Abundância relativa de aves registradas no Cerrado próximo ao Sol Nascente (Ce3) em 2018.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tyrannus melancholicus
Camptostoma obsoletum
Coryphospingus cucullatus
Cyanocorax cristatellus
Elaenia cristata
Suiriri suiriri
Volatinia jacarina
Cantorchilus leucotis
Elaenia chiriquensis
Megarynchus pitangua
Nystalus chacuru
Turdus leucomelas
Crotophaga ani
Polioptila dumicola
Porphyrospiza caerulescens
Synallaxis frontalis
Tangara cayana
Tangara sayaca
Colaptes campestris
Ammodramus humeralis
Coereba flaveola
Pitangus sulphuratus
Columbina talpacoti
Cyclarhis gujanensis
Tyrannus savana
Vanellus chilensis
Amazilia fimbriata
Elaenia flavogaster
Hemithraupis guira
Leptopogon amaurocephalus
Megarynchus pitangua
Mimus saturninus
Myiarchus ferox
Myiarchus tyrannulus
Myiothlypis flaveola
Myiozetetes cayanensis
Tapera naevia
Tersina viridis
Tolmomyias sulphurescens
Amazona aestiva
Aramides cajaneus
Basileuterus culicivorus
Brotogeris chiriri
Caracara plancus
Cariama cristata
Colibri serrirostris
Coragyps atratus
Crypturellus parvirostris
Diopsittaca nobilis
Eucometis penicillata
Eupetomena macroura
Euphonia chlorotica
Falco femoralis
Falco sparverius
Furnarius rufus
Galbula ruficauda
Herpetotheres cachinnans
Herpsilochmus longirostris
Hydropsalis parvula
Lepidocolaptes angustirostris
Leptotila verreauxi
Megascops choliba
Mesembrinibis cayennensis
Nannopterum brasilianus
Nyctidromus albicollis
Patagioenas picazuro
Phaethornis pretrei
Progne chalybea
Psittacara leucophthalmus
Ramphastos toco
Rhynchotus rufescens
Sicalis citrina
Theristicus caudatus
Todirostrum cinereum
Turdus amaurochalinus
Vanellus chilensis

Abundância relativa
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 93 - Mapa de distribuição de registros da Avifauna.

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Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção (dados primários)

O levantamento de dados primários registrou a ocorrência, na ARIE JK, de duas


espécies quase ameaçadas (NT): a campainha-azul (Porphyrospiza caerulescens -
Figura 102) (IUCN, 2019) e o psitacídeo papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva -
Figura 94) (ICMBio, 2019). Os psitacídeos são tradicionalmente usados como animais
de estimação e sujeitos a impactos expressivos pelo tráfico ilegal de animais
(NASSARO, 2015; VANSTREELS et al., 2010), estando todas espécies de
Psittaciformes inseridas nos Apêndices do CITES (CITES, 2017).

Foram registradas seis espécies endêmicas do Cerrado na área de estudo, o que


representa 20% dos endêmicos do Bioma. Destas espécies, a gralha-do-campo
(Cyanocorax cristatellus - Figura 96) é a única espécie que ocorre em ambientes
campestres e savânicos, sendo as demais espécies de ambientes florestais: o
chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris - Figura 97), cisqueiro-do-
rio (Clibanornis rectirostris - Figura 98), o limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata -
Figura 99), o soldadinho (Antilophia galeata - Figura 100) e o pula-pula-de-
sobrancelha (Myiothlypis leucophrys - Figura 101).

Adicionalmente, foram observadas cinco espécies raras (STOTZ et al., 1996), 14


espécies restritas a formações florestais e 23 espécies restritas a formações
campestres, incluindo o endêmico limpa-folha-do-brejo (Syndactyla dimidiata - Figura
99), e a campainha-azul, espécie também considerada rara (Anexo 4).

Por fim, 27 espécies pertencentes às famílias Accipitridae, Tytonidae, Strigidae,


Trochilidae, Ramphastidae, Falconidae e Psitacidae, registradas na área de estudos,
se encontram incluídas no Apêndice II do CITES (Anexo 4). Este apêndice inclui
espécies que não são raras, nem estão em perigo, mas que podem se tornar
ameaçadas, caso o comércio não seja regularizado (Tabela 45).

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Tabela 45 - Espécies registradas na ARIE JK consideradas bioindicadoras por se enquadrarem em pelo menos um dos seguintes critérios.
Cin/
Espécies Nome popular IUCN End Guilda Sensíveis
Com
Tinamidae
Crypturellus parvirostris inambu-chororó LC Cin ON
Rhynchotus rufescens perdiz LC Cin ON
Nothura maculosa codorna-amarela LC Cin ON rara
Ardeidae
Butorides striata socozinho LC PI
Accipitridae
Gampsonyx swainsonii gaviãozinho LC/II CA
Elanus leucurus gavião-peneira LC/II CA
Heterospizias meridionalis gavião-caboclo LC/II CA
Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco LC/II CA
Buteo nitidus gavião-pedrês LC/II CA
Rallidae
Aramides cajaneus saracura-três-potes LC Cin ON
Columbidae
Leptotila verreauxi juriti-pupu LC Cin GI dispersor
Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca LC Cin GI dispersor
Trochilidae
Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado LC/II NE polinizador
Eupetomena macroura beija-flor-tesoura LC/II NE polinizador
Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta LC/II NE polinizador
Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde LC/II NE polinizador
Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde LC/II NE polinizador
Alcedinidae
Megaceryle torquata martim-pescador-grande LC PI
Ramphastidae
Ramphastos toco tucanuçu LC/II ON dispersor
Cariamidae
Cariama cristata seriema LC CA rara
Falconidae
Herpetotheres cachinnans acauã LC/II CA
Falco sparverius quiriquiri LC/II CA
Falco femoralis falcão-de-coleira LC/II CA
Psittacidae
Ara ararauna arara-canindé LC/II Com FI dispersor
Diopsittaca nobilis maracanã-pequena LC/II Com FI dispersor
Psittacara leucophthalmus periquitão LC/II Com FI dispersor
Amazona aestiva° papagaio LC/II Com FI dispersor
Thamnophilidae
Herpsilochmus longirostris chorozinho-de-bico-comprido LC EN IN
Furnariidae
Clibanornis rectirostris cisqueiro-do-rio LC EN IN
Syndactyla dimidiata limpa-folha-do-brejo LC EN IN rara
Pipridae
Antilophia galeata soldadinho LC EN FI dispersor
Corvidae
Cyanocorax cristatellus gralha-do-campo LC EN ON
Turdidae
Turdus leucomelas* sabiá-branco LC Com ON dispersor
Turdus rufiventris* sabiá-laranjeira LC Com ON dispersor
Turdus amaurochalinus* sabiá-poca LC Com ON
Passerellidae
Myiothlypis leucophrys pula-pula-de-sobrancelha LC EN IN
Icteridae
Gnorimopsar chopi* pássaro-preto LC Com ON
Thraupidae
Porphyrospiza
campainha-azul NT IN rara
caerulescens
Sicalis flaveola* canário-da-terra LC Com GI
Saltator maximus tempera-viola LC Com FI
Saltator similis trinca-ferro LC Com FI
Sporophila bouvreuil caboclinho LC GI rara
Sporophila nigricollis* baiano LC Com GI
Tangara sayaca* sanhaço-cinzento LC Com FI

Legenda: i) espécie ameaçada de extinção e/ou listada no CITES (IUCN, 2019); ii) espécie endêmica do Cerrado; iii) espécies de valor cinegético (Cin) e alvo
de tráfico de animais silvestres com população decrescente; iv) espécies sensíveis a impactos ambientais de relativa importância ecológica: nectarívoras (NE)
e frugívoras/granívoras (FI/GI) [polinizadores e dispersores]; piscívoras (PI) e carnívoras (CA) [animais de topo de cadeia alimentar]. O asterisco (*) indica as
espécies de interesse comercial (Com), mas cujas populações ainda não estão em declínio (IUCN, 2019) e não se enquadram em nenhum dos critérios citados
acima. O grau (°) indica espécie considerada quase ameaçada na lista nacional (ICMBio, 2018). LC: espécie não ameaçada; NT: espécie quase ameaçada; II:
Apêndice II do CITES; ON: onívoros; IN: insetívoros.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Relatório fotográfico

Figura 94 - Papaguaio Verdadeiro Figura 95 - Alipiopsitta xanthops.


(Amazona aestiva).

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: Campos (2008).

Figura 96 - Cyanocorax cristatellus. Figura 97 - Herpsilochmus longirostris.

Fonte: Delboni (2015). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 98 - Clibanornis rectirostris. Figura 99 - Syndactyla dimidiata.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: Gomes (2016).

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Figura 100 - Antilophia galeata. Figura 101 - Myiothlypis leucophrys.

Fonte: Fenalti (2012). Fonte: Conte (2013).

Figura 102 - Campainha azul (Porphyrospiza


caerulescens). Figura 103 - Rhynchotus rufescens.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Autor: Rocha (2018).

Figura 104 - Nothura maculosa. Figura 105 - Aramides cajaneus.

Fonte: Berbare (2015). Fonte: Moreira (2016).

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Figura 106 - Leptotila verreauxi. Figura 107 - Leptotila rufaxilla.

Fonte: Kindel (2010). Fonte: Santos (2011).

Figura 108 - Ara ararauna. Figura 109 - Sicalis flaveola.

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: Macedo (2013).

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Figura 110 - Saltator similis. Figura 111 - Sporophila nigricollis.

Fonte: Sanches (2008). Fonte: Lopes (2010).

Figura 112 - Caboclinho (Sporophila bouvreuil). Figura 113 - Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus).

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 114 - Pica-pau-verde-barrado (Colaptes Figura 115 - Tesourinha (Tyrannus savana).


melanochlorus).

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2.2.5 Ictiofauna

Em sua maioria, as áreas protegidas no Brasil foram criadas para preservação de flora
e fauna, mas também protegem significativamente os corpos d’água e, embora pouco
documentados, são importantes para espécies aquáticas (AGOSTINHO et al., 2005).
A ARIE JK abriga as nascentes dos córregos Cortado e Taguatinga, que juntos
formam o Ribeirão Taguatinga. Esses corpos d’água fazem parte da sub-bacia
hidrográfica do Rio Descoberto, que está inserida na bacia do Rio Paraná e faz parte
do Bioma Cerrado.

A sub-bacia do Rio Descoberto é responsável por mais de 60% do abastecimento de


água no Distrito Federal (SANTOS, 2016) e, sendo receptora de esgoto, está com a
qualidade da água comprometida (FERREIRA, 2003). O Parque Distrital Boca da Mata
e Parque Ecológico Saburo Onoyama foram criados com o objetivo de conservar as
nascentes e o Córrego Taguatinga (DATO, 2006). Sabe-se que parte da área do
Parque Ecológico Saburo Onoyama, dentro da ARIE JK, foi invadida e foram
contabilizados poços e fossas abertas nos pontos de nascentes na área de invasão
(FERREIRA, op cit.), o que prejudica a qualidade da água e consequentemente sua
fauna. O Córrego Taguatinga possui áreas altamente alteradas devido à quantidade
de lixo e esgoto, além de agrotóxicos e fertilizantes provenientes de áreas agrícolas
nas proximidades (SOUZA, 2012).

Apesar das evidências de que a fauna aquática do Cerrado é rica e com


potencialidade endêmica (PADOVESI-FONSECA, 2006), os riachos e córregos
presentes na ARIE JK são ambientes lóticos, locais que em condições naturais
possuem água pobre em nutrientes (PADOVESI-FONSECA, op. cit.). A combinação
de pouca luz, nutrientes e corrente fluvial limita o desenvolvimento de organismos
aquáticos, afetando assim a cadeia alimentar, que pode depender da presença de
materiais alóctones como fonte de energia para este sistema (PADOVESI-FONSECA,
op. cit.).

Uma vez que a biodiversidade aquática da região central do Brasil é pouco conhecida
(PADOVESI-FONSECA et al., 2015), foram utilizados dados do Plano de Manejo da
ARIE JK anterior (NCA, 2006) e realizada contextualização com informações

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disponíveis sobre corpos d’água próximos dos inseridos nesta área para a presente
compilação de dados secundários.

Caracterização com uso de dados secundários

A sub-bacia Hidrográfica do Descoberto faz parte da bacia do Paraná. Galves et al.


(2009) discutem a escassez de estudos na região do Distrito Federal e a grande
variação no número de espécies de peixes do alto do Rio Paraná entre os estudos.
Trabalhos como o de Agostinho et al. (2004) registraram 176 espécies para a região
do Alto da Bacia do Paraná, enquanto Langeani et al. (2007) registraram diversidade
de 310 espécies de peixes para a mesma região, com um aumento no número de
espécies de ambientes de riacho em relação a outros estudos e reconhecendo o
potencial destes ambientes de descoberta de novas espécies. Estudos realizados em
riachos, córregos e regiões de cabeceira na bacia do Alto Paraná (CASTRO et al.,
2005; AQUINO, 2008), registraram riquezas de ictiofauna baixas, entre 3 e 30
espécies. Castro et al. (2005) encontraram uma média de 14 espécies em cada um
dos 24 trechos de riachos estudados. Cunico et al. (2006) discutem que a ictiofauna
de pequenos rios tem baixa riqueza e são mais sensíveis à poluição, especialmente
em corpos d’água inseridos em locais urbanizados, sendo evidenciado pela
dominância de espécies tolerantes como Poecilia reticulata, espécie exótica (AQUINO,
2008).

A ARIE JK possui riachos e cabeceiras, ambientes que, em sua maioria, apresentam


espécies de pequeno porte (PADOVESI-FONSECA, 2006). O pequeno porte e baixa
mobilidade podem isolar populações e favorecer a especiação e endemismo
(AQUINO, 2008) e, há pouco conhecimento sobre estas espécies e sua distribuição
(CASTRO et al., 2005). Aquino (2008) encontrou relação entre a largura do corpo
d’água e sua cobertura vegetal com o tamanho e quantidade de peixes, e observou
que trechos mais largos de riachos e rios, com coberturas vegetais menos densas
apresentaram maior número de indivíduos e de espécies.

Dos trabalhos encontrados sobre a fauna da ARIE JK, apenas o Plano de Manejo da
ARIE JK (NCA, 2006) e o EIA do Aterro Sanitário do Distrito Federal (PROGEA, 2005)
apresentam informações sobre a ictiofauna. Em PROGEA (2005) foram amostrados

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quatro pontos ao longo do Córrego do Valo, afluente do Rio Melchior, resultando na


coleta de três indivíduos de Poecilia sp. em apenas um dos sítios amostrados. O Plano
de Manejo anterior (NCA, op. cit.) usou dados coletados em agosto de 1993, agosto
de 1998 e agosto de 2003, sem citar as fontes, o que indica que estes dados foram
originalmente publicados em NCA (2006).

Dessa forma, a lista de espécies de peixes apresentada no presente documento foi


elaborada essencialmente com os dados do Plano de Manejo da ARIE JK (NCA, 2006),
no qual foram encontrados 28 táxons, acrescentando o Poecilia sp. amostrado em
PROGEA (2005) (Anexo 5). Das espécies relacionadas na Lista de espécies da
ictiofauna documentada para a ARIE JK (Anexo 5), nenhuma foi amostrada no canal
principal do Ribeirão Taguatinga e Rio Melchior. Foi observada a presença de apenas
duas espécies exóticas nos córregos Taguatinga e Cortado (Oreochromis niloticus e
Poecilia vivipara) (NCA, 2006) e nenhuma espécie ameaçada (ICMBio 2018, IUCN,
2018). O Plano de Manejo da ARIE JK registrou que o baixo número de espécies está
relacionado com o alto grau de degradação dos corpos hídricos (NCA, 2006). A fauna
desses corpos d’água pode ter sido prejudicada por contaminação (DATO, 2006), uma
vez que os corpos d’água são receptores de esgoto e estão com a qualidade da água
comprometida (FERREIRA, 2003). A nomenclatura adotada para a ictiofauna na lista
de espécies (Anexo 5) segue Buckup et al. (2007).

Dados Primários

Foram capturados 1.084 indivíduos distribuídos em três ordens, quatro famílias e sete
espécies (Tabela 46). A ordem mais abundante foi Cyprinodontiformes com 96,9%
das capturas, demonstrando um padrão alterado para a região. Siluriformes
representou 2,2% dos indivíduos, sendo duas famílias e três espécies, enquanto os
Characiformes, representados apenas por Astyanax scabripinnis (Characidae),
respondem por 1,1% das capturas (Figura 116). A baixa riqueza relativa de
Characiformes (14,2%) contradiz a distribuição esperada para águas continentais
brasileiras (REIS et al., 2003). Apenas 25 espécimes (13 Heptapteridae e 12
Characidae) dos 1.084 capturados não pertencem à família Poeciliidae. Essa
desproporção elevada e a baixa riqueza encontrada indicam uma transformação
significativa na comunidade de peixes da ARIE JK (Figura 117). Nenhuma das

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espécies da Ictiofauna registradas neste trabalho encontra-se em algum grau de


ameaça de extinção na lista nacional (ICMBio, 2018) ou internacional (IUCN, 2019),
ou apresenta algum valor econômico (Tabela 46).

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Tabela 46 - Espécies de peixes encontradas na ARIE JK.


Pontos Campanha Ambiente
Ordem Família Espécie
P1 P2 P3 P4 C1 C2 Co Po AI
Characiformes Characidae Astyanax scabripinnis Jenyns, 1842 X X X X X
Heptateridae Rhamdia quelen Quoy & Gaimard, 1824 X X X X X
Siluriformes Hypostomus ancistroides Ihering, 1911 X X X X
Loricariidae
Hypostomus cf. regani Ihering, 1905 X X X X
Phalloceros harpagos Lucinda, 2008 X X X X X X X
Cyprinodontiformes Poeciliidae Poecilia reticulata Peters, 1859* X X X X X X X X X
Xiphophorus helleri Heckel, 1848* X X X X X X X X
Legenda: Pontos amostrais: P1 - Córrego Taguatinga, P2 - Córrego Cortado, P3 - Ribeirão Taguatinga, P4 - Rio Melchior. C1 – Primeira Campanha, C2 –
Segunda Campanha. Co – Corredeiras, Po – Poços, AI – Áreas Inundáveis. Não foram encontradas espécies ameaçadas (ICMBio, 2018 e IUCN 2019) ou de
valor econômico. Espécies exóticas são sinalizadas com asterisco (*).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 116 - Distribuição entre as ordens dos indivíduos da ictiofauna capturados ao longo das duas
campanhas de 2018.

120

100 96.9
Frequência relativa (%)

80

60

40

20

2 1.1
0
CYPRINODONTIFORMES SILURIFORMES CHARACIFORMES
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Figura 117 - Distribuição entre as famílias dos indivíduos da ictiofauna capturados ao longo das duas
campanhas.

120

100 96.9
Frequência relativa (%)

80

60

40

20

0.8 1.1 1.2


0
POECILIDAE LORICARIIDAE CHARACIDAE HEPTAPTERIDAE
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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As riquezas estimadas por Jackknife1 e por Chao1 (ambos 7 [7 — 7,49; IC = 95%])


(Tabela 47) foram similares à riqueza observada, indicando que as amostragens
foram suficientes para se caracterizar as espécies na região estudada.

A baixa diversidade encontrada e ausência de espécies nativas comuns da bacia, bem


como a presença de poucos táxons, influenciaram nos baixos valores estimados de
espécies para a área de estudo. Apesar da possibilidade de se encontrar outras
espécies nos pontos amostrados, os resultados obtidos no Ribeirão Taguatinga
apontam para uma comunidade de peixes bem alterada por espécies exóticas de
pequeno porte e muito abundantes, onde os esforços resultam em capturas de muitos
indivíduos de poucas espécies.

A espécie mais abundante neste trabalho foi Poecilia reticulata, com 625 indivíduos
(57%), seguida por Phalloceros harpagos (n = 259), resultado de uma grande
população encontrada no Parque Ecológico Saburo Onoyama, e Xiphophorus helleri
(n = 166), muito abundante no córrego Cortado. O ambiente dominado por poecilídeos
exóticos é resultado da soma de intensos e variados impactos ambientais na ARIE JK
(DE SOUZA e TOZZO, 2013). Um caso interessante foi a dominância de P. harpagos
no ponto do Parque Ecológico Saburo Onoyama (P1), o qual se mostrou um
importante refúgio para esses peixes, capturados em uma área alagada em período
chuvoso. A alta concentração de poecilídeos (95% das capturas), como é de se
esperar, não é natural para as regiões de cabeceiras das bacias hidrográficas
brasileiras. No entanto, essa situação de dominância de Poeciliidae é encontrada em
córregos de áreas urbanas do Sudeste (LANGEANI et al., 2007; AQUINO, 2008). Por
outro lado, Aquino et al. (2009) registraram, nas microbacias do Parque Nacional de
Brasília, 28 espécies de peixes, entre as quais P. reticulata e P. harpagos
representaram apenas 3,6% das capturas. A abundância absoluta (Figura 118) e
relativa (Figura 119) das espécies registradas são representadas nos gráficos abaixo.

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Tabela 47 - Estimativas de riqueza da Ictiofauna na ARIE JK.


Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%
Grupo Área Chao1 Jacknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
ARIE
Ictiofauna Busca Ativa 7 1084 7 0.223 7 7.493 7 0.223 7 7.493
JK

Figura 118 - Abundância absoluta das espécies da ictiofauna registradas. Figura 119 - Abundância relativa das espécies da ictiofauna registradas.

700
625 Hypostomus regani 0.3
600
Hypostomus
500 0.6
ancistroides
Abundância

400 Astyanax cf.


1.1
scabripinnis
300 259
Rhamdia quelen 1.2
200 166

100 Xiphophorus helleri 15.3


13 12 6 3
0
Phalloceros harpagos 23.9

Poecilia reticulata 57.7

0 20 40 60 80
Abundância relativa (%)
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020). Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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A riqueza entre os pontos amostrais variou de quatro e cinco espécies, sendo que
foram registradas cinco espécies apenas em P3. O ponto mais a jusante (P4) foi o que
apresentou a menor abundância (35 espécimes). Em todos os pontos foram encontras
as espécies exóticas Poecilia reticulata e Xiphophorus helleri, sendo a primeira a
espécie dominante em todos os sítios amostrais (Tabela 48). O ponto P3 apresentou
a maior abundância de espécies silvestres não-poecilídeos entre os pontos (3
espécies com 11 indivíduos cada), mas com total ainda muito abaixo da abundância
de Poecilia reticulada (n = 274 no ponto). Apesar do poecilídeo nativo Phalloceros
harpagos ter sido a segunda espécie em abundância neste estudo, esta foi registrada
apenas em dois pontos amostrais e com distribuição irregular entre eles (com 248
exemplares em P1 e 11 exemplares em P3). Regiões de cabeceiras como as que
formam o Ribeirão Taguatinga são caracterizados por uma baixa diversidade de
espécies. Isso se dá devido à proximidade das nascentes, locais que limitam a
ocupação em alguns casos, principalmente por barreiras físicas, como grandes
desníveis e baixa produtividade (VANNOTE et al., 1980).

Tabela 48 - Distribuição das espécies nos diferentes pontos amostrais.


Espécie P1 P2 P3 P4 Total
Astyanax scabripinnis 0 1 11 0 12
Rhamdia quelen 1 1 11 0 13
Hypostomus ancistroides 0 0 0 6 6
Hypostomus cf. regani 0 0 0 3 3
Phalloceros harpagos 248 0 11 0 259
Poecilia reticulata 92 234 274 25 625
Xiphophorus helleri 51 103 11 1 166
Total 392 339 318 35 1.084
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Com o conjunto dos dados obtidos de riqueza e abundância das espécies em cada
ponto amostrado, foram gerados os índices de diversidade, equitabilidade, riqueza e
similaridade. Os resultados obtidos para os índices de Diversidade de Shannon (H’) e
de Equitabilidade (J) seguem listados na Tabela 49, onde são apresentados os
resultados para cada um dos pontos amostrados durante o inventário realizado.
Seguem também apresentados, os resultados totais dos índices para a área estudada,
como um todo. O ponto P3 foi o local com a maior riqueza observada (n = 5) e, no
entanto, o de menor diversidade (H’ = 0,59) e menor equitabilidade (J = 0,36),
indicando que a distribuição da abundância entre as espécies é pouco similar no ponto.

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O ponto P1 teve o maior índice de diversidade (H’ = 0,91) e o maior índice de


equitabilidade (J = 0,65), que corresponde à uniformidade entre a abundância das
diferentes espécies amostradas (Tabela 49).

Tabela 49 - Índice de diversidade (Shannon) e equitabilidade (Pielou) para cada ponto de amostragem,
obtidos no estudo da Ictiofauna.
Diversidade
Ponto Riqueza observada Equitabilidade (Pielou J)
(Shannon H’)
P1 4 0,91 0,65
P2 4 0,65 0,47
P3 5 0,59 0,36
P4 4 0,85 0,61
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A diversidade beta total foi de 0,75, indicando uma baixa dissimilaridade entre as
comunidades amostradas. Os pontos P1, P2 e P3 apresentaram maior diferença na
comunidade de peixes quando comparados entre si, enquanto P4, mais a jusante,
apresentou índices acima de 0,71 quando comparado aos demais pontos, o que pode
ser um reflexo da ampla distribuição e grande abundância de poecilídeos no Ribeirão
Taguatinga. Estruturalmente, esses resultados indicam que o Ribeirão Taguatinga
possui diferenças marcantes entre os pontos amostrados, sobretudo quando se
compara os pontos à montante (Tabela 50).

Tabela 50 - Agrupamento das áreas amostradas para Ictiofauna de acordo com a diversidade beta.
Ponto Amostral
Matriz de similaridade
P1 P2 P3 P4
P1 0 0,25 0,11 0,71
P2 0,25 0 0,11 0,71
P3 0,11 0,11 0 0,75
P4 0,71 0,71 0,75 0
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

A comparação entre os pontos pela análise de cluster indica a relação mais esperada
com relação ao gradiente ambiental, sendo que as comunidades mais próximas são
àquelas registradas nas regiões de nascentes e cabeceiras como os pontos P1 e P2
e estes sendo mais similares a P3 do que a P4 (Figura 120).

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Figura 120 - Dendograma de similaridade (Jaccard) indicando a similaridade entre os pontos de


amostragem.

P4 P3 P2 P1

1
1,0

0,9

0,8
Similaridade

0,7
Similarity

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção

O levantamento de dados secundários, bem como os resultados das duas campanhas


de identificação da ictiofauna, não constatou a presença de espécies endêmicas, raras
ou ameaçadas de extinção da fauna ictiológica pertencente à região da ARIE JK.

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Figura 121 - Mapa de distribuição de registros da Ictiofauna.

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Relatório fotográfico

Figura 122 - Astyanax scabripinnis. Figura 123 - Hypostomus ancistroides.

Fonte: Soares (2018). Fonte: Soares (2018).

Figura 124 - Hypostomus cf. regani. Figura 125 - Rhamdia quelen.

Fonte: Soares (2018). Fonte: Soares (2018).

Figura 126 - Phalloceros harpagos. Figura 127 - Poecilia reticulata.

Fonte: Soares (2018). Fonte: Soares (2018).

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Figura 128 - Xiphophorus hellerii ♀. Figura 129 - Xiphophorus hellerii ♂.

Fonte: Soares (2018). Fonte: Soares (2018).

2.2.2.6 Macroinvertebrados aquáticos

Caracterização com uso de dados secundários

Cursos de água na região de cabeceiras são influenciados pela vegetação e a matéria


vegetal constitui recurso alimentar para a maioria dos invertebrados (UIEDA e
GAJARDO, 1996). Dentre os macroinvertebrados bentônicos, os insetos aquáticos
podem ser dominantes em diferentes substratos de ambientes lóticos e lênticos
(CALLISTO et al., 2002; HAMADA et al., 2014). Variações sazonais têm grande
influência nas comunidades de macroinvertebrados (UIEDA e GAJARDO, op. cit.).
Espécies de invertebrados são utilizadas como bioindicadores, pois mudanças no
ambiente provocam flutuações populacionais, sendo considerados eficientes para
mensurar a qualidade da água (PIMENTA et al., 2016). Fernandes (2002) observou
influência do esgoto doméstico na comunidade de invertebrados bentônica e suas
populações na sub-bacia do Rio Melchior, o que pode afetar diretamente na
diversidade de macroinvertebrados dos corpos d’água da ARIE JK.

Os insetos de água doce têm papel relevante nos sistemas aquáticos continentais,
com participação nos diversos processos ecológicos, sendo muito utilizados em
programas de avaliação e monitoramento da qualidade de água (MELO, 2014)
(Figura 130). Dentre as ordens desses organismos, os imaturos de Ephemeroptera,
Plecoptera e Trichoptera (EPT) são considerados, junto com imaturos de Odonata e
imaturos e adultos de alguns Coleoptera, bons bioindicadores, uma vez que sua
presença pode estar relacionada à características físico-químicas do ambiente em que

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vivem (BUSS et al., 2008). A importância dos insetos aquáticos como bioindicadores
tem se valorizado, principalmente, devido às atividades antrópicas sobre as paisagens
naturais. Estas podem afetar diretamente a qualidade da água de rios e riachos, pois
todas as alterações significativas na estrutura da paisagem podem ser refletidas na
estrutura e qualidade ambiental dos cursos d’água, tais como desmatamento nas
encostas e das matas ciliares e o manejo indevido do solo.

Foi realizada extensiva busca bibliográfica para verificação de estudos sobre a


diversidade de macroinvertebrados na ARIE JK. Entretanto, há pouca informação
específica para esta área (FERNANDES, 2002) e trabalhos realizados em Brasília/DF
ou locais próximos (SALCEDO, 2006; FERNANDES, 2007; SONODA, 2010; KISAKA,
2015; MOREYRA e PADOVESI-FONSECA, 2015; PIMENTA et al., 2016). O EIA do
Aterro Sanitário do Distrito Federal (PROGEA, 2005) cita brevemente um esforço de
coleta para macroinvertebrados bentônicos no Córrego do Valo, com a captura do
gênero “Nactiluca”, o qual não é conhecido para nenhum grupo de
macroinvertebrados de ocorrência no Distrito Federal. Sendo assim, com as
informações presentes em PROGEA (2005) não foi possível identificar o táxon
amostrado naquele trabalho.

Por fim, sobre a possibilidade de material coletado na ARIE JK e ainda não publicado,
foram consultados os docentes prof. Dr. Antônio José Camilo de Aguiar, curador da
Coleção de Entomologia (via seca), o prof. Dr. Reginaldo Constantino, curador da
Coleção Termitológica, e o prof. Dr. José Francisco Gonçalves Júnior, especialista em
Ecologia de Ecossistemas (Limnologia), todos da Universidade de Brasília (UnB). O
prof. Dr. José Francisco Gonçalves está orientando um projeto de doutorado com pelo
menos um ponto de coleta de macroinvertebrados no Rio Melchior. Por se tratar de
um projeto em andamento, os responsáveis pela pesquisa (aluno e orientador)
optaram por não ceder informações preliminares. Os demais pesquisadores não
tinham informações de material coletado na ARIE JK. Desta forma, a comunidade de
macroinvertebrados da ARIE JK será tratada apenas com base nos dados coletados.

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Dados Primários

Através de busca ativa e captura por rede, foram encontrados um total de 112
indivíduos distribuídos em 12 famílias ao longo das duas campanhas na ARIE JK. A
riqueza acumulada observada foi menor do que a riqueza estimada por Jackknife1
(14,97 [12,73 — 24,09; IC = 95%]) e por Chao1 (14,97 [12,35 — 37,10; IC = 95%]),
indicando a possibilidade de que novas campanhas ou novos pontos amostrais
aumentariam a riqueza deste grupo (Tabela 51). Conforme apresentado na seção
anterior, esta é a primeira lista de Macroinvertebrados (insetos aquáticos) publicada
para a região da ARIE JK, o que não permite uma comparação com estudos ou
trabalhos locais anteriores (Figura 132).

A Tabela 52 descreve de forma resumida os dados da comunidade de


macroinvertebrados bentônicos amostrada no presente trabalho. Das famílias
coletadas, não foram registradas espécies endêmicas ou de interesse econômico,
bem como nenhuma das espécies se enquadra em alguma categoria de ameaçada
ou vulnerável nas listas nacionais e internacionais (ICMBio, 2018; IUCN, 2018).

As famílias mais abundantes dentre as 12 coletadas neste trabalho (Tabela 53) foram
Chironomidae (Diptera), presente em grande número no Córrego Taguatinga (P1), no
Córrego Cortado (P2) e no Rio Melchior (P4); e Libellulidae (Odonata) (Figura 133),
abundante no Ribeirão Taguatinga (P3). A família Libellulidae é comumente
encontrada em habitats de remanso com substrato predominante de areia e
vegetação, apresenta uma classificação média alta (BMWP’ = 8). A grande
abundância desse táxon pode estar associada aos níveis de qualidade de água dos
cursos d’água. Da mesma forma, Chironomidae, associado a níveis de qualidade mais
baixo (BMWP’ = 2), e Perlidae (Figura 134), associados a níveis de qualidade mais
altos (BMWP’ = 7), mostram uma heterogeneidade entre os cursos quanto a
comunidade de macroinvertebrados aquáticos e sua associação a salubridade dos
recursos hídricos ali presentes. Outra família amostrada, e que apresenta grande
relevância quanto ao seu valor no índice BMWP’, foi Hydropsychidae (Figura 135).

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Tabela 51 - Estimativas de riqueza de Macroinvertebrados Bentônicos para a ARIE JK ao longo das campanhas de dados primários.
Método de Riqueza Abundância Desvio IC 95% IC 95% Desvio IC 95% IC 95%
Grupo Área Chao1 Jacknife1
coleta (S) (n) Padrão menor maior Padrão menor maior
ARIE
MacroInvertebrados Busca Ativa 12 112 14.973 4.479 12.352 37.1 14.973 2.433 12.731 24.097
JK
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Tabela 52 - Lista de macroinvertebrados bentônicos registrados na ARIE JK.


Táxon Família Registro Campanha BR / GL Interesse para Conservação Ambiente
Coleoptera Dytiscidae RD 1-2 LC/DD B cascalho
Chironomidae RD 1 LC B pedra
Diptera
Tipulidae RD 1 DD B
Gastropoda Thiaridae RD 1 LC/DD B pedra; cascalho
Belostomatidae RD 1 DD B vegetação
Hemiptera
Gerridae RD 1-2 DD B vegetação
Megaloptera Sialidae RD 2 DD B pedra; cascalho
Calopterygidae RD 1 LC B cascalho, areia
Odonata Gomphidae RD 1-2 LC/DD B cascalho, areia
Libellulidae RD 1-2 LC/DD B cascalho, areia
Plecoptera Perlidae RD; BA 1-2 DD B pedra; folhiço
Trichoptera Hydropsychidae RD; BA 1 DD B pedra
Legenda: RD - capturado por rede em “D”; BA - capturado por busca ativa; B - bioindicadora; grau de ameaça nacional (BR – ICMBio, 2018) e global (GL –
IUCN, 2019): DD - dados insuficientes; LC - não ameaçado (pouco preocupante).
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Tabela 53 - Abundância total das famílias de macroinvertebrados aquáticos registrados em campo, nas
duas campanhas de 2018.
Família P1 P2 P3 P4 Total
Aeshnidae 4 2 3 0 9
Belostomatidae 3 0 0 0 3
Chironomidae 11 16 0 10 37
Dytiscidae 6 1 2 1 10
Gerridae 0 0 1 0 1
Gomphidae 2 0 1 1 4
Hydropsychidae 2 1 1 4 8
Libellulidae 3 2 15 0 20
Perlidae 4 7 2 0 13
Sialidae 1 0 0 0 1
Thiaridae 0 2 0 3 5
Tipulidae 0 0 0 1 1
Legenda: P1 – Córrego Taguatinga; P2 – Córrego Cortado; P3 – Ribeirão Taguatinga e P4 – Rio
Melchior.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

As amostras obtidas apontam que, segundo a classificação BMWP’, os cursos d´água


amostrados enquadram-se em diferentes classes de qualidade, sendo o Córrego
Taguatinga (P1) o de melhor qualidade da água e o Rio Melchior (P4) o de pior
qualidade (índice BMWP’) (Tabela 54). A variação das classes encontradas mostra
um gradiente de contaminação dos corpos d’água amostrados no sentido montante
(III) – jusante (V), o que é evidenciado pelos resultados das comparações entre os
sítios.

Tabela 54 - Pontuação de cada um dos cursos d’água quanto às famílias de insetos aquáticos, segundo
a classificação BMWP, como parâmetro da qualidade da água.
Sítio
Pontuação Classe Qualidade
amostral
Águas muito pouco poluídas, ou sistema já com um pouco de
P1 109 III
alteração.
P2 80 IV São evidentes efeitos moderados de poluição.

P3 96 IV São evidentes efeitos moderados de poluição.

P4 45 V Águas contaminadas ou poluídas (sistema alterado).


Legenda: P1 – Córrego Taguatinga; P2 – Córrego Cortado; P3 – Ribeirão Taguatinga e P4 – Rio
Melchior.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 130 - Qualidade das águas em cada ponto de amostragem com base nos resultados de macroinvertebrados aquáticos e na classificação (índice) BMWP.

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Dentre os quatro sítios amostrais, a menor riqueza foi encontrada no Rio Melchior (P4).
O Córrego Taguatinga (P1) apresentou a maior diversidade (H´ = 1,984) e uma alta
equitabilidade (J = 0,903). Por outro lado, o Córrego Cortado e o Ribeirão Taguatinga
apresentaram os menores índices de diversidade (respectivamente, H´ = 1,429 e H’ =
1,409) e de equitabilidade (respectivamente, J = 0,7346 e J = 0,7241) (Tabela 55).

Esses resultados podem refletir na discussão da análise de similaridade (Figura 131


e Tabela 56). Nos córregos Taguatinga e Cortado, por exemplo, há uma dominância
de indivíduos da família Chironomidae. Essa família de Diptera é comumente
encontrada em habitat de remanso e arenoso, e em grande abundância em ambientes
onde a qualidade da água é pior. No entanto, duas famílias foram encontradas
exclusivamente no Rio Melchior, a saber: Perlidae (Plecoptera) e Tipulidae (Diptera).
A presença de Plecoptera e Trichoptera elevaram a riqueza e diversidade.

Tabela 55 - Riqueza (S), abundância (Abd), diversidade de Shannon (H’) e equabilidade de Pielou (J’)
nos quatro cursos d’água, em cada uma das campanhas e no total da amostragem.
Campanha 1 Campanha 2 Total
Ponto
S Abd H’ J S Abd H’ J S Abd H’ J

Córrego Taguatinga 7 27 1,593 0,8188 5 9 1,523 0,9463 9 36 1,984 0,903

Córrego Cortado 5 25 1,112 0,6907 4 6 1,242 0,8962 7 31 1,429 0,7346

Ribeirão Taguatinga 6 18 1,157 0,6456 5 7 1,475 0,9165 7 26 1,409 0,7241


Rio Melchior 4 14 1,24 0,8942 3 6 0,8676 0,7897 7 26 1,595 0,8197
Total 11 84 1,884 0,7858 9 28 2,007 0,9135 12 112 2,011 0,8095
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 131 - Dendrograma de agrupamento representando a análise de similaridade para o grupo


macroinvertebrados bentônicos.

P2
P4

P1
P3
0,96

0,90

0,84
Similaridade

0,78

0,72

0,54

0,60

0,66

0,48

0,42

Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

Tabela 56 - Matriz de similaridade resultante do agrupamento dos quatro cursos d’água analisados
quanto a composição das comunidades de macroinvertebrados bentônicos.
P2 P3 P4
P1 0,250 0,250 0,375
P2 0,286 0,286
P3 0,429
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 132 - Mapa de distribuição de registro de Macroinvertebrados aquáticos.

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Espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção (dados primários)

O levantamento de estudos realizados na região da ARIE JK, bem como os


levantamentos realizados pelo presente estudo não identificaram espécies endêmicas,
raras ou ameaçadas de extinção da fauna de Macroinvertebrados.

Relatório fotográfico

Figura 133 - Libellulidae a família mais Figura 134 - Perlidae registrada em três dos
abundante de Odonata e registrada em três dos quatro os sítios amostrais.
quatro os sítios amostrais

Fonte: MATTOS, R. (2018). Fonte: MATTOS, R. (2018).

Figura 135 - Hydropsychydae registrada no


Ribeirão Taguatinga

Fonte: MATTOS, R. (2018).

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2.2.3 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA FAUNA

Para se determinar a importância de cada sítio amostral na comunidade de


herpetofauna, mastofauna e aves, foram normalizados e somados os dados de
riqueza total de espécies, riqueza de espécies ameaçada ou endêmicas, diversidade
e equitabilidade de cada transecto. Para herpetofauna foram utilizados os dados de
busca ativa, enquanto para mastofauna foram considerados dados de busca ativa
(médios e grandes) e rede de neblina (quirópteros), e para a comunidade de avifauna,
foram utilizados os dados de censo. Desta forma, inicialmente foi calculado o
ranqueamento dos sítios para cada grupo de fauna (Figura 136, Figura 137, Figura
138, Figura 139, Figura 140) (Tabela 57, Tabela 58, Tabela 59, Tabela 60, Tabela
61), sendo o ranqueamento final obtido através da soma dos valores resultantes dos
diferentes grupos para a comunidade de fauna como um todo (Figura 141 e Tabela
62).

2.2.3.1 Herpetofauna

Para os dados de herpetofauna, o transecto realizado na Zona de Amortecimento a


oeste da ARIE JK (Ce4) foi o de maior relevância para os parâmetros ecológicos
considerados (9,02) e o do Parque Ecológico do Cortado (MG1) foi o de menor valor
(5,57). Apesar dos sítios amostrais do Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) e do
fragmento de cerrado próximo ao SH Sol Nascente (Ce2) terem apresentado as
maiores riquezas totais de espécies (24 e 23 espécies, respectivamente) e as maiores
riquezas de espécies endêmicas (10 e 11 espécies, respectivamente), a diversidade
de Shannon (H’) e equitabilidade de Pielou (J) calculadas para Ce1 (H’ = 0,46, J =
0,002) e Ce2 (H’ = 0,45, J = 0,001) foram menores do que em Ce4 (H’ = 2,41, J =
0,012), sítio de maior diversidade e equitabilidade para os dados amostrados.

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Tabela 57 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da herpetofauna. Entre


parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
Sítios Diversidade de Equitabilidade Espécies Espécies Soma dos
Riqueza
Amostrais Shannon (H') de Pielou (J) Ameaçadas Endêmicas Parâmetros
MG1 9 (3) 0,56 (0,75) 0,009 (0,09) 0 (0) 3 (1,73) 5,57

MG2 16 (4) 0,66 (0,81) 0,004 (0,06) 0 (0) 6 (2,45) 7,32

MG3 15 (3,87) 0,47 (0,69) 0,004 (0,06) 0 (0) 7 (2,65) 7,26

MG4 11 (3,32) 0,55 (0,74) 0,005 (0,07) 0 (0) 3 (1,73) 5,86

Ce1 24 (4,90) 0,46 (0,68) 0,002 (0,04) 0 (0) 10 (3,16) 8,78

Ce2 23 (4,80) 0,45 (0,67) 0,001 (0,03) 0 (0) 11 (3,32) 8,82

Ce3 16 (4) 0,49 (0,70) 0,004 (0,06) 0 (0) 7 (2,65) 7,41

Ce4 19 (4,36) 2,41 (1,55) 0,01 (0,11) 0 (0) 9 (3) 9,02


Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 136 - Áreas prioritárias para conservação da herpetofauna considerando as áreas amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo.

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2.2.3.2 Mastofauna

Todos os parâmetros considerados (riqueza total de espécies, riqueza de espécies


ameaçadas, riqueza de espécies endêmicas, diversidade e equitabilidade) para os
dados de médios e grandes mamíferos atingiram valores máximos no sítio amostral
do fragmento de cerrado próximo ao SH Sol Nascente (Ce2), resultando na maior
relevância encontrada (8,27) dentre os transectos. Neste sítio amostral, também,
houve o único registro de espécie considerada quase ameaçada (Herpailurus
yagouaroundi, ICMBio, 2018), contribuindo para o maior valor total de Ce2.

No presente trabalho, as Unidades de Conservação da ARIE JK obtiveram os menores


valores totais (soma dos parâmetros) quando comparados aos demais transectos de
mesma formação vegetal, sendo o Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2) o de
menor valor total (4,77). Esse mesmo padrão pode ser observado para os dados de
riqueza de espécies, com a menor riqueza (S = 2) encontrada no Parque Distrital Boca
da Mata (MG4). A única espécie endêmica registrada de médios e grandes mamíferos
foi o sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata), de ocorrência em todos os sítios
amostrais na ARIE JK e, assim, tendo o mesmo peso para o valor final de cada sítio
amostral.

Tabela 58 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da mastofauna (médios e


grandes mamíferos). Entre parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
Sítios Diversidade de Equitabilidade Espécies Espécies Soma dos
Riqueza
Amostrais Shannon (H') de Pielou (J) Ameaçadas Endêmicas Parâmetros
MG1 3,00 (1,73) 1,68 (1,30) 0,69 (0,83) 0,00 (0) 1,00 (1) 4,86
MG2 3,00 (1,73) 1,50 (1,22) 0,66 (0,82) 0,00 (0) 1,00 (1) 4,77
MG3 5,00 (2,24) 1,22 (1,10) 0,79 (0,89) 0,00 (0) 1,00 (1) 5,23
MG4 2,00 (1,41) 2,45 (1,57) 0,76 (0,87) 0,00 (0) 1,00 (1) 4,85
Ce1 6,00 (2,45) 4,61 (2,15) 0,85 (0,92) 0,00 (0) 1,00 (1) 6,52
Ce2 8,00 (2,83) 6,27 (2,50) 0,88 (0,94) 1,00 (1) 1,00 (1) 8,27
Ce3 7,00 (2,65) 5,01 (2,24) 0,83 (0,91) 0,00 (0) 1,00 (1) 6,79
Ce4 7,00 (2,65) 4,55 (2,13) 0,78 (0,88) 0,00 (0) 1,00 (1) 6,66
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 137 - Áreas prioritárias para conservação da mastofauna (médios e grandes mamíferos) considerando as áreas amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo.

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2.2.3.3 Mastofauna voadora

Dentro de cada formação vegetal, as Unidades de Conservação foram de maior


relevância para os dados de quirópteros, sendo o Parque Ecológico Três Meninas
(Ce1) o transecto com o maior valor total (4,85), resultado da maior riqueza de
espécies (S = 4) e maior diversidade (H’ = 3,57). Os valores de equitabilidade entre
os sítios amostrados foram próximos a 1 (menor valor calculado para MG1 (J = 0,81))
o que, neste caso, pode ser explicado pela baixa riqueza específica do grupo e baixas
abundâncias específicas. Não foram registradas espécies ameaçadas ou endêmicas
de morcegos durante os trabalhos de campo na ARIE JK.

Tabela 59 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da mastofauna voadora.


Entre parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
Sítios Diversidade de Equitabilidade Espécies Espécies Soma dos
Riqueza
Amostrais Shannon (H') de Pielou (J) Ameaçadas Endêmicas Parâmetros
MG1 2,00 (1,41) 1,75 (1,32) 0,81 (0,90) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,64
MG2 3,00 (1,73) 2,89 (1,70) 0,97 (0,98) 0,00 (0) 0,00 (0) 4,41
MG3 1,00 (1) 1,00 (1) 1,00 (1) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,00
MG4 - - - - - -
Ce1 4,00 (2) 3,57 (1,89) 0,92 (0,96) 0,00 (0) 0,00 (0) 4,85
Ce2 3,00 (1,73) 2,93 (1,71) 0,98 (0,99) 0,00 (0) 0,00 (0) 4,43
Ce3 - - - - - -
Ce4 1,00 (1) 1,00 (1) 1,00 (1) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,00
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 138 - Áreas prioritárias para conservação da mastofauna voadora considerando as áreas amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo.

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2.2.3.4 Avifauna

No presente estudo, os sítios amostrais do Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) e o


fragmento de Cerrado próximo ao SH Sol Nascente (Ce3) foram mais relevantes para
os dados amostrados de avifauna (respectivamente, 13,00 e 12,97), seguido pelo
fragmento de Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga (MG3, 12,23), e do
Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2, 12,20). Os transectos de menores valores
totais para esse grupo foram o fragmento de Cerrado na Zona de Amortecimento a
oeste da ARIE JK (Ce4, 5,24) e o Parque Distrital Boca da Mata (MG4, 9,02), os quais
também apresentaram os menores valores de riqueza específica (respectivamente, S
= 8 e S = 30) e diversidade (respectivamente, H’ = 2,03 e H’ = 2,71).

A riqueza de espécies endêmicas foi maior nas áreas florestais, com cinco das seis
espécies registradas ocorrendo no Parque Ecológico Saburo Onoyama (MG2) e no
fragmento de Mata de Galeria às margens do Ribeirão Taguatinga (MG3). Por fim, as
espécies Amazona aestiva (papagaio-verdadeiro) e Porphyrospiza caerulescens
(campainha-azul), consideradas quase ameaçadas pela lista nacional (ICMBio, 2018)
ou internacional (IUCN, 2018), foram encontradas apenas em áreas de Cerrado.

Tabela 60 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da avifauna. Entre


parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
Diversidade
Sítios Equitabilidade Espécies Espécies Soma dos
Riqueza de
Amostrais de Pielou (J) Ameaçadas Endêmicas Parâmetros
Shannon (H')
MG1 47,00 (6,86) 3,39 (1,83) 0,88 (0,94) 0,00 (0) 3,00 (1,73) 11,37
MG2 51,00 (7,14) 3,51 (1,87) 0,89 (0,94) 0,00 (0) 5,00 (2,24) 12,20
MG3 51,00 (7,21) 3,60 (1,90) 0,92 (0,95) 0,00 (0) 5,00 (2,24) 12,23
MG4 30,00 (5,48) 2,71 (1,64) 0,80 (0,89) 0,00 (0) 1,00 (1) 9,02
Ce1 67,00 (8,19) 3,58 (1,89) 0,85 (0,92) 1,00 (0) 1,00 (1) 13,00
Ce2 47,00 (6,86) 3,14 (1,75) 0,81 (0,89) 2,00 (1) 0,00 (0) 10,94
Ce3 53,00 (7,28) 3,62 (1,90) 0,91 (0,95) 2,00 (1) 2,00 (1,41) 12,97
Ce4 8,00 (2,83) 2,03 (1,42) 0,98 (0,99) 0,00 (0) 0,00 (0) 5,24
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2.3.5 Ictiofauna

O Córrego Taguatinga (P1) foi o mais relevante para a comunidade de ictiofauna


amostrada neste trabalho, sendo o Córrego do Cortado (P2) o ponto de menor valor.
Os valores totais (soma dos parâmetros ecológicos) para cada ponto foi de 3,49 (em
P2) a 3,76 (em P1), indicando uma alta similaridade entre os corpos d’água em relação
à ictiofauna local.

Tabela 61 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da ictiofauna. Entre


parênteses são apresentados os valores normalizados pela raiz quadrada.
Sítios Diversidade de Equitabilidade Espécies Espécies Soma dos
Riqueza
Amostrais Shannon (H') de Pielou (J) Ameaçadas Endêmicas Parâmetros
P1 4,00 (2) 0,91 (0,95) 0,65 (0,81) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,76
P2 4,00 (2) 0,65 (0,81) 0,47 (0,69) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,49
P3 5,00 (2,24) 0,59 (0,77) 0,36 (0,60) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,60
P4 4,00 (2) 0,85 (0,92) 0,61 (0,78) 0,00 (0) 0,00 (0) 3,70
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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2.2.3.5 Dados Consolidados - Fauna Geral

Os sítios em áreas de Cerrado obtiveram os maiores valores totais para herpetofauna


e mastofauna indicando uma maior influência das formações savânicas para as
comunidades desses grupos. Apesar do transecto Ce2 ter apresentado o maior valor
total para os dados de avifauna, o conjunto de transectos em formações florestais
representa maior peso para a comunidade de aves amostrada. Em relação as
Unidades de Conservação da ARIE JK, o Parque Ecológico do Cortado (MG1) e o
Parque Distrital Boca da Mata (MG4) apresentaram os menores valores dentre os
transectos em formações florestais para herpetofauna e avifauna. Para os mamíferos
de médio e grande porte, as UCs situadas em formações florestais (MG1, MG2 e MG4)
apresentaram valores menores do que a Mata de Galeria às margens do Ribeirão
Taguatinga (MG4), enquanto que para os dados de quirópteros, o maior valor foi
encontrado para as formações florestais foi no Parque Ecológico Saburo Onoyama
(MG2). O Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) foi o sítio amostral de maior
relevância para todos os dados de quirópteros e avifauna.

Os resultados para a soma dos parâmetros ecológicos entre os grupos de fauna


terrestre mostram uma maior importância do conjunto de transectos em formações
savânicas do que aqueles em formações florestais. Os sítios amostrais de maior
relevância no presente trabalho foram o Parque Ecológico Três Meninas (Ce1) e o
fragmento de Cerrado próximo ao SH Pôr do Sol (Ce2), com 33,15 e 32,46
respectivamente, enquanto o Parque Distrital Boca da Mata (MG4) o fragmento de
Cerrado na Zona de Amortecimento a Oeste (Ce4), com 23,92 e 19,70
respectivamente, apresentaram as menores somas totais entre os transectos
considerados. Faz-se necessário destacar que o esforço amostral entre os grupos não
foi o mesmo para todos os sítios (como por exemplo os sítios não amostrados por
redes de neblina), o que pode influenciar no ranqueamento final das áreas.

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Tabela 62 - Análise de atributos para priorização de áreas de conservação da fauna, considerando


apenas a fauna terrestre (herpetofauna, mastofauna, avifauna).
Sítios Espécies Espécies Resultantes
Riqueza
Amostrais Ameaçadas Endêmicas Ecológicas*
MG1 61 0 7 25,44

MG2 73 0 12 28,70

MG3 72 0 13 27,72

MG4 43 0 5 19,73

Ce1 101 0 12 33,15

Ce2 81 2 12 32,46

Ce3 76 1 10 27,17

Ce4 35 0 10 23,92
Legenda: * As resultantens ecológicas foram calculadas a partir da somatória simples das importâncias
ecológicas calculadas para cada grupo mencionado (herpetofauna, mastofauna, avifauna),
representadas pela grandeza “Soma dos parâmetros”.
Fonte: SALT (Plano de Manejo 2020).

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Figura 141 - Áreas prioritárias para conservação da fauna considerando as áreas amostradas durante o levantamento de dados primários deste Plano de Manejo.

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BIBLIOGRÁFICAS
Diagnóstico Técnico Socioambiental
Plano de Manejo 2020
ARIE JK – Distrito Federal (DF)

4 LISTA DE ANEXOS

• Anexo 1 – Lista de Espécies Flora

• Anexo 2 – Lista de Espécies do grupo Herpetofauna

• Anexo 3 – Lista de Espécies do grupo Mastofauna

• Anexo 4 – Lista de Espécies do grupo Avifauna

• Anexo 5 – Lista de Espécies do grupo Ictiofauna e


Macroinvertebrados

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