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FACULDADE FUTURA

TENDÊNCIAS ATUAIS DA
EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO
INCLUSIVA

VOTUPORANGA – SP
18 ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO CURRÍCULO

Correspondem ao conjunto de modificações nos elementos físicos e


materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais do professor quanto ao
seu preparo para trabalhar com os alunos. São definidas como alterações ou
recursos espaciais, materiais ou de comunicação que venham a facilitar os
alunos com necessidades educacionais especiais a desenvolver o currículo
escolar.

Fonte: futurotaqui.blogspot.com.br

As seguintes medidas constituem adaptações de acesso ao currículo:

 Criar condições físicas, ambientais e materiais para o aluno na sua


unidade escolar de atendimento;
 Propiciar os melhores níveis de comunicação e interação com as
pessoas com as quais convive na comunidade escolar;
 Favorecer a participação nas atividades escolares;
 Propiciar o mobiliário específico necessário;
 Fornecer ou atuar para a aquisição dos equipamentos e recursos
materiais específicos necessários;
 Adaptar materiais de uso comum em sala de aula;
 Adotar sistemas de comunicação alternativos para os alunos
impedidos de comunicação oral (no processo de ensino
aprendizagem e na avaliação).
 Sugestões que favorecem o acesso ao currículo:
 Agrupar os alunos de uma maneira que facilite a realização de
atividades em grupo e incentive a comunicação e as relações
interpessoais;
 Propiciar ambientes com adequada luminosidade, sonoridade e
movimentação;
 Encorajar, estimular e reforçar a comunicação, a participação, o
sucesso, a iniciativa e o desempenho do aluno;
 Adaptar materiais escritos de uso comum: destacar alguns
aspectos que necessitam ser apreendidos com cores, desenhos,
traços; cobrir partes que podem desviar a atenção do aluno; incluir
desenhos, gráficos que ajudem na compreensão; destacar
imagens; modificar conteúdos de material escrito de modo a torná-
lo mais acessível à compreensão etc.;
 Providenciar adaptação de instrumentos de avaliação e de ensino
aprendizagem; • favorecer o processo comunicativo entre aluno-
professor, aluno-aluno, aluno-adultos;
 Providenciar softwares educativos específicos;
 Despertar a motivação, a atenção e o interesse do aluno;
 Apoiar o uso dos materiais de ensino-aprendizagem de uso
comum;
 Atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e
fracasso.
Sugestões de recursos de acesso ao currículo para alunos com
necessidades especiais, segundo necessidades específicas:
18.1 Para alunos com deficiência visual

Fonte:professorawaldebora.blogspot.com.br

 Materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros;


 Sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do
aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados;
 Textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para
melhorar a compreensão;
 Posicionamento do aluno na sala de

 Aula de modo que favoreça sua

possibilidade de ouvir o professor;

 Deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou


informações, facilitado pela disposição do mobiliário;
 Explicações verbais sobre todo o material apresentado em aula, de
maneira visual;
 Boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente
exibidos pelos que são cegos;
 Adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das
letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura
modificada etc.;
 Máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado etc.;
 Organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar acidentes:
colocação de extintores de incêndio em posição mais alta, pistas
olfativas para orientar na localização de ambientes, espaço entre
as carteiras para facilitar o deslocamento, corrimão nas escadas
etc.;
 Material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos
com baixa visão e em braille e relevo para os cegos;
 Braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer
o referido sistema;
 Materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas ou
presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com
sintetizador de vozes e periféricos adaptados etc.;
 Recursos ópticos;
 Apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e
mobilidade, visando à locomoção independente do aluno.

18.2 Para alunos com deficiência auditiva

 Materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva,


treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos etc.;
 Textos escritos complementados com elementos que favoreçam a
sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e outros;
 Sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do
aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais;
 Salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.;
 Posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os
movimentos orofaciais do professor e dos colegas;
 Material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das
informações expostas verbalmente.

18.3 Para alunos com deficiência mental


Fonte: apsicologaonline.com

 Ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como:


atelier, cantinhos, oficinas etc.;
 Desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de
comunicação, cuidado pessoal e autonomia.

18.4 Para alunos com deficiência física

 Sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado


às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos
(baseados em elementos representativos, em desenhos lineares,
sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e
arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem
codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação
ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica),
comunicação total e outros;
 Adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa
deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio,
alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e
carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de pernas,
faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagógico (tesoura,
ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão
ou outros tipos de adaptação etc.);
 Deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros
equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas;
 Utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel,
suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.;
 Textos escritos complementados com elementos de outras
linguagens e sistemas de comunicação.

18.5 Para alunos com superdotação

Fonte: www.jcnet.com.br

 Evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais colegas,


sentimentos de isolamento etc.;
 Pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em atividades
cooperativas;
 Materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os trabalhos
educativos;
 Ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laboratórios,
bibliotecas etc.;
 Materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâminas,
pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens etc., e de
elementos que despertam novas possibilidades.
Fonte: eficienteemfoco.blogspot.com.br

18.6 Para alunos com deficiências múltiplas

As adaptações de acesso para esses alunos devem considerar as


deficiências que se apresentam distintamente e a associação de deficiências
agrupadas: surdez cegueira, deficiência visual-mental, deficiência físico-auditiva
etc.
As adaptações de acesso devem contemplar a funcionalidade e as
condições individuais do aluno:

 Ambientes de aula que favoreça a aprendizagem, como: ateliê,


cantinhos, oficinas;
 Acesso à atenção do professor;
 Materiais de aula: mostrar os objetos entregá-los, brincar com eles,
estimulando os alunos a utilizá-los;
 Apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem interesse
e tenham acesso a eles.
18.7 Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos

Fonte:pt.slideshare.net

O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem parece


ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas vidas.
Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clínicos que
caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais ou menos
limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currículo:
 Encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e
social;

 Oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competências;

 Estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;

 Utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com as


atividades realizadas;
 Oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evitar
alternativas do tipo

 “Aprendizagem por ensaio e erro”);


 Favorecer o bem-estar emocional.
19 ADAPTAÇÕES NOS ELEMENTOS CURRICULARES

Focalizam as formas de ensinar e avaliar, bem como os conteúdos a


serem ministrados, considerando a temporalidade. São definidas como
alterações realizadas nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de
avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças individuais dos
alunos. Medidas adotadas para as adaptações nos elementos curriculares:

Fonte: adaptareincluir.blogs.sapo.pt

19.1 Adaptações metodológicas e didáticas

Realizam-se por meio de procedimentos técnicos e metodológicos,


estratégias de ensino e aprendizagem, procedimentos avaliativos e atividades
programadas para os alunos. São exemplos de adaptações metodológicas e
didáticas:
 Situar o aluno nos grupos com os quais melhor possa trabalhar;
 Adotar métodos e técnicas de ensino e aprendizagem específicas
para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares, sem
prejuízo para as atividades docentes;
 Utilizar técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação
distintos da classe, quando necessário, sem alterar os objetivos da
avaliação e seu conteúdo;
 Propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido em
suas capacidades, temporária ou permanentemente, de modo que
permita a realização das atividades escolares e do processo avaliativo. O
apoio pode ser oferecido pelo professor regente, professor especializado
ou pelos próprios colegas;
 Introduzir atividades individuais complementares para o aluno
alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas atividades
podem realizar-se na própria sala de aula ou em atendimentos de apoio;

Fonte:www.deficienciavisual.pt

 Introduzir atividades complementares específicas para o aluno,


individualmente ou em grupo;
 Eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja uma
participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibilitado de executar;
 Suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser
alcançados pelo aluno em razão de sua (s) deficiência (s); substituí-los
por objetivos e conteúdos acessíveis, significativos e básicos, para o
aluno.

19.2 Adaptações dos conteúdos curriculares e no processo avaliativo

Consistem em adaptações individuais dentro da programação regular,


considerando-se os objetivos, os conteúdos e os critérios de avaliação para
responder às necessidades de cada aluno. São exemplos dessas estratégias
adaptativas:
 Adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, o que
implica modificar os objetivos, considerando as condições do aluno
em relação aos demais colegas da turma;

Fonte:revistasentidos.uol.com.br

 Priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de


avaliação, para dar ênfase aos objetivos que contemplem as
deficiências do aluno, suas condutas típicas ou altas habilidades.
Essa priorização não implica abandonar os objetivos definidos para
o seu grupo, mas acrescentar outros, concernentes com suas
necessidades educacionais especiais;
 Mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de
avaliação, isto é, considerar que o aluno com necessidades
especiais pode alcançar os objetivos comuns ao grupo, mesmo que
possa requerer um período mais longo de tempo. De igual modo,
poderá necessitar de período variável para o processo de ensino
aprendizagem e o desenvolvimento de suas habilidades;
 Mudar a temporalidade das disciplinas do curso, série ou ciclo, ou
seja, cursar menos disciplinas durante o ano letivo e, desse modo,
estender o período de duração do curso, série ou ciclo que
frequenta;
 Introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, o que
implica considerar a possibilidade de acréscimo desses elementos
na ação educativa caso necessário à educação do aluno com
necessidades especiais. É o caso da ampliação dos componentes
curriculares específicos destinados aos portadores de deficiências
e de condutas típicas, e dos programas de
aprofundamento/enriquecimento curricular propostos para os
alunos com superdotação. O acréscimo de objetivos, conteúdos e
critérios de avaliação não pressupõe a eliminação ou redução dos
elementos constantes do currículo regular desenvolvido pelo aluno;
 Eliminar conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, definidos
para o grupo de referência do aluno, em razão de suas deficiências
ou limitações pessoais. A supressão desses conteúdos e objetivos
da programação educacional regular não deve causar prejuízo
para a sua escolarização e promoção acadêmica. Deve considerar,
rigorosamente, o significado dos conteúdos, ou seja, se são
básicos, fundamentais e pré-requisitos para aprendizagens
posteriores.

Fonte:www.maxximiza.com.br

As medidas de adaptações curriculares devem considerar os seguintes


aspectos, dentre outros:
 Ser precedida de uma criteriosa avaliação do aluno, considerando
a sua competência acadêmica;
 Fundamentar-se na análise do contexto escolar e familiar, que
favoreça a identificação dos elementos adaptativos necessários
que possibilitem as alterações indicadas;
 Contar com a participação da equipe docente e técnica da escola
e com o apoio de uma equipe psicopedagógica (integrada por
psicólogo, fonoaudiólogo, médico e outros) quando possível e
necessário;
 Promover o registro documental das medidas adaptativas
adotadas, para integrar o acervo documental do aluno;
 Evitar que as programações individuais sejam definidas,
organizadas e realizadas com prejuízo para o aluno, ou seja, para
o seu desempenho, promoção escolar e socialização;
 Adotar critérios para evitar adaptações curriculares muito
significativas, que impliquem supressões de conteúdos
expressivos (quantitativa e qualitativamente), bem como a
eliminação de disciplinas ou de áreas curriculares completas.
REFERÊNCIAS

GARCÍA, R. El conocimiento en construcción: de las formulaciones de Jean


Piaget a la teoría de sistemas complejos. Barcelona: Gedisa, 2000.

GIDDENS, A. (1992) A transformação da intimidade. Tradução de Magda Lopes.


São Paulo: Editora da UNESP, 1993.

MACEDO, L. Apresentação. Em C. Coll, Psicologia e currículo: uma aproximação


psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Editora Ática,
1996. Pág. 7-21.

MACEDO, L. de; PETTY, A.L.S. & PASSOS, N.C. 4 Cores, senha e dominó. São
Paulo: Editora Casa do Psicólogo, 1997.

MACEDO, L. de; PETTY, A.L.S. & PASSOS, N.C. Aprender com jogos e
situações-problema. Porto Alegre: Editora Artmed, 2000.

MACEDO, L. Ensaios construtivistas. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo,


1994. (4a. edição, 1999.)

PIAGET, J. (1949) Ensaio de lógica operatória. Tradução de Maria Ângela


Vinagre de Almeida. São Paulo e Porto Alegre: Editora da Universidade de São
Paulo e Editora Globo, 1971.

PIAGET, J. (1980). As formas elementares da dialética. Tradução de Fernanda


Mendes Luiz. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996.

PIAGET, J. De la Pédagogie. Paris: Editions Odile Jacob, 1998.


PIAGET, J. e INHELDER, B. (1959) Gênese das estruturas lógicas elementares.
Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1971.

PIAGET, J. L’équilibration des structures cognitives: problème central du


développement. Paris: Presses Universitaires de France, 1975.

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