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1.1. INTRODUÇÃO
Já pensou na influência da relação pedagógica no processo ensino-aprendizagem? Já
pensou que o sucesso ou fracasso do professor e de seus alunos pode estar directamente
ligado ao tipo de relação pedagógica estabelecida em sala de aula?
Maria Teresa considera que a Relação Pedagógica não envolve apenas o contacto entre
professor-aluno, mas também o contacto entre aluno-aluno dentro de situações
pedagógicas.
A sala de aula é o espaço pedagógico, campo das relações humanas entre professor-aluno,
aluno-aluno. A forma como o professor organiza a sala de aula revela a posição de
hierarquia de quem ensina em relação aquele que aprende.
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A escolha que envolve o tempo na escola é outro aspecto importante. Segundo Assmann,
o tempo na escola se torna pedagógico quando cria um espaço e um clima propício às
experiências de aprendizagem. A organização do tempo tem estreita relação com a prática
docente, o peso de cada disciplina, a dosagem de conteúdos, os períodos de recreio e de
descanso.
Sabemos que o tempo escolar em muitos casos não é distribuído de modo equilibrado e de
certa forma acaba quase sempre por subordinar os ritmos do aluno e do professor, o que
origina sentimentos de perda ou de ganho de tempo.
É necessário se mobilizar e tornar esse tempo, num tempo pedagógico, em que possam se
produzir vivências de prazer em aprender, pois as relações entre aquele que ensina e
aquele que aprende reflectem sempre na qualidade da aprendizagem.
Outra escolha é a forma de comunicação: o jeito como o professor faz as exposições, faz
perguntas, dá respostas, orienta os trabalhos revelam modos de exercer poder e
concepções de ensino e aprendizagem. Dependendo da escolha que o professor faz, ser
professor pode deixar de ser só ensinar, mas também aprender.
Diante dessa reflexão, é inquestionável que a relação pedagógica deixa marcas em todos
os envolvidos, marcas de saberes construídos e de valores exercitados. Marcas que se
enraízam em alunos e professores e que imprimem marcas da relação humana, como
sabiamente Paulo Freire já descreveu: “o professor autoritário, o professor atencioso, o
professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso
da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas,
frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca”.
Segundo Graells (2000) o recurso educativo pode ser um qualquer material, que seja usado
com fins didácticos, em determinado contexto educativo. Ou seja, um material que tenha
sido usado para facilitar a aprendizagem. No entanto, é conveniente distinguir recurso
educativo de meio didáctico. E nesse aspecto o autor é claro pois define o meio didáctico
como sendo um material que é construído com a finalidade de ser um facilitador dos
processos de ensino-aprendizagem. Resumindo qualquer objecto ou material pode ser um
recurso educativo, dependendo do contexto obviamente, já o mesmo não se passa com o
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material didáctico. Sendo assim os meios didácticos criados com uma intencionalidade
importa então saber as funções dos mesmos no ensino.
Em relação a estas últimas, as novas tecnologias, a sua evolução tem trazido grandes
progressos a vários níveis. E são neste momento também já uma grande ajuda e um
importante pilar no ensino nas mais variadas áreas.
Como referem Nascimento & Filho (2002: 86) as novas tecnologias além de permitirem uma
rápida e eficaz “difusão de material didáctico de interesse para professores e alunos,
permitem, entre outras possibilidades, a construção interdisciplinar de informações
produzidas individualmente ou em grupo por parte dos alunos geograficamente dispersos,
o desenvolvimento colaborativo de projectos e a permuta de projectos didácticos entre os
professores.” ou seja, criaram o espaço ao desenvolvimento de novas forma de ensino
como o e-learning.
Em relação às novas tecnologias foi já descrito anteriormente por Nascimento & Filho
(2002) algumas das vantagens de algumas das novas tecnologias. No entanto é ainda de
referir que Valente, por exemplo, há uma década atrás referiu que: “(...) cada dia surgem
novas maneiras de usar o computador como um recurso para enriquecer e favorecer o
processo de aprendizagem. Isso nos mostra que é possível alterar o paradigma
educacional; hoje, centrado no ensino, para algo que seja centrado na aprendizagem”
(Valente, 1993:15).
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Esta é no fundo a meta que se pretende atingir com o uso de recursos didácticos: facilitar
a aprendizagem, e desenvolver capacidades, permitir que a aprendizagem ocorra de forma
regular e justa. Depois, e dependendo do que se pretende ensinar, surgem os recursos.
Possivelmente haverá os que serão mais vantajosos em algumas áreas que outros,
dependendo sempre do que se pretende ensinar e como se pretende ensinar. No entanto
é, ainda, de frisar a importância da avaliação de um recurso didáctico, para saber se ele
realmente foi eficaz na sua função.
E quase tudo pode ser um recurso didáctico, se for usado num contexto de formação
específico com o intuito de facilitar a aprendizagem.
Dentro dos vários tipos de recursos didácticos que podemos utilizar estes devem ser
escolhidos de acordo com a adequação àquilo que realmente se pretende, isto é, devem
ser usados os recursos que melhor sirvam os propósitos daquilo que é pretendido ensinar
e que os aprendentes apreendam.
Não podemos, pois, deixar de constatar, que os termos sucesso e insucesso detêm
significados que se opõem aos conceitos de bom e mau que lhes estão subjacentes.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a pobreza (com
crianças que se encontram desnutridas ou que se vêm forçadas a trabalhar para ajudar ao
sustento da família ou para sobreviver), a exclusão e a escassa capacidade de as escolas
contornarem a contenção são as principais causas do insucesso escolar.
Outra causa que cabe aqui mencionar, especialmente nas zonas rurais ou distantes das
grandes cidades, é a distância. Muitas das vezes, as crianças são obrigadas a percorrer
vários quilómetros para chegar à escola, o que só vem dificultar a regularidade com que
estas possam frequentar as aulas.
O sucesso escolar surge quando um aluno realiza um determinado percurso escolar com
maior ou menor dificuldade. O insucesso escolar era “antigamente” encarado como um
problema do aluno ou da sua família como refere Cabral (1995), “o insucesso escolar era,
e ainda é, muitas vezes, visto como um problema do aluno, jamais, ou muito raramente
como um fenómeno que possa envolver a organização e as práticas escolares. As
adequações do currículo, das metodologias, da própria estrutura organizativa às
características do aluno, raramente são discutidas ou postas em causa.
- Reprovações sucessivas, que dão lugar a grandes desníveis entre a idade cronológica do
aluno e o nível escolar;
- Passagem dos alunos para tipos de ensino menos exigentes, que conduzem a
aprendizagens profissionais imediatas.
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Causas do insucesso escolar
De acordo com vários estudos levados a cabo por pedagogos e psicólogos a respeito deste
problema, chegou-se à conclusão que as causas podem surgir de vários factores: A nível
do ambiente familiar e social; A nível do ambiente cultural; A nível da estrutura
escolar; A nível das características individuais do aluno.
Causas:
Alunos
Famílias
- Pais autoritários, conflitos familiares, divórcios litigiosos fazem parte de um extenso rol de
causas que podem levar a que o aluno se sinta rejeitado, e comece a desinteressar-se pelo
seu percurso escolar, adotando um comportamento indisciplinado;
A origem social dos alunos tem sido a causa mais usada para justificar os piores resultados,
sobretudo quando são obtidos por alunos originários de famílias de baixos recursos
económicos, onde aliás se encontra a maior percentagem de insucessos escolares;
Professores
- A gestão da disciplina na sala de aula é outro fator que condiciona bastante o rendimento
escolar dos alunos;
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Escolas
- O elevado número de alunos por escola e turma tende igualmente, não apenas a provocar
o aumento dos conflitos, mas sobretudo a diminuir o rendimento individual;
Contudo, sabemos que não basta colocar um aluno com NEE numa sala do ensino regular,
sobretudo se ele tiver uma problemática grave, para se poder afirmar que ele está incluído.
Ele só estará de facto, se tiver condições físicas e humanas, se existir empenho e
disponibilidade por parte dos agentes educativos, se lhe forem criadas oportunidades para
interagir com os seus pares sem problemas, partilhando os mesmos espaços e
proporcionando-lhe estímulos que facilitem o seu processo de ensino/aprendizagem. Por
conseguinte, incluir alunos com NEE requer uma intervenção educativa que possibilite o
seu progresso na escola, o que, dependendo da problemática, implica alterações a nível do
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currículo, das estratégias e dos recursos, que, por vezes, não são fáceis de concretizar se
a sala de aula continuar tradicional.
Assim, no seu número 1 do Artigo 3.º deste decreto define-se a Educação Especial como “a
modalidade de ensino transversal que disponibiliza recursos específicos para o
atendimento aos alunos com necessidades educativas especiais”. Ao passo que NEE
(Necessidades Educativas Especiais) “são as demandas exclusivas dos sujeitos que, para
aprender o que é esperado para o seu grupo de referência, precisam de diferentes formas
de interacção pedagógica e/ou suportes adicionais tais como recursos, metodologia e
currículos adaptados, bem como tempo diferenciados, durante todo ou parte do seu
percurso escolar”.
Desta definição entende-se que o aluno com NEE é aquele que no processo de ensino-
aprendizagem carece de demandas exclusivas para aprender o que é esperado para o seu
grupo de referência e que necessita de formas de interacção pedagógica diferenciadas no
período da formação.
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colocar e desafiar a convivência de crianças que a priori entendem possuir condições
deferentes de estudo.
Por isto existem várias formas de integração: físicas, quando as estruturas estão no mesmo
espaço e as pessoas interagem; funcional, quando são usados os mesmos recursos;
social, também denominada de inclusão, quando o aluno considerado com NEE é
integrado no grupo ou classe regular, considerada a única e verdadeira integração; e a
integração na comunidade (Soder citada por Jiménez, 1997).
Assim, Lima (2006, p.24) entende a inclusão como aquela que considera as necessidades
educacionais dos sujeitos como problema social e institucional, procurando transformar as
instituições.
De um modo geral, dir-se-ia que para haver inclusão deverá haver primeiro a integração.
Os alunos com NEE devem ser integradas, ou seja, devem compartilhar o mesmo espaço,
através de acções, de políticas, para depois, em função do sentimento de pertença, haver
a inclusão como parte do grupo, da escola e da sociedade.
Lata (2011) afirma que a Educação inclusiva “pressupõe uma oportunidade para desafiar
as práticas habitualmente desenvolvidas no contexto escolar e convida a melhorar e mudar
as mesmas, identificando dois espaços novos para a mudança: relação e diálogo, na escola
entre os autores do processo”.
A questão de inclusão e o seu conceito é actualmente uma preocupação mundial, tanto que
a UNESCO fez publicar em 2008, o seguinte conceito:
“Educação Inclusiva pode ser concebida como um princípio de orientação geral para
fortalecer a educação, com vista a um desenvolvimento sustentável, aprendizagem ao
longo da vida para todos e acesso igual de todos os níveis da sociedade às oportunidades
de aprendizagem” (Rodrigues & Lima-Rodrigues, 2011, p. 89).
Experiências de vários países apontam a integração como uma acção política de iniciativa
das instituições públicas. É o Estado que deve garantir a interacção no mesmo espaço de
todos os cidadãos, devendo estes usufruírem dos mesmos direitos e deveres.
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Segundo Correia (2013, p. 11), o processo de integração é hoje uma realidade em muitos
países com a implementação de um conjunto de mudanças legislativas e educacionais.
Estas alterações e mudanças permitem que o aluno com NEE possa estar no processo
formal de educação, ao lado de outros alunos, na mesma escola e sala, em alguns casos,
aprender ou obter os conhecimentos necessários para desempenhar as mesmas funções,
com as mesmas competências de seus colegas, ainda que em salas ou escolas especiais.
Retornando ao conceito de integração, ele é um processo que visa abrir espaço para que
o outro se insira no mesmo espaço. Compartilhar o espaço. Na educação, visa dar
oportunidade às crianças com NEE para estudarem no mesmo local e no mesmo contexto
com as crianças chamadas “normais”.
O exposto produziu duas correntes: uma que defende a inclusão das crianças com NEE
nas salas regulares. Posição defendida por Madeleine Will, no final da década de 80,
quando exercia as funções de Secretária de Estado para a Educação Especial do
Departamento de Educação dos EUA. Afirmara na oportunidade de que “a adaptação da
classe regular de forma a tornar possível ao aluno a aprendizagem nesse ambiente” (Will
citada por Correia, 2013, p. 24).
A segunda corrente, cada vez mais fragilizada, defende a criação de condições para que
as crianças com NEE possam aprender em ambientes próprios, uma espécie de salas ou
escolas especiais.
No entanto, na actualidade a primeira corrente é a mais aceite, sendo para efeito constituído
um denominado sistema inclusivo, com responsabilidades distribuídas para os diferentes
autores, como: o Estado, a escola, a família e a comunidade.
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Necessidades Educativas Especiais (NEE)
de carácter permanente de carácter temporário
Habitualmente necessitam que, na São as que exigem adequações parciais
generalidade, o currículo seja adaptado, do currículo escolar, adaptando-o às
adequado e avaliado de forma características e as necessidades
sistemática, dinâmica e sequencialmente educativas do aluno num determinado
de acordo com o progresso do aluno. momento da sua vida e do seu
Estas dificuldades mantém-se durante desenvolvimento.
grande parte do percurso escolar do aluno
ou durante todo o percurso escolar do
aluno.
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1.5. A INTERACÇÃO NA AULA
O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os
alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor
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opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidireccional. As respostas e as
opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à actuação do professor, às
dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem, também, para
diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.
Para atingir satisfatoriamente uma boa interacção no aspecto cognoscitivo, é preciso levar
em conta: o manejo dos recursos de linguagem (variar o tom de voz, falar com simplicidade
sobre temas complexos); conhecer bem o nível de conhecimento dos alunos; ter um bom
plano de aula e objectivos claros; explicar aos alunos o que se espera deles em relação à
assimilação da matéria.
Na sala de aula o professor exerce uma autoridade, fruto de qualidades intelectuais, morais
e técnicas. Ela é um atributo da condição profissional do professor e é exercida como um
estímulo e ajuda para o desenvolvimento independente dos alunos. O professor estabelece
objectivos sociais e pedagógicos, selecciona e organiza os conteúdos, escolhe métodos,
organiza a classe. Entretanto, essas acções docentes devem orientar os alunos para que
respondam a elas como sujeitos activos e independentes. A autoridade deve fecundar a
relação educativa e não cerceá-la.
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Autoridade e autonomia são dois pólos do processo pedagógico. A autoridade do professor
e a autonomia dos alunos são realidades aparentemente contraditórias, mas, de facto,
complementares. O professor representa a sociedade, exercendo um papel de mediação
entre o indivíduo e a sociedade. O aluno traz consigo a sua individualidade e liberdade.
Entretanto, a liberdade individual está condicionada pelas exigências grupais e pelas
exigências da situação pedagógica, implicando a responsabilidade. Nesse sentido, a
liberdade é o fundamento da autoridade e a responsabilidade é a síntese da autoridade e
da liberdade.
Uma das dificuldades mais comuns enfrentadas pelo professor é o que se costuma chamar
de “controlo da disciplina”. Dizendo assim, dá a impressão de que existe uma chave
milagrosa que o professor manipula para manter a disciplina. A disciplina da classe está
directamente ligada ao estilo da prática docente, ou seja, à autoridade profissional, moral e
técnica do professor. Quanto maior a autoridade do professor (no sentido que
mencionamos), mais os alunos darão valor às suas exigências.
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A estimulação para a aprendizagem que suscite a motivação dos alunos;
O controlo da aprendizagem, incluindo a avaliação do rendimento escolar;
O conjunto de normas e exigências que vão assegurar o ambiente de trabalho
escolar favorável ao ensino e controlar as acções e o comportamento dos alunos.
Além de determinar o que farão o professor e os alunos no período escolar, o plano de aula
regula a distribuição de tempo, a passagem planificada de uma actividade para outra.
Dessa forma, o professor e os alunos como que antecipam o andamento sistemático da
aula, reduzindo as interferências, as conversas inadequadas e as desobediências.
UNIDADE 2 – A AVALIAÇÃO
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com lápis e papel. Por exemplo, um objectivo como o ajustamento pessoal-social é avaliado
com mais facilidade e de maneira mais válida pela observação de crianças em situações
que envolvam relações sociais.
Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de alguma coisa, tendo por
base um sistema de unidades convencionais. Na nossa vida diária estamos
constantemente usando unidades de medida, tais como o metro, o quilo, o litro, unidades
de tempo (horas, minutos, segundos, meses, anos) etc. o resultado de uma medida é
expresso em números, daí a sua objectividade e exactidão. A medida refere-se sempre ao
aspecto quantitativo do fenómeno a ser descrito. O teste é apenas um dentre os diversos
instrumentos de mensuração existentes. No entanto, devido à sua objectividade e
praticidade, ele é um dos recursos de medida mais utilizados em educação. Mas, tal como
os testes foram considerados insuficientes, assim também as medidas de um modo geral
passaram a não satisfazer como instrumentos de verificação de aprendizagem, e por uma
razão muito simples: nem todas as consequências educacionais são quantitativamente
mensuráveis.
Avaliar é julgar ou fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma
escala de valores. Assim sendo, a avaliação consiste na colecta de dados quantitativos e
qualitativos e na interpretação desses resultados com base em critérios previamente
definidos. Portanto, não é suficiente testar e medir, pois os resultados obtidos através
desses instrumentos devem ser interpretados em termos de avaliação. Podemos dizer que,
enquanto a mensuração é, basicamente, um processo descrito (pois consiste em descrever
quantitativamente um fenómeno), a avaliação é um processo interpretativo (pois consiste
num julgamento tendo como base padrões ou critérios). Do ponto de vista educacional,
quando se fala apenas em testar e medir, a ênfase recai na aquisição de conhecimentos
ou em aptidões específicas. Quando usamos o termo avaliar, porém, estamos nos referindo
não apenas aos aspectos quantitativos da aprendizagem, mas também aos qualitativos,
abrangendo tanto a aquisição de conhecimentos e informações decorrentes dos conteúdos
curriculares quanto as habilidades, interesses, atitudes, hábitos de estudo e ajustamento
pessoal e social.
Portanto, esses três termos não são sinónimos, embora seus respectivos significados se
justaponham. Na verdade, esses conceitos se completam, pois são diferentes no que se
refere à amplitude de sua significação. Medir é um termo mais amplo de testar, pois os
testes constituem uma das formas de medida. Enquanto isso, avaliar apresenta um conceito
mais abrangente do que os outros dois, pois inclui a utilização tanto de instrumentos
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quantitativos como de dados qualitativos. Exemplo do que foi explicado acima sobre a
amplitude de conceitos:
menos abrangente mais abrangente
Para Victor Noll, “o importante não é que o processo seja denominado testar, medir ou
avaliar, mas sim que se determine o progresso ou o status do estudante com relação ao
objectivo visado”.
Por outro lado, Clara Colotto chama a atenção para o facto de ser comum, “entre nós, o
uso de números, as chamadas notas, para avaliar dimensões de comportamentos.
Assumiram o papel de ʻvaloresʼ quando não passam de simples números sem referência a
uma escala qualquer. Por si só não constituem avaliação. Logo, os números chamados
notas são apenas o resultado da medida. Para que haja avaliação, deve haver referência a
um padrão. Em geral, um padrão é adoptado de forma implícita, mas é preciso explicitá-lo
claramente, estabelecendo os vários níveis de aproveitamento. Portanto, avaliar consiste
em fazer um julgamento sobre resultados, comparando o que foi obtido com o que se
pretendia alcançar. Dessa forma, a avaliação pode ser útil para orientar tanto o aluno como
o professor: fornece informações ao aluno para melhorar sua actuação e dá elementos ao
professor para aperfeiçoar seus procedimentos didácticos.
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2.3. MODALIDADES E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
O levantamento das condições prévias dos alunos para iniciar nova matéria, os indícios de
progresso ou deficiências detectados na assimilação de conhecimentos, as verificações
parciais e finais são elementos que possibilitam a revisão do plano de ensino e o
encaminhamento do trabalho docente para a direcção correcta. Não apenas nas aulas, mas
nos contactos informais na classe e no recreio, o professor vai conhecendo dados sobre o
desempenho e aproveitamento escolar e crescimento dos alunos.
A avaliação ajuda a tornar mais claros os objectivos que se quer atingir. No início de uma
unidade didáctica, o professor ainda não está muito seguro de como atingir os objectivos
no decorrer do processo de transmissão e assimilação. À medida que vai conduzindo o
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trabalho e observando a reacção dos alunos, os objectivos se vão clarificando, o que
possibilta tomar novas decisões para as actividades subsequentes.
V. Ser objectiva
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VII. Reflecte valores e expectativas do professor em relação aos alunos
Técnicas Instrumentos
I. PROVA ORAL
Situação em que os alunos, expõem individualmente seus pontos de vista sobre pontos do
conteúdo ou resolvem problemas em contacto directo com o professor, servindo para:
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A prova de dissertação é indicada para avaliar certas habilidades intelectuais, como a
capacidade de organizar, analisar e aplicar conteúdos, relacionar factos ou ideias,
interpretar dados e princípios, realizar inferências, analisar criticamente uma ideia emitindo
juízos de valor, e expressar as ideias e opiniões por escrito, com clareza e exactidão.
Os itens de resposta livre foram classificados por Verner Sims em três categorias básicas,
de acordo com seu nível de complexidade:
i. A categoria mais simples abrange perguntas curtas cuja resposta exige apenas a
recordação de acontecimentos, nomes, datas, locais, e usam expressões como: o que;
quem; quando; qual; onde.
ii. A segunda categoria abrange os itens que demandam uma resposta mais elaborada,
mas relativamente curta, consistindo de uma ou mais frases a partir de instruções como:
relacione; enumere; define.
iii. Na terceira categoria estão incluídos os itens que se referem à dissertação
propriamente dita, solicitando respostas mais complexas e de extensão variável, a partir de
instruções como: descreva; compare; explique; analise; resuma; interprete.
1. Relacionar ou É uma exposição que exige apenas recordação, sendo uma forma simples de item de
enumerar resposta livre.
Nesse caso, os elementos devem ser dispostos de forma a assumir uma estrutura.
2. Organizar Esse tipo de item também exige a lembrança de factos, mas de acordo com
determinado critério adoptado (cronológico, importância crescente etc.), sendo mais
complexo que o anterior.
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Consiste em fazer um resumo, isto é, expor de forma concisa e abreviada uma ideia
10. Sintetizar
ou assunto, apresentando seus aspectos essenciais.
O esquema ou esboço é uma espécie de síntese, mas exige uma organização do
11. Esquematizar assunto em tópicos e subtópicos, dando ênfase às relações e funções entre os
elementos.
Consiste em analisar o significado de palavras, textos, ideias, ou compreender as
12. Interpretar intenções de um autor. A influência da memória é praticamente nula, pois a resposta
exige, basicamente, a capacidade de compreender e realizar inferências.
Supõe análise crítica, julgamento, avaliação de textos, livros, ideias. O aluno deve ser
13. Criticar “capaz de demonstrar a correcção e a adequação de uma ideia, e, também, apresentar
sugestões para o seu aprimoramento ou razões para o seu abandono”.
Algumas sugestões que podem ser úteis ao professor na montagem de uma boa prova de
questões dissertativas são:
Uma pergunta muito ampla pode dar margem às mais variadas respostas, pois o aluno fica
sem saber o que se espera dele e em que consiste a tarefa. Enunciados amplos, contendo
expressões como “fale sobre…”, “comente…”, “diga o pensa de…”, permitem digressões e
tornam a correcção mais difícil. Os enunciados precisam explicitar o que o aluno deve fazer,
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utilizando termos como “descreva”, “exemplifique”, “explique”, “compare”, “sintetize”, que
dão orientações sobre a forma de responder aos itens.
Como uma resposta dissertativa requer um certo tempo para ser estruturada, o professor
precisa verificar se os alunos vão dispor de tempo suficiente para responder a todas as
questões. Com relação à extensão, o professor pode ou não limitar a resposta em número
de linhas. É uma boa ideia, muitas vezes, preparar respostas-modelo a itens de ensaio
antes da aplicação do teste, a fim de calcular o tempo necessário para responder cada item.
Todos os alunos devem tentar responder a todas as questões da prova, para que o
professor possa verificar o nível de aproveitamento de cada um e, caso for necessário,
planejar na recuperação com os dados fornecidos pela avaliação.
Isso pode ser feito formulando-se, com antecedência, uma resposta-padrão para cada
questão da prova. Essa resposta-padrão consiste em um resumo ou esquema contendo os
principais aspectos a serem abordados em cada item, definidos sob a forma de tópicos ou
subtópicos. A cada parte ou tópico a ser incluído na resposta deve ser atribuído um valor
numérico, de acordo com seu grau de importância. A utilização da resposta-padrão
funciona como uma espécie de chave de correcção, com a qual são comparadas as
respostas formuladas pelos alunos. Este sistema de julgamento e apuração dos resultados
das provas de dissertação é denominada método analítico de correcção.
Embora seja uma prática corrente o professor ler uma prova inteira por vez, conferindo-lhe
uma nota, e depois passar a prova seguinte, essa forma de correcção dificulta o julgamento
das respostas. A prática mais recomendada é ler e conferir uma notas às respostas dadas
ao primeiro item de todas as provas, passando depois para o segundo item, e assim
sucessivamente. Esse procedimento facilita a correcção, pois o professor pode concentrar
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sua atenção em uma só questão de cada vez. Além disso, permite a comparação de cada
resposta com todas as outras do mesmo item, contribuindo para um julgamento mais
preciso.
Parece fácil, à primeira vista, avaliar uma dissertação baseando-se apenas no que o aluno
escreveu. Mas na verdade, ao ler uma prova, o julgamento de quem corrige pode ser
influenciado por alguns factores, quando a identidade do aluno é conhecida. A opinião já
formada sobre o aluno, ou o seu desempenho em outras actividades ou provas anteriores
são alguns factores que podem afectar o julgamento do professor. Por isso, antes de
começar a aplicação da prova, convém pedir aos alunos que, ao invés de escreverem seus
nomes, coloquem em cada prova um número previamente combinado, que permitirá a
identificação após a correcção. Outro procedimento que também pode ser usado é pedir
que os alunos escrevam seus nomes na última folha da prova, depois de todas as
respostas.
As provas objectivas são assim chamadas devido mais “ao processo de somar pontos do
que à maneira como é dada a resposta. As questões objectivas são construídas de modo
que se possa somar os pontos observando uma única palavra ou frase ou notando qual de
várias respostas possíveis foi escolhida”.
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TIPOS DE QUESTÕES OBJECTIVAS
É uma questão que exige uma resposta breve e bem definida; o aluno deve escrever
apenas uma palavra, frase curta ou número.
Exemplo de questões de resposta curta, tendo por base uma pergunta directa:
Exemplo de questões de resposta curta, tendo como base uma proposição incompleta:
São compostas por frases incompletas, deixando um espaço em branco (lacuna) para ser
preenchido com uma só resposta certa (palavra ou número). As questões podem
apresentar mais de um espaço em branco, no meio ou no final da afirmação.
A lacuna não deve aparecer no início da frase. Os espaços a serem preenchidos não devem
ser adjectivos, preposições, conjunções (em excepto em provas de gramática).
Outro exemplo:
Consiste numa frase declarativa, sendo que o aluno responde assinalando uma das
palavras destes pares:
Verdadeiro ou falso;
Certo ou errado;
Correcto ou incorrecto;
Sim ou não.
Exemplos:
Instruções: Leia cada uma das frases abaixo. Se a afirmação estiver certa, faça um x depois
da palavra Certo. Se a afirmação estiver errada, marque um x depois da palavra Errado.
d. QUESTÕES DE ACASALAMENTO
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que precedem os números da coluna da esquerda, coloque a letra que corresponde ao
nome dos respectivos instrumentos. Cada letra pode ser usada apenas uma vez, ou não
ser usada.
a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) I e II
d) III e IV
e) I, II e IV
Leia com atenção o texto. Agora responda com atenção as questões abaixo:
g. QUESTÕES DE ORDENAÇÃO
A questão apresenta uma série de dados fora de ordem e o aluno deve ordená-los na
sequência correcta. Exemplo:
( ) Lunda Norte
( ) Moxico
( ) Huíla
( ) Cuando Cubango
( ) Malanje
IV. A OBSERVAÇÃO
Os professores estão sempre interagindo com as crianças nas mais variadas situações
escolares: na sala de aula, no recreio, nas visitas e passeios fora da escola. A observação
dos alunos nessas situações é um importante procedimento de avaliação. Alguns
comportamentos chamam mais atenção, como: crianças nervosas, agressivas, as que
apresentam problemas de disciplina, as mais falantes; há outros que aparecem menos,
no caso das crianças mais retraídas ou das que não expressam externamente as suas
dificuldades. Com a experiência, o professor vai aprendendo a desenvolver sua
capacidade de percepção dos comportamentos manifestos ou não manifestos dos alunos.
Para extrair da observação dados que permitam um melhor conhecimento dos alunos
individualmente e da classe como grupo, para aperfeiçoar o processo de ensino e
aprendizagem, o professor deve ter uma atitude criteriosa, ou seja, apenas tirar
conclusões após observar os alunos em várias situações, de forma que o resultado da
observação não seja mera opinião, mas uma avaliação fundamentada.
a. Desenvolvimento intelectual:
Presta atenção nas aulas e no trabalho independente;
É persistente na realização das tarefas;
Tem facilidade de assimilação de matéria;
Demonstra atitude positiva em relação ao estudo;
Tem facilidade de expressão verbal;
Lê e escreve correctamente;
Tem pensamento criativo e independente.
c. Desenvolvimento afectivo:
Tem interesse e disposição para o estudo;
Resolve suas próprias dificuldades;
É responsável em relação às tarefas de estudo;
Controla suas emoções e seu nervosismo;
Tem iniciativa;
Faz uma imagem positiva de suas próprias possibilidades;
É bem-humorado e alegre;
É expansivo e espontâneo.
Para que os dados fornecidos pela observação sejam realmente úteis, eles devem ser
anotados e constituir um registo escrito de factos significativos da vida escolar do aluno.
Os dados colectados através da observação podem ser registados em fichas individuais
ou em caderno. “Como tal registo se baseia na conduta em situações naturais, é muitas
vezes chamado anedotário.”
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Recomendações que ajudam a tornar os registos das observações mais objectivos e úteis:
Por isso, apenas as acções devem ser anotadas como mostram os exemplos a seguir:
No dia 3 de Abril, Pedro bateu nos colegas Pedro é agressivo, porque bate nos
Marcos e Jorge, durante o intervalo. colegas.
Maria Rita não fez a lição de casa nos dias Maria Rita não fez a lição de casa dois dias
10 e 11 de Novembro. seguidos por preguiça.
Na sala de aula, Tiago levanta-se com
frequência da carteira e conversa Tiago é irrequieto e indisciplinado.
constantemente com os colegas.
João cedeu seu material a José quando João é prestativo e coopera com os
este lhe pediu emprestado. colegas.
b) LISTA DE VERIFICAÇÃO
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Lista de verificação para toda a classe
c) ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO
É uma ficha de observação contendo o tipo de comportamento a ser avaliado e uma escala
ou amplitude que indica o grau ou nível em que o comportamento se manifesta.
As notas ou conceitos atribuídos aos alunos como índices de seu aproveitamento escolar
constituem uma forma de classificação. Eles expressam níveis de aproveitamento escolar
em relação aos objectivos propostos.
Não é aconselhável, nas verificações parciais, usar o sistema de conceitos, pois não faz
sentido somar e tirar média de conceitos. Na prática, obtidas as notas das verificações
parciais e verificação final, situa-se o aluno na escala de conceitos.
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Classificação Qualificação
(Escala Numérica) (Sistema de Conceitos)
20
⋮ Excelente
19,5
19,4
⋮ Muito Bom
17,5
17,4
⋮ Bom
13,5
13,4
⋮ Suficiente
9,5
9,4
⋮ Insuficiente
3,5
3,4
⋮ Fraco
0
Escala de Conversão
Escala de Notas Factor de Classificação
Avaliação das Notas (a
Avaliação Prováveis Conversão Correspondente
Contínua x 4)
1 1x4 4
1,5 1,5 x 4 6
2 2x4 8
2,5 2,5 x 4 10
0 - 20 1-5 3 4 3x4 12
3,5 3,5 x 4 14
4 4x4 16
4,5 4,5 x 4 18
5 5 x4 20
V. AUTO-AVALIAÇÃO
Através da auto-avaliação, o aluno tem uma participação mais ampla e activa no processo
de aprendizagem, porque ele tem oportunidade de analisar seu progresso nos estudos (o
quanto rendeu e quanto poderia ter rendido), bem como suas atitudes e comportamento
frente ao professor e aos colegas. Além disso, a auto-avaliação tem uma função
pedagógica, pois a consciência dos próprios erros e acertos é a melhor forma de conduzir
ao aperfeiçoamento. Assim, “muito importará para efeitos educativos a avaliação que os
próprios alunos façam do que aprendem. A avaliação externa deve converter-se, aos
poucos, em auto-avaliação, indispensável quando o aluno deixa a vida da escola para
ingressar na escola da vida”.
As listas de verificação e escalas de são instrumentos que servem para registar os dados
resultantes tanto da observação como da auto-avaliação.
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ou por escrito, como guia para a auto-avaliação. Nesse caso, os aspectos focalizados
devem levar em conta o nível de desenvolvimento dos alunos e sua formação escolar.
Exemplo de roteiro para avaliação grupal e outro para avaliação individual de uma
entrevista planificada e realizada pelos alunos, sob orientação do professor. O
entrevistado, a convite do professor e dos alunos, compareceu à sala de aula.
1. Planificamos a entrevista?
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LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
Escala de classificação é uma espécie de lista de verificação que, ao invés de ter apenas
dois níveis (sim/não; presente/ausente), contém três ou mais níveis: muito bom, bom,
insuficiente; sempre, às vezes, nunca etc. Também pode ser elaborada pelo professor ou
organizada pelos alunos sob sua orientação.
Os gráficos para registo do aproveitamento escolar podem ser elaborados pelo professor
que, depois de mimeográ-los, entrega-os aos alunos para que os preencha
individualmente.
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GRÁFICO PARA REGISTO DOS RESULTADOS INDIVIDUAIS POR TRIMESTRE
(a ser preenchido pelo aluno)
Nome: _____________________________ Classe: ________
Componentes
Língua Portuguesa
Matemática
Geografia
Ciências
História
Notas
10
9,5
9
8,5
8
7,5
7
6,5
6
5,5
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
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VI. TÉCNICA SOCIOMÉTRICA
A escola constitui um grupo social. Cada classe também é grupo social em que a
interacção se processa através da relação professor-aluno e da relação aluno-aluno. O
processo de socialização das crianças e jovens ocorre através de sua participação na rede
de relações que constitui a dinâmica social. É convivendo com pessoas, seja com adultos
ou com seus pares, que a criança desenvolve hábitos e atitudes. Daí a importância do
grupo como elemento formador.
Como formar as equipas para um trabalho em grupo na sala de aula? As equipas podem
ser formadas livre e espontaneamente. Outras vezes, são constituídas aleatoriamente,
sendo que os alunos se agrupam por proximidade, isto é, aqueles que estão sentados
próximos uns dos outros se reúnem formando uma equipa. Mas, para que o trabalho em
grupo seja mais eficiente, as equipas devem ser organizadas de forma mais cuidadosa,
levando-se em conta as preferências dos alunos. Neste caso, aplica-se a técnica
sociométrica.
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O EMPREGO DA TÉCNICA SOCIOMÉTRICA
A técnica sociométrica mais conhecida e aplicada foi criada pelo psiquiatra romeno J. L.
Moreno, e consiste de algumas perguntas a serem respondidas pelos alunos, razão pela
qual, às vezes, é também chamada de teste sociométrico. As perguntas são:
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EXEMPLO DE QUADRO DE TABULAÇÃO SOCIOMÉTRICA
Quem é escolhido?
Alexandre
Catariana
Francisco
Carmem
Efigênia
Cristina
João
José
Inês
Quem escolhe?
Alexandre 2 1 3
Carmem 2 3 1
Catarina 2 1 3
Cristina 2 3 1
Efigênia 1 3 1
Francisco 3 1 2
Inês 2 3 1
João 3 1 2
José 2 3 1
1.ª Escolha 0 0 2 0 0 0 1 4 3
2.ª Escolha 0 2 3 0 0 1 0 0 2
3.ª Escolha 0 0 0 0 0 3 1 3 2
Total 0 2 5 0 0 4 2 7 7
VII. PORTFÓLIO
Volume que reúne todos os trabalhos produzidos pelo aluno durante o período letivo.
Presta-se tanto para a avaliação final como para a avaliação do processo de
aprendizagem do aluno.
Aspecto positivo:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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