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Curso Regular de Língua Portuguesa

Prof. Ludimila Lamounier,

AULA 08

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Língua Portuguesa para concursos
Curso Regular
Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08

AULA 08

Regência nominal e verbal. Emprego do sinal indicativo de crase.

SUMÁRIO PÁGINA
Regência Nominal e Verbal 02
1. Aspectos Gerais de Regência 02
2. Regência Verbal 03
2.1. Verbos Pronominais 06
2.2. Regência de Verbos Específicos 07
3. Regência Nominal 19
Crase 21
1. Aspectos Gerais 21
2. Crase e Termos Determinados 27
3. Crase Obrigatória 28
4. Crase Facultativa 29
5. Crase antes das palavras “TERRA” e “CASA” 30
6. Não haverá crase 31
Questões propostas 32
Gabarito 43
Questões comentadas 43

Olá, concurseiros fiscais!


Vamos iniciar a nossa Aula 08 do curso de Língua Portuguesa para o
Curso Regular. Estamos entrando na reta final deste curso e agora é
o momento de renovar o fôlego para continuar os estudos.

DICA DA VEZ – ATUALIDADES


Hoje vou falar para você sobre a importância de manter-se atualizado. Sei que a
vida de todo concurseiro é bastante atribulada, quase não sobra tempo para
estudar todas as matérias, ainda mais depois da publicação do edital daquele
concurso tão almejado. E para complicar ainda mais, várias bancas examinadoras
vêm exigindo dos candidatos conhecimentos acerca de assuntos da atualidade.
Entenda, não é viável deixar para estudar esse tema em um curto espaço de
tempo. Por isso, procure manter-se sempre bem informado. Reserve alguma hora
na semana para ler um pouco os assuntos dos principais jornais e revistas ou
assista em casa o noticiário sempre que possível. Recomendo, ainda, que se
estiver no carro, busque sintonizar em uma rádio de notícias, assim você otimiza o
seu tempo. Guias de atualidades vendidos em bancas de jornal para vestibulares e
concursos também podem ser bons aliados.

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A prova de atualidades vai testar o seu conhecimento a respeito de temas como


política, economia, meio ambiente, cultura, entre outros. Além de questões
objetivas, esses assuntos podem ser cobrados por meio de uma redação. Então,
para obter sucesso, compreenda que a construção de um conhecimento sólido
sobre esses assuntos é gradual e constante. Foque nos acontecimentos dos
últimos dois anos e do ano vigente, tanto no plano nacional, quanto no plano
internacional. Não encare isso como uma matéria ou um problema a mais para
preocupar-se. Manter-se bem informado é um hábito que deve ser preservado
mesmo após o término da sua vida concurseiro.

Nesta aula, veremos alguns assuntos muito cobrados em provas:


Regência Verbal e Nominal e Uso da Crase.
Então, vamos lá!

Regência Nominal e Verbal

1. Aspectos Gerais de Regência


Nós aprendemos, na aula de sintaxe, que alguns verbos e nomes da
oração não conseguem, por si mesmos, expressar uma significação
completa. Para obter essa completude sintática, eles necessitam
estabelecer uma relação de dependência com outros termos.
Regência é a relação de subordinação ou dependência
estabelecida entre duas palavras quando uma serve de
complemento para a outra.
Uma das palavras será denominada termo regente, enquanto a
outra será o termo regido.
Termo regente: É a palavra principal à qual o termo regido será
subordinado. O termo regente é, portanto, aquele que pede o
complemento.
Termo regido: É a palavra que se subordina ao termo regente, para
completar-lhe o sentido.

Na aula de hoje, portanto, iremos estudar as relações entre os


termos regentes (verbos, substantivos, adjetivos ou
advérbios) e os termos regidos.

Para entender melhor essa relação, observe os exemplos a seguir:

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O candidato revelou-se preparado para as provas.


TERMO REGENTE TERMO REGIDO

Sua preferência pela filha mais velha era evidente.


T. REGENTE T. REGIDO

Todos assistiram aos espetáculos atentamente.


T. REGENTE T. REGIDO

Eles compravam seus alimentos em pequenos mercados.


T. REGENTE T. REGIDO

Você deve ter notado que, nos dois primeiros exemplos, o termo
regido está completando o sentido de nomes (adjetivo e substantivo,
respectivamente). Nos dois últimos exemplos, por sua vez, o termo
regido completa o sentido de verbos.

Assim, para facilitar a compreensão do tema, a regência é dividida em


regência nominal e regência verbal.

REGÊNCIA NOMINAL: a relação de subordinação ocorre entre um


nome (substantivo, adjetivo ou advérbio – termo regente) e o termo
que lhe complementa o sentido (termo regido).
REGÊNCIA VERBAL: a relação de subordinação dá-se entre um
verbo (termo regente) e o termo que lhe completa o sentido (termo
regido).

O mais importante para você, no estudo de Regência, é saber


quando se deve e quando não se deve empregar preposição
entre o termo regente e o termo regido, bem como saber qual a
preposição mais indicada (caso seu uso seja necessário).
Note que, nos três primeiros exemplos citados anteriormente, foi
necessário o emprego de preposições (destacadas em laranja). Na
última oração, no entanto, não houve necessidade de utilizá-las.
Agora que aprendemos as noções iniciais, vamos aprofundar nosso
estudo de Regência Verbal.

2. Regência Verbal

O assunto Regência Verbal não é novidade para nós. Ele já foi citado
muitas vezes, ainda que indiretamente, quando falamos de objeto
direto ou objeto indireto e, também, quando falamos de transitividade
verbal.

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A Regência Verbal é orientada pela transitividade. Já vimos que a
transitividade ou predicação verbal é o modo como o verbo
forma o predicado, isto é, se o verbo exige ou não
complementos.

Vimos também que os verbos podem ser classificados em


intransitivos, transitivos (direto, indireto ou direto e indireto)
e de ligação. Para relembrar cada classificação aprofundadamente,
aconselho que retorne à aula de sintaxe; neste momento, faremos
apenas um breve resumo do que já foi estudado.

VERBO INTRANSITIVO:
É o verbo que não necessita de informações complementares,
pois já apresenta sentido completo. Isso não impede, no entanto, que
o verbo intransitivo venha acompanhado de termos acessórios
(adjunto adverbial) ou integrantes (predicativo), os quais são usados
apenas para especificar as circunstâncias da ação ou estado.

VERBO TRANSITIVO:
É o verbo que necessita de informações complementares, pois
não apresenta sentido completo. Seu complemento será chamado de
objeto. O verbo transitivo pode ser:
→ VERBO TRANSITIVO DIRETO: seu complemento NÃO
necessita de preposição obrigatória e é denominado objeto
direto.
→ VERBO TRANSITIVO INDIRETO: seu complemento necessita
de preposição obrigatória e é denominado objeto indireto.
→ VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO: necessita de dois
complementos; um complemento NÃO necessita de preposição
obrigatória (objeto direto) e o outro necessita de preposição
obrigatória (objeto indireto).

Agora vamos relembrar outro aspecto relacionado à transitividade


verbal: a função sintática dos pronomes oblíquos átonos na oração.
 Os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam como objeto
direto;
 Os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam como objeto
indireto;
 Os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam
tanto como objeto direto quanto como objeto indireto.

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Muitas questões de regência utilizam-se dos pronomes para
testar seus conhecimentos acerca da transitividade verbal.
Observe:

Questão – Técnico Judiciário – TJ-SC/2011


(Adaptada)

Assinale a frase em que há ERRO no emprego de “o” ou


“lhe”:

a) Eu disse a verdade: - Impediram-lhe de assinar o diploma.


b) Consternado, assistiu-o durante a convalescença.
c) Cabe-lhe o uso da prerrogativa conquistada.
d) É preferível ouvi-lo a apenas lê-lo.

Comentários
Esta questão exige dois conhecimentos do candidato: que ele
saiba qual a função sintática exercida pelos pronomes “O” e
“LHE” e que ele conheça a regência de alguns verbos.
Você já sabe que o pronome “O” funciona apenas como
objeto direto (portanto, como complemento de verbo
transitivo direto) e que o pronome “LHE” funciona apenas
como objeto indireto (portanto, como complemento de verbo
transitivo indireto).
A maior dúvida, para responder à questão acima, é justamente
saber a regência dos verbos utilizados, ou seja, saber se os
verbos são transitivos diretos (casos em que devem ser
completados pelo “O”) ou se são transitivos indiretos (casos em
que devem ser completados pelo “LHE”). Vamos analisar as
alternativas?

Alternativa A – Esta é a alternativa incorreta. Em


“Impediram-lhe de assinar o diploma”, o pronome “LHE” está
empregado equivocadamente, pois o verbo “permitir” é
transitivo direto (quem permite, permite algo, sem auxílio de
preposição necessária). Correto seria dizer “impediram-no”.
Atenção. Resumo! Alternativa B – É muito importante atentar para a regência do
verbo “assistir”, bastante cobrado em provas de concurso. Ao
significar “dar assistência” (como é o caso nesta alternativa), o
verbo será transitivo direto; está correto, portanto, o
emprego do pronome “O” como objeto direto. Se, no
entanto, o verbo “assistir” tiver sentido de “ver, presenciar,
observar”, ele será transitivo indireto.
Alternativa C – O verbo caber, na frase “Cabe-lhe o uso da
prerrogativa conquistada”, é transitivo indireto, pois significa
“competir, pertencer”. Se transpusermos a frase para a ordem
direta, teremos: “O uso da prerrogativa conquistada cabe a
fulano.” Assim, correto está o emprego do “LHE” na função de
objeto indireto.

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Alternativa D – Corretos estão os usos do pronome “O” na
frase “É preferível ouvi-lo a apenas lê-lo”, pois os verbos
“ouvir” e “ler” são transitivos diretos.
GABARITO: A

Muitas vezes, torna-se difícil responder à questões desse tipo, por


falta de conhecimento sobre a regência dos verbos. Para que isso não
ocorra, vamos analisar alguns aspectos específicos do assunto.

2.1 Verbos Pronominais

Nós aprendemos, na aula sobre verbos, que alguns verbos exigem


sempre a presença imediata de um pronome oblíquo átono: são os
verbos essencialmente pronominais (arrepender-se, indignar-se,
suicidar-se, queixar-se, zangar-se, por exemplo).
Há, no entanto, alguns verbos que tanto podem assumir a forma
pronominal quanto podem subsistir sem o auxílio do pronome: os
verbos acidentalmente pronominais. Observe:

Maria aconselhou-se com sua amiga.


Maria aconselhou Joana.

Ao assumir a forma pronominal, esses verbos, em geral, exigem


um complemento preposicionado (“aconselhou-se com”), ainda
que o verbo seja tipicamente transitivo direto.
Vamos ver outros exemplos de verbos que, na forma pronominal,
exigem complemento preposicionado:

ABRAÇAR ABRAÇAR-SE COM/A/EM/CONTRA


ACONSELHAR ACONSELHAR-SE COM
ALEGRAR ALEGRAR-SE COM
APOIAR APOIAR-SE EM
APROVEITAR APROVEITAR-SE DE
CARREGAR CARREGAR-SE DE
CERCAR CERCAR-SE DE
COMUNICAR COMUNICAR-SE COM
CONTENTAR CONTENTAR-SE COM
DEFENDER DEFENDER-SE DE/CONTRA
ESQUECER ESQUECER-SE DE
LEMBRAR LEMBRAR-SE DE
LIMITAR LIMITAR-SE A
RECORDAR RECORDAR-SE DE
UTILIZAR UTILIZAR-SE DE

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Atenção!
Nos verbos pronominais (acidentalmente ou essencialmente), o “SE”
terá função morfológica de parte integrante do verbo.
Em outra aula, compararemos todas as funções exercidas pelo “SE”.
Agora vamos analisar a regência de alguns verbos específicos.

2.2 Regência de Verbos Específicos

→ AGRADAR
- Transitivo direto: quando significar “acariciar, acarinhar”.

Antes de dormir, agradava sua namorada afagando-lhe os cabelos.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “satisfazer, contentar”.

O governo daquele prefeito não agradou aos eleitores.


OBJETO INDIRETO

Atenção!
O verbo DESAGRADAR é sempre transitivo indireto. Observe a
questão abaixo:

Questão – (ESAF) Assistente Técnico Administrativo –


MF/2014
(Adaptada)

Em um regime democrático, todo poder emana do povo,


prevalecendo a vontade da maioria sobre a vontade de
indivíduos ou de grupos. Desse modo, o bom governante é
aquele que compreende as demandas da população e se
empenha em atendê-las. No entanto, numa democracia
saudável, é também responsabilidade dos dirigentes tomar
medidas que podem eventualmente desagradar a uma parte
dos eleitores, pois eles devem administrar pensando no
conjunto da sociedade que governam, e não na estridência de
interesses insatisfeitos ou contrariados.
(Adaptado de O Estado de S. Paulo, 9/2/2014)

No que se refere aos aspectos sintáticos do texto acima,


julgue o item que se segue.
Em “a uma parte” (sublinhado no texto), o emprego de “a”
decorre da regência de “podem”, que exige complemento
regido por essa preposição.

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Comentários
A afirmativa está INCORRETA. No trecho “medidas que podem
eventualmente desagradar a uma parte dos eleitores”, o termo
sublinhado está completando o sentido do verbo
“DESAGRADAR”, e não de “podem”. Essa informação é
suficiente para responder à questão, mas vamos prosseguir a
análise.
O emprego da preposição “A” em “a uma parte” decorre da
regência do verbo “DESAGRADAR”, que, como vimos logo
acima, é sempre transitivo indireto (quem desagrada,
desagrada A alguém).
GABARITO: ERRADA

→ AGRADECER
- É transitivo direto e indireto:

Agradeci a meu chefe o aumento salarial.


OBJETO INDIRETO OBJETO DIRETO

Na linguagem culta, evita-se dizer:

Agradeci a meu chefe pelo aumento salarial.

→ AJUDAR
- Transitivo direto: quando significar “auxiliar, prestar ajuda”.

Ajudava sua mãe nas tarefas domésticas sempre que podia.


OBJETO DIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando aparecer seguido de infinitivo


e também for completado por um objeto direto. Observe:

Ajudava sua mãe a realizar as tarefas domésticas.


O. DIRETO O. INDIRETO (ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA)

→ ANTIPATIZAR/SIMPATIZAR
- São transitivos indiretos e pedem o uso da preposição “COM”:

Ele antipatizou com o cunhado, porém simpatizou com a sogra.


OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO

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Atenção!
Ambos os verbos não possuem forma pronominal. Portanto, na
linguagem culta, não é correto dizer:

Ele se antipatizou com o cunhado, porém se simpatizou com a sogra.

Atenção! LS

→ ASPIRAR
- Transitivo direto: quando significar “respirar, inalar”.

As vítimas do incêndio aspiraram muita fumaça.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: no sentido de “ambicionar, desejar, almejar”.

Desde pequeno, aspirava ao cargo de Presidente da República.


OBJETO INDIRETO

Atenção!
Embora se trate de objeto indireto, não se deve utilizar o pronome
“LHE” em complemento ao verbo “ASPIRAR”. Trata-se de uma
exceção às regras de emprego dos pronomes oblíquos. Prefira utilizar
as formas tônicas analíticas “A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS”.
Atenção! LS

→ ASSISTIR
- Transitivo direto: quando significar “ajudar, auxiliar, socorrer”.

Os médicos assistiram muitas vítimas do incêndio.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: no sentido (mais comum) de “ver, presenciar,


observar”.

Assistimos ao programa de televisão.


OBJETO INDIRETO

Ele sempre queria assistir aos jogos de vôlei.


OBJETO INDIRETO

Atenção!
Na linguagem coloquial, costuma-se utilizar o verbo “ASSISTIR”
sempre como transitivo direto, ainda que no sentido acima
mencionado. Você deve ter em mente, no entanto, que a regência

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correta de “assistir” (no sentido de “ver, presenciar,
observar”) exige o complemento preposicionado, sobretudo
porque se trata de verbo bastante cobrado nos certames.
Assim, observe que não é correto substituir os objetos indiretos acima
pelos pronomes oblíquos “O, A, OS, AS” (exclusivos para objetos
diretos).
Também não é possível, formalmente, utilizar as frases acima na voz
passiva (é errado dizer “o jogo de vôlei foi assistido por ele”), pois já
aprendemos que verbos transitivos indiretos não aceitam a voz
passiva. Na língua falada, no entanto, essa construção é bastante
comum.

→ ATENDER
- Transitivo indireto: quando significar “atentar”.

O candidato não atendeu aos requisitos mínimos para ocupar o cargo.


OBJETO INDIRETO

- No sentido mais comum de “responder, ser atencioso, cuidar”, o


verbo tanto poderá ser transitivo direto quanto transitivo
indireto.

Ela atendeu ao telefone.


OU
Ela atendeu o telefone.

Caso se queira, no entanto, substituir o complemento por pronome


oblíquo átono, utiliza-se a regência transitiva direta (“Ela atendeu-o”).

→ ALERTAR, ANUNCIAR, AVISAR, CERTIFICAR, COMUNICAR,


INFORMAR, NOTIFICAR, PREVENIR

Todos os verbos acima seguem a mesma lógica a seguir anunciada.

- Transitivo direto e indireto: quando significar “comunicar, dar


esclarecimento”.

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O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal anunciou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal comunicou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

Para alguns desses verbos, pode haver duas estruturas:

Informar algo a alguém.


OU
Informar alguém de/sobre algo.

Observe os exemplos abaixo:

O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal informou os telespectadores sobre a greve rodoviária.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

→ CHAMAR
- Transitivo direto: quando significar “convocar”.

João chamou Maria para jantar.


O. DIRETO

- Transitivo indireto: no sentido de “invocar, clamar”. Nesse caso,


usa-se a preposição “POR”.

Chamou por todos os santos quando se viu em apuros.


OBJETO INDIRETO

Alguns autores não consideram que o verbo seja transitivo indireto


nesse último caso, mas sim que se trata de objeto direto
preposicionado.

- Quando significar “apelidar, qualificar”, o verbo CHAMAR tanto pode


ser transitivo direto quanto transitivo indireto.

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Maria chamou João (de) inescrupuloso.


OD PREDICATIVO DO OBJETO

Maria chamou a João (de) inescrupuloso.


OI PREDICATIVO DO OBJETO

Além disso, o predicativo do objeto também poderá vir preposicionado


ou não. Observe, abaixo, as quatro possibilidades de construção da
frase nesses casos.

Chamar alguém de algo.


Chamar a alguém de algo.
Chamar alguém algo.
Chamar a alguém algo.

Em resumo: O termo “alguém” funciona como complemento verbal do


verbo “chamar” nos quatro casos (ora será objeto direto, ora será
objeto indireto). Já o termo “algo” funciona como predicativo do
objeto, e tanto poderá vir preposicionado quanto sem a preposição.

→ CHEGAR, IR, DIRIGIR-SE


Os três verbos acima são intransitivos e possuem sentido de
deslocamento. Eles exigem, no entanto, a presença de adjunto
adverbial de lugar iniciado pelas preposições “A” ou “PARA”. "em" não é aconselhavel na
linguagem formal

Aos doze anos, fui para Salvador.


ADJUNTO ADVERBIAL

Muitas pessoas chegaram ao centro de convenções pontualmente.


ADJUNTO ADVERBIAL

Eles dirigiram-se ao local combinado.


ADJUNTO ADVERBIAL

Atenção!
Nos casos acima, o uso da preposição “EM” não é aconselhado pela
linguagem formal (apesar de bastante comum na linguagem
coloquial). Evite, portanto, dizer “eu fui no quarto” ou “eu cheguei em
Salvador”.

→ CUSTAR
- Intransitivo: quando significar “valer, ter preço”, seu complemento
não será objeto, mas sim adjunto adverbial.

Sua casa valia quase um milhão de reais.


ADJUNTO ADVERBIAL

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- Transitivo indireto: quando significar “ser difícil, ser custoso”.
Nesse caso, o sujeito será oracional, ou seja, será uma oração
subordinada substantiva subjetiva, sempre reduzida de infinitivo. Uma
vez que o sujeito é oracional, o verbo CUSTAR virá sempre na terceira
pessoa do singular. Observe:

Custou aos familiares esquecer a morte de Maria.


OBJETO INDIRETO ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA

Nunca diga: “os familiares custaram a esquecer a morte de Maria”,


pois essa construção está errada.

→ DESCULPAR
- É transitivo direto:

Desculpe os erros cometidos.


OBJETO DIRETO

Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o


auxílio da preposição “POR”.

Desculpe-me pelos erros cometidos.

→ ENSINAR
- Transitivo direto: quando significar “educar”.

O professor ensinou muitas crianças carentes no interior do estado.


OBJETO DIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando se diz “ensinar algo a


alguém”. Nesse caso, o objeto direto será o algo ensinado e o objeto
indireto será o alguém a quem se ensinou.

Ensinava matemática a todos os netos.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

→ ESQUECER/LEMBRAR
- Transitivo direto: no sentido mais usual de ESQUECER (“perder
na memória”) e LEMBRAR (“reter na memória”):

Marina esqueceu os aprontes do namorado e resolveu casar-se.


OBJETO DIRETO

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Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o
auxílio da preposição “DE”.

Marina esqueceu-se dos aprontes do namorado e resolveu casar-se.


OBJETO INDIRETO

Atenção! LS!

→ HAVER
O verbo HAVER merece toda a sua atenção não apenas quanto à sua
concordância (já analisada por nós), mas também quanto à regência.
- Transitivo direto: quando significar “existir” (sentido mais comum)
ou no sentido de “decorrer (tempo)”. Nesses casos, o verbo estará
SEMPRE na terceira pessoa do singular e não possuirá sujeito (é
impessoal).

Houve grande confusão no fim da festa.


OBJETO DIRETO

Há muitas pessoas que gostam de você.


OBJETO DIRETO

Há vários dias espero notícias suas.


OBJETO DIRETO

Atenção! LS!

ATENÇÃO: Não confunda a regência do verbo HAVER com a do


verbo EXISTIR. O verbo “existir” é intransitivo e sempre possui
sujeito (com o qual deve concordar).

Há muitas pessoas na sala.


OBJETO DIRETO

Existem muitas pessoas na sala.


SUJEITO

Vamos ver a questão abaixo, que cobra justamente esse


assunto:

Questão – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do


brasileiro.

No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima,


julgue o item que se segue.
A forma verbal “Há” poderia ser substituída por “Existe” sem
que houvesse prejuízo para a correção gramatical do período.

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Comentários
A afirmativa está ERRADA.
Aprendemos que os verbos HAVER e EXISTIR, embora
possuam o mesmo sentido, apresentam transitividades
diferentes.
“Haver” é verbo transitivo direto e é impessoal (não
apresenta sujeito), motivo pelo qual estará sempre na terceira
pessoa do singular. “Existir”, ao contrário, sempre apresenta
sujeito (com o qual concorda) e é verbo intransitivo.
Por isso, seria gramaticalmente errado dizer “existe outros
mitos”. Correto seria concordar o verbo EXISTIR com o sujeito
(“outros mitos”), da seguinte forma:
“Existem ainda outros mitos que fazem parte do
comportamento do brasileiro.”
GABARITO: ERRADA

- Transitivo direto e indireto: quando significar “obter, conseguir”.


Nesse sentido (pouco usual), o verbo flexiona-se para concordar com
o sujeito.

Eles houveram da justiça o direito de construir o edifício.


O. INDIRETO OBJETO DIRETO

Atenção! LS!

→ IMPLICAR
- Transitivo indireto: quando significar “embirrar, antipatizar”.
Nesse caso, usa-se a preposição “COM”.

João sempre implicou com meus parentes.


OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando significar “envolver,


comprometer”. Nesse caso, o objeto indireto será precedido da
preposição “EM”.

A justiça implicou os criminosos em penas bastante altas.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto: quando significar “acarretar, ocasionar”.

Seus crimes implicaram penas bastante altas.


OBJETO DIRETO

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→ NAMORAR
Há algum tempo, o verbo NAMORAR era transitivo direto (“namorar
alguém”). Nos dias atuais, no entanto, é muito mais comum dizer-se
“namorar com alguém” (transitivo indireto).
São admitidas ambas as construções.

Lídia só namorava rapazes inteligentes.


OBJETO DIRETO

Lídia só namorava com rapazes inteligentes.


OBJETO INDIRETO

→ NECESSITAR
- Tanto pode ser transitivo direto quanto transitivo indireto.

Ele necessitava minha ajuda semanalmente.


OBJETO DIRETO

Ele necessitava de minha ajuda semanalmente.


OBJETO INDIRETO

→ OBEDECER/DESOBEDECER
- São transitivos indiretos.

Obedeça a seus pais.


OBJETO INDIRETO

Ele sempre desobedeceu às ordens dos superiores.


OBJETO INDIRETO

A peculiaridade desses verbos está no fato de admitirem a voz


passiva (apesar de serem transitivos indiretos):

João era obedecido sem maiores esforços.

→ PAGAR/PERDOAR
- Transitivos diretos: quando o complemento for “coisa”, e não
“pessoa”.

Paguei os impostos. Perdoei as dívidas.


OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando o complemento for “pessoa”.

Paguei aos credores. Perdoei aos inimigos.


OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO

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- Transitivo direto e indireto: quando houver dois complementos;
um será “coisa” e o outro será “pessoa”.

Paguei as dívidas aos credores.


OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO

→ PRECISAR
- No sentido de “necessitar”, tanto pode ser transitivo direto quanto
pode ser transitivo indireto (uso mais comum).

Preciso de sua ajuda.


OBJETO INDIRETO
Preciso sua ajuda.
OBJETO DIRETO

- É transitivo direto quando significar “estipular, marcar”.

A arquiteta precisou o valor do projeto.


OBJETO DIRETO

Atenção! LS!

→ PREFERIR
É transitivo direto e indireto. Diz-se “preferir isso a aquilo”. A
preposição indicada para iniciar o objeto indireto é sempre “A”.

Preferia Abelardo a todos os namorados anteriores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

Não é correto dizer “preferia Abelardo mais que todos os namorados


anteriores” ou “preferia sair do que ficar em casa”. A preposição deve
ser sempre “A”.
Errado

→ TRATAR
- Transitivo direto: no sentido de “dar tratamento (a algo ou
alguém)” ou no sentido de “fazer acordo, fazer negócio”.

Ele tratava todo mundo com respeito.


OBJETO DIRETO

O corretor tratou a venda do imóvel com o comprador.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “discorrer, abordar (um


assunto)”.

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Na reunião, tratamos dos problemas financeiros enfrentados pela empresa.


OBJETO INDIRETO

Tratei das questões familiares na terapia.


OBJETO INDIRETO

Atenção! LS!

→ VISAR
- Transitivo direto: quando significar “olhar, mirar”.

Visou o horizonte e seguiu em disparada.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “desejar, almejar”.

Visou ao cargo de presidente na empresa da família.


OBJETO INDIRETO

Atenção!
Se o complemento do verbo VISAR for uma oração reduzida de
infinitivo, costuma-se abolir o uso da preposição, ainda que o sentido
seja de “desejar, almejar”. A preposição será, portanto, facultativa.

Visou ocupar o cargo de presidente.


Visou a ocupar o cargo de presidente.

Aprendemos, até este ponto, a regência de alguns verbos que


considero importante para as provas de concursos públicos. Não será
possível esgotar o estudo de todos os verbos da língua; mas você
poderá, por meio da resolução de questões, treinar outros exemplos.
O essencial, para responder questões de concurso público, é aliar o
conhecimento de regência a outros conhecimentos que já vimos. É o
caso abaixo, em que não é cobrado do candidato apenas aspectos de
regência, mas também conhecimentos acerca de pronomes. Veja:

Questão – (FCC) Câmara Municipal de São Paulo/2014


(Adaptada)

Ao formular uma proposta educacional ____ centro estaria a


ecologia, o autor do texto ressalta a importância ____ se vêm
revestindo os estudos do meio.
Preenchem adequadamente as lacunas da frase acima,
na ordem dada:

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a) de cujo - em que
b) pela qual no - para a qual
c) aonde o - de cuja
d) onde o - pela qual
e) em cujo - de que

Comentários
Para responder à esta questão, teremos que relembrar alguns
aspectos do estudo de pronomes (a classe de palavra
variável que substitui ou acompanha o substantivo).
Na primeira lacuna, necessitamos de um pronome que retome
“proposta educacional” para conferir a seguinte relação de
posse: “o centro da proposta educacional”.
O pronome relativo adequado para conferir essa relação de
posse é “CUJO”: “a proposta educacional cujo centro”. No
entanto, o verbo da oração seguinte (“estaria”) requer o uso da
preposição “EM”. Observe:
“A ecologia estaria no centro da proposta educacional.”
“(...) uma proposta educacional EM CUJO centro estaria a
ecologia”.
Na segunda lacuna, por sua vez, necessitamos de um pronome
que retome a palavra “importância” para encaixá-la na oração
seguinte com o seguinte significado: “os estudos do meio se
vêm revestindo de importância”.
Para tanto, podemos utilizar o pronome relativo “QUE”, sem
esquecer o emprego da preposição “DE” (“se vêm revestindo
DE importância”). Observe:
“(...) a importância DE QUE se vêm revestindo os estudos do
meio.”
GABARITO: E

Ao final da aula, você encontrará mais questões para testar seus


conhecimentos sobre regência verbal. Vamos, agora, estudar a
regência dos nomes.

3. Regência Nominal

A Regência Nominal estuda a relação de subordinação ou


dependência entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio
– termo regente) e o termo que lhe complementa o sentido (termo
regido).
Nesse tipo de relação, sempre haverá a presença de uma
preposição.

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Uma boa dica, para identificar a regência de alguns nomes, é observar
se a palavra deriva de verbo. Caso derive, você poderá seguir a
regência do verbo (ex: preferir a, preferível a).

Vamos analisar, agora, a regência de alguns substantivos e


adjetivos, por meio do quadro abaixo.

acessível a capaz de/para grato a obediência a


acostumado a/com certo de hábil em ojeriza a/por/contra
adaptado a compatível com habituado a passível de
afeição a/para/com/por comum a/de imbuído de/em permissivo a
aflito com/por constante de/em imune a/de possível de
agradável a contemporâneo a/de indeciso em posterior a
alheio a/de contíguo a indiferente a preferível a
alienado de contrário a inerente a prestes a/em/para
alusão a devoto a/de inexorável a próximo a/de
ansioso de/para/por diferente de insensível a/para/com relacionado com
apto a/para equivalente a manutenção de/em residente em
atentado a/contra erudito em medo a/de seguro de/em
atento a/em essencial a natural de semelhante a
aversão a/por/em/para estranho a necessário a sensível a
ávido de/por fácil de negligente em sito em/entre
benéfico a favorável a nocivo a útil a/para

Agora, para que você compreenda como o assunto costuma ser


cobrado nos certames, vamos analisar uma questão de Regência
Nominal.

Questão – (CESPE) Agente Administrativo – MDIC/2014


(Adaptada)

Temos a obrigação de sonhar acordados e usar a imaginação.


No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima,
julgue o item que se segue.
No trecho “a obrigação de sonhar”, a correção gramatical seria
mantida se a preposição “de” fosse substituída por em.

Comentários
Observe que a questão apenas pede ao candidato que analise a
correção do trecho de acordo com os aspectos sintáticos. Desse
modo, o enunciado da questão não traz explicitamente que o
assunto abordado é Regência, mas é justamente esse o
conhecimento necessário para que o candidato resolva bem o
exercício. Dessa forma, fique atento.
Ao analisar o item, percebemos que a afirmativa está ERRADA.
A regência do substantivo “OBRIGAÇÃO” requer o uso da
preposição “DE” (“ter obrigação DE fazer algo”). A preposição
“EM” não cabe nesse caso, pois não se diz “ter obrigação em
fazer algo”.

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GABARITO: ERRADA

Aqui, encerramos nosso estudo sobre Regência Nominal e Verbal.


Falta, no entanto, analisar um tema bastante cobrado em concursos
públicos: a Crase. Vamos lá?

Crase

1. Aspectos Gerais

O estudo da Crase costuma ser um grande incômodo para muitos


candidatos. Você verá, após esta aula, que não há motivo para
desespero. O uso da crase é muito mais simples do que parece à
primeira vista (Com ou sem crase? Vamos descobrir!).

Antes de iniciarmos, convém esclarecer que a crase não equivale


ao acento grave. São coisas distintas, porém relacionadas ao
mesmo acontecimento.
A crase é o fenômeno de união entre duas vogais idênticas.
O acento grave é o sinal gráfico que indica a presença do
fenômeno crase.

Em nossa língua, só há crase na junção de duas vogais “A” (as


demais vogais, por sua vez, não formam crase).
Essa união (de duas vogais “A”) pode se dar de diversas maneiras.
Vamos ver as junções mais frequentes:

PREPOSIÇÃO “A”

+
A AQUELE / AQUELA / AQUILO A QUAL / AS QUAIS
ARTIGO PRONOMES DEMONSTRATIVOS PRONOMES RELATIVOS
DEFINIDO

Observe que, no esquema acima, a preposição “A” liga-se a termos


também iniciados pela letra “A”. A crase irá unir as duas vogais, para
que não seja necessário repeti-las.

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Assim, para que você entenda perfeitamente essa união, vamos
separar os exemplos por cada tipo de ocorrência da crase:

→ PREPOSIÇÃO “A” + ARTIGO DEFINIDO “A”:

João foi à casa de sua amiga.


= foi a + a casa
= foi para a casa

No exemplo acima, é fácil notar que houve a união de uma vogal “A”
(preposição) com outra vogal “A” (artigo feminino). Isso ocorreu
porque a regência do verbo “IR” exige complemento preposicionado
(“quem vai, vai A algum lugar”) e porque o complemento “A CASA” é
formado por artigo feminino “A”.

Antes de prosseguirmos, vamos resolver a questão a seguir,


para já nos familiarizarmos com alguns aspectos que envolvem
o tema:

Questão – (CESPE) Nível Superior – Caixa Econômica


Federal/2014
(Adaptada)

Com o surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais


nobres, como o outro e a prata, os signos monetários passaram
a ser valorizados também pela nobreza dos metais neles
empregados.
No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho
acima, julgue o item que se segue.
Seria mantida a correção gramatical do texto, caso fosse
empregado o acento indicativo de crase no “a”, em “cunhagem
a martelo” (sublinhado no trecho).

Comentários
A afirmativa está ERRADA.
Aprendemos, agora, que a crase é a junção de duas vogais “A”:
na maior parte das vezes, a junção de preposição “A” com
artigo feminino “A”.
No trecho sublinhado, não poderia haver artigo feminino
antes de “MARTELO”, por se tratar de um substantivo
masculino.
Por esse motivo, costuma-se afirmar que não se emprega o
sinal indicativo de crase antes de palavra masculina.
GABARITO: ERRADA

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Em grande parte dos casos em que ocorre crase, a primeira vogal
“A” (com valor de preposição) poderá ser substituída pela
preposição “PARA”. Isso facilita bastante a visualização dos
elementos unidos pela crase (por exemplo: “quem vai, vai PARA
algum lugar”).
Portanto, sempre que você conseguir desmembrar o “À” em “PARA
A”, a crase estará empregada corretamente.

Alice perguntou à secretária se alguém havia telefonado.


= perguntou a + a secretária
= perguntou para a secretária

Averiguar a presença do artigo também é essencial, pois lembre que


estamos tratando da união de preposição “A” + artigo “A”. Assim,
não basta a presença da preposição para que haja a crase. Observe:

Alice perguntou a ela se alguém havia telefonado.


= perguntou para ela

Não houve crase porque não houve encontro de preposição “A” com artigo
“A”.

Em outros casos, veremos que a preposição “A” não possui o mesmo


sentido da preposição “PARA”. Assim, a substituição não fará sentido
e teremos de verificar a existência da junção (entre preposição e
Atenção. LS! artigo) de outras maneiras.
Uma boa dica é substituir “À” por “AO”, ou seja, colocar o termo
regido no masculino para conferir se há a junção de preposição “A”
com artigo definido. Veja:

Nós éramos indiferentes às provocações de todos.


= indiferentes aos caprichos

Assim, ficou fácil perceber que o termo regente (“INDIFERENTES”)


exige complemento preposicionado, bem como que o termo regido
(“AS PROVOCAÇÕES”) inicia-se com artigo feminino “AS”. Agora, veja
um caso em que não haverá crase:

Nós éramos indiferentes a você.

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Não é possível dizer “nós éramos indiferentes ao você”, pois não cabe
artigo antes de “você”. Nesse caso, portanto, não haverá a ocorrência
da crase, por falta de artigo “A” para unir-se com a preposição “A”.

Espero que, até aqui, você esteja conseguindo compreender a lógica


da crase! Para confirmar, vamos ver mais uma série de exemplos em
que testaremos a presença da crase.

O estudante voltou à cidade natal depois de formado.


= voltou a + a cidade natal
= voltou para a cidade natal

Ele era favorável à descriminalização do aborto.


= favorável a + a descriminalização
= favorável ao controle

O policial ordenou às vítimas que permanecessem no local.


= ordenou a + as vítimas
= ordenou aos presentes

Somos muito gratos à ajuda prestada por ela.


= gratos a + a ajuda
= gratos ao auxílio

Espero que as medidas sejam úteis à melhoria da situação.


= úteis a + a melhoria
= úteis para a melhoria
= úteis ao aprimoramento

Os brasileiros assistiram à Copa do Mundo com esperança de vitória.


= assistiram a + a Copa do Mundo
= assistiram ao torneio

Para compreender a ocorrência da crase, é essencial recorrer aos


conhecimentos de regência, vistos nesta aula.
Já aprendemos que o verbo “ASSISTIR” será transitivo indireto ao
significar “ver, presenciar”. Assim, exigirá um complemento com
preposição “A” (quem assiste, assiste A algo). Isso justifica a crase no
último exemplo acima.
Por outro lado, se significar “prestar auxílio”, o verbo “ASSISTIR” será
transitivo direto e não caberá a preposição “A” (portanto, não haverá
crase). Perceba:

Os médicos assistiram as vítimas do tiroteio com bastante dedicação.


= assistiram os doentes

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OBSERVAÇÃO:
No caso dos topônimos (nomes locativos), devemos estar atentos!
Somente haverá crase se o nome aceitar a presença de artigo.
Observe:

Vamos à Bahia.
= Vamos a + a Bahia
= Vamos para a Bahia

Vamos a Olinda.
= Vamos para Olinda

É disso que trata a questão abaixo. Perceba:

Questão – (CESPE) Primeiro-Tenente – CBM-CE/2014


(Adaptada)

O envio de duzentos cientistas à Antártida representará o


reinício da pesquisa biológica e meteorológica brasileira no
continente, depois do incêndio que destruiu a base que o Brasil
operava ali desde 1984.
No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho
acima, julgue o item que se segue.
Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase em “à
Antártida” justifica-se porque o termo “envio” exige
complemento regido da preposição “a” e o termo “Antártida”
está precedido de artigo definido feminino.

Comentários
A afirmativa está CERTA.
A regência do verbo “enviar”, nesse caso, requer o uso da
preposição “A” (enviar algo A algum lugar). O termo seguinte,
por sua vez, inicia-se pelo artigo definido feminino (A
Antártida). Da união dessas duas vogais, surge a necessidade
do emprego do sinal grave. Veja:

O envio de cientistas à Antártida.


= O envio de cientistas a + a Antártida
= O envio de cientistas para a Antártida

GABARITO: CERTA

Agora que já estudamos a crase na junção de preposição “A” +


artigo “A”, vamos analisar os outros casos.

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→ PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES DESMONSTRATIVOS
“AQUELE, AQUELA, AQUILO”:

Ele aconselhou que eu me dirigisse àquela casa em busca de proteção.


= me dirigisse a + aquela casa
= me dirigisse para aquela casa

Aqui, a lógica será a mesma do caso analisado anteriormente. A


diferença é que, agora, a junção será entre preposição “A” e
“AQUELE/AQUELA/AQUILO”.
Poderemos, até mesmo, utilizar as mesmas dicas de substituição,
como substituir a preposição “A” por “PARA” ou substituir o
“À” por “AO”. Observe:

O professor fez alusão àquele assunto visto na aula passada.


= alusão a + aquele assunto
= alusão ao assunto

Os andarilhos voltaram àquela localização em busca de água.


= voltaram a + aquela localização
= voltaram para + aquela localização
= voltaram ao local

Fomos contrários àquilo que você disse.


= contrários a + aquilo
= contrários ao que você disse

Vamos, agora, analisar o terceiro caso mais comum de crase:

→ PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES RELATIVOS “A QUAL, AS


QUAIS”:

A rua à qual me dirigi estava interditada.


= a + a qual me dirigi
= para a qual me dirigi
O beco ao qual me dirigi estava interditado.

É possível notar que o emprego do sinal grave, neste caso, segue a


mesma lógica acima ensinada. Teremos, portanto, de estar sempre
atentos ao termo regente (para averiguar se ele exige complemento
preposicionado).
No exemplo acima, o termo regente é um verbo transitivo indireto
(“dirigir-se a algum lugar”) que necessita da preposição “A” para
completar seu sentido. Ao unir-se à forma “A QUAL”, temos uma

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junção de duas vogais “A”, o que justifica o emprego do sinal de
crase.
Vamos ver mais um exemplo:

A música à qual me referi tocou na rádio.


= a + a qual me referi
O livro ao qual me referi (...).

Encerramos, aqui, o estudo dos principais casos em que se emprega o


sinal indicativo de crase. Vamos, agora, analisar algumas
peculiaridades sobre esse fenômeno.

2. Crase e Termos Determinados

Já sabemos que os artigos e os pronomes demonstrativos determinam


os nomes. Assim, dizer “menina age com o coração” é diferente de
dizer “a menina age com o coração”. No primeiro caso, há a ideia
de indeterminação (“toda menina age com o coração”). No segundo
caso, o termo “menina” está determinado pelo artigo “a”, ou seja,
“aquela menina age com o coração”. É preciso estar atento a isso
quando analisamos a crase.
Observe:

Ele nunca foi a festa.


a festas
para qualquer festa

Ele nunca foi à festa.


para aquela festa específica

Para saber se haverá ou não a crase, devemos analisar o contexto: se


a palavra estiver em sentido genérico, não haverá a união (e,
portanto, não haverá o sinal indicativo de crase); mas se a palavra
estiver em sentido determinado, haverá a união (a crase), que será
indicada pelo sinal grave.

As crianças devem ir a escola.


para qualquer escola

As crianças não devem ir à escola hoje.


para a escola específica

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3. Crase Obrigatória

Há casos em que a crase necessariamente ocorrerá. Vamos ver quais


são.

→ Em locuções femininas: nesse caso, o uso da crase não se dá por


relação regencial (como nos casos acima), mas para evitar
ambiguidades, ou seja, para evitar que se confunda a locução com
outros termos da oração.

À noite, à tarde, à beça, à revelia, à deriva, à farta, à luz, à vista, à


escuta, à primeira vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, à
espanhola, à milanesa, à oriental, à ocidental, às vezes, às
escondidas, às avessas, às claras, às moscas, às pressas, às turras, à
vontade, às ocultas, à custa de, à força de, à beira de, à espera de, à
procura de, à vista de, à sombra de, à exceção de, à semelhança de,
à frente de, à razão de, à mercê de, à base de, à moda de, à maneira
de, à imitação de, à medida que, à proporção que, etc.

Ficamos dias à espera de uma solução para nosso problema.


A escola fica à esquerda do hospital.
À medida que o conhecia, mais encantada ficava.
Apaixonou-se à primeira vista.

EXCEÇÃO:
As locuções adverbiais de meio ou instrumento não recebem o sinal
indicativo de crase. Alguns gramáticos, no entanto, consideram como
facultativo o emprego do sinal nesses casos.

Ele foi morto a bala / a espada / a foice.


Escrevia suas cartas a mão / a máquina.

OBSERVAÇÃO:
Muitas vezes, a locução adverbial “À MODA DE” aparece implícita.
Nesses casos, deve-se manter o sinal indicativo de crase:

Ela vestia-se à Lady Di.


à moda de Lady Di

Cantava à Elis Regina.


à maneira de Elis Regina

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→ Antes de horas exatas:

Saiu às sete horas.


Marcamos à meia-noite, mas ele não apareceu.
João sai do trabalho à uma hora.
A criança assistia à televisão das 8h às 9h.

OBSERVAÇÃO:
Se o tempo indicado for indeterminado ou generalizado, não há a
crase:

A perícia confirmou que ele foi morto após as 21 horas.


Daqui a três horas, sairei para jantar.
João sai do trabalho a uma hora. (= daqui a uma hora)

4. Crase Facultativa

Há casos em que a crase é facultativa, ou seja, o sinal grave poderá


ou não ser empregado. Isso porque, nesses casos, o emprego do
artigo definido será opcional.

→ Antes de pronomes possessivos:

Irei à sua casa hoje. / Irei a sua casa hoje.


para a sua casa para sua casa

A realização de questões é necessária a/à sua aprovação.


para sua aprovação
para a sua aprovação

OBSERVAÇÃO:
Se o pronome possessivo retomar um termo elíptico (oculto), a crase
será obrigatória (pois a presença do artigo também):

Ele irá a/à minha casa, mas não irá à sua.

→ Antes da preposição “ATÉ”:

Irei até à casa de Maria. / Irei até a casa de Maria.

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Veremos, agora, algumas dicas complementares, para auxiliar na
compreensão do tema. Você notará, no entanto, que estas
observações seguem a mesma lógica já exposta até aqui.

7. Crase antes das palavras “TERRA” e “CASA”

É muito frequente que se faça confusão quando ocorre e quando não


ocorre a crase antes das palavras “TERRA” e “CASA”. Vamos analisar
esses casos.
- TERRA:
Quando a palavra for empregada no sentido de “terra firme, chão”,
NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo feminino
antes do termo. Observe:

O comandante deixou o navio e chegou a terra.

Por outro lado, quando o termo for empregado em qualquer outro


sentido determinado de terra (“planeta Terra”, “terra natal”,
“barro”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando
ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto,
será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja:

O astronauta voltou da lua e chegou à Terra.


Retornou à terra natal para rever os amigos.
O avião planou rente à terra.

- CASA:
Quando a palavra for empregada no sentido genérico de “lar,
morada”, NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo
feminino antes do termo. Observe:

Foi a casa almoçar. (= para casa)


Enquanto viajava, só pensava em retornar a casa. (= retornar para casa)

Por outro lado, quando o termo estiver acompanhado de adjetivo ou


locução adjetiva que determine seu sentido (“casa de fulano”,
“casa tal”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando
ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto,
será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja:

Foi à casa do irmão almoçar. (= para a casa do irmão)


Dirigiu-se à casa amarela e fotografou a fachada.

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8. Não haverá crase

Apenas para que você fixe o assunto, observe uma lista de algumas
situações em que não haverá o fenômeno crase. Você não precisará
memorizar esses casos se já houver entendido tudo o que foi
estudado acima.

Não ocorre a Crase

a) antes de verbo

Convidamos João a visitar nosso apartamento.

b) antes de palavras masculinas

Andava sempre a pé.

c) antes de pronomes de tratamento, exceto ”senhora, senhorita e


dona”:

Enviarei a Vossa Excelência minhas considerações sobre o caso.


Enviarei à senhorita minhas considerações sobre o caso.

d) em expressões formadas por palavras repetidas:

Fiquei frente a frente com o acusado.


Fiquei cara a cara com o acusado.

Assim, encerramos o estudo da crase.

Agora que finalizamos a parte teórica da aula vamos resolver algumas


questões sobre o assunto estudado. Após a resolução das questões
propostas, confira o seu desempenho por meio do gabarito e, só
então, passe para os comentários de cada exercício. Mesmo que você
tenha acertado a questão, não hesite, leia com atenção todos os
comentários. Essa é uma etapa fundamental para aprofundar a
teoria e para sanar dúvidas.
Vamos lá!

FINAL DIA - 05/04/2016

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QUESTÕES PROPOSTAS

Questão 01 – (FCC) Escriturário – Banco do Brasil/2011


(Adaptada)

Com o inchaço populacional decorrente do fluxo migratório em direção ......


cidades, surgiram problemas na oferta de serviços ...... população, que muitas
vezes não consegue acesso ...... recursos essenciais.

As lacunas da frase acima são corretamente preenchidas,


respectivamente, por:

a) às - à - à
b) às - à - a
c) as - a - à
d) as - à - a
e) às - a – à

Questão 02 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2014
Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma
gramaticalmente correta e textualmente coerente.

Sem __1__ pujança econômica de outrora, __2__ Europa registra nos últimos
tempos o fortalecimento de pressões xenófobas e anti-imigração. Após __3__ crise
global, iniciada em 2008, e o consequente aumento dos índices de desemprego no
continente, grupos de extrema- direita conquistaram níveis inéditos de participação
nos Parlamentos nacionais da Suécia e da Grécia. Não satisfeitos em exercer __4__
representação política, tais agremiações têm protagonizado lamentáveis episódios
de agressão __5__ minorias de outras nacionalidades.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/02/2014.)

a)

b)

c)

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d)

e)

Questão 03 – (FCC) Analista Judiciário – TRT 16ª Região (MA)/2014


(Adaptada)

Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as


assertivas que o seguem.

Responsabilidade social

• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e


práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos
que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas
ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de
uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior
do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-relacionando-se com o
equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do
ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as
expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores,
empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade.
Do ponto de vista ético, a organização que exerce sua responsabilidade social
procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar
atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar a vitalidade
da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência nacional para integrar
desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável,
o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social
corporativa ou RSC. V. ecossistema social, ética corporativa, empresa
cidadã e marketing social.
(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10a reimpressão, p. 639-40)

O segmento do verbete que apresenta descuido quanto à regência é:

a) Adoção [...] de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis.


b) Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente [...], inter-relacionando-se com o
equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.
c) a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar
da comunidade.
d) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] conservar a
vitalidade da terra e a biodiversidade.
e) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] promover o
desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida.

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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08
Questão 04 – (CESPE) Contador – MTE/2014
(Adaptada)

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira —


aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian
mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar de
classe C, estaria no grupo das maiores nações no consumo mundial, caso fosse
classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores movimentam
quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de
uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não
por menos, tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia
brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e programas
sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui saíram às lojas e
estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas aquisições.
Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>
(com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue


o próximo item.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (em negrito no texto) é


facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do
período.

Questão 05 – (FCC) Técnico Judiciário – TRE-PR/2012


(Adaptada)

Considere o emprego do verbo “apontar” nos períodos abaixo:

I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo apontou-lhe as


dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre as partes.

II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo levou os demais


a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a empresa.

III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas impopulares, apontou à


frente dos manifestantes, tentando acalmar os ânimos.

Está correta a regência do verbo apontar em

a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 08
Questão 06 – (FGV) Analista Judiciário – TRE-PA/2011
(Adaptada)

Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos...

No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em completo acordo


com a norma culta. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

a) O povo aspira a governos menos corruptos.


b) Ele assiste em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das empresas.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.

Questão 07– (FCC) Técnico Judiciário – TRE-SP/2012


(Adaptada)

Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular, expressivo como


poucos; mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim João Rubinato, que adotou o nome
de um amigo funcionário do Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A
ideia foi excelente porque um compositor inventa antes de mais nada a sua própria
personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a realidade tão paulista do
italiano recoberto pela terra e do brasileiro das raízes europeias. Adoniran Barbosa é
um paulista de cerne que exprime a sua terra com a força da imaginação
alimentada pelas heranças de fora.
Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e português. Não
concordo. Da mistura, que é o sal da nossa terra, Adoniran colheu a flor e produziu
uma obra radicalmente brasileira, em que as melhores cadências do samba e da
canção se aliaram com naturalidade às deformações normais de português
brasileiro, onde Ernesto vira Arnesto e assim por diante.
São Paulo muda muito, e ninguém é capaz de dizer aonde irá. Mas a cidade que
nossa geração conheceu (Adoniran é de 1910) foi a que se sobrepôs à velha
cidadezinha provinciana, entre 1900 e 1950; e que desde então vem cedendo lugar
a uma outra, transformada em vasta aglomeração de gente vinda de toda parte.
Esta cidade que está acabando, que já acabou com a garoa, os bondes, o trem da
Cantareira, as cantigas do Bexiga, Adoniran não a deixará acabar, porque graças a
ele ela ficará, misturada vivamente com a nova mas, como o quarto do poeta,
também "intacta, boiando no ar".
A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em geral e paulistanas
em particular. Sobretudo quando entram (quase sempre discretamente) as
indicações de lugar, para nos porem no Alto da Mooca, no Brás genérico, no recente
Metrô, no antes remoto Jaçanã. Talvez João Rubinato não exista, porque quem
existe é o mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para inventar no
plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir, com ela e conosco, para
a terra da poesia, ao apito fantasmal do trenzinho perdido da Cantareira.

(Adaptado de Antonio Candido. Textos de intervenção. São Paulo, Duas


Cidades, Ed.34, 2002, p.211-213)

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...João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do Correio...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está
empregado em:

a) ... que já acabou com a garoa...


b) ... e produziu uma obra radicalmente brasileira....
c) ... a que se sobrepôs à velha cidadezinha provinciana...
d) Adoniran Barbosa é um paulista de cerne...
e) ... e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia...

Questão 08 – (FGV) Programador – DETRAN-RN/2010

Painel do leitor (Carta do leitor)

Resgate no Chile

Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de salvamento de vidas,


após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso, mostrando muita
calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus companheiros de trabalho. Não se
pode esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e China
ofereceram à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só
enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socorristas” que,
demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina para ajudar no
salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, www.folha.com.br painel do leitor – 17/10/2010)
No 2º§, em “ofereceram à equipe chilena de salvamento, ...”, o emprego
do acento grave:

a) É justificado pela regência de “ofereceram” e pela presença de artigo definido


feminino antes de “equipe”.
b) É considerado facultativo por estar diante de substantivo coletivo.
c) Tem a mesma função em: “Eu não ia perder tempo com quem ganhou muito
dinheiro à custa de mentiras”.
d) Antecede uma locução adverbial que expressa uma circunstância.
e) Não se manteria caso “ofereceram” fosse substituído por “deram”.

Questão 09 – (FCC) Analista Judiciário – TRE-RN/2011


(Adaptada)

O valor que atribuímos ...... coisas é resultado, não raro, de uma história pessoal e
intransferível, de uma relação construída em meio a acidentes e percalços
fundamentais. Assim, nosso apreço por elas não corresponde absolutamente ......
valorização que alcançariam no mercado, esse deus todo-poderoso, que, no
entanto, resta impotente quando ao valor econômico se superpõe ...... afeição.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada,

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a) às - à - a
b) as - à – a
c) as - a – à
d) às - a – a
e) às - à - à

Questão 10 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2014
(Adaptada)

O desafio da violência

A VIOLÊNCIA, em diversas formas, foi variável fundamental na constituição da


sociedade brasileira. A ocupação europeia do hoje território brasileiro foi feita
mediante a destruição de centenas de culturas indígenas e da morte de milhões de
ameríndios.
Por outro lado, a instituição da escravidão, implicando uma dominação violenta,
física e simbólica, atingiu os índios e depois, principalmente, a mão-de-obra africana
que, durante quase quatro séculos, foi objeto do tráfico.
Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo equilíbrio de
hierarquia e individualismos, desenvolveu o uso da violência, mais ou menos
legítimo, por parte de atores sociais bem definidos. No entanto, o panorama atual
apresenta algumas características que alteram e agravam o quadro tradicional.
A urbanização acelerada, com o crescimento desenfreado das cidades, as fortes
aspirações de consumo, em boa parte frustradas, dificuldades no mercado de
trabalho e conflitos de valores são algumas variáveis que concorrem para tanto.
Ninguém mais se sente seguro: nem empresas nem indivíduos. Elites e classes
médias têm suas casas assaltadas. O que dizer das camadas populares,
secularmente vitimizadas? Nas favelas, nos conjuntos habitacionais, nas periferias,
os criminosos fazem praticamente o que querem, seviciando, estuprando e
matando. As pessoas são humilhadas e desrespeitadas de todos os modos. O poder
público tem se mostrado, no mínimo, incapaz de enfrentar essa catástrofe.
Sem dúvida, a pobreza, a miséria e a iniquidade social constituem, historicamente,
campo altamente propício para a disseminação da violência. No entanto, creio que
não tem sido dada a devida atenção para a dimensão moral, ética e do sistema de
valores como um todo, para a compreensão desse fenômeno. A perda de
credibilidade e de referências simbólicas significativas destrói expectativas de
convivência social elementares. A família, a escola e a religião não têm sido
capazes, por sua vez, de resistir à deterioração de valores. Na sociedade tradicional,
com sua violência constitutiva, existiam mecanismos de controle social que
marcaram uma moralidade básica compartilhada. Sem dúvida, continuam existindo
áreas e grupos sociais que preservam e se preocupam com essas questões.
Certamente a maioria das pessoas não é violenta ou corrupta. No entanto, o clima
geral de impunidade incentiva a utilização de recursos e estratégias criminosas.
Desenvolvem-se, inevitavelmente, soluções do tipo “justiça pelas próprias mãos”,
que aumentam ainda mais a violência e a insegurança. Policiais, bandidos,
justiceiros e seguranças travam batalhas diárias matando e pondo em risco a
segurança de toda a população. O fenômeno das “balas perdidas”, expressão desses
conflitos, é difícil de ser explicado para pessoas que não vivem nas cidades
brasileiras. O fato de qualquer pessoa em qualquer de seus bairros estar exposta a
esse tipo de perigo ilustra, de modo dramático, a intensidade da crise.

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Como construir e sustentar um projeto nacional nessas circunstâncias? A sociedade
civil, por si só, é insuficientemente organizada para enfrentar esses desafios e criar
alternativas legítimas para o enfrentamento da violência. Só o Estado, reformado e
renovado, incluindo o Legislativo e o Judiciário, poderá dispor de meios e recursos,
articulado à opinião pública, para reverter essa ameaça de colapso. Estou falando,
bem entendido, de regime democrático e não de ditaduras salvacionistas.
Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente, pelo
estabelecimento de uma política efetiva de segurança pública dentro da ordem
democrática. Só assim poderemos implementar e consolidar nossa precária
cidadania, condição básica para o futuro da nação brasileira.
(VELHO, Gilberto. Violência: faces e máscaras. In: www.scielo.br – com adaptações)

A regência do verbo dispor (em negrito no texto) é a mesma de:

a) O artigo defende a necessidade de uma nova ética social.


b) Convém atualizar velhas formas de comportamento.
c) O autor expressa suas ideias de forma clara e objetiva.
d) O palestrante fugiu ao foco dos debates.
e) Busca-se uma saída para a crise institucional.

Questão 11 – (CESPE) Todos os cargos – MEC/2014


(Adaptada)

O Censo Escolar da Educação Básica de 2013 revela que, desde 2010, o número de
matrículas em educação integral no ensino fundamental cresceu 139%, chegando a
3,1 milhões o número de estudantes matriculados na educação básica. Só no último
ano, o crescimento foi de 45,2%.
O aumento do número de alunos no ensino integral é atribuído ao Programa Mais
Educação, criado pelo Ministério da Educação para incentivar as secretarias
estaduais e municipais de educação, com a transferência de recursos federais, a
oferecer a educação integral. É considerada educação integral a jornada escolar com
sete ou mais horas de duração.
“Esses números demonstram o esforço que está sendo feito e mostram que já
temos resultados”, disse o ministro da Educação, para quem a expansão do ensino
integral é um dos grandes destaques do censo. “A meta de ensino integral do Plano
Nacional de Educação, de 25% dos alunos estarem no ensino integral, é factível se
continuarmos com esse esforço”, complementou.
De acordo com o ministro, os dados do censo evidenciam o resultado das políticas
públicas e dos programas governamentais dedicados à ampliação da oferta
educacional. “Em médio e longo prazo, as políticas públicas voltadas para o
processo educacional começam a surtir efeito no censo”, afirmou.
Censo revela crescimento no ensino integral. fev./2014.Internet:
<www.portal.inep.gov.br> (com adaptações).

No que se refere aos aspectos sintáticos e semânticos do texto acima,


julgue o item que se segue.
O emprego do acento grave em “à ampliação” (sublinhado no texto) justifica-se
em razão de o termo “dedicados” exigir complemento regido pela preposição a e
o termo “ampliação” estar precedido de artigo definido feminino.

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Questão 12 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – TCU/2013
(Adaptada)

A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas democráticos


de governo se fortalecem à medida que os governos eleitos assumem a liderança de
processos de mudanças que buscam o atendimento das demandas de sociedades
cada vez mais complexas e alcançam resultados positivos perceptíveis pela
população.
Contemporaneamente, para o alcance de resultados de desenvolvimento nacional,
exige-se dessa liderança não apenas o enfrentamento de desafios de gestão, como
a busca da eficiência na execução dos projetos e das atividades governamentais, no
conhecido lema de “fazer mais com menos”, mas também o desafio de “fazer
melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo, nos serviços públicos
de educação e saúde prestados à população. Esse novo desafio de governo tem
como consequência um novo requisito de 16 gestão, o que implica a necessidade de
desenvolvimento de novos modelos de governança para se alcançarem os objetivos
e metas de governo, em sintonia com a sociedade.
Outros aspectos sociotécnicos importantes que caracterizam a nova governança
pública se relacionam aos anseios de maior participação e controle social nas ações
de governo, que, somados ao de liberdade, estabelecem o cerne do milenar
conceito de cidadania (participação no governo) e os valores centrais da democracia
social do século XXI.
Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o modelo secular de
governança pública em todas as suas dimensões: política, econômica, social e
tecnológica. Com a evolução sociotécnica, fortemente alavancada pelo
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, as mudanças na
governança pública implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a
burocracia, nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.
Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o


item a seguir.
O emprego da preposição em “dessa liderança” (sublinhado no texto) justifica-se
pela regência do verbo exigir.

Questão 13 – (ESAF) Analista de Controle e Finanças – MF/2013

Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do


texto, de modo a manter a coesão e a coerência entre as ideias.

Questionada se o Brasil deveria ou tem condições de atender ___(1)___ pedido de


ajuda ___(2)___ emergentes ensaiado pela União Europeia para ampliar seu fundo
de estabilidade financeira, a economista A. M. disse que o País deve priorizar
___(3)___ próprio equilíbrio fiscal para enfrentar o cenário internacional adverso e
remover os obstáculos que limitam o crescimento potencial da economia.
"Não recomendaríamos ____(4)____ Brasil gastar muito dinheiro agora, mas acho
que isso (a ajuda financeira à Europa) é mais uma questão política do que
econômica." No relatório, a OCDE recomenda ___(5)___ adoção, ____(6)____
médio prazo, de uma meta plurianual para o orçamento global e de um teto para o
crescimento das despesas até mesmo como forma de preservar os investimentos
sociais e em infraestrutura.

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(Adaptado de Para OCDE, país deve sanear finanças públicas.
In: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ocde-pais-deve- sanear-financas-
publicas, acesso em 26/1/2013)

a) (1)ao
(2)aos
(3)no
(4)o
(5)à
(6)ao
b) (1) o
(2) dos
(3) no
(4) ao
(5) pela
(6) no
c) (1) o
(2) a
(3) o
(4) ao
(5) a
(6) a
d) (1) ao
(2) aos
(3) ao
(4) o
(5) pela
(6) à
e) (1) o
(2) dos
(3) ao
(4) o
(5) a
(6) à

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Questão 14 – (CESPE) Cargos de Nível Médio – MPE-PI/2012
(Adaptada)

Observou-se, ao longo da história, não uma condenação, mas uma espécie de


cortina de silêncio iniciada com Platão, cujo veto ao riso atingiu indiretamente o
legado de Demócrito (nascido em 460 a.C.), chamado de “o filósofo que ri”.
Infelizmente, da lavra de Demócrito pouco restou. O rastilho daquele lampejo que
fez o cérebro do filósofo brilhar após a gargalhada apagou-se no mundo medieval.
A valorização cristã do sofrimento levou a um desprezo geral pelo riso. Por conta
desse renitente veto ao riso, figuras pouco conhecidas foram desaparecendo da
sisuda história da filosofia. Com algumas exceções, filósofos sisudos e sérios se
esquecem de que os mecanismos de compreensão e recompensa tanto dos
conceitos filosóficos quanto das piadas são construídos da mesma matéria. Em
uma explanação filosófica ou em uma anedota, o que o ouvinte mais teme é ser
enganado. Neste caso, o “quem ri por último ri melhor” é apenas outra versão da
frase que diz: “Quem ri por último não entendeu a piada”. A revelação que as
piadas ou frases de duplo sentido proporcionam é um dos insights de maior efeito
entre as pessoas. O que os filósofos chamam de “iluminação”, os humoristas
intitulam “solavanco mental” da anedota.
A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o sentimento do humor é raro,
pois envolve a capacidade de a pessoa se distanciar de si mesma. “Eu sempre rio
de todo mundo que não riu de si também.” Esse foi o dístico que Friedrich
Nietzsche sugeriu escrever em sua porta, em A Gaia Ciência. Frase típica de um
filósofo gaiato. Literalmente.
Elias Thomé Saliba. Na cortina de silêncio. In: CartaCapital. Ano XII, n.º 673,
23/11/2011, p. 82-3, (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas do texto acima, julgue o item


subsequente.
Seria mantida a correção gramatical do período caso a preposição “de”, em
“chamado de ‘o filósofo que ri’” (sublinhado no texto), fosse omitida.

Questão 15 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – Tribunal de Contas do


Estado do Espírito Santo/2012
(Adaptada)

O rápido período em que trabalhei na chefia da Casa Civil de Benedito Valadares


representou, na realidade, uma tomada de posição no que dizia respeito ao meu
futuro. Até então, não havia resolvido abandonar a clínica. Todas as manhãs ia ao
Hospital Militar, pois não queria deixar de operar um dia sequer. Encontrava-me
numa situação transitória — sobre isso não tinha qualquer dúvida, dada a natureza
política do cargo que ocupava. Tudo era questão de tempo. Mais dia, menos dia, e
todo aquele alvoroço palaciano se extinguiria. E o que iria fazer então? Daí a razão
por que conservava meu consultório no edifício do Parc Royal e insistia em manter-
me atualizado com a melhor técnica cirúrgica. Esforço vão. Em Diamantina — a
minha velha e amada Diamantina —, contudo, o destino já começara a tecer, com
seus dedos invisíveis, a teia na qual em breve iria me enredar.

Juscelino Kubitschek. Meu caminho para Brasília. Rio de Janeiro: Bloch Ed., 1.º vol.,
1974, p. 218 (com adaptações).
Julgue o item subsequente, com base no texto acima.

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O vocábulo “futuro” (sublinhado no texto) está empregado, no texto, no sentido
de sina, e poderia ser por essa palavra substituído se o trecho em que ele ocorre
fosse reescrito da seguinte forma: à minha sina, caso em que o emprego do
sinal indicativo de crase seria obrigatório.

Questão 16 – (FGV) Assessor Técnico – DETRAN-RN/2010


(Adaptada)

Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento indicativo de


crase:

a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.


b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a memória.
e) Os livros foram entregues à ele.

Questão 17 – (ESAF) Analista de Finanças e Controle – CAERN/2010

Julgue os a/as destacados no texto abaixo e assinale a opção correta em relação à


existência de crase.

A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as políticas, planos e
programas de desenvolvimento, previamente a (1) tomada de decisão pelo Poder
Público e a (2) luz dos objetivos da sustentabilidade e da melhoria dos processos de
negociação e de controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor
juízo sobre a (3) defesa ambiental com vistas a (4) adoção de um processo de
natureza negocial, baseado numa abordagem de gestão pública compartilhada, que
não deve estar restrita as (5) agências ambientais. Visa, também, à definição de
espaços adequados e permanentes para o diálogo de forma a (6) se antecipar aos
potenciais conflitos socioambientais associados as (7) propostas de desenvolvimento
e a (8) redução de ações de intervenção que remetam as (9) decisões a (10) esfera
do Judiciário.

Devem ser acentuados com acento grave os “a/as” destacados com os


números:

a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9
b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10
c) 3, 6, 9, 10
d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10
e) 1, 2, 5, 6, 10

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GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B C E E C B A A D
11 12 13 14 15 16 17
C C C C E B D

QUESTÕES COMENTADAS

Questão 01 – (FCC) Escriturário – Banco do Brasil/2011


(Adaptada)

Com o inchaço populacional decorrente do fluxo migratório em


direção ...... cidades, surgiram problemas na oferta de serviços
...... população, que muitas vezes não consegue acesso ......
recursos essenciais.

As lacunas da frase acima são corretamente preenchidas,


respectivamente, por:

a) às - à - à
b) às - à - a
c) as - a - à
d) as - à - a
e) às - a – à

Comentários
A questão testa seus conhecimentos sobre crase.
Já aprendemos que o caso mais comum de crase trata da união de
preposição “A” + artigo “A”.
Na primeira lacuna, temos um substantivo cuja regência exige a
preposição “A” (em direção A algum lugar). O termo “cidades”, por
sua vez, deve ser iniciado por artigo definido feminino “AS” (AS
cidades), uma vez que o substantivo está com sentido determinado.

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Da junção dessas duas vogais, teremos “ÀS”, com o sinal indicativo
de crase.
Na segunda lacuna, temos o substantivo “oferta”, cuja regência
também exige a preposição (oferta de algo A alguém). O termo
regido, por sua vez, também deve ser iniciado por artigo definido
feminino (A população). Assim, da junção da preposição com o artigo,
teremos “À” (serviços à população = serviços para a população).
Na última lacuna, o substantivo “acesso” também exige
complemento preposicionado. O termo regido, no entanto, não admite
artigo feminino, pois se trata de substantivo masculino (“recursos”).
Assim, cabe somente a preposição “A”, sem crase.
GABARITO: B

Questão 02 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014
Assinale a opção que preenche as lacunas do texto de forma
gramaticalmente correta e textualmente coerente.

Sem __1__ pujança econômica de outrora, __2__ Europa registra nos


últimos tempos o fortalecimento de pressões xenófobas e anti-
imigração. Após __3__ crise global, iniciada em 2008, e o
consequente aumento dos índices de desemprego no continente,
grupos de extrema- direita conquistaram níveis inéditos de
participação nos Parlamentos nacionais da Suécia e da Grécia. Não
satisfeitos em exercer __4__ representação política, tais agremiações
têm protagonizado lamentáveis episódios de agressão __5__ minorias
de outras nacionalidades.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/02/2014.)

a)

b)

c)

d)

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e)

Comentários
Para resolver esta questão, é fundamental ter em mente o conceito de
crase. Sabemos que o fenômeno crase ocorre quando há a
junção de duas vogais “A”. Na maioria das vezes, essa junção
acontece entre uma preposição “A” e um artigo definido
feminino “A”.
Agora vamos analisar cada lacuna acima.
Na primeira lacuna, não haverá crase, pois não há qualquer termo
que exija o uso de preposição. Caberá somente o artigo definido
“A”: “sem a pujança econômica de outrora”. Para que fique clara a
ausência de preposição, vamos substituir por um termo masculino:
“sem o crescimento econômico de outrora”.
O mesmo argumento vale para a segunda e a terceira lacunas, nas
quais também não haverá crase, por ausência de preposição para
ligar-se ao artigo. Observe:

“a Europa registra...” = “o Brasil registra”


“após a crise global” = “após o colapso global”
Note que, em ambos os casos, cabe apenas a presença de artigo
definido feminino “A”.
Vale destacar, no último caso, que o termo “APÓS” é preposição,
motivo pelo qual não se deve empregar a preposição “A”.
Na quarta lacuna, também não ocorre crase, uma vez que a regência
do verbo “EXERCER” não exige complemento preposicionado (quem
exerce, exerce algo, sem preposição). Assim, o complemento “a
representação política” é formado apenas por artigo definido feminino,
motivo pelo qual o “A” NÃO recebe o sinal indicativo de crase.
Por fim, a última lacuna completa o sentido do nome “AGRESSÃO”.
Estudamos, em Regência Nominal, que alguns substantivos
necessitam de complemento preposicionado para que produzam
sentido completo. O termo “agressão” é um desses casos (agressão a
alguém). Assim, deve-se preencher a lacuna da seguinte maneira:
“episódios de agressão às minorias”. O sinal grave, nesse caso, indica
a união da preposição “A” (que completa o sentido de “agressão”)
com o artigo definido “AS” (de “as minorias”).
A alternativa B é, portanto, a correta, pois somente na última lacuna
haverá necessidade de empregar-se o sinal indicativo de crase.
GABARITO: B

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Questão 03 – (FCC) Analista Judiciário – TRT 16ª Região
(MA)/2014
(Adaptada)

Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de


comunicação, e as assertivas que o seguem.

Responsabilidade social

• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição,


de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por
meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos
das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de
responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de uma
organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito
maior do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico
é atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e
ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o
desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de
vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as
expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa:
consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e
distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a
organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar
e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar
atitudes e comportamentos através da educação e da cultura,
conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma
consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou
seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a
qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social
corporativa ou RSC. V. ecossistema social, ética corporativa,
empresa cidadã e marketing social.
(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10a reimpressão, p. 639-40)

O segmento do verbete que apresenta descuido quanto à


regência é:

a) Adoção [...] de políticas e práticas organizacionais socialmente


responsáveis.

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b) Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente [...], inter-
relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento
econômico e com o equilíbrio social.
c) a organização que exerce sua responsabilidade social procura
respeitar e cuidar da comunidade.
d) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...]
conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade.
e) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...]
promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade
de vida.

Comentários
Esta questão exige que você se atente para a regência de alguns
verbos e nomes.
A alternativa que apresenta descuido quanto à regência é a C.
Observe que os verbos “respeitar” e “cuidar” possuem regências
diferentes, mas estão sendo completados pelo mesmo termo regido
(“da comunidade”). O verbo “respeitar” é transitivo direto,
enquanto “cuidar” é transitivo indireto. Assim, está correto dizer
“cuidar DA comunidade”, porém não se deve dizer “respeitar DA
comunidade”.
GABARITO: C

Questão 04 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média


brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado
de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de
cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão
formado por essa turma, que se convencionou chamar de classe C,
estaria no grupo das maiores nações no consumo mundial, caso
fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de
neocompradores movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é
mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma
Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos,
tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia
brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e
programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes
daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e
mais criteriosos em suas aquisições.

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Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>
(com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto


acima, julgue o próximo item.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (em negrito no


texto) é facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a
correção gramatical do período.

Comentários
A questão pede que se analise o emprego do sinal indicativo de crase
no seguinte trecho: “os emergentes saíram às lojas”.
Trata-se da união de preposição “A” com artigo definido feminino
plural “AS”. Isso porque o verbo sair, neste caso, é transitivo
indireto (sair A algum lugar).
A supressão do sinal grave significaria retirar a preposição, fato que
comprometeria a correção gramatical do período, uma vez que a
regência do verbo exige o complemento preposicionado.
GABARITO: ERRADO

Questão 05 – (FCC) Técnico Judiciário – TRE-PR/2012


(Adaptada)

Considere o emprego do verbo “apontar” nos períodos abaixo:

I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo


apontou-lhe as dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre
as partes.

II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo


levou os demais a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a
empresa.

III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas


impopulares, apontou à frente dos manifestantes, tentando acalmar
os ânimos.

Está correta a regência do verbo apontar em

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a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

Comentários
A questão pede que você analise a regência do verbo “apontar” nos
períodos acima. O que se quer, em resumo, é que você examine se o
emprego de preposição foi ou não realizado corretamente, de acordo
com a transitividade do verbo “apontar”.
Vamos analisar cada item separadamente.
I – Neste período, o verbo “apontar” foi usado no sentido de
“mostrar, identificar”, caso em que será transitivo direto e
indireto (apontar algo a alguém). Observe que, no trecho
“apontou-lhe as dificuldades”, há um objeto indireto (“lhe” = a ele) e
um objeto direto “as dificuldades”. Correto está, portanto, o uso do
verbo.
II – Neste período, o verbo “apontar” foi usado no sentido de
“indicar, expor”, caso em que será transitivo direto (apontar
algo). Observe que, no trecho “levou os demais a apontarem-no”,
o pronome “O” (da forma “NO”) funciona como objeto direto. Correto
está, também aqui, o uso do verbo.
III – Neste período, o verbo “apontar” foi corretamente usado
no sentido de “aparecer”, caso em que será intransitivo. O
complemento “à frente dos manifestantes” não é objeto indireto,
como pode parecer, mas sim adjunto adverbial.
Assim, observe que, nos três períodos, o verbo apontar foi utilizado
corretamente, embora apresente regências e significados distintos.
GABARITO: E

Questão 06 – (FGV) Analista Judiciário – TRE-PA/2011


(Adaptada)

Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos...

No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em


completo acordo com a norma culta. Assinale a alternativa em
que isso NÃO tenha ocorrido.

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a) O povo aspira a governos menos corruptos.
b) Ele assiste em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das
empresas.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.

Comentários
Vamos analisar cada alternativa.
Alternativa A – O verbo “aspirar”, quando usado no sentido de
“almejar, desejar”, é transitivo indireto. Exige, portanto, o uso da
preposição “A”, corretamente empregada.
Alternativa B – O verbo “assistir”, quando usado no sentido de
“morar, residir”, é intransitivo, mas exige o acompanhamento de
adjunto adverbial iniciado pela preposição “EM”.
Alternativa C – A regência do substantivo “combate” exige
complemento preposicionado (combate A algo). O termo regido, no
entanto, não deve iniciar-se por artigo definido, uma vez que se trata
de termo genérico, indeterminado (“população” e não “a população”).
O sinal indicativo de crase foi, portanto, mal empregado.
Alternativa D – Quando o complemento do verbo “pagar” for
“pessoa” (e não “coisa”), ele será transitivo indireto (pagar A
alguém). Exige, portanto, o uso da preposição “A”, corretamente
empregada.
Alternativa E – Está correta a frase, pois o verbo “esquecer” é
transitivo direto (“esquecer algo”, e não “esquecer de algo”).
Somente será transitivo indireto na forma pronominal (“esquecer-
se de algo”).
GABARITO: C

Questão 07– (FCC) Técnico Judiciário – TRE-SP/2012


(Adaptada)

Adoniran Barbosa é um grande compositor e poeta popular,


expressivo como poucos; mas não é Adoniran nem Barbosa, e sim
João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do
Correio e o sobrenome de um compositor admirado. A ideia foi
excelente porque um compositor inventa antes de mais nada a sua
própria personalidade; e porque, ao fazer isto, ele exprimiu a

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realidade tão paulista do italiano recoberto pela terra e do brasileiro
das raízes europeias. Adoniran Barbosa é um paulista de cerne que
exprime a sua terra com a força da imaginação alimentada pelas
heranças de fora.
Já tenho lido que ele usa uma língua misturada de italiano e
português. Não concordo. Da mistura, que é o sal da nossa terra,
Adoniran colheu a flor e produziu uma obra radicalmente brasileira,
em que as melhores cadências do samba e da canção se aliaram com
naturalidade às deformações normais de português brasileiro, onde
Ernesto vira Arnesto e assim por diante.
São Paulo muda muito, e ninguém é capaz de dizer aonde irá. Mas a
cidade que nossa geração conheceu (Adoniran é de 1910) foi a que se
sobrepôs à velha cidadezinha provinciana, entre 1900 e 1950; e que
desde então vem cedendo lugar a uma outra, transformada em vasta
aglomeração de gente vinda de toda parte. Esta cidade que está
acabando, que já acabou com a garoa, os bondes, o trem da
Cantareira, as cantigas do Bexiga, Adoniran não a deixará acabar,
porque graças a ele ela ficará, misturada vivamente com a nova mas,
como o quarto do poeta, também "intacta, boiando no ar".
A sua poesia e a sua música são ao mesmo tempo brasileiras em
geral e paulistanas em particular. Sobretudo quando entram (quase
sempre discretamente) as indicações de lugar, para nos porem no
Alto da Mooca, no Brás genérico, no recente Metrô, no antes remoto
Jaçanã. Talvez João Rubinato não exista, porque quem existe é o
mágico Adoniran Barbosa, vindo dos carreadores de café para
inventar no plano da arte a permanência da sua cidade e depois fugir,
com ela e conosco, para a terra da poesia, ao apito fantasmal do
trenzinho perdido da Cantareira.

(Adaptado de Antonio Candido. Textos de intervenção. São Paulo, Duas


Cidades, Ed.34, 2002, p.211-213)

...João Rubinato, que adotou o nome de um amigo funcionário do


Correio...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado


acima está empregado em:

a) ... que já acabou com a garoa...


b) ... e produziu uma obra radicalmente brasileira....
c) ... a que se sobrepôs à velha cidadezinha provinciana...
d) Adoniran Barbosa é um paulista de cerne...
e) ... e depois fugir, com ela e conosco, para a terra da poesia...

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Comentários
Para responder a esta questão, devemos, em primeiro lugar, analisar
o complemento do verbo “ADOTAR”, qual seja, o objeto direto “o
nome”.
Após isso, teremos de encontrar, nas alternativas, outro objeto direto.
Há outro verbo transitivo direto (“produzir”) somente na
Alternativa B. Observe que ele foi completado pelo objeto direto
“uma obra”.
Os verbos que constam nas demais alternativas não são transitivos
diretos e exigem outros complementos, veja:

Alternativa A – O verbo “acabar”, quando usado no sentido de


“destruir algo, arruinar”, é transitivo indireto. Exige, portanto, o
uso da preposição “com”.

Alternativa C – A regência do substantivo “sobrepôs” exige


complemento preposicionado (sobrepôs A algo), logo é transitivo
indireto.
Alternativa D – Aqui estamos diante do verbo de ligação “e”, que
liga o sujeito ao seu predicativo. Caso queira revisar o conceito de
verbo de ligação, sugiro que estude a aula de verbos.
Alternativa E – O verbo “fugir”, quando usado no sentido de “ir
embora”, é transitivo indireto. Exige, portanto, o uso de preposição.
GABARITO: B

Questão 08 – (FGV) Programador – DETRAN-RN/2010

Painel do leitor (Carta do leitor)

Resgate no Chile

Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de salvamento


de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de
cobre e ouro no Chile.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso,
mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus
companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica e
material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram à equipe
chilena de salvamento, num gesto humanitário que só enobrece
esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socorristas” que,

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demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina para
ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, www.folha.com.br painel do leitor – 17/10/2010)

No 2º§, em “ofereceram à equipe chilena de salvamento,


...”, o emprego do acento grave:

a) É justificado pela regência de “ofereceram” e pela presença de


artigo definido feminino antes de “equipe”.
b) É considerado facultativo por estar diante de substantivo coletivo.
c) Tem a mesma função em: “Eu não ia perder tempo com quem
ganhou muito dinheiro à custa de mentiras”.
d) Antecede uma locução adverbial que expressa uma circunstância.
e) Não se manteria caso “ofereceram” fosse substituído por “deram”.

Comentários
Temos, aqui, uma excelente questão sobre crase. Ela aborda quase
todos os aspectos que estudamos relacionados ao tema.
Para respondê-la, temos de analisar a justificativa do emprego do
sinal grave no seguinte trecho: “ofereceram à equipe chilena de
salvamento...”.
Antes, no entanto, vale lembrar que crase é o fenômeno de união
entre duas vogais idênticas (em nossa língua, de duas vogais
“A”), indicado pelo acento grave (sinal indicativo de crase). O caso
mais comum de crase ocorre da união entre preposição “A” e artigo
definido feminino “A”.
É o que acontece no período mencionado acima. Observe que o verbo
“oferecer” é transitivo direto e indireto, ou seja, exige um
complemento não preposicionado e um complemento preposicionado
(oferecer algo A alguém).
No trecho destacado, devemos analisar somente o objeto indireto (“à
equipe chilena de salvamento”), que complementa o verbo “oferecer”
com auxílio necessário da preposição “A”. O termo recebe o sinal
indicativo de crase porque a preposição “A” une-se ao artigo
definido feminino “A” de “a equipe chilena de salvamento”. Está
correta, portanto, a ALTERNATIVA A.
Observe que a presença do artigo, nesse caso, é fundamental, pois o
termo “equipe” encontra-se determinado (não se trata de uma equipe
qualquer, mas A equipe chilena de salvamento). Logo, a
ALTERNATIVA B está errada.

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Com base nessas informações, vamos, agora, analisar as outras
alternativas.
A ALTERNATIVA C afirma, equivocadamente, que o uso do sinal
grave no trecho “... à custa de mentiras” possui a mesma justificativa
vista acima. Ao contrário do trecho anteriormente analisado, o termo
“à custa de” não está completando o sentido de nenhum termo.
Trata-se de locução feminina que sempre recebe o sinal grave.
Também a ALTERNATIVA D está incorreta, pois, como vimos, “à
equipe chilena de salvamento” não é locução adverbial, nem expressa
circunstância. Trata-se de objeto indireto que completa a forma
verbal “ofereceram”.
Por fim, a ALTERNATIVA E está errada. O verbo “dar”, tal qual o
verbo “oferecer”, também exige, nesse caso, o complemento
preposicionado. Desse modo, o sinal indicativo de crase deveria ser
mantido.
GABARITO: A
REFAZER

Questão 09 – (FCC) Analista Judiciário – TRE-RN/2011


(Adaptada)

O valor que atribuímos ...... coisas é resultado, não raro, de uma


história pessoal e intransferível, de uma relação construída em meio a
acidentes e percalços fundamentais. Assim, nosso apreço por elas não
corresponde absolutamente ...... valorização que alcançariam no
mercado, esse deus todo-poderoso, que, no entanto, resta impotente
quando ao valor econômico se superpõe ...... afeição.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem


dada,

a) às - à - a
b) as - à – a
c) as - a – à
d) às - a – a
e) às - à - à

Comentários
A primeira lacuna deve ser preenchida por “às”. Isso porque o termo
“às coisas” funciona como objeto indireto da oração, uma vez que
completa o sentido do verbo transitivo indireto “atribuir”: atribuir algo

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(“o valor”) a algo (“às coisas”). Observe que a junção da preposição
“A” com o artigo definido feminino plural “AS” justifica o sinal
indicativo de crase.
A segunda lacuna deve ser preenchida por “à”. Isso porque o termo
“à valorização” completa o sentido do verbo transitivo indireto
“corresponder” (corresponder a algo) com a presença necessária da
preposição. O artigo definido feminino antes de “valorização” também
será necessário, uma vez que o termo está determinado (“a
valorização que alcançariam no mercado”). Da junção desses dois “A”,
temos a ocorrência da crase.
A terceira lacuna deve ser preenchida pelo artigo definido feminino
“a”. O termo “a afeição” funciona como sujeito da oração, motivo
pelo qual não recebe preposição. Sem preposição, não há motivo para
empregar o sinal indicativo de crase, pois não haverá junção de duas
vogais “A”.
GABARITO: A

Questão 10 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2014
(Adaptada)

O desafio da violência

A VIOLÊNCIA, em diversas formas, foi variável fundamental na


constituição da sociedade brasileira. A ocupação europeia do hoje
território brasileiro foi feita mediante a destruição de centenas de
culturas indígenas e da morte de milhões de ameríndios.
Por outro lado, a instituição da escravidão, implicando uma dominação
violenta, física e simbólica, atingiu os índios e depois, principalmente,
a mão-de-obra africana que, durante quase quatro séculos, foi objeto
do tráfico.
Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo
equilíbrio de hierarquia e individualismos, desenvolveu o uso da
violência, mais ou menos legítimo, por parte de atores sociais bem
definidos. No entanto, o panorama atual apresenta algumas
características que alteram e agravam o quadro tradicional.
A urbanização acelerada, com o crescimento desenfreado das cidades,
as fortes aspirações de consumo, em boa parte frustradas,
dificuldades no mercado de trabalho e conflitos de valores são
algumas variáveis que concorrem para tanto.
Ninguém mais se sente seguro: nem empresas nem indivíduos. Elites
e classes médias têm suas casas assaltadas. O que dizer das camadas

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populares, secularmente vitimizadas? Nas favelas, nos conjuntos
habitacionais, nas periferias, os criminosos fazem praticamente o que
querem, seviciando, estuprando e matando. As pessoas são
humilhadas e desrespeitadas de todos os modos. O poder público tem
se mostrado, no mínimo, incapaz de enfrentar essa catástrofe.
Sem dúvida, a pobreza, a miséria e a iniquidade social constituem,
historicamente, campo altamente propício para a disseminação da
violência. No entanto, creio que não tem sido dada a devida atenção
para a dimensão moral, ética e do sistema de valores como um todo,
para a compreensão desse fenômeno. A perda de credibilidade e de
referências simbólicas significativas destrói expectativas de
convivência social elementares. A família, a escola e a religião não
têm sido capazes, por sua vez, de resistir à deterioração de valores.
Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam
mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica
compartilhada. Sem dúvida, continuam existindo áreas e grupos
sociais que preservam e se preocupam com essas questões.
Certamente a maioria das pessoas não é violenta ou corrupta. No
entanto, o clima geral de impunidade incentiva a utilização de
recursos e estratégias criminosas.
Desenvolvem-se, inevitavelmente, soluções do tipo “justiça pelas
próprias mãos”, que aumentam ainda mais a violência e a
insegurança. Policiais, bandidos, justiceiros e seguranças travam
batalhas diárias matando e pondo em risco a segurança de toda a
população. O fenômeno das “balas perdidas”, expressão desses
conflitos, é difícil de ser explicado para pessoas que não vivem nas
cidades brasileiras. O fato de qualquer pessoa em qualquer de seus
bairros estar exposta a esse tipo de perigo ilustra, de modo
dramático, a intensidade da crise.
Como construir e sustentar um projeto nacional nessas
circunstâncias? A sociedade civil, por si só, é insuficientemente
organizada para enfrentar esses desafios e criar alternativas legítimas
para o enfrentamento da violência. Só o Estado, reformado e
renovado, incluindo o Legislativo e o Judiciário, poderá dispor de
meios e recursos, articulado à opinião pública, para reverter essa
ameaça de colapso. Estou falando, bem entendido, de regime
democrático e não de ditaduras salvacionistas.
Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente,
pelo estabelecimento de uma política efetiva de segurança pública
dentro da ordem democrática. Só assim poderemos implementar e
consolidar nossa precária cidadania, condição básica para o futuro da
nação brasileira.
(VELHO, Gilberto. Violência: faces e máscaras. In: www.scielo.br – com adaptações)

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A regência do verbo dispor (em negrito no texto) é a mesma
de:

a) O artigo defende a necessidade de uma nova ética social.


b) Convém atualizar velhas formas de comportamento.
c) O autor expressa suas ideias de forma clara e objetiva.
d) O palestrante fugiu ao foco dos debates.
e) Busca-se uma saída para a crise institucional.

Comentários
Para responder a esta questão, é necessário, logo de início, analisar a
regência do verbo destacado no seguinte trecho: “poderá dispor de
meios e recursos”. Observe que se trata de um verbo transitivo
indireto, uma vez que seu complemento exige o auxílio da
preposição “DE”.
Entre as alternativas apresentadas, o único verbo que exige o
complemento preposicionado é o verbo “FUGIR” (fugir A algo, no
sentido de “evitar, escapar”). É, portanto, verbo transitivo indireto,
tal qual o verbo “dispor”.
Nas demais alternativas, a regência do verbo é diversa. Observe:
Alternativa A – O verbo “defender” é transitivo direto.
Alternativa B – O verbo “convir” é intransitivo (“atualizar velhas
formas de comportamento” funciona como sujeito, e não como
objeto).
Alternativa C – O verbo “expressar” é transitivo direto, completado
pelo objeto direto “suas ideias”.
Alternativa D – Alternativa correta!
Alternativa E – A oração está escrita na voz passiva sintética. Se
transpusermos para a voz passiva analítica, teremos: “Uma saída
para a crise institucional é buscada”. Já aprendemos que somente
orações formadas por verbo transitivo direto ou verbo transitivo
direto e indireto (a exemplo do verbo “buscar”) podem ser
transformadas para a voz passiva sintética.
GABARITO: D

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Questão 11 – (CESPE) Todos os cargos – MEC/2014


(Adaptada)

O Censo Escolar da Educação Básica de 2013 revela que, desde 2010,


o número de matrículas em educação integral no ensino fundamental
cresceu 139%, chegando a 3,1 milhões o número de estudantes
matriculados na educação básica. Só no último ano, o crescimento foi
de 45,2%.
O aumento do número de alunos no ensino integral é atribuído ao
Programa Mais Educação, criado pelo Ministério da Educação para
incentivar as secretarias estaduais e municipais de educação, com a
transferência de recursos federais, a oferecer a educação integral. É
considerada educação integral a jornada escolar com sete ou mais
horas de duração.
“Esses números demonstram o esforço que está sendo feito e
mostram que já temos resultados”, disse o ministro da Educação,
para quem a expansão do ensino integral é um dos grandes
destaques do censo. “A meta de ensino integral do Plano Nacional de
Educação, de 25% dos alunos estarem no ensino integral, é factível se
continuarmos com esse esforço”, complementou.
De acordo com o ministro, os dados do censo evidenciam o resultado
das políticas públicas e dos programas governamentais dedicados à
ampliação da oferta educacional. “Em médio e longo prazo, as
políticas públicas voltadas para o processo educacional começam a
surtir efeito no censo”, afirmou.
Censo revela crescimento no ensino integral. fev./2014.Internet:
<www.portal.inep.gov.br> (com adaptações).

No que se refere aos aspectos sintáticos e semânticos do


texto acima, julgue o item que se segue.
O emprego do acento grave em “à ampliação” (sublinhado no texto)
justifica-se em razão de o termo “dedicados” exigir complemento
regido pela preposição a e o termo “ampliação” estar precedido de
artigo definido feminino.

Comentários
Está correta a afirmativa acima.
O emprego do sinal grave justifica-se exatamente pelo motivo
mencionado, qual seja, a presença da preposição “A” (exigida pela
regência do termo “dedicados”) unida ao artigo definido feminino “A”
(de “a ampliação”). Essa união de duas vogais “A” é o que se
denomina CRASE.

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Teoria e questões comentadas
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GABARITO: CERTO

Questão 12 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – TCU/2013


(Adaptada)

A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas


democráticos de governo se fortalecem à medida que os governos
eleitos assumem a liderança de processos de mudanças que buscam o
atendimento das demandas de sociedades cada vez mais complexas e
alcançam resultados positivos perceptíveis pela população.
Contemporaneamente, para o alcance de resultados de
desenvolvimento nacional, exige-se dessa liderança não apenas o
enfrentamento de desafios de gestão, como a busca da eficiência na
execução dos projetos e das atividades governamentais, no conhecido
lema de “fazer mais com menos”, mas também o desafio de “fazer
melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo, nos
serviços públicos
de educação e saúde prestados à população. Esse novo desafio de
governo tem como consequência um novo requisito de 16 gestão, o
que implica a necessidade de desenvolvimento de novos modelos de
governança para se alcançarem os objetivos e metas de governo, em
sintonia com a sociedade.
Outros aspectos sociotécnicos importantes que caracterizam a nova
governança pública se relacionam aos anseios de maior participação e
controle social nas ações de governo, que, somados ao de liberdade,
estabelecem o cerne do milenar conceito de cidadania (participação
no governo) e os valores centrais da democracia social do século XXI.
Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o
modelo secular de governança pública em todas as suas dimensões:
política, econômica, social e tecnológica. Com a evolução sociotécnica,
fortemente alavancada pelo desenvolvimento das tecnologias da
informação e comunicação, as mudanças na governança pública
implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a burocracia,
nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.
Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o item a seguir.
O emprego da preposição em “dessa liderança” (sublinhado no
texto) justifica-se pela regência do verbo exigir.

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Comentários
Vamos analisar a regência do verbo “exigir”.
Ele pode ser transitivo direto e indireto quando significar “impor
obrigação ou dever”. O objeto indireto será regido pela preposição
“DE”. Assim, diz-se exigir algo de alguém.
É o que ocorre no trecho destacado: “exige-se dessa liderança...”.
Correta está, portanto, a afirmativa da questão.
GABARITO: CERTO

Questão 13 – (ESAF) Analista de Controle e Finanças –


MF/2013

Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as


lacunas do texto, de modo a manter a coesão e a coerência
entre as ideias.

Questionada se o Brasil deveria ou tem condições de atender


___(1)___ pedido de ajuda ___(2)___ emergentes ensaiado pela
União Europeia para ampliar seu fundo de estabilidade financeira, a
economista A. M. disse que o País deve priorizar ___(3)___ próprio
equilíbrio fiscal para enfrentar o cenário internacional adverso e
remover os obstáculos que limitam o crescimento potencial da
economia.
"Não recomendaríamos ____(4)____ Brasil gastar muito dinheiro
agora, mas acho que isso (a ajuda financeira à Europa) é mais uma
questão política do que econômica." No relatório, a OCDE recomenda
___(5)___ adoção, ____(6)____ médio prazo, de uma meta
plurianual para o orçamento global e de um teto para o crescimento
das despesas até mesmo como forma de preservar os investimentos
sociais e em infraestrutura.
(Adaptado de Para OCDE, país deve sanear finanças públicas.
In: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ocde-pais-deve- sanear-
financas-publicas, acesso em 26/1/2013)

a) (1)ao
(2)aos
(3)no
(4)o
(5)à
(6)ao

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b) (1) o
(2) dos
(3) no
(4) ao
(5) pela
(6) no
c) (1) o
(2) a
(3) o
(4) ao
(5) a
(6) a
d) (1) ao
(2) aos
(3) ao
(4) o
(5) pela
(6) à
e) (1) o
(2) dos
(3) ao
(4) o
(5) a
(6) à

Comentários
Temos, aqui, uma típica questão de regência. Assim, nossa tarefa
será analisar quando o nome (substantivo, adjetivo, advérbio) ou o
verbo exigem (ou não) o uso de preposição. Vamos analisar cada
lacuna.
(1) Já analisamos, ao longo da aula, as regências do verbo
“atender”. Vimos que, quando significa “responder”, o verbo poderá
ser tanto transitivo direto quanto transitivo indireto. Assim, a
lacuna pode ser preenchida das seguintes maneira: “atender AO/O
pedido de ajuda”.

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(2) Aqui, o termo “emergentes” deve completar o sentido de “pedido
de ajuda” com auxílio da preposição “A” (pedido de ajuda A alguém).
A lacuna deve ser preenchida assim: “pedido de ajuda A emergentes”.
Observe que não se deve empregar o artigo definido “OS”, pois trata-
se de termo genérico (“emergentes”).
(3) O verbo “priorizar” é transitivo direto – não se deve usar
preposição antes de seu complemento. Assim, deve-se preencher a
lacuna com “deve-se priorizar O próprio equilíbrio fiscal”.
(4) O verbo “recomendar” é transitivo direto e indireto (recomendar
algo A alguém). No trecho a ser preenchido, deve-se escrever “não
recomendaríamos AO Brasil”, pois o complemento do verbo funciona
como objeto indireto. A lacuna (5), por sua vez, inicia um
complemento não preposicionado (objeto direto) do verbo
“recomendar”. Deve-se, portanto, empregar apenas o artigo feminino,
sem preposição: “recomenda A adoção”.
(6) A expressão “A médio prazo” não recebe o sinal indicativo de
crase, pois, como vimos, não há crase antes de substantivo
masculino.
GABARITO: C

Questão 14 – (CESPE) Cargos de Nível Médio – MPE-PI/2012


(Adaptada)

Observou-se, ao longo da história, não uma condenação, mas uma


espécie de cortina de silêncio iniciada com Platão, cujo veto ao riso
atingiu indiretamente o legado de Demócrito (nascido em 460 a.C.),
chamado de “o filósofo que ri”. Infelizmente, da lavra de Demócrito
pouco restou. O rastilho daquele lampejo que fez o cérebro do
filósofo brilhar após a gargalhada apagou-se no mundo medieval. A
valorização cristã do sofrimento levou a um desprezo geral pelo riso.
Por conta desse renitente veto ao riso, figuras pouco conhecidas
foram desaparecendo da sisuda história da filosofia. Com algumas
exceções, filósofos sisudos e sérios se esquecem de que os
mecanismos de compreensão e recompensa tanto dos conceitos
filosóficos quanto das piadas são construídos da mesma matéria. Em
uma explanação filosófica ou em uma anedota, o que o ouvinte mais
teme é ser enganado. Neste caso, o “quem ri por último ri melhor” é
apenas outra versão da frase que diz: “Quem ri por último não
entendeu a piada”. A revelação que as piadas ou frases de duplo
sentido proporcionam é um dos insights de maior efeito entre as
pessoas. O que os filósofos chamam de “iluminação”, os humoristas
intitulam “solavanco mental” da anedota.

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A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o sentimento do
humor é raro, pois envolve a capacidade de a pessoa se distanciar de
si mesma. “Eu sempre rio de todo mundo que não riu de si também.”
Esse foi o dístico que Friedrich Nietzsche sugeriu escrever em sua
porta, em A Gaia Ciência. Frase típica de um filósofo gaiato.
Literalmente.
Elias Thomé Saliba. Na cortina de silêncio. In: CartaCapital. Ano XII, n.º 673,
23/11/2011, p. 82-3, (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas do texto acima, julgue o


item subsequente.
Seria mantida a correção gramatical do período caso a preposição
“de”, em “chamado de ‘o filósofo que ri’” (sublinhado no texto), fosse
omitida.

Comentários
Nós aprendemos, quando estudamos a regência do verbo “CHAMAR”,
que seu predicativo admite tanto a forma preposicionada quanto a
forma não preposicionada.
Assim, tanto faz dizer “chamado de ‘o filosofo que ri’” ou “chamado ‘o
filósofo que ri’”. Está correta a afirmativa.
GABARITO: CERTO

Questão 15 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – Tribunal


de Contas do Estado do Espírito Santo/2012
(Adaptada)

O rápido período em que trabalhei na chefia da Casa Civil de Benedito


Valadares representou, na realidade, uma tomada de posição no que
dizia respeito ao meu futuro. Até então, não havia resolvido
abandonar a clínica. Todas as manhãs ia ao Hospital Militar, pois não
queria deixar de operar um dia sequer. Encontrava-me numa situação
transitória — sobre isso não tinha qualquer dúvida, dada a natureza
política do cargo que ocupava. Tudo era questão de tempo. Mais dia,
menos dia, e todo aquele alvoroço palaciano se extinguiria. E o que
iria fazer então? Daí a razão por que conservava meu consultório no
edifício do Parc Royal e insistia em manter-me atualizado com a
melhor técnica cirúrgica. Esforço vão. Em Diamantina — a minha
velha e amada Diamantina —, contudo, o destino já começara a tecer,
com seus dedos invisíveis, a teia na qual em breve iria me enredar.
Juscelino Kubitschek. Meu caminho para Brasília. Rio de Janeiro: Bloch Ed., 1.º vol.,
1974, p. 218 (com adaptações).

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Julgue o item subsequente, com base no texto acima.
O vocábulo “futuro” (sublinhado no texto) está empregado, no texto,
no sentido de sina, e poderia ser por essa palavra substituído se o
trecho em que ele ocorre fosse reescrito da seguinte forma: à minha
sina, caso em que o emprego do sinal indicativo de crase seria
obrigatório.

Comentários
Nós aprendemos que é facultativa a crase antes de pronomes
possessivos. Isso porque o artigo, nesses casos, será facultativo.
Observe que tanto se pode escrever “dizia respeito AO meu futuro”
quanto “dizia respeito A meu futuro” (com o artigo definido masculino
e sem o artigo definido masculino, respectivamente).
Do mesmo modo, tanto se pode escrever “dizia respeito À minha
sina” quanto “dizia respeito A minha sina” (com o artigo definido
feminino e sem o artigo definido feminino, respectivamente).
Assim, a afirmativa está errada.
GABARITO: ERRADO
Refazer

Questão 16 – (FGV) Assessor Técnico – DETRAN-RN/2010


(Adaptada)

Assinale a alternativa em que está correto o uso do acento


indicativo de crase:

a) O autor se comparou à alguém que tem boa memória.


b) Ele se referiu às pessoas de boa memória.
c) As pessoas aludem à uma causa específica.
d) Ele passou a ser entendido à partir de suas reflexões sobre a
memória.
e) Os livros foram entregues à ele.

Comentários
Vamos analisar em quais alternativas o sinal indicativo de crase foi
utilizado corretamente.
Alternativa A – O sinal indicativo de crase foi empregado
incorretamente. Não se pode utilizar artigo feminino antes de palavras
masculinas, o que inviabiliza a ocorrência da crase.
Alternativa B – A alternativa está correta. O verbo “referir” (transitivo

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indireto) exige o complemento preposicionado (referir-se A alguém).
Da união da preposição “A” com o artigo definido feminino de “AS
pessoas”, temos a ocorrência da crase: “ele se referiu às pessoas de
boa memória”.
Alternativa C – Não cabe o sinal grave, por ausência de artigo definido
“A” para unir-se à preposição “A”. Observe que já há o artigo “uma”,
motivo pelo qual não se poderá empregar outro artigo.
Alternativa D – Não há crase antes de verbo, uma vez que não se usa
artigo antes de verbos. Assim, correto é dizer “A partir”, sem sinal
grave.
Alternativa E – Não há crase antes de pronome pessoal do caso reto,
uma vez que não se usa artigo antes desse tipo pronominal. Assim,
correto é dizer “A ele”, sem sinal grave.
GABARITO: B

Questão 17 – (ESAF) Analista de Finanças e Controle –


CAERN/2010

Julgue os a/as destacados no texto abaixo e assinale a opção correta


em relação à existência de crase.

A sociedade brasileira, cada vez mais, quer conhecer e debater as


políticas, planos e programas de desenvolvimento, previamente a (1)
tomada de decisão pelo Poder Público e a (2) luz dos objetivos da
sustentabilidade e da melhoria dos processos de negociação e de
controle social. Essa discussão é orientada pela busca do melhor juízo
sobre a (3) defesa ambiental com vistas a (4) adoção de um processo
de natureza negocial, baseado numa abordagem de gestão pública
compartilhada, que não deve estar restrita as (5) agências
ambientais. Visa, também, à definição de espaços adequados e
permanentes para o diálogo de forma a (6) se antecipar aos
potenciais conflitos socioambientais associados as (7) propostas de
desenvolvimento e a (8) redução de ações de intervenção que
remetam as (9) decisões a (10) esfera do Judiciário.

Devem ser acentuados com acento grave os “a/as” destacados


com os números:

a) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9
b) 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10
c) 3, 6, 9, 10

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d) 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10
e) 1, 2, 5, 6, 10

Comentários
Vamos analisar cada lacuna para determinar se há ou não justificativa
para o emprego do sinal indicativo de crase.
1) A regência do advérbio “previamente” exige complemento
preposicionado (previamente a algo). Uma vez que o termo seguinte,
por ser determinado, deve iniciar-se por artigo definido feminino (“a
tomada de decisão”), haverá a crase.
2) Aprendemos que se acentuam, com acento grave, locuções
femininas, independentemente da regência dos termos que lhes
antecederem. A locução “À luz” é um caso de locução adverbial
feminina em que sempre haverá a crase.
3) Neste caso, não haverá crase por ausência de preposição “A” para
unir-se ao artigo presente em “a defesa”. Observe que já se utilizou,
no complemento ao termo juízo, a preposição “sobre”, motivo pelo
qual não se deve empregar mais uma preposição.
4) Neste caso, há a união da preposição presente em “com vistas a”
com o artigo definido feminino presente em “a adoção”. Portanto,
haverá a crase: “com vistas À adoção”.
5) Neste caso, a regência da palavra “restrita” exige o complemento
preposicionado (restrita a algo). Uma vez que o termo regido inicia-se
com artigo definido plural “as agências”, haverá a crase: “restrita
ÀS agências”.
6) Não haverá crase neste caso, por ausência de artigo definido para
juntar-se à preposição presente. Isso porque, como aprendemos, não
se utiliza artigo antes de verbo.
7 e 8) A regência da palavra “associados” exige o complemento
preposicionado (associados a algo). Neste caso, teremos dois termos
regidos: um, iniciado por artigo definido feminino plural “as
propostas”, e outro, iniciado por artigo definido feminino “a redução”.
Em ambos, haverá a crase: “associados ÀS propostas” e “associados
À redução”.
9 e 10) O verbo “remeter” é transitivo direto e indireto (remeter algo
a alguém). Ele terá, portanto, um complemento sem preposição
(objeto direto) e um complemento preposicionado (objeto indireto). O
objeto direto, no texto, é o termo “as decisões” (09), sem preposição
e, portanto, sem crase. O objeto indireto, por sua vez, é o termo “à
esfera do Judiciário” (10), com preposição e, portanto, com crase.
GABARITO: D

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Caro aluno,

Chegamos ao final da nossa Aula 08.

Espero que tenha aproveitado a nossa aula e o aguardo no próximo


encontro.

Um grande abraço e bons estudos!

Ludimila

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