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Aula 03

Câmara de Belo Horizonte-MG - Passo


Estratégico de Língua Portuguesa - 2023
(Pós-Edital)

Autor:
Carlos Roberto

05 de Janeiro de 2024

60022990682 - Renato Master da Consolação Pereira


Carlos Roberto
Aula 03

Sumário
1 - Apresentação ............................................................................................................. 2
2 - Análise Estatística ....................................................................................................... 3
3 – Frase, Oração e Período ............................................................................................. 3
3.1 - Frase............................................................................................................................................ 3
3.2 - Oração ........................................................................................................................................ 4
3.3 - Período ........................................................................................................................................ 5
4 – Termos da oração ...................................................................................................... 5
4.1 – Termos essenciais ...................................................................................................................... 6
4.1.1 - Sujeito ...................................................................................................................................... 6
4.1.2 - Predicado ............................................................................................................................... 10
4.2 – Termos integrantes .................................................................................................................. 12
4.2.1 – Objeto Direto ........................................................................................................................ 12
4.2.2 – Objeto Indireto ...................................................................................................................... 14
4.2.3 – Agente da passiva ................................................................................................................. 15
4.2.4 – Complemento Nominal ......................................................................................................... 16
4.3 – Termos acessórios .................................................................................................................... 17
4.3.1 – Adjunto Adnominal ............................................................................................................... 17
4.3.2 – Adjunto Adverbial ................................................................................................................. 19
4.3.3 - Aposto .................................................................................................................................... 20
5 – Palavra “se” ............................................................................................................. 22
6 – Vocábulo “que”........................................................................................................ 24
7 – Vocábulo “como” ..................................................................................................... 25
8- Aposta estratégica ..................................................................................................... 26
9 - Questões-chave de revisão ....................................................................................... 27
10 – Lista de questões comentadas ................................................................................ 38
11 - Revisão estratégica ................................................................................................. 52
11.1 Perguntas .................................................................................................................................. 52
11.2 Perguntas e respostas .............................................................................................................. 53

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1 - APRESENTAÇÃO
Olá, servidores.
Prosseguiremos, passo a passo, rumo à sua aprovação. Para tanto, é imprescindível visitar os
conceitos desta aula e verificar como são cobrados em prova.
Adentraremos na Sintaxe, que é a parte da gramática que estuda a colocação e a organização das
palavras em uma frase para estabelecer a comunicação de um pensamento. Uma de suas funções é
classificar os termos dentro de uma frase, oração e período.
Logo, revisaremos, nesta aula, todos os termos essenciais, integrantes e acessórios da oração. Será
uma aula bastante proveitosa. Entendendo os conceitos aqui expostos, vocês darão um grande
passo na revisão dos assuntos da Língua Portuguesa, porquanto são frequentemente cobrados em
provas de concursos públicos. Na sua prova, não será diferente!
Eventualmente, utilizaremos questões da banca aplicadas em outras áreas que sejam mais atuais.
Vamos lá!
Prof. Carlos Roberto

#amoraovernáculo
“A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”.
(Machado de Assis)

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2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

Língua Portuguesa
% de cobrança em provas anteriores (Consulplan)

Interpretação de textos; reescrita de frases. 34,21%

Classes de Palavras; formação e estrutura das palavras. 15,63%

Semântica; regência verbal; regência nominal; 14,44%

Ortografia; acentuação gráfica; crase. 9,52%

Linguagem; tipologia textual; fonética. 7,38%

Relação de coordenação e subordinação das orações; pontuação. 7,22%

Termos da oração; partícula "se"; vocábulo "que"; vocábulo "como". 5,08%

Tempos e modos verbais. 3,02%

Concordância verbal; concordância nominal; vozes verbais. 2,86%

Função sintática dos pronomes átonos; função sintática dos pronomes


relativos; colocação pronominal. 0,63%

TOTAL 100,00%

3 – FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO


Para iniciar o estudo da Sintaxe, é essencial conhecer os conceitos de frase, oração e período.

3.1 - FRASE

Frase é todo enunciado capaz de estabelecer uma comunicação.


As frases podem ser verbais (com verbo) ou nominais (sem verbo).

Você passará no concurso. (frase verbal)

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Seu esforço mudará sua vida. (frase verbal)

Cuidado! (frase nominal)

Socorro! (frase nominal)

A disposição dos termos dentro de uma frase pode seguir a ordem direta ou a ordem indireta.
i. Ordem direta - estabelece a seguinte disposição entre os termos da frase:

SUJEITO + PREDICADO (VERBO + COMPLEMENTOS VERBAIS +


ADJUNTOS ADVERBIAIS)

Os alunos do Estratégia Concursos conquistaram muitos cargos no último ano.

SUJEITO PREDICADO
Nessa frase, o predicado é composto por:
▪ Verbo: conquistaram;
▪ Complemento verbal: muitos cargos;
▪ Adjunto Adverbial: no último ano.

ii. Ordem indireta – a disposição dos termos da frase é alterada, podendo ser iniciada por verbo
ou adjunto adverbial.
Conquistaram muitos cargos os alunos do Estratégia Concursos no último ano.

VERBO + COMPLEMENTO VERBAL SUJEITO ADJ. ADVERBIAL

No último ano, os alunos do Estratégia Concursos conquistaram muitos cargos.

ADJ. ADVERBIAL SUJEITO VERBO + COMPLEMENTO VERBAL

3.2 - ORAÇÃO

A oração é a frase da estrutura sintática que pode apresentar sujeito e predicado ou,
excepcionalmente, apenas predicado. Ela se estrutura essencialmente em torno de um verbo ou de
uma locução verbal.

Estudamos para passar. (sujeito desinencial – nós – predicado verbal)

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Choveu durante a prova. (oração sem sujeito – predicado verbal)

Estejam atentos ao seguinte detalhe:


Para frase, o importante é o sentido do enunciado.
Para oração, o essencial é a presença do verbo na estrutura.

Alunos em concentração absoluta. (frase) Nem toda frase é oração!


O professor pediu / que todos fizessem as revisões. Nem toda oração é frase!

(1ª oração) (2ª oração)

3.3 - PERÍODO

O período é a frase composta de uma ou mais orações. Pode ser:


i. Período simples: constituído de uma só oração.

“A ignorância do bem é a causa do mal.” (Demócrito)

O período simples também é chamado de oração absoluta.

ii. Período composto: formado por mais de uma oração.

“O gato não nos afaga, afaga-se em nós.” (Machado de Assis)

Na língua escrita, deve-se empregar letra maiúscula para iniciar um período e ponto final (pode ser
ponto de exclamação, de interrogação, dois pontos ou reticências) para fechá-lo.

4 – TERMOS DA ORAÇÃO
De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) os termos da oração classificam-se em:
1) Termos essenciais: sujeito e predicado;
2) Termos integrantes: complemento verbal (objeto direto e objeto indireto), complemento
nominal e agente da passiva;
3) Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.

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4.1 – TERMOS ESSENCIAIS

São dois os termos essenciais da oração: sujeito e predicado. Sujeito é o ser do qual se diz alguma
coisa. Predicado é aquilo que se declara do sujeito, ou seja, é o termo da oração que informa algo
relacionado ao sujeito.

4.1.1 - SUJEITO

O sujeito ocupa posição variável dentro da oração. Pode aparecer tanto na ordem direta quanto na
ordem indireta.

Os alunos do Estratégia Concursos fizeram boa prova.

(ordem direta – sujeito + predicado)


Chegaram ao local da prova os alunos do Estratégia Concursos.

(ordem indireta – predicado + sujeito)

O sujeito pode ser formado por uma ou mais palavras. A palavra-base é chamada de núcleo.
O meu resumo de Direito Constitucional ficou excelente.

Núcleo Sujeito
O sujeito pode ser representado por:
▪ Substantivo ou palavra substantivada;

O planejamento do aluno era infalível. (substantivo)


O olhar do candidato era de confiança. (palavra substantivada – verbo)

▪ Pronomes;

Eles farão boa prova.


Alguém conferiu o gabarito?

▪ Numeral.

Ambos garantiram a aprovação.

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Os dois viajarão após a prova.

✓ O sujeito também pode vir representado por uma oração subordinada substantiva
subjetiva:
Convém que todos estudem com contumácia para a prova.
(revisaremos classificação das orações em outra aula)

O sujeito pode ser:


i. Determinado:

a) Simples: quando tem um só núcleo.

Os alunos comemoravam a aprovação.

b) Composto: quando tem mais de um núcleo.

Alunos e professores estavam comprometidos com os resultados.

c) Expresso: quando está explícito na oração.

Eu lograrei êxito no certame.

d) Elíptico (ou oculto): quando está implícito, ou seja, não aparece expresso, mas se
deduz do contexto.

Tomarei posse neste ano. (Sujeito - Eu)

e) Agente: pratica a ação expressa pelo verbo da voz ativa.

Bentinho descobriu seu amor por Capitu.

f) Paciente: recebe a ação expressa pelo verbo da voz passiva.

Os professores foram aclamados pelos alunos.

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Construíram-se laços afetivos. (Laços afetivos foram construídos)

g) Agente e paciente: pratica e recebe a ação expressa pelo verbo da voz reflexiva.

Carlos trancou-se em seu quarto para estudar até o dia da prova.

ii. Indeterminado: quando o agente da ação verbal não está indicado na oração.

Aprenderam com a situação que fora vivenciada. (Quem aprendeu?)

✓ Não confunda sujeito indeterminado com o sujeito elíptico/oculto;


✓ Sujeito formado por pronome indefinido não é oculto:
Alguém passará em primeiro lugar. (Sujeito simples - alguém)
Ninguém será reprovado. (Sujeito simples - ninguém)
O sujeito indeterminado é assinalado de três modos na Língua Portuguesa:
1) Flexionando-se o verbo na 3ª pessoal do plural, sem referência ao agente.

Aplaudiram os candidatos que tiraram nota máxima.

2) Flexionando-se o verbo na 3ª pessoal do singular, seguido da partícula “se”, chamada de


índice de indeterminação do sujeito.

Precisa-se de servidores que honrem a Administração Pública.

3) Deixando-se o verbo no infinitivo impessoal.

Foi difícil estudar intensamente durante anos.

iii. Oração sem sujeito:


A oração é sem sujeito quando ela constitui a enunciação absoluta de um fato por meio do
predicado, ou seja, não há nenhum elemento ou ser a quem se possa atribuir o predicado. Nessas
orações, os verbos são chamados de impessoais e aparecem sempre na 3ª pessoa do singular.
São verbos impessoais:

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1) Verbo haver empregado no sentido de existir:

Há alunos bem preparados para este certame.

✓ O verbo haver transmite sua impessoalidade aos verbos auxiliares que com ele formam locução
verbal.
Disfunções graves deve haver na política brasileira.
2) Verbos haver, fazer, passar, ser, estar e ir empregados referindo-se ao tempo:

Há dias que não vejo a luz do sol.

Faz cinco anos que tomei posse no cargo público.


Passava das dez horas quando iniciei o processo de revisão.

Era no mês de novembro.

Estava frio na biblioteca.

Vai para dez meses que iniciei minha preparação.

3) Verbo ser empregado para registrar distância, data ou hora. Nessas situações, o verbo
também é impessoal, mas concorda com a indicação numérica da distância, da data ou da
hora.

Daqui até o Estratégia Concursos são dez quilômetros.


Eram 27 de novembro de 1981.

São três horas da tarde.

4) Verbos ou locuções verbais que indicam fenômeno da natureza.

Choveu muito durante a noite.


Amanheceu quando terminamos de estudar.

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Nevou quando fomos a Londres.

Atenção quando esses verbos forem registrados em sentido figurado. Nesse caso, eles concordam
com o sujeito da oração.

Choveram bênçãos sobre a vida daqueles que se esforçaram.

4.1.2 - PREDICADO

Há três tipos de predicado: nominal, verbal e verbo-nominal.


▪ Predicado nominal: tem como núcleo o nome (substantivo, adjetivo, pronome), ligado ao
sujeito por meio de um verbo de ligação. Esse verbo é o elemento de ligação entre o sujeito
e a característica atribuída, o predicativo do sujeito (núcleo do predicado nominal).

Predicado nominal

O estudante estava entusiasmado no início da semana.

(sujeito) (verbo de ligação) (predicativo do sujeito)


A função do verbo de ligação é tão somente ligar o sujeito ao estado determinado no contexto. Os
principais são: ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar, andar, tornar-se.
▪ Predicado verbal: seu núcleo é o verbo, seguido de complemento, quando houver.
Pode aparecer de quatro formas:
a) Com verbo intransitivo: possui sentido completo e não precisa de complemento para formar
o predicado.
Predicado verbal

Os alunos estudarão até de madrugada.

(sujeito) (VI) (Adjunto Adverbial)


b) Com verbo transitivo direto: não possui sentido completo e precisa de complemento (objeto
direto) para formar o predicado.

Predicado verbal

Os alunos compraram os livros.

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(sujeito) (VTD) (objeto direto)


c) Com verbo transitivo indireto: não possui sentido completo e precisa de complemento regido
de preposição (objeto indireto) para formar o predicado.

Predicado verbal

Os alunos gostam de Língua Portuguesa.

(sujeito) (VTI) (objeto indireto)


d) Com verbo transitivo direto e indireto: não possui sentido completo e precisa de dois
complementos (objeto indireto + objeto indireto) para formar o predicado.

Predicado verbal

O professor entregou o resumo aos alunos.

(sujeito) (VTDI) (objeto direto) (objeto indireto)

▪ Predicado verbo-nominal: possui dois núcleos significativos (verbo + nome).


Pode aparecer de quatro formas:
a) Com verbo intransitivo + predicativo do sujeito.
Predicado verbo-nominal

O aluno voltou exausto.

(sujeito) (VI) (predicativo do sujeito)


b) Com verbo transitivo direito + predicativo do sujeito.
Predicado verbo-nominal

O aluno deixou a sala confiante.

(sujeito) (VTD) (OD) (predicativo do sujeito)


c) Com verbo transitivo indireto + predicativo do sujeito.
Predicado verbo-nominal

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Os alunos assistem à aula concentrados.

(sujeito) (VTI) (OI) (predicativo do sujeito)

a) Com verbo transitivo direto + predicativo do objeto.


Predicado verbo-nominal

Os alunos deixaram os resumos organizados.

(sujeito) (VTD) (OD) (predicativo do objeto)

4.2 – TERMOS INTEGRANTES

Os termos integrantes da oração completam a transitividade dos verbos e dos nomes, ou seja,
oferecem elementos que tornam possível a compreensão da frase.
São termos integrantes:
➢ Os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto;
➢ O agente da passiva;
➢ O complemento nominal.
Já falamos brevemente sobre eles anteriormente. Porém, agora, revisaremos com maior nível de
detalhes.

4.2.1 – OBJETO DIRETO

O objeto direto é o complemento do verbo transitivo direto que, sem o auxílio de preposição,
complementa o seu sentido.
1) Há algumas características essenciais do objeto direto.
▪ Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
▪ Normalmente, não vem regido de preposição;
▪ Traduz o ser sobre o qual recai a ação do verbo;

O aluno leu o livro.

▪ Torna-se sujeito da oração na voz passiva.

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O livro foi lido pelo aluno.

2) O objeto direto pode ser constituído:


▪ Por substantivo ou expressão substantivada:

O estudante coleciona aprovações.


Ao debatermos sobre o conteúdo estudado, unimos o útil ao agradável.

▪ Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:

Espero-o no órgão público.


Quanto aos pareceres, reitero-os.

Após a aprovação, abraçaram-se calorosamente. (objeto direto recíproco).

Por que não me chamas para a festa da posse?

▪ Por qualquer pronome substantivo:

Não reconheceu ninguém no dia da prova.

Onde foi que você aprendeu isso?

3) Objeto direto preposicionado:


Há situações nas quais o objeto direto vem regido por uma preposição que se interpõe entre o verbo
transitivo direto e o objeto direto, ao qual damos o nome de objeto direto preposicionado.
Ele será obrigatório nos seguintes casos:
▪ Quando o objeto direto for expresso por pronome pessoal oblíquo tônico.

Enganaram a mim na análise do recurso.

▪ Quando o objeto direto é o pronome relativo quem.

O professor a quem todos respeitam acertou o tema da redação.

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Em alguns casos, não há obrigatoriedade da preposição para complementar o verbo transitivo


direto. Entretanto, utilizam-na na hipótese de enfatizar certas expressões ou de dar efeito de
sonoridade às frases.
▪ Ao expressar respeito a nome próprio.

Amar a Deus sobre todas as coisas.


Louvemos ao Senhor.

▪ Antes de pronomes substantivos indefinidos referentes a pessoas.

O professor elogiou a todos pelo sucesso alcançado.

▪ Em expressões de uso popular que caracterizam ação.

Comer do pão e beber do vinho.

▪ Para evitar sentido ambíguo.

Beijou ao filho a mãe carinhosa.

▪ Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a eufonia da frase.

Os alunos ajudaram uns aos outros para alcançarem bons resultados.

4) Objeto direto pleonástico.


É utilizado para enfatizar ou reforçar a ideia expressa no objeto direto.

O planejamento, ainda não o cumpri como deveria.

A aprovação, alcançá-la-ei ainda neste ano.

4.2.2 – OBJETO INDIRETO

O objeto direto é o complemento do verbo transitivo indireto que, com o auxílio de preposição,
complementa o seu sentido. Representa o ser a que se destina ou se refere a ação verbal.
1) As preposições mais comuns são: a, de, em, com, para, por. Ressalta-se que elas não
desempenham função sintática na oração.

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Ele precisava de cinco pontos para ser aprovado.


Confio em você para que me mostre o caminho.

Ela foi embora e não me devolveu o livro emprestado.

2) O pronome pessoal oblíquo lhe (lhes) exerce a função sintática do objeto indireto, porquanto
representa a ele, a ela, a eles, a elas.

A matéria nova lhe interessava muito. (interessava muito a ele ou a ela)

O novo emprego trouxe-lhes estabilidade. (trouxe estabilidade a eles ou a elas)

3) A preposição do objeto direto pode vir expressa ou implícita na oração.

Concordamos com os professores. (expressa)

Obedecemos a leis rígidas. (expressa)

Responda-me se for capaz. (implícito)

Alegrou-nos com a notícia da aprovação. (implícito)

4) Objeto indireto pleonástico.


É utilizado para enfatizar ou reforçar a ideia expressa no objeto indireto.

A você, que lê esta aula, desejo-lhe boa prova.


Aos pessimistas, basta-lhes a frustração.

4.2.3 – AGENTE DA PASSIVA

O agente da passiva é o complemento de um verbo na voz passiva. Normalmente, é regido pela


preposição por e, raras vezes, pela preposição de.
1) O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou pelos pronomes.

O professor foi aclamado pelos alunos.

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Era conhecido de todo mundo o tema da redação.

Na festa da posse, foi homenageado por todos.

2) O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz ativa.

O professor foi aclamado pelos alunos. (voz passiva)

Os alunos aclamaram o professor. (voz ativa)

3) Na voz passiva sintética, o agente da passiva não é expresso.

Alugam-se casas.
Não se limitam apenas a aprender.

É importante frisar que apenas os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos admitem
passagem para a voz passiva. A função sintática de agente da passiva não ocorre com verbos
intransitivos, transitivos indiretos e de ligação.

4.2.4 – COMPLEMENTO NOMINAL

O complemento nominal é o termo que completa um substantivo (abstrato), adjetivo ou advérbio


cujo sentido é incompleto. O complemento nominal é o recebedor, o paciente da declaração
expressa por meio de uma relação completiva e vem sempre regido de preposição.

O amor à mãe é imprescindível.

Aqui, o termo completa um substantivo abstrato (amor). O amor recai sobre a mãe (relação
completiva).
Analisando sintaticamente, teríamos:

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Atendimento à comunidade.

Aqui, o termo completa um substantivo abstrato (atendimento). O atendimento recai sobre a


comunidade (relação completiva).

É comum fazer confusão quanto à distinção entre complemento nominal e objeto indireto. Ambos
são iniciados por preposição, mas a diferença fundamental entre eles é o termo que os antecede.
O complemento nominal complementa o nome, e o objeto indireto complementa o verbo
transitivo indireto.

4.3 – TERMOS ACESSÓRIOS

Termos acessórios são os que desempenham função secundária, ou seja, embora não sejam
necessários para a compreensão da frase, acrescentam informações novas: circunstâncias para
ações verbais e determinam substantivos.

4.3.1 – ADJUNTO ADNOMINAL

O adjunto adnominal é o termo que determina e caracteriza o substantivo.

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Não se deve confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva com complemento
nominal. Este, conforme mencionamos, representa o alvo da ação; aquele representa o agente da
ação.

Adjunto
adnominal Agente da ação.

Complemento
Retomemos os nominal Alvo da ação. exemplos
anteriores, porém com outra
escrita:

O amor da mãe é imprescindível.

Aqui, o sentido foi modificado. O amor parte da mãe (relação subjetiva) e não mais recai sobre ela.
Perceberam a diferença? Analisemos sintaticamente:

Atendimento da comunidade.

Aqui, atendimento é praticado pela própria comunidade (relação subjetiva) e não mais recai sobre
ela.

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Para finalizar, vejam a oração abaixo:

A defesa do consumidor e do meio ambiente é uma garantia da Constituição.

Vamos analisá-la sintaticamente?

4.3.2 – ADJUNTO ADVERBIAL

Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância a um verbo, adjetivo ou advérbio. Essa
circunstância pode ser de: modo, tempo, negação, afirmação, dúvida, intensidade, lugar,
instrumento, finalidade, meio, causa, companhia.
O adjunto adverbial difere do objeto indireto porque não complementa o sentido de um verbo, ou
seja, não é termo integrante da oração.

O aluno precisa de bons materiais. (objeto indireto)

O verbo transitivo indireto “precisar” exige o objeto indireto “de bons materiais” para complementar
o sentido da oração.

O aluno chegou para estudar. (adjunto adverbial)

O verbo intransitivo “chegar” tem sentido completo e a locução adverbial “para estudar” expressa
finalidade.
▪ Classificação dos adjuntos adverbiais:

de modo Terminou satisfatoriamente de estudar o edital.

de tempo Levantou às 7 horas em ponto para estudar.

de negação Ele não tinha dúvidas quanto à aprovação.

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de afirmação Passaremos no concurso público com certeza.

de dúvida Talvez eu viaje após a prova.

de intensidade Língua Portuguesa é a disciplina mais importante.

de lugar Sentei-me ao lado da janela no dia da prova.

de instrumento Fez a redação com caneta transparente.

de finalidade Estudo para que dias melhores venham.

de meio Prefiro ir de bicicleta a prejudicar o meio ambiente com gases tóxicos.

de causa Por falta de tempo, temos de estudar aos finais de semana.

de companhia O professor comemorará com os alunos as aprovações.

4.3.3 - APOSTO

Há uma grande confusão que os alunos fazem com relação ao uso dos apostos, mais precisamente
quanto aos apostos explicativos e restritivos ou especificativos, os quais abordaremos doravante.
Novamente, faremos as explicações por meio de exemplos, pois acredito que essa seja a melhor
forma para compreendermos o assunto.

O aposto reitera ou reforça o termo a que se refere (no caso em tela, o sujeito). Deve-se estar atento
ao seguinte detalhe: uma das funções do aposto explicativo é generalizar a informação. No exemplo
acima, significa dizer que a única ministra-presidente do STF é a Carmen Lúcia. (desconsiderem que
já houve mudanças na composição da Suprema Corte, ok?).
Olhem este outro exemplo:

O ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, apresentará os argumentos no depoimento.

Estaria correto o sentido da oração? Obviamente que não, pois estamos diante de um aposto
especificativo ou restritivo.
Onde está o erro? Nas vírgulas!

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Nos apostos especificativos ou restritivos, as vírgulas são proibidas. Se as vírgulas permanecerem, o


aposto torna-se explicativo, e significaria dizer que Lula da Silva é o único ex-presidente do Brasil
(informação generalizada), e sabemos que isso não é verdade.
Ao retirarmos as vírgulas, o aposto passa a ser especificativo ou restritivo.

O ex-presidente do Brasil Lula da Silva apresentará os argumentos.

Nesse caso, significa dizer que Lula da Silva é ex-presidente do Brasil, mas há outros ex-presidentes
no Brasil além dele. Compreenderam?
Vejamos mais exemplos (desconsiderem, novamente, os atuais ocupantes dos cargos públicos):

Meus amigos, perceberam a diferença entre o aposto explicativo e o especificativo ou restritivo? A


diferença não se restringe ao uso das vírgulas apenas, mas modifica completamente o significado da
oração. Vocês devem ter muita atenção ao utilizar aposto em provas discursivas, pois seu uso
inadequado pode modificar o sentido daquilo que você quer passar ao examinador.

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5 – PALAVRA “SE”
A palavra “se” pode ser assim classificada:
1) Pronome reflexivo – colocado como pronome pessoal oblíquo átono, na voz reflexiva.

O deputado, durante a delação, denunciou-se.

Percebam que a ação de denunciar recai sobre o próprio deputado.


Algumas considerações importantes:
i. Na oração, “se” é pronome reflexivo;
ii. O “se” estabelece uma relação de reflexivização (ou biunívoca) com o sujeito “o deputado”;
iii. O “se” é classificado, sintaticamente, como objeto direto reflexivo.
iv. O “se” é classificado, morfologicamente, como substantivo (pronome substantivo).

2) Pronome apassivador ou partícula apassivadora – apresenta-se na voz passiva sintética, ao


lado de verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, e não desempenha função
sintática.

Ofereceram-se aos advogados os honorários contratuais.

3) Índice de indeterminação do sujeito – ao lado de verbos intransitivos ou transitivos indiretos,


torna o sujeito da oração indeterminado. O verbo permanece na 3ª pessoal do singular e não
exerce função sintática.

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Assiste-se, hoje, a novos capítulos da modernidade política.

Obs.: assistir, sentido de ver, será VTI; assistir, sentido de prestar assistência, será VTD.

4) Parte integrante do verbo – pertence aos verbos pronominais, mas não desempenha função
==1f0cda==

sintática. Também são chamados de pronome fossilizado.

As sociedades democráticas não se escandalizavam com nada.

A palavra “se” pertence ao verbo “escandalizar-se”. Entretanto, como há fator de atração (advérbio
“não”), apresentou-se de forma anteposta (próclise).

5) Partícula expletiva ou de realce – pode ser retirada da oração sem prejudicar o significado,
pois não exerce função sintática. É utilizada para dar ênfase a algo.

O juiz riu-se da situação.

6) Conjunção – utilizada para introduzir orações.


▪ Subordinativa integrante:

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Não sei se poderei ajudá-lo.

▪ Subordinativa condicional:

Se tudo der certo, seremos aprovados no certame.

6 – VOCÁBULO “QUE”
O vocábulo “que” pode assumir diversas classes gramaticais:
1) Substantivo - tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa. Torna-se monossílabo tônico
(portanto, acentuado).

“Meu bem querer tem um quê de pecado...” (Djavan)

2) Pronome – indefinido, interrogativo e relativo.

▪ Pronome indefinido: acompanha o substantivo, funcionando como adjunto adnominal.

Que aula maravilhosa!

▪ Pronome interrogativo: aparece nas orações interrogativas.

Que aconteceu no dia da prova?

▪ Pronome relativo: faz referência a um termo antecedente, introduzindo a oração


subordinada adjetiva. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais.

Defendo ideias que fazem a diferença na vida das pessoas.

3) Advérbio: intensifica adjetivos e advérbios, atuando sintaticamente como adjunto


adverbial de intensidade (quão, quanto).

Que (quão) perto está o sonho de ser aprovado?

4) Preposição: equivale à preposição “de” ou “para”. Geralmente liga, em uma locução


verbal, os verbos auxiliares “ter” ou “haver” com o verbo principal no infinitivo, e equivale
a “de”.

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Temos que (de) estudar para vencer na vida.

5) Conjunção: liga orações coordenadas ou subordinadas.


i. Coordenadas:
Aditiva Estuda que estuda para colecionar aprovações.
Explicativa Mantenha-se estudando, que os resultados virão.
Adversativa Outro, que não eu, criticou seu momento de empenho.
ii. Subordinadas:
Integrante Parecia-me que a aprovação estava cada vez mais perto.
Causal Não saiu, que estava estudando.
Consecutiva Estudou tanto que ficou exausto.
Concessiva Que fosse a última prova, não desistiria de continuar tentando.
Comparativa Eu sou melhor que toda a concorrência.
Final. Todos lhe fizeram sinal que continuasse estudando.
6) Partícula expletiva ou de realce – é um recurso expressivo, enfático. Sua retirada não
prejudica a estrutura sintática da oração.

Nós (é que) não pararemos de estudar até o dia da prova.


Nós não pararemos de estudar até o dia da prova.

7) Interjeição – expressa emoção, sentimento. Também se torna um monossílabo tônico e


recebe acento.

Quê?! Você foi aprovado?

7 – VOCÁBULO “COMO”
Vejamos os valores da palavra como:
1) Pronome relativo – possui um antecedente que dá a ideia de “modo” (maneira, jeito, forma).
Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais.

Este foi o único modo como ele se preparou para a prova: estudando muito!

2) Advérbio – de modo ou de intensidade.


i. Modo:

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Como devo estudar para ser aprovado?

ii. Intensidade:

Como estudou até ser aprovado!

3) Conjunção subordinativa – causal, comparativa e conformativa.

i. Causal:

Como estava se preparando para concursos, Carlos não viajou com os amigos.

ii. Comparativa:

O filho é tão estudioso como o pai.

iii. Conformativa:

Tudo aconteceu como combinamos.

4) Interjeição – exprime sensação de espanto, dúvida.

Como? Ainda não estudou todo o edital?

5) Verbo – 1ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo comer.

Quando estudo, como mais que o habitual.

8- APOSTA ESTRATÉGICA
No que respeita ao assunto termos da oração, podemos apostar em questões que girem em torno da
diferenciação entre adjunto adnominal e complemento nominal.
Surge dúvida aí quando o complemento e o adjunto são preposicionados. Podemos especificar 3 critérios
para acabar com essa dúvida:
1º critério
O adjunto adnominal preposicionado caracteriza apenas o substantivo.
O complemento nominal complementa tanto um substantivo, quanto um adjetivo ou um advérbio.
2º critério
O substantivo que é acompanhado por um adjunto adnominal pode ser concreto ou abstrato.

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O substantivo completado por um complemento nominal deve ser abstrato.


3º critério:
O adjunto adnominal preposicionado é agente da declaração expressa pelo substantivo.
O complemento nominal é paciente da declaração.
Ex: A leitura do aluno foi perfeita. A leitura do texto foi perfeita.

Temos aí que:
“do aluno” é adjunto adnominal de “leitura” (= o aluno lê => o adjunto é agente da declaração expressa
pelo substantivo).
“do texto” é complemento nominal de “leitura” (= o texto é lido => o complemento é paciente da declaração
expressa pelo substantivo).

Também podemos nos deparar com questões que envolvem a diferença entre o sujeito desinencial e o
sujeito indeterminado. Perceba que quando o verbo está na terceira pessoa do plural surge dúvida se é caso
de sujeito indeterminado ou desinencial.
Sabemos que o sujeito desinencial, ou oculto, ou implícito é assim denominado por não aparecer na oração,
mas poder ser identificado pelo verbo. Já o sujeito indeterminado não aparece na oração e não é identificado
com clareza.
A forma como iremos diferenciá-los é ficando atentos ao contexto. Vejamos exemplos:
Colocaram sal demais na comida. (Quem colocou? Não se sabe. Aqui temos sujeito indeterminado).
Trocaram telefones e combinaram de se falar. (Quem trocou telefones? Eles. Aqui temos sujeito
desinencial).
São bastante cobrados também o emprego e as várias classificações do pronome "que" e da partícula "se".
Vejamos rapidamente:
O vocábulo "que", de acordo com o contexto, pode ser: substantivo (situação em que ele aparece
acentuado), pronome indefinido, pronome interrogativo, pronome relativo, advérbio, preposição,
conjunção coordenada ou subordinada, partícula expletiva ou de realce e interjeição.
Quanto à partícula "se", ela pode ser, de acordo com o contexto: pronome reflexivo, pronome apassivador
ou partícula apassivadora, índice de indeterminação do sujeito, parte integrante do verbo, partícula
expletiva ou de realce, conjunção subordinativa integrante e conjunção subordinativa condicional.

9 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Termos da oração
Questão 1
CONSULPLAN - Técnico (COFEN)/Administrativo/2011

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Uma evolução silenciosa


No século XX, o meio ambiente despontou como a grande questão estratégica, desafiando os cânones da
economia, da vida em sociedade e da cultura. No século XXI, a questão permanece no topo de nossos
desafios, porém em outra dimensão e escala. O meio ambiente não está mais na defensiva, contra a
corrente. Faz parte de escolhas cujo núcleo é um amálgama indissociável de soluções ao mesmo tempo
econômicas, sociais, ambientais e culturais. Não há mais tempo para insistir no equivocado antagonismo
entre crescimento econômico e proteção ambiental ou mesmo na sua versão amenizada de “conciliar meio
ambiente e produção” como se fossem opostos buscando a convivência possível. Agora o que temos pela
frente é a tarefa histórica de pensar todos esses termos como modelo de desenvolvimento, e não mais como
retalhos dos diferentes interesses existentes na sociedade.
O século XXI é o tempo de procurar o que há de comum na diversidade de interesses e a partir daí, sem
deixar de conservar o que precisa ser conservado, construir o novo inescapável. Nada pode representar mais
fielmente o que nos é comum do que a nossa própria sobrevivência e a de nosso planeta, diante da
gravíssima crise configurada pelo aquecimento global. A capacidade de adaptação e de rever conceitos é
igualmente importante para países, instituições, empresas, indivíduos. Não tê-la (ou, no mínimo, não buscá-
la) é praticamente uma autocondenação à absolescência. As economias sustentáveis, com tecnologias
limpas, sepultarão antigas estruturas firmadas em modelos predatórios. Isso deve significar o fim de
impérios insustentáveis que, assim como os megabancos tragados logo no início da crise financeira
internacional, tendem a desaparecer. Nessa “seleção natural”, o poder de decisão estará com a consciência
globalizada de uma população cada vez mais atenta, que quer saber a origem do produto, questiona a forma
como ele é produzido e descartado, conhece os danos que pode causar ao meio ambiente. E exige ética do
mercado e do poder político.
No atual jogo geopolítico, a preservação dos biomas e de sua diversidade é um dos maiores ativos. É isso
que decidirá quem vai adiante, adaptando-se aos novos tempos, e quem fica para trás, na poeira da história.
O Brasil, detentor de imensa biodiversidade, tem uma responsabilidade específica e pode colaborar
fortemente para apontar as saídas, desde que ouça a voz de sua própria população e aposta em educação,
inovação, pesquisa científica e integração dos saberes tradicionais associados à natureza. Estamos vivendo
a era dos limites e das incertezas, como já foi apontando por inúmeros e respeitados cientistas. Diante disso,
é preciso saber distinguir onde estão as riquezas e oportunidades.
(Marina Silva, com adaptações, Revista Veja, 22/12/2010)

Assinale a seguir uma oração sem sujeito:


a) Come-se bem naquele restaurante.
b) Vai haver um campeonato.
c) Vive-se feliz no Brasil.
d) Paulo faz vinte anos amanhã.
e) Eles haviam feito a pesquisa.

Termos da oração
Questão 2

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CONSULPLAN - Assessor Legislativo (CM Sto A Grama)/2011

Por que ficamos gordos


É preciso considerar o significado da saciedade para nós e o uso que o mercado faz disso.
Quem vai aos Estados Unidos depara necessariamente com a fat misery, obesidade mórbida – literalmente,
miséria gorda. Passo de quem teme se desequilibrar, corpo precedido pela barriga, antebraços afastados
das pernas e mãos como abanos, a vítima dessa forma de miséria cruza o tempo todo o seu caminho. Na
rua, no restaurante, no elevador. Pode causar horror ou pena, por se tratar de um ser humano tão aberrante
quanto frágil.
Assim como a de lá, a população do Brasil fica cada dia mais gorda. Quase metade dos brasileiros está acima
do peso.
Ainda que os livros sobre dieta, ao menos os da categoria de autoajuda, frequentem a lista dos mais
vendidos, não existe uma reflexão séria sobre o assunto, tampouco há uma política de saúde consequente
que se oponha aos efeitos nefastos da indústria da alimentação. Uma reflexão séria não se limita ao estudo
dos hábitos alimentares ou ao estabelecimento das relações entre o aumento do consumo de comida e a
diminuição do seu preço, por exemplo. Uma reflexão séria considera o significado da saciedade para nós e
o uso que o mercado faz disso. Não é preciso se saciar para estar nutrido. Pelo contrário. Os nutricionistas
inclusive ensinam a sair da mesa com um pouco de fome.
Quem se entrega à gula e cultiva a desmesura não come para viver. Na verdade, morre pela boca.
Exatamente como o peixe, que morre por abocanhar a isca. Além da doença, a comida continuamente
abocanhada – ou seja, ingerida em demasia e à revelia dos efeitos que acarreta – provoca o envelhecimento
precoce. Quem quer viver tem de cuidar para não cair na esparrela da comida. Porque, como a bebida ou a
droga, ela pode matar.
(Revista Veja, Edição 2189, 03/11/2010, Betty Milan/Fragmento)

Assinale a alternativa em que ocorre sujeito indeterminado:


a) Algo preocupa os obesos.
b) Falaram muito bem de você na reunião.
c) Flores ornamentavam o restaurante.
d) Viajamos para os Estados Unidos.
e) Está calor.

Termos da oração
Questão 3
CONSULPLAN - Técnico em Enfermagem (Cascavel)/2016

As famílias da sociedade órfã

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A família transformou-se em bode expiatório das mazelas de nossa sociedade. Crianças se descontrolam,
brigam, desobedecem? Jovens fazem algazarras, bebem em demasia, usam drogas ilegais, namoram
escandalosamente em espaços públicos? Faltou educação de berço. Como é bom ter uma “Geni” para nela
atirar todas as pedras, principalmente quando se trata dos mais novos.
Até o Secretário Estadual da Educação de São Paulo, em um artigo de sua autoria, para defender sua tese
de que estamos vivendo em uma “sociedade órfã”, inicia suas justificativas afirmando que “... a
fragmentação da família, a perda de importância da figura paterna – e também a materna – a irrelevância
da Igreja e da Escola em múltiplos ambientes geram um convívio amorfo”.
As escolas também costumam agir assim: quando um aluno é considerado problemático e indisciplinado,
ou apresenta um ritmo de aprendizagem diferente do esperado pela instituição, a família é chamada para
resolver o “problema”.
Vamos refletir sobre expressões usadas a respeito da família: “família fragmentada”, “família
desestruturada”, “família disfuncional”, “família sem valores” e outras semelhantes. Não lhe parece, caro
leitor, que tais expressões apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da sociedade?
Não é a família que está fragmentada: é a vida. Hoje, os tratamentos médicos, o conhecimento, as
metodologias, as relações interpessoais, as escolas, o Estado etc. estão fragmentados. Mesmo não sendo a
família um agente passivo nesse contexto, é salutar lembrar que ela se desenvolve conectada ao clima
sociocultural em que vive.
A família não está desestruturada ou disfuncional: ela passa por um período de transição, com sucessivas e
intensas mudanças, o que provoca uma redefinição de papéis e funções. Esse processo está em andamento,
o que nos permite falar, hoje, não em família, mas em famílias, no plural, já que há grande diversidade de
desenhos, dinâmicas etc.
As famílias não estão sem valores: elas têm valores fortes, em sua maioria eleitos pelas prioridades que a
sociedade determina. O consumo é um deles: as famílias não decidiram consumir cada vez mais, foi o
sistema econômico que apontou esse valor para elas.
Há problemas com a escola, sim: ela tem ensinado sem educar devido, principalmente, à primazia do
conteúdo – que insisto em dizer que não é conhecimento –, às políticas públicas adotadas e à ausência de
outras, prioritárias. Por isso, a escola tem tido um papel irrelevante na formação dos mais novos.
Há famílias em situações de risco e fragilidade? Há. A escola perdeu sua importância na socialização de
crianças e jovens? Sim. Mães e pais podem estar mais ocupados com suas vidas do que com os filhos? Sim.
Mas isso ocorre porque as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade
ganharam grande relevância, e não há políticas públicas – de novo – que busquem equilibrar tal contexto.
E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!
A sociedade não precisa, tampouco demanda, que o Estado exerça a função de babá, de pai ou de mãe. Ela
necessita que o Estado reconheça, na prática, que as famílias e a escola dependem de ações públicas de
apoio ao seu pleno desenvolvimento e que garantam os seus direitos.
(Rosely Saião. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/04/1759920-as-
familias-da-sociedade-orfa.shtml.)

Assinale a alternativa em que o termo, ou trecho sublinhado, apresenta uma função sintática DIFERENTE
das demais.

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a) “... elas têm valores fortes,...”


b) “... e que garantam os seus direitos.”
c) “A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens?”
d) “E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!”
e) “... as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande
relevância,...”

Partícula “SE”
Questão 4
CONSULPLAN - Fiscal (Uberlândia)/Defesa do Consumidor/2012

Assinale a afirmativa em que o pronome “se” NÃO é chamado pronome (partícula) apassivador(a).
a) Sabe-se que ele é honesto.
b) Organizou-se, ontem, esta prova.
c) Vendem-se carros usados aqui neste local.
d) Comeu-se toda a pizza.
e) Assistiu-se à cerimônia inteira.

Partícula “SE”
Questão 5
CONSULPLAN - Assistente Social (Juatuba)/2015/Edital 001-2015

Degraus da ilusão
Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe média”, realizada
por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço falar). Em teoria, seria um
grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina.
Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em sérios problemas
para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os despossuídos, boa escolaridade
para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população inteira, isto é, educação, saúde, transporte,
energia elétrica, segurança, água, e tudo de que precisam cidadãos decentes.
Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem
em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais altos do mundo, pagamos os
impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação, energia, transportes e outros)
entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para
consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas
atravancadas ou em nossas péssimas estradas.

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Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que compraram seu carrinho
a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no fim de semana. Tesouro esse que
logo vão perder, pois há meses não conseguem pagar as prestações que ainda se estendem por anos.
Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa,
até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião sensata e positiva, tomam novas
medidas para que esse consumo insensato continue crescendo – e, como somos alienados e pouco
informados, tocamos a comprar.
Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu diploma, ter sua
casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir isso. Para garantir uma
velhice independente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos filhos algo com que pudessem
começar a própria vida com dignidade.
Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco estimulados o desejo de
crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é uma construção: a vida pessoal, a
profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a
fatalidades como doença e outras, que ninguém controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade, ter um
pouco de economia, ter uma casinha, ter um diploma, ter objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que
for. Podemos ser derrotados, mas não estaremos jogados na cova dos leões do destino, totalmente
desarmados.
[...]
A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, de educação. E o
melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em educação: impossível repetir
isso em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade.
Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados num crescimento
real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é subir de classe social: é
saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo mude, mas deixo aqui meu quase
solitário (e antiquado) protesto.
(Lya Luft – Revista Veja – 5 de junho de 2012 – Adaptado.)

Em todas as frases a seguir, as palavras sublinhadas possuem o mesmo valor semântico, EXCETO:
a) “...que ainda se estendem por anos.”
b) “Porém receio que, do modo como está se realizando,…”
c) “Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas,…”
d) “... estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si...”

Vocábulo “que”
Questão 6
CONSULPLAN - Bibliotecário (Monte Belo)/2011

O fim da era espacial

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Com a aposentadoria do ônibus espacial, que parte sem deixar sucessor, termina a fase de aventura da
exploração do espaço. E começa a do lucro.

O último voo dos ônibus espaciais já aconteceu. E deixou um gosto amargo na boca dos fãs da exploração
espacial. O que acontece agora? Em uma palavra: nada. Todas aquelas ideias de concluir a construção de
uma estação espacial e então usá-la como espaçoporto e campo de provas antes do lançamento de
tripulações na direção da Lua e Marte, culminando com a efetiva colonização do sistema solar, se esvaíram
pelo ralo. Ficaram só na promessa. É o fim da era espacial como a conhecemos.
Discorda? Então responda: qual é o próximo grande projeto da Nasa para seus astronautas agora?
Pois é. Até o ano passado, ainda dava para responder: retomar a exploração tripulada da Lua, com dois
foguetes e duas espaçonaves novinhas em folhas. Era o Projeto Constellation, tratado pelo então
administrador da Nasa, Mike Griffin com uma nova versão do Projeto Apollo. Acontece que Barack Obama
acabou com o Constellation. Uma decisão natural nestes tempos de crise do mundo desenvolvido. O que
surpreendeu mesmo foi outra coisa: ninguém ligou para o corte.
Convenhamos: o programa espacial já não atrai tanto a atenção do público como fazia durante a Guerra
Fria, em que ser o melhor país no espaço significava ser a maior superpotência. Quando a Nasa anunciou
que não haveria Constellation nem retorno à lua, as únicas personalidades notórias a chiar foram alguns
astronautas veteranos do Projeto Apollo.
Daqui em diante os ônibus espaciais vão se tornar peças de museu. E todas as fichas da exploração do
espaço estarão nas mãos da iniciativa privada. Nas mãos de empresas que já passaram a construir foguetes
particulares – a Nasa entra apenas aprovando os trabalhos e comprando as passagens para seus
astronautas. Demanda para isso até existe: além de transportar astronautas para a Estação Espacial
Internacional, e satélites para a órbita da Terra, esses serviços privados de transporte serviriam ao mercado
do turismo espacial. Por isso mesmo, a indústria está correndo para oferecer alternativas, e os primeiros
testes dos novos foguetes têm sido um sucesso. Em destaque está a empresa SpaceX, fundada pelo
engenheiro Elon Musk (empreendedor que ficou bilionário depois de inventar o Paypal). Ela já demonstrou
em voo uma espaçonave que deve levar carga à estação espacial e, lá para 2015, humanos.
O mais interessante é o seguinte: um ônibus espacial não sai do chão por menos de US$600 milhões:
enquanto isso, o envio de uma nave da SpaceX sai por US$ 130 milhões – com promessa de queda de preço
para o futuro. A eficiência de Musk assustou até os maiores concorrentes dos EUA no espaço: os chineses.
Eles admitiram que seus foguetes são incapazes de voar pelo mesmo preço.
Então, no sentido de dominar a órbita terrestre, parece que as coisas vão indo muito bem, obrigado. Essas
regiões do espaço próximas à Terra, onde ficam os satélites de GPS e de telecomunicações, continuarão
bastante ocupadas. Para sempre. Com ou sem a Nasa.
“(...)”
Se a indústria continuar prosperando e os custos do envio de cargas e pessoas ao espaço continuarem
diminuindo, é possível que programas mais arrojados de exploração possam ser implementados no futuro.
Isso pode até viabilizar comercialmente a mineração de elementos raros na Lua e asteroides... Seria uma
segunda era espacial. Mas, por enquanto, teremos de viver com os pés no chão mesmo.
(Revista Superinteressante – Agosto/2011 – Com adaptações)

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O emprego da partícula “se”, em “... os ônibus espaciais vão se tornar peças de museu” (5º§), é o mesmo
que se encontra em
a) “Se a indústria continuar prosperando e os custos do envio de cargas...”
b) Ele não sabia se seria produtivo continuar com o programa espacial.
c) As viagens espaciais serão possíveis se houver interesse de alguma empresa.
d) Verifique se esse foguete está pronto para ser lançado.
e) Os astronautas se sentiram decepcionados com o fim dos projetos da Nasa.

Vocábulo “que”
Questão 7
CONSULPLAN - Técnico Judiciário (TRF 2ª Região)/ Administrativa/Segurança e Transporte/2017

Mentes livres
Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas cerebrais
que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante, no entanto, não
é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera além das estruturas.
Um motorista não é seu carro, nem por onde circula. Ele tem a liberdade de deixar o carro e seguir por outros
meios e também de repensar seus trajetos. Ainda assim, se as estradas ficarem bloqueadas ou o carro
quebrar, ele terá dificuldade em andar a pé e usará o tempo arrumando o carro ou colocando a estrada em
condições de uso. Só ao final de um tempo ele conseguirá ultrapassar as fixações estruturais internas e
refazer suas opções.
Em verdade, a liberdade do motorista é tal que nem mesmo motorista ele é. Ele é um ser livre. A prática
espiritual profunda conduz a essa liberdade, naturalmente presente. As fixações são o carma. As
experiências comuns no mundo, eventos maiores e menores, vão se consolidando como trajetos e redes
neurais internas e estruturas cármicas que balizam a operação da mente, estruturando recursos limitados
como se fossem as únicas opções, ainda que, essencialmente, a mente siga livre.
As estruturas grosseiras como os espaços das cidades, as ruas físicas, e em um sentido mais amplo tudo o
que aciona nossos sentidos físicos, surgem também como resultado das atividades mentais repetitivas,
assim como a circulação da energia interna, que é o aspecto sutil. Um automobilista precisa de uma
transformação interna e externa complexa para se tornar um ciclista; não é fácil. Já o tripulante do sofá tem
dificuldade em incluir exercícios, novos hábitos de alimentação e mudanças na autoimagem – os desafios
são idênticos.
Nossos melhores pensamentos constroem mundos melhores e também cérebros melhores. Já os
pensamentos aflitivos constroem mundos piores e cérebros com estruturas que conduzem à aflição e à
doença.
Tanto os aspectos grosseiros como os sutis flutuam; é visível. A única expressão incessantemente presente
e disponível é a liberdade natural silenciosa dentro de nós mesmos. É dessa natureza que surge a energia
que, livre de condicionamentos, cria novos caminhos neurais e novas configurações de mundo. Os mestres
de sabedoria apontam-na como sempre disponível, mesmo durante experiências como a doença e a morte.
É dessa região inabalável que irradiam sua sabedoria, compaixão e destemor.

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(SAMTEN, Padma – Revista “Vida simples” – agosto 2014 – Ed. Abril.)

“Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas cerebrais
que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante, no entanto, não
é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera além das estruturas.”
Sobre as ocorrências do vocábulo “que” presentes nesse segmento, a afirmação correta é a de que
a) a segunda ocorrência pertence à mesma classe da primeira.
b) a última ocorrência pertence à classe diferente de todas as demais.
c) a segunda e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.
d) a primeira e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.

Vocábulo “que”
Questão 8
CONSULPLAN - Agente de Controle Interno (Venda NI)/2016

A importância da família estruturada


Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz um dado revelador: dois terços dos jovens
infratores da capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai dentro de casa. Além de não
viverem com o pai, 42% não têm contato algum com ele e 37% têm parentes com antecedentes criminais.
Ajudam a engrossar essas estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em Cidade Tiradentes,
Zona Leste de São Paulo, depois de fugir da Guarda Civil Metropolitana, e Ítalo, de 10 anos, envolvido em
três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia Militar no início de junho, depois de furtar um carro
na Zona Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia com a mãe. O de Ítalo está preso por
tráfico. A mãe já cumpriu pena por furto e roubo.
É certo que um pai presente e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura masculina propriamente
dita, faz falta uma família estruturada, independentemente da configuração, que dê atenção, carinho,
apoio, noções de continência e limite, elementos que protegem os jovens em fase de desenvolvimento.
A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes, não
têm tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos e garotas que crescem na rua, longe da
escola, em bairros sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de amigos e parentes que podem estar
envolvidos com o crime.
A criança precisa ter muita autoestima e persistência para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto de
vida. Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu potencial, sem ter o que fazer com seu tempo
livre, sem enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto da droga, do tráfico, do delito, da
violência e da gestação na adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de baixa renda, longe da
sala de aula, nas periferias, que pipocam os quase 15% das jovens que são mães na adolescência, taxa
alarmante que resiste a baixar nas regiões mais carentes.
E o que acontece com essa menina que engravida porque enxerga na maternidade um papel social, uma
forma de justificar sua existência no mundo? Iludidas com a perspectiva de estabilizar um relacionamento

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(a família estruturada que não têm?), elas ficam, usualmente, sozinhas, ainda mais distantes da escola e de
seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são elas que arcam com o ônus do filho,
sobrecarregando um lar que já vivia no limite.
Segue-se um ciclo que parece não ter fim.
Sem políticas públicas que foquem nessa família mais vulnerável, no apoio emocional e social para esses
jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, em alternativas de lazer, a realidade diária na
vida desses jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a violência e a criminalidade.
(Jairo Bouer, 11/07/2016. Disponível em: http://epoca. globo.com/colunas-e-blogs/jairo-
bouer/noticia/2016/07/importancia da-familiaestruturada. html.)

Considerando as várias funções sintáticas que a palavra “que” pode assumir de acordo com as relações
estabelecidas intrinsecamente na frase, assinale o fragmento em que o emprego de tal termo DIFERENCIA-
SE dos demais em destaque:
a) “[...] que um pai presente e próximo ao filho faz diferença.”
b) “[...] parte de famílias que não têm um pai dentro de casa.”
c) “[...] família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, [...]”
d) “[...] que dê atenção, carinho, apoio, noções de continência e limite, [...]”

Vocábulo “que”
Questão 9
CONSULPLAN - Assistente Jurídico Legislativo (CM Caratinga)/2015

Refletir
[...] Consumir é quase um vício atualmente. Claro que não estamos falando dos produtos indispensáveis do
dia a dia, mas de objetos que compramos por simples impulso, condicionados pela vontade de consumir –
os chamados produtos supérfluos.
Um dos problemas dessa atitude consumista é seu impacto ambiental, que na maioria das vezes nem
percebemos. Qualquer item comprado em uma loja ou supermercado exige recursos para ser produzido –
como água e energia – além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados: sobras de matérias‐
primas, embalagens etc. Portanto, toda vez que decidimos comprar alguma coisa, é bom pensar que
estaremos automaticamente aumentando a quantidade de lixo no ambiente e os problemas decorrentes de
seu acúmulo.
Para muita gente, no entanto, ser consumista não parece ser um defeito. Pelo contrário, parece que se dá
mais valor a quem possui a maior quantidade de bens. Mas será que isso é mesmo verdade? Só pelo fato de
possuir mais bens uma pessoa deve ser mais valorizada?
A oferta de bens é muito maior atualmente do que no passado, mas isso não significa que nossas
necessidades
tenham aumentado na mesma proporção. Claro que muitos desses produtos facilitam a vida, mas é preciso
avaliar com

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cuidado o que de fato é importante para a gente.


Outro aspecto importante é a durabilidade dos produtos. Brinquedos, eletrodomésticos, roupas, carros...
Hoje tudo parece ser produzido para durar e ser rapidamente substituído. Roupas que estão na moda em
uma estação já não estarão mais alguns meses depois, aparelhos eletrônicos parecem descartáveis e daí por
diante.
(RIOS. Rosana; MUHRINGER, Sonia Marina; SHAYER, Michelle M. Lixo e sustentabilidade. São Paulo Ática,
2007.)

A palavra “que” se classifica de várias formas; assinale o trecho em que o vocábulo “que” possui classificação
diferente de pronome relativo.
a) “... que na maioria das vezes nem percebemos.” (2º§)
b) “... mas de objetos que compramos por simples impulso,...” (1º§)
c) “... além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados:...” (2º§)
d) “... não significa que nossas necessidades tenham aumentado na mesma proporção.” (4º§)

Vocábulo “que”
Questão 10
CONSULPLAN - Bibliotecário (Uberlândia)/2012

As lições do capitão
Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza a atenção do público em função das mortes
que provoca e dos mistérios que cercam o ocorrido. Com o naufrágio do navio italiano Costa Concórdia foi
diferente: mesmo tendo causado um número pequeno de vítimas fatais, o acidente não sai do noticiário. O
motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que abandonou o navio antes dos passageiros e dos
tripulantes, para a estupefação geral.
Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões relacionadas à honra, bravura, solidariedade e
outras qualidades escassas, tal interesse pode ser interpretado como um impulso moral coletivo, coisa
alentadora nestes tempos marcados, simultaneamente, por uma grande interconectividade e por um
individualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global, financeira, ambiental ou política
perdem-se na retórica e na queda de braço entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: ninguém quer
largar o osso, mas, na hora do naufrágio, todo mundo quer pular primeiro.
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata no século XVI. O barbudo capitão agarra-se a
um barril, e, caso sobreviva, abriga-se numa ilhota caribenha, onde terá tempo e paz para repensar seus
atos ou, simplesmente, dar graças aos céus, no gozo da condição de covarde consumado. Outra coisa é
pular do navio a poucas braçadas da costa, deixando centenas de semelhantes à própria sorte.
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o navio, é velho, remonta às navegações da
antiguidade clássica, mas é até hoje usado, não apenas nas leis de navegação, mas como metáfora na
análise de atitudes várias nas relações sociais. No âmbito das empresas, por exemplo: o gerente recém-
empossado que, diante da crise de seu departamento, ou de sua própria inépcia, deixa seus comandados na
mão e corre para a primeira oferta de emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de

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experimentação tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o ensimesmamento psicológico, em


paradoxal anteposição à eclosão geométrica de redes sociais, se torna a regra de ouro numa era que se quer
avançada e inventiva.
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01.12 / adaptado)

“O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que abandonou o navio”, o vocábulo sublinhado é
gramaticalmente classificado como
a) conjunção integrante.
b) pronome relativo.
c) conjunção coordenativa.
d) pronome interrogativo.
e) advérbio.

10 – LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


Termos da oração
Questão 1
CONSULPLAN - Técnico (COFEN)/Administrativo/2011

Uma evolução silenciosa


No século XX, o meio ambiente despontou como a grande questão estratégica, desafiando os cânones da
economia, da vida em sociedade e da cultura. No século XXI, a questão permanece no topo de nossos
desafios, porém em outra dimensão e escala. O meio ambiente não está mais na defensiva, contra a
corrente. Faz parte de escolhas cujo núcleo é um amálgama indissociável de soluções ao mesmo tempo
econômicas, sociais, ambientais e culturais. Não há mais tempo para insistir no equivocado antagonismo
entre crescimento econômico e proteção ambiental ou mesmo na sua versão amenizada de “conciliar meio
ambiente e produção” como se fossem opostos buscando a convivência possível. Agora o que temos pela
frente é a tarefa histórica de pensar todos esses termos como modelo de desenvolvimento, e não mais como
retalhos dos diferentes interesses existentes na sociedade.
O século XXI é o tempo de procurar o que há de comum na diversidade de interesses e a partir daí, sem
deixar de conservar o que precisa ser conservado, construir o novo inescapável. Nada pode representar mais
fielmente o que nos é comum do que a nossa própria sobrevivência e a de nosso planeta, diante da
gravíssima crise configurada pelo aquecimento global. A capacidade de adaptação e de rever conceitos é
igualmente importante para países, instituições, empresas, indivíduos. Não tê-la (ou, no mínimo, não buscá-
la) é praticamente uma autocondenação à absolescência. As economias sustentáveis, com tecnologias
limpas, sepultarão antigas estruturas firmadas em modelos predatórios. Isso deve significar o fim de
impérios insustentáveis que, assim como os megabancos tragados logo no início da crise financeira
internacional, tendem a desaparecer. Nessa “seleção natural”, o poder de decisão estará com a consciência

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globalizada de uma população cada vez mais atenta, que quer saber a origem do produto, questiona a forma
como ele é produzido e descartado, conhece os danos que pode causar ao meio ambiente. E exige ética do
mercado e do poder político.
No atual jogo geopolítico, a preservação dos biomas e de sua diversidade é um dos maiores ativos. É isso
que decidirá quem vai adiante, adaptando-se aos novos tempos, e quem fica para trás, na poeira da história.
O Brasil, detentor de imensa biodiversidade, tem uma responsabilidade específica e pode colaborar
fortemente para apontar as saídas, desde que ouça a voz de sua própria população e aposta em educação,
inovação, pesquisa científica e integração dos saberes tradicionais associados à natureza. Estamos vivendo
a era dos limites e das incertezas, como já foi apontando por inúmeros e respeitados cientistas. Diante disso,
é preciso saber distinguir onde estão as riquezas e oportunidades.
(Marina Silva, com adaptações, Revista Veja, 22/12/2010)

Assinale a seguir uma oração sem sujeito:


a) Come-se bem naquele restaurante.
b) Vai haver um campeonato.
c) Vive-se feliz no Brasil.
d) Paulo faz vinte anos amanhã.
e) Eles haviam feito a pesquisa.
Comentário:
Come-se bem naquele restaurante.
Incorreta- O sujeito dessa oração é indeterminado, pois comer é um verbo intransitivo que está junto com
a partícula SE.
b) Vai haver um campeonato.
Correta – O verbo haver está com sentido de existir, logo é impessoal, ou seja, não há sujeito na oração.
Vive-se feliz no Brasil.
Incorreta - O sujeito dessa oração é indeterminado, pois viver é um verbo intransitivo que está junto com a
partícula SE.
d) Paulo faz vinte anos amanhã.
Incorreta – Na oração acima, há um sujeito simples: Paulo (ele vai fazer vinte anos amanhã)
e) Eles haviam feito a pesquisa.
Incorreta – A oração tem como sujeito simples o pronome eles.
Gabarito: B

Termos da oração
Questão 2
CONSULPLAN - Assessor Legislativo (CM Sto A Grama)/2011

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Por que ficamos gordos


É preciso considerar o significado da saciedade para nós e o uso que o mercado faz disso.
Quem vai aos Estados Unidos depara necessariamente com a fat misery, obesidade mórbida – literalmente,
miséria gorda. Passo de quem teme se desequilibrar, corpo precedido pela barriga, antebraços afastados
das pernas e mãos como abanos, a vítima dessa forma de miséria cruza o tempo todo o seu caminho. Na
rua, no restaurante, no elevador. Pode causar horror ou pena, por se tratar de um ser humano tão aberrante
quanto frágil.
Assim como a de lá, a população do Brasil fica cada dia mais gorda. Quase metade dos brasileiros está acima
do peso.
Ainda que os livros sobre dieta, ao menos os da categoria de autoajuda, frequentem a lista dos mais
vendidos, não existe uma reflexão séria sobre o assunto, tampouco há uma política de saúde consequente
que se oponha aos efeitos nefastos da indústria da alimentação. Uma reflexão séria não se limita ao estudo
dos hábitos alimentares ou ao estabelecimento das relações entre o aumento do consumo de comida e a
diminuição do seu preço, por exemplo. Uma reflexão séria considera o significado da saciedade para nós e
o uso que o mercado faz disso. Não é preciso se saciar para estar nutrido. Pelo contrário. Os nutricionistas
inclusive ensinam a sair da mesa com um pouco de fome.
Quem se entrega à gula e cultiva a desmesura não come para viver. Na verdade, morre pela boca.
Exatamente como o peixe, que morre por abocanhar a isca. Além da doença, a comida continuamente
abocanhada – ou seja, ingerida em demasia e à revelia dos efeitos que acarreta – provoca o envelhecimento
precoce. Quem quer viver tem de cuidar para não cair na esparrela da comida. Porque, como a bebida ou a
droga, ela pode matar.
(Revista Veja, Edição 2189, 03/11/2010, Betty Milan/Fragmento)

Assinale a alternativa em que ocorre sujeito indeterminado:


a) Algo preocupa os obesos.
b) Falaram muito bem de você na reunião.
c) Flores ornamentavam o restaurante.
d) Viajamos para os Estados Unidos.
e) Está calor.
Comentário:
a) Algo preocupa os obesos.
Incorreta – Na frase acima, há um sujeito simples “Algo”.
b) Falaram muito bem de você na reunião.
Correta – O verbo falar está na terceira pessoa do plural e não se pode identificar o responsável pela ação
de falar, por isso é um sujeito indeterminado.
c) Flores ornamentavam o restaurante.
Incorreta – O sujeito, nessa oração, é simples "Flores".
d) Viajamos para os Estados Unidos.

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Incorreta- Temos aqui um caso de sujeito oculto ou desinencial, pois está implícito através da desinência –
mos (nós0.
e) Está calor.
Incorreta – A oração acima é sem sujeito, pois o verbo indica um estado do tempo.
Gabarito: B

Termos da oração
Questão 3
CONSULPLAN - Técnico em Enfermagem (Cascavel)/2016

As famílias da sociedade órfã


A família transformou-se em bode expiatório das mazelas de nossa sociedade. Crianças se descontrolam,
brigam, desobedecem? Jovens fazem algazarras, bebem em demasia, usam drogas ilegais, namoram
escandalosamente em espaços públicos? Faltou educação de berço. Como é bom ter uma “Geni” para nela
atirar todas as pedras, principalmente quando se trata dos mais novos.
Até o Secretário Estadual da Educação de São Paulo, em um artigo de sua autoria, para defender sua tese
de que estamos vivendo em uma “sociedade órfã”, inicia suas justificativas afirmando que “... a
fragmentação da família, a perda de importância da figura paterna – e também a materna – a irrelevância
da Igreja e da Escola em múltiplos ambientes geram um convívio amorfo”.
As escolas também costumam agir assim: quando um aluno é considerado problemático e indisciplinado,
ou apresenta um ritmo de aprendizagem diferente do esperado pela instituição, a família é chamada para
resolver o “problema”.
Vamos refletir sobre expressões usadas a respeito da família: “família fragmentada”, “família
desestruturada”, “família disfuncional”, “família sem valores” e outras semelhantes. Não lhe parece, caro
leitor, que tais expressões apontam na direção de que a família decidiu entornar o caldo da sociedade?
Não é a família que está fragmentada: é a vida. Hoje, os tratamentos médicos, o conhecimento, as
metodologias, as relações interpessoais, as escolas, o Estado etc. estão fragmentados. Mesmo não sendo a
família um agente passivo nesse contexto, é salutar lembrar que ela se desenvolve conectada ao clima
sociocultural em que vive.
A família não está desestruturada ou disfuncional: ela passa por um período de transição, com sucessivas e
intensas mudanças, o que provoca uma redefinição de papéis e funções. Esse processo está em andamento,
o que nos permite falar, hoje, não em família, mas em famílias, no plural, já que há grande diversidade de
desenhos, dinâmicas etc.
As famílias não estão sem valores: elas têm valores fortes, em sua maioria eleitos pelas prioridades que a
sociedade determina. O consumo é um deles: as famílias não decidiram consumir cada vez mais, foi o
sistema econômico que apontou esse valor para elas.
Há problemas com a escola, sim: ela tem ensinado sem educar devido, principalmente, à primazia do
conteúdo – que insisto em dizer que não é conhecimento –, às políticas públicas adotadas e à ausência de
outras, prioritárias. Por isso, a escola tem tido um papel irrelevante na formação dos mais novos.

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Há famílias em situações de risco e fragilidade? Há. A escola perdeu sua importância na socialização de
crianças e jovens? Sim. Mães e pais podem estar mais ocupados com suas vidas do que com os filhos? Sim.
Mas isso ocorre porque as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade
ganharam grande relevância, e não há políticas públicas – de novo – que busquem equilibrar tal contexto.
E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!
A sociedade não precisa, tampouco demanda, que o Estado exerça a função de babá, de pai ou de mãe. Ela
necessita que o Estado reconheça, na prática, que as famílias e a escola dependem de ações públicas de
apoio ao seu pleno desenvolvimento e que garantam os seus direitos.
(Rosely Saião. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/04/1759920-as-
familias-da-sociedade-orfa.shtml.)

Assinale a alternativa em que o termo, ou trecho sublinhado, apresenta uma função sintática DIFERENTE
das demais.
a) “... elas têm valores fortes,...”
b) “... e que garantam os seus direitos.”
c) “A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens?”
d) “E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!”
e) “... as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande
relevância,...”
Comentário:
a) “... elas têm valores fortes,..”
Incorreta - A expressão destacada “valores fortes” funciona como objeto direto do verbo “ter”.
b) “... e que garantam os seus direitos.”
Incorreta - A expressão destacada “os seus direitos” funciona como objeto direto do verbo “garantir”.
c) “A escola perdeu sua importância na socialização de crianças e jovens?”
Incorreta - A expressão destacada “sua importância” funciona como objeto direto do verbo “perder”.
d) “E, mesmo assim, têm sido as famílias a instituição protetora dos mais novos!”
Correta - A expressão “as famílias” exerce a função de sujeito da locução verbal “têm sido.
e) “... as ideologias socioculturais da juventude, do sucesso e da instantaneidade ganharam grande
relevância,...”
Incorreta - A expressão destacada “grande relevância” funciona como objeto direto do verbo “ganhar”.
Gabarito: D

Partícula “SE”
Questão 4
CONSULPLAN - Fiscal (Uberlândia)/Defesa do Consumidor/2012

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Assinale a afirmativa em que o pronome “se” NÃO é chamado pronome (partícula) apassivador(a).
a) Sabe-se que ele é honesto.
b) Organizou-se, ontem, esta prova.
c) Vendem-se carros usados aqui neste local.
d) Comeu-se toda a pizza.
e) Assistiu-se à cerimônia inteira.
Comentário:
Sabe-se que ele é honesto.
Incorreta – O verbo “saber” é transitivo direto e o “se” funciona como pronome apassivador.
b) Organizou-se, ontem, esta prova.
Incorreta - O verbo “organizar” é transitivo direto e o “se” funciona como pronome apassivador.
c) Vendem-se carros usados aqui neste local.
Incorreta - O verbo “vender” é transitivo direto e o “se” funciona como pronome apassivador.
d) Comeu-se toda a pizza.
e) Assistiu-se à cerimônia inteira.
Correta – O verbo “assistir” é transitivo indireto e o “se” é índice de indeterminação do sujeito. Logo, esta é
a alternativa certa, pois o SE não é pronome apassivador.
Gabarito: E

Partícula “SE”
Questão 5
CONSULPLAN - Assistente Social (Juatuba)/2015/Edital 001-2015

Degraus da ilusão
Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas, formando uma “nova classe média”, realizada
por degraus que levam a outro patamar social e econômico (cultural, não ouço falar). Em teoria, seria um
grande passo para reduzir a catastrófica desigualdade que aqui reina.
Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em sérios problemas
para quem mereceria coisa melhor. Todos desejam uma vida digna para os despossuídos, boa escolaridade
para os iletrados, serviços públicos ótimos para a população inteira, isto é, educação, saúde, transporte,
energia elétrica, segurança, água, e tudo de que precisam cidadãos decentes.
Porém, o que vejo são multidões consumindo, estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem
em si e promovesse real crescimento do país. Compramos com os juros mais altos do mundo, pagamos os
impostos mais altos do mundo e temos os serviços (saúde, comunicação, energia, transportes e outros)
entre os piores do mundo. Mas palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para
consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até o danoso, como botar mais carros em nossas ruas
atravancadas ou em nossas péssimas estradas.

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Além disso, a inadimplência cresce de maneira preocupante, levando famílias que compraram seu carrinho
a não ter como pagar a gasolina para tirar seu novo tesouro do pátio no fim de semana. Tesouro esse que
logo vão perder, pois há meses não conseguem pagar as prestações que ainda se estendem por anos.
Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa,
até cruel. Em lugar de instruírem, esclarecerem, formarem uma opinião sensata e positiva, tomam novas
medidas para que esse consumo insensato continue crescendo – e, como somos alienados e pouco
informados, tocamos a comprar.
Sou de uma classe média em que a gente crescia com quatro ensinamentos básicos: ter seu diploma, ter sua
casinha, ter sua poupança e trabalhar firme para manter e, quem sabe, expandir isso. Para garantir uma
velhice independente de ajuda de filhos ou de estranhos; para deixar aos filhos algo com que pudessem
começar a própria vida com dignidade.
Tais ensinamentos parecem abolidos, ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco estimulados o desejo de
crescimento firme e a construção de uma vida mais segura. Pois tudo é uma construção: a vida pessoal, a
profissão, os ganhos, as relações de amor e amizade, a família, a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a
fatalidades como doença e outras, que ninguém controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade, ter um
pouco de economia, ter uma casinha, ter um diploma, ter objetivos certamente ajuda a enfrentar seja o que
for. Podemos ser derrotados, mas não estaremos jogados na cova dos leões do destino, totalmente
desarmados.
[...]
A mais forte raiz de tantos dos nossos males é a falta de informação e orientação, isto é, de educação. E o
melhor remédio é investir fortemente, abundantemente, decididamente, em educação: impossível repetir
isso em demasia. Mas não vejo isso como nossa prioridade.
Fosse o contrário, estaríamos atentos aos nossos gastos e aquisições, mais interessados num crescimento
real e sensato do que em itens desnecessários em tempos de crise. Isso não é subir de classe social: é
saracotear diante de uma perigosa ladeira. Não tenho ilusão de que algo mude, mas deixo aqui meu quase
solitário (e antiquado) protesto.
(Lya Luft – Revista Veja – 5 de junho de 2012 – Adaptado.)

Em todas as frases a seguir, as palavras sublinhadas possuem o mesmo valor semântico, EXCETO:
a) “...que ainda se estendem por anos.”
b) “Porém receio que, do modo como está se realizando,…”
c) “Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas,…”
d) “... estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si...”
Comentário:
" que ainda se estendem por anos.”
Incorreta – O verbo “estender” é transitivo direto e a partícula SE funciona como pronome apassivador.
“Porém receio que, do modo como está se realizando, seja uma ilusão que pode acabar em sérios problemas
para quem mereceria coisa melhor.”
Incorreta – O verbo “realizar” é transitivo direto e a partícula SE funciona como pronome apassivador.

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c) “Fala‐se muito na ascensão das classes menos favorecidas,…”


Incorreta- A partícula SE também é um pronome, acompanhando o verbo “falar”.
“ estimuladas a consumir como se isso constituísse um bem em si...”
Correta – A partícula SE funciona como conjunção e tem sentido de comparação. Logo, essa é a resposta
correta.
Gabarito: D

Vocábulo “que”
Questão 6
CONSULPLAN - Bibliotecário (Monte Belo)/2011

O fim da era espacial


Com a aposentadoria do ônibus espacial, que parte sem deixar sucessor, termina a fase de aventura da
exploração do espaço. E começa a do lucro.

O último voo dos ônibus espaciais já aconteceu. E deixou um gosto amargo na boca dos fãs da exploração
espacial. O que acontece agora? Em uma palavra: nada. Todas aquelas ideias de concluir a construção de
uma estação espacial e então usá-la como espaçoporto e campo de provas antes do lançamento de
tripulações na direção da Lua e Marte, culminando com a efetiva colonização do sistema solar, se esvaíram
pelo ralo. Ficaram só na promessa. É o fim da era espacial como a conhecemos.
Discorda? Então responda: qual é o próximo grande projeto da Nasa para seus astronautas agora?
Pois é. Até o ano passado, ainda dava para responder: retomar a exploração tripulada da Lua, com dois
foguetes e duas espaçonaves novinhas em folhas. Era o Projeto Constellation, tratado pelo então
administrador da Nasa, Mike Griffin com uma nova versão do Projeto Apollo. Acontece que Barack Obama
acabou com o Constellation. Uma decisão natural nestes tempos de crise do mundo desenvolvido. O que
surpreendeu mesmo foi outra coisa: ninguém ligou para o corte.
Convenhamos: o programa espacial já não atrai tanto a atenção do público como fazia durante a Guerra
Fria, em que ser o melhor país no espaço significava ser a maior superpotência. Quando a Nasa anunciou
que não haveria Constellation nem retorno à lua, as únicas personalidades notórias a chiar foram alguns
astronautas veteranos do Projeto Apollo.
Daqui em diante os ônibus espaciais vão se tornar peças de museu. E todas as fichas da exploração do
espaço estarão nas mãos da iniciativa privada. Nas mãos de empresas que já passaram a construir foguetes
particulares – a Nasa entra apenas aprovando os trabalhos e comprando as passagens para seus
astronautas. Demanda para isso até existe: além de transportar astronautas para a Estação Espacial
Internacional, e satélites para a órbita da Terra, esses serviços privados de transporte serviriam ao mercado
do turismo espacial. Por isso mesmo, a indústria está correndo para oferecer alternativas, e os primeiros
testes dos novos foguetes têm sido um sucesso. Em destaque está a empresa SpaceX, fundada pelo
engenheiro Elon Musk (empreendedor que ficou bilionário depois de inventar o Paypal). Ela já demonstrou
em voo uma espaçonave que deve levar carga à estação espacial e, lá para 2015, humanos.

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O mais interessante é o seguinte: um ônibus espacial não sai do chão por menos de US$600 milhões:
enquanto isso, o envio de uma nave da SpaceX sai por US$ 130 milhões – com promessa de queda de preço
para o futuro. A eficiência de Musk assustou até os maiores concorrentes dos EUA no espaço: os chineses.
Eles admitiram que seus foguetes são incapazes de voar pelo mesmo preço.
Então, no sentido de dominar a órbita terrestre, parece que as coisas vão indo muito bem, obrigado. Essas
regiões do espaço próximas à Terra, onde ficam os satélites de GPS e de telecomunicações, continuarão
bastante ocupadas. Para sempre. Com ou sem a Nasa.
“(...)”
Se a indústria continuar prosperando e os custos do envio de cargas e pessoas ao espaço continuarem
diminuindo, é possível que programas mais arrojados de exploração possam ser implementados no futuro.
Isso pode até viabilizar comercialmente a mineração de elementos raros na Lua e asteroides... Seria uma
segunda era espacial. Mas, por enquanto, teremos de viver com os pés no chão mesmo.
(Revista Superinteressante – Agosto/2011 – Com adaptações)

O emprego da partícula “se”, em “... os ônibus espaciais vão se tornar peças de museu” (5º§), é o mesmo
que se encontra em
a) “Se a indústria continuar prosperando e os custos do envio de cargas...”
b) Ele não sabia se seria produtivo continuar com o programa espacial.
c) As viagens espaciais serão possíveis se houver interesse de alguma empresa.
d) Verifique se esse foguete está pronto para ser lançado.
e) Os astronautas se sentiram decepcionados com o fim dos projetos da Nasa.
Comentário:
Na frase destacada, a partícula se é parte integrante do verbo pronominal “tornar-se”.
a) “Se a indústria continuar prosperando e os custos do envio de cargas...”
Incorreta – A partícula SE não é parte integrante do verbo, mas sim uma conjunção adverbial condicional.
b) Ele não sabia se seria produtivo continuar com o programa espacial.
Incorreta – Na oração acima, o SE está ligando a oração principal a uma oração subordinada substantiva.
Sendo, portanto, uma conjunção integrante.
As viagens espaciais serão possíveis se houver interesse de alguma empresa.
Incorreta – O SE está indicando uma condição, sendo classificado como uma conjunção subordinativa
adverbial condicional.
d) Verifique se esse foguete está pronto para ser lançado.
Incorreta – Na oração acima, o SE está ligando a oração principal a uma oração subordinada substantiva.
Sendo, portanto, uma conjunção integrante.
e) Os astronautas se sentiram decepcionados com o fim dos projetos da Nasa.
Correta- A partícula SE é parte integrante do verbo “sentir-se”. Logo, essa é a resposta correta.

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Gabarito: E

Vocábulo “que”
Questão 7
CONSULPLAN - Técnico Judiciário (TRF 2ª Região)/ Administrativa/Segurança e Transporte/2017

Mentes livres
Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas cerebrais
que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante, no entanto, não
é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera além das estruturas.
Um motorista não é seu carro, nem por onde circula. Ele tem a liberdade de deixar o carro e seguir por outros
meios e também de repensar seus trajetos. Ainda assim, se as estradas ficarem bloqueadas ou o carro
quebrar, ele terá dificuldade em andar a pé e usará o tempo arrumando o carro ou colocando a estrada em
condições de uso. Só ao final de um tempo ele conseguirá ultrapassar as fixações estruturais internas e
refazer suas opções.
Em verdade, a liberdade do motorista é tal que nem mesmo motorista ele é. Ele é um ser livre. A prática
espiritual profunda conduz a essa liberdade, naturalmente presente. As fixações são o carma. As
experiências comuns no mundo, eventos maiores e menores, vão se consolidando como trajetos e redes
neurais internas e estruturas cármicas que balizam a operação da mente, estruturando recursos limitados
como se fossem as únicas opções, ainda que, essencialmente, a mente siga livre.
As estruturas grosseiras como os espaços das cidades, as ruas físicas, e em um sentido mais amplo tudo o
que aciona nossos sentidos físicos, surgem também como resultado das atividades mentais repetitivas,
assim como a circulação da energia interna, que é o aspecto sutil. Um automobilista precisa de uma
transformação interna e externa complexa para se tornar um ciclista; não é fácil. Já o tripulante do sofá tem
dificuldade em incluir exercícios, novos hábitos de alimentação e mudanças na autoimagem – os desafios
são idênticos.
Nossos melhores pensamentos constroem mundos melhores e também cérebros melhores. Já os
pensamentos aflitivos constroem mundos piores e cérebros com estruturas que conduzem à aflição e à
doença.
Tanto os aspectos grosseiros como os sutis flutuam; é visível. A única expressão incessantemente presente
e disponível é a liberdade natural silenciosa dentro de nós mesmos. É dessa natureza que surge a energia
que, livre de condicionamentos, cria novos caminhos neurais e novas configurações de mundo. Os mestres
de sabedoria apontam-na como sempre disponível, mesmo durante experiências como a doença e a morte.
É dessa região inabalável que irradiam sua sabedoria, compaixão e destemor.
(SAMTEN, Padma – Revista “Vida simples” – agosto 2014 – Ed. Abril.)

“Atualmente, já está muito claro que nossas experiências mentais estão sempre criando estruturas cerebrais
que facilitam a resposta rápida a futuras demandas semelhantes. O tema mais importante, no entanto, não
é que as estruturas se ampliem sempre, é a liberdade natural da mente, que opera além das estruturas.”
Sobre as ocorrências do vocábulo “que” presentes nesse segmento, a afirmação correta é a de que
a) a segunda ocorrência pertence à mesma classe da primeira.

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b) a última ocorrência pertence à classe diferente de todas as demais.


c) a segunda e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.
d) a primeira e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.
Comentário:
a) a segunda ocorrência pertence à mesma classe da primeira.
Incorreta. O primeiro “que” é uma conjunção integrante e o segundo é um pronome relativo.
a última ocorrência pertence à classe diferente de todas as demais.
Incorreta – O segundo e o último “que” são pronomes relativos.
c) a segunda e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.
Correta. Tanto a segunda quanto a quarta ocorrência do “que” a classificação é a mesma: pronome relativo.
d) a primeira e a quarta ocorrências pertencem à mesma classe gramatical.
Incorreta. Já vimos que o primeiro "que" é uma conjunção integrante e que o último "que" é pronome
relativo.
Gabarito: C

Vocábulo “que”
Questão 8
CONSULPLAN - Agente de Controle Interno (Venda NI)/2016

A importância da família estruturada


Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz um dado revelador: dois terços dos jovens
infratores da capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai dentro de casa. Além de não
viverem com o pai, 42% não têm contato algum com ele e 37% têm parentes com antecedentes criminais.
Ajudam a engrossar essas estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em Cidade Tiradentes,
Zona Leste de São Paulo, depois de fugir da Guarda Civil Metropolitana, e Ítalo, de 10 anos, envolvido em
três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia Militar no início de junho, depois de furtar um carro
na Zona Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia com a mãe. O de Ítalo está preso por
tráfico. A mãe já cumpriu pena por furto e roubo.
É certo que um pai presente e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura masculina propriamente
dita, faz falta uma família estruturada, independentemente da configuração, que dê atenção, carinho,
apoio, noções de continência e limite, elementos que protegem os jovens em fase de desenvolvimento.
A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes, não
têm tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos e garotas que crescem na rua, longe da
escola, em bairros sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de amigos e parentes que podem estar
envolvidos com o crime.
A criança precisa ter muita autoestima e persistência para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto de
vida. Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu potencial, sem ter o que fazer com seu tempo

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livre, sem enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto da droga, do tráfico, do delito, da
violência e da gestação na adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de baixa renda, longe da
sala de aula, nas periferias, que pipocam os quase 15% das jovens que são mães na adolescência, taxa
alarmante que resiste a baixar nas regiões mais carentes.
E o que acontece com essa menina que engravida porque enxerga na maternidade um papel social, uma
forma de justificar sua existência no mundo? Iludidas com a perspectiva de estabilizar um relacionamento
(a família estruturada que não têm?), elas ficam, usualmente, sozinhas, ainda mais distantes da escola e de
seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são elas que arcam com o ônus do filho,
sobrecarregando um lar que já vivia no limite.
Segue-se um ciclo que parece não ter fim.
Sem políticas públicas que foquem nessa família mais vulnerável, no apoio emocional e social para esses
jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, em alternativas de lazer, a realidade diária na
vida desses jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a violência e a criminalidade.
(Jairo Bouer, 11/07/2016. Disponível em: http://epoca. globo.com/colunas-e-blogs/jairo-
bouer/noticia/2016/07/importancia da-familiaestruturada. html.)

Considerando as várias funções sintáticas que a palavra “que” pode assumir de acordo com as relações
estabelecidas intrinsecamente na frase, assinale o fragmento em que o emprego de tal termo DIFERENCIA-
SE dos demais em destaque:
a) “[...] que um pai presente e próximo ao filho faz diferença.”
b) “[...] parte de famílias que não têm um pai dentro de casa.”
c) “[...] família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, [...]”
d) “[...] que dê atenção, carinho, apoio, noções de continência e limite, [...]”
Comentário:
a) “[...] que um pai presente e próximo ao filho faz diferença.”
Correta – O vocábulo “que” funciona como uma conjunção integrante, pois está ligando uma oração
subordinada à oração principal.
b) “[...] parte de famílias que não têm um pai dentro de casa.”
Incorreta- O vocábulo “que” é um pronome relativo, pois faz referência à expressão “parte de famílias”.
c) “[...] família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, [...]”
Incorreta - O vocábulo “que” é um pronome relativo, pois faz referência à expressão “família brasileira”.
d)“[...] que dê atenção, carinho, apoio, noções de continência e limite, [...]”
Incorreta - O vocábulo “que” é um pronome relativo, pois retoma a expressão “à família estruturada”, que
não está transcrita na frase, mas pode ser retoma no texto.
Gabarito: A

Vocábulo “que”
Questão 9

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CONSULPLAN - Assistente Jurídico Legislativo (CM Caratinga)/2015

Refletir
[...] Consumir é quase um vício atualmente. Claro que não estamos falando dos produtos indispensáveis do
dia a dia, mas de objetos que compramos por simples impulso, condicionados pela vontade de consumir –
os chamados produtos supérfluos.
Um dos problemas dessa atitude consumista é seu impacto ambiental, que na maioria das vezes nem
percebemos. Qualquer item comprado em uma loja ou supermercado exige recursos para ser produzido –
como água e energia – além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados: sobras de matérias‐
primas, embalagens etc. Portanto, toda vez que decidimos comprar alguma coisa, é bom pensar que
estaremos automaticamente aumentando a quantidade de lixo no ambiente e os problemas decorrentes de
seu acúmulo.
Para muita gente, no entanto, ser consumista não parece ser um defeito. Pelo contrário, parece que se dá
mais valor a quem possui a maior quantidade de bens. Mas será que isso é mesmo verdade? Só pelo fato de
possuir mais bens uma pessoa deve ser mais valorizada?
A oferta de bens é muito maior atualmente do que no passado, mas isso não significa que nossas
necessidades
tenham aumentado na mesma proporção. Claro que muitos desses produtos facilitam a vida, mas é preciso
avaliar com
cuidado o que de fato é importante para a gente.
Outro aspecto importante é a durabilidade dos produtos. Brinquedos, eletrodomésticos, roupas, carros...
Hoje tudo parece ser produzido para durar e ser rapidamente substituído. Roupas que estão na moda em
uma estação já não estarão mais alguns meses depois, aparelhos eletrônicos parecem descartáveis e daí por
diante.
(RIOS. Rosana; MUHRINGER, Sonia Marina; SHAYER, Michelle M. Lixo e sustentabilidade. São Paulo Ática,
2007.)

A palavra “que” se classifica de várias formas; assinale o trecho em que o vocábulo “que” possui classificação
diferente de pronome relativo.
a) “... que na maioria das vezes nem percebemos.” (2º§)
b) “... mas de objetos que compramos por simples impulso,...” (1º§)
c) “... além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados:...” (2º§)
d) “... não significa que nossas necessidades tenham aumentado na mesma proporção.” (4º§)
Comentário:
a) “... que na maioria das vezes nem percebemos.” (2º§)
Incorreta – O vocábulo “que” está retomando algo no texto “seu impacto ambiental”, funcionando,
portanto, como pronome relativo.
b) “... mas de objetos que compramos por simples impulso,...” (1º§)

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Incorreta – O vocábulo “que” está retomando algo no texto “objetos”, funcionando, portanto, como
pronome relativo.
c) “... além de gerar resíduos que devem ser tratados e eliminados:...” (2º§)
Incorreta – O vocábulo “que” está retomando algo no texto “resíduos”, funcionando, portanto, como
pronome relativo.
d) “... não significa que nossas necessidades tenham aumentado na mesma proporção.” (4º§)
Correta- O vocábulo “que” está ligando uma oração subordinada à principal, sendo, portanto, uma
conjunção integrante.
Gabarito: D

Vocábulo “que”
Questão 10
CONSULPLAN - Bibliotecário (Uberlândia)/2012

As lições do capitão
Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza a atenção do público em função das mortes
que provoca e dos mistérios que cercam o ocorrido. Com o naufrágio do navio italiano Costa Concórdia foi
diferente: mesmo tendo causado um número pequeno de vítimas fatais, o acidente não sai do noticiário. O
motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que abandonou o navio antes dos passageiros e dos
tripulantes, para a estupefação geral.
Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões relacionadas à honra, bravura, solidariedade e
outras qualidades escassas, tal interesse pode ser interpretado como um impulso moral coletivo, coisa
alentadora nestes tempos marcados, simultaneamente, por uma grande interconectividade e por um
individualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global, financeira, ambiental ou política
perdem-se na retórica e na queda de braço entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: ninguém quer
largar o osso, mas, na hora do naufrágio, todo mundo quer pular primeiro.
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata no século XVI. O barbudo capitão agarra-se a
um barril, e, caso sobreviva, abriga-se numa ilhota caribenha, onde terá tempo e paz para repensar seus
atos ou, simplesmente, dar graças aos céus, no gozo da condição de covarde consumado. Outra coisa é
pular do navio a poucas braçadas da costa, deixando centenas de semelhantes à própria sorte.
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o navio, é velho, remonta às navegações da
antiguidade clássica, mas é até hoje usado, não apenas nas leis de navegação, mas como metáfora na
análise de atitudes várias nas relações sociais. No âmbito das empresas, por exemplo: o gerente recém-
empossado que, diante da crise de seu departamento, ou de sua própria inépcia, deixa seus comandados na
mão e corre para a primeira oferta de emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de
experimentação tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o ensimesmamento psicológico, em
paradoxal anteposição à eclosão geométrica de redes sociais, se torna a regra de ouro numa era que se quer
avançada e inventiva.
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01.12 / adaptado)

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“O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que abandonou o navio”, o vocábulo sublinhado é
gramaticalmente classificado como
a) conjunção integrante.
b) pronome relativo.
c) conjunção coordenativa.
d) pronome interrogativo.
e) advérbio.
Comentário:
conjunção integrante.
Incorreta- O vocábulo “que” não é conjunção integrante, pois não está ligando orações.
pronome relativo.
Correta – O vocábulo “que” está se referindo ao capitão Schettino, sendo, portanto, um pronome relativo.
conjunção coordenativa.
Incorreta - O vocábulo “que” não recebe essa classificação, pois as conjunções coordenativas podem ser:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
pronome interrogativo.
Incorreta - O vocábulo “que” não está sendo usado para fazer pergunta.
e) advérbio.
Incorreta - O vocábulo “que” não está modificando um verbo, como fazem os advérbios.
Gabarito: B

11 - REVISÃO ESTRATÉGICA

11.1 PERGUNTAS

1. Diferencie frase, oração e período.


2. Com base na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), como são classificados os termos da
oração?
3. Saber a classificação dos termos da oração ajuda a visualizar melhor os componentes que a formam.
Especifique quais elementos da oração são essenciais, quais são integrantes e quais são acessórios.
4. O sujeito pode ser classificado como determinado e indeterminado. Quais são as subclassificações
de um sujeito determinado?
5. De quais maneiras pode-se indeterminar o sujeito em uma oração?
6. Qual é a diferença entre complemento nominal e complemento verbal?

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7. Qual é a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal?


8. A partícula "se" e os vocábulos "que" e "como" podem funcionar de várias formas nos variados
contextos em que estiverem inseridos. Quais podem ser as classificações atribuídas à partícula "se"?
9. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "que"?
10. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "como"?

11.2 PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Diferencie frase, oração e período.


Frase é todo enunciado capaz de estabelecer comunicação, contendo verbo ou não.
Oração é uma estrutura sintática que é formada em torno de um verbo ou locução verbal. Em suma, é toda
frase que possui verbo.
Período é uma estrutura com uma ou mais de uma oração, podendo ser simples (uma oração) ou composto
(mais de uma oração).

2. Com base na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), como são classificados os termos da
oração?
São classificados em essenciais, integrantes e acessórios.

3. Saber a classificação dos termos da oração ajuda a visualizar melhor os componentes que a formam.
Especifique quais elementos da oração são essenciais, quais são integrantes e quais são acessórios.
Os termos essenciais são sujeito e predicado; os integrantes são complemento verbal (objeto direto e objeto
indireto), complemento nominal e agente da passiva; já os temos acessórios são adjunto adnominal,
adjunto adverbial e aposto.

4. O sujeito pode ser classificado como determinado e indeterminado. Quais são as subclassificações
de um sujeito determinado?
Simples, composto, expresso (explícito), oculto (ou elíptico), agente, paciente e agente e paciente ao
mesmo tempo.

5. De quais maneiras pode-se indeterminar o sujeito em uma oração?


Flexionando-se o verbo na 3ª pessoal do plural, sem referência ao agente; flexionando-se o verbo na 3ª
pessoal do singular, seguido da partícula “se”, chamada de índice de indeterminação do sujeito; deixando-
se o verbo no infinitivo impessoal.

6. Qual é a diferença entre complemento nominal e complemento verbal?

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O complemento nominal complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o


complemento verbal complementa o sentido de um verbo (objeto direto ou indireto).

7. Qual é a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal?


O adjunto adnominal é um termo que acompanha um nome, mas acontece de maneira facultativa por isso
recebe classificação de termo acessório. Ele é o agente da ação expressa pelo nome. Já o complemento
nominal acompanha um nome de maneira obrigatória para completar o seu sentido e por esse motivo é
classificado como termo integrante. Ele é o alvo da ação expressa pelo nome.

8. A partícula "se" e os vocábulos "que" e "como" podem funcionar de várias formas nos variados
contextos em que estiverem inseridos. Quais podem ser as classificações atribuídas à partícula "se"?
Pronome reflexivo; pronome apassivador ou partícula apassivadora; índice de indeterminação do sujeito;
parte integrante do verbo; partícula expletiva ou de realce; conjunção integrante ou condicional.

9. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "que"?


Substantivo; pronome indefinido; pronome interrogativo; pronome relativo; advérbio; preposição;
conjunção coordenada; conjunção subordinada; partícula expletiva ou de realce e interjeição.

10. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "como"?


Pronome relativo; advérbio; conjunção causal; conjunção comparativa; conjunção conformativa; interjeição
e verbo.

Servidores, chegamos ao final de mais uma aula. Façam uma boa revisão dos conceitos vistos hoje para
gabaritarem as provas de Língua Portuguesa.
Na próxima aula, continuaremos avançando gradativamente, de modo a visitar cada tópico cobrado pela
banca examinadora. Estejam atentos aos percentuais estatísticos de cobrança para direcionarem seus
estudos, ok?
Forte abraço!
Prof. Carlos Roberto

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