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FACULDADE FUTURA

CONTEÚDO E METODOLOGIA
DA GEOGRAFIA

VOTUPORANGA – SP
1 CONCEITO DE GEOGRAFIA

Proveniente dos termos gregos Geo: Terra e Grafein: Descrever, a geografia é


a ciência que estuda os elementos físicos, biológicos e humanos que acontecem e
tem influencia sobre o planeta terra na sua condição de habitat do ser humano e
demais seres vivos. A geografia estuda os elementos que constituem a superfície da
terra de pontos de vista diferentes formando uma subdivisão no seu conceito: Por um
lado temos a Geografia Geral, que é aquela que estuda cada característica de modo
separado e que considera o planeta como uma unidade. Por outro lado, a Geografia
Regional estuda a totalidade dos elementos de forma simultânea sobre diferentes
regiões de forma separada.
Entre os conceitos de geografia, podemos dizer que é a ciência que estuda a
terra, sua superfície, seu relevo, sua hidrografia, sua flora e sua fauna. A geografia é
uma ciência considerada dinâmica que não somente descreve a terra como também
explica, estuda causas, conexões de fatos geográficos. Além de estudar a terra a
geografia, como definição, é um termo usado para referir-se a território. A geografia,
portanto, estuda o meio, as sociedades presentes nestes meios e as regiões que
formadas à partir dessas relações.
A geografia é o estuda da distribuição sobre a superfície do planeta terra dos
fenômenos físicos, biológicos e humanos, das causas desta distribuição e das
relações locais destes fenômenos. A geografia é a ciência que realiza a perfeita
descrição da paisagem natural terrestre. Estuda as causas e os efeitos desses
fenômenos naturais e as consequências trazidas por tais fenômenos.
A geografia geral é aquela que estuda cada um dos elementos que formam
parte da superfície do planeta por separado. A geografia pode subdividir-se em partes
diferentes de acordo com cada elemento de estudo. Estas são as subdivisões da
Geografia geral: Geografia matemática (Astronomia e cartografia), geografia física
(Geomorfologia, hidrografia e climatologia), geografia biológica (Fitogeografia e
zoogeografia) e geografia humana (Geografia Etnológica, geografia política e social e
geografia econômica).

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2 A GEOGRAFIA E A COMPREENSÃO DO ESPAÇO

O conceito de espaço geográfico varia conforme a abordagem realizada. Mas,


em geral, refere-se à materialização da relação em o homem e o meio.
O Espaço Geográfico é um importante conceito para a Geografia, haja vista
que ele é o objeto principal de estudo dessa área do conhecimento. Sendo assim,
entender o espaço geográfico significa também compreender o papel que essa ciência
possui no sentido de investigar a realidade tanto em seu aspecto social quanto em
suas premissas naturais, com ênfase nas relações entre sociedade e natureza.
Não há, no entanto, um consenso entre os geógrafos sobre o que seria,
exatamente, o espaço geográfico, haja vista que muitos deles orientam-se a partir de
diferentes correntes de pensamento que apresentam diferentes perspectivas. Por
exemplo, para a corrente Nova Geografia, o espaço geográfico corresponde à
organização da sociedade e seus elementos sobre o meio.
Há autores, como Richard Hartshorne, que defendem que o espaço geográfico
é apenas uma construção intelectual, não existindo de fato na sociedade. Seria, nesse
caso, uma concepção da forma como nós enxergamos a realidade no sentido de
apreender como acontece a espacialização da sociedade e tudo o que por ela foi
construído.
Já Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um conjunto de sistemas de
objetos e ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações humanas que
manejam tais instrumentos no sentido de construir e transformar o meio, seja ele
natural ou social.
Para os geógrafos humanistas, porém, o conceito de espaço geográfico estaria
atrelado à questão subjetiva, cultural e individual. Nesse sentido, o espaço é o local
de morada dos seres humanos e, mais do que isso, é o meio de vivência onde as
pessoas imprimem suas marcas cotidianamente, proporcionando novas leituras à
medida que a compreensão do mundo modifica-se.

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3 AS CONFIGURAÇÕES GEOGRÁFICAS E AS DELIMITAÇÕES DO ESPAÇO

O espaço geográfico corresponde ao espaço construído e alterado pelo


homem; e pode ser definido com sendo o palco das realizações humanas nas quais
estão as relações entre os homens e desses com a natureza. O espaço geográfico
abriga o homem e todos os elementos naturais, tais como relevo, clima, vegetação e
tudo que nela está inserido.
O espaço geográfico em sua etapa inicial apresentava somente os aspectos
físicos ou naturais presentes, como rios, mares, lagos, montanhas, animais, plantas e
toda interação e interdependência entre eles. O surgimento do homem, desde o mais
primitivo, que começou a interferir no meio a partir do corte de uma árvore para
construção de um abrigo e para caça, impactou e transformou o espaço geográfico.
Nesse primeiro momento, as transformações eram quase que insignificantes,
uma vez que tudo que se retirava da natureza servia somente para sanar as
necessidades básicas de sobrevivência, processo chamado de “meios de existência”.
Toda modificação executada na natureza é proveniente do trabalho humano.
É através do trabalho que o homem é capaz de construir e desenvolver tudo
aquilo que é indispensável à sua sobrevivência. O termo “trabalho” significa todo
esforço físico e mental humano com finalidade de produzir algo útil a si mesmo ou a
alguém.
O conjunto de atividades desempenhadas pelas sociedades continuamente
promove a modificação do espaço geográfico. A partir da Primeira Revolução
Industrial, o homem enfatizou a retirada de recursos dispostos na natureza a fim de
abastecer as indústrias de matéria-prima, que é um item primordial nessa atividade,
ao passo que a população crescia acompanhada pelo alto consumo de alimentos e
bens de consumo.
Com o avanço tecnológico, o homem criou uma série de mecanismos para
facilitar a manipulação dos elementos da natureza, máquinas e equipamentos
facilitaram a vida do homem e dinamizaram o processo de exploração de recursos,
como os minerais, além do desenvolvimento de toda produção agropecuária com a
inserção de tecnologias, como tratores, plantadeiras, colheitadeiras e muitos outros.
Na produção agropecuária se faz necessário transformar o meio, pois retira-se
toda cobertura vegetal original que é substituída por pastagens e lavouras. Dessas

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derivam outros impactos como erosão, poluição e contaminação do solo e dos
mananciais.
Na extração mineral, o espaço geográfico é bastante atingido, sofrendo
profundos impactos e mudando de forma drástica todo arranjo espacial do lugar que
está sendo explorado.
Nos centros urbanos, as alterações são percebidas nas construções presentes,
essas transformações ocorrem em loteamentos que em um período era somente uma
área desabitada e passou a abrigar construções residenciais, além de áreas
destinadas ao comércio e indústria. Desse modo, nas cidades de todo mundo sempre
ocorrem modificações no espaço, são identificadas nas novas construções, nas
reformas de residências, lojas e todas as formas de edificações.
Diante dessas considerações constata-se que o espaço geográfico não é
estático, pois até mesmo a deteriorização de um edifício ou monumento é considerado
uma alteração do espaço e automaticamente da paisagem, por isso as mudanças são
contínuas e dinâmicas. O espaço geográfico é produto do trabalho humano sobre a
natureza e todas as relações sociais ao longo da história.
As constantes intervenções humanas no espaço causam uma infinidade de
degradação que recentemente tem se voltado contra o homem. Desse modo, a
natureza está devolvendo tudo aquilo que as ações antrópicas causaram. São vários
os exemplos decorrentes das profundas alterações ocorridas principalmente no último
século no planeta, como o aquecimento global, efeito estufa e escassez de água.
As décadas de exploração ocasionaram a extinção, somente no século XX pelo
menos 15% das espécies da fauna e da flora foram extintas.
A partir das afirmativas, fica evidente que o homem necessita da natureza para
obter seu sustento, no entanto, o que tem sido promovido é uma exploração irracional
dos recursos. Se continuar nesse ritmo, provavelmente as próximas gerações
enfrentarão sérios problemas. Além disso, a vida de todos os seres vivos na Terra
ficará comprometida, inclusive do homem, caso o problema não seja solucionado.

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4 A ORIGEM DA TERRA

Fonte: www.ambientemelhor.com.br

Várias teorias foram formuladas para explicar a origem da Terra e do universo


de acordo com as tendências vigentes na época em que foram formuladas. A principal
teoria aceita pela comunidade científica por mais de um século dizia que a Terra for
formada pelo resfriamento de nuvens de gases que estavam em rotação, o que formou
o corpo heterogêneo que é nosso planeta.
Nas últimas décadas do século passado, surgiu uma nova teoria segundo a
qual a Terra teria surgido pela agregação de poeira cósmica. Esta agregação ocorreu
pelo atrito das partículas que se chocavam e geravam calor. Este calor provocou o
aparecimento de uma atração gravitacional que atraiu mais corpos dispersos no
espaço e aumentou a massa da Terra, até formar o corpo que conhecemos hoje. Esta
mesma força gravitacional reteve ao seu redor uma pequena camada de gases que
eram gerados pelo atrito das partículas, formando uma atmosfera primitiva.
Essa atmosfera primitiva atuou como isolante térmico, criando o ambiente
perfeito para a fusão dos materiais terrestres. Sendo assim, os elementos mais
densos e pesados como ferro e níquel migraram para o interior do planeta, enquanto
os mais leves concentraram-se na superfície.
Os materiais que dispunham de ponto de fusão menor, ficaram na superfície e
foram resfriados pela atmosfera, solidificando-se. Abaixo da superfície, como a
temperatura é maior, os elementos permanecem em constante estado
líquido/pastoso.

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5 A ESTRUTURA DA TERRA

Fonte: www.geografalando.blogspot.com.br

A Terra possui três camadas distintas, dispostas de formas concêntricas:


• Crosta ou Litosfera: Possui profundidades de aproximadamente 30 a 70 km.
Encontra-se no estado Sólido. É composta por duas camadas:
- Crosta superior: é constituída por Sial (Sílica e Alumínio). Possui temperaturas
de aproximadamente 800ºC em seu interior;
- Crosta inferior: é composta por Sima (Sílica e Magnésio). As temperaturas
desta camada giram em torno de aproximadamente 1000ºC.
• Manto ou Astenosfera: Encontra-se no estado pastoso. É composto,
basicamente, por Silicatos de Ferro e de Magnésio, entre vários outros elementos.
Sua profundidade é de 2900 km da superfície terrestre, sendo dividida em Manto
Externo e Manto Interno que possuem densidades diferentes, de acordo com a sua
composição (3,3 e 5,5 respectivamente).
• Núcleo: É constituído de Ferro e Níquel (Nife). Subdivide-se em duas
subcamadas:
_ Núcleo Externo: Possui temperaturas de aproximadamente 3000ºC. Está a
uma profundidade de 5100 km. Acredita-se que esteja no estado líquido devido à
imensa pressão encontrada a esta profundidade;
_ Núcleo Interno: Imagina-se que possua temperaturas próximas à da
superfície do Sol (cerca de 5000ºC). Supõe-se que esteja no estado sólido, também
devido à enorme pressão no local. Está a 6370 km da superfície.

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Fonte: www.ebah.com.br

6 O TEMPO GEOLÓGICO

Fonte: www.br.pinterest.com

De acordo com as marcas deixadas pelo Planeta Terra, podemos interpretar o


seu vasto passado. Assim, a história da Geologia nada mais é que a interpretação
dessas marcas.
• (500 A. C.) O grego Xanto de Sardis acreditava que os peixes fossilizados
apareciam em regiões cobertas por antigos mares;
• (484 – 420 A. C.) Heródoto, filósofo também grego, enquanto estudava o
processo de sedimentação no Delta do Rio Nilo, concluiu que ele teria demorado

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vários anos para se formar. Imaginava que os fósseis encontrados no Mediterrâneo
eram restos de alimentos dos trabalhadores que construíram as pirâmides egípcias;
• (384 – 322 A. C.) Aristóteles cogitou a ideia de que existiam peixes terrestres,
o que explicava o aparecimento de fósseis;
• (Séc. XVII) Um arcebispo irlandês, fazendo leitura dos textos bíblicos, estimou
que a Terra havia aparecido há 4004 anos Antes de Cristo, no dia 26 de outubro, às
9 horas;
• (1680 D.C.) Thomas Burnet interpretou que as datas bíblicas eram metáforas
para longas eras geológicas;
• (Fim do Séc. XVIII) Cientistas estimaram a idade da Terra entre 20 e 200
milhões de anos;
• (Séc. XX) Após a descoberta do processo de desintegração radioativa (meia-
vida) dos elementos, foi possível determinar a idade das rochas.

Fonte: www.escolakids.uol.com.br

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