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Português

SEST - Serviço Social do Transporte


SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso online – Português – Brasília: SEST/SENAT, 2016.

61 p. : il. – (EaD)

1. Língua portuguesa. 2. Linguística. I. Serviço Social


do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte. III. Título.
CDU 81’3

ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 6

Unidade 1 | Morfossintaxe / Frase, Oração e Período 7

1 Frase, Oração e Período 8

1.1 Frase 8

1.2 Oração 9

1.3 Período 10

Glossário 11

Atividades 12

Referências 13

Unidade 2 | Morfossintaxe / Substantivo, Pronome e Verbo 15

1 Principais Classes de Palavras 16

1.1 Substantivo 16

1.1.1 Classificação dos substantivos 17

1.2 Pronomes 18

1.2.1 Pronomes pessoais 18

1.2.1.1 Emprego dos Pronomes Pessoais 18

1.2.2 Pronomes de tratamento 19

1.2.2.1 Pronomes de Tratamento, Abreviaturas e Emprego 19

1.2.3 Pronomes Possessivos 20

1.2.3.1 Emprego dos Pronomes Possessivos 21

1.2.4 Pronomes Relativos 21

1.2.5. Pronomes demonstrativos 22

3
1.2.5.1 Emprego dos pronomes demonstrativos 22

1.2.6 Pronomes indefinidos 23

1.2.6.1 Locuções pronominais 23

1.2.7 Pronomes interrogativos 23

1.3 Verbo 24

1.3.1 Classificação dos verbos 25

1.3.2 Emprego dos modos e tempos verbais 26

1.3.2.1 Tempos verbais 26

1.3.2.2 Modo 26

1.3.2.2.1 Modo indicativo 27

1.3.2.2.2 Modo subjuntivo 28

1.3.2.2.3 Modo imperativo 28

Glossário 29

Atividades 30

Referências 32

Unidade 3 | Tipos de Sujeito / Objetos Direto e Indireto 34

1 Sujeito e predicado 35

1.1 Classificação dos Sujeitos 36

1.2 Classificação dos Predicados 37

1.3 Termos Ligados ao Verbo 37

1.3.1 Objeto Direto: 37

1.3.2 Objeto Indireto: 38

Glossário 38

4
Atividades 39

Referências 40

Unidade 4 | Morfossintaxe / Outros Termos Ligados ao Verbo e ao Nome 42

1 Demais Termos Ligados ao Verbo e ao Nome, no Período 44

1.1 Termos Ligados ao Verbo 44

1.2 Termos Ligados ao Nome 44

Glossário 45

Atividades 46

Referências 48

Unidade 5 | Oficina de Produção (Redação Oficial) 50

1 Redação Oficial 51

1.1 Impessoalidade 52

1.2 Uniformidade 53

1.3 Concisão e Clareza (Precisão) 54

1.4 Pronomes de Tratamento 54

1.5 O Padrão Ofício 55

1.6 Tipos de Documentos e Características Peculiares 55

Glossário 56

Atividades 57

Modelos 58

Referências 59

5
Apresentação

Seja bem-vindo ao curso Português! Este curso é de extrema importância para a


habilidade de uma boa escrita, conhecimento dos elementos da gramática e a prática
com a redação oficial.

Este material está dividido em cinco unidades. Veremos sobre a parte da gramática
que estuda a disposição das palavras na frase, e a das frases no discurso, bem como a
relação lógica entre esses elementos. Já na segunda unidade, abordaremos sobre as
classes de palavras que são as responsáveis pela constituição de uma frase, oração ou
período.

A terceira unidade apresenta as 10 classes de palavras que compõem o português


brasileiro e que todas têm sua devida importância, no entanto, algumas delas exigem
mais de nossa atenção, devido ao grande número de regras que regem o seu emprego.
A quarta unidade apresenta também outros elementos da gramática ligados ao nome
e ao verbo nas frases, orações e períodos, bem como a relação lógica entre eles.

E na quinta e última unidade veremos sobre o estudo da gramática com a redação


oficial, que permitirá redigir documentos de acordo com o que está prescrito nos
manuais consagrados da Presidência da República e da Câmara dos Deputados.

Bons estudos!

6
UNIDADE 1 | MORFOSSINTAXE /
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

7
Unidade 1 | Morfossintaxe / Frase, Oração e Período

ff
Quando você escreve uma frase, qual a sua maior preocupação?
A interação entre o interlocutor e o escritor ocorre pelos
elementos que constituem o texto. Você é capaz de identificar
esses elementos?

É importante conhecer a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase,
a das frases no discurso, bem como a relação lógica entre esses elementos. A compreensão
de como as classes de palavras se inter-relacionam para formar frases, orações e períodos
exigirá a máxima atenção de sua parte.

Entender como as palavras se reúnem para formar um todo, que é o texto, é fundamental.
Essa junção obedece a algumas regras, as quais vamos estudar a partir de agora.

Comecemos pela diferenciação entre frase, oração e período!

1 Frase, Oração e Período

1.1 Frase

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer


comunicação. Expressa juízo; indica ação, estado ou fenômeno
da natureza. Transmite um apelo, uma ordem ou exterioriza
emoções. Termina em ponto final, ponto de exclamação ou
ponto de interrogação.

8
1.2 Oração

Oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor


de um verbo. A oração sempre possui um verbo (ou locução
verbal), que implica a existência de um predicado, ao qual pode
ou não estar ligado um sujeito.

Todo enunciado que apresenta verbo


é uma oração. O verbo ou locução
verbal é o núcleo das orações verbais,
mas há também as orações nominais.
As orações nominais contêm verbo
de ligação e, neste caso, o núcleo
da oração não será o verbo, e sim o
predicativo nominal. Por conseguinte,
para realizar a análise sintática de uma
oração, recomendamos que se comece
pelo verbo.
Fonte: www.shutterstock.com

Os verbos ora apresentam


complementos verbais, ora não os apresentam. São complementos verbais: objeto
direto e objeto indireto. O estudo dos complementos verbais é chamado de predicação
verbal.

Exemplo:

Os auditores analisaram os balancetes.

O exemplo acima é uma oração, pois foi empregado o verbo analisar. É a expressão de
uma ação. Está flexionado no pretérito perfeito do modo indicativo. Contextualiza-se,
portanto, a prática de uma ação, o tempo em que essa ação ocorreu, o agente da ação
e o referente passivo à ação executada pelo sujeito agente.

Os relatórios que foram analisados comprometem a candidatura


de Luiza.

9
Cada verbo significa a existência de uma oração. Temos acima duas orações. Os termos
grifados constituem a primeira oração, com um verbo na forma simples. O termo não
grifado constitui a segunda oração. Nesta, o verbo analisar está na forma composta, ou
seja, verbo auxiliar + verbo principal no particípio.

Frase é todo enunciado, com ou sem verbo, que tem sentido completo.

1.3 Período

Denomina-se período a todo enunciado que possui verbo e


sentido completo, isto é, período é uma frase com verbo ou uma
oração, formando um todo com sentido completo. O período
pode ser simples ou composto.

Resumindo

O estudo da distinção entre frase, oração e período é que vai permitir a


você prosseguir nesta jornada.

O objetivo do estudo é entender melhor as relações entre as palavras, o


que chamamos de relações sintáticas.

Acompanhe as principais classes de palavras que formam as frases, orações


e períodos na próxima unidade.

10
Glossário

Enunciado: que foi anunciado ou declarado.

Distinção: conseguir entender ou perceber a diferença.

11
Atividades

1 - Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para

dd
estabelecer comunicação. Portanto, a frase pode ter ou não
um verbo, contanto que tenha sentido completo. A partir
dessa premissa, assinale as alternativas que constituem
frases.

( ) Fogo!

( ) Que vidão!

( ) Justiça fazer desperdício!

( ) Comida caçamba panela.

2 - Todo enunciado que apresenta verbo é uma oração.

( ) Certo ( ) Errado

3 - Identifique todos os verbos da oração:

“Nossa carreira depende do esforço para continuar a aprender.”


(Cláudio de Moura Castro/ A Mágica da Educação, 2013)

( ) nossa/ para/ esforço

( ) carreira/ depende/ a

( ) depende/ continuar/ aprender

( ) esforço/ para/ aprender

4 - Período é todo enunciado que possui verbo (oração) e


sentido completo (frase), ou seja, período é uma frase com
verbo ou uma oração com sentido completo.

( ) Certo ( ) Errado

12
Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas. 4ª ed. São


Paulo: Editora Ática, 2001.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual de Editoração da Agência


Nacional de Energia Elétrica. Brasília: Cedoc, 2002.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005 (Coleção Na ponta da língua, v. 13).

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004.

BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação:


oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de Redação da


Câmara dos Deputados. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www2.camara.gov.
br/publicacoes/manualredacao/manualredacao/ManualRedacao.pdf>. Acesso em: 21
out. 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência


da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/index.htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

CENTRO GRÁFICO. Manual de Padronização de Textos do Cegraf. Brasília: Cegraf,


1992.

ERNANI; NICOLA. 1001 Dúvidas de Português. São Paulo: Saraiva, 2006.

HOUAISS, Antônio (Org.). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2009.

LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. São Paulo: Globo, 1996.

13
MARTINO, Agnaldo. Português Esquematizado: gramática, interpretação de texto,
redação oficial, redação discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo,


1997.

MARTINS, Eduardo. Com todas as letras: o português simplificado. São Paulo:


Moderna, 1999.

MOUTINHO, Elizabeth. Texto científico/texto técnico. Portal da internet Ciberdúvidas,


2005. Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-
cientificotexto-tecnico/14204>. Acesso em: 21 out. 2016.

NETO, Pasquale C. Nossa Língua Portuguesa. Portal da internet Alô Escola, 2016.
Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.
htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de ideias afins. São Paulo: Ibep, s/d.

14
UNIDADE 2 | MORFOSSINTAXE
/ SUBSTANTIVO, PRONOME E
VERBO

15
Unidade 2 | Morfossintaxe / Substantivo, pronome
e verbo

ff
O que você entende por classes gramaticais? Qual a
responsabilidade das classes de palavras na constituição das
frases, orações ou período?

Nesta segunda unidade, faremos um estudo das principais classes gramaticais (substantivo,
pronome e verbo). Elas são as responsáveis pelas futuras relações entre sujeito e predicado,
portanto, preste bastante atenção.

As classes de palavras são as responsáveis pela constituição de uma frase, oração ou


período, como vimos na unidade anterior, e o entendimento delas nos leva a dominar
construções mais complexas, que implicam as ideias de sujeito e predicado.

Acompanhe com atenção esta unidade para que você entenda facilmente as próximas!

1 Principais Classes de Palavras

1.1 Substantivo

É a palavra que dá nome aos seres em geral.

16
1.1.1 Classificação dos substantivos

a ) Quanto à semântica, dividem-se em

- comuns – nomes comuns a todos os seres da mesma espécie: estudante, dança,


felicidade, doença, cardume, etc.

- concretos – nomes que designam seres com existência própria, real ou imaginária:
mar, areia, sol, praia, guarda-sol, biquíni, alma, fada, saci, etc.

- abstratos – dependem de outros seres para ter existência e designam ações,


estados, qualidades, sentimentos e sensações: saudade, trabalho, beleza, etc.

- próprios – nomes específicos, próprios de um único ser: Paula, Brasília, Xuxa,


Canadá, Europa, Francisco, Roberto, etc.

b ) Quanto à estrutura, classificam-se em:

- simples – os que têm apenas um radical: gato,


dor, caneta, política, século, bando, estudo,
etc.

- compostos – formados por mais de um radical:


girassol, lobisomem, rodapé, pé de moleque,
couve-flor, etc.

- primitivos – aqueles que não se derivam de


outra palavra: bruxa, mar, alma, fada, dor,
Paula, etc.
Fonte: www.shutterstock.com
- derivados – aqueles que se formaram a partir
de outra palavra: Brasília, ultravioleta, boiada, infelizmente, maresia, desalmado,
autorretrato, etc.

- coletivos - são substantivos comuns que, no singular, designam conjunto de seres


da mesma espécie: álbum (fotografias, selos), antologia (trechos de leitura),
armada (de navios de guerra), batalhão (soldados), cainçalha (cães), cambada
(objetos enfiados, chaves), canzoada (cães), caravana (viajantes, peregrinos),
casario (casas), caterva (animais, desordeiros, vadios), choldra (malfeitores,
canalhas), etc.

17
1.2 Pronomes

São as palavras que substituem ou acompanham um substantivo.

1.2.1 Pronomes pessoais

Classificação dos pronomes pessoais

Retos (sujeito) Oblíquos (outras funções)


Eu me, mim, comigo
Tu te, ti, contigo
Ele se, si, o/a, lhe, consigo
Nós nos, conosco
Vós vos, convosco
Eles se, si, os/as, lhes, consigo

1.2.1.1 Emprego dos Pronomes Pessoais

a) Para eu/para tu – Para mim/para ti

- Para eu – para tu

Antes de infinitivos, na função de sujeito.

Recomende um livro para eu ler. (eu: sujeito do verbo ler)

18
- Para mim – para ti

Não sendo sujeito, aparecem geralmente no final da oração.

Ela trouxe um presente para mim. (mim: objeto indireto)

Comprei esse CD para ti. (ti: objeto indireto)

b) Entre mim e ti

Os pronomes eu e tu, por exercerem função de sujeito, não podem vir preposicionados.
São substituídos por mim e ti.

O namoro acabou, portanto nada mais há entre mim e ti.

Pesam suspeitas sobre você e mim.

1.2.2 Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento referem-se às pessoas de modo


cerimonioso ou oficial.

1.2.2.1 Pronomes de Tratamento, Abreviaturas e Emprego

Vossa Excelência (V. Ex.ª): para altas autoridades governamentais

Vossa Magnificência (V. Mag.ª): para reitores

Vossa Alteza (V. A.): para príncipes e duques

Vossa Majestade (V. M.): para reis e imperadores

19
Vossa Reverendíssima (V. Rev.ma): para sacerdotes

Vossa Eminência (V. Em.ª): para cardeais

Vossa Santidade (V. S.): para o papa

Vossa Senhoria (V. S.ª): para todas as demais autoridades ou pessoas

aa
Vossa (...) – para falar com

Vossa Excelência parece preocupado com algo?

Sua (...) – para falar de

Carla, Sua Excelência está preocupada com algo?

1.2.3 Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos indicam posse e possuidor, posicionando-se


em relação às pessoas gramaticais.

1ª pessoa: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa: seu(s), sua(s)

20
1.2.3.1 Emprego dos Pronomes Possessivos

a) Constitui erro a falta de correlação entre pronomes pessoais e possessivos.

Tu – teu(s), tua(s):

Se tu vieres à festa, traz o teu irmão.

Ele(s), você(s) – seu(s), sua(s):

Se você vier à festa, traga o seu irmão.

b) O pronome seu quase sempre traz ambiguidade:

Chegou Pedro, Maria e o seu filho.

(De quem é o filho? De Pedro? De Maria? Ou seu?)

1.2.4 Pronomes Relativos

Substituem termo comum nas duas orações e estabelecem uma subordinação


semântica entre elas:

Conheço o aluno. O aluno chegou atrasado.

Conheço o aluno que chegou atrasado.

São pronomes relativos: que, quem, o(a) qual, os(as) quais, onde, (tudo) quanto, como,
cujo.

21
1.2.5. Pronomes demonstrativos

São as palavras que demonstram a posição dos seres no tempo


e no espaço.

1.2.5.1 Emprego dos pronomes demonstrativos

a) isto, esta, este — emissor = perto, grudado de quem fala

(me, mim, comigo — expressões que revelam proximidade ou tempo presente).

b) isso, essa, esse — receptor = perto de quem ouve e não pode estar grudado na
pessoa que fala.

(te, ti, contigo, você, vocês — revelam tempo passado ou proximidade com o
receptor).

c) aquilo, aquela, aquele — longe do emissor e do receptor

(devem ser usados com expressões ou palavras que indiquem lugar).

Isto aqui é a última novidade em propaganda. (emissor)

Esse é o resultado do seu teste. (para o receptor)

Aquela sala lá é a de reuniões? (longe do emissor e do receptor)

22
1.2.6 Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos referem-se a verbos e a substantivos,


dando a eles sentido vago ou quantidade indeterminada.

Alguém virá procurá-lo mais tarde. (Quem?)

Muitos candidatos serão chamados. (quantos?)

Pronomes indefinidos: algo, alguém, algum, bastante, cada,


certo, mais, menos, muito, nada, ninguém, nenhum, outro,
outrem, pouco, quem, qualquer, quanto, tanto, tudo, todo, um,
vários, etc.

1.2.6.1 Locuções pronominais

Cada um, cada qual, seja quem for, todo aquele que, qualquer um, quem quer que, etc.

1.2.7 Pronomes interrogativos

Pronomes interrogativos introduzem perguntas diretas e


indiretas.

23
São pronomes interrogativos: que, quem, qual, quanto.

Quem inventou a pinga?

Que loucura é essa?

Qual é o plano?

Quantos candidatos foram aprovados?

aa
Pergunta direta

O pronome vem normalmente no início da frase e usa-se o


ponto de interrogação:

Quem foi o maior jogador de futebol?

Pergunta indireta

O pronome é usado após verbos como: saber, responder,


informar, indagar, ver, ignorar...:

Não sei quem fez tal acusação.

1.3 Verbo

Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno da


natureza.

24
Ação: Os peregrinos percorreram terras distantes.

Estado: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”.

Fenômeno: Trovejou muito, mas não choveu.

1.3.1 Classificação dos verbos

a) Verbos auxiliares são os que indicam a flexão de um verbo principal e emprestam


novo matiz à ação, formando as locuções verbais.

Exemplo: Amanhã é feriado, mas iremos trabalhar. (mas trabalharemos).

b) Verbos regulares são os verbos que não modificam seus radicais durante a
conjugação e seguem integralmente o modelo de sua conjugação.

aa
— Obtém-se o radical de um verbo a partir do infinitivo,
retirando-se as terminações -ar, -er, -ir.

Falar (fal-ar), radical: fal / Chover (chov-er), radical: chov

Possuir (possu-ir), radical: possu

c) Verbos irregulares são os que, em algumas flexões, apresentam modificações nos


radicais e não seguem o paradigma da conjunção.

25
1.3.2 Emprego dos modos e tempos verbais

1.3.2.1 Tempos verbais

O tempo posiciona o fato em relação ao momento efetivo da comunicação: presente,


passado, futuro.

1.3.2.2 Modo

O modo indica a relação entre o falante e a ação.

a) Modo indicativo: fato real, certo

Amanhã estudarei verbos.

b) Modo subjuntivo: fato duvidoso, possível

Quando estudares verbo. Se estudares verbos.

c) Modo imperativo: ordem, proibição, pedido

Não façam isso, estudem mais!

26
1.3.2.2.1 Modo indicativo

a) Presente: fato atual, habitual, verdades científicas

Os concursandos estudam cuidadosamente.

Ela sempre vai ao cinema.

O átomo é uma partícula da matéria.

b) Pretérito perfeito: fato totalmente concluído.

O deputado terminou sua árdua tarefa.

c) Pretérito imperfeito: o que ainda não foi concluído.

Ela descia as escadas quando chegamos ao local.

d) Pretérito mais-que-perfeito: fato concluído e anterior a outro, também


concluído.

O filme já começara quando cheguei ao cinema.

e) Futuro do presente: fato que ainda irá acontecer.

Os bons alunos passarão nesse concurso.

f) Futuro do pretérito: futuro, vinculado ao passado.

Se estudássemos mais, teríamos sucesso nas provas.

27
1.3.2.2.2 Modo subjuntivo

a) Presente: fato que pode ocorrer no presente.

É preciso que te dediques com afinco e seriedade.

b) Imperfeito: expressa uma condição, uma hipótese.

Se fizesse sua parte, terias mais facilidade.

c) Futuro: Fato que pode ocorrer num momento


futuro.
Fonte: www.shutterstock.com
Quando você vier a Brasília e vir suas obras...

1.3.2.2.3 Modo imperativo

a) Imperativo afirmativo: ordens, pedidos e vontades

Estuda e não te arrependerás.

b) Imperativo negativo: proibições

Não faças a outra pessoa o que não queres para ti.

28
Resumindo

Os substantivos podem ser classificados quanto à semântica (comuns,


concretos, abstratos, próprios) e à estrutura (simples, compostos,
primitivos, derivados, coletivos).

Os pronomes podem ser: pessoais, de tratamento, possessivos, relativos,


demonstrativos, indefinidos e interrogativos.

Esta unidade propiciou a você um aprofundamento no universo de três


importantes classes gramaticais: substantivo, verbo e pronome. Agora,
podemos avançar e ver o uso dessas classes dentro do sujeito e do
predicado.

Glossário

Radical: inseparável, referente à origem.

Ambiguidade: pode possuir diferentes sentidos.

Paradigma: exemplo usado como padrão a ser seguido.

29
Atividades

dd
1 - Nas questões a seguir, classifique as palavras O, A, OS, AS de acordo com o

seguinte código:

a - Pronome pessoal oblíquo

b - Pronome demonstrativo

c - Artigo definido

( ) Você conhece a menina que acaba de chegar?

( ) Não a vejo há muitos anos.

( ) Seu belo sorriso, eu ainda o guardo na lembrança.

( ) Não sei o que lhe aconteceu.

( ) Não use esta toalha; use a que está no armário.

( ) Neste horário, o diretor costuma sair.

( ) Não há o que temer neste caso.

( ) Os que quiserem participar do jogo, levantem a mão.

( ) O momento da desforra não deve demorar.

( ) Pegue este pacote e leve-o ao ministro.

2 - Para as questões a seguir, assinale com “C” as alternativas corretas e com “I”
as incorretas, considerando a flexão e o tempo verbal das palavras destacadas:

( ) Sempre digo a verdade. (presente do indicativo)

( ) Espero que você também diga. (presente do subjuntivo)

( ) Vá embora daqui. (imperativo afirmativo – 2ª pessoa do singular)

( ) Não fique onde não és querido. (imperativo negativo)

( ) Quando cheguei ao cinema, fui bem recebido. (pret. imperfeito do indicativo)

( ) O filme já começara. (pretérito mais-que-perfeito do indicativo)

( ) Quando você vier a Brasília, se impressionará com suas avenidas (futuro do


subjuntivo)

( ) Verá onde foi investido o dinheiro do contribuinte. (futuro do presente)

30
( ) Se viéssemos de ônibus para a escola, seria mais fácil. (pretérito imperfeito
do subjuntivo)

( ) Chegaríamos sempre atrasados. (futuro do presente)

( ) Enquanto você se arrumava para sair, preparei o jantar. (infinitivo)

( ) Eu estudava e aprendia verbos. (pretérito perfeito do indicativo)

3 - Os pronomes meu, nosso e seu são classificados como:

( ) Pessoais

( ) Possessivos

( ) Interrogativos

( ) Indefinidos

( ) Demonstrativos

4 - Pronomes demonstrativos são palavras que demonstram a posição dos seres


no tempo e no espaço.

( ) Certo ( ) Errado

31
Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas. 4ª ed. São


Paulo: Editora Ática, 2001.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual de Editoração da Agência


Nacional de Energia Elétrica. Brasília: Cedoc, 2002.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005 (Coleção Na ponta da língua, v. 13).

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004.

BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação:


oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de Redação da


Câmara dos Deputados. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www2.camara.gov.
br/publicacoes/manualredacao/manualredacao/ManualRedacao.pdf>. Acesso em: 21
out. 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência


da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/index.htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

CENTRO GRÁFICO. Manual de Padronização de Textos do Cegraf. Brasília: Cegraf,


1992.

ERNANI; NICOLA. 1001 Dúvidas de Português. São Paulo: Saraiva, 2006.

HOUAISS, Antônio (Org.). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2009.

LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. São Paulo: Globo, 1996.

32
MARTINO, Agnaldo. Português Esquematizado: gramática, interpretação de texto,
redação oficial, redação discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo,


1997.

MARTINS, Eduardo. Com todas as letras: o português simplificado. São Paulo:


Moderna, 1999.

MOUTINHO, Elizabeth. Texto científico/texto técnico. Portal da internet Ciberdúvidas,


2005. Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-
cientificotexto-tecnico/14204>. Acesso em: 21 out. 2016.

NETO, Pasquale C. Nossa Língua Portuguesa. Portal da internet Alô Escola, 2016.
Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.
htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de ideias afins. São Paulo: Ibep, s/d.

33
UNIDADE 3 | TIPOS DE SUJEITO /
OBJETOS DIRETO E INDIRETO

34
Unidade 3 | Tipos de sujeito / Objetos direto e
indireto

ff
Já estudamos sobre substantivos, verbos e pronomes. Chegou
a vez de abordarmos acerca dos temas Sujeito e Predicado.
Você é capaz de identificar o sujeito de uma oração? Qual o
objetivo do predicado na oração?

Vamos agora abordar a parte da gramática da língua portuguesa que estuda o Sujeito e
o Predicado. Logo depois, conheceremos os objetos direto e indireto, que são ligados ao
verbo.

São dez as classes de palavras que compõem a língua portuguesa. Sabemos que todas
têm sua devida importância, no entanto, algumas delas exigem mais de nossa atenção,
devido ao grande número de regras que regem o seu emprego. Como já estudamos os
substantivos, verbos e pronomes, é necessário introduzir e reforçar os conhecimentos
básicos, explicar as características e relacioná-las aos objetos direto e indireto.

Vamos lá?

1 Sujeito e predicado

Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e


com o qual o verbo concorda.

Predicado: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.

35
1.1 Classificação dos Sujeitos

a) Simples: possui um único núcleo.

Exemplo: O velho navio aproximava-se do cais.

b) Composto: possui dois ou mais núcleos.

Exemplo: As ruas e as praças estão vazias.

c) Oculto, elíptico ou desinencial: o sujeito pode ser identificado pela desinência


do verbo ou pelo contexto em que aparece.

Exemplo: Voltarás para casa. (sujeito: tu)

d) Indeterminado: Quando não é possível determinar o sujeito.

— Com verbos na 3ª pessoa do plural sem referência a elemento anterior

Exemplo: Atualmente, espalham muitos boatos.

— Com verbo na 3ª pessoa do singular + se (Em orações que não admitem a voz
passiva analítica).

Exemplo: Precisou-se de novos professores.

e) Orações sem sujeito:

- Verbo “haver” significando “existir” e o verbo “fazer” indicando tempo passado.

Exemplos:

Aqui já houve grandes festas.

Amanhã, faz dez anos que ele partiu.

- Verbo “ser” indicando tempo, horas, datas e


distâncias.

Exemplo: Agora são cinco e doze da tarde.

- Verbos indicativos de fenômenos da natureza.


Fonte: www.shutterstock.com

36
Exemplo: Ontem à tarde, ventou muito aqui.

1.2 Classificação dos Predicados

a) Predicado verbal

b) Predicado nominal

c) Predicado verbo nominal

1.3 Termos Ligados ao Verbo

1.3.1 Objeto Direto:

a) Funciona como destinatário/receptor do processo verbal.

b) Completa o sentido do verbo transitivo direto.

c) Pode ser trocado por o, a, os, as.

d) A oração admite voz passiva.

Exemplo: Muitas pessoas viram o acidente.

37
1.3.2 Objeto Indireto:

a) Funciona como destinatário/receptor do processo verbal.

b) Completa o sentido do verbo transitivo indireto.

c) Apresenta-se sempre com preposição.

d) A oração não admite voz passiva.

Exemplo: Todos discordam de você.

Resumindo

O sujeito é o termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o


qual o verbo concorda. Pode ser simples, composto, indeterminado, oculto.
Há ainda orações sem sujeito.

O predicado é o termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito. Pode ser
verbal, nominal, verbo-nominal.

Além do sujeito e do predicado, você conheceu dois dos termos ligados ao


verbo, os quais são muito importantes para a classificação das orações: o
objeto direto e o indireto, com suas principais características.

Glossário

Recai: tornar a cair.

38
Atividades

1 - Há sujeito indeterminado em:

dd (

(
) Ali, rouba-se no atacado e no varejo.

) O pássaro voou assustado.

) Surgiram reclamações contra o rei.

( ) Aluga-se quarto.

( ) N.d.a.

2 - Classifique sintaticamente os termos sublinhados:

a) Insisti no oferecimento da madeira, e ele estremeceu. A


nossa conversa era seca.

b) Julgo que podemos resolver esse assunto depois, com


calma.”

3 - Classifique com S (simples), C (composto), O (oculto),


I (indeterminado) ou SJ (sem sujeito) os sujeitos das
seguintes orações:

( ) Choveu durante horas.

( ) Maria gostou do sorvete.

( ) O gato e o papagaio sempre foram seus melhores


amigos.

( ) Roubaram a carteira da velha senhora.

( ) Comeste muito!

4 - O objeto direto completa o sentido de um verbo transitivo


indireto.

( ) Certo ( ) Errado

39
Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas. 4ª ed. São


Paulo: Editora Ática, 2001.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual de Editoração da Agência


Nacional de Energia Elétrica. Brasília: Cedoc, 2002.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005 (Coleção Na ponta da língua, v. 13).

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004.

BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação:


oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de Redação da


Câmara dos Deputados. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www2.camara.gov.
br/publicacoes/manualredacao/manualredacao/ManualRedacao.pdf>. Acesso em: 21
out. 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência


da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/index.htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

CENTRO GRÁFICO. Manual de Padronização de Textos do Cegraf. Brasília: Cegraf,


1992.

ERNANI; NICOLA. 1001 Dúvidas de Português. São Paulo: Saraiva, 2006.

HOUAISS, Antônio (Org.). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2009.

LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. São Paulo: Globo, 1996.

40
MARTINO, Agnaldo. Português Esquematizado: gramática, interpretação de texto,
redação oficial, redação discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo,


1997.

MARTINS, Eduardo. Com todas as letras: o português simplificado. São Paulo:


Moderna, 1999.

MOUTINHO, Elizabeth. Texto científico/texto técnico. Portal da internet Ciberdúvidas,


2005. Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-
cientificotexto-tecnico/14204>. Acesso em: 21 out. 2016.

NETO, Pasquale C. Nossa Língua Portuguesa. Portal da internet Alô Escola, 2016.
Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.
htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de ideias afins. São Paulo: Ibep, s/d.

41
UNIDADE 4 | MORFOSSINTAXE /
OUTROS TERMOS LIGADOS AO
VERBO E AO NOME

42
Unidade 4 | Morfossintaxe / Outros termos ligados
ao verbo e ao nome

ff
Para compreender a morfossintaxe, é necessário estabelecer a
diferença entre classe e função. Como você poderia estabelecer
essa diferença? Qual a relação entre os termos estudados pela
morfossintaxe?

Nesta quarta unidade, vamos conhecer outros elementos da gramática ligados ao nome
e ao verbo nas frases, orações e períodos, bem como a relação lógica entre eles. Você
vai adentrar no âmbito do agente da passiva, do adjunto adverbial, do complemento
nominal, do aposto e do vocativo.

Para começar, é preciso entender as formas e o uso pelas quais as palavras se reúnem para
formar o todo, e os elementos ligados ao nome e ao verbo na frase, oração e período. Essa
junção obedece a algumas regras, dentre elas figuram as relações do agente da passiva,
do adjunto adverbial, do complemento nominal, do aposto e do vocativo, que nos períodos
se ligam ao nome e ao verbo.

43
1 Demais Termos Ligados ao Verbo e ao Nome, no Período

1.1 Termos Ligados ao Verbo

a) Adjunto adverbial: liga-se ao verbo,


não para completá-lo, mas para indicar a
circunstância em que ocorre a ação.

O cortejo seguia pelas ruas.

b) Agente da voz passiva: liga-se a um verbo Fonte: www.shutterstock.com

na voz passiva por meio de preposição para


indicar quem executou a ação.

O fogo foi apagado pela água.

1.2 Termos Ligados ao Nome

a) Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O


aposto é sempre um equivalente do nome a que se refere.

O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.

Joana, a faxineira, é uma pessoa de muito valor.

Após muito tempo, cinco anos, ele retornou à cidade natal.

b) Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e


completa o sentido do nome.

44
Procederam à remoção das pedras.

O sapo é útil à natureza.

A mãe intercedeu favoravelmente ao filho.

c) Vocativo: termo isolado que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem
sempre entre vírgulas e admite a anteposição de interjeição.

Amigos, eu os convido a sentar.

Na última sexta-feira, colegas, eu passei por um aperto indescritível.

Vocês faltaram à aula, meninos?

Resumindo

O adjunto adverbial liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar
a circunstância em que ocorre a ação.

O agente da passiva liga-se a um verbo na voz passiva por meio de preposição


para indicar quem executou a ação.

O aposto é um termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para


identificá-lo.

O complemento nominal liga-se ao nome por meio de preposição


obrigatória e indica o alvo sobre o qual se projeta a ação.

O vocativo é um termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um


chamado.

Glossário

Âmbito: domínio, campo de atuação.

Circunstância: situação auxiliar ou detalhe que complementa um fato ou uma situação.

45
Atividades

dd
Nos exercícios de 1 a 4 a seguir, classifique o termo sublinhado das frases de
acordo com os seguintes códigos:

( 1 ) sujeito

( 2 ) objeto direto

( 3 ) objeto indireto

( 4 ) complemento nominal

( 5 ) adjunto adnominal

1 - Classifique os termos sublinhados nas frases:

( ) Os homens se enganam no conhecimento das coisas visíveis.

( ) Se todas as coisas se tornassem fumaça, conhecer-se-iam com as narinas.

( ) É cansativo servir e obedecer aos mesmos senhores.

( ) Não confio suficientemente na compreensão dos leitores.

2 - Classifique os termos sublinhados nas frases:

( ) Foi lá que me ofereceram certa vez um raio de sol.

( ) ... passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal.

( ) ... dava-lhe uma estranha sensação de orfandade.

( ) E agora lhe vinha uma súbita e enternecida saudade do pai.

3 - Classifique os termos sublinhados nas frases:

( ) Há homens que nasceram talhados para o sacrifício.

( ) Eu não tenho vocação para mártir.

( )... que com frequência vinha ao semblante das mulheres do Rio Grande: o
medo ancestral da guerra.

( ) Não era um triunfo que ela julgasse digno de si.

46
4 - Classifique os termos sublinhados nas frases:

( ) Não era um triunfo que ela julgasse digno de si a torpe humilhação dessa
gente ante sua riqueza.

( ) Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, um simples lenço.

( ) ... e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros


continentes.

( ) Mal os Carapicus sentiram a aproximação dos rivais...]

47
Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas. 4ª ed. São


Paulo: Editora Ática, 2001.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual de Editoração da Agência


Nacional de Energia Elétrica. Brasília: Cedoc, 2002.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005 (Coleção Na ponta da língua, v. 13).

BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004.

BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação:


oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de Redação da


Câmara dos Deputados. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www2.camara.gov.
br/publicacoes/manualredacao/manualredacao/ManualRedacao.pdf>. Acesso em: 21
out. 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência


da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/index.htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

CENTRO GRÁFICO. Manual de Padronização de Textos do Cegraf. Brasília: Cegraf,


1992.

ERNANI; NICOLA. 1001 Dúvidas de Português. São Paulo: Saraiva, 2006.

HOUAISS, Antônio (Org.). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2009.

LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. São Paulo: Globo, 1996.

48
MARTINO, Agnaldo. Português Esquematizado: gramática, interpretação de texto,
redação oficial, redação discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo,


1997.

MARTINS, Eduardo. Com todas as letras: o português simplificado. São Paulo:


Moderna, 1999.

MOUTINHO, Elizabeth. Texto científico/texto técnico. Portal da internet Ciberdúvidas,


2005. Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-
cientificotexto-tecnico/14204>. Acesso em: 21 out. 2016.

NETO, Pasquale C. Nossa Língua Portuguesa. Portal da internet Alô Escola, 2016.
Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.
htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de ideias afins. São Paulo: Ibep, s/d.

49
UNIDADE 5 | OFICINA DE
PRODUÇÃO (REDAÇÃO OFICIAL)

50
Unidade 5 | Oficina de produção (Redação Oficial)

ff
Algumas pessoas compartilham do medo da folha em branco,
ou seja, de ter que iniciar uma redação. Qual a sua maior
dificuldade ao iniciar um texto? Qual a diferença entre uma
redação e uma Redação oficial?

Nesta última unidade, vamos complementar o nosso estudo da gramática com a Redação
Oficial, que vai permitir a você redigir documentos de acordo com o que está prescrito nos
Manuais consagrados da Presidência da República e da Câmara dos Deputados. Aqui você
verá como deve ser redigido um ofício, um memorando e uma carta, por exemplo, e ficará
sabendo quando usá-los – o que é o mais importante!

O que é Redação Oficial?

No serviço público, em atendimento ao interesse geral dos cidadãos, é comum a Redação


Oficial. A linguagem dos atos e das comunicações oficiais deve ser impessoal, objetiva,
clara e concisa.

1 Redação Oficial

bb
Manual de Redação da Presidência da República (https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/manual/index.htm).

Manual de Redação da Câmara dos Deputados (http://www2.


camara.gov.br/internet/publicacoes/manualredacao).

Quesitos para um texto bem redigido e de acordo com os padrões da Redação Oficial:

51
- impessoalidade

- uniformidade

- clareza

Princípios a serem observados - precisão

- concisão

- Pronomes de tratamento

- Padrão oficial

1.1 Impessoalidade

A impessoalidade é regida pelos seguintes aspectos:

- Não privilegiar e não prejudicar ninguém, tendo em vista sempre o interesse


público.

- Abstrair a pessoalidade, pois a ação administrativa exercida pelo servidor público


é resultado tão somente da vontade estatal.

- Atentar para o padrão culto da língua portuguesa, a clareza e a concisão,


contando sempre com a formalidade, objetividade e uniformidade em todos os
documentos.

52
1.2 Uniformidade

A uniformidade é garantida com a observância dos tópicos,

ee
procedimentos, normas e padrões comuns, com quesitos
simples como o fecho de uma correspondência e a identificação
do signatário, por exemplo, e as demais regras que regem os
modelos de documentos oficiais.

Características dos textos oficiais:

- correto uso dos pronomes de tratamento;

- entendimento fácil, completo e imediato;

- uso da norma culta formal;

- uso dos padrões de documentos oficiais (ofício, memorando, carta, exposição de


motivos, nota técnica, fax etc.);

- papéis uniformes, com a logomarca da instituição inserida em toda a


documentação emitida por ela;

- correta diagramação, obedecendo às medidas instituídas pelo Manual de Redação


correspondente ao órgão, sob tutela do Manual de Redação da Presidência da
República.

53
1.3 Concisão e Clareza (Precisão)

Alguns elementos garantem a clareza e a precisão


de uma redação bem elaborada:

- uso de um vocabulário acessível;

- frases na ordem direta;

- pontuação precisa, “limpa”;

- frases enxutas; e

- ausência de ambiguidade (duplo sentido).


Fonte: www.shutterstock.com
Para isso, é indispensável a observância da
COESÃO e da COERÊNCIA na escrita.

1.4 Pronomes de Tratamento

aa
O emprego de pronomes de tratamento deve ser observado
na correspondência, nos espaços reservados aos vocativos, no
cabeçalho, nos envelopes e no próprio desenrolar do texto.

Ex.: Excelentíssimo Senhor,

54
1.5 O Padrão Ofício

É o modelo de diagramação e disposição dos elementos oficiais (que devem constar


em todas as correspondências) mais usado.

1.6 Tipos de Documentos e Características Peculiares

aa
Aviso – expedido exclusivamente por Ministros de Estado para
autoridades de mesma hierarquia.

Ofício – comunicação realizada de empresa para empresa ou


de órgão para órgão - EXTERNA.

Memorando – comunicação realizada entre unidades


administrativas (setores) de um mesmo órgão ou empresa –
INTERNA.

Mensagem – emitida entre Chefes de Poderes Públicos para


informar sobre fatos da Administração Pública.

Telegrama – comunicação em que é impossível o uso de correio


eletrônico e fax e é utilizado devido ao caráter de urgência.

Fax – permite agilidade de envio de documentos, cópia de


ofícios etc., na ausência de meio eletrônico.

Correio Eletrônico – deve-se evitar como registro oficial


e, se não houver alternativa, deve-se registrar assunto e
destinatário, salvando cópia impressa do documento com os
recursos de confirmação de leitura e de recebimento.

55
Resumindo

Um texto redigido de acordo com os padrões da Redação Oficial deve


apresentar: impessoalidade, uniformidade, clareza, precisão e concisão.

O Padrão Ofício é o modelo de diagramação e disposição dos elementos


que compõem os principais documentos oficiais.

O emprego de pronomes de tratamento deve ser observado na


correspondência, nos espaços reservados aos vocativos, no cabeçalho, nos
envelopes e no próprio desenrolar do texto.

Glossário

Quesito: questão ou tópico.

Coesão: É a ligação harmônica entre os elementos de um texto. Para tanto, são


utilizadas palavras que auxiliam na construção e compreensão das ideias no texto.
Exemplos de palavras usadas para conectar elementos textuais: mas, todavia, porém,
conforme, afinal, por outro lado etc.

Coerência: É a exposição clara e lógica dos elementos textuais, de forma que a


argumentação não fique prejudicada, causando dúvidas na compreensão por parte
do leitor. Em outras palavras, a coerência pode ser entendida como a relação lógica
entre as ideias, as quais devem-se complementar, permitindo o entendimento linear
do texto, sem ideias contrárias.

56
Atividades

dd
1 - Assinalar a alternativa incorreta quanto à utilização de memorando, em se
tratando de medidas internas:

( ) Convocar pessoal para prestação de serviços extraordinários.

( ) Comunicar antecipação ou prorrogação de horário de serviços em casos de


comprovada necessidade.

( ) Solicitar outras medidas de ordem estritamente interna, e que atinjam


funcionários a serviço da respectiva repartição.

( ) Convocar chefe ou funcionário, em caráter urgente, para comparecimento à


Diretoria.

( ) N.d.a.

2 - Quanto à classificação dos memorandos, podemos afirmar que são:

( ) Internos, externos e pessoais

( ) Superiores, inferiores e administrativos

( ) Administrativos, superiores e pessoais

( ) Documentos internos

( ) N.d.a.

3 - Assinale alternativa correta:

( ) Ofícios são comunicações escritas que as autoridades recebem.

( ) Ofício é um documento expedido pelos órgãos públicos pra tratar de assuntos


oficiais entre si e com particulares.

( ) Ofícios são comunicações escritas, apenas, entre a Administração e


particulares, em caráter oficial.

( ) Ofícios são comunicações informais entre repartições particulares.

( ) N.d.a.

4 - Os textos de todos os documentos oficiais devem ser escritos em obediência à


norma culta da linguagem.

( ) Certo ( ) Errado

57
Modelos

58
Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


5. ed. Rio de Janeiro: Global, 2009.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de Questões Vernáculas. 4ª ed. São


Paulo: Editora Ática, 2001.

ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual de Editoração da Agência


Nacional de Energia Elétrica. Brasília: Cedoc, 2002.

ANTUNES, Irandé. Lutar com Palavras: Coesão e Coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005 (Coleção na ponta da língua, v. 13).

BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2004.

BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: Linguagem & Comunicação:


Oficial, Comercial, Bancária, Particular. 19 ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios).

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de Redação da


Câmara dos Deputados. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www2.camara.gov.
br/publicacoes/manualredacao/manualredacao/ManualRedacao.pdf>. Acesso em: 21
out. 2016.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência


da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/index.htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

CENTRO GRÁFICO. Manual de Padronização de Textos do Cegraf. Brasília: Cegraf,


1992.

ERNANI; NICOLA. 1001 Dúvidas de Português. São Paulo: Saraiva, 2006.

HOUAISS, Antônio (Org.). Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2009.

INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática Aplicada aos Textos. 4ª Ed. Editora Scipione:
São Paulo, 1996.

59
LUFT, Celso Pedro. Novo Manual de Português. São Paulo: Globo, 1996.

MARTINO, Agnaldo. Português Esquematizado: Gramática, Interpretação de Texto,


Redação Oficial, Redação Discursiva. São Paulo: Saraiva, 2012.

MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo,


1997.

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras: o Português Simplificado. São Paulo:


Moderna, 1999.

MOUTINHO, Elizabeth. Texto Científico/Texto Técnico. Disponível em: <https://


ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-cientificotexto-tecnico/14204>.
Acesso em: 3 de maio de 2017.

NETO, Pasquale C. Nossa Língua Portuguesa. Portal da internet Alô Escola, 2016.
Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.
htm>. Acesso em: 21 out. 2016.

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de Ideias Afins. São Paulo: Ibep, s/d.

60
Gabarito

Unidade Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4


1 A-B C C C

Unidade Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4


2 A-A-B-B-A C-C-C-C-E-C-E-C-C- B C
E-C-E

Unidade Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4


3 A A - no SJ - S - C - I - O E
oferecimento:
objeto indireto

a nossa conversa:
sujeito

B - este assunto:
objeto direto

Unidade Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4


4 A - - -

Unidade Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4


5 E D B C

61

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