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Cristiano Silva de Barros

Elzimar Goettenauer de Marins Costa

ELABORAÇÃO DE
MATERIAIS DIDÁTICOS:
Ensino do Espanhol

Apresentação:
Alice Isabela Matos
SUMÁRIO:

Introdução Processo de Criação Temas, textos Habilidades,


elaboração dos materiais e gramática modalidades
didáticos

Relação: Perspectiva Interdisci- Estrutura: Conclusão


português (Inter-)pluricul plinariedade e sequência
e espanhol tural autonomia didática
Introdução
O que são os matériais didáticos?
São ferramentas de trabalho do professor e sem eles o
processo de ensino e aprendizado seria baixo, pois o
material didático é muito mais do que o livro que o
professor costuma usar para elaborar a aula, também é
considerado material didático tudo aquilo que o
professor e o aluno usa para o ensino, aprendizado e o
aprofundamento de um conteúdo.
Os materiais didáticos devem ser construidos a partir
de conceções metodológicas, por isso é necessário
responder perguntas, como:
Que material favorece de fato a aprendizagem dos meus
alunos?
Que tipo de material/atividade é melhor?
Quais textos são mais adequados e oferecem um contato
produtivo com a língua?
Qual deve ser o eixo central: tema, gramática, gênero textual,
função comunicativa, etc?
De que forma é possível estimular o respeito à diversidade?
Os materiais devem seguir uma perspectiva que levará
o aluno a desenvolver seu senso crítico, senso de
cidadania, da autonomia, etc.
[...] os critérios adotados no Edital PNLD 2011 para a seleção das coleções
buscaram garantir que, na escola pública, o aluno consiga aprender a
língua estrangeira para compreender e produzir, oralmente e por
escrito, diversos tipos de textos. Além do mais, os critérios incluíam a
importância do caráter educativo da aprendizagem de línguas, que pode
oportunizar o conhecimento sobre o outro e sobre si mesmo, sobre
culturas locais e globais. (Guia de Livros Didáticos, 2010, p. 11)
As instituições de ensino almejam livros didáticos que
formam alunos competentes quanto ao idioma, sensível
a diversidade cultural e linguística, capazes de construir
seu próprio discurso reflexivo.
Produção de Materiais
Quanto ao processo de produção de materiais didáticos:
Existe vantagem em os elaborar, pois, dessa forma os temas
abordados serão específicos para o público alvo, será mais
coerente entre a perspectiva metodológica do professor e
as atividades propostas por ele, além de possibilitar a
liberdade na sequênciação dos conteúdos.
Segundo Vilson Leffa (2003), a produção de materiais
englobam:
A análise: se refere a um exame do que o aluno
precisa aprender, levando em conta o seu
conhecimento prévio.
O material deve oferecer ajuda no grau exato do nível
do aluno, afim de que não se torne dificil demais ou
fácil demais.
O desenvolvimento: define os objetivos da
aprendizagem do aluno.
Comunicativos, culturais, linguisticos e etc
A abordagem: filosofia de aprendizagem com a qual
o professor se identifica, pode ser: estrutural,
nocional/funcional, situacional, baseado em
competencias, baseado em tarefas, baseado em
conteúdos.
O conteúdo: é determinado conforme a concepção
de língua que é adotada pelo professor.
A atividade: podem ser direcionadas para diferentes
áreas, como: fala, escuta, leitura e escrita.
O recurso: determina o suporte pelo qual a língua
será apresentada ao aluno, pode ser: papel, CD de
audio, video, computador, podcasts, etc.
A implementação: depende de quem irá manusear
o material.
Se pelo professor: explica oralmente o que deverá ser
feito, dar informações referente ao que se deve corrigir
caso tenha haja reformulações de atividades.
Se por outro professor: deve ser dada a esse professor
informações de como este conteúdo deverá ser apresentado
e trabalhado com os alunos.
Se pelo aluno: existirá 2 desafios
1. Oferecer ao aluno um material compátivel com seu
nível de conhecimento.
2. Já ter ideia das possíveis duvidas que surgirão para o
aluno
A avaliação: O professor pode preparar uma folha de
exercicio e conforme suas observações ir reformulando
e aplicando-a novamente.
Ou então, oferecer uma avaliação de carater mais formal,
como um questionário ou uma entrevista com os alunos.
Criação de Materiais Didáticos
Quando, por que e como:
Os autores abordam, inicialmente, a diferença entre
apostilas (conjunto de atividades definida pela progressão
dos conteúdos e pelo nível de dificuldade dos exercícios) e
atividades avulsas é elaborada conforme os conteúdos que
o professor acredita ser necessário o aprofundamente.
Com isso, os autores vão sugerir critérios e pautas para
ajudar o professor no processo de criação dos materiais
didáticos:
Situação 1: o professor não adota um material e
prepara seu próprio material para o periodo letivo:
Inicialmente, o professor deve considerar a faixa etária
dos alunos e se eles já tem algum conhecimento prévio
assim os textos e as atividades se adequarão aos
requisitos dos alunos.
É importante manter em mente que nenhuma sala de
aula será homogenea, sempre vai existir a diferença de
idade entre os alunos, o grau de conhecimento e com
diferentes estilos de aprendizagem. Além de que deve
se levar em consideração a quantidade de alunos na
sala, a carga horária e a motivação dos alunos.
Temas, textos e gramática
Temas: Podem ser temas de variadas areas, como
reflexão sobre o mundo do trabalho, meio
ambiente, as relações socio-afetivas, os valores, a
cultura, a educação, a política, os esportes e etc.
É importante que sejam temas atuais para fazer com que a
turma interaja entre si com a troca de opiniões, imersão em
novos universos e também com o uso da língua.
Textos: para realizar a escolha do texto o professor deve
considerar tanto o tema da unidade quanto rentabilidade
do gênero discursivo.
É importante contemplar a diversidade de gêneros, escritos e
orais e tipologias textuais: propagandas impressas e
veinculadas por rádio, televisão e internet; charges, histórias
em quadrinhos, cartas ao diretor, artigos de opinião, noticias
editoriais, entrevistas, crônicas, documentários, receitas,
piadas, contos, romance, blogs e etc.
Dessa forma, deve-se buscar explorar o tema por meio dos
gêneros, com atividades que estimulem os alunos a refletir
sobre sua atuação no mundo e na sociedade e a valorizar
seus conhecimentos e experiencias prévias.
Gramatica: Segundo as OCEM (p.144) o conhecimento da
gramatica permite que o estudante produza enunciados
que tem função discursiva. Portanto, a abordagem da
gramatica deve ser do tipo reflexiva e indutiva levando o
aluno entender o tema gramatical a partir do uso.
Desenvolvimento de
Habilidades e competências
Habilidades Interpretativas:
Deve-se trabalhar com os alunos a compreensão das
produções discurisivas do idioma/cultura, dando enfoque a
pré-leitura/audição, leitura/audição e pós-leitura/audição.
Desenvolvimento de
Habilidades e competências
Habilidades Expressivas:
Deve-se incentivar o aluno a expressar suas ideias,
conhecimentos de mundo e identidade no idioma que está
aprendendo.
Desenvolvimento de
Habilidades e competências
Leitura:
Objetiva o resgate dos conhecimentos prévios dos alunos
sobre o tema, sobre o gênero, o vocabulário a partir ae
leituras de gêneros variados.
A partir de então a turma pode discutir sobre o tema, mesmo
que seja em português nesse primeiro momento, para
explorem suas ideias, opiniões e conhecimentos sobre o
tema.
É importante que o professor invista em vários tipos de
gêneros literários, como: contos, romances e mesmo poemas,
afim de:
a) estimular o desenvolvimento de estratégias variadas, como a
localização de informação, a produção de inferência, o uso dos
conhecimentos prévios, a compreensão global, seletiva e detalhada do
texto;
b) explorar o caráter polifônico dos textos e a intertextualidade;
c) favorecer a pluralidade de interpretações;
d) contribuir para a formação de um leitor reflexivo e crítico.
Os exercícios devem ser diversificados de modo a focalizar, com relação aos
gêneros: os aspectos formais/gráficos (a arquitetura do texto), a função e os
objetivos; os componentes discursivos e gramaticais; o vocabulário; os aspectos
sociolinguísticos; as condições de produção (quem escreve o texto, onde, por
quê, para quem), circulação (em que suporte, para chegar a quais leitores) e
recepção (quem lê, onde, por quê). Podem ser de diferente natureza: completar,
associar informações, relacionar palavras ao tema, a definições e/ou imagens,
responder perguntas abertas, formular perguntas etc, procurando-se privilegiar
os exercícios que demandem a releitura e a reflexão.
Na fase de pós-leitura, é possível ampliar o trabalho com o tema e com o gênero
por meio de produções orais ou escritas: realizar um debate, fazer uma pesquisa
para aprofundar o que foi lido/discutido, preparar cartazes, criar um blog,
entrevistar alguém, criar uma propaganda ou uma campanha educativa etc.
Audição:
Objetiva também o resgate dos conhecimentos prévios dos
alunos sobre o tema, sobre o gênero, o vocabulário, mas a
partir de materiais audiovisuais, como:
uma entrevista, um telejornal, a cena de um filme, um documentário, um
capítulo de novela, um programa de culinária, um discurso, uma
conferência etc.,
Propor exercícios que contemplem a distinção de sons, a compreensão
detalhada (tudo o que é dito deve ser entendido), seletiva (algumas
informações são mais importantes de acordo com o propósito de quem
escuta) e a global (entendimento geral, sem demandar necessariamente
que se entenda tudo o que foi dito), que suscitem o posicionamento
crítico e que considerem o texto (materializado no áudio ou vídeo) em
função de seus propósitos e das prováveis reações dos interlocutores.
Expressão Oral:
Objetiva preparar o aluno para fazer o uso de estratégias
comunicativas, como:
apresentar-se, opinar, argumentar, pedir, desculpar-se etc.

Como também escolher, mediante o contexto em que está


inserido, o tipo de vocabulário do qual fará uso.
Algumas possibilidades práticas são:
a) diálogos livres e controlados (para que se conheçam, solucionem um
problema, cheguem a um acordo, definam como realizar alguma tarefa
etc.);
b) debates (em que devem argumentar, opinar sobre o tema da unidade,
um fato recente, uma questão polêmica etc.);
c) entrevistas (para uma pesquisa sobre o tema, para uma seção do
jornal da turma etc.);
d) dramatizações (de um trecho de uma peça teatral, de um esquete
relacionado ao tema preparado por eles mesmos, de uma cena de
novela etc.);
e) representações (de um telejornal, de um programa de entrevistas, de
variedades ou de culinária etc.)
Expressão Escrita:
Objetiva estimular o aluno a escrever com um próposito
comunicativo, para um leitor especifico e não somente para
ser corrigido e avaliado pelo professor.

Nesse exercicio o tipo de gênero, para quem é escrito e o


objetivo para que se escreve deve estar explicito na
produção.
Algumas tarefas escritas podem ser: preparar um campanhaeducativa,
com relação ao tema da unidade, e elaborar cartazes e folhetos; criar
um blog coletivo ou individual para escrever, por exemplo, sobre
esportes, viagens, jogos, passatempos; ler anúncios e escrever e-mail
solicitando informações; redigir as conclusões de um debate; ler um
programa de um curso ou um folheto divulgando bolsas e intercâmbios
e escrever um e-mail pedindo mais informações, uma carta de
solicitação ou p preencher um formulário de inscrição; escrever uma
carta para a seção Cartas ao Diretor de um jornal; preparar roteiro para
apresentação de um trabalho; redigir notícias para a representação de
um telejornal; elaborar o roteiro de um esquete ou de uma cena de
novela etc.
comparar notícias sobre o mesmo fato veiculadas em diferentes
jornais e identificar quais informações são privilegiadas, os dados
ressaltados e omitidos, a linguagem usada etc.;
explicitar as ideias que estão subentendidas em uma reportagem,
uma notícia, um editorial;
analisar a sequência das notícias apresentadas em um telejornal, bem
como o papel das imagens;
identificar os conhecimentos prévios necessários para a compreensão
de uma charge, de uma piada, de uma crônica;
reconhecer posicionamentos explícitos ou implicitamente sugeridos
em um artigo de opinião, em um telejornal, em um talk show;
identificar diferentes tipologias textuais em uma entrevista;
explicar ou descrever as informações transmitidas por textos não
verbais em propagandas, histórias em quadrinhos, charges, folhetos
etc;
retextualizar textos, transformando, por exemplo, uma entrevista em
uma notícia ou uma resenha, uma história em quadrinhos em um
conto, uma charge em uma piada, uma notícia em uma reportagem,
para destacar a tipologia textual mais frequente em cada gênero;
compor uma notícia a partir de manchetes sobre um fato, o que
permite comparar os diversos textos que serão produzidos e verificar
as diferentes perspectivas;
dar títulos a notícias apresentadas sem eles, possibilitando assim a
reflexão sobre sua capacidade de síntese e de impacto sobre o leitor;
converter uma entrevista oral em entrevista escrita e analisar as
especificidades de cada modalidade;
Perspectiva (Inter-)pluricultural
Quando o professor produz o seu próprio material ele tem a
oportundade de situar o aluno em relação a heterogeniedade
da língua espanhola e de quem a fala.
O professor deve adotar uma variante linguística para
trabalhar com os alunos (Tu ou vos, vosostros ou ustedes),
isso deve ser fixo, entretanto, em relação aos gêneros/textos
e temas o professor deve ser diversificado.
Afim de que textos verbais e orais de vários países, regiões e
grupos sociais possam ser estudados.
Assim como nos exercicios, os alunos devem refletir sobre a
pluralidade, sobre os vários modos de ser, de dizer, de ver o
mundo e etc.
Dessa forma, é possível estimular o respeito á diversidade
regiaonal, social, cultural e linguistica, condenando
esteriótipos, mitos e preconceitos.
Relação entre Português e Espanhol
Devido as semelhanças entre as duas línguas, alguns tendem
a se acomodar pensando que se já fala/escreve em português
automaticamente sabe como se escreve em espanhol
também ou então, pelas duas línguas serem parecidas, o
espanhol não precisa ser estudado, considerar as
semelhanças e as diferenças pelo professor ajuda a quebrar
esse pensamento.
Segundo os autores, a língua materna pode sim estar
presente dentro da sala de aula, porém deve existir
momentos para o uso de cada língua.

discussão dos temas, para a explicação de tarefas e para que o


aluno se sinta à vontade para expor suas dúvidas.
Interdisciplinariedade e
Autonomia
Interdisciplinariedade:
Os autores fazem dois apontamentos referentes a esse
tópico.
a) o professor não pode promover a interdisciplinaridade
sozinho, nem tampouco esse pode ser um evento esporádico.
b) a interdisciplinariedade não deveria ser algo
extracurricular, mas sim, pertercente ao proesso de ensino e
de aprendizado já que não existe separações para as áreas de
conhecimento, como:
a gavetinha do português, a gavetinha da matemática, etc.

Entretanto, essa abordagem requer uma nova concepção na


educação regular, o que , no momento está longe de
acontecer. Portanto a única opção é buscar individualmente
pelos professores e disciplinas para realizar um trabalho
minimamente interdisciplinar.
Autonomia:
O desenvolvimento da autonomia do aluno é o próposito
da educação de modo geral, por isso pode elaborar
atividades para que o aluno reflita como ele aprende, quais
são os exercicios que mais gosta de fazer, e porque, com
quais tipos de atividades mais aprende e quais são as
estratégias que usa para o aprendizado.
Tendo em mente que em uma sala de aula com individuos
diferentes entre si, com modos e estratégias diferentes, o
professor pode variar as atividades de modo que cada um
possa aprender e produzir.
O professor também pode auxiliar o aluno a fazer uma
autoavaliação:
do quanto aprendeu, das dificuldades que teve, do que achou mais
interessante; da dinâmica das aulas, incluindo a contribuição do
professor; e do material, destacando aspectos positivos e outros
que possam ser aprimorados.
Situação 2: elaboração de sequências didáticas para
estudo de genêros textuais.

Os autores apresentam duas propostas de atividades


relacionadas aos generos literários
a) o roteiro de um projeto para criação de um jornal, que
pode constituir o eixo do curso e ser desenvolvido durante
todo o período letivo. Nesse caso, o professor organizaria
sequências para trabalhar, ao longo do curso, gêneros
jornalísticos previamente selecionados.
b) o roteiro de uma sequência didática para explorar o
gênero Carta do Leitor (ou Carta ao Diretor), a qual serve
como exemplo para o trabalho com outros gêneros
jornalísticos e pode fazer parte do projeto de criação de um
jornal (primeira proposta) ou ser uma atividade
complementar para trabalhar as habilidades escritas.
Estrutura de Base de uma
sequência didática
https://drive.google.com/drive/folders/1PwVGjuWk-ASaYk-sKSlPPdLewAbkl-L1
Conclusão
Nesse artigo foram apresentadas algumas pautas para
orientar os professores na criação de seus próprios materiais
didáticos, entretanto, para isso, é necessário que esse
professor desenvolva sua autonomia e senso crítico para ser
capaz de definir aonde quer que seus alunos cheguem,
priorizando a criação de materiasis compativéis com seus
alunos, ao contexto do qual eles fazem parte, às suas
expectativas e interesses.
¡Gracias!

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