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Autor:
Carlos Roberto
21 de Novembro de 2021
1 - APRESENTAÇÃO
#amoraovernáculo
2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA
3.1 - FRASE
3.2 - ORAÇÃO
O professor pediu / que todos fizessem as revisões. Nem toda oração é frase!
3.3 - PERÍODO
4 – TERMOS DA ORAÇÃO
4.1.1 - SUJEITO
Alguém passará em primeiro lugar.
Ninguém será reprovado.
4.1.2 - PREDICADO
Louvemos ao Senhor.
Alugam-se casas.
Atendimento à comunidade.
Adjunto
adnominal Agente da ação.
Complemento
nominal Alvo da ação.
Atendimento da comunidade.
1
O aluno chegou para estudar.
4.3.3 - APOSTO
5 – PALAVRA “SE”
6 – VOCÁBULO “QUE”
5
7 – VOCÁBULO “COMO”
Este foi o único modo como ele se preparou para a prova: estudando muito!
Como estava se preparando para concursos, Carlos não viajou com os amigos.
8 – APOSTA ESTRATÉGICA
No que respeita ao assunto termos da oração, podemos apostar em questões que girem em torno da
diferenciação entre adjunto adnominal e complemento nominal.
Surge dúvida aí quando o complemento e o adjunto são preposicionados. Podemos especificar 3 critérios
para acabar com essa dúvida:
1º critério
O adjunto adnominal preposicionado caracteriza apenas o substantivo.
O complemento nominal complementa tanto um substantivo, quanto um adjetivo ou um advérbio.
2º critério
O substantivo que é acompanhado por um adjunto adnominal pode ser concreto ou abstrato.
O substantivo completado por um complemento nominal deve ser abstrato.
3º critério:
O adjunto adnominal preposicionado é agente da declaração expressa pelo substantivo.
O complemento nominal é paciente da declaração.
Ex: A leitura do aluno foi perfeita. A leitura do texto foi perfeita.
Temos aí que:
“do aluno” é adjunto adnominal de “leitura” (= o aluno lê => o adjunto é agente da declaração expressa
pelo substantivo).
“do texto” é complemento nominal de “leitura” (= o texto é lido => o complemento é paciente da declaração
expressa pelo substantivo).
Também podemos nos deparar com questões que envolvem a diferença entre o sujeito desinencial e o
sujeito indeterminado. Perceba que quando o verbo está na terceira pessoa do plural surge dúvida se é caso
de sujeito indeterminado ou desinencial.
Sabemos que o sujeito desinencial, ou oculto, ou implícito é assim denominado por não aparecer na oração,
mas poder ser identificado pelo verbo. Já o sujeito indeterminado não aparece na oração e não é identificado
com clareza.
9 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Questão 01
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de
atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam
relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do trabalho alterou-se bastante entre
diferentes sociedades e momentos da história.
De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o trabalho
geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas. Naquelas, o trabalho
está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos, artes, mitos etc. —, não representando,
assim, um mundo à parte.
Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins propôs que tais
sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou “sociedades do lazer”, pelo fato de que
nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e materiais se dá plenamente.
Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto apresentado
No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam movimentam relações diversas entre os
indivíduos", o sujeito da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”.
Certo
Errado
Comentário:
A afirmativa está errada. O sujeito de ”cercam” é o pronome relativo “que”. Ele retoma o elemento anterior
“objetos” com o qual o verbo concorda.
Vale lembrar que a expressão “que nos cercam” é uma oração adjetiva restritiva de “objetos”.
Gabarito: ERRADO
A cultura brasileira sempre se viu como uma cultura da mistura. Louva-se a tendência brasileira à
assimilação do que é significativo e importante das outras culturas. O Brasil celebra a mistura da
contribuição de brancos, negros e índios na formação da nacionalidade, exaltando o enriquecimento
cultural e a ausência de fronteiras de nossa cultura. De nosso ponto de vista, o misturado é completo; o puro
é incompleto. Trata-se evidentemente de uma autodescrição da cultura brasileira. Há então todo um culto
à mulata, representante por excelência da raça brasileira; do sincretismo religioso, sinal de tolerância; do
convívio harmônico de culturas que se digladiam em outras partes do mundo. A identidade nacional está
inextricavelmente vinculada à mistura racial.
No entanto, a decantada mistura brasileira não é indiscriminada, ela é seletiva. Há sistemas que não são
aceitos na mistura. No primeiro período de construção da identidade nacional, não há a ideia da mistura das
três raças, que hoje se consideram constitutivas da nacionalidade, mas somente dos índios e brancos. Os
negros estavam excluídos. Essa mistura não era desejável, pois se tratava de escravos.
Jose Luiz Fiorin. Identidade nacional e exclusão racial. In: Cadernos de estudos linguísticos, v. 58, n.º 1, 2016, p.
64-5 (com adaptações).
Termos da oração
Questão 03
CEBRASPE (CESPE) - Procurador Municipal (Pref. Boa Vista)/2019
A cultura brasileira sempre se viu como uma cultura da mistura. Louva-se a tendência brasileira à
assimilação do que é significativo e importante das outras culturas. O Brasil celebra a mistura da
contribuição de brancos, negros e índios na formação da nacionalidade, exaltando o enriquecimento
cultural e a ausência de fronteiras de nossa cultura. De nosso ponto de vista, o misturado é completo; o puro
é incompleto. Trata-se evidentemente de uma autodescrição da cultura brasileira. Há então todo um culto
à mulata, representante por excelência da raça brasileira; do sincretismo religioso, sinal de tolerância; do
convívio harmônico de culturas que se digladiam em outras partes do mundo. A identidade nacional está
inextricavelmente vinculada à mistura racial.
No entanto, a decantada mistura brasileira não é indiscriminada, ela é seletiva. Há sistemas que não são
aceitos na mistura. No primeiro período de construção da identidade nacional, não há a ideia da mistura das
três raças, que hoje se consideram constitutivas da nacionalidade, mas somente dos índios e brancos. Os
negros estavam excluídos. Essa mistura não era desejável, pois se tratava de escravos.
Jose Luiz Fiorin. Identidade nacional e exclusão racial. In: Cadernos de estudos linguísticos, v. 58, n.º 1, 2016, p.
64-5 (com adaptações).
Nos trechos: “O Brasil celebra a mistura da contribuição de brancos, negros e índios na formação da
nacionalidade” e “Essa mistura não era desejável, pois se tratava de escravos”, os trechos destacados
exercem função respectivamente de complemento nominal, visto que “mistura” é um substantivo, e de
complemento verbal (objeto indireto), uma vez que “tratava” é um verbo. A afirmativa, portanto, está
incorreta, visto que os elementos avaliados desempenham funções diferentes no texto.
Gabarito: ERRADO
Termos da oração
Questão 04
CEBRASPE (CESPE) - Técnico Municipal de Controle Interno (CGM João Pessoa)/2018
O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção? Se a regra transgredida não causa prejuízo, temos o
“jeitinho” positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou na fila; chega uma pessoa precisando pagar sua
conta que vence naquele dia e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa forma de “jeitinho”.
A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta, porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim com a lei
geral, com a norma desenhada para todos os cidadãos, com o pressuposto de que essa regra universal
produz legalidade e cidadania. Eu pago meus impostos integralmente e, por isso, posso exigir dos
funcionários públicos do meu país. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o delegado da
receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção. O
“jeitinho” se confunde com corrupção e é transgressão, porque desiguala o que deveria ser
obrigatoriamente tratado com igualdade. O que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do jeitinho
como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que dela se livra, mas sim a persistência de um estilo de
lidar com a lei, marcadamente aristocrático, que, de certa forma, induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão,
o governador, o presidente a passar por cima da lei. A mídia tem um papel básico na discussão desses casos
de amortecimento, esquecimento e “jeitinho”, porque ela ajuda a politizar o velho hábito que insiste em
situar certos cargos e as pessoas que os empossam como acima da lei, do mesmo modo e pela mesma lógica
de hierarquias que colocam certas pessoas (negros, pobres e mulheres) implacavelmente debaixo da lei.
Termos da oração
Questão 05
CEBRASPE (CESPE) - Técnico Municipal de Controle Interno (CGM João Pessoa)/2018
A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas pessoas são
suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio de uma vacina: a
educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros deverá exercitar o pensamento e a crítica
argumentada e, principalmente, introduzir e consolidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos
preparar uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão
remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a seguir.
Termos da oração
Questão 06
CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia (PC MA)/2018
Se, nos Estados Unidos da América, surgem mais e mais casos de assédio sexual em ambientes profissionais
— como os que envolvem produtores e atores de cinema —, no Brasil, o número de processos desse tipo
caiu 7,5% entre 2015 e 2016.
Até setembro de 2017, foram registradas 4.040 ações judiciais sobre assédio sexual no trabalho,
considerando-se só a primeira instância.
Os números mostram que o tema ainda é tabu por aqui, analisa o consultor Renato Santos, que atua
auxiliando empresas a criarem canais de denúncia anônima. “As pessoas não falam por medo de serem
culpabilizadas ou até de represálias”.
Segundo Santos, os canais de denúncia para coibir corrupção nas corporações já recebem queixas de
assédio e ajudam a identificar eventuais predadores. Para ele, “o anonimato ajuda, já que as pessoas se
sentem mais protegidas para falar”.
A lei só tipifica o crime quando há chantagem de um superior sobre um subordinado para tentar obter
vantagem sexual. Se um colega constrange o outro, em tese, não há crime, embora tal comportamento
possa dar causa a reparação por dano moral.
Anna Rangel. Medo de represálias inibe queixas de assédio sexual no trabalho. Internet:
<www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).
No texto, o trecho “4.040 ações judiciais sobre assédio sexual no trabalho” tem a mesma função sintática
de
a) ‘por medo de serem culpabilizadas’
b) “mais e mais casos de assédio sexual ”
c) ‘mais protegidas para falar’
d) “chantagem de um superior sobre um subordinado”
e) “queixas de assédio”
Comentário:
O elemento em destaque no comando da questão, que se encontra no trecho “foram registradas 4.040
ações judiciais sobre assédio sexual no trabalho”, é o sujeito de “foram registradas”. Trata-se de uma oração
na voz passiva analítica, uma vez que temos uma locução verbal formada por verbo auxiliar ‘ser’ (foram) e
verbo principal no particípio “registradas”.
Cientes disso, analisemos as alternativas em busca daquela que apresenta um sujeito.
A - ‘por medo de serem culpabilizadas’
Incorreta – tal expressão no trecho “As pessoas não falam por medo de serem culpabilizadas ou até de
represálias” é um adjunto de adverbial causal, uma vez que o verbo “falam” é intransitivo nesse contexto.
B - “mais e mais casos de assédio sexual”
CORRETA - no trecho “Se, nos Estados Unidos da América, surgem mais e mais casos de assédio
sexual em ambientes profissionais”, a expressão destacada na opção é o sujeito de “surgem”.
C - ‘mais protegidas para falar’
Incorreta – tal expressão, no contexto “o anonimato ajuda, já que as pessoas se sentem mais protegidas para
falar”, funciona como o complemento verbal (objeto direto) de “sentem”.
D - “chantagem de um superior sobre um subordinado”
Incorreta – em “A lei só tipifica o crime quando há chantagem de um superior sobre um subordinado”, o trecho
destacado na opção é objeto direto de “há”.
E - “queixas de assédio”
Incorreta – em “já recebem queixas de assédio” também temos o elemento em destaque como objeto direto
de “recebem”.
Gabarito: B
Partícula “se”
Questão 07
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Administrativa/2018
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência
de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros
casos. (...) Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o
direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos
ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais
noivos assassinos querem tudo que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda
nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa:
a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.
Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-
noivas. De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua
futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem
coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as
moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?
Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre
as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto
domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a
eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é
um absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres
amar à vontade. Não as matem, pelo amor de Deus.
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto, julgue o item que se segue.
O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” e “se castigam”.
Certo
Errado
Comentário:
Os trechos em que estão as ocorrências da partícula “se” a serem analisados são:
“Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer”
“...como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa
equivalente?”
Observando-os concluímos que a afirmativa está incorreta porque o vocábulo destacado não tem a mesma
função nos contextos.
No primeiro trecho, o “se” é um pronome reflexivo, pois “Eles” praticam a ação de julgar contra si mesmos.
Já no segundo, temos uma ocorrência de voz passiva. A expressão “as moças que confessam... coisa
equivalente” é o sujeito de “se castigam”, o que podemos confirmar de duas maneiras: observando o verbo,
que deve ser transitivo direto ou bitransitivo seguido do vocábulo “se”, e passando a oração para a voz
passiva analítica, que deixa mais clara a percepção de que o verbo está nessa voz: como é então que as
moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente são castigadas?
Gabarito: ERRADO
Vocábulo “como”
Questão 08
CEBRASPE (CESPE) - Técnico Municipal de Nível Médio (Pref. SL)/Cuidador Escolar/2017
Tinha chegado o tempo da colheita, era uma manhã risonha, e bela, como o rosto de um infante, entretanto
eu tinha um peso enorme no coração. Sim, eu estava triste, e não sabia a que atribuir minha tristeza. Era a
primeira vez que me afligia tão incompreensível pesar. Minha filha sorria para mim, era ela gentilzinha, e
em sua inocência semelhava um anjo. Desgraçada de mim! Deixei-a nos braços de minha mãe efui-me à
roça colher milho. Ah! Nunca mais devia eu vê-la...
Ainda não tinha vencido cem braças de caminho, quando um assobio, que repercutiu nas matas, me veio
orientar acerca do perigo iminente que aí me aguardava. E logo dois homens apareceram e me amarraram
com cordas. Era uma prisioneira — era uma escrava! Foi embalde que supliquei, em nome de minha filha,
que me restituíssem a liberdade: os bárbaros sorriam-se das minhas lágrimas e me olhavam sem compaixão.
Julguei enlouquecer, julguei morrer, mas não me foi possível... a sorte me reservava ainda longos caminhos.
Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão
de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida
passamos nessa sepultura, até que aportamos nas praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no
porão, fomos amarrados em pé e, para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais
ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda,
podre e dada com mesquinhez; a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos
companheiros à falta de ar, de alimento e de água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus
semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura, asfixiados e famintos.
a) comparação.
b) contraste.
c) adição.
d) compensação.
e) intensidade.
Comentário:
No trecho “era uma manhã risonha, e bela, como o rosto de um infante”, o vocábulo “como” introduz ideia
de comparação entre uma manhã risonha e bela e o rosto de um infante. A alternativa A é o gabarito dessa
questão.
Gabarito: A
Vocábulo “que”
Questão 09
CEBRASPE (CESPE) - Agente de Polícia Federal/2018
— A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de
modo especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual
realizou suas pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até
o ponto a que chegou o seu trabalho.
— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser
tomadas, mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas
investigações, esses rapazes, sem dúvida, a teriam encontrado.
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade.
— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia
em serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente
engenhosos é, para o delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os
seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu uma série de erros, por ser demasiado profundo ou
demasiado superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve
(...) a uma apreciação inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se
metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache
escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-la. Estão certos
apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente a da massa; mas, quando a
astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre acontece
quando a astúcia deste último está acima da deles e, muito frequentemente, quando está abaixo. Não
variam seu sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são instigados por algum caso
insólito, ou por alguma recompensa extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir habituais,
sem que se afastem, no entanto, de seus princípios. (...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer
ao afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do raio de investigação do nosso delegado
— ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos princípios do delegado —,
sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se enganou por
completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu
renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado
de uma non distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.
— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas
letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um
poeta. — Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria
bem; como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado.
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.
Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante tantos séculos. A razão
matemática é há muito considerada como a razão par excellence.
Julgue o seguinte item, relativo aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto.
No trecho “ao procurar alguma coisa que se ache escondida”, o pronome “que” exerce a função de
complemento da forma verbal “ache”.
Certo
Errado
Comentário:
O vocábulo “que”, no contexto “Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar
alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para
escondê-la.", é um pronome relativo que está retomando “alguma coisa” e sendo o sujeito de “se ache
escondida”. Ele não é, portanto, o complemento de “ache” e sim seu sujeito. A afirmativa está incorreta.
Gabarito: ERRADO
Vocábulo “que”
Questão 10
CEBRASPE (CESPE) - Técnico Municipal de Controle Interno (CGM João Pessoa)/2018
O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção? Se a regra transgredida não causa prejuízo, temos o
“jeitinho” positivo e, direi eu, ético. Por exemplo: estou na fila; chega uma pessoa precisando pagar sua
conta que vence naquele dia e pede para passar na frente. Não há o que reclamar dessa forma de “jeitinho”.
A questão sociológica que o “jeitinho” apresenta, porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim com a lei
geral, com a norma desenhada para todos os cidadãos, com o pressuposto de que essa regra universal
produz legalidade e cidadania. Eu pago meus impostos integralmente e, por isso, posso exigir dos
funcionários públicos do meu país. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o delegado da
receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho” virando corrupção. O
“jeitinho” se confunde com corrupção e é transgressão, porque desiguala o que deveria ser
obrigatoriamente tratado com igualdade. O que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do jeitinho
como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que dela se livra, mas sim a persistência de um estilo de
lidar com a lei, marcadamente aristocrático, que, de certa forma, induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão,
o governador, o presidente a passar por cima da lei. A mídia tem um papel básico na discussão desses casos
de amortecimento, esquecimento e “jeitinho”, porque ela ajuda a politizar o velho hábito que insiste em
situar certos cargos e as pessoas que os empossam como acima da lei, do mesmo modo e pela mesma lógica
de hierarquias que colocam certas pessoas (negros, pobres e mulheres) implacavelmente debaixo da lei.
10 - REVISÃO ESTRATÉGICA
10.1 PERGUNTAS
4. O sujeito pode ser classificado como determinado e indeterminado. Quais são as subclassificações
de um sujeito determinado?
5. De quais maneiras pode-se indeterminar o sujeito em uma oração?
6. Qual é a diferença entre complemento nominal e complemento verbal?
7. Qual é a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal?
8. A partícula "se" e os vocábulos "que" e "como" podem funcionar de várias formas nos variados
contextos em que estiverem inseridos. Quais podem ser as classificações atribuídas à partícula "se"?
9. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "que"?
10. Quais podem ser as classificações para o vocábulo "como"?
2. Com base na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), como são classificados os termos da
oração?
São classificados em essenciais, integrantes e acessórios.
3. Saber a classificação dos termos da oração ajuda a visualizar melhor os componentes que a formam.
Especifique quais elementos da oração são essenciais, quais são integrantes e quais são acessórios.
Os termos essenciais são sujeito e predicado; os integrantes são complemento verbal (objeto direto e objeto
indireto), complemento nominal e agente da passiva; já os temos acessórios são adjunto adnominal,
adjunto adverbial e aposto.
4. O sujeito pode ser classificado como determinado e indeterminado. Quais são as subclassificações
de um sujeito determinado?
Simples, composto, expresso (explícito), oculto (ou elíptico), agente, paciente e agente e paciente ao
mesmo tempo.
8. A partícula "se" e os vocábulos "que" e "como" podem funcionar de várias formas nos variados
contextos em que estiverem inseridos. Quais podem ser as classificações atribuídas à partícula "se"?
Pronome reflexivo; pronome apassivador ou partícula apassivadora; índice de indeterminação do sujeito;
parte integrante do verbo; partícula expletiva ou de realce; conjunção integrante ou condicional.