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REVISÃO DE LITERATURA

Conceito de recursos de ensino

Recursos didáticos, materiais didáticos ou auxiliares didáticos são qualquer tipo


de material ou suporte tecnológico que facilite ou favoreça o processo
de ensino e aprendizagem . Normalmente são utilizados por educadores em instituições
pedagógicas ou de formação, como forma de complementar ou tornar mais eficiente o
seu trabalho.

Não existe um conceito estrito e universal sobre o que é e o que não é um recurso
didático. Basicamente porque tudo pode ser, desde que cumpra a função de facilitar a
aprendizagem ou adaptá-la às necessidades específicas de um determinado tipo de
aluno.

Por exemplo, alguns recursos permitirão uma aprendizagem significativa, com alta
participação dos alunos, enquanto outros servirão mais como suporte comunicativo
ao professor , ou simplesmente como material de reforço.

Embora não haja concordância quanto à nomenclatura desses elementos, alguns autores
preferem estabelecer a diferença entre:

Recursos de ensino
Segundo Karling (1991: 245), os recursos de ensino são recursos humanos e materiais que o
professor utiliza para auxiliar e facilitar a aprendizagem. São também chamados de recursos
didácticos, meios auxiliares, meios didácticos, materiais didácticos, recursos audiovisuais,
multimeios ou material institucional. Preferimos, porém, “recursos de ensino”, por ser mais
abrangente.

 Recursos didáticos. Em alguns casos, é utilizado para designar elementos


materiais que auxiliam no processo de ensino, como lápis, marcadores ou quadro
negro.

 Materiais didáticos. Normalmente é utilizado para se referir a elementos


preparados pedagogicamente com antecedência para facilitar o processo de
aprendizagem, ou seja, a recursos específicos para o ensino, como livros
didáticos, apresentações audiovisuais, etc.
Função dos recursos didácticos

Segundo o mesmo autor (1991:238), os recursos de ensino ajudam enormemente a


comunicação, a compreensão e a estruturação da aprendizagem cognitiva. Eles têm
função importante no incentivo e no alcance de objectos afectivos, ou seja:
 Fazem o aluno gostar de estudar, uma disciplina ou de um assunto;
 Quando o professor utiliza um cartaz para explicar algum conteúdo a
compreensão é maior;
 Desperta interesse por parte do aluno e assim há mais incentivo e a aula torna
mais dinâmica;
 Sabe-se também que com material didáctico adequado fica mais fácil de
compreender determinado assunto em estudo. Mas é preciso saber qual seria o
melhor material, onde e como seleccioná-lo e ainda como usá-lo com máximo
de proveito.
Importância dos recursos de ensino

Os recursos didáticos permitem adaptar o ensino às diferentes formas de aprendizagem.

Os recursos didáticos são fundamentais em qualquer modelo educacional. Por um lado,


porque dinamizam a transmissão do conhecimento e permitem que se dê de acordo com
diferentes modelos e formas, o que é vital, visto que nem todos aprendem da mesma
forma.

Por outro lado, tendem a incorporar ao ensino recursos técnicos e tecnológicos mais
modernos, o que permite a atualização do ensino, possibilitando novas dinâmicas e
experiências acadêmicas.

Tipos de recursos de ensino

Os recursos de ensino podem ser classificados da seguinte forma:

Material de trabalho permanente. Tudo o que se usa diariamente no ensino, seja para
manter um registro, ilustrar o que foi dito ou permitir outros tipos de operações.

Material informativo. Aqueles materiais nos quais as informações estão contidas e que
são usados como fonte de conhecimento.
Material ilustrativo. Tudo o que pode ser utilizado para acompanhar, valorizar e
exemplificar o conteúdo ministrado, seja visual, audiovisual ou interativo.

Material experimental. Aquele que permite aos alunos verificar através da prática e da
experimentação direta os conhecimentos ministrados nas aulas.

Material tecnológico. São os recursos eletrónicos que permitem a geração de


conteúdos, a massificação dos mesmos, etc., utilizando sobretudo as chamadas TIC .

Exemplos de recursos de ensino

Todos os materiais em um laboratório de ciências são exemplos de recursos de ensino.

Alguns exemplos de materiais e recursos de ensino são:

 Quadro negro, giz, marcadores removíveis.


 Projetores (como feixe de vídeo ), folhas, painéis.
 Software de aprendizagem, sequências audiovisuais, enciclopédias online.
 Equipamento de laboratório científico, práticas experimentais, exercícios de
campo.
 Livros didáticos, dicionários de vários tipos, cadernos, blocos de notas.
 Réguas de diferentes tipos, calculadoras, bússolas, quadrados.
 Maquetes, simuladores, fluxogramas , gráficos.

Estratégias de ensino-aprendizagem

Existem diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, as quais devem ser adotas de


acordo com a realidade de cada sala de aula. Não podemos nos esquecer de que muitas
estratégias podem ser efetivas para algumas disciplinas, porém pouco proveitosas para
outras. Desse modo, o professor deve ter bastante cuidado ao adotar uma técnica. Entre
as diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, podemos citar:

Aula expositiva e dialogada: o professor explica seu conteúdo de modo a garantir a


participação ativa dos alunos. Nessa estratégia, os alunos são questionados e
estimulados a discutir a respeito do tema da aula, citando, por exemplo, casos que
tenham vivenciado.
Estudo de caso: o professor e os alunos analisam criteriosamente uma situação real ou
não e tentam encontrar a solução para o problema apresentado.

Aulas práticas: permitem que os alunos visualizem estruturas e fenômenos conhecidos,


muitas vezes, somente na teoria. Essas aulas funcionam, portanto, como uma forma de
vivenciar um conhecimento teórico. As aulas práticas são uma boa forma de fixar o
conteúdo, muitas vezes, conhecido apenas na teoria.

Aulas lúdicas: consiste na utilização de brincadeiras e jogos para fixar o conteúdo.


Nessas aulas, observam-se momentos de descontração e felicidade, os quais aliviam a
tensão e favorecem o aprendizado.

Seminários: os alunos são divididos em grupos, que deverão apresentar trabalhos sobre
um determinado tema. O professor, nesse contexto, atua na orientação de como a
pesquisa poderá ser realizada e na organização do ambiente escolar para a apresentação
dos seminários.

Juri simulado: simulação de uma espécie de julgamento, no qual teremos alunos


atuando na defesa e na acusação de um determinado caso. O professor deverá selecionar
um aluno para ser juiz, outro para atuar como escrivão e aqueles que serão os jurados.

Grupo de verbalização e de observação: a sala é dividida em dois grupos: o de


verbalização e o de observação. O grupo de verbalização é responsável por expor suas
ideias e discutir o tema, enquanto o de observação analisa e registra o que está sendo
dito. No final, o grupo de observação pode fazer suas contribuições a respeito do tema.

Técnica de Phillips 66: consiste em dividir a sala em grupos de seis alunos, os quais
irão discutir, durante 6 minutos, sobre um determinado tema. No final desse período, os
alunos devem ter produzido uma síntese do assunto ou ter chegado a uma solução para o
problema.

Tempestade cerebral: o professor lança uma palavra ou um problema relacionado ao


conteúdo e pede para que os alunos expressem uma palavra ou ideia sobre aquilo que
foi proposto. O professor pode, então, anotar no quadro essas palavras e,
posteriormente, relacioná-las com o conteúdo.
Diversidade dos recursos didacticos

Muitas vezes, termos como “recurso didático”, “material didático”, “recurso educativo”,
“material concreto” e “material manipulável” são usados pelos professores para
descrever os instrumentos utilizados como facilitadores da aprendizagem.

Segundo Lorenzato (2009), recurso didático são os instrumentos empregados pelo


professor como aliados no processo de ensino-aprendizagem. O autor esclarece que, por
melhor que seja o recurso utilizado, ele “nunca ultrapassa a categoria de meio auxiliar
de ensino, de alternativa metodológica à disposição do professor e do aluno”
(Lorenzato, 2009, p. 18). Nesse sentido, Passos (2009, p. 78) observa que:

os recursos didáticos nas aulas de matemática envolvem uma diversidade de


elementos utilizados principalmente como suporte experimental na
organização do processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, considero
que esses materiais devem servir como mediadores para facilitar a relação
professor/aluno/conhecimento no momento em que um saber está sendo
construído.

Pelas definições elencadas, entende-se que os recursos didáticos podem ser variados e
vão desde uma simples embalagem, um livro até jogos, vídeos, calculadoras,
computadores, entre outros. Essa variedade faz com que se concorde com a visão
de Sadovsky (2010) quanto à ingenuidade ao utilizar como recurso didático algo que
não colabore com o processo de aprendizagem. Isso porque a falta de critérios na
escolha e utilização desses recursos pode ir contra o propósito e as relações a serem
estabelecidas entre o material utilizado e o conhecimento a ser assimilado pelos
discentes.

Considera-se que apenas o uso de recursos didáticos não garante que a aprendizagem
seja significativa, pois, segundo Lorenzato (2009, p. 21), para haver significado, “faz-se
necessária também a atividade mental, por parte do aluno”. Essa ação intelectual deve
ser instigada, e o uso de recursos pedagógicos é uma das formas. A escolha desses
recursos não deve ser aleatória, mas de acordo com os objetivos do professor. Para isso,

[...] o professor deve ter formação e competência para utilizar os recursos


didáticos que estão a seu alcance e muita criatividade, ou até mesmo
construir juntamente com seus alunos, pois, ao manipular esses objetos a
criança tem a possibilidade de assimilar melhor o conteúdo. (Souza, 2007, p.
111).

Sendo assim, cabe ao professor ponderar sobre quais recursos didáticos deverão ser
usados e/ou confeccionados pelos próprios discentes e, até mesmo, se realmente são
necessários. Para isso, as escolhas devem ser pautadas em minucioso planejamento dos
processos e das possíveis situações que poderão ocorrer na abordagem dos conteúdos e
nos objetivos almejados, inclusive em relação à motivação esperada por parte dos
alunos.

A fim de definir critérios para escolha e uso mais adequado dos recursos didáticos,
torna-se imprescindível que o professor tenha uma formação consistente, tanto na
metodologia quanto no conteúdo específico da disciplina. Portanto, o papel da formação
profissional, da experiência e dos saberes docentes é fundamental pelo fato de o
professor estar diretamente relacionado ao aluno, pois “[...] se este professor não estiver
bem preparado pode haver um desequilíbrio no processo de ensino e de aprendizagem,
prejudicando, assim, a aquisição do conhecimento de seu aluno” (Souza, 2007, p. 111).

As ponderações do professor sobre a escolha e o uso de determinado recurso didático


devem responder às perguntas “como”, “qual”, “por que”, “quando” e “para quê”. Dessa
forma, torna-se “importante que este professor tenha clareza das razões pelas quais está
utilizando tais recursos, e de sua relação com o processo de ensino-aprendizagem, deve
saber também, quando devem ser utilizados” (Souza, 2007, p. 111).

É imprescindível, ainda, avaliar se o uso de determinado instrumento é realmente


indispensável ou meramente ilustrativo, uma vez que, historicamente, em muitos
momentos, o ensino de matemática é baseado apenas na transmissão do conhecimento
pronto e acabado, considerando o aluno um ser que aprende passivamente, por
memorização, e que é capaz de aplicar os métodos de resolução em situações
semelhantes. Nessa concepção, muito provavelmente os recursos didáticos sejam
considerados perda de tempo, uma atividade com finalidade apenas recreativa ou, ainda,
seu uso assuma caráter de perturbação da disciplina e do silêncio da sala de aula. Assim,
mesmo quando utilizados, os recursos didáticos desempenham papel apenas de
facilitador da exposição, visualização e memorização do conteúdo.
A clareza de critérios para embasar a escolha e o uso dos recursos didáticos é
importante porque o uso inadequado de um recurso didático pode resultar no que se
chama “inversão didática”, isso acontece quando o material utilizado passa a ser visto
como algo por si mesmo e não como instrumento que auxilia o processo de ensino e de
aprendizagem, um exemplo disso seria um professor que deve ensinar matemática com
o uso do ábaco apenas deixar as crianças brincarem com o objeto sem resgatar a
historicidade do mesmo e sua importância para o ensino da matemática. (Souza, 2007,
p. 113, grifo nosso).

De acordo com os PCN (Brasil. MEC, 1997a), os recursos didáticos desempenham


relevante papel no estabelecimento de significado de conteúdos da própria matemática
escolar, bem como de conexões entre esta e outras disciplinas e com o cotidiano dos
alunos. Para isso, não se pode selecionar seus conteúdos utilizando apenas a lógica
interna da área de conhecimento. É importante observar as articulações necessárias para
que o enfoque desejado possa ser facilitado por meio de recursos didáticos bem
utilizados.

Compreende-se que os recursos didáticos podem ser diversos. No entanto, alguns


podem assumir papel mais relevante no processo de ensino e aprendizagem do
conhecimento matemático. Os recursos didáticos na prática docente têm, muitas vezes,
papel fundamental na apresentação, assimilação e/ou consolidação do conteúdo por
parte dos alunos. Assim, acentua-se a importância do professor ao selecionar e empregar
o recurso didático mais adequado aos seus alunos, ao conteúdo, aos objetivos e aos
resultados esperados. Por isso, torna-se necessário estabelecer critérios claros para
escolha e utilização dos recursos nesse processo.

Para tornar a aula mais dinâmica e atrativa, existem diversos recursos que podem ser
utilizados pelos professores, contribuindo para a aprendizagem e motivação dos alunos.
Souza (2007, p. 110) ressalta que:

[...] é possível a utilização de vários materiais que auxiliem a desenvolver o


processo de ensino e de aprendizagem, isso faz com que facilite a relação
professor – aluno – conhecimento.
Quando o recurso utilizado demonstra resultados positivos, o aluno torna-se mais
confiante, capaz de se interessar por novas situações de aprendizagem e de construir
conhecimentos mais complexos.

Não resta dúvida que os recursos didáticos desempenham grande importância na


aprendizagem. Para esse processo, o professor deve apostar e acreditar na capacidade do
aluno de construir seu próprio conhecimento, incentivando-o e criando situações que o
leve a refletir e a estabelecer relação entre diversos contextos do dia a dia, produzindo
assim, novos conhecimentos, conscientizando ainda o aluno, de que o conhecimento
não é dado como algo terminado e acabado, mas sim que ele está continuamente em
construção através das interações dos indivíduos com o meio físico e social. (Becker,
1992 apud Silva et al. 2012, p. 2).

Tais recursos favorecem o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, pois


propiciam meios de motivá-los e envolvê-los ao conteúdo que está sendo discutido,
proporcionando, assim, uma melhor compreensão e interpretação do que está sendo
trabalhado.

Para que os alunos demonstrem maior interesse pelas aulas, todo e qualquer recurso ou
método diferente do habitual utilizado pelo professor é de grande valia, servindo como
apoio para as aulas. Assim, “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no
ensino aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado, pelo professor, a seus
alunos” (Souza, 2007, p. 111).

Dessa forma, as utilizações desses recursos no processo de ensino podem possibilitar a


aprendizagem dos alunos de forma mais significativa, ou seja, no intuito de tornar os
conteúdos apresentados pelo professor mais contextualizados propiciando aos alunos a
ampliação de conhecimentos já existentes ou a construção de novos conhecimentos.
Com a utilização de recursos didáticos diferentes é possível tornar as aulas mais
dinâmicas, possibilitando que os alunos compreendam melhor os conteúdos e que, de
forma interativa e dialogada, possam desenvolver sua criatividade, sua coordenação,
suas habilidades, dentre outras.
De acordo com Souza (2007, p.112-113),

[...] utilizar recursos didáticos no processo de ensino- aprendizagem é


importante para que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo
sua criatividade, coordenação motora e habilidade de manusear objetos
diversos que poderão ser utilizados pelo professor na aplicação de suas
aulas.

Para que isso ocorra, faz-se necessário que o material que será aplicado para os alunos
esteja em consonância com o que vai ser ou já foi estudado, e assim, é necessário um
planejamento crítico, para que o professor saiba e consiga usar de forma que seus
objetivos sejam alcançados e o aluno consiga atrelar teoria e prática.

Para Souza (2007, p. 113),

[...] o uso de materiais didáticos no ensino escolar, deve ser sempre


acompanhado de uma reflexão pedagógica quanto a sua verdadeira utilidade
no processo de ensino e de aprendizagem, para que alcance o objetivo
proposto. Não se pode perder em teorias, mas também não se deve utilizar
qualquer recurso didático por si só sem objetivos claros.

Com base em estudos anteriores é possível notar a importância da utilização de recursos


didáticos no processo de ensino aprendizagem tanto para o aluno quanto para o
professor. O aluno acaba tendo maior interesse pelas aulas, tornando o processo de
aprendizagem mais fácil e instigante enquanto o professor poderá visualizar de forma
mais efetiva os resultados do seu trabalho, realizando uma reflexão de como poderá dar
seguimento às atividades.

Quando o professor decide utilizar um recurso diferente, dependendo do resultado


obtido, ele poderá avaliar se o seu trabalho foi válido ou não. Diante de resultados
positivos, ele poderá motivar e influenciar outros professores a também fazerem uso dos
diversos recursos que podem contribuir com o aprendizado do aluno e o crescimento
profissional do professor, possibilitando dessa forma maior interação professor-aluno e
aluno-aluno. Além disso, é uma boa maneira do aluno colocar em prática o que foi visto
na teoria.
Quirino (2011, p. 13) ressalta que “quando bem utilizados, não só em relação à sua mera
utilização em sala, mas condizendo com vários aspectos relevantes às individualidades
ou a determinados grupos de alunos, é que efetivamente o trabalho surtirá o efeito
desejado”.

São inúmeros os recursos que podem ser utilizados no ensino de ciências e biologia.
Esses recursos podem se tornar ferramentas fundamentais no processo de ensino e
aprendizagem. Cavalcante e Silva (2008, p. 1) ressaltam que O quadro negro e o livro
didático são recursos utilizados com frequência nas aulas.

Krasilchik (2008, p. 63) salienta que:

[...] o quadro negro, um recurso inestimável, é cada vez menos e mais


ineptamente usado, pois professores em algumas aulas, colocam no
quadro os esquemas, ou textos que serão trabalhados antes de exporem o
conteúdo aos alunos. Dessa forma, os mesmos copiam o que está no
quadro e não acompanham o assunto a ser abordado. Portanto o ideal é
que o professor utilize e faça seus esquemas conforme exponha o
conteúdo para que os alunos consigam acompanhar o raciocínio que será
desenvolvido.

Já o livro didático pode ser usado na forma de “guia” para o professor, onde ele pode
determinar o conteúdo a ser trabalhado bem como a metodologia que será utilizada.
Para Krasilchik (2008, p. 65),

Muitos professores utilizam quase que exclusivamente o livro didático, pois


esse se mostra como um recurso mais acessível, já que as escolas públicas
recebem livros para utilização dos professores. Sendo um recurso acessível,
muitas vezes ele acaba sendo a única maneira do professor implementar suas
aulas, não incorporando outras ferramentas que poderiam auxiliar os alunos
na aprendizagem dos conteúdos.

Os recursos citados acima tratam-se de ferramentas rotineiras da vida do professor, ao


contrário dos jogos, filmes, saídas de campo, dentre outros que geralmente não fazem
parte do cotidiano escolar. Esses recursos, no entanto merecem importância, pois podem
auxiliar no aprendizado dos alunos por serem ferramentas diferenciadas das utilizadas
no dia a dia. Isso pode chamar a atenção dos alunos, fazendo com que eles deem a
devida atenção e importância para o que está sendo trabalhado. O jogo didático, por
exemplo, pode ser caracterizado como uma ferramenta viável para auxiliar o professor
no processo de ensino aprendizagem.

Os recursos didáticos em que os alunos conseguem visualizar (imagens, animações,


etc.) o que está sendo trabalhado pelo professor são de grande importância, pois dessa
forma o professor consegue explicitar melhor o que ele quer trabalhar e o aluno
consegue, através da visualização, uma melhor fixação do conteúdo. Como exemplo,
utilizam-se as apresentações em PowerPoint, onde é possível associar texto, imagens,
animações, demonstrando o que está em estudo, tornando a aula mais atrativa. Quando
o professor utiliza-o na forma de roteiro para suas aulas, fazendo com que o aluno
consiga entender o que está representado na animação, imagem e até mesmo no texto ou
frases utilizadas, o PowerPoint se torna um grande aliado para o professor e também
para o aluno, possibilitando construção de conhecimentos. Outra possibilidade é a
utilização de filmes relacionados aos conteúdos que estão sendo trabalhados pelo
professor.

Mandarino (2002, p. 3) argumenta que:

[...] o vídeo só deve ser utilizado como estratégia quando for adequado,
quando puder contribuir significativamente para o desenvolvimento do
trabalho. Nesse sentido, nem todos os temas e conteúdos escolares podem
e devem ser explorados a partir da linguagem audiovisual.

Dentro desta argumentação, filmes, vídeos, documentários e também apresentações no


PowerPoint são recursos valiosos, pois conseguem mostrar muitas técnicas que se
tornariam difíceis de apresentar aos alunos de outra forma.

Através das aulas práticas o professor consegue fazer com que os alunos despertem seus
interesses. Com esse tipo de atividade é possível desenvolver diversos pontos
importantes, sendo por meio da visualização, da construção de objetos, manipulação de
experimentos com o auxílio do professor, enfim todas as explorações possíveis aos
alunos e professores.
O importante é deixar que o aluno manipule os materiais, produza algo ou mesmo
observe por si próprio um fenômeno, uma experiência etc. e não que o professor leve
tudo pronto para o aluno.

Outros recursos importantes são os modelos/maquetes. Os modelos/maquetes são


ótimos recursos para que os alunos possam visualizar os objetos em tamanho maior e
deixar de lado um pouco as observações de desenhos do livro ou data show.

Para Justi (2006, p. 175, tradução nossa) “o modelo reproduz os principais aspectos
visuais ou a estrutura da “coisa” que está sendo modelada, convertendo-se neste modo
em uma “cópia da realidade””. Independentemente do tipo de recurso, qualquer um
deles exige do professor planejamento e clareza nos objetivos a serem alcançados, ou
seja, o que se quer e quais conhecimentos podem ser construídos e/ou ampliados a partir
da utilização destes recursos.

Interacção do ensino-aprendizagem com uso dos recursos didácticos

Para Gomes et all., a aprendizagem é o conjunto de acções que levam as pessoas a


adquirir conhecimentos, com o apoio de professor ou por si sós. A eficácia da
aprendizagem é medida, principalmente, pela quantidade e qualidade dos
conhecimentos adquiridos.

Na opinião do mesmo autor, as técnicas de utilização de materiais têm a ver com a


concretização das estratégias em que o professor deve recorrer e a materiais de trabalho
que o auxiliem para alcançar aquilo que pretende. Assim ele apresenta e define alguns
dos recursos que são necessários e indispensáveis para o desenvolvimento do processo
de ensino aprendizagem. São eles os seguintes:

O quadro de giz – meio auxiliar do professor, apresenta, algumas vantagens como:

a) Permite uma boa visualização do que nele se escreve;


b) É um material de que se dispõe facilmente, visto que normalmente em todas as
escolas se encontram os quadros de giz;
c) Pode dispensar o recurso a outros auxiliares didácticos;
d) Proporciona uma utilização constante, tanto por parte dos professores, como por parte
dos alunos.

O Flanelógrafo – é um dos meios auxiliares que o professor mais facilmente poderá


construir. Como meio auxiliar do professor, o flanelógrafo apresenta, entre outras, as
seguintes vantagens:
a) A utilização de auxiliares didácticos na exposição, exploração e consolidação dos
conteúdos do programa;
b) A criação de estratégias que facilitem a concentração da atenção por parte dos alunos;
c) A repetição na utilização do mesmo material, diversificando as formas da sua
utilização;
d) O transporte para outros locais, nomeadamente para uma exposição realizada num
local fora da aula;

O quadro expositor – como meio auxiliar do professor, este quadro apresenta, entre
outras, as seguintes vantagens:
a) Possibilidade de exposição permanente ou temporária;
b) Possibilidade de exposição do material que vai sendo executado pelos alunos para
consolidação a aprendizagem;
b) Possibilidade de exposição do material utilizado pelo professor para a aprendizagem
da leitura, no campo das frases-chave e das palavras-chave;
c) Possibilidade de exposição de outro material que o professor considere pertinente,
nomeadamente material relacionado com outras áreas curriculares.

O caderno diário – é um instrumento de trabalho que apresenta muitas vantagens.


Entre elas registam-se as seguintes:
a) Contribui para desenvolver no aluno o gosto pela boa apresentação;
b) Pela limpeza, pela caligrafia cuidada e pelas ilustrações;
c) Desenvolve no aluno o cuidado com ortografia;
d) Fornece material para estudo e para revisão;

O manual do aluno – como meio auxiliar, tanto do professor como do aluno, o manual
apresenta, entre outras as seguintes vantagens:
a) É um instrumento de trabalho que permite uma melhor exploração e consolidação dos
conteúdos;
b) É uma base de aquisição das competências linguísticas e de comunicação, pelo
aluno, no domínio da compreensão escrita;
c) Tem uma função motivadora para aprendizagem.

Um bom livro didáctico deve conter a essência do conteúdo da matéria ou disciplina. O


conteúdo deve ser útil e significativo, na medida do possível. Deve ter estruturado o
assunto de forma a facilitar a compreensão com uma linguagem clara e muitos
exemplos.
Na opinião de Karling, os recursos didácticos podem ser classificados em:
• Recursos visuais;
• Recursos auditivos;
• Recursos audiovisuais;
• Recursos múltiplos.

Os recursos de ensino devem ser usados para facilitar, acelerar e intensificar a


aprendizagem e não para poupar o trabalho do professor e simplificar o trabalho do
aluno.

Karling (1991:251). É neste contexto que a formação em didáctica é muito importante


porque ela orienta o professor em saber como ensinar e como aprender.
Em síntese, para Karling (1991:35), a didáctica apresenta várias técnicas de ensino que
podem ser usadas e indica os princípios e critérios a serem adoptados pelo professor
para seleccionar as melhores. Indica ainda os critérios para selecção do material
didáctico, do conteúdo e da avaliação. O professor deve conseguir que o aluno estude
com satisfação e amor. Para isso, deverá descobrir situações, experiências e técnicas que
sejam agradáveis, que despertem prazer durante o estudo e levem, como decorrência, o
aluno a aprender coisas úteis.

Na opinião do mesmo autor o professor não deve descorar dos recursos de ensino tendo
em conta a sua importância para a concretização da aula. Esses recursos devem ser
usados para facilitar, acelerar e intensificar a aprendizagem e não para poupar o trabalho
do professor e simplificar o trabalho do aluno.
Referências bibliográficas

 Lorenzato, S. (2009). Laboratório de ensino de matemática e materiais


didáticos manipuláveis. 2. ed. rev. Campinas: Autores Associados. Campinas.
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Campinas.
 Sadovsky, P. (2010). O ensino de matemática hoje: enfoques, sentidos e
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 Quirino, L. V. (2011). Recursos didáticos: fundamentos de utilização. 31–
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 Souza, S. E. (2007). O uso de recursos didáticos no ensino escolar. In: I
ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO, IV JORNADA DE PRÁTICA
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 Mandarino, M. C. F. (2002). Organizando o trabalho com vídeo em sala de
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 Krasilchik, M. (2008). Prática de ensino de biologia. 4ª ed. Editora Edusp. São
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 Cavalcante, D. D.; silva, A. F. A. (2008). Modelos didáticos de professores:
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NACIONAL DE ENSINO, 14. Anais do XIV ENEQ. Curitiba.
 Gomes, A. (sd/sp), O Processo de ensino-aprendizagem, 1º volume.
 Karling, A.A. (1991), A didáctica necessária. Ibrasa. São Paulo.

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