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Aula 04

CETESB-SP - Passo Estratégico de


Língua Portuguesa - Pós Edital

Autor:
Carlos Roberto

12 de Janeiro de 2024

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Carlos Roberto
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1 - Apresentação ............................................................................................................. 2
2 - Análise Estatística ....................................................................................................... 3
3 – Concordância ............................................................................................................. 3
3.1 – Concordância nominal ............................................................................................................... 4
3.2 – Concordância verbal ................................................................................................................ 11
4 – Vozes Verbais........................................................................................................... 15
4.1 – Voz ativa................................................................................................................................... 15
4.2 – Voz passiva ............................................................................................................................... 15
4.3 – Voz reflexiva ............................................................................................................................. 15
5 – Aposta estratégica ................................................................................................... 16
6 - Questões-chave de revisão ....................................................................................... 17
7 – Revisão estratégica .................................................................................................. 40
7.1 Perguntas .................................................................................................................................... 40
7.2 Perguntas e respostas ................................................................................................................ 40

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1 - APRESENTAÇÃO
Olá, servidores.
Hoje, iniciaremos mais uma jornada rumo à sua aprovação. Estamos falando da sintaxe de
concordância e vozes verbais.
Os nomes e os verbos são flexionados em uma relação de dependência. Esses termos, classificados
como dependentes, devem se relacionar harmoniosamente com as palavras das quais dependem,
alterando suas terminações e obedecendo a algumas regras.
São exatamente essas regras que precisamos revisar nesta aula para que vocês cheguem seguros à
prova e tirem a nota máxima!

Vamos lá!

Prof. Carlos Roberto

#amoraovernáculo

“A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”.


(Machado de Assis)

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2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

Língua Portuguesa
% de cobrança em provas anteriores (FCC)

Interpretação de textos. 40,73%

Concordância verbal, nominal e vozes verbais. 16,73%

Classes de palavras; Formação e estrutura das


13,82%
palavras.

Tempos e modos verbais 8,73%

Pontuação. 6,91%

Regência nominal e verbal. 5,82%

Ortografia, Acentuação e Crase. 4,00%

Termos da oração. 1,45%

Colocação pronominal. 0,73%

Relação de coordenação e subordinação das orações. 0,73%

Linguagem. 0,36%

Palavras “se”, “que” e “como”. 0,00%

Tipologia Textual. 0,00%

3 – CONCORDÂNCIA
Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se combinam, nas suas
flexões, com as palavras de que dependem. Essa combinação formal é denominada de flexão, e
ocorre quanto ao gênero e número (nos nomes), e pessoa e número (nos verbos). Logo, a
concordância pode ser verbal ou nominal.

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Gênero Masculino/Feminino

Nominal

Número Singular/Plural

Sintaxe de
concordância
Primeira/Segunda/
Pessoa
Terceira.
Verbal

Número Singular/Plural.

3.1 – CONCORDÂNCIA NOMINAL

A despeito de não haver tanta cobrança de concordância nominal em concursos públicos, se a


compararmos com a concordância verbal, temos de estudá-la, pois, eventualmente, suas regras são
exigidas do candidato.
Em regra, artigo, adjetivo, pronome adjetivo e numeral concordam com o substantivo em gênero
e número. Entretanto, há situações de concordância que fogem à regra geral e precisam ser
consideradas separadamente. Logo, estudaremos dois grupos: a regra geral e os casos particulares
(exceções).

Regra Geral
i. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos de gênero e número diferentes deve
concordar com o mais próximo.

Antigos livros e canetas estavam naquela estante.


Antigas canetas e livros estavam naquela estante.

ii. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos permite duas concordâncias:

i. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.

Compramos livros e apostilas novas.

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ii. Pluraliza-se o adjetivo para que ele concorde com os substantivos de mesmo gênero.

Mães e filhas unidas reivindicavam seus direitos.


Livros e cadernos usados foram doados ao orfanato.

iii. Se o gênero dos substantivos for diferente, prevalece o masculino plural.

Livros e canetas usados foram doados ao orfanato.

iv. O adjetivo concorda somente com o último substantivo se eles forem sinônimos.

Enfrentaram adversidades e problemas complicados.


Enfrentaram problemas e adversidades complicadas.

Casos Particulares
a) Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, há duas concordâncias
possíveis no caso de o substantivo ser determinado pelo artigo.

i. O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.

Gosto de estudar a língua inglesa e a portuguesa.

ii. O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.

Gosto de estudar as línguas inglesa e portuguesa.

b) Quando o sujeito for composto, há duas concordâncias possíveis.

i. O adjetivo posposto aos substantivos vai para o plural (em caso de gêneros diferentes,
permanece o masculino plural).

A aluna e o professor estavam tranquilos.

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ii. Com o adjetivo anteposto aos substantivos, a concordância pode ser feita de duas
formas:
➢ O adjetivo vai para o plural (prevalece o masculino plural no caso de
substantivos de gêneros diferentes).

Após a prova, estavam exaustos a aluna e o professor.

➢ O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.

Após a prova, estava exausta a aluna e o professor.

c) A concordância do adjetivo com o núcleo do objeto:

i. Ocorre em gênero e número se esse objeto for representado por um único


substantivo.

Os alunos consideraram a prova cansativa.

ii. O adjetivo é flexionado em número e gênero dos substantivos se o núcleo do objeto


for composto de dois ou mais substantivos do mesmo gênero.

Os alunos encontraram questões e pegadinhas maliciosas na prova.

iii.
O adjetivo é permanece no gênero masculino plural se o objeto possuir dois núcleos
representados por substantivos de gêneros distintos.

Os alunos encontraram questões e textos extensos na prova.

iv. O adjetivo anteposto a dois ou mais núcleos do objeto pode concordar com o núcleo
mais próximo.

O servidor achou maravilhoso o cargo e a repartição.


O servidor achou maravilhosa a repartição e o cargo.

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v. Se houver substantivos de gêneros distintos, pode-se pluralizar o adjetivo no gênero


masculino.

O servidor achou maravilhosos o cargo e a repartição.


O servidor achou maravilhosos a repartição e o cargo.

d) No particípio, os adjetivos concordam em gênero e número com os substantivos a que se


referem. Em relação a substantivos de gêneros distintos, prevalece o masculino no plural.

Foi divulgado o edital do concurso.

Realizadas as provas, restava aguardar os novos servidores.


Alunos e alunas decididos têm mais chance de êxito na prova.

e) O pronome concorda:

i. com o substantivo a que se refere em gênero e número.

Nenhuma dificuldade trazia-lhe aflição.


Certas lições nos fazem crescer.
Procurou o professor para sanar suas dúvidas, mas não o encontrou.

ii. Com relação a pronomes indefinidos neutros (nada, muito, algo), permanecem no
masculino singular os adjetivos regidos da preposição de que se referem a eles ou
concordam com o sujeito por atração.

Aquela bela cidade tinha algo de perigoso.


A multidão não tinha nada de agitado.

As alunas daquele curso não tinham nada de bobas.

iii. Quanto aos pronomes um...outro, prevalece o masculino no caso de substantivos


diferentes.

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Professor e aluna devem ajudar um ao outro.

f) Verbo “SER” + adjetivo:


i. Se o substantivo não estiver acompanhado de nenhum modificador, o adjetivo ficará
no masculino singular.

Fé é bom para a vida.

ii. Se o substantivo for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo, o


adjetivo concordará com o substantivo.

A fé é boa para a vida.

g) A Palavra “Só”:

i. Equivalente a “sozinho” – concorda com o nome a que se refere.

Carlos estudou só.


Carlos e Roberto estudaram sós.

ii. Equivalente a “somente” ou “apenas” – tem função adverbial, sendo, portanto, invariável.

Eles só querem passar no concurso e ser felizes.

h) Quanto às palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso, quite, leso, concordam com
o substantivo a que se referem em gênero e número se forem empregadas como adjetivo.

Seguem anexos os documentos necessários para tomar posse no cargo público.


- Muito obrigada, agradeceu a aula.

Eles mesmos elaborarão o planejamento de estudo.

Ela própria adotará medidas responsáveis.

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Estão inclusos todos os materiais necessários para sua preparação.

Nós estamos quites com o cronograma.

O ministro considerou a assinatura do acordo um crime de lesa-pátria.


Obs.: mesmo é um termo invariável se classificado como advérbio (sentido de realmente, defato).

Eles desistiram mesmo de viajar para permanecerem focados no concurso.

i) Quanto às palavras muito, pouco, bastante, meio, caro, barato, longe: podem aparecer
como advérbios ou adjetivos. Como advérbios, são invariáveis; como adjetivos, concordam
com o nome a que se referem.

Aquela aluna estudava muito todos os dias. (advérbio)

Ele lia muitos livros de direito. (pronome adjetivo)


Sentiu-se pouco confortável no dia da prova. (advérbio)

Tinha poucas alternativas para escolher o melhor caminho. (pronome adjetivo)

Há bastantes candidatos para fazer a prova. (pronome adjetivo)

Estudou bastante na fase pós-edital. (advérbio)


Ela estava meio estranha nos últimos dias. (advérbio)

Ele comeu meia porção de lasanha. (numeral adjetivo)

Comprei uma bolsa cara para a minha esposa. (adjetivo)

A bicicleta que sempre sonhei custa caro. (advérbio)


Os livros mais baratos podem ser os melhores. (adjetivo)
Os cursinhos poderiam cobrar mais barato. (advérbio)

Avistamos montanhas longes. (adjetivo)

Não imaginava que as montanhas estivessem tão longe. (advérbio)

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j) As palavras alerta e menos são invariáveis, pois funcionam como advérbio.

Os policiais estavam alerta.


Havia menos servidoras que servidores no órgão público.

k) O adjetivo possível aparece como termo variável ou invariável ao concordar com o artigo que
o antecede.

Queria morar o mais perto possível da biblioteca.


Estudou nas melhores escolas possíveis.

l) Expressões formadas por um verbo mais um adjetivo (É proibido, É necessário, É bom, É


preciso, É permitido):

i. Ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não


precedido de artigo).

É proibido crianças neste ambiente.


Durante a prova, é necessário atenção.

ii. Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou
adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.

É proibida a entrada de crianças.


A educação é necessária.

m) A Concordância estilística ideológica (silepse) ocorre em virtude da ideia subentendida e não


por meio das palavras expressas no texto.

Os intelectuais somos vaidosos. (estilística)

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Os intelectuais são vaidosos. (formal)

Brasileiros e latino-americanos fazemos a crítica ao sistema. (estilística)

Brasileiros e latino-americanos fazem a crítica ao sistema. (formal)

3.2 – CONCORDÂNCIA VERBAL

Primeiramente, veremos as regras gerais de concordância verbal para, em seguida, visitarmos os


casos especiais.

Regra Geral

Como regra geral, o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

i. Sujeito simples anteposto ao verbo.

Os alunos estavam tranquilos durante a prova.

ii. Sujeito simples posposto ao verbo.

Não faltarão oportunidades nos próximos anos.

iii. Sujeito composto anteposto ao verbo:

A resistência e a falta alimentam a violência.


Obs.: o verbo também poderá vir no singular quando o sujeito composto anteposto possui núcleos sinônimos
no singular.

Trabalho e atividade produzem bens de consumo.

Trabalho e atividade produz bens de consumo.

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iv. Sujeito composto posposto ao verbo – o verbo poderá concordar no plural ou com o
substantivo mais próximo.

Vêm ocorrendo a transformação da sociedade e a consolidação de valores.


Vem ocorrendo a transformação da sociedade e a consolidação de valores.

Chegaram o prefeito, o senador e o deputado.

Chegou o prefeito, o senador e o deputado.

v. Sujeito composto de pessoas diferentes – o verbo vai para o plural, de acordo com a
regra de prevalência, ou seja:
a) A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª.

Meus amigos e eu (nós – 1ª pessoa) faremos uma excelente prova.

b) A 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª.

Tu e ele (vós – 2ª pessoa) estudais muito.


Obs.: não é incomum, mesmo com a regra de prevalência, encontrar o verbo na 3ª pessoa do plural. Nesse
caso, há prevalência da 3ª pessoa sobre a 2ª.

Tu e ele estudam muito.

Casos Particulares

i. Sujeito formado por substantivo coletivo – o verbo concorda com o sujeito coletivo
no singular e no plural.

A plateia aplaudiu os novos aprovados.

➢ Caso o verbo esteja seguido de adjunto adnominal plural, poderá ser flexionado
no plural.

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A plateia de servidores aplaudiram os novos aprovados.

ii. Sujeito formado por núcleos partitivos – o verbo se mantém no singular


(concordância lógico-formal) ou é flexionado no plural (concordância estilística).

A maioria dos policiais ficou insatisfeita e evidenciou revolta.


(concordância lógico-formal)

A maioria dos policiais ficaram insatisfeitos e evidenciaram revolta.

(concordância estilística)

iii. Sujeito formado por pronome de tratamento – o verbo permanece na 3ª pessoa.

Vossa Excelência um dia será o nosso Presidente da República.

iv. Sujeito formado por núcleos percentuais e fracionários – o verbo pode ser
flexionado para concordar com o núcleo ou com seu adjunto adnominal.

Portanto, 55% da população estão no mercado informal.


Portanto, 55% da população está no mercado informal.
Portanto, 0,98% da população está no mercado informal.
Portanto, 1,36% da população está no mercado informal.

1/3 dos estudantes crê na aprovação.

1/3 dos estudantes creem na aprovação.

v. Sujeito formado por núcleos quantitativos – o verbo será flexionado para


concordar com o núcleo.

Uma tonelada de drogas foi apreendida na fronteira.

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Uma tonelada de drogas foram apreendidas na fronteira. (errado)

Foi atingido 1,5 bilhão de pessoas.

Foram atingidos 1,5 bilhão de pessoas. (errado)


Os milhares de pessoas buscavam a paz social.

As milhares de pessoas buscavam a paz social. (errado)

vi. Sujeito formado por expressões denotativas – o verbo permanece na 3ª pessoa do


singular ou do plural, de acordo com o numeral ou substantivo que segue essas
==2b4f26==

expressões.

Cerca de 800 habitantes receberão o benefício.


Mais de um americano morreu após os conflitos.

vii. Concordância com o verbo ser.


a) Pode concordar com o predicativo do sujeito quando o sujeito for os pronomes isto, isso,
aquilo, tudo.

Tudo eram experiências adquiridas.

Isso são lições da vida.

Aquilo seriam desejos ambiciosos.

➢ Também é possível a concordância do verbo com o sujeito-pronome no


singular.

Nem tudo é flores na vida de um estudante dedicado.

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4 – VOZES VERBAIS
As vozes do verbo caracterizam as diferentes atuações do sujeito da oração, as quais podem ser: voz
ativa, passiva e reflexiva.

4.1 – VOZ ATIVA

Na voz ativa, o sujeito é agente da ação expressa pelo verbo.

Os alunos (pratica a ação) resolveram todas as questões da prova.


O professor (pratica a ação) lecionou um conteúdo importante.

4.2 – VOZ PASSIVA

Na voz passiva, o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação expressa pelo verbo.
i. Voz passiva analítica – formada por um verbo auxiliar (ser), seguido pelo particípio do verbo
principal.

As questões da prova (recebe a ação) foram respondidas pelos alunos.

ii. Voz passiva sintética – formada a partir do verbo principal, conjugado na 3ª pessoa (singular
ou plural), seguido da partícula apassivadora “se”.

Alugam-se casas.
Vende-se este livro.

4.3 – VOZ REFLEXIVA

Na voz reflexiva, o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente da ação expressa pelo verbo.

O montanhista (pratica e recebe a ação) feriu-se gravemente.

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Os atletas (pratica e recebe a ação) abraçaram-se para comemorar o título.

5 – APOSTA ESTRATÉGICA
Quando o assunto for concordância, tanto a nominal quanto a verbal são bem cotadas nas provas. Mas
apostamos na cobrança da concordância nominal com um adjetivo posposto ou anteposto para mais de um
substantivo. Veja na página 4.
É corriqueiro também aparecerem questões de concordância nominal com mais de um adjetivo relacionado
a apenas um substantivo. Veja isso na página 5.
Quanto à concordância verbal, estude com carinho as situações de sujeito composto posposto e anteposto
ao verbo. Outro assunto da concordância verbal em que podemos apostar é como se dá a concordância com
o verbo ser. Um resumo:

➢ Pode concordar com o predicativo do sujeito quando o sujeito for os pronomes isto, isso,
aquilo, tudo.
➢ Também é possível a concordância do verbo com o sujeito-pronome no singular.

Certamente, no que diz respeito ao assunto vozes do verbo, o que tem maior potencial de ser cobrado é a
transposição da voz ativa para a passiva. Talvez possa aparecer uma questão com uma determinada oração
na voz ativa e as alternativas sejam possíveis estruturas da mesma oração na voz passiva ou vice-versa:
oração na passiva com alternativas na ativa.

Precisamos lembrar aí que:

- a transposição só é possível com verbo transitivo direto ou bitransitivo;

- o sujeito da oração na voz ativa passa a ser o agente da passiva;

- o objeto direto passa a ser o sujeito da passiva;

- quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá agente na passiva. (Atingiram-
me. (voz ativa) > Fui atingido. (voz passiva)).

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6 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Concordância verbal / voz passiva
Questão 1
FCC - Analista de Gestão Administrativa (Pref. Recife)/2019

Quem não gosta de samba

“Como se dá que ritmos e melodias, embora tão somente sons, se assemelhem a estados da alma?”, pergunta
Aristóteles. Há pessoas que não suportam a música; mas há também uma venerável linhagem de moralistas
que não suporta a ideia do que a música é capaz de suscitar nos ouvintes. Platão condenou certas escalas e
ritmos musicais e propôs que fossem banidos da cidade ideal. Santo Agostinho confessou-se vulnerável aos
“prazeres do ouvido” e se penitenciou por sua irrefreável propensão ao “pecado da lascívia musical”. Calvino
alerta os fiéis contra os perigos do caos, volúpia e emefinação que ela provoca. Descartes temia que a música
pudesse superexcitar a imaginação.
O que todo esse medo da música – ou de certos tipos de música – sugere? O vigor e o tom dos ataques traem o
melindre. Eles revelam não só aquilo que afirmam – a crença num suposto perigo moral da música −, mas
também o que deixam transparecer. O pavor pressupõe uma viva percepção da ameaça. Será exagero,
portanto, detectar nesses ataques um índice da especial força da sensualidade justamente naqueles que tanto
se empenharam em preveni-la e erradicá-la nos outros?
O que mais violentamente repudiamos está em nós mesmos. Por vias oblíquas ou com plena ciência do fato,
nossos respeitáveis moralistas sabiam muito bem do que estavam falando.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 23-24)

O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado de modo a concordar com o elemento sublinhado
na frase:
a) A Aristóteles, Platão e a outros pensadores (impressionar) vivamente a magia encantatória dos ritmos e
das melodias musicais.
b) Crê o autor do texto que àquele a quem mais (abalar) os efeitos da música é também quem mais conhece
as razões para temê-la.
c) Todos os ataques que contra a música se (promover) costumam partir dos que são extremamente
sensíveis aos seus poderes.
d) Está no texto a convicção, contra a qual a poucos (ocorrer) de se levantar, de que são irreprimíveis os
efeitos gerados pelo ritmo musical.
e) A música, independentemente dos que nela (ter) a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente
em que se a promova.

Concordância verbal / voz passiva

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Questão 2
FCC - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão (Pref. Recife)/2019

O futuro de uma desilusão

A ilusão de que uma metafísica calcada na ciência permitiria banir o mistério do mundo caducou − e agora? O
que nos resta fazer? Não se pode esperar da ciência respostas a inquietações que estão constitutivamente além
de seu horizonte de possibilidades. A ciência só se coloca problemas que ela é capaz, em princípio, de resolver,
ou seja, questões que se prestam a um tratamento empírico-dedutivo e cujas respostas admitem a possibilidade
da refutação.
Há um equívoco em abordar as extraordinárias conquistas do método científico com o olhar expectante da busca
religiosa ou metafísica. Ao mesmo tempo, contudo, parece simplesmente descabida, além de irrealista, a
pretensão de se limitar a esfera do que é pertinente inquirir à província da investigação científica, como se a
ciência gozasse da prerrogativa de definir ou demarcar o âmbito do que há para ser explicado no mundo. Uma
coisa é dizer que o animal humano partilha dos mesmos objetivos básicos − sobreviver e reproduzir das demais
formas de vida; outra, muito distinta, é afirmar que “nenhuma espécie, inclusive a nossa, possui um propósito
que vá além dos imperativos criados por sua história genética” e que, portanto, a espécie humana “carece de
qualquer objetivo externo à sua própria natureza biológica”: pois, ao dar esse passo, saltamos da observação
ao decreto e da constatação ao cerceamento da busca.
A teima interrogante do saber não admite ser detida e barrada, como contrabando ou imigrante clandestino,
pela polícia da fronteira na divisa onde findam os porquês da ciência.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 37-38)

Há presença de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na seguinte
frase:
a) Reservam-se aos cientistas a prerrogativa de investigar os fenômenos valendo-se do método dedutivo.
b) Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de resposta.
c) Não se deve imaginar, obviamente, que caibam aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas.
d) Ao se identificarem nossos objetivos com os dos animais, em nada se reduz a altura da nossa consciência.
e) Os limites que não se admitem impor-se ao conhecimento são por vezes desconsiderados.

Concordância verbal e nomimal


Questão 3
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050.
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto

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Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30%
do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas
digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso,
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os
governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível
em: https://epocanegocios.globo.com)

Está redigido em conformidade com a concordância da norma-padrão o livre comentário sobre o texto:
a) Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se faz ouvir por meio de plataformas digitais.
b) Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afetam as
cidades modernas.
c) Quando consultado pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se adaptar à era
da digitalização.
d) É possível que a vida das pessoas nas cidades se tornem mais fáceis serem vividas com a digitalização.
e) Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverá habitar as cidades até 2050.

Concordância verbal e nominal


Questão 4
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Atende às regras de concordância da norma-padrão a seguinte frase:


a) Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas
crianças.
b) Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população.
c) As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
d) Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente comprometido.
e) Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos.

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Concordância verbal / pontuação / crase


Questão 5
FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração, Finanças e Controle Interno/2019

Uma mudança ocorrida no último meio século foi o aparecimento do museu que constitui, por si só, uma grande
atração cultural, independentemente do conteúdo a ser exibido em seu interior. Esses edifícios espetaculares e
em geral arrojados vêm sendo construídos por arquitetos de estima universal e se destinam a criar grandes polos
globais de atração cultural em centros em tudo o mais periféricos e pouco atrativos. O que acontece dentro
desses museus é irrelevante ou secundário. Um exemplo disso ocorreu na cidade de Bilbao. Em tudo o mais
praticamente inexpressiva, nos anos 1990 ela transformou-se num polo turístico global graças ao Museu
Guggenheim, do arquiteto Frank Gehry. A arte visual contemporânea, desde o esgotamento do modernismo
nos anos 1950, considera adequados e agradáveis para exposições esses espaços que exageram a própria
importância e são funcionalmente incertos. Não obstante, coleções de grande significado para a humanidade,
expostas, por exemplo, no Museu do Prado, ainda não precisam recorrer a ambientes de acrobacia
arquitetônica.
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados: Cultura e sociedade no século XX. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013, edição digital)

Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase:


a) A partir do fim do modernismo, considera-se apropriado para exposições de arte visual certos espaços
cuja importância é superestimada.
b) Surge, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e arrojados, com o
intuito de criar grandes centros de turismo cultural.
c) Encontram-se no acervo de alguns museus, como o do Prado, obras de grande relevância para a
humanidade.
d) Cidades pouco chamativas como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido à atrações
arquitetônicas.
e) Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constituem, a despeito do acervo exposto,
uma atração cultural em si.

Concordância verbal / vozes verbais


Questão 6
FCC - Analista Jurídico de Defensoria (DPE AM)/Ciências Jurídicas/2018

Ponderação, a mais desmoralizada das virtudes

É isso, mas também aquilo. Não obstante o abacaxi, temos o pepino. Posto que A seja indiscutível, deve-se
levar em conta que B, somado a C, cria um cenário em que D pode se impor de certa forma como desejável,
ressalvados E e F. Só depois desse percurso, claro, chegaremos ao ponto G.

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O parágrafo anterior satiriza a ponderação de forma fácil e injusta, mas duvido que muita gente se
incomode com isso. Sinônimo de circunspecção reflexiva, equilíbrio, prudência, a ponderação é hoje a mais
desmoralizada das virtudes. Precisamos reabilitar a ponderação, nem que seja apenas como subproduto da
perplexidade, aquilo que faz o marinheiro do samba levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso.
O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do diferente que é visto como
ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos − é hoje
condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo selvagem inflama as turbas linchadoras
que se julgam investidas do direito sagrado de vingar bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos,
ciganos, gagos etc. Quem acha que o primeiro fogo é ruim e o segundo é bom não entendeu nada.
Representa um inegável avanço civilizatório a exposição, nas redes sociais, de comportamentos opressivos
ancestrais que sempre estiveram naturalizados em forma de assédio, desrespeito, piadinhas torpes e
preconceitos variados. Ao mesmo tempo, é um claro retrocesso que o avanço se dê à custa da supressão do
direito de defesa e do infinito potencial de injustiça contido no poder supremo de um juiz sem rosto.
(Adaptado de: RODRIGUES, Sergio. Folha de S. Paulo, 16/11/2017)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


a) Ao menos existe nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido cede lugar à
dúvida quanto à possibilidade de julgar.
b) Tendo em vista à irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas controvérsias,
verdadeiros fogos selvagens irredutíveis.
c) Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõem-se que de algum modo façam justiça ao que
possa haver neles de mais imponderável.
d) Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também podem haver turbas que
defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência.
e) Por falta da necessária ponderação, estão sendo vistas como naturais atitudes extremadas, que
constituem verdadeiros linchamentos públicos.

Concordância verbal / vozes verbais


Questão 7
FCC - Analista de Gestão Contábil (Pref Recife)/2019

Tempo é dinheiro

O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma
roda − foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando
os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por
pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra
novidade tecnológica europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e
precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação.

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Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo
da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia
de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou
pautar a circulação das riquezas entre os consumidores.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 154)

Há adequada transposição de uma voz verbal para outra e plena observância da concordância verbal em:
a) Coube aos chineses inventar o primeiro relógio mecânico / Aos chineses couberam ter inventado o
primeiro relógio mecânico.
b) No artefato chinês, o escoamento das águas movia uma roda / O escoamento das águas, no artefato
chinês, haviam de mover uma roda.
c) Aos chineses deslumbrou o componente poético do relógio português / Com o relógio português,
deslumbraram aos chineses seu componente poético.
d) Ao longo dos séculos, o relógio acabou subordinando os homens ao seu ritmo / Os homens acabaram
sendo subordinados, ao longo dos séculos, ao ritmo do relógio.
e) O proveito que é tirado de certas invenções nem sempre beneficia a todos / Nem todos tiram de certas
invenções o proveito que os beneficiariam.

Vozes verbais
Questão 8
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050.
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto
Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30%
do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas
digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso,
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os
governos interagem com as pessoas.

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(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível
em: https://epocanegocios.globo.com)

Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, a
forma verbal correspondente será
a) são permitidas.
b) será permitida.
c) são permitidos.
d) é permitido.
e) serão permitidos.

Vozes do verbo
Questão 9
FCC - Analista em Gestão (DPE AM)/Especializado de Defensoria/Ciências Contábeis/2018

As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras.
Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado.
O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são
propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos
animais.
Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e
mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível.
A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à
imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um
evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e
grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel
fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis,
também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam
modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente
influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas
um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais?
Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será
que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia,
confiança, pensamento independente?
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação
inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore
influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos
identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências

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musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda
que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no
ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é
emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos
muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”,
e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.
(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras,
2017, ed. digital)

E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner


Transformando-se o segmento sublinhado acima em sujeito da frase, a forma verbal resultante será:
a) é ouvido.
b) se ouvem.
c) é ouvida.
d) fomos ouvidos.
e) foram ouvidas.

Concordância nominal
Questão 10
FCC - Estagiário (SABESP)/Ensino Médio Técnico/2018

A frase em que o vocábulo em destaque está empregado conforme a concordância da norma-padrão da


língua é:
a) Saudosos do tempo de menino, o pai ensaiou alguns chutes.
b) A atenção do garoto estava voltado para a tela da televisão.
c) As bolas de couro são caro e estão sendo substituídas pelas de plástico.
d) O pai viu frustrada sua tentativa de jogar bola com o filho.
e) O pai percebeu que as bolas de couro e de plástico são diferente.

7 - LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


Concordância verbal / voz passiva
Questão 1
FCC - Analista de Gestão Administrativa (Pref. Recife)/2019

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Quem não gosta de samba

“Como se dá que ritmos e melodias, embora tão somente sons, se assemelhem a estados da alma?”, pergunta
Aristóteles. Há pessoas que não suportam a música; mas há também uma venerável linhagem de moralistas
que não suporta a ideia do que a música é capaz de suscitar nos ouvintes. Platão condenou certas escalas e
ritmos musicais e propôs que fossem banidos da cidade ideal. Santo Agostinho confessou-se vulnerável aos
“prazeres do ouvido” e se penitenciou por sua irrefreável propensão ao “pecado da lascívia musical”. Calvino
alerta os fiéis contra os perigos do caos, volúpia e emefinação que ela provoca. Descartes temia que a música
pudesse superexcitar a imaginação.
O que todo esse medo da música – ou de certos tipos de música – sugere? O vigor e o tom dos ataques traem o
melindre. Eles revelam não só aquilo que afirmam – a crença num suposto perigo moral da música −, mas
também o que deixam transparecer. O pavor pressupõe uma viva percepção da ameaça. Será exagero,
portanto, detectar nesses ataques um índice da especial força da sensualidade justamente naqueles que tanto
se empenharam em preveni-la e erradicá-la nos outros?
O que mais violentamente repudiamos está em nós mesmos. Por vias oblíquas ou com plena ciência do fato,
nossos respeitáveis moralistas sabiam muito bem do que estavam falando.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 23-24)

O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado de modo a concordar com o elemento sublinhado
na frase:
a) A Aristóteles, Platão e a outros pensadores (impressionar) vivamente a magia encantatória dos ritmos e
das melodias musicais.
b) Crê o autor do texto que àquele a quem mais (abalar) os efeitos da música é também quem mais conhece
as razões para temê-la.
c) Todos os ataques que contra a música se (promover) costumam partir dos que são extremamente
sensíveis aos seus poderes.
d) Está no texto a convicção, contra a qual a poucos (ocorrer) de se levantar, de que são irreprimíveis os
efeitos gerados pelo ritmo musical.
e) A música, independentemente dos que nela (ter) a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente
em que se a promova.
Comentário:
Na oração, o verbo deve concordar com o seu sujeito. Relembrados disso, vamos analisar cada frase:
A - A Aristóteles, Platão e a outros pensadores (impressionar) vivamente a magia encantatória dos ritmos e
das melodias musicais.
Incorreta – o verbo “impressionar” deve concordar com “magia”, que é o núcleo do seu sujeito, e não com
“pensadores”.

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A frase com o verbo flexionado corretamente seria: A Aristóteles, Platão e a outros pensadores impressiona
vivamente a magia encantatória dos ritmos e das melodias musicais.
B - Crê o autor do texto que àquele a quem mais (abalar) os efeitos da música é também quem mais conhece
as razões para temê-la.
CORRETA – o sujeito do verbo “abalar” é o termo sublinhado: “efeitos”.
A frase seria: Crê o autor do texto que àquele a quem mais abalam os efeitos da música é também quem
mais conhece as razões para temê-la.
PORÉM, nessa oração há um erro: como o pronome “aquele” é sujeito do verbo “é”, que é verbo de ligação
e, portanto, não rege preposição, não há motivo para que tal pronome seja precedido de preposição a;
sendo assim, o sinal indicativo de crase na sua grafia está incorreto.
C - Todos os ataques que contra a música se (promover) costumam partir dos que são extremamente
sensíveis aos seus poderes.
Incorreta – nessa frase temos o verbo na voz passiva, devido ao vocábulo “se”, que é partícula apassivadora
nesse contexto. O sujeito do verbo entre parênteses é o pronome “que”, o qual está retomando “Todos os
ataques”, que, por sua vez, é com quem o verbo irá concordar.
A frase com a flexão correta é: Todos os ataques que contra a música se promoveram costumam partir dos
que são extremamente sensíveis aos seus poderes.
Para uma visão melhor da ideia de voz passiva, a frase pode ser reescrita na voz passiva analítica: Todos os
ataques que contra a música foram promovidos costumam partir dos que são extremamente sensíveis aos
seus poderes.
d) Está no texto a convicção, contra a qual a poucos (ocorrer) de se levantar, de que são irreprimíveis os
efeitos gerados pelo ritmo musical.
Incorreta – o verbo entre parênteses deve ser grafado na terceira pessoa do singular porque o seu sujeito é
a oração “se levantar contra a convicção de que são irreprimíveis (...) musical”.
Para melhor entendermos a oração no que diz respeito a quem é sujeito, verbo e predicado, faremos sua
reescrita com os termos na ordem sintática padrão:
Levantar-se contra a convicção de que são irreprimíveis os efeitos gerados pelo ritmo musical ocorre a
poucos.
e) A música, independentemente dos que nela (ter) a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente
em que se a promova.
Incorreta – o sujeito do verbo “ter” é “os” (de “dos que”). Tal pronome pode ser substituído por aqueles, o
que nos dará uma melhor compreensão da frase.
Vejamos a reescrita com a substituição do “os” e a flexão do verbo: A música, independentemente daqueles
que nela tenham a atenção concentrada, acaba contagiando o ambiente em que se a promova.
Gabarito: B

Concordância verbal / voz passiva


Questão 2
FCC - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão (Pref. Recife)/2019

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O futuro de uma desilusão

A ilusão de que uma metafísica calcada na ciência permitiria banir o mistério do mundo caducou − e agora? O
que nos resta fazer? Não se pode esperar da ciência respostas a inquietações que estão constitutivamente além
de seu horizonte de possibilidades. A ciência só se coloca problemas que ela é capaz, em princípio, de resolver,
ou seja, questões que se prestam a um tratamento empírico-dedutivo e cujas respostas admitem a possibilidade
da refutação.
Há um equívoco em abordar as extraordinárias conquistas do método científico com o olhar expectante da busca
religiosa ou metafísica. Ao mesmo tempo, contudo, parece simplesmente descabida, além de irrealista, a
pretensão de se limitar a esfera do que é pertinente inquirir à província da investigação científica, como se a
ciência gozasse da prerrogativa de definir ou demarcar o âmbito do que há para ser explicado no mundo. Uma
coisa é dizer que o animal humano partilha dos mesmos objetivos básicos − sobreviver e reproduzir das demais
formas de vida; outra, muito distinta, é afirmar que “nenhuma espécie, inclusive a nossa, possui um propósito
que vá além dos imperativos criados por sua história genética” e que, portanto, a espécie humana “carece de
qualquer objetivo externo à sua própria natureza biológica”: pois, ao dar esse passo, saltamos da observação
ao decreto e da constatação ao cerceamento da busca.
A teima interrogante do saber não admite ser detida e barrada, como contrabando ou imigrante clandestino,
pela polícia da fronteira na divisa onde findam os porquês da ciência.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 37-38)

Há presença de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na seguinte
frase:
a) Reservam-se aos cientistas a prerrogativa de investigar os fenômenos valendo-se do método dedutivo.
b) Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de resposta.
c) Não se deve imaginar, obviamente, que caibam aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas.
d) Ao se identificarem nossos objetivos com os dos animais, em nada se reduz a altura da nossa consciência.
e) Os limites que não se admitem impor-se ao conhecimento são por vezes desconsiderados.
Comentário:
Analisando as frases:
a) Reservam-se aos cientistas a prerrogativa de investigar os fenômenos valendo-se do método dedutivo.
Incorreta – a forma verbal “Reservam-se” está incorreta porque deve concordar com o seu sujeito
“prerrogativa”, sendo grafado no singular: Reserva-se aos cientistas a prerrogativa...
b) Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de resposta.
Incorreta – para relembrar, o verbo haver, com sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito, porém esse
não é o caso. O verbo “Haverá” é, nessa frase, o verbo auxiliar de uma locução verbal, portanto deve sofrer
flexão concordando com o seu sujeito, cujo núcleo é “reações. A frase correta é: Haverão de ocorrer (...)
reações frustradas pela falta de resposta.

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c) Não se deve imaginar, obviamente, que caibam aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas.
Incorreta: vale relembrar que quando se tem um sujeito oracional, o verbo deve ser grafado na terceira
pessoa do singular.
O verbo “caibam” está flexionado incorretamente, pois o seu sujeito é a oração “atender inquirições
metafísicas” e, dessa forma, a frase grafada corretamente é: Não se deve imaginar, obviamente, que caiba
aos métodos científicos atender a inquirições metafísicas.
d) Ao se identificarem nossos objetivos com os dos animais, em nada se reduz a altura da nossa consciência.
CORRETA: todos os elementos da oração estão em correta concordância.
e) Os limites que não se admitem impor-se ao conhecimento são por vezes desconsiderados.
Incorreta – essa frase é um pouco mais complicada para compreendermos as relações de concordância
porque temos verbos na voz passiva e na voz ativa e, ainda, temos sujeito oracional. Vejamos cada verbo:
“se admitem” – flexão incorreta porque o sujeito é uma oração: “impor-se ao conhecimento”.
“impor-se” – flexão incorreta porque o sujeito é o “que”, que está retomando “limites”. A forma verbal
“impor-se” deve, então, ser grafada no plural: imporem-se. Além disso, trata-se de um verbo na voz passiva
sintética (são impostos).
“são” – flexão correta concordando com “limites”.
A frase correta é: Os limites que não se admite imporem-se ao conhecimento são por vezes
desconsiderados.
Gabarito: D

Concordância verbal e nomimal


Questão 3
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050.
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto
Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30%
do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas
digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”.

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Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso,
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os
governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível
em: https://epocanegocios.globo.com)

Está redigido em conformidade com a concordância da norma-padrão o livre comentário sobre o texto:
a) Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se faz ouvir por meio de plataformas digitais.
b) Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afetam as
cidades modernas.
c) Quando consultado pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se adaptar à era
da digitalização.
d) É possível que a vida das pessoas nas cidades se tornem mais fáceis serem vividas com a digitalização.
e) Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverá habitar as cidades até 2050.
Comentário:
A - Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se faz ouvir por meio de plataformas digitais.
Incorreta - a expressão verbal “se faz ouvir” deve ser grafada no plural para concordar com o núcleo do
sujeito “Os cidadãos”.
Correção: Os cidadãos de algumas cidades inteligentes já se fazem ouvir por meio de plataformas digitais.
B - Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afetam as
cidades modernas.
Incorreta: a forma verbal “afetam” deve ser grafada no singular para concordar com “tudo”.
Correção: Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental, desigualdade persistente, tudo afeta
as cidades modernas.
C - Quando consultado pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se adaptar à era
da digitalização.
Incorreta: o termo “consultado” deve ser grafado no plural para concordar com “os especialistas”. Temos
aqui uma locução verbal com verbo auxiliar implícito: foram consultados.
Para entendermos melhor, vamos explicitá-lo e colocar o seu sujeito mais próximo: Quando os especialistas
(foram) consultados pelo Fórum
Correção: Quando consultados pelo Fórum, os especialistas discorreram sobre como as cidades vão se
adaptar à era da digitalização.
D - É possível que a vida das pessoas nas cidades se tornem mais fáceis serem vividas com a digitalização.
Incorreta: toda a expressão “se tornem mais fáceis de serem vividas” deve ser grafada no singular para
concordar com o núcleo do sujeito “vida”. O sujeito completo é “a vida das pessoas nas cidades”, o que
confunde um pouco a compreensão da concordância, mas devemos sempre focar no núcleo do sujeito.
Correção: É possível que a vida das pessoas nas cidades se torne mais fácil ser vivida com a digitalização.

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E - Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverá habitar as cidades até 2050.
CORRETA – vale lembrar que, na concordância com porcentagem, o verbo poderá concordar tanto com o
complemento dela (da população mundial), sendo grafado no singular, quanto com o numeral (70%),
situação em que o verbo seria grafado no plural.
Outra forma de escrita: Segundo algumas previsões, 70% da população mundial deverão habitar as cidades
até 2050.
Gabarito: E

Concordância verbal e nominal


Questão 4
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Atende às regras de concordância da norma-padrão a seguinte frase:


a) Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas
crianças.
b) Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população.
c) As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças evitáveis.
d) Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente comprometido.
e) Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos.
Comentário:
A - Os cidadãos são bombardeado com notícias falsas com o propósito de dissuadi-las de vacinar suas
crianças.
Incorreta – o sintagma verbal “são bombardeado” deve ser todo grafado no plural para concordar com
“cidadãos”; o pronome “-las” em “persuadi-las” deve ser grafado no masculino para concordar com o termo
que retoma, que, no contexto, é “cidadãos”. O “-las” retomaria “notícias”, o que não ficaria coerente no
contexto: dissuadir as notícias de vacinar suas crianças (incoerente).
Correção: Os cidadãos são bombardeados com notícias falsas com o propósito de dissuadi-los de vacinar
suas crianças.
B - Notícias falsas é o que tem deixado alarmado quanto à vacinação grande parte da população.
Incorreta – o termo “alarmado” deve ser grafado no feminino para concordar com “grande parte da
população”.
Vale lembrar que, no caso do verbo ser, a concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo
do sujeito, ou seja, nesse contexto, tanto o verbo pode concordar com o sujeito “Notícias falsas”, sendo
grafado no plural, quanto com o predicativo “o que tem deixado...”, sendo grafado no singular.
C - As pessoas tornam improdutivo o esforço governamental de proteger os brasileiros de doenças
evitáveis.
CORRETA – todas os sintagmas dessa frase estão em correta concordância.

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D - Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente
comprometido.
Incorreta – o termo “comprometido” deve ser grafado no feminino para concordar com “saúde”.
Correção: Quando a criança não é vacinada contra determinada doença, sua saúde fica gravemente
comprometida.
e) Nos últimos anos, tem sido registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos.
Incorreta – o elemento “registrado” deve ser grafado no feminino para concordar com “queda”.
Correção: Nos últimos anos, tem sido registrada uma queda na cobertura vacinal de crianças menores de
dois anos.
Gabarito: C

Concordância verbal / pontuação / crase


Questão 5
FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração, Finanças e Controle Interno/2019

Uma mudança ocorrida no último meio século foi o aparecimento do museu que constitui, por si só, uma grande
atração cultural, independentemente do conteúdo a ser exibido em seu interior. Esses edifícios espetaculares e
em geral arrojados vêm sendo construídos por arquitetos de estima universal e se destinam a criar grandes polos
globais de atração cultural em centros em tudo o mais periféricos e pouco atrativos. O que acontece dentro
desses museus é irrelevante ou secundário. Um exemplo disso ocorreu na cidade de Bilbao. Em tudo o mais
praticamente inexpressiva, nos anos 1990 ela transformou-se num polo turístico global graças ao Museu
Guggenheim, do arquiteto Frank Gehry. A arte visual contemporânea, desde o esgotamento do modernismo
nos anos 1950, considera adequados e agradáveis para exposições esses espaços que exageram a própria
importância e são funcionalmente incertos. Não obstante, coleções de grande significado para a humanidade,
expostas, por exemplo, no Museu do Prado, ainda não precisam recorrer a ambientes de acrobacia
arquitetônica.
(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados: Cultura e sociedade no século XX. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013, edição digital)

Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase:


a) A partir do fim do modernismo, considera-se apropriado para exposições de arte visual certos espaços
cuja importância é superestimada.
b) Surge, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e arrojados, com o
intuito de criar grandes centros de turismo cultural.
c) Encontram-se no acervo de alguns museus, como o do Prado, obras de grande relevância para a
humanidade.
d) Cidades pouco chamativas como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido à atrações
arquitetônicas.

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e) Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constituem, a despeito do acervo exposto,
uma atração cultural em si.
Comentário:
A - A partir do fim do modernismo, considera-se apropriado para exposições de arte visual certos espaços
cuja importância é superestimada.
Incorreta – a expressão verbal “considera-se apropriado”, cujo verbo está na voz passiva sintética, deve ser
grafada no plural para concordar com “certos espaços”.
Correção - A partir do fim do modernismo, consideram-se apropriados para exposições de arte visual certos
espaços cuja importância é superestimada.
B - Surge, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e arrojados, com
o intuito de criar grandes centros de turismo cultural.
Incorreta – a forma verbal “Surge” deve ser grafada no plural para concordar com o núcleo de seu sujeito
“edifícios”.
Correção: Surgem, em locais muitas vezes pouco chamativos, edifícios de arquitetura espetacular e
arrojados, com o intuito de criar grandes centros de turismo cultural.
C - Encontram-se no acervo de alguns museus, como o do Prado, obras de grande relevância para a
humanidade.
CORRETA – todos os elementos verbais e não verbais dessa frase estão em correta concordância.
D - Cidades pouco chamativas como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido à atrações
arquitetônicas.
Incorreta – quanto à concordância, não há incorreção nessa frase. Porém, identificamos falta de vírgula
antes de “como”, para isolar o elemento de exemplificação “como Bilbao”. E o sinal indicativo de crase está
incorreto porque o termo “atrações” não está precedido de artigo definido, há antes dele somente a
preposição ‘a’, regida pelo termo “devido”, sendo assim, não ocorre a contração de preposição mais artigo
que resultaria no referido sinal.
Correção: Cidades pouco chamativas, como Bilbao, podem se transformar em polos turísticos devido a
atrações arquitetônicas.
E - Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constituem, a despeito do acervo exposto,
uma atração cultural em si.
Incorreta – a forma verbal “constituem” deve ser grafada no singular para concordar com “edifício”. O
edifício de fachadas ousadas constitui uma atração...
Correção: Museus como o de Bilbao, cujo edifício de fachadas ousadas constitui, a despeito do acervo
exposto, uma atração cultural em si.
Gabarito: C

Concordância verbal / vozes verbais


Questão 6
FCC - Analista Jurídico de Defensoria (DPE AM)/Ciências Jurídicas/2018

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Ponderação, a mais desmoralizada das virtudes

É isso, mas também aquilo. Não obstante o abacaxi, temos o pepino. Posto que A seja indiscutível, deve-se
levar em conta que B, somado a C, cria um cenário em que D pode se impor de certa forma como desejável,
ressalvados E e F. Só depois desse percurso, claro, chegaremos ao ponto G.
O parágrafo anterior satiriza a ponderação de forma fácil e injusta, mas duvido que muita gente se
incomode com isso. Sinônimo de circunspecção reflexiva, equilíbrio, prudência, a ponderação é hoje a mais
desmoralizada das virtudes. Precisamos reabilitar a ponderação, nem que seja apenas como subproduto da
perplexidade, aquilo que faz o marinheiro do samba levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso.
O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do diferente que é visto como
ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos − é hoje
condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo selvagem inflama as turbas linchadoras
que se julgam investidas do direito sagrado de vingar bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos,
ciganos, gagos etc. Quem acha que o primeiro fogo é ruim e o segundo é bom não entendeu nada.
Representa um inegável avanço civilizatório a exposição, nas redes sociais, de comportamentos opressivos
ancestrais que sempre estiveram naturalizados em forma de assédio, desrespeito, piadinhas torpes e
preconceitos variados. Ao mesmo tempo, é um claro retrocesso que o avanço se dê à custa da supressão do
direito de defesa e do infinito potencial de injustiça contido no poder supremo de um juiz sem rosto.
(Adaptado de: RODRIGUES, Sergio. Folha de S. Paulo, 16/11/2017)

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


a) Ao menos existe nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido cede lugar à
dúvida quanto à possibilidade de julgar.
b) Tendo em vista à irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas controvérsias,
verdadeiros fogos selvagens irredutíveis.
c) Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõem-se que de algum modo façam justiça ao que
possa haver neles de mais imponderável.
d) Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também podem haver turbas que
defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência.
e) Por falta da necessária ponderação, estão sendo vistas como naturais atitudes extremadas, que
constituem verdadeiros linchamentos públicos.
Comentário:
A - Ao menos existe nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido cede lugar à
dúvida quanto à possibilidade de julgar.
Incorreta – o verbo “existe” deve ser grafado no plural para concordar com o seu sujeito “alguns momentos
de ponderação”.
Frase correta - Ao menos existem nas redes sociais alguns momentos de ponderação, onde o ódio irrefletido
cede lugar à dúvida quanto à possibilidade de julgar.

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B - Tendo em vista à irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas controvérsias,


verdadeiros fogos selvagens irredutíveis.
Incorreta – quanto à concordância, não há erro nessa frase. O sinal indicativo de crase é que está empregado
incorretamente, pois a expressão “tendo em vista” não rege preposição ‘a’.
Frase correta: Tendo em vista a irracionalidade predominante, incensam-se aqui e ali profundas
controvérsias, verdadeiros fogos selvagens irredutíveis.
C - Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõem-se que de algum modo façam justiça ao que
possa haver neles de mais imponderável.
Incorreta – o verbo “supõem-se” é um verbo na voz passiva que tem como sujeito a oração “façam justiça
ao que possa...”. Já que o sujeito do citado verbo é uma oração, ele deve ser grafado na terceira pessoa do
singular, mas irá continuar acompanhado da partícula apassivadora.
Frase correta: Por mais inflamadas que sejam as nossas razões, supõe-se que de algum modo façam justiça
ao que possa haver neles de mais imponderável.
D - Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também podem haver turbas que
defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência.
Incorreta – a forma verbal “podem” é o verbo auxiliar da locução “podem haver”, que está grafada
incorretamente. Uma vez que o verbo “haver”, quando significa existir, é impessoal, ele torna toda a locução
verbal também impessoal. Sendo assim, tal locução deve ser grafada no singular.
Frase correta: Assim como há linchadores do que é visto como diferente, assim também pode haver turbas
que defendem o oposto, perpetrando o mesmo tipo de violência.
E - Por falta da necessária ponderação, estão sendo vistas como naturais atitudes extremadas, que
constituem verdadeiros linchamentos públicos.
CORRETA – toda a expressão está corretamente grafada.
Gabarito: E

Concordância verbal / vozes verbais


Questão 7
FCC - Analista de Gestão Contábil (Pref Recife)/2019

Tempo é dinheiro

O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma
roda − foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando
os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por
pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra
novidade tecnológica europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e
precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação.
Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo
da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia

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de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou
pautar a circulação das riquezas entre os consumidores.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016, p. 154)

Há adequada transposição de uma voz verbal para outra e plena observância da concordância verbal em:
a) Coube aos chineses inventar o primeiro relógio mecânico / Aos chineses couberam ter inventado o
primeiro relógio mecânico.
b) No artefato chinês, o escoamento das águas movia uma roda / O escoamento das águas, no artefato
chinês, haviam de mover uma roda.
c) Aos chineses deslumbrou o componente poético do relógio português / Com o relógio português,
deslumbraram aos chineses seu componente poético.
d) Ao longo dos séculos, o relógio acabou subordinando os homens ao seu ritmo / Os homens acabaram
sendo subordinados, ao longo dos séculos, ao ritmo do relógio.
e) O proveito que é tirado de certas invenções nem sempre beneficia a todos / Nem todos tiram de certas
invenções o proveito que os beneficiariam.
Comentário:
Vale lembrar aqui que só é possível a transposição de uma oração na voz ativa para a voz passiva quando o
verbo dessa oração é transitivo direto ou bitransitivo. Isso porque o objeto direto do verbo na voz ativa passa
a ser o sujeito da oração na voz passiva e o sujeito do verbo na ativa passa a agente da passiva. Cientes disso,
vamos analisar cada oração:
A - Coube aos chineses inventar o primeiro relógio mecânico / Aos chineses couberam ter inventado o
primeiro relógio mecânico.
Incorreta – o verbo coube é transitivo indireto, portanto não é possível que a transposição seja feita. Ocorreu
apenas a substituição do verbo “inventar” por uma locução verbal “ter inventado” e a movimentação dos
sintagmas na frase. Outro ponto a ser ressaltado é que o verbo “couberam” deve ser grafado no singular
para concordar com o seu sujeito, que é oracional: “ter inventado o primeiro relógio mecânico”.
Frase correta: Aos chineses coube ter inventado o primeiro relógio mecânico.
B - No artefato chinês, o escoamento das águas movia uma roda / O escoamento das águas, no artefato
chinês, haviam de mover uma roda.
Incorreta: o verbo haver é transitivo direto, portanto seria possível a transposição, mas, ATENÇÃO, não
ocorreu a transposição da voz do verbo, uma vez que o sujeito permanece o mesmo da primeira frase. Houve
apenas a substituição do verbo “movia” por “haviam de mover” e a alteração de lugar dos elementos da
frase.
O verbo ‘haver’ é o verbo auxiliar da locução verbal “haviam de mover”, o sujeito da locução é “O
escoamento das águas”, que está no singular, sendo assim, tal locução deve ser grafada no singular.
Frase correta: O escoamento das águas, no artefato chinês, havia de mover uma roda.
A frase transposta seria: Uma roda era movida pelo escoamento das águas no artefato chinês.

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C - Aos chineses deslumbrou o componente poético do relógio português / Com o relógio português,
deslumbraram aos chineses seu componente poético.
Incorreta – o verbo ‘deslumbrar’ é transitivo direto ou intransitivo, a depender do contexto, mas ele foi
empregado na primeira frase como transitivo indireto, portanto a transposição não pode ser feita para a voz
passiva. Outro ponto é que, na segunda frase, o verbo “deslumbraram” está com erro de concordância, pois
deveria estar grafado no singular para concordar com “seu componente poético”.
Frase correta: Com o relógio português, deslumbrou aos chineses seu componente poético.
D - Ao longo dos séculos, o relógio acabou subordinando os homens ao seu ritmo / Os homens acabaram
sendo subordinados, ao longo dos séculos, ao ritmo do relógio.
CORRETA – a locução verbal “acabou subordinando” é bitransitiva, sendo seu objeto direto “os homens” e
o indireto “ao seu ritmo”, seu sujeito é “o relógio”. Na transposição, o objeto direto passou a sujeito e o
sujeito a agente da passiva.
E - O proveito que é tirado de certas invenções nem sempre beneficia a todos / Nem todos tiram de certas
invenções o proveito que os beneficiariam.
Incorreta – para entendermos melhor, vamos desmembrar a primeira frase:
‘O proveito é tirado de certas invenções.’ – frase já na voz passiva, a voz ativa seria: Certas invenções tiram
proveito.
‘O proveito nem sempre beneficia a todos.’ – frase na voz ativa, mas com verbo transitivo indireto, o que
não permite a transposição.
A segunda frase foi escrita toda na voz ativa, houve apenas a sua reestruturação, porém o verbo
“beneficiariam” está com erro de concordância. Ele deve ser grafado no singular para concordar com
“proveito”.
Gabarito: D

Vozes verbais
Questão 8
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019

Mais da metade dos seres humanos hoje vivem em cidades, e esse número deve aumentar para 70% até 2050.
Em termos econômicos, os resultados da urbanização foram notáveis. As cidades representam 80% do Produto
Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30%
do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo – e as cidades não são exceção, segundo análise do Fórum Econômico
Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e desigualdade persistente são alguns dos
problemas das cidades modernas. Recentemente, entraram na equação as consequências da transformação
digital. Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam
essa possibilidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteligentes como Tallinn, na
Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-se com o governo local via plataformas

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digitais, que permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares
em Cingapura e Amsterdã tentam criar uma espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais possibilitam acesso,
abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmente irão mudar a forma como os
governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de:“5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível
em: https://epocanegocios.globo.com)

Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, a
forma verbal correspondente será
a) são permitidas.
b) será permitida.
c) são permitidos.
d) é permitido.
e) serão permitidos.
Comentário:
É importante lembrar aqui que, na transposição da voz ativa para a passiva, o verbo conserva o mesmo
tempo verbal e o objeto direto passa a sujeito da passiva. Além disso, o verbo na voz passiva é uma locução
verbal formada por verbo auxiliar ser/estar mais verbo da ativa conjugado no particípio como verbo
principal. Sendo assim, vejamos:
- a oração base é: “permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos.”
O objeto dessa oração é “a assinatura de contratos e o pagamento de impostos”. Colocando-o como o
sujeito da oração na voz passiva e o verbo “permite”, que está no presente, com a formação de voz passiva
analítica, temos: A assinatura de contratos e o pagamento de impostos são permitidos.
O termo “permitidas”, como consta na letra A, não é possível porque o sujeito é composto com dois núcleos
de gêneros diferentes (assinatura; pagamento), nesse caso prevalece a concordância no masculino.
O gabarito para essa questão é, portanto, a letra C.
Gabarito: C

Vozes do verbo
Questão 9
FCC - Analista em Gestão (DPE AM)/Especializado de Defensoria/Ciências Contábeis/2018

As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras.
Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado.
O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são
propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos
animais.

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Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e
mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível.
A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à
imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um
evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e
grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel
fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis,
também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam
modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente
influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados.
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas
um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais?
Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será
que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia,
confiança, pensamento independente?
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação
inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore
influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos
identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências
musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda
que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no
ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é
emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos
muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”,
e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.
(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras,
2017, ed. digital)

E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner


Transformando-se o segmento sublinhado acima em sujeito da frase, a forma verbal resultante será:
a) é ouvido.
b) se ouvem.
c) é ouvida.
d) fomos ouvidos.
e) foram ouvidas.
Comentário:
A frase base para essa questão é: E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner.
Nela vemos:

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“a voz de Wagner” como objeto direto. (lembrando que ele deverá ser o sujeito da passiva)
“ouvimos” é o verbo. (que deverá ser substituído por uma uma locução verbal composta por ser/estar como
auxiliar e esse verbo no particípio como principal, mantendo-se o tempo verbal)
O sujeito dessa frase está implícito, mas pode ser percebido pela desinência número pessoal do verbo “-
mos”, de “ouvimos”, que é indicativa de primeira pessoa do plural nós.
Transformando a frase toda para voz passiva, temos:
E então, de súbito, a voz de Wagner é ouvida por nós.
A forma verbal resultante, então, é “é ouvida”, como consta na letra C.
Gabarito: C

Concordância nominal
Questão 10
FCC - Estagiário (SABESP)/Ensino Médio Técnico/2018

A frase em que o vocábulo em destaque está empregado conforme a concordância da norma-padrão da


língua é:
a) Saudosos do tempo de menino, o pai ensaiou alguns chutes.
b) A atenção do garoto estava voltado para a tela da televisão.
c) As bolas de couro são caro e estão sendo substituídas pelas de plástico.
d) O pai viu frustrada sua tentativa de jogar bola com o filho.
e) O pai percebeu que as bolas de couro e de plástico são diferente.
Comentário:
A - Saudosos do tempo de menino, o pai ensaiou alguns chutes.
Incorreta - o termo em destaque deve ser grafado no singular para concordar com o seu referente “pai”.
B - A atenção do garoto estava voltado para a tela da televisão.
Incorreta – “voltado” deve ser grafado no feminino para concordar com “atenção”.
C - As bolas de couro são caro e estão sendo substituídas pelas de plástico.
Incorreta – o termo sublinhado deve ser grafado no feminino plural para concordar com “bolas”.
D - O pai viu frustrada sua tentativa de jogar bola com o filho.
CORRETA – o termo “frustrada” está concordando corretamente com “tentativa”.
E - O pai percebeu que as bolas de couro e de plástico são diferente.
Incorreta – o termo “diferente” deve ser grafado no plural para concordar com “as bolas de couro e de
plástico”.
Gabarito: D

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8 – REVISÃO ESTRATÉGICA

8.1 PERGUNTAS

1. Conceitue concordância.
2. Como se dá a concordância nominal?
3. Cite 3 casos especiais que são exceções de concordância nominal.
4. Como se dá a concordância verbal?
5. Como funciona a concordância verbal em caso de o sujeito ser composto por pessoas diferentes?
6. Em caso de sujeito composto posposto ao verbo, como funcionaria a concordância?
7. Dentro dos casos especiais de concordância verbal, como funciona a concordância do verbo com o
sujeito formado por substantivo coletivo, por núcleo fracionário ou percentual ou por núcleo partitivo?
8. Com o verbo “ser”, como se dá a concordância?
9. As vozes verbais são: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. Qual a diferença entre a voz passiva e a
voz ativa?
10. Qual é a diferença entre voz passiva e voz reflexiva?

8.2 PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Conceitue concordância.
Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se combinam, nas suas flexões,
com as palavras de que dependem. Ocorre quanto ao gênero e número (nos nomes), e pessoa e número
(nos verbos).

2. Como se dá a concordância nominal?


Com algumas exceções, artigo, adjetivo, pronome adjetivo e numeral concordam com o substantivo em
gênero e número.

3. Cite 3 casos especiais que são exceções de concordância nominal.


- Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, há duas concordâncias possíveis: o
substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo; o substantivo vai para o
plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.
- Quando o sujeito for composto e o adjetivo estiver posposto aos substantivos, o adjetivo vai para o plural
(em caso de gêneros diferentes, permanece o masculino plural); mas se o adjetivo estiver anteposto aos

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substantivos, a concordância pode ser feita com o adjetivo no plural ou com o adjetivo concordando com o
substantivo mais próximo.
- Na concordância com a palavra “só”, se ela equivaler a “sozinho”, concordará com o nome a que se refere;
se ela equivaler a “somente” ou “apenas”, terá função adverbial e será, portanto, invariável.

4. Como se dá a concordância verbal?


Em regra, o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

5. Como funciona a concordância verbal em caso de o sujeito ser composto por pessoas diferentes?
Há uma ordem de prevalência: a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª e a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª.

6. Em caso de sujeito composto posposto ao verbo, como funcionaria a concordância?


O verbo poderá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo a ele.

7. Dentro dos casos especiais de concordância verbal, como funciona a concordância do verbo com o
sujeito formado por substantivo coletivo, por núcleo fracionário ou percentual ou por núcleo partitivo?
Nesses casos o verbo poderá concordar tanto com o termo coletivo, fracionário ou percentual (com o
numeral) ou partitivo quanto com o adjunto adnominal que o acompanhar, permanecendo no singular ou
indo para o plural.

8. Com o verbo “ser”, como se dá a concordância?


O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito quando o sujeito for os pronomes isto, isso, aquilo,
tudo. E é possível, também, a concordância do verbo com o sujeito-pronome no singular.

9. As vozes verbais são: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. Qual a diferença entre a voz passiva e a
voz ativa?
Na voz ativa o sujeito é o agente da ação expressa pelo verbo, já na voz passiva o sujeito é paciente, ou seja,
ele sofre a ação expressa pelo verbo.

10. Qual é a diferença entre voz passiva e voz reflexiva?


Em ambas se emprega a partícula “se”, porém, na voz passiva, o sujeito é paciente da ação expressa pelo
verbo enquanto que, na voz reflexiva, ele pratica e sofre a ação expressa pelo verbo, ou seja, ele é agente e
paciente ao mesmo tempo da referida ação.

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Servidores, chegamos ao final de mais uma aula. Façam uma boa revisão dos conceitos vistos hoje
para gabaritarem as provas de Língua Portuguesa.
Na próxima aula, continuaremos avançando gradativamente, de modo a visitar cada tópico cobrado
pelas bancas examinadoras. Estejam atentos aos percentuais estatísticos de cobrança para
direcionarem seus estudos, ok?
Forte abraço!

Prof. Carlos Roberto

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