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Autor:
Carlos Roberto
28 de Novembro de 2021
1 - APRESENTAÇÃO
#amoraovernáculo
2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA
3 – CONCORDÂNCIA
Gênero Masculino/Feminino
Nominal
Número Singular/Plural
Sintaxe de
concordância
Primeira/Segunda/
Pessoa
Terceira.
Verbal
Número Singular/Plural.
sozinho
==1c1f95==
A educação é necessária.
(concordância lógico-formal)
(concordância estilística)
4 – VOZES VERBAIS
Alugam-se casas.
5 – APOSTA ESTRATÉGICA
Quando o assunto for concordância, tanto a nominal quanto a verbal são bem cotadas nas provas. Mas
apostamos na cobrança da concordância nominal com um adjetivo posposto ou anteposto para mais de um
substantivo. Veja na página 4.
É corriqueiro também aparecerem questões de concordância nominal com mais de um adjetivo relacionado
a apenas um substantivo. Veja isso na página 5.
Quanto à concordância verbal, estude com carinho as situações de sujeito composto posposto e anteposto
ao verbo. Outro assunto da concordância verbal em que podemos apostar é como se dá a concordância com
o verbo ser. Um resumo:
Pode concordar com o predicativo do sujeito quando o sujeito for os pronomes isto, isso,
aquilo, tudo.
Também é possível a concordância do verbo com o sujeito-pronome no singular.
Certamente, no que diz respeito ao assunto vozes do verbo, o que tem maior potencial de ser cobrado é a
transposição da voz ativa para a passiva. Talvez possa aparecer uma questão com uma determinada oração
na voz ativa e as alternativas sejam possíveis estruturas da mesma oração na voz passiva ou vice-versa:
oração na passiva com alternativas na ativa.
- quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá agente na passiva. (Atingiram-
me. (voz ativa) > Fui atingido. (voz passiva)).
6 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Concordância verbal
Questão 01
CEBRASPE (CESPE) - Analista Portuário I (EMAP)/Administrativa/2018
O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego
aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa
movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime Organization,
sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International Association of Maritime Aids
to Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país,
definir as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego
nas imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic
identification system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais
(meteorológicos e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses
sensores operam integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade,
identificar e monitorar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação
de embarcações e divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer
informações que contribuam para o aumento da eficiência das operações portuárias, como a atualização de
horários de chegada e partida de embarcações.
Internet: <www defensea com br> (com adaptações)
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item que se segue.
A forma verbal “haja” poderia ser flexionada no plural — hajam —, preservando-se a correção gramatical e
os sentidos do texto.
Certo
Errado
Comentário:
Observando a forma verbal “haja” no trecho “...nas áreas em que haja intensa movimentação de
embarcações ou risco de acidente de grandes proporções”, percebemos que ele foi empregado com sentido
de existir: nas áreas em que existia intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes
proporções. Nesse caso, o verbo é impessoal e deve sempre ser grafado na terceira pessoa do singular. Se
a alteração sugerida ocorresse, a correção gramatical do texto seria comprometida.
Gabarito: ERRADO
Concordância verbal
Questão 02
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018
A obra de Maquiavel causou bastante polêmica por romper com a visão usual da atividade política. Na
tradição cristã, a política era vista como uma forma de preparar a Cidade de Deus na terra. Na Antiguidade,
era uma maneira de “promover o bem comum”. Havia sempre a referência a um objetivo transcendente, a
um padrão implícito ou explícito de justiça. Para Maquiavel, o que importa, na política, é o poder real. Não
é uma questão de justiça ou de princípios, mas de capacidade de impor-se aos outros.
N’O Príncipe, Maquiavel ensina que a meta de toda ação política é ampliar o próprio poder em relação aos
outros. É necessário reduzir o poder dos adversários: semear a discórdia nos territórios conquistados,
enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos; em suma, dividir para reinar.
Os Discorsi são uma longa glosa dos dez primeiros livros da História de Roma, de Tito Lívio, vistos como
um documento histórico incontestável, embora hoje se saiba que o autor não se furtava a alterar os fatos
para robustecer seu caráter alegórico ou exemplar — procedimento, aliás, que Maquiavel também adotaria
em suas Histórias Florentinas. Na obra, ele procura, nos costumes dos antigos, elementos que possam ser
utilizados na superação dos problemas de sua época.
Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, Maquiavel acaba por encontrá-las na discórdia entre seus
cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como “tumultos”. Trata-se de uma visão
revolucionária, já que o convencional era fazer o elogio da harmonia e da unidade. Até hoje, a busca do
“consenso” e o sonho de uma sociedade harmônica, sem disputa de interesses, estão presentes no discurso
político e, mais ainda, alimentam a desconfiança com que são vistas as lutas políticas. Para Maquiavel,
porém, o conflito é sempre um sintoma de equilíbrio de poder. Na sociedade, uma parte sempre quer
oprimir a outra — nobres e plebeus, ricos e pobres ou, na linguagem que ele prefere usar, o povo e os
“grandes”. Se o conflito persiste, é porque nenhuma parte conseguiu atingir sua meta de dominar a outra.
Portanto, permanece um espaço de liberdade para todos.
Se a expressão “uma visão revolucionária” fosse substituída por ideias revolucionárias, seria necessário
alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se, para se manter a correção gramatical do texto.
Certo
Errado
Comentário:
Com a substituição, o verbo “Trata-se” permanece grafado na terceira pessoa do singular, uma vez que ele,
nesse contexto em que tem sentido de diz respeito a, é impessoal e a expressão “ideias revolucionárias”,
assim como era “uma visão revolucionária”, é seu objeto indireto.
Gabarito: ERRADO
Concordância verbal
Questão 03
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018
No período “É um orgulho poder contar com você”, a terceira pessoa do singular empregada na forma verbal
“É” justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como em É tarde.
Certo
Errado
Comentário:
Na frase em análise, a forma verbal “É” está grafada na terceira pessoa do singular porque o seu sujeito é
uma oração. Se colocarmos a frase na ordem sintática padrão, visualizamos isso melhor: Poder contar com
você é um orgulho.
Gabarito: ERRADO 1
Concordância verbal
Questão 04
CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde,
por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que a variação linguística não deve ser matéria de
ensino na escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como tratá-la pedagogicamente, ou seja,
como desenvolver uma pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma sociedade que,
infelizmente, ainda não reconheceu sua complexa cara linguística e, como resultado da profunda divisão
socioeconômica que caracterizou historicamente sua formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,
escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os grupos socioeconômicos que recebem as
menores parcelas da renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos.
E há, entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à escola pública contribuir, pela oferta
de educação de qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma melhor redistribuição da renda
nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa
perspectiva, esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais
próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada
norma culta.
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles
(orgs.).
Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: ParábolaEditorial, 2015. p. 8-9
(com adaptações).
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
Em “A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos
socioeconômicos”, a forma verbal “chegam” poderia ser corretamente flexionada no singular.
Concordância nominal
Questão 05
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de
mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações, paisagens,
topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje,
podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que
isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público?
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale dizer
que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das dinâmicas
da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras
fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-
se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do consumismo
de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a competição interurbana por
capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos espaços da cidade.
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das
empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem seu
papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso
é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter
público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas
cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos recursos urbanos
apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes saudáveis, seja
na eliminação de controles policiais discriminatórios.
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito
político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das
cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de
compra e venda configura conflitos políticos em potencial.
Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia política do consumismo nas e das cidades. In: Revista
UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações).
1
No trecho “por meio das dinâmicas da cidade-espetáculo”, o elemento determinado do vocábulo “cidade-
espetáculo” rege a concordância nominal, enquanto o elemento determinante qualifica-o.
Certo
Errado
Comentário:
Primeiramente precisamos relembrar o que é determinante e o que é determinado e a relação entre eles:
Determinante – especifica ou qualifica o sentido do determinado.
Determinado – tem o sentido modificado pelo determinante e é subordinado a ele.
Cientes disso, vamos em frente.
No substantivo composto “cidade-espetáculo”, o determinado é o vocábulo “cidade” e o determinante é
“espetáculo”. O termo “cidade” comanda a regência nominal no caso em relação à preposição “da” em “da
cidade-espetáculo”. Quanto ao termo “espetáculo”, ele está especificando a palavra “cidade”, dando a ela
um novo sentido, o qual podemos entender, no contexto, como uma cidade que parece um espetáculo por
conta do urbanismo competitivo.
Gabarito: CERTO
Concordância verbal
Questão 06
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar em Administração (IFF)/2018
Acho muito simpática a maneira da Rádio Jornal do Brasil de anunciar a hora: “onze e meia” no lugar de
“vinte e três e trinta”; “um quarto para as cinco” em vez de “dezesseis e quarenta e cinco”. Mas confesso
minha implicância com aquele “meio-dia e meia”.
Sei que “meio-dia e meio” está errado. Mas a língua é como a mulher de César: não lhe basta ser honesta,
convém que o pareça.
Lembrando um conselho que me deu certa vez um amigo boêmio quando lhe perguntei se certa frase estava
certa (“Olhe, Rubem, faça como eu, não tope parada com a gramática: dê uma voltinha e diga a mesma
coisa de outro jeito”), eu preferiria dizer “doze e meia” ou “meio-dia e trinta”, sem nenhuma afetação. Aliás,
a língua da gente não tem apenas regras: tem um espírito, um jeito, uma pequena alma que aquele “meio-
dia e meia” faz sofrer.
Rubem Braga Recado de primavera Rio de Janeiro, Record,1984, p 58 (com adaptações)
Concordância verbal
Questão 07
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar (FUB)/Administração/2016
Hoje, constituída por 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa especializados, a UnB possui 2.695
professores, 2.620 servidores técnico-administrativos, 36.370 alunos de graduação e 7.510 de pós-
graduação.
Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 noturnos e 10 a distância, além de 147 cursos de pós-
graduação stricto sensu e 22 especializações lato sensu. Os cursos estão divididos em quatro campi
espalhados pelo Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, Ceilândia e Gama. Os órgãos
de apoio incluem o Hospital Universitário, a Biblioteca Central, o Hospital Veterinário e a Fazenda Água
Limpa.
Sua missão é ser uma instituição inovadora, comprometida com a excelência acadêmica, científica e
tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na sociedade, respeitadas a ética e
a valorização de identidade e culturas com responsabilidade social.
Estar entre as melhores universidades do Brasil, inserida internacionalmente, com excelência em gestão de
processos que fortaleça o ensino, a pesquisa e a extensão, é a visão de futuro da UnB.
Internet: <www.unb.br> (com adaptações).
Vozes verbais
Questão 08
CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia Federal/2018
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa de
punição de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como alvo
principal da repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no
rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito que dava
um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em
selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados,
mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com
assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de
admiração.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa
o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua
fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e
não mais o abominável teatro.
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo
Código. Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as inadaptações,
os efeitos de meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as
agressividades, as violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos
e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem
julgados e determinar até que ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se
escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade, julgadas e punidas.
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não julga
mais sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de instâncias
anexas. Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento principal: peritos
psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores, funcionários da
administração penitenciária fracionam o poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles
partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento,
mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da
aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da decisão judiciária,
prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-
26 (com adaptações).
Vozes verbais
Questão 09
CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo Fazendário (SEFAZ RS)/2018
martelo, na qual os signos monetários eram valorizados também pela nobreza dos metais empregados,
como o ouro e a prata. Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por
metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de
beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam
figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez surgirem os bancos. Os negociantes de ouro e prata,
por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de
seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir
como meio de pagamento por seus possuidores, por serem mais seguros de portar do que o dinheiro vivo.
Assim surgiram as primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo tempo em que a
guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a forma “preservou-se” fosse
substituída por
a) foi preservada.
b) foram preservados.
c) teria sido preservada.
d) teriam sido preservados.
e) tinha sido preservada.
Comentário:
No contexto “preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão
cultural ao valor monetário das moedas”, o verbo “preservou-se” está na voz passiva sintética, está
conjugado no pretérito e tem como núcleo do seu sujeito a expressão “associação”, que, por sua vez, é um
substantivo feminino e está grafado no singular. As alternativas apresentam locuções verbais para análise,
porém, dentre elas, a única que está conjugada no pretérito e concordando em gênero e número com o
sujeito é a apresentada na letra A: a associação dos atributos (...) foi preservada. Temos aí a forma verbal
“preservou-se” na voz passiva analítica.
Gabarito: A
Vozes verbais
Questão 10
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de
mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações, paisagens,
topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje,
podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que
isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público?
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale dizer
que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das dinâmicas
da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras
fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-
se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do consumismo
de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a competição interurbana por
capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos espaços da cidade.
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das
empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem seu
papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso
é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter
público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas
cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos recursos urbanos
apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes saudáveis, seja
na eliminação de controles policiais discriminatórios.
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito
político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das
cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de
compra e venda configura conflitos políticos em potencial.
Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia política do consumismo nas e das cidades. In: Revista
UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações).
No segundo período do terceiro parágrafo, os termos “pela luta”, “pelas manifestações” e “pelo direito"
funcionam como agentes da passiva.
Certo
Errado
Comentário:
Vejamos o trecho: “Isso é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar
em defesa do caráter público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo
direito ao espaço público nas cidades.”
Para lembrar, na voz passiva, o agente da passiva provoca a ação do verbo no sujeito da passiva.
No trecho, identificamos a voz passiva na expressão verbal “é exemplificado” e o seu sujeito é “Isso”, sendo
assim, mesmo estando distantes uma da outra, as expressões “pela luta” e “pelas manifestações” são
agentes da passiva. A expressão “pelo direito”, porém, é um adjunto adnominal de “manifestações” e não
agente da passiva.
Gabarito: ERRADO
7 – REVISÃO ESTRATÉGICA
7.1 PERGUNTAS
1. Conceitue concordância.
2. Como se dá a concordância nominal?
3. Cite 3 casos especiais que são exceções de concordância nominal.
4. Como se dá a concordância verbal?
5. Como funciona a concordância verbal em caso de o sujeito ser composto por pessoas diferentes?
6. Em caso de sujeito composto posposto ao verbo, como funcionaria a concordância?
7. Dentro dos casos especiais de concordância verbal, como funciona a concordância do verbo com o
sujeito formado por substantivo coletivo, por núcleo fracionário ou percentual ou por núcleo partitivo?
8. Com o verbo “ser”, como se dá a concordância?
9. As vozes verbais são: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. Qual a diferença entre a voz passiva e a
voz ativa?
10. Qual é a diferença entre voz passiva e voz reflexiva?
1. Conceitue concordância.
Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se combinam, nas suas flexões,
com as palavras de que dependem. Ocorre quanto ao gênero e número (nos nomes), e pessoa e número
(nos verbos).
- Na concordância com a palavra “só”, se ela equivaler a “sozinho”, concordará com o nome a que se refere;
se ela equivaler a “somente” ou “apenas”, terá função adverbial e será, portanto, invariável.
5. Como funciona a concordância verbal em caso de o sujeito ser composto por pessoas diferentes?
Há uma ordem de prevalência: a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª e a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª.
7. Dentro dos casos especiais de concordância verbal, como funciona a concordância do verbo com o
sujeito formado por substantivo coletivo, por núcleo fracionário ou percentual ou por núcleo partitivo?
Nesses casos o verbo poderá concordar tanto com o termo coletivo, fracionário ou percentual (com o
numeral) ou partitivo quanto com o adjunto adnominal que o acompanhar, permanecendo no singular ou
indo para o plural.
9. As vozes verbais são: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. Qual a diferença entre a voz passiva e a
voz ativa?
Na voz ativa o sujeito é o agente da ação expressa pelo verbo, já na voz passiva o sujeito é paciente, ou seja,
ele sofre a ação expressa pelo verbo.