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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ERMESINDE

EQUIPA MULTIDISCIPLINAR (EMAEI)

MEDIDAS DE SUPORTE À APRENDIZAGEM E À INCLUSÃO


(Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, alterado pela Lei nº 116/2019, de 13 de setembro e Declaração de Retificação n.º
47/2019, de 3 outubro)

As medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão têm como finalidade a adequação às necessidades e


potencialidades de cada aluno e a garantia das condições da sua realização plena, promovendo a equidade e
a igualdade de oportunidades no acesso ao currículo, na frequência e na progressão ao longo da
escolaridade obrigatória.

Medidas Universais (art.º 8º) – Documento de apoio


As medidas universais correspondem às respostas educativas que a escola tem disponíveis para todos os
alunos com o objetivo de promover a participação e a melhoria das aprendizagens. Estas medidas, incluindo
o apoio tutorial preventivo e temporário, são mobilizadas para todos os alunos, tendo em vista,
designadamente, a promoção do desenvolvimento pessoal, interpessoal e de intervenção social. Consideram
a individualidade de todos e de cada um dos alunos através da implementação de ações e estratégias
integradas e flexíveis e são da responsabilidade de todos os professores.
Consideram-se medidas universais:
a) A diferenciação pedagógica;
b) As acomodações curriculares;
c) O enriquecimento curricular;
d) A promoção do comportamento pró-social;
e) A intervenção em foco académico ou comportamental em pequenos grupos.

Exemplos

a) A diferenciação pedagógica
Entendida como um pressuposto estruturante de uma ação pedagógica que tem em conta todos os alunos na
relação com as tarefas de aprendizagem, que poderão ser diferentes quanto às suas finalidades e aos seus
conteúdos, quanto ao tempo e ao modo de as realizarem, quanto aos recursos, condições e apoios que são
disponibilizados.
Identificação de estratégias de organização da sala de aula
Leitura em voz alta pelo professor enquanto escreve no quadro.
Facultar informações verbais que permitam ao aluno aperceber-se dos acontecimentos que ocorrem na sala
de aula.
Alertar o aluno sempre que ocorram mudanças na disposição da sala de aula.
Utilizar giz ou marcadores com uma cor que contraste com a cor do quadro (por exemplo branco/preto ou
amarelo/preto).
Evitar os reflexos da luz no quadro.
Evitar os reflexos na superfície de trabalho do aluno (por exemplo através de colocação de uma cartolina
preta na mesa de trabalho).
Não posicionar o aluno de frente para uma fonte de luz (natural ou artificial).

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Medidas universais de suporte à aprendizagem e à inclusão – (exemplos)

Colocar o aluno no lugar na sala de aula que lhe proporciona um melhor campo de visão.
Permitir que o aluno mude de lugar, consoante as tarefas em causa e ou as tecnologias de apoio que utiliza.
Estar atento a sinais de fadiga (tais como olhos lacrimejantes, vermelhos ou dores de cabeça) e permitir a
realização de pausas na atividade.
Alternar as tarefas que exigem maior esforço visual com tarefas visualmente menos exigentes.
Não iniciar as atividades sem que o aluno se adapte às mudanças de intensidade de luz (quando vem do
exterior).
Reduzir os brilhos e reflexos na sala de aula (fechar os estores ou utilizar outras estratégias para tapar as
janelas).
Disponibilizar iluminação adicional (candeeiro de tarefas) e adequada (intensidade, tipo e direcionalidade da
fonte de luz) sempre que necessário.
Facultar ao aluno tempo adicional para que possa realizar tarefas que exijam um grande esforço visual (por
exemplo, na leitura em carateres ampliados ou em braille ou na localização de informação no texto).
Não iniciar a aula sem confirmar se as tecnologias de apoio necessárias estão operacionais (por exemplo se o
aluno ligou o computador).
Dar maior visibilidade a áreas da escola particularmente perigosas (por exemplo, através da colocação de
faixas amarelas no início das escadas ou nas portas).
Utilizar quadros interativos sempre que possível e/ou nas situações que se mostrem relevantes.
Não posicionar a mesa do aluno, sempre que este utiliza equipamentos tecnológicos, em local que interfira
com a movimentação em sala de aula podendo causar acidentes (por exemplo nos momentos de entrada e
saída da sala de aula).

b) Acomodações curriculares
“Medidas de gestão curricular que permitem o acesso ao currículo e às atividades de aprendizagem na sala de
aula através da diversificação e da combinação adequada de vários métodos e estratégias de ensino, da
utilização de diferentes modalidades e instrumentos de avaliação, da adaptação de materiais e recursos
educativos e da remoção de barreiras na organização do espaço e do equipamento, planeadas para responder
aos diferentes estilos de aprendizagem de cada aluno, promovendo o sucesso educativo”.
Utilizar organizadores gráficos.
Usar produtos de apoio quando necessário.
Usar materiais visuais e concretos nas aulas.
Apresentar sugestões para a gestão do tempo, por exemplo, através da colocação de post-its na mesa.
Disponibilizar notas fotocopiadas (ou um guia de estudo), registo simples/esquemáticos e interativos da
matéria a alunos com dificuldades na coordenação oculo-manual (ou outra), evitando que tenham de copiar
do quadro (devido à dificuldade de transcrição e para evitar transcrições com erros).
Organizar o espaço de sala de aula de forma a não conter estímulos que possam ser distrativos para os
alunos.
Dar instruções claras aos alunos, uma de cada vez, não sobrecarregando os alunos com muitas informações
ao mesmo tempo, verificando se as instruções são compreendidas.
Disponibilizar tempo extra para o processamento de informação.
Manter a proximidade ao aluno.
Colocar “lembretes” na mesa do aluno, como por exemplo, listas de vocabulário, alfabeto, …
Disponibilizar suportes auditivos para limitar a quantidade de texto que o aluno deve ler.
Utilizar um tamanho de letra superior sempre que adequado.
Colocar na sala de aula pistas visuais que induzam a comportamentos apropriados.

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Medidas universais de suporte à aprendizagem e à inclusão – (exemplos)

Promover abordagens multissensoriais/ manipulativas.


Permitir que o aluno disponha de mais tempo na concretização das tarefas.
Permitir que o aluno dê respostas orais em vez de utilizar a escrita para demonstrar a compreensão de
conceitos.
Prestar atenção à iluminação do espaço da sala de aula.
Dar feedback contínuo.
Proporcionar o uso de espaços alternativos para trabalhar tarefas específicas.
Sentar o aluno de frente para o quadro.
Sentar o aluno perto do professor/apresentação.
Manter o ambiente de trabalho (mesa) livre de elementos distratores (ou quando não é
Localização do possível, pedir que o aluno se mantenha em pé, perto do quadro no momento da
aluno na sala de apresentação).
aula Ficar de pé junto ao aluno quando está a dar orientações/apresentação.
Sentar o aluno junto de um colega (modelo positivo).
Sentar o aluno junto de um colega capaz de o apoiar.
Facultar pistas visuais/gráficos/pré e pós organizadores.
Assegurar-se que as orientações são compreendidas.
Facultar exemplo do produto final.
Facultar esboços escritos/notas orientadoras/notas impressas.
Apresentação Segmentar apresentações longas.
do conteúdo Ensinar através de abordagens multissensoriais/manipulativas.
/
Verificar oralmente a compreensão dos pontos-chave.
Tarefas e fichas
Escrever os pontos-chave no quadro.
de trabalho
Facultar tempo para responder a perguntas.
Ensinar o vocabulário previamente.
Modelar/demonstrar/simular conceitos.
Usar o computador no processo de ensino.
Permitir a consulta de apontamentos/notas.
Usar preferencialmente itens de escolha múltipla, completamento e ligação em vez de
resposta aberta.
Permitir aos alunos responder através de um gravador.
Utilizar testes curtos em vez de longos.
Facultar ao aluno mais tempo.
Usar testes orais.
Testes
Permitir aos alunos escrever na folha de teste.
Permitir a realização do teste em outro local.
Permitir a realização do teste num outro horário (flexibilização).
Facultar o teste em outro formato.
Permitir que o aluno responda através de computador.
Fazer a leitura da prova.
Permitir a transcrição do teste.
Treinar competências organizativas.
Competências Utilizar um bloco de notas com as tarefas e trabalhos de casa/planeamento.
organizativas
Permitir pausas em tarefas longas.
Comportamento Utilizar estratégias de autodeterminação.

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Medidas universais de suporte à aprendizagem e à inclusão – (exemplos)

Utilizar diferentes cores no registo ou para destacar o essencial da matéria (ex: a


vermelho conceitos, a verde resumos...).
Utilizar regras simples e claras.
Assinalar as respostas certas, não as erradas.
Implementar um sistema de gestão de comportamento.
Permitir saídas/entradas da sala de aula/pequenas pausas.
Utilizar semanalmente instrumentos para registo do comportamento.

c) Enriquecimento curricular
Oferta Complementar (artº 6, ponto 2, DL55/2018).
Atividades de Enriquecimento Curricular (artº 6, ponto 2, DL55/2018).
Complemento à Educação Artística (artº 13, ponto 7, DL55/2018).
Apoio Educativo Individual (artº 11, ponto 4, DN 10-B/2018).
Opções curriculares de escola (artº 19, ponto 2, DL 55/2018).
Criar/integrar clubes (olimpíadas; escrita, oralidade; xadrez, teatro, cinema, …).
Participar em grupos de integração na comunidade.
Dinamizar projetos de investigação.
Desenvolver candidaturas a projetos.
Participar em fóruns de discussão.
Disponibilizar exercícios/tarefas/materiais conforme o nível de competência de cada aluno.
Articular e valorizar conhecimentos prévios.

d) Promoção do comportamento pró-social


Promover trabalho de pares/de grupo (recorrendo a metodologias como o jigsaw).
Promover atividades de cooperação e colaboração entre alunos e professores.
Promover a articulação escola/família (ex: formação, debates,…).
Desenvolver projetos de trabalho social e comunitário.
Implementar grupos de intervenção (ex: promoção de competências sociais).
Implementar tutoria por pares.
Relacionar-se adequadamente com adultos e pares.
Refletir sobre os comportamentos.
Expressar as suas opiniões de forma assertiva.
Aprender a aceitar as críticas recebidas.
Falar em grupo e para o grupo.
Solicitar favores.
Saber dizer não.
Justificar o seu desagrado.
Pedir desculpa.
Admitir o erro.
Saber colocar-se no lugar do outro.
Saber que a ação tem uma consequência.
Saber ouvir.
Esperar a sua vez.
Prestar ajuda.
Tomar iniciativa.

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Medidas universais de suporte à aprendizagem e à inclusão – (exemplos)

Expressar sentimentos.

e) Intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos


Implementar coadjuvação em sala de aula.
Encaminhar para o apoio ao estudo (desenvolvimento de estratégias de estudo, aprofundamento de
conhecimentos, auxilio nos trabalhos de casa).
Encaminhar para o apoio educativo.
Encaminhar para a frequência do acompanhamento.
Implementar tutoria por professor (promoção de competências sócio emocionais e comportamentais).
Encaminhar para aulas de Português Língua Não Materna (PLNM).
Encaminhar para aulas de Português Língua 2ª (PL2).
Emcaminhar para acompanhamento psicológico em grupo ou individual.
Encaminhar para a frequência da sala de estudo/laboratório de aprendizagem.
Encaminhar para a frequência do Desporto escolar.
Incentivar a participação voluntária em projetos/clubes.
Implementar um reforço curricular, promovendo a aquisição, desenvolvimento e consolidação de
aprendizagens específicas (em regra, de forma temporária).
Orientar na organização de materiais escolares e de métodos e técnicas de estudo.
Incentivar o trabalho autónomo, interpares, com mediação do docente.
Trabalhar os valores cívicos.
Implementar dinâmicas de grupo com foco na socialização, colaboração e comunicação.
Desenvolver habilidades sociais promotoras de inclusão escolar.
Implementar atividades em pequenos grupos com objetivos comuns que fomentem a interdependência entre
os pares.
Saber lidar com controvérsias académicas.
Trabalhar habilidades empáticas assertivas .
Trabalhar situações do quotidiano, possibilitando o ensaio de papeis e a resolução de problemas
interpessoais.

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