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Curso Regular de Língua Portuguesa

Prof. Ludimila Lamounier,

AULA 10

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 10

AULA 10

Texto: compreensão, interpretação, reescritura e correção gramatical.


Coesão, coerência e semântica.

SUMÁRIO PÁGINA
Interpretação de Texto 02
Reescritura e correção gramatical 23
1. Conceitos 23
Questões Propostas 30
Gabarito 40
Questões Comentadas 40

Olá, concurseiro fiscal!


Hoje é a nossa Aula 10 de Língua Portuguesa do Curso Regular.
Desejo a você calma e concentração nos estudos.

DICA DA VEZ – No dia da prova


Hoje quero conversar com vocês, novamente, sobre o dia da prova. Já
conversamos sobre aqueles minutos que antecedem a prova, não é
mesmo?
Neste "Dica da Vez" quero falar sobre a alimentação no dia da prova. É
sempre bom levar um lanchinho para comer durante a prova. Eu gosto
de levar barra de cereal. Sempre levo mais de uma, pois morro de medo
de ficar com fome. Muitas pessoas gostam de levar frutas ou chocolate,
mas eu não sou desse time. Frutas, acho que faz "bagunça", suja a
mão, pode sair um caldo, sabe? Chocolate, acho doce demais (aí
precisaria beber muita água) e também não me alimenta o suficiente.
Mas, alimentação é uma coisa muito pessoal... Quero apenas alertar
você para que leve algum lanche. Ah! E não se esqueça de levar uma
garrafinha transparente de água. Muitas bancas pedem ainda para
retirar o rótulo, de forma que fique totalmente transparente.
Em vários concursos, as provas são aplicadas no período da manhã e da
tarde. Quando for assim, temos que pensar onde almoçar. Digo isso,
porque, muitas vezes, não é possível ir em casa para fazer a refeição.
Sugiro que, na semana da prova, já procure um restaurante perto do
local de prova. Assim, ficará mais fácil seu deslocamento. Os
restaurantes costumam ficar muito cheios, então, se você já sabe para
aonde ir, facilita bastante. Outra opção é levar uma marmita e comer
em algum local próximo à prova. Você tem que estudar a região onde
irá fazer o concurso para que, no dia, não ocorra nenhum imprevisto. E,

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por falar em imprevisto, também é legal que você já procure saber com
antecedência sobre estacionamentos, linhas de ônibus, metrô, etc.
Outra coisa importante: aconselho que você faça uma "listinha de
checagem", na véspera da prova, para que não se esqueça de nada,
como comprovante de inscrição, caneta (algumas bancas exigem caneta
preta), documento de identidade, etc. Assim, você já se programa para
que nada te atrapalhe e para ter tranquilidade a fim de fazer uma boa
prova.

Vamos começar a nossa aula?


O objetivo desta aula é estudarmos os conceitos relativos à
compreensão e interpretação de texto. Aqui, damos continuidade
ao que aprendemos nas Aulas 00 e 01. Sugiro, assim, que você
revise-as antes de começar a ler esta aula. Teremos um tópico
específico de reescritura e correção gramatical. A respeito de coesão,
coerência e semântica, já aprendemos na Aula 01.

Interpretação de Texto

Neste tópico, iremos ver um pouco sobre o tema “interpretação de


textos”. Muitos alunos têm certa dificuldade com as questões sobre
esse assunto, pois não sabem muito o quê e como fazer para
interpretar do modo adequado.
Por isso, aqui colocarei algumas dicas para facilitar e agilizar o
processo de leitura e compreensão do texto e de identificação
dos itens a serem interpretados pelos candidatos.
De novo, destaco a importância do “treino”. É fundamental que
você faça muitas questões de interpretação quando estiver
estudando. Não pense que não precisa treinar o texto e apenas
necessite fazer as questões de gramática nos momentos que você
reserva para resolver provas anteriores. Alguns alunos acham que
conseguirão fazer as questões de interpretação, na hora da prova,
sem qualquer estudo anterior. Esses estão muito enganados!
Compreender e interpretar um texto, da forma como a banca solicita,
requer treino, aliás, bastante treino. Além disso, a prática faz com que
o aluno consiga resolver as questões com mais agilidade, o que
corresponde a alguns minutos ganhos - cruciais para que ele faça uma
boa prova.
Outro ponto importante é que, no dia do concurso, você não deve
deixar a prova de português por último. As bancas de concurso vêm

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colocando textos muito difíceis, longos e complexos, assim você não
pode fazer a prova quando já estiver cansado. Faça a prova de
português com a mente descansada, para ter uma boa compreensão
dos textos e não precisar fazer várias leituras deles.
No que se refere a esses textos complexos, precisamos ficar atentos a
poemas e charges, pois as bancas vêm apresentando-os cada vez
mais nas provas. Muitos alunos acham que eles são mais difíceis do
que os outros, mas, muitas vezes, são até mais fáceis. Por isso, basta
que você tenha calma e atenção.
Animados? Vamos lá!

Antes de partirmos para o assunto propriamente dito, que tal


fazermos uma reflexão sobre o conceito de texto? A palavra “texto”
tem sua origem etimológica na palavra em latim “textus”, que
significa “algo entrelaçado ou tecido”. Assim, o texto não pode
ser pensado como um conjunto de frases colocadas de modo solto ou
sem sentido. As frases, em uma estrutura textual, estabelecem
relações de sentido e dialogam entre si. Desse modo, devemos
perceber o texto como um todo maior e mais rico do que os
elementos que o compõem.
Deve ficar clara a necessidade do texto em produzir sentido, por meio
de uma unidade linguística e semântica que depende da
compreensão do interlocutor (leitor para quem o texto é direcionado).
É por isso que o texto necessita da textualidade (características
que constituem um texto) para atingir seu objetivo de
comunicar, de modo lógico e satisfatório, com base em uma
estrutura com início, meio e fim. A textualidade permite que uma
sequência linguística torne-se uma unidade linguística, dotada de
coerência.

As questões sobre interpretação, geralmente, versam a


respeito de três grandes grupos:
Texto: compreensão, interpretação e tipologia.
Sobre a parte de tipologia textual, é ideal que você revise os
conceitos ensinados na Aula 00.
A compreensão é diferente da interpretação, apesar de ambos os
conceitos estarem no mesmo campo semântico. A compreensão
possui um sentido menos amplo que a interpretação, uma vez que
esta lida com as relações implícitas (intertexto) que são inferidas com
base na leitura do texto. Por sua vez, a compreensão se refere às
relações explícitas, ao que realmente está escrito.

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Atenção!
Ao resolver uma questão de interpretação de texto, duas
compreensões distintas estarão em jogo: a compreensão do texto em
si e a compreensão do enunciado da questão. Você deve sempre
confrontar o que o texto revela e o que a questão apresenta, para
buscar pontos de diferenças e aproximações. Acredite, essa dupla
interpretação também será muito valiosa.

Reescritura de frases (ou trechos do texto) e correção


gramatical.
Sempre que ocorrem referências explícitas ou implícitas entre dois ou
mais textos, estamos diante da “intertextualidade”. Esse processo
pode ocorrer explicitamente – por meio da citação – ou por meio de
indicação implícita, ou seja, de maneira oculta. A intertextualidade
pode contestar ou afirmar as ideias do texto referido.
São duas as formas principais de intertextualidade:
Paráfrase: as palavras são alteradas, mas a ideia do novo texto
confirma a ideia do texto antigo. Na paráfrase, o que foi dito no texto
original é dito em outras palavras ou com nova estrutura sintática,
como modo de atualizar e reafirmar alguns sentidos do texto citado.
Nas provas de concurso, o examinador costuma questionar se a
coesão e a coerência foram respeitadas diante do processo de
paráfrase. Tenha cuidado para o fato de que ambos os aspectos
(coesão e coerência) precisam ser mantidos ao se parafrasear um
texto. Assim, a paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o
sentido original.

Paródia: há uma alteração no sentido do texto primitivo, ou seja,


muda-se o significado da informação. O texto original é retomado
para que os seus sentidos sejam transformados. A paródia, em geral,
possui um caráter de contestação ou de humor.

Coesão, coerência e semântica.


Também estudamos no início deste curso. É bom termos em mente o
fato de que a coerência envolve os aspectos de compreensão e
interpretabilidade; por sua vez, a semântica abrange o sentido e a
significação.

É claro que o ponto de partida, para as questões de interpretação, é o


texto. No texto, é importante identificar o “arquilexema”, que é a
maior base de significação do texto (pressuposto orientador),
ou seja, a ideia-núcleo ou síntese. Tenha cuidado com o termo
“síntese”, pois síntese é diferente de resumo, embora ambos se

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encontrem no mesmo campo semântico de “condensação”. A síntese
é mais condensada que o resumo. Muitas vezes, o título do texto traz
a síntese; por isso, é importante que você preste atenção nele.
Um texto é composto por parágrafos que formam um todo
progressivo e coesivo. Cada parágrafo possui um “tópico frasal”,
que é a ideia-núcleo do parágrafo. Geralmente, ele se encontra na
introdução do parágrafo, e é, por isso, que não se recomenda
escrever um parágrafo com apenas um período ou misturar ideias em
um mesmo parágrafo.

Outro elemento importante que precisamos identificar é o que


chamamos de “palavras-chave” ou “lexemas essenciais”. Se
colocarmos todas as palavras-chave juntas, teremos o “resumo” do
texto.
Ao analisarmos um texto, é necessário estarmos atentos, também,
aos “mecanismos de coesão”, tema de nossa Aula 01. Sugiro que
você estude novamente a citada aula, caso esteja inseguro.

Vamos fazer uma rápida revisão dos mecanismos de coesão?


Coesão lexical
Neste mecanismo coesivo, observe e identifique as afinidades
semânticas das palavras que fazem parte da rede temática do texto.
Coesão gramatical
Neste mecanismo coesivo, observe e identifique os operadores lógicos
e de sequenciação. Preste atenção nos pronomes, numerais,
conjunções, preposições, etc.
Elementos coesivos
Aqui, temos como exemplo os elementos anafóricos, catafóricos,
dêiticos, vicários.
Dessa forma, ao ler o texto selecionado pela banca examinadora, o
candidato deverá ficar atento aos mecanismos coesivos. Se você
souber identificá-los corretamente, facilitará bastante o processo de
exploração das ideias transmitidas pelo texto. Use alguma maneira
para fazer essa identificação; você pode, por exemplo, circular os
termos de coesão gramatical e sublinhar os de coesão lexical. Assim,
os termos sublinhados já representam as palavras-chave do texto.

A seguir, mais alguns conceitos importantes sobre o assunto


deste tópico.

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Relações explícitas x relações implícitas
De início, vamos ver alguns aspectos que constroem essa
diferenciação:
Relações explícitas: a resposta não apresenta nenhum elemento novo
ao que foi dito no texto; a resposta está presente explicitamente nas
premissas e não pode extrapolá-las. O candidato deve coletar dados
que estão presentes no texto.
Observação:
Geralmente, questões que exigem do candidato uma compreensão
relativa ao que está explícito no texto terão enunciados semelhantes
ao que se segue: “Com base nas informações do texto é possível
afirmar que...”; “De acordo com o texto...”; “O autor afirma que...”;
“O autor diz que...”; “O texto informa que...”; “Na opinião do autor do
texto...”. Assim, a informação pedida no enunciado estará evidente e
explícita no texto.

Relações implícitas: a resposta apresenta dados que não aparecem


explicitamente no texto. Aqui, o aluno deve ficar atento aos indícios
presentes no texto. O candidato deve partir de dados que estão
atrelados ao texto, ou seja, informações implícitas.

Observação:
Geralmente, questões que exigem do candidato uma compreensão
relativa ao que não está explícito no texto terão enunciados
semelhantes ao que se segue: “O texto permite concluir (ou deduzir)
que...”; “Com a leitura do texto, subentende-se que...”; “Infere-se do
texto que...”; “O texto possibilita o entendimento de que...”;
“Depreende-se do texto que...”. Assim, a informação pedida no
enunciado não estará evidente e explícita no texto.

Atenção!
Entender o que a questão está exigindo de você é fundamental para
encontrar a resposta correta.

Uma dúvida frequente que os alunos têm se refere ao uso de certas


palavras nas questões elaboradas pelas bancas examinadoras. São
elas: “inferir”, “concluir”, “depreender”, “deduzir”. Todas elas
significam a mesma coisa e são usadas quando a banca deseja que o
aluno responda a questão com base em indícios encontrados no texto.
Observe que nós temos o “texto”, o “intertexto” e o “contexto”. No
“texto”, as ideias estão explícitas; no “intertexto”, as ideias estão

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implícitas e no “contexto”, as ideias extrapolam a mensagem
transmitida pelo texto. O “contexto” se refere ao mundo fático, à
realidade, ao tema suscitado pelo texto.
Dessa forma, essas quatro palavras (“inferir”, “concluir”,
“depreender”, “deduzir”) dizem respeito ao “intertexto”. Por isso, você
deve ter bastante cuidado com os enunciados das questões. Se a
banca solicitar a você “inferir” (ou “concluir”, “depreender”,
“deduzir”), analise e explore as “pistas” (indícios) deixadas no texto
pelo autor. Tenha atenção para não ir além do intertexto (que seria o
contexto) e errar, ao extrapolar as ideias contidas no intertexto.
Tenha também cuidado para não fazer uma redução das ideias do
texto, ou seja, ter atenção apenas com um aspecto do texto e
esquecer que o texto é um conjunto de ideias. Essa redução pode
levar você a um entendimento insuficiente ou incorreto do texto.

Organização do texto
O texto pode ser organizado de três formas. Vamos vê-las?
Prosa
Na prosa, os períodos são, sempre, articulados em parágrafos.
Versos
Aqui, o texto é organizado em linhas, que são articuladas em estrofes,
as quais dão origem a poemas.
Prosa poética
Na prosa poética, os períodos são articulados em parágrafos e há
forte presença de função poética.

Caracterização do texto
O texto pode ser literário ou não literário.
Literário
Há predomínio da conotação, assim as palavras são usadas em seu
valor figurado. Observe que o texto literário transmite subjetividade.
Não literário
Há predomínio da denotação, assim as palavras são usadas em seu
valor real ou literal.

Textos narrativos
No início de nosso curso, estudamos tipologia textual e gêneros
textuais. Você se lembra disso? Agora, vamos ver os textos
narrativos, que se agrupam em “longa extensão” e “curta extensão”.

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Longa extensão
Os textos narrativos de longa extensão possuem diversos núcleos
narrativos. Aqui, temos as novelas, os romances e os contos. Observe
que as novelas possuem mais núcleos que os romances, e os contos
são de menor extensão que os romances.
Curta extensão
Os textos narrativos de curta extensão possuem poucos ou apenas
um núcleo narrativo. Aqui, temos as crônicas, as alegorias, as
anedotas e as charges.
A crônica focaliza situações do cotidiano e caracteriza-se por
apresentar marcas do coloquial.
A alegoria apresenta cadeias metafóricas, nas quais tudo é conotativo.
Ela é dividida em fábulas, apólogos e parábolas.
Fábulas: caracterizam-se por apresentar as ações humanas
representadas por animais e transmitir lições de moral.
Apólogos: semelhantes às fabulas, contudo possuem coisas no lugar
de animais.
Parábolas: transmitem um ensinamento por meio de símbolos e
representações.
Anedotas: são piadas, seu traço característico é o humor.
Charges: transmitem uma crítica por meio de mistura entre
linguagem verbal (palavras) e não verbal (imagens). Destaca-se que
alguns autores classificam as charges à parte, por causa dessa sua
característica peculiar de misturar “texto” e “figura”.

Para treinarmos um pouco, selecionei algumas questões.


Vamos lá?

Questões – (FCC) Analista Judiciário - Contabilidade –


TRE-SP/2012

Você está conectado?


Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em paz, em
desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo como
ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas as
mídias, a palavra pulou para dentro da cena e ninguém mais
admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o
paradigma dominante dos últimos e dos próximos anos, em
nossa aldeia global: o primado das conexões.

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No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase
uma ilha em meio às mais variadas conexões: do vizinho da
direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz;
do rapazinho à esquerda chega a viva conversa que mantém há
quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um
senhor desliza os dedos no laptop no colo, e se eu erguer um
pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que
passa nos quatro monitores estrategicamente posicionados no
ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas
se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e
mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a
conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a humanidade
a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem
conseguem imaginar um mundo que não seja movido pela fusão
das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta
movimentação faz crer que, enfim, os homens estreitaram de
vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele
sem receio, ele nem reparará que está sendo observado. Está
absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a
imagem valem por si mesmos, linguagens prontas em que
mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de
longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou. É
disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se
reconhecem como tais. Emitimos e cruzamos frenéticos sinais
de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma
maior de nossas carências permanentes?
(Coriolano Vidal, inédito)

O paradoxo central de que trata o autor dessa crônica


está no fato de que:
a) o paradigma da conectividade fez o homem apagar sua
maior conquista: uma efetiva comunicação com seus
semelhantes.
b) as múltiplas mídias contemporâneas exercem tamanha
sedução sobre nós que deixamos de ser o que sempre fomos:
uns românticos.
c) nunca foi tão difícil ficarmos sós, mormente numa época
como a nossa, em que a solidão ganhou foros de alto prestígio.
d) as múltiplas formas de conectividade, que marcam nosso
tempo, surgem como um eficaz mascaramento da humana
solidão.
e) as pessoas que se rendem a todos os mecanismos de
conexão são as que melhor compreendem as razões de suas
carências.

Comentários
Antes de resolvermos esta questão, vamos ver alguns
detalhes sobre o texto acima?
Em primeiro lugar, chamo a sua atenção para o título do texto
“Você está conectado?”. Veja como ele representa a síntese

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do que foi transmitido nele. Outro ponto importante: o texto
apresentado é uma crônica, pois focaliza situações do cotidiano
e caracteriza-se por apresentar marcas do coloquial, tal como
vimos na parte teórica.
Note a coesão existente entre o primeiro e o segundo
parágrafos, pois, neste, o autor coloca exemplos de dispositivos
referentes à “conexão”, ou seja, ao “primado das conexões”
(expressão que consta no final do primeiro parágrafo).
No terceiro parágrafo, o autor usa a expressão “hábitos
modernos” com o intuito de se referir (coesão lexical) ao já
escrito anteriormente. Cita-se, também, outro exemplo de
conexão lexical: “conectividade irrestrita” – “primado das
conexões”. Perceba como o texto progride e as frases se
conectam umas às outras. Aqui, ele também volta a discorrer
sobre o tema colocado no primeiro parágrafo, qual seja, “o
paradigma dominante dos últimos e dos próximos anos”
(“primado das conexões”).
No início do quarto parágrafo, observe que a expressão “que
nada” se refere ao final do terceiro parágrafo e foi mais um
mecanismo de coesão utilizado pelo autor. Neste último
parágrafo, perceba as seguintes coesões lexicais: “conexão”,
“paraíso artificial”, “travessia solitária”, “conectividade”,
“disfarce”, “solidão humana”, “carência”.
Veja que as palavras que representam a coesão lexical são
também as palavras-chave do texto. E, se as “ajuntarmos”,
teremos um resumo da mensagem expressa pelo autor.
Temos, ao longo de todo o texto, vários exemplos de coesão
gramatical. Vamos ver alguns encontrados no quarto
parágrafo? Para tanto, observe os termos que sublinhei nesse
trecho do texto; eles são exemplos, entre outros, de conexão
gramatical.
Vamos, agora, à questão?
Nesta questão, a banca solicita que o candidato identifique
corretamente o paradoxo central abordado pelo autor da
crônica.
Em seguida, analisaremos as alternativas.
Alternativa A
O paradigma da conectividade fez o homem apagar sua maior
conquista: uma efetiva comunicação com seus semelhantes.
Observe que, em nenhuma passagem do texto, o autor
transmite a ideia de já ter existido, em algum momento, uma
“efetiva comunicação do homem com seus semelhantes”.
Alternativa errada.
Alternativa B
As múltiplas mídias contemporâneas exercem tamanha sedução
sobre nós que deixamos de ser o que sempre fomos: uns
românticos.

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Observe que, em nenhuma passagem do texto, o autor
transmite a ideia de já termos sido, em algum momento,
“românticos”.
Alternativa errada.
Alternativa C
Nunca foi tão difícil ficarmos sós, mormente numa época como
a nossa, em que a solidão ganhou foros de alto prestígio.
Observe que, em nenhuma passagem do texto, o autor
transmite essa ideia apresentada acima.
O autor expressa que as pessoas não percebem que estão se
isolando por causa dos meios de conectividade cada vez mais
presentes (quarto parágrafo).
Alternativa errada.
Alternativa D
As múltiplas formas de conectividade, que marcam nosso
tempo, surgem como um eficaz mascaramento da humana
solidão.
Veja o paradoxo expresso pelo texto:
“Tanta movimentação faz crer que, enfim, os homens
estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele
sem receio, ele nem reparará que está sendo observado. Está
absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a
imagem valem por si mesmos, linguagens prontas em que
mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de
longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou.”
Observe que, com base na transcrição acima, o autor
argumenta que, apesar da existência de diversos e modernos
meios de conectividade, os homens estão cada vez mais
afastados uns dos outros.
Note, ainda, a coesão lexical existente entre “eficaz” e “maior”
e “mascaramento” e “disfarce”.
Alternativa certa.
Alternativa E
As pessoas que se rendem a todos os mecanismos de conexão
são as que melhor compreendem as razões de suas carências.
Observe que, em nenhuma passagem do texto, o autor
transmite a ideia de que as pessoas mais conectadas “são as
que melhor compreendem as razões de suas carências”.
Alternativa errada.
Gabarito: D

Agora, veremos mais uma questão relativa ao


texto acima.

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Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, sugere o autor que a velha palavra
"conectividade" ganhou novas conotações, em virtude da
multiplicação das mídias e dos novos hábitos sociais.
II. No segundo parágrafo, a experiência de uma viagem de
ônibus é nostalgicamente lembrada para se opor ao mundo das
comunicações eletrônicas e dos transportes mais rápidos.
III. No último parágrafo, o autor vê nas obsessivas conexões
midiáticas e em seus múltiplos suportes um indício de que
estamos buscando suprimir nossas carências mais profundas.
Em relação ao texto está correto SOMENTE o que se
afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

Comentários
Nesta questão, a banca solicita que o candidato examine três
afirmações e verifique quais delas estão corretas em relação ao
texto visto.
Em seguida, analisaremos as afirmações.
Afirmação I
No primeiro parágrafo, sugere o autor que a velha palavra
"conectividade" ganhou novas conotações, em virtude da
multiplicação das mídias e dos novos hábitos sociais.
Observe que o autor realmente sugere isso: “Alguns anos atrás,
a palavra "conectividade" dormia em paz, em desuso, nos
dicionários, lembrando vagamente algo como ligação, conexão.
Agora, na era da informática e de todas as mídias, a palavra
pulou para dentro da cena e ninguém mais admite viver sem
estar conectado.”
Afirmação correta.

Afirmação II
No segundo parágrafo, a experiência de uma viagem de ônibus
é nostalgicamente lembrada para se opor ao mundo das
comunicações eletrônicas e dos transportes mais rápidos.
Perceba que o autor não usa, em nenhuma passagem do
segundo parágrafo, qualquer termo ou ideia referente a
“transportes mais rápidos”.
Afirmação incorreta.

Afirmação III

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No último parágrafo, o autor vê nas obsessivas conexões
midiáticas e em seus múltiplos suportes um indício de que
estamos buscando suprimir nossas carências mais profundas.
O autor não acredita que as “obsessivas conexões midiáticas e
em seus múltiplos suportes” sejam “um indício de que estamos
buscando suprimir nossas carências mais profundas”.
Observe que o autor argumenta que: “A conectividade é, de
longe, o maior disfarce que a solidão humana encontrou. É
disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se
reconhecem como tais. Emitimos e cruzamos frenéticos sinais
de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma
maior de nossas carências permanentes?”.
Afirmação incorreta.
Dessa forma, somente a afirmação I está correta.
Gabarito: A

Questões – (FGV) Técnico Superior Jurídico - DPE-


RJ/2014

ESQUECERAM O PRINCIPAL
Houve um tempo em que os ditos setores progressistas
pautavam suas ações por filosofias coerentes. Assim, advogados
da infância buscavam promover os interesses das crianças,
feministas visavam a afirmar a autonomia das mulheres e
militantes dos direitos de homossexuais tentavam acabar com a
discriminação contra gays, mas sem perder de vista teses mais
gerais da esquerda não marxista, que incluíam a ampliação das
liberdades e a despenalização do direito.
As coisas mudaram. E para pior, a meu ver. Hoje, os defensores
das criancinhas deblateram para que o Congresso mantenha um
mecanismo jurídico que permite mandar para a cadeia o pai que
não paga em dia pensão do filho. Pouco importa que a prisão
por dívidas represente um retrocesso de 2600 anos – uma das
reformas de Sólon que facilitou a introdução da democracia em
Atenas foi justamente o fim da servidão por dívidas – e que é
quase certo que, encarcerado, o pai da criança terá muito
menor probabilidade de honrar seus compromissos financeiros.
As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal
Federal que retirou das mulheres o direito de decidir se querem
ou não processar companheiros, tornando agressões leves no
âmbito do lar um crime de ação pública incondicionada. Pouco
importa que isso torne as mulheres menos livres e introduza
uma diferenciação de gênero (na situação inversa, um homem
pode decidir se processa ou não).
Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne
crime referir-se a gays em termos depreciativos ou
condenatórios. Pouco importa que tal medida, se adotada,
representaria uma limitação da liberdade de expressão, o mais
fundamental dos princípios democráticos.

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É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo,
percam de vista as grandes questões, mas fico com a impressão
de que estão colocando a parte à frente do todo.
Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 7/01/2014

“Houve um tempo em que os ditos setores progressistas


pautavam suas ações por filosofias coerentes”. Pelo texto,
podemos inferir que uma filosofia é coerente quando

a) obtém sucesso em suas ações.


b) casa perfeitamente teoria e prática.
c) defende os direitos humanos.
d) mostra uma ideologia de base filosófica.
e) pratica ações voltadas para o bem.

Comentários
Inicialmente, vamos ver alguns pontos importantes?
Ao começar a resolver uma questão de interpretação, aconselho
que leia, uma primeira vez, o texto de maneira bem atenta. Em
seguida, vá às questões para descobrir o que está sendo
cobrado e, logo após, retorne para uma segunda leitura do
texto, já com os enunciados das questões em mente, grifando e
anotando o que é importante para a resolução dos exercícios.
Perceba, já na primeira leitura, que o texto é do tipo
dissertativo-argumentativo, tipo textual mais frequente em
provas de concursos. A dissertação-argumentativa consiste na
exposição de ideias a respeito de um tema, com base em
raciocínios e argumentações, e busca a defesa de um
ponto de vista, por meio da persuasão.
A estrutura lógica desse tipo textual consiste na introdução
(apresenta o tema a ser discutido – no texto corresponde ao 1º
parágrafo); desenvolvimento (expõe os argumentos e ideias
sobre o tema, com fundamentos em fatos, exemplos e provas
do que se quer demonstrar – no texto corresponde aos 2º, 3º e
4º parágrafos); e conclusão (faz o desfecho, com a finalidade
de reforçar a ideia inicial – no texto corresponde ao 5º
parágrafo).
Observe, também, que o título é um elemento muito
importante da estrutura dissertativa, pois ele sintetiza a ideia
principal do texto.
Vamos, agora, à questão?
Nesta questão, o examinador retira o primeiro período do texto
– “Houve um tempo em que os ditos setores progressistas
pautavam suas ações por filosofias coerentes” – e solicita que o
candidato, com base no texto, infira o que é uma “filosofia
coerente”.
Antes de analisar as alternativas, vamos relembrar um aspecto
muito importante que foi visto na parte teórica da aula. Ao
utilizar a palavra “inferir”, a banca solicita do candidato o
exercício da interpretação indutiva, ou seja, os indícios para

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responder à questão extrapolam a literalidade do texto e devem
ser encontrados implicitamente no “intertexto”.
Vamos entender o texto?
O autor do texto argumenta, basicamente, que setores que se
dizem progressistas (advogados da infância, feministas, gays)
desconectaram, atualmente, suas pautas de reivindicação
(promoção dos interesses das crianças, afirmação da autonomia
das mulher, discriminação contra gays; respectivamente) de
teses mais gerais da esquerda não marxista. Por isso, o título
do texto (“Esqueceram o principal”) remete a esses aspectos,
como se esses grupos – ao buscarem, na prática, a defesa dos
direitos específicos dos seus segmentos – afastassem-se de
questões mais profundas e gerais que envolvem os princípios
democráticos comuns a todos.
Assim, de volta à questão, vamos entender, primeiramente, em
que contexto foi empregada a palavra “coerente”. Na expressão
“filosofias coerentes”, o verbete é sinônimo de “congruência”,
de “harmonia ou nexo de uma coisa com o fim a que se
destina”. Dominar o conceito de “coerência”, no contexto,
permite descartar as alternativas A, C, D e E. Ainda que as
assertivas tragam possíveis objetivos secundários dos setores
progressistas, eles não se confundem com o que foi pedido no
enunciado: o significado, no texto, de uma filosofia coerente.
Logo, é possível perceber que a alternativa B apresenta a
resposta para o que é uma filosofia coerente, com base nas
ideias do autor. A filosofia coerente, assim, deve aliar suas
ações (prática) com suas filosofias (teorias) para alcance do
que se propõe. O autor defende que, no passado, os segmentos
dos setores progressistas eram mais coerentes, justamente por
aliarem prática e teoria; observe: “Assim, advogados da
infância buscavam promover os interesses das crianças,
feministas visavam a afirmar a autonomia das mulheres..., sem
perder de vista teses mais gerais da esquerda marxista, que
incluíam a ampliação das liberdades e a despenalização do
direito".
Gabarito: B

Agora, veremos mais uma questão relativa ao


texto acima.

A expressão “ditos setores progressistas” mostra por


parte do autor do texto
a) um distanciamento da designação de “progressistas”.
b) um desconhecimento relativo ao tema.
c) um elogio a uma determinada posição política.
d) um elogio a certas classes sociais.
e) uma recuperação de designações políticas passadas.

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Comentários
Com base em tudo o que já foi comentado sobre o texto, é
fundamental perceber que a palavra “ditos”, usada na
expressão “ditos setores progressistas”, tem cunho crítico e
irônico. O que o autor defende é que, apesar desses setores,
hoje, continuarem sob o manto do progresso, tornaram-se
desconectados dos reais valores progressistas que outrora eram
compartilhados por esses mesmos segmentos da sociedade.
Assim, a expressão é empregada pelo autor para falar de algo
que não existe mais; algo que ocorria no passado e não se
encontra mais nos tempos presentes. Ao abrir o texto com
“Houve um tempo...” e desenvolvê-lo de forma a tentar mostrar
no que esses setores progressistas se tornaram, fica clara essa
comparação.
Dessa maneira, é possível notar que a alternativa A é a
única que revela esse aspecto que permeia todo o texto.
O candidato pode, ainda, apresentar alguma dúvida em relação
à alternativa D; mas note que, apesar de o autor criticar esses
segmentos progressistas, não se pode confundi-los com classes
sociais (conceito socioeconômico).
Gabarito: A

Questão – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014

No Brasil, a criação e a paulatina expansão das ouvidorias são


consequência da centralidade dos direitos fundamentais e do
princípio da dignidade da pessoa humana na Constituição de
1988, relacionando-se à democratização do Estado e da
sociedade brasileira.
Na administração pública, além de concretizar o direito
constitucional de petição, fornecendo aos cidadãos um canal
adequado para tratamento de reclamações, denúncias e
sugestões, as ouvidorias ampliam a transparência de órgãos e
entidades estatais, além de ensejar o contato do gestor público
com problemas da população.
De forma complementar, as ouvidorias públicas emergem como
um importante instrumento de gestão participativa,
aproximando o Estado da população, que pode sugerir correções
de medidas governamentais e se informar do amplo portfólio de
políticas públicas. Ademais, podem impedir a judicialização de
pleitos ordinários, o que não é pouco, visto que os direitos
podem ser efetivados com mais celeridade.
(Adaptado de Paulo Otto von Sperling. Ouvidorias, eficiência e
efetivação de direitos. Correio Braziliense, 18 mar. 2014.)
Analise as seguintes afirmações em relação às ideias do texto.

I. Ouvidorias tornaram possível a inserção do princípio da


dignidade da pessoa humana na Constituição de 1988.

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II. A transparência de órgãos e entidades estatais é ampliada
com o direito à petição e com a aproximação entre o gestor e os
problemas da população.
III. A diminuição na judicialização de pleitos ordinários permite
uma efetivação mais rápida dos direitos.

Encontra(m) respaldo na argumentação do texto

a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) apenas II e III.

Comentários

Estamos diante de uma típica questão de interpretação de


textos. Ela testa sua habilidade em compreender, analisar e
sintetizar o texto.

Vamos resolvê-la?
Agora, vamos enfrentar as afirmações separadamente, para
avaliar se são verdadeiras ou falsas.

I) Após uma leitura atenta do texto, na qual se tenha


sublinhado a ideia principal, será fácil perceber que esta
afirmação é INCORRETA. Não foi a criação das ouvidorias que
tornou possível a inserção do princípio da dignidade da pessoa
humana na Constituição de 1998, mas sim o contrário: as
ouvidorias são consequência da centralidade dos direitos
fundamentais e do princípio da dignidade da pessoa humana na
Constituição de 1988. Observe o que diz o texto: “No Brasil, a
criação e a paulatina expansão das ouvidorias são
consequência da centralidade dos direitos fundamentais e
do princípio da dignidade da pessoa humana na
Constituição de 1988”.
II) Para analisar esta afirmativa, observe o segundo parágrafo
do texto. Dele, podemos extrair as seguintes informações: as
ouvidorias concretizam o direito constitucional de
petição, fornecendo aos cidadãos um canal de diálogo; as
ouvidorias ampliam a transparência de órgãos e
entidades estatais; as ouvidorias ensejam o contato do
gestor com problemas da população. Observe que o texto
não afirma, nesses termos, que o direito de petição e o contato
do gestor com a população ampliam a transparência dos órgãos
e entidades. A afirmativa, no entanto, está CORRETA, pois
pode ser inferida com respaldo nos argumentos do texto, tal
qual é requisitado no enunciado da questão.

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III) Está CORRETA, também, a presente afirmativa. Observe,
no terceiro parágrafo, a seguinte informação: as ouvidorias
“podem impedir a judicialização de pleitos ordinários”,
fazendo com que os direitos possam “ser efetivados com
mais celeridade”. É importante que você saiba que o termo
“celeridade” é sinônimo de rapidez.
Gabarito: E

Questões – (CESPE) Analista Judiciário - TJ-SE/2014


(Adaptada)

A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas,


um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios
ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas
asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a
apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente
suspeitar de traição. Previa-se um único caso de punição: sendo
o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma
“pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado
a três anos de desterro na África.
No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de
que o homem era superior à mulher. O Código Civil de 1916
dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas só
podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem
a autorização expressa do marido.
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas
Ordenações Filipinas, deixou de valer. O machismo, porém,
sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da
condenação quem matava “em estado de completa privação de
sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos
criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os
“crimes passionais” — eufemismo para a covardia — encaixam-
se à perfeição nessas situações. Em outra bem-sucedida
tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados
inventaram o direito da “legítima defesa da honra”.
O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite
para o dia. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, em que
se previu punição para quem agride e mata mulheres, foi um
primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o
machismo é a educação.
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do
Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br>
(com adaptações).

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o item a seguir.

No primeiro período do segundo parágrafo, sobrepõem-se duas


informações: a de que, mesmo no Brasil República, as leis
traduziram a visão machista de superioridade masculina e a de
que essa visão imperava antes dessa época.

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Comentários
Após ler o texto e o enunciado da questão vamos à resolução?
Observe que o comando do exercício solicita que o aluno foque
a sua atenção no primeiro período do segundo parágrafo: “No
Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de
que o homem era superior à mulher”.
Note também que a questão avalia duas situações
interpretativas que serão analisadas e confrontadas com o texto
separadamente. Ambas precisam ser verdadeiras para tornar o
item correto:
1 – Mesmo no Brasil República, as leis traduziram a visão
machista de superioridade masculina.
A melhor forma de responder este tipo de questão é mesmo
recorrendo ao texto para buscar a informação trazida pelo
enunciado e testar a sua veracidade. De fato, essa informação é
apresentada no primeiro período do segundo parágrafo.
2 – A visão machista de superioridade masculina existia antes
do Brasil República.
O primeiro parágrafo apresenta informações acerca do assunto
no Brasil Colônia, período historicamente anterior ao Brasil
República. Em uma das passagens é notória a visão machista
de superioridade masculina no período, veja: “...asseguravam
ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em
adultério...”. Para corroborar ainda mais o entendimento,
atente-se para a palavra “continuaram”, no primeiro período do
segundo parágrafo, que revela a ideia de algo que estava
acontecendo e permaneceria.
Gabarito: CERTO

Agora, veremos mais uma questão relativa ao


texto acima.

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o item a seguir.

Depreende-se do texto que os termos “peão” (sublinhado no


texto) e “pessoa de maior qualidade” (sublinhado no texto)
fazem referência à classe social do marido traído e do amante,
respectivamente.

Comentários
Preliminarmente, atente-se para o fato de que o comando da
questão exige que o aluno depreenda do texto uma
informação. Como foi visto na parte teórica desta aula, para
obter a resposta correta, o candidato deve buscar dados que
não aparecem no texto de modo explícito. Dessa maneira, a
solução do enunciado estará em indícios encontrados no texto.

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Assim, para responder a esta questão devemos recorrer a uma
leitura atenta do primeiro parágrafo em busca das informações
implícitas. Destaco, para a elucidação do exercício, o período
iniciado na sexta linha: “Previa-se um único caso de punição:
sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher
uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser
condenado a três anos de desterro na África”. Vamos agora
tornar explícito o que está implícito?
Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um
"peão" - classe social inferior - e o amante de sua mulher
uma "pessoa de maior qualidade" - classe social superior -, o
assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na
África”.
Gabarito: CERTO

Antes de encerrarmos este tópico, precisamos ver o que são as


questões que cobram ordenação textual. Esse tipo de questão é
muito comum nas provas da ESAF.
A banca examinadora coloca, nas alternativas, trechos de um texto e
pede para o aluno ordená-los. Para resolver essas questões, é
fundamental o domínio dos mecanismos de coesão. Se isso não for
suficiente, temos que usar também os conhecimentos de
compreensão e interpretação de textos.
A primeira tarefa é identificar a alternativa que contém o período
inicial. Para facilitar, aconselho observar se existem termos no início
dos períodos que funcionam como elementos de coesão. Assim, as
alternativas que os possuírem já podem ser eliminadas.
Após essa identificação, faça a união entre os períodos e observe a
conexão entre eles. Você pode testar as opções. Quando você achar
que resolveu a questão, leia o texto na ordem que você pensou e
verifique se é isso mesmo a resposta.

Vamos fazer algumas questões?

Questão – (ESAF) Especialista em Recursos Hídricos -


ANA/2009

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de


http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp, mas estão
desordenados. Ordene-os e assinale a opção correta.

(a) Tal incremento da carga orgânica poluidora nos corpos


d´água leva à escassez de água com boa qualidade, fato já
verificado em algumas regiões do país.

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(b) Entre os maiores desafios da gestão de recursos hídricos no
Brasil está a redução das cargas poluidoras que degradam os
corpos d’água.
(c) Tanto é assim que menos de 20% do esgoto urbano recebe
algum tipo de tratamento, o restante é lançado nos corpos
d´água “in natura”, colocando em risco a saúde do ecossistema
e da população local.
(d) Nesse cenário, os efluentes domésticos representam uma
das principais fontes de degradação dos ecossistemas aquáticos
do território nacional.
(e) Principalmente em regiões metropolitanas, essa degradação
da qualidade da água vem criando situações insustentáveis do
ponto de vista de desenvolvimento.
a) 2, 1, 4, 5, 3
b) 3, 2, 4, 5, 1
c) 3, 5, 4, 2, 1
d) 5, 1, 4, 3, 2
e) 4, 3, 2, 1, 5

Comentários
Tal como vimos acima, a primeira coisa a se fazer é
identificar o período inicial.
Vamos lá?
O “período a” não pode ser o inicial porque possui o termo “tal”,
que faz referência a algum outro elemento do texto. Portanto,
funciona como mecanismo coesivo.
O “período c” não pode ser o inicial porque possui a expressão
“tanto é assim”, que indica uma frase que traz uma explicação,
uma exemplificação de algum outro trecho já citado no texto.
Portanto, funciona como mecanismo coesivo.
O “período d” não pode ser o inicial porque possui o termo
“nesse”, que faz referência a algum outro elemento do texto.
Aprendemos que “esse” é um elemento coesivo anafórico, ou
seja, se refere a algo citado anteriormente.
O “período e” não pode ser o inicial porque possui o termo
“essa”, que faz referência a algum outro elemento do texto.
Aprendemos que “essa” é um elemento coesivo anafórico, ou
seja, se refere a algo citado anteriormente.
Assim, o “período b” é o inicial. Dessa forma, já podemos
descartar as alternativas B, C e E.
Veja que o “período e” é o segundo na ordem, pois possui a
expressão “essa degradação”, que faz clara referência a algo
citado no “período b”.
Com isso, já está resolvida a questão. Mas vamos ver o restante
da explicação.
O “período d” é o terceiro, porque apresenta a expressão “nesse
cenário”, que se refere a “situações insustentáveis”, expressão
presente no “período e”.

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O “período c” é o quarto, porque apresenta uma exemplificação
a respeito do “período d”.
Depois de colocar os períodos na ordem, faça uma leitura do
texto pronto para se certificar de que está certo.
Gabarito: D

Questão – (ESAF) Auditor-Fiscal da Receita Federal/2009

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do


Editorial de O Globo, de 24/8/2009, mas estão
desordenados. Ordene-os nos parênteses e indique a
opção que corresponde à sequência correta.

(a) Até mesmo em países com regras rígidas (França e


Alemanha, por exemplo), sindicatos perceberam a gravidade
desse momento e aceitaram negociar reduções temporárias de
jornada de trabalho com respectiva diminuição de salários e
benefícios, em contrapartida à manutenção de empregos.

(b) A recente crise econômica mundial - que por pouco não


empurrou o planeta para uma depressão tão terrível como a de
1929-1934 - mostrou, na prática, a importância de se ter
flexibilidade nos contratos de trabalho.

(c) Diante de tal experiência, a insistência em se discutir uma


redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem
alteração de salários) parece esdrúxula. Mudar uma das bases
das regras contratuais em meio a uma conjuntura ainda
nebulosa representa enorme risco para os trabalhadores.

(d) Dessa forma, o impacto da crise sobre o mercado de


trabalho, especialmente no Brasil, não chegou a ter a dimensão
trágica que a crise certamente causaria em outra situação, de
mais rigidez nas regras contratuais. E isso sem dúvida
contribuiu para abreviar o período recessivo.

(e) No Brasil ocorreu algo semelhante àqueles países. A


indústria demitiu, mas, em alguns setores (mineração,
siderurgia, bens de consumo duráveis), o quadro teria sido pior
não fosse a possibilidade de se recorrer a férias coletivas,
licenças parcialmente remuneradas, banco de horas etc.
a) 1,2,4,3,5
b) 2,1,5,4,3
c) 4,1,3,5,2
d) 3,4,1,2,5
e) 5,3,2,1,4

Comentários
Conforme aprendemos na parte teórica, a primeira coisa a se
fazer é identificar o período inicial.
Vamos lá?

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O “período a” não pode ser o inicial porque possui o termo
“esse”, que faz referência a algum momento já citado no texto.
O “período c” não pode ser o inicial porque possui a expressão
“tal experiência”, que faz referência a alguma informação já
mencionada no texto.
O “período d” não pode ser o inicial porque possui o termo
“dessa”, que faz referência a algum outro elemento do texto.
Aprendemos que “essa” é um elemento coesivo anafórico, ou
seja, se refere a algo citado anteriormente.
O “período e” não pode ser o inicial porque possui a expressão
“àqueles países”, que faz referência a algum outro elemento do
texto.
Assim, o “período b” é o inicial. Dessa forma, já podemos
descartar as alternativas A, D e E.
Veja que o “período a” é o segundo na ordem, pois possui a
expressão “esse momento”, que faz clara referência à crise
citada no “período b”.
Com isso, já está resolvida a questão. Mas vamos ver o restante
da explicação.
O “período e” é o terceiro, porque apresenta a expressão
“àqueles países”, que se refere a “países com regras rígidas”,
expressão presente no “período a”.
O “período d” é o quarto, porque apresenta a expressão “dessa
forma”, que se refere ao redigido no “período e”.
Depois de colocar os períodos na ordem, faça uma leitura do
texto pronto para se certificar de que está certo.
Gabarito: B

Vamos para a próxima parte da aula?

Reescritura e correção gramatical

1. Conceitos

Neste tópico, estudaremos a reescritura de frases, que contém as


operações de substituição, deslocamento e alteração.
É muito importante que você observe que a reescritura pode ou não
alterar o sentido da frase ou do texto. Assim, você deve ter cuidado
com o enunciado das questões da prova, para responder exatamente
o que o examinador quer saber.

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A reescritura de uma frase sem alteração de sentido chama-se
paráfrase (paralelismo semântico). Mas, tenha muito cuidado, pois
se houver qualquer alteração de sentido, não há paráfrase. Para
reescrevermos uma sentença, parágrafo ou trecho de texto, podemos
utilizar vários mecanismos (separados ou juntos em uma mesma
frase). Vamos ver alguns deles?
Sinônimos
Os sinônimos são muito empregados nas reescrituras. Esse tipo de
substituição de palavras é um modo simples que temos para
escrevermos a mesma frase de outra maneira.
Exemplos:
Marisa garantiu que iria estudar toda a matéria, entretanto sua mãe e seu
pai estavam preocupados.
(=)
Marisa garantiu que iria estudar toda a matéria, no entanto seus pais
estavam preocupados.
Antônimos
Os antônimos devem ser empregados com o auxílio de uma palavra
negativa. Esse tipo de substituição de palavras também é uma
maneira útil para escrevermos a mesma frase de outro modo.
Exemplo:
Marisa era uma garota bonita. (=) Marisa não era uma garota feia.
Trocas de palavras de classes diferentes
Outro tipo de substituição que pode ser utilizado é a troca de um
nome por um verbo, ou vice-versa.
Exemplos:
Foi correta a aplicação das provas no último domingo.
(=)
Foi correto que se aplicassem as provas no último domingo.
Palavras de valor anafórico
As palavras de valor anafórico são usadas para fazer referência a
outras já mencionadas no texto. Esse tipo de substituição de
vocábulos também é uma forma eficaz para escrevermos a mesma
frase de outro modo.
Exemplo:
Marisa e Joana foram alunas do Colégio Soma. A primeira sempre tirou
notas altas. Por sua vez, a segunda só tirava notas baixas.
(“Marisa” = “primeira” e “Joana” = “segunda”)
Acréscimos e omissões

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Aqui, citamos como exemplo de omissões o uso de elipses. Também
podemos acrescentar palavras que não mudam o sentido da frase, as
denominadas perífrases ou circunlóquios. Dessa forma, perífrase é
uma figura de linguagem que usa mais palavras para expressar a
mesma coisa que poucas ou apenas uma palavra expressa.
Exemplos:
Nós fomos alunas do Colégio Soma. (=) Fomos alunas do Colégio Soma.
(elipse do pronome “nós”).
As ideias de João e de Marcos são de idêntica natureza. (perífrase da frase
abaixo)
(=)
As ideias de João e de Marcos são iguais.
Inversões sintáticas
As inversões sintáticas são as trocas de ordem dos termos na frase.
Exemplos:
Marisa finalizará o trabalho na semana que vem.
(=)
Na semana que vem, Marisa finalizará o trabalho.
Transposições
As transposições podem ocorrer nas vozes verbais (voz ativa para voz
passiva, por exemplo) e nos discursos (discurso direto para discurso
indireto, por exemplo).
Exemplos:
Marisa comprou uma casa no bairro novo. (voz ativa)
(=)
Uma casa foi comprada por Marisa no bairro novo. (voz passiva analítica)

Ontem, Carlos olhou para Maria e disse:


– Estou curado.
(=)
Ontem, Carlos olhou para Maria e disse que estava curado.
Troca de locuções por palavras
Outra forma que temos para reescrever frases é utilizarmos locuções
no lugar de palavras ou vice-versa.
Exemplos:
Aninha era uma mulher sem piedade.
(=)

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Aninha era uma mulher impiedosa.
Troca de tempos verbais
Outra maneira que temos para reescrever frases é utilizarmos tempos
verbais diferentes que transmitam o mesmo significado.
Exemplos:
Aninha indicara a sua médica ginecologista.
(=)
Aninha havia (ou tinha) indicado a sua médica ginecologista.
(pretérito mais-que-perfeito = pretérito mais-que-perfeito composto)

Atenção!
A mudança na posição de termos (palavras ou expressões) em
uma frase pode alterar o sentido dela. Desse modo, você deve ter
muito cuidado ao analisar uma eventual alteração proposta pelo
examinador. Você também deve ficar atento se a alteração ocasionou
algum erro gramatical.
Exemplo:
Aninha gastará determinados valores em sua próxima viagem.
(≠)
Aninha gastará valores determinados em sua próxima viagem.
Observe que, na primeira sentença, “determinados” é um pronome
indefinido que significa “alguns” ou “algo que não se pode
especificar”. Por sua vez, na segunda frase, a palavra “determinados”
é um adjetivo e significa “estabelecidos”.

Você também deve ter cuidado com a pontuação. A pontuação pode


modificar inteiramente o sentido de uma frase.
Exemplo:
A mulher nervosa gritava no supermercado. (adjunto adnominal)
A mulher, nervosa, gritava no supermercado. (Predicativo do sujeito
deslocado. Por causa desse deslocamento, as vírgulas são necessárias.)
A mulher gritava nervosa no supermercado. (predicativo do sujeito)

Observe que, na primeira sentença, “nervosa” é uma característica


restritiva do nome “mulher”, ou seja, a mulher é sempre nervosa. Por
sua vez, na segunda e terceira frases, a palavra “nervosa” é um
predicativo do sujeito e indica que a mulher “estava nervosa naquele
momento”.

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Em seguida, faremos questões.

Questão – (CESPE) Procurador Municipal – Prefeitura do


Município de Boa Vista-RR/2010
(Adaptada)
Há duas maneiras de olhar para o desenvolvimento no mundo
contemporâneo. Uma, profundamente influenciada pelo
crescimento da economia e pelos valores que lhe estão
subjacentes, refere-se ao desenvolvimento essencialmente
como uma expansão rápida e sustentada do produto nacional
bruto per capita, talvez qualificada por uma exigência de que os
frutos dessa expansão alcancem todas as camadas da
comunidade. Uma segunda visão, que contrasta com a anterior,
vê o desenvolvimento como um processo que aumenta a
liberdade dos envolvidos para perseguir quaisquer objetivos que
valorizem. Em consonância com essa visão do desenvolvimento,
a expansão da capacidade humana pode ser descrita como a
característica central do desenvolvimento. O conceito de
“capacidade” de uma pessoa pode ser encontrado em
Aristóteles, para quem a vida de um indivíduo pode ser vista
como uma sequência de coisas que ele faz e que constituem
uma sucessão de funcionamentos. A capacidade refere-se às
combinações alternativas de funcionamentos a partir das quais
uma pessoa pode escolher. Assim, a noção de capacidade é
essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções
que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. A
pobreza, nessa visão, não reside apenas no estado de
empobrecimento em que uma pessoa pode realmente viver,
mas também na falta de oportunidade real — imposta por
constrangimentos sociais, bem como circunstâncias pessoais —
para escolher outros tipos de vida.
Amartya Sem. Desenvolvimento com opulência, ou com liberdade
efetiva. In: Planeta, maio/2010, p. 75 (com adaptações).

Acerca das estruturas linguísticas do texto acima, julgue


o item seguinte.
Preservam-se o sentido e a correção gramatical ao se substituir
“tem” (sublinhado no texto) por dispõe.

Comentários
Nesta questão sobre reescritura de frases, observe que a
banca questiona sobre a manutenção do sentido e da
correção gramatical. Devemos, assim, estar atentos!
Vamos ver a frase onde é proposta a substituição?
... o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo
de vida levar.

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Observe que, se colocarmos o verbo “dispor” no lugar do verbo
“ter”, o sentido continua o mesmo, pois ambos transmitem o
mesmo significado.
Mas, há problemas quanto à correção gramatical. Perceba
que o verbo “ter” é transitivo direto e o verbo “dispor” é
transitivo indireto (exige a preposição “de” no seu objeto
indireto).
Assim, a frase precisaria de ajustes para continuar correta
gramaticalmente. Veja:
... o leque de opções de que uma pessoa dispõe para decidir
que tipo de vida levar.
Gabarito: ERRADA

Questão – (FCC) Analista Judiciário – TJ-RJ/2012


(Adaptada)

A despeito do sucesso, o ganha pão do escritor seria obtido com


base em sua atividade como jornalista, articulista e cronista.

O elemento grifado acima pode ser corretamente


substituído, sem alteração do sentido original, por:

a) Em vista do...
b) A partir do...
c) Em razão do...
d) Conquanto o...
e) Em que pese o...

Comentários
Observe que a locução “a despeito de” indica sentido de
concessão. Assim, precisamos marcar a alternativa que
também expressa “concessão” e não altera o sentido
original.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Observe que a locução “Em vista do” expressa sentido de “por
causa de”, “em virtude de”.
Alternativa B
Observe que a locução “A partir de” expressa sentido de
“alguma coisa em diante”.
Alternativa C
Observe que a locução “Em razão do” expressa sentido de “por
causa de”, “em virtude de”.
Alternativa D

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Observe que a locução “Conquanto o” não existe na nossa
língua. Não faça confusão com a conjunção “conquanto” que
expressa sentido de concessão e introduz orações
subordinadas.
Alternativa E
Observe que a locução “Em que pese o” expressa sentido de
concessão. Esta é a resposta da questão.
Gabarito: E

Questão – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ-


SP/2006
(Adaptada)

Uma outra redação correta do que se afirma na frase


“Cada passada dele exigia duas das minhas” é:

a) Duas das minhas passadas exigia cada uma das dele.


b) Exigiam-se duas das minhas passadas cada uma das dele.
c) Era exigido, a cada passada dele, duas das minhas.
d) Duas passadas minhas exigiam cada uma das dele.
e) A cada passada dele exigia-se duas das minhas.

Comentários
Para resolver esta questão sobre reescritura de frases,
vamos ver todas as alternativas. Antes, veremos o que
significa a frase “Cada passada dele exigia duas das
minhas”. Observe que essa frase expressa o seguinte: “A
passada dele equivalia a duas passadas minhas.”
Alternativa A
Duas das minhas passadas exigia cada uma das dele.
Note que a frase desta alternativa indica a mesma coisa que a
frase do enunciado.
Alternativa B
Exigiam-se duas das minhas passadas cada uma das dele.
Note que não há justificativa para o emprego do pronome “se”,
pois não temos caso de pronome apassivador nem de índice de
indeterminação do sujeito.
Alternativa C
Era exigido, a cada passada dele, duas das minhas.
Note que houve erro de concordância verbal, pois o sujeito
“duas das minhas” exige flexão do verbo “ser” na 3ª pessoa do
plural.
Alternativa D
Duas passadas minhas exigiam cada uma das dele.

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Note que houve erro de concordância verbal, pois o sujeito
“cada uma das dele” exige flexão do verbo “exigir” na 3ª pessoa
do singular.
Alternativa E
A cada passada dele exigia-se duas das minhas.
Note que houve erro de concordância verbal, pois o sujeito
paciente “duas das minhas” exige flexão do verbo “ser” na 3ª
pessoa do plural.
Gabarito: A

Agora é hora de testar e aprofundar os conhecimentos vistos acima:


vamos à nossa bateria questões sobre reescritura de frases! Nesta
aula, não temos questões propostas de interpretação de textos,
porque elas estão na próxima. Portanto, temos questões sobre um
dos assuntos visto na aula.
Em um primeiro momento, as questões serão apresentadas em forma
de lista, para que você possa resolvê-las normalmente. Após a
conclusão da última questão, verifique seu rendimento pelo gabarito
e, então, proceda à correção pelos comentários apresentados.

É importante a leitura atenta de todos os comentários, ainda


que você tenha acertado a questão!
Essa é uma etapa fundamental para fixar a teoria e para sanar
dúvidas.
Portanto, vamos à resolução!

QUESTÕES PROPOSTAS - Reescritura e correção gramatical

Questão 01 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP (RJ)/2008


(Adaptada)

“...as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a integração dos


estrangeiros às sociedades...”

Assinale a alternativa em que a transformação da estrutura acima tenha


preservado o mesmo sentido e tenha se mantido de acordo com a norma
culta.

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a) só se podem resolver as mazelas da imigração com a integração dos estrangeiros
às sociedades
b) as mazelas da imigração só pode se resolver pela integração dos estrangeiros às
sociedades
c) as mazelas da imigração pode ser resolvida só com a integração dos estrangeiros
às sociedades
d) podem-se resolver só as mazelas da imigração com a integração dos
estrangeiros às sociedades
e) pode-se resolver só as mazelas da imigração com a integração dos estrangeiros
às sociedades

Questão 02 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP (RJ)/2008


(Adaptada)

Sonhos Sonhos São

Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma

Sei que é sonho


Incomodado estou, num corpo estranho
Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina

Qual esquina dobrei às cegas


E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa

Em Lisboa
Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh'alma

Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá


Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho

Sei que é sonho


Não porque da varanda atiro pérolas

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E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)
Assinale a alternativa em que a troca de posição entre as palavras
provoque forte mudança de sentido.

a) Negras nuvens” (verso 1) – nuvens negras


b) “Exaltado coração” (verso 5) – coração exaltado
c) “longínqua direção” (verso 12) – direção longínqua
d) “olhar ardente” (verso 11) – ardente olhar
e) “alguma salvação” (verso 13) – salvação alguma

Questão 03 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira – Administração -


TCE (SP)/2012

Está em conformidade com o padrão culto escrito a seguinte frase:

a) O chefe tanto se incomodou com os bate-bocas na cozinha, que explodiu: −


Deixem que eu fateio tudo isso sozinho!
b) Ele é que mantem o arquivo em ordem, como se fosse um sentinela sempre
alerta.
c) Eram tantos os salvo-condutos expedidos aleatoriamente, que eles intervieram
para regulamentar a sua concessão.
d) No caso de ele propuser um abatimento no aluguel, o proprietário exigirá
contrapartidas.
e) Combinamos todos que, assim que o vermos chegar, apresentaremos os abaixo-
assinados que exigirão dele uma atitude digna.

Questão 04 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira – Administração -


TCE (SP)/2012
Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a injustiça social, seria
sempre em nome de valores que ainda não se realizaram, mas a respeito dos quais
nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seu sentido.

Do ponto de vista da pontuação, o padrão culto escrito abonaria também,


sem prejuízo do sentido original, a substituição proposta no seguinte
segmento:

a) "saberíamos de antemão, seu sentido.".


b) "mas a respeito dos quais nós ocidentais saberíamos, de antemão, seu sentido.".
c) "Pois se por exemplo,".
d) "Pois se, por exemplo:".
e) "em nome de valores, que ainda não se realizaram,".

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Questão 05 – (FCC) Perito Médico Previdenciário – INSS/2012
(Adaptada)

O segmento, transcrito com outras palavras, tem o sentido original


respeitado em:

a) depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos humanos =


a partir das inúmeras conquistas históricas a respeito dos direitos da humanidade
b) quando a deusa razão assomava ao Pantheon = quando a racionalidade era
ainda bastante idealizada
c) na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena = no
avanço intermitente da comunidade para o congraçamento geral
d) era própria da concepção de mundo do Iluminismo = fazia parte intrínseca dos
valores pregados pelo Iluminismo
e) de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do
Iluminismo = ideias que eram postas em prática unicamente pelos iluministas

Questão 06 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira - Administração –


TCE (SP)/2012

A redação clara e correta é:

a) Discutia ao mínimo motivo que ela podia dar, gerando ambiente de discórdia que
deixava os filhos tensos temendo por desenrolar da briga, que causasse mais
problemas do que eles tinham.
b) Concomitantemente à indicação dos finalistas e à decisão de como seria
composto o júri que presidiria à última fase da seleção, revelou-se a identidade do
patrocinador que havia desejado permanecer incógnito até quase o fim do concurso.
c) Do sucesso anteriormente conhecido, próprio de recém- lançados pela gravadora,
conheceu dias menos gloriosos devido o fato de seu estilo musical ser saturado e
pela invasão de produções estrangeiras também.
d) Aquilo que se imaginava extinto não desapareceu logo, por isso fazendo a
revisão dos fatos é que se viu a permanência indesejada, que mereceu tanta crítica
propondo ação imediata de aniquilamento.
e) No capítulo descrevendo a cena histórica da destituição do presidente, tem-se os
acontecimentos e os resultados a curto e longo prazo, que definiram não só a
sucessão, porém o destino do país igualmente.

Questão 07 – (FCC) Analista de Sistemas – Infraero/2011

Analise as frases abaixo do ponto de vista da redação.

I. A Gestão por Competências, alternativa aos modelos gerenciais tradicionalmente


utilizados pelas organizações, propõem-se a orientar esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes niveis da organização, as competências
necessárias à consecussão de seus objetivos.
II. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as
competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-las em

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termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de
funcionários internos.
III. Na Gestão por Competências, direcionam-se as ações prioritariamente para o
gerenciamento da lacuna de competências eventualmente existente na organização
ou equipe, procurando suprimi-la ou minimizá-la.
IV. Minimizar eventuais lacunas de competências significam orientar e estimular os
profissionais a eliminar as discrepânsias entre o que eles são capazes de fazer e o
que a organização espera que eles façam.

(Adaptado de “Gestão por competências”,


http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_por_compet%C3%AAncias, acessado em
01/04/2011)

Estão redigidas de acordo com a norma culta APENAS as frases:

a) I e III.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

Questão 08 – (FCC) Analista de Sistemas – Infraero/2011


(Adaptada)

Considere os versos abaixo.

Natural pois
encontrá-lo
no aeroporto
Santos Dumont...

mas nunca
na rua Paula Matos
ainda que
acima da minha
cabeça (e
das casas)
espiando
entre os ramos

como se me buscasse
pela cidade

Reorganizados num único período em prosa, apresenta pontuação


inteiramente adequada:

a) Natural, pois encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas, nunca na rua Paula
Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas): espiando, entre os ramos
como se me buscasse pela cidade.

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b) Natural pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca na rua Paula
Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas) espiando, entre os ramos
como se me buscasse pela cidade.
c) Natural, pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca na rua Paula
Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas), espiando entre os ramos
como se me buscasse pela cidade.
d) Natural, pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont mas, nunca na rua Paula
Matos ainda que, acima da minha cabeça (e das casas), espiando entre os ramos:
como se me buscasse pela cidade.
e) Natural pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca, na rua Paula
Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas), espiando entre os ramos
como se me buscasse − pela cidade.

Questão 09 – (CESPE) Programador de Computador – TJ-SE/2014


(Adaptada)

No imaginário Livro das Espécies, que, teimosamente, repousa na estante da


história do futebol, os brasileiros figuram como macacos no mínimo há mais de
noventa anos. Em 1920, ao disputarem o campeonato sul-americano no Chile, os
integrantes da equipe nacional foram chamados de “macaquitos” por um jornal
argentino. O Brasil se indignou, porém pelos motivos errados: para o governo,
conforme se lê no apêndice do livro de Mario Filho (1908-1966), O Negro no Futebol
Brasileiro, “a questão passava pela imagem que a República precisava construir de
si própria, deixando para trás os vestígios ligados à escravidão e à miscigenação,
em um momento em que os discursos em torno da eugenia eram imperativos”. O
escritor carioca Lima Barreto (1881-1922), mulato e pobre, para quem o futebol era
“eminentemente um fator de dissensão”, destacou, com ironia, em uma famosa
crônica, que “a nossa vingança é que os argentinos não distinguem, em nós, cores;
todos nós, para eles, somos macaquitos”. No domingo, o tal Livro das Espécies
ganhou, infelizmente, uma nova edição ― mas, pelo menos, revista e atualizada. E,
com isso, uma versão 2014 do “todos somos macaquitos”.
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal versus Barcelona quando o
brasileiro Daniel Alves, titular da equipe azul e grená, se encaminhou para bater um
escanteio. Uma banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano de
trinta anos de idade, pardo, como se diz nos censos, e de olhos verdes ― reagiu de
forma inesperada para o público e certamente também para o agressor: pegou a
fruta, descascou-a e a pôs na boca.
Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados espanhóis somente na atual
temporada. Teria sido alvo de tímidos protestos não fosse a reação irreverente do
jogador brasileiro ― e a entrada em cena do craque Neymar, seu companheiro de
Barcelona e da seleção brasileira. Na noite do próprio domingo, o atacante postou
três imagens em sua conta no Instagram. Na última delas, aparecia empunhando
uma banana ao lado de seu filho, Davi Lucca ― que, por sua vez, segurava uma
providencial banana de pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
#somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e Catalão.
Até a última quinta-feira, essa postagem havia recebido quase 580.000 curtidas,
enquanto uma legião de celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ―
repetia o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

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O segmento ‘eminentemente um fator de dissensão’ (sublinhado no texto) pode ser


substituído, sem prejuízo de sentido, por: sobremaneira um fator de disputa.

Questão 10 – (CESPE) Programador de Computador – TJ-SE/2014


(Adaptada)

No imaginário Livro das Espécies, que, teimosamente, repousa na estante da


história do futebol, os brasileiros figuram como macacos no mínimo há mais de
noventa anos. Em 1920, ao disputarem o campeonato sul-americano no Chile, os
integrantes da equipe nacional foram chamados de “macaquitos” por um jornal
argentino. O Brasil se indignou, porém pelos motivos errados: para o governo,
conforme se lê no apêndice do livro de Mario Filho (1908-1966), O Negro no Futebol
Brasileiro, “a questão passava pela imagem que a República precisava construir de
si própria, deixando para trás os vestígios ligados à escravidão e à miscigenação,
em um momento em que os discursos em torno da eugenia eram imperativos”. O
escritor carioca Lima Barreto (1881-1922), mulato e pobre, para quem o futebol era
“eminentemente um fator de dissensão”, destacou, com ironia, em uma famosa
crônica, que “a nossa vingança é que os argentinos não distinguem, em nós, cores;
todos nós, para eles, somos macaquitos”. No domingo, o tal Livro das Espécies
ganhou, infelizmente, uma nova edição ― mas, pelo menos, revista e atualizada. E,
com isso, uma versão 2014 do “todos somos macaquitos”.
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal versus Barcelona quando o
brasileiro Daniel Alves, titular da equipe azul e grená, se encaminhou para bater um
escanteio. Uma banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano de
trinta anos de idade, pardo, como se diz nos censos, e de olhos verdes ― reagiu de
forma inesperada para o público e certamente também para o agressor: pegou a
fruta, descascou-a e a pôs na boca.
Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados espanhóis somente na atual
temporada. Teria sido alvo de tímidos protestos não fosse a reação irreverente do
jogador brasileiro ― e a entrada em cena do craque Neymar, seu companheiro de
Barcelona e da seleção brasileira. Na noite do próprio domingo, o atacante postou
três imagens em sua conta no Instagram. Na última delas, aparecia empunhando
uma banana ao lado de seu filho, Davi Lucca ― que, por sua vez, segurava uma
providencial banana de pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
#somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e Catalão.
Até a última quinta-feira, essa postagem havia recebido quase 580.000 curtidas,
enquanto uma legião de celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ―
repetia o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

O trecho “Teria sido alvo de tímidos protestos não fosse a reação irreverente do
jogador brasileiro” (sublinhado no texto) poderia ser reescrito, sem prejuízo da
coerência do texto, da seguinte forma: O racismo teria sido alvo de grandes
protestos, se não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro.

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Questão 11 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita
Federal/2014
(Adaptada)

O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a violência que se alastra de
norte a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos imoderados como os
praticados pelos black blocs; ou de ação de justiceiros que algemam pessoas a
poste; ou de bandidos que ateiam fogo a ônibus e a seres humanos; ou de
sequestros relâmpagos que assustam cidadãos e lhes limitam o direito de ir e vir;
ou de homicídios que ultrapassam cifras registradas em países em guerra. Fala-se
do crime de racismo. Discriminar adultos e crianças com base na cor da pele é,
além de caduco, inaceitável. Baseia-se no prejulgamento de que há seres
superiores e inferiores não em decorrência de obras por eles realizadas, mas de
característica física biologicamente herdada. Além da punição prevista em lei,
impõem-se ações aptas a evitar que cenas de preconceito se repitam. Entre elas,
campanhas governamentais destinadas à mudança de mentalidade da população.
O brasileiro pode tornar-se cordial de fato. Ser movido pelo coração pressupõe
valores humanistas e democráticos. Conviver com as diferenças é fruto da
civilização.
(Adaptado do Correio Braziliense, 18/02/2014.)

Julgue o seguinte item.

Mantém-se a correção gramatical do período e o respeito às suas informações


originais ao se substituir “ante a” (sublinhado no texto) por diante da.

Questão 12 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2014
(Adaptada)

O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a violência que se alastra de
norte a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos imoderados como os
praticados pelos black blocs; ou de ação de justiceiros que algemam pessoas a
poste; ou de bandidos que ateiam fogo a ônibus e a seres humanos; ou de
sequestros relâmpagos que assustam cidadãos e lhes limitam o direito de ir e vir;
ou de homicídios que ultrapassam cifras registradas em países em guerra. Fala-se
do crime de racismo. Discriminar adultos e crianças com base na cor da pele é,
além de caduco, inaceitável. Baseia-se no prejulgamento de que há seres
superiores e inferiores não em decorrência de obras por eles realizadas, mas de
característica física biologicamente herdada. Além da punição prevista em lei,
impõem-se ações aptas a evitar que cenas de preconceito se repitam. Entre elas,
campanhas governamentais destinadas à mudança de mentalidade da população.
O brasileiro pode tornar-se cordial de fato. Ser movido pelo coração pressupõe
valores humanistas e democráticos. Conviver com as diferenças é fruto da
civilização.
(Adaptado do Correio Braziliense, 18/02/2014.)

Julgue o seguinte item.

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Preserva-se a correção gramatical ao se reescrever “lhes limitam” (sublinhado no


texto) como limitam a eles.

Questão 13 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos 4 e 8 – TC-


DF/2014
(Adaptada)

Na casa todos dormiam. Todos, menos a irmã.


Era quieta, essa irmã. Não cantava, não ria; mal falava. Trazia água do poço,
varria o terreiro, passava a roupa, comia — pouco, magra que era — e ia para a
cama sem dar boa-noite a ninguém. Dormia num puxado, um quartinho só dela;
tinha nojo dos irmãos. Se, na cama, suspirava ou revirava os olhos, nunca
ninguém viu. O nome dela era Honesta.
(Nome dado pela mãe. O pai queria-a ali, na roça; a mãe, porém, tinha esperança
que um dia a filha deixasse o campo e fosse para a cidade se empregar na casa de
uma família de bem. E que melhor nome para uma empregada do que Honesta? O
pai acreditava no campo; a mãe secretamente ansiava pela cidade — por um
cinema! Nunca tinha entrado num cinema! Minha filha fará isto por mim, dizia-se,
sem notar que a filha vagueava por paisagens estranhas, distantes do campo,
distantes da cidade, distantes de tudo. [...])
Moacyr Scliar. Doutor Miragem. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 22-3 (com
adaptações).

Julgue o item subsequente, com base nas ideias e estruturas linguísticas do


texto acima.

A expressão “vagueava por” (sublinhada no texto) poderia ser substituída


por “sonhava com”, sem prejuízo ao sentido original do texto.

Questão 14 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos 4 e 8 – TC-


DF/2014
(Adaptada)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a


consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras,
com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio com outros países. No
âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de
estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em
trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI,
devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais,
com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar
a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa
iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo
à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do

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Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada
de um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma
temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria
um instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de
problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras.
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-
jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, no que se refere às ideias e aos aspectos


linguísticos do texto acima.

Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto caso a locução


“têm enviado” (sublinhada no texto) fosse substituída por “enviaram”.

Questão 15 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos 4 e 8 – TC-


DF/2014
(Adaptada)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a


consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras,
com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio com outros países. No
âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de
estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em
trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI,
devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais,
com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar
a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa
iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo
à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do
Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada
de um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma
temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria
um instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de
problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras.
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-
jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, no que se refere às ideias e aos aspectos


linguísticos do texto acima.

Seriam preservados o sentido original do texto e sua correção gramatical caso o


trecho “também pretende atrair” (sublinhado no texto) fosse substituído por
pretende, ainda, atrair.

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GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A E C B D D B C C E
11 12 13 14 15
C C C E C

QUESTÕES COMENTADAS - Reescritura e correção gramatical

Questão 01 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008
(Adaptada)

“...as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a integração


dos estrangeiros às sociedades...”

Assinale a alternativa em que a transformação da estrutura


acima tenha preservado o mesmo sentido e tenha se mantido
de acordo com a norma culta.

a) só se podem resolver as mazelas da imigração com a integração


dos estrangeiros às sociedades
b) as mazelas da imigração só pode se resolver pela integração dos
estrangeiros às sociedades
c) as mazelas da imigração pode ser resolvida só com a integração
dos estrangeiros às sociedades
d) podem-se resolver só as mazelas da imigração com a integração
dos estrangeiros às sociedades
e) pode-se resolver só as mazelas da imigração com a integração dos
estrangeiros às sociedades

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Comentários
Esta questão aborda o assunto “reescritura de frases”. O comando
solicita que o aluno analise cinco alternativas e identifique qual delas
apresenta uma estrutura transformada que tenha preservado o
mesmo sentido da estrutura original e tenha se mantido de acordo
com a norma culta. Observe que a banca questiona a
manutenção do sentido e da correção gramatical.
O texto original é o seguinte:
...as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a integração dos
estrangeiros às sociedades...
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
só se podem resolver as mazelas da imigração com a integração dos
estrangeiros às sociedades
Observe a correta transposição da voz passiva analítica para a voz
passiva sintética. Também veja que, para manter a correção
gramatical, foi preciso colocar o pronome “se” de forma enclítica, pois
há a presença atrativa do advérbio “só”.
Esta alternativa apresenta uma reescritura correta quanto ao
sentido e à parte gramatical.
Alternativa B
as mazelas da imigração só pode se resolver pela integração dos
estrangeiros às sociedades
Perceba o erro de concordância verbal existente na locução verbal
“pode resolver”. A forma verbal deveria estar no plural, pois o sujeito
é “as mazelas da imigração”.
Alternativa C
as mazelas da imigração pode ser resolvida só com a integração dos
estrangeiros às sociedades
Perceba o erro de concordância verbal existente na locução verbal
“pode ser resolvida”. A forma verbal deveria estar no plural, pois o
sujeito é “as mazelas da imigração”.
Alternativa D
podem-se resolver só as mazelas da imigração com a integração dos
estrangeiros às sociedades
Note que houve alteração no sentido transmitido pela nova estrutura,
por causa da mudança de posição da palavra “só”.
Alternativa E
pode-se resolver só as mazelas da imigração com a integração dos
estrangeiros às sociedades

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Note que houve alteração no sentido transmitido pela nova estrutura,
por causa da mudança de posição da palavra “só”. Além disso, há
também erro de concordância verbal, tal como já visto acima.
Gabarito: A

Questão 02 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP


(RJ)/2008
(Adaptada)

Sonhos Sonhos São

Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma

Sei que é sonho


Incomodado estou, num corpo estranho
Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina

Qual esquina dobrei às cegas


E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa

Em Lisboa
Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh'alma

Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá


Que sonho é esse de que não se sai

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E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho

Sei que é sonho


Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)

Assinale a alternativa em que a troca de posição entre as


palavras provoque forte mudança de sentido.

a) Negras nuvens” (verso 1) – nuvens negras


b) “Exaltado coração” (verso 5) – coração exaltado
c) “longínqua direção” (verso 12) – direção longínqua
d) “olhar ardente” (verso 11) – ardente olhar
e) “alguma salvação” (verso 13) – salvação alguma

Comentários
Nesta questão sobre “reescritura de frases”, o comando solicita
que o aluno analise cinco alternativas e identifique qual delas
apresenta a troca de posições que provocou forte mudança de
sentido. Observe que a banca questiona apenas a manutenção
de sentido.
Preste atenção na troca de posição feita na alternativa E. Veja
que, ao trocarmos a palavra “alguma” de posição, o sentido
fica alterado.
Perceba que, na opção original, o sentido de “alguma” é “qualquer”.
Por sua vez, o sentido de “alguma” na reescritura é “nenhuma”.
Gabarito: E

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Questão 03 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira –


Administração - TCE (SP)/2012

Está em conformidade com o padrão culto escrito a seguinte


frase:

a) O chefe tanto se incomodou com os bate-bocas na cozinha, que


explodiu: − Deixem que eu fateio tudo isso sozinho!
b) Ele é que mantem o arquivo em ordem, como se fosse um
sentinela sempre alerta.
c) Eram tantos os salvo-condutos expedidos aleatoriamente, que eles
intervieram para regulamentar a sua concessão.
d) No caso de ele propuser um abatimento no aluguel, o proprietário
exigirá contrapartidas.
e) Combinamos todos que, assim que o vermos chegar,
apresentaremos os abaixo-assinados que exigirão dele uma atitude
digna.

Comentários
Esta questão apresenta cinco alternativas e solicita que o candidato
marque aquela que está em conformidade com a norma culta da
língua. Este tipo de questão exige que o candidato analise cada
frase proposta e procure erros gramaticais de diferentes tipos.
Sugiro que você dê bastante atenção à ortografia, pontuação,
concordância e regência, pois são os erros mais comuns. Também
aconselho que você já marque os erros mais fáceis de serem
identificados, pois isso ajuda a ganhar tempo.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
O chefe tanto se incomodou com os bate-bocas na cozinha, que explodiu: −
Deixem que eu fateio tudo isso sozinho!
Note o substantivo composto “bate-bocas”. Quando temos palavras
assim, é aconselhável começarmos o exame da frase por elas. No
caso desse termo, está correto o seu plural. Você deve lembrar-se de
que, se o primeiro termo de um substantivo composto for uma “forma
verbal” e o segundo um “substantivo”, somente o segundo se flexiona
no plural.
A grafia do vocábulo “fateio” está errada. O correto é “fatio”. Apenas
em alguns verbos terminados em “iar”, como “mediar”, “ansiar”,
“remediar”, “incendiar”, “odiar”, “intermediar”, temos a troca do “i”
por “ei”.

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Alternativa B
Ele é que mantem o arquivo em ordem, como se fosse um sentinela sempre
alerta.
Note o verbo “manter”. Ele está com sua grafia errada, pois está
faltando o acento agudo (“mantém”).
Observe que o artigo indefinido “um” antes de “sentinela” está
incorreto, pois esse substantivo é feminino.
Alternativa C
Eram tantos os salvo-condutos expedidos aleatoriamente, que eles
intervieram para regulamentar a sua concessão.
Note o substantivo composto “salvo-condutos”. Quando temos
palavras assim, é aconselhável começarmos o exame da frase por
elas. No caso desse termo, está correto o seu plural. Você deve
lembrar-se de que, se o primeiro termo de um substantivo composto
for uma “forma verbal” ou uma “palavra invariável” e o segundo um
“substantivo” ou um “adjetivo”, somente o segundo se flexiona no
plural.
Observe que o verbo “intervir” está grafado corretamente, pois ele é
derivado de “vir”.
Alternativa D
No caso de ele propuser um abatimento no aluguel, o proprietário exigirá
contrapartidas.
Note a forma verbal “propuser”, ela está conjugada de forma
incorreta no futuro do subjuntivo. O certo é usarmos o verbo no
infinitivo (“propor”).
Alternativa E
Combinamos todos que, assim que o vermos chegar, apresentaremos os
abaixo-assinados que exigirão dele uma atitude digna.
Note o substantivo composto “abaixo-assinados”. Quando temos
palavras assim, é aconselhável começarmos o exame da frase por
elas. No caso desse termo, está correto o seu plural. Você deve
lembrar-se de que, se o primeiro termo de um substantivo composto
for uma “palavra invariável” ou um “verbo” e o segundo um
“substantivo” ou um “adjetivo”, somente o segundo se flexiona no
plural.
Observe que o verbo “ver” está empregado de forma incorreta, pois o
certo é “virmos” (futuro do subjuntivo) ao invés de “vermos”
(infinitivo pessoal).
Gabarito: C

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Questão 04 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira –


Administração - TCE (SP)/2012

Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a injustiça


social, seria sempre em nome de valores que ainda não se realizaram,
mas a respeito dos quais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão,
seu sentido.

Do ponto de vista da pontuação, o padrão culto escrito


abonaria também, sem prejuízo do sentido original, a
substituição proposta no seguinte segmento:

a) "saberíamos de antemão, seu sentido.".


b) "mas a respeito dos quais nós ocidentais saberíamos, de antemão,
seu sentido.".
c) "Pois se por exemplo,".
d) "Pois se, por exemplo:".
e) "em nome de valores, que ainda não se realizaram,".

Comentários
Esta questão apresenta cinco alternativas e solicita que o candidato
marque aquela em que a pontuação está em conformidade com a
norma culta da língua. Além disso, atente-se para o fato de que o
sentido original não pode ficar prejudicado. Observe, ainda, que
as frases constantes das alternativas são propostas de reescrituras da
frase “original”. Você deve lembrar-se de que mudanças na pontuação
podem acarretar alterações no sentido transmitido pelas frases, como
também causar erros gramaticais.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
saberíamos de antemão, seu sentido.
Note que, se retirarmos a vírgula após “saberíamos”, separaremos o
verbo de seu complemento “seu sentido”.
Pontuação incorreta.
Alternativa B
mas a respeito dos quais nós ocidentais saberíamos, de antemão, seu
sentido.
Observe que foram retiradas as vírgulas que isolam o termo

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“ocidentais”. Como esse adjetivo não representa um aposto
explicativo, podemos retirar as vírgulas.
Pontuação correta.
Alternativa C
Pois se por exemplo,
Note que a retirada da vírgula anterior a “por” foi feita
incorretamente. Precisamos das vírgulas antes e depois de “por
exemplo” para isolar essa expressão explicativa.
Pontuação incorreta.
Alternativa D
Pois se, por exemplo:
Note que a colocação de dois-pontos após “exemplo” está incorreta.
Não temos nada (citação, enumeração, explicação) que justifique o
emprego desse sinal de pontuação. Uma intercalação, como é o caso
de “por exemplo”, deve ser isolada por meio dos mesmos sinais de
pontuação (ex: duas vírgulas, dois travessões).
Pontuação incorreta.
Alternativa E
em nome de valores, que ainda não se realizaram,
Note que, ao colocarmos uma vírgula depois de “valores”, estaremos
alterando o sentido da frase, pois haverá mudança de oração
subordinada adjetiva restritiva para explicativa.
Pontuação incorreta.
Gabarito: B

Questão 05 – (FCC) Perito Médico Previdenciário – INSS/2012


(Adaptada)

O segmento, transcrito com outras palavras, tem o sentido


original respeitado em:

a) depois de todos os percalços que a História produziu para os


direitos humanos = a partir das inúmeras conquistas históricas a
respeito dos direitos da humanidade
b) quando a deusa razão assomava ao Pantheon = quando a
racionalidade era ainda bastante idealizada

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c) na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade
plena = no avanço intermitente da comunidade para o congraçamento
geral
d) era própria da concepção de mundo do Iluminismo = fazia parte
intrínseca dos valores pregados pelo Iluminismo
e) de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto
ideológico do Iluminismo = ideias que eram postas em prática
unicamente pelos iluministas

Comentários
Esta questão apresenta cinco alternativas e solicita que o candidato
marque aquela em que a reescritura proposta respeita o sentido
original.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
“depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos
humanos = a partir das inúmeras conquistas históricas a respeito dos
direitos da humanidade”
A palavra “depois” foi trocada por “a partir”. Com isso, houve
alteração no sentido original. Também mudou o sentido original a
troca de “percalços” por “conquistas”.
Transcrição incorreta.
Alternativa B
“quando a deusa razão assomava ao Pantheon = quando a racionalidade era
ainda bastante idealizada”
Observe que o verbo “assomar” não possui correspondente na
reescrita, assim como a palavra “Pantheon”.
Transcrição incorreta.
Alternativa C
“na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena =
no avanço intermitente da comunidade para o congraçamento geral”
Perceba que há prejuízo para o sentido original a troca de “contínua
evolução” por “avanço intermitente”, pois “intermitente” significa
“com interrupção”. Ainda, está incorreta a alteração de “conquista da
felicidade” por “congraçamento geral”.
Transcrição incorreta.
Alternativa D
“era própria da concepção de mundo do Iluminismo = fazia parte intrínseca
dos valores pregados pelo Iluminismo”

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Note que está correta a colocação do adjetivo “intrínseca”, uma vez
que ele significa “que é próprio de algo”. Também está correta a troca
de “concepção de mundo” por “valores pregados”.
Transcrição correta.
Alternativa E
“de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do
Iluminismo = ideias que eram postas em prática unicamente pelos
iluministas”
Note que a reescritura não transmite o mesmo sentido do trecho
original. Veja que não há, na segunda frase, palavra que corresponda
a “compreensíveis”.
Transcrição incorreta.
Gabarito: D

Questão 06 – (FCC) Agente de Fiscalização Financeira -


Administração – TCE (SP)/2012

A redação clara e correta é:

a) Discutia ao mínimo motivo que ela podia dar, gerando ambiente de


discórdia que deixava os filhos tensos temendo por desenrolar da
briga, que causasse mais problemas do que eles tinham.
b) Concomitantemente à indicação dos finalistas e à decisão de como
seria composto o júri que presidiria à última fase da seleção, revelou-
se a identidade do patrocinador que havia desejado permanecer
incógnito até quase o fim do concurso.
c) Do sucesso anteriormente conhecido, próprio de recém- lançados
pela gravadora, conheceu dias menos gloriosos devido o fato de seu
estilo musical ser saturado e pela invasão de produções estrangeiras
também.
d) Aquilo que se imaginava extinto não desapareceu logo, por isso
fazendo a revisão dos fatos é que se viu a permanência indesejada,
que mereceu tanta crítica propondo ação imediata de aniquilamento.
e) No capítulo descrevendo a cena histórica da destituição do
presidente, tem-se os acontecimentos e os resultados a curto e longo
prazo, que definiram não só a sucessão, porém o destino do país
igualmente.

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Comentários
Esta questão apresenta cinco alternativas e solicita que o candidato
marque aquela que está em conformidade com a norma culta da
língua e com os padrões de coesão e coerência. Este tipo de
questão exige que o candidato analise cada frase proposta e
procure erros gramaticais de diferentes tipos. Caso não encontre
algum erro de gramática, busque algum equívoco relativo à coerência
e à coesão. Sugiro que você dê bastante atenção à ortografia,
pontuação, concordância e regência, pois são os erros mais comuns.
Também aconselho que você já marque os erros mais fáceis de serem
identificados, pois isso ajuda a ganhar tempo.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa A
Discutia ao mínimo motivo que ela podia dar, gerando ambiente de discórdia
que deixava os filhos tensos temendo por desenrolar da briga, que causasse
mais problemas do que eles tinham.
Note que o emprego da preposição “por” está errado, não é mesmo?
Deveria ter sido usada a preposição “pelo” (contração de “por” + “o”).
Alternativa B
Concomitantemente à indicação dos finalistas e à decisão de como seria
composto o júri que presidiria à última fase da seleção, revelou-se a
identidade do patrocinador que havia desejado permanecer incógnito até
quase o fim do concurso.
O trecho acima está correto e claro. Tenha cuidado com o verbo
“presidir”, que pode ter regência transitiva indireta ou direta. Observe
também o correto emprego de “incógnito” no “masculino” para
concordar com “patrocinador”.
Alternativa C
Do sucesso anteriormente conhecido, próprio de recém- lançados pela
gravadora, conheceu dias menos gloriosos devido o fato de seu estilo
musical ser saturado e pela invasão de produções estrangeiras também.
Note que deveria ter sido usada a forma “devido ao” ao invés de
“devido o”. Observe que a preposição “pela” também deverá ser
trocada por “à”, após fazermos a correção anterior, pois está aí
implícito o uso de “devido” (“e devido à invasão”).
Alternativa D
Aquilo que se imaginava extinto não desapareceu logo, por isso fazendo a
revisão dos fatos é que se viu a permanência indesejada, que mereceu tanta
crítica propondo ação imediata de aniquilamento.
Veja que está incorreta a colocação de “por isso”, pois o trecho fica
incoerente.
Alternativa E

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No capítulo descrevendo a cena histórica da destituição do presidente, tem-
se os acontecimentos e os resultados a curto e longo prazo, que definiram
não só a sucessão, porém o destino do país igualmente.
Observe que o emprego de “gerúndio” em “descrevendo” está
incorreto. Deveria ter sido usada a estrutura “que descreveu”.
Também está errado o emprego de “tem-se”. Em seu lugar,
poderíamos usar os verbos “haver” ou “existir”. Por fim, note a
incorreta correlação entre os conectivos “não só” e “porém”. Uma
sugestão é substituir “porém” por “mas também” e retirar a palavra
“igualmente”.
Gabarito: D

Questão 07 – (FCC) Analista de Sistemas – Infraero/2011

Analise as frases abaixo do ponto de vista da redação.

I. A Gestão por Competências, alternativa aos modelos gerenciais


tradicionalmente utilizados pelas organizações, propõem-se a orientar
esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes
niveis da organização, as competências necessárias à consecussão de
seus objetivos.
II. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são
as competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial,
desdobrá-las em termos de competências profissionais e desenvolvê-
las junto ao quadro de funcionários internos.
III. Na Gestão por Competências, direcionam-se as ações
prioritariamente para o gerenciamento da lacuna de competências
eventualmente existente na organização ou equipe, procurando
suprimi-la ou minimizá-la.
IV. Minimizar eventuais lacunas de competências significam orientar e
estimular os profissionais a eliminar as discrepânsias entre o que eles
são capazes de fazer e o que a organização espera que eles façam.

(Adaptado de “Gestão por competências”,


http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_por_compet%C3%AAncias,
acessado em 01/04/2011)

Estão redigidas de acordo com a norma culta APENAS as


frases:

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a) I e III.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

Comentários
Esta questão apresenta quatro frases e solicita que o candidato
marque aquela (ou aquelas) em conformidade com a norma culta da
língua. Este tipo de questão exige que o candidato analise cada
frase proposta e procure erros gramaticais de diferentes tipos.
Sugiro que você dê bastante atenção à ortografia, pontuação,
concordância e regência, pois são os erros mais comuns. Também
aconselho que você já marque os erros mais fáceis de serem
identificados, pois isso ajuda a ganhar tempo.
Vamos ver as frases?
Frase I
A Gestão por Competências, alternativa aos modelos gerenciais
tradicionalmente utilizados pelas organizações, propõem-se a orientar
esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes niveis
da organização, as competências necessárias à consecussão de seus
objetivos.
Aqui, temos erro de concordância do verbo “propor”, pois veja que
seu sujeito “A Gestão por Competências” é singular. A grafia da
palavra “níveis” está incorreta. O vocábulo “consecução” também está
grafado com erro. Veja a frase correta:
A Gestão por Competências, alternativa aos modelos gerenciais
tradicionalmente utilizados pelas organizações, propõe-se a orientar esforços
para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da
organização, as competências necessárias à consecução de seus objetivos.
Frase II
A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as
competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-
las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao
quadro de funcionários internos.
Frase correta.
Frase III
Na Gestão por Competências, direcionam-se as ações prioritariamente para
o gerenciamento da lacuna de competências eventualmente existente na
organização ou equipe, procurando suprimi-la ou minimizá-la.
Frase correta.

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Frase IV
Minimizar eventuais lacunas de competências significam orientar e estimular
os profissionais a eliminar as discrepânsias entre o que eles são capazes de
fazer e o que a organização espera que eles façam.
Aqui, temos erro de concordância do verbo “significar”, pois veja que
seu sujeito oracional “Minimizar eventuais lacunas de competências”
exige verbo no singular. A grafia da palavra “discrepâncias” está
incorreta. Veja a frase correta:
Minimizar eventuais lacunas de competências significa orientar e estimular
os profissionais a eliminar as discrepâncias entre o que eles são capazes de
fazer e o que a organização espera que eles façam.
Dessa forma, estão corretas as frases II e III.
Gabarito: B

Questão 08 – (FCC) Analista de Sistemas – Infraero/2011


(Adaptada)

Considere os versos abaixo.

Natural pois
encontrá-lo
no aeroporto
Santos Dumont...

mas nunca
na rua Paula Matos
ainda que
acima da minha
cabeça (e
das casas)
espiando
entre os ramos

como se me buscasse
pela cidade

Reorganizados num único período em prosa, apresenta


pontuação inteiramente adequada:

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a) Natural, pois encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas, nunca
na rua Paula Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas):
espiando, entre os ramos como se me buscasse pela cidade.
b) Natural pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca
na rua Paula Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas)
espiando, entre os ramos como se me buscasse pela cidade.
c) Natural, pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca
na rua Paula Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas),
espiando entre os ramos como se me buscasse pela cidade.
d) Natural, pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont mas, nunca
na rua Paula Matos ainda que, acima da minha cabeça (e das casas),
espiando entre os ramos: como se me buscasse pela cidade.
e) Natural pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca,
na rua Paula Matos, ainda que acima da minha cabeça (e das casas),
espiando entre os ramos como se me buscasse − pela cidade.

Comentários
Esta questão apresenta um poema e solicita que o aluno o reescreva
em forma de prosa, com pontuação totalmente adequada. Veja,
assim, mais um exemplo de como a banca pode cobrar a reescritura
de frases.
Sugiro que, antes de tudo, você reescreva o poema, em um
único período, sem se preocupar com a pontuação. Vamos lá?
Natural pois encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont mas nunca na rua
Paula Matos ainda que acima da minha cabeça (e das casas) espiando entre
os ramos como se me buscasse pela cidade.
Agora, temos que examinar o período acima e colocar a pontuação.
[É] Natural, pois, encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont, mas nunca
[encontrá-lo] na rua Paula Matos, ainda que [voando] acima da minha
cabeça (e das casas), espiando entre os ramos como [espiaria] se me
buscasse pela cidade.
Vamos ver, agora, a justificativa para os sinais de pontuação
empregados.
As vírgulas usadas para isolar a conjunção “pois” são necessárias,
porque esse conectivo é uma conjunção coordenativa conclusiva. Se
colocássemos apenas uma das vírgulas, ela separaria o verbo elíptico
“ser” do sujeito oracional “encontrá-lo no aeroporto Santos Dumont”.
A vírgula antes de “mas” é obrigatória, uma vez que essa conjunção
inicia uma oração coordenada adversativa.
As últimas duas vírgulas foram usadas para marcar a oração
substantiva adverbial concessiva “ainda que [voando] acima da minha

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cabeça (e das casas)”.
Dessa forma, identificamos a alternativa C como correta.
Gabarito: C

Questão 09 – (CESPE) Programador de Computador – TJ-


SE/2014
(Adaptada)

No imaginário Livro das Espécies, que, teimosamente, repousa na


estante da história do futebol, os brasileiros figuram como macacos
no mínimo há mais de noventa anos. Em 1920, ao disputarem o
campeonato sul-americano no Chile, os integrantes da equipe
nacional foram chamados de “macaquitos” por um jornal argentino. O
Brasil se indignou, porém pelos motivos errados: para o governo,
conforme se lê no apêndice do livro de Mario Filho (1908-1966), O
Negro no Futebol Brasileiro, “a questão passava pela imagem que a
República precisava construir de si própria, deixando para trás os
vestígios ligados à escravidão e à miscigenação, em um momento em
que os discursos em torno da eugenia eram imperativos”. O escritor
carioca Lima Barreto (1881-1922), mulato e pobre, para quem o
futebol era “eminentemente um fator de dissensão”, destacou, com
ironia, em uma famosa crônica, que “a nossa vingança é que os
argentinos não distinguem, em nós, cores; todos nós, para eles,
somos macaquitos”. No domingo, o tal Livro das Espécies ganhou,
infelizmente, uma nova edição ― mas, pelo menos, revista e
atualizada. E, com isso, uma versão 2014 do “todos somos
macaquitos”.
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal versus
Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da equipe azul e
grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma banana, então,
foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano de trinta anos de
idade, pardo, como se diz nos censos, e de olhos verdes ― reagiu de
forma inesperada para o público e certamente também para o
agressor: pegou a fruta, descascou-a e a pôs na boca.
Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados espanhóis
somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos protestos não
fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e a entrada em
cena do craque Neymar, seu companheiro de Barcelona e da seleção
brasileira. Na noite do próprio domingo, o atacante postou três
imagens em sua conta no Instagram. Na última delas, aparecia
empunhando uma banana ao lado de seu filho, Davi Lucca ― que, por
sua vez, segurava uma providencial banana de pelúcia. Na legenda, o
ex-santista escreveu a hashtag #somostodosmacacos em quatro

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idiomas: português, inglês, espanhol e Catalão. Até a última quinta-
feira, essa postagem havia recebido quase 580.000 curtidas,
enquanto uma legião de celebridades ― dos esportes, das artes, da
política etc. ― repetia o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

O segmento ‘eminentemente um fator de dissensão’ (sublinhado no


texto) pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
sobremaneira um fator de disputa.

Comentários
Esta questão apresenta uma frase e questiona se ela pode substituir
corretamente outra existente no texto. Observe que não poderá
haver mudança de sentido.
A banca propõe a mudança do advérbio “eminentemente” por
“sobremaneira” e do substantivo “dissensão” por “disputa”.
Para resolver esta questão, é necessário que o aluno use seus
conhecimentos de vocabulário.
As duas substituições estão corretas, porque as palavras podem ser
consideradas sinônimas.
Cuidado para não confundir eminente com iminente.
“Iminente” significa que alguma coisa está prestes a acontecer, ou
seja, imediatamente, muito proximamente. Por sua vez,
“eminente” se refere a alguém ou alguma coisa superior, excelente,
ilustre, de grande importância.
Gabarito: CERTA

Questão 10 – (CESPE) Programador de Computador – TJ-


SE/2014
(Adaptada)

No imaginário Livro das Espécies, que, teimosamente, repousa na


estante da história do futebol, os brasileiros figuram como macacos
no mínimo há mais de noventa anos. Em 1920, ao disputarem o
campeonato sul-americano no Chile, os integrantes da equipe
nacional foram chamados de “macaquitos” por um jornal argentino. O
Brasil se indignou, porém pelos motivos errados: para o governo,

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conforme se lê no apêndice do livro de Mario Filho (1908-1966), O
Negro no Futebol Brasileiro, “a questão passava pela imagem que a
República precisava construir de si própria, deixando para trás os
vestígios ligados à escravidão e à miscigenação, em um momento em
que os discursos em torno da eugenia eram imperativos”. O escritor
carioca Lima Barreto (1881-1922), mulato e pobre, para quem o
futebol era “eminentemente um fator de dissensão”, destacou, com
ironia, em uma famosa crônica, que “a nossa vingança é que os
argentinos não distinguem, em nós, cores; todos nós, para eles,
somos macaquitos”. No domingo, o tal Livro das Espécies ganhou,
infelizmente, uma nova edição ― mas, pelo menos, revista e
atualizada. E, com isso, uma versão 2014 do “todos somos
macaquitos”.
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal versus
Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da equipe azul e
grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma banana, então,
foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano de trinta anos de
idade, pardo, como se diz nos censos, e de olhos verdes ― reagiu de
forma inesperada para o público e certamente também para o
agressor: pegou a fruta, descascou-a e a pôs na boca.
Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados espanhóis
somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos protestos não
fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e a entrada em
cena do craque Neymar, seu companheiro de Barcelona e da seleção
brasileira. Na noite do próprio domingo, o atacante postou três
imagens em sua conta no Instagram. Na última delas, aparecia
empunhando uma banana ao lado de seu filho, Davi Lucca ― que, por
sua vez, segurava uma providencial banana de pelúcia. Na legenda, o
ex-santista escreveu a hashtag #somostodosmacacos em quatro
idiomas: português, inglês, espanhol e Catalão. Até a última quinta-
feira, essa postagem havia recebido quase 580.000 curtidas,
enquanto uma legião de celebridades ― dos esportes, das artes, da
política etc. ― repetia o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

Julgue o item abaixo.

O trecho “Teria sido alvo de tímidos protestos não fosse a reação


irreverente do jogador brasileiro” (sublinhado no texto) poderia ser
reescrito, sem prejuízo da coerência do texto, da seguinte forma: O
racismo teria sido alvo de grandes protestos, se não fosse a reação
irreverente do jogador brasileiro.

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Comentários
Esta questão apresenta um trecho do texto e questiona se ele pode
ser reescrito de outra forma. Observe que não poderá haver
prejuízo da coerência do texto.
A banca propõe a mudança de “tímidos” por “grandes”. Isso está
errado, uma vez que “tímidos”, no contexto, significa “pequenos”.
As colocações do sujeito “o racismo”, da conjunção “se” e da vírgula
estão corretas. Note que essa vírgula é facultativa, já que a oração
adverbial marcada por ela não está deslocada.
Gabarito: ERRADA

Questão 11 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014
(Adaptada)

O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a violência que se


alastra de norte a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos
imoderados como os praticados pelos black blocs; ou de ação de
justiceiros que algemam pessoas a poste; ou de bandidos que ateiam
fogo a ônibus e a seres humanos; ou de sequestros relâmpagos que
assustam cidadãos e lhes limitam o direito de ir e vir; ou de
homicídios que ultrapassam cifras registradas em países em guerra.
Fala-se do crime de racismo. Discriminar adultos e crianças com base
na cor da pele é, além de caduco, inaceitável. Baseia-se no
prejulgamento de que há seres superiores e inferiores não em
decorrência de obras por eles realizadas, mas de característica física
biologicamente herdada. Além da punição prevista em lei, impõem-se
ações aptas a evitar que cenas de preconceito se repitam. Entre elas,
campanhas governamentais destinadas à mudança de mentalidade
da população. O brasileiro pode tornar-se cordial de fato. Ser movido
pelo coração pressupõe valores humanistas e democráticos. Conviver
com as diferenças é fruto da civilização.
(Adaptado do Correio Braziliense, 18/02/2014.)

Julgue o seguinte item.

Mantém-se a correção gramatical do período e o respeito às suas


informações originais ao se substituir “ante a” (sublinhado no texto)
por diante da.

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Comentários
Esta questão apresenta uma expressão e questiona se ela pode ser
substituída por outra. Observe que deverá haver manutenção da
correção gramatical e respeito às informações originais do
texto.
A banca propõe a mudança de “ante a” por “diante da”. Isso está
correto, pois são locuções prepositivas sinônimas.
Gabarito: CERTA

Questão 12 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014
(Adaptada)

O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a violência que se


alastra de norte a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos
imoderados como os praticados pelos black blocs; ou de ação de
justiceiros que algemam pessoas a poste; ou de bandidos que ateiam
fogo a ônibus e a seres humanos; ou de sequestros relâmpagos que
assustam cidadãos e lhes limitam o direito de ir e vir; ou de
homicídios que ultrapassam cifras registradas em países em guerra.
Fala-se do crime de racismo. Discriminar adultos e crianças com base
na cor da pele é, além de caduco, inaceitável. Baseia-se no
prejulgamento de que há seres superiores e inferiores não em
decorrência de obras por eles realizadas, mas de característica física
biologicamente herdada. Além da punição prevista em lei, impõem-se
ações aptas a evitar que cenas de preconceito se repitam. Entre elas,
campanhas governamentais destinadas à mudança de mentalidade
da população. O brasileiro pode tornar-se cordial de fato. Ser movido
pelo coração pressupõe valores humanistas e democráticos. Conviver
com as diferenças é fruto da civilização.
(Adaptado do Correio Braziliense, 18/02/2014.)

Julgue o seguinte item.

Preserva-se a correção gramatical ao se reescrever “lhes limitam”


(sublinhado no texto) como limitam a eles.

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 10
Comentários
Esta questão apresenta uma expressão e questiona se ela pode ser
substituída por outra. Observe que deverá haver manutenção da
correção gramatical.
A banca propõe a mudança de “lhes limitam” por “limitam a eles”.
Isso está correto, pois ambos os termos funcionam como pronome
oblíquo.
Você se lembra de que aprendemos que os pronomes “ELE”, “ELA”,
“NÓS”, “VÓS”, “ELES”, “ELAS”, embora sejam tipicamente
pessoais do caso reto, podem funcionar como pronomes
oblíquos. Nesse caso, eles virão regidos por preposição.

Gabarito: CERTA

Questão 13 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos


4 e 8 – TC-DF/2014
(Adaptada)

Na casa todos dormiam. Todos, menos a irmã.


Era quieta, essa irmã. Não cantava, não ria; mal falava. Trazia água
do poço, varria o terreiro, passava a roupa, comia — pouco, magra
que era — e ia para a cama sem dar boa-noite a ninguém. Dormia
num puxado, um quartinho só dela; tinha nojo dos irmãos. Se, na
cama, suspirava ou revirava os olhos, nunca ninguém viu. O nome
dela era Honesta.
(Nome dado pela mãe. O pai queria-a ali, na roça; a mãe, porém,
tinha esperança que um dia a filha deixasse o campo e fosse para a
cidade se empregar na casa de uma família de bem. E que melhor
nome para uma empregada do que Honesta? O pai acreditava no
campo; a mãe secretamente ansiava pela cidade — por um cinema!
Nunca tinha entrado num cinema! Minha filha fará isto por mim,
dizia-se, sem notar que a filha vagueava por paisagens estranhas,
distantes do campo, distantes da cidade, distantes de tudo. [...])
Moacyr Scliar. Doutor Miragem. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 22-3 (com
adaptações).

Julgue o item subsequente, com base nas ideias e estruturas


linguísticas do texto acima.

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 10
A expressão “vagueava por” (sublinhada no texto) poderia ser
substituída por “sonhava com”, sem prejuízo ao sentido original do
texto.

Comentários
Esta questão apresenta uma expressão e questiona se ela pode ser
substituída por outra. Observe que deverá haver manutenção do
sentido original do texto.
A banca propõe a mudança de “vagueava por” por “sonhava com”.
Isso está correto, pois “vaguear”, no contexto, tem sentido de
“divagar”, “imaginar”. Veja a troca feita nas preposições, o que
garantiu a manutenção da correção gramatical.
Gabarito: CERTA

Questão 14 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos


4 e 8 – TC-DF/2014
(Adaptada)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca


promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do
intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão
concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior
para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se
imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com
que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como
China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com
resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai
acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência
brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos
importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes
—, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do
Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano
em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam
com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa
troca de experiências seria um instrumento de coesão e compreensão
dos diferentes aspectos culturais e de problemas comuns e
específicos de diferentes regiões brasileiras.

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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 10
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º
11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, no que se refere às ideias e aos


aspectos linguísticos do texto acima.

Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto


caso a locução “têm enviado” (sublinhada no texto) fosse substituída
por “enviaram”.

Comentários
Esta questão apresenta a locução verbal “têm enviado” e questiona se
ela pode ser substituída por “enviaram”. Observe que deverá haver
manutenção da correção gramatical e do sentido original do
texto.
Quanto à correção gramatical, não há problemas. Veja que as duas
formas verbais estão na mesma pessoa e no mesmo número.
Em relação ao sentido original, encontramos problema. Observe que
“têm enviado” está no pretérito perfeito composto e “enviaram” está
no pretérito perfeito simples. Aprendemos que o sentido deles é
diferente. Veja:
O pretérito perfeito se refere a um fato ocorrido em época passada e
já concluído antes do momento em que se fala. Por sua vez, o
pretérito perfeito em sua forma composta (pretérito perfeito
composto) expressa, normalmente, a repetição ou a continuidade de
um fato.
Gabarito: ERRADA

Questão 15 – (CESPE) Conhecimentos Básicos para os Cargos


4 e 8 – TC-DF/2014
(Adaptada)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca


promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do
intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão
concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior
para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se

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imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com
que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como
China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com
resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai
acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência
brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos
importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes
—, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do
Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano
em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam
com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa
troca de experiências seria um instrumento de coesão e compreensão
dos diferentes aspectos culturais e de problemas comuns e
específicos de diferentes regiões brasileiras.
Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º
11, jun.-jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, no que se refere às ideias e aos


aspectos linguísticos do texto acima.

Seriam preservados o sentido original do texto e sua correção


gramatical caso o trecho “também pretende atrair” (sublinhado no
texto) fosse substituído por pretende, ainda, atrair.

Comentários
Esta questão apresenta o trecho “também pretende atrair” e
questiona se ele pode ser substituída por “pretende, ainda, atrair”.
Observe que deverá haver manutenção da correção gramatical e
do sentido original do texto.
Quanto à correção gramatical e ao sentido original, não há problemas.
Veja que “também” é sinônimo, no caso, de “ainda”. As vírgulas
colocadas são facultativas, uma vez que o advérbio é de curta
extensão.
Gabarito: CERTA

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É isso aí! Mais uma etapa vista.
Eu espero por você na nossa próxima aula.
Bons estudos!

Professora Ludimila

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