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Aula 07
INSS (Técnico do Seguro Social) Passo
Estratégico de Português - 2023
(Pré-Edital)
Autor:
Carlos Roberto
09 de Fevereiro de 2023
Carlos Roberto
Aula 07
1 - APRESENTAÇÃO
2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA
3 – TIPOLOGIA TEXTUAL
3.1 - NARRAÇÃO
Exemplos:
A mãe afirmou:
– Você precisa ganhar dinheiro logo para morar sozinho!
O filho perguntou:
– Mãe, como conseguirei morar sozinho antes de passar em um concurso?
Exemplos:
A mãe afirmou que o filho precisa ganhar dinheiro logo para morar sozinho.
O filho perguntou à mãe como conseguiria morar sozinho antes de passar em
um concurso.
3.2 – DESCRIÇÃO
• LAUDOS
• RELATÓRIOS
• GUIAS DE VIAGEM
• CARDÁPIOS
3.3 – INJUNÇÃO
3.4 - DISSERTAÇÃO
)1
1
Progressividade Temática: processo de crescimento contínuo aplicado ao texto por meio de uma sequência lógica do
pensamento.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que
alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados
por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a seguinte ideia: um sistema
no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a
conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940.
A força da Lei
O Estado Democrático de Direito é um modelo de Estado criado por
cidadãos dos tempos modernos. Nesse novo tipo de Estado, pressupõe-se que os
poderes políticos sejam exercidos sempre em perfeita harmonia com as regras
escritas nas leis e nos princípios do direito.
Contudo, o que temos visto, no Brasil e em outras partes do mundo, é que
muitos cidadãos comuns do povo, bem como cidadãos eleitos ou aprovados em
concurso público para exercerem os poderes do Estado, só obedecem às leis se
elas lhes forem convenientes.
Como solução para essa questão, teremos de saber distinguir perfeitamente
o que pertence ao público e o que pertence ao privado, ou seja, o que é do Estado
e dos cidadãos; e, principalmente, se há harmonia entre eles, haja vista que a
finalidade deve ser sempre a satisfação da coletividade.
Dessarte, se considerarmos uma lei injusta, devemos nos posicionar
politicamente contra isso, mediante manifestações pacíficas e públicas, com o
intuito de termos nossas pretensões jurídicas reconhecidas para que as
legislações se direcionem ao encontro dos anseios da sociedade.
4 - LINGUAGEM
Exemplos:
Vou lembrar-me de você para sempre!
Não acredito que você possa ter feito isso comigo.
“Senhora, eu vos amo tanto
Exemplo:
“Agosto de 2019 já é o mês com maior número de focos de queimadas no estado
do Amazonas desde o início dos registros do governo federal, em 1998. Foram
6.145 focos verificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no
estado até esta terça-feira (27)”.
Exemplos:
Ligue nos próximos trinta minutos e obtenha um desconto sensacional!
Dê aos seus filhos os melhores exemplos, pois mais valem que os melhores
discursos.
Dilua o conteúdo do envelope em meio copo de água, misture e beba em jejum
durante uma semana. Persistindo os sintomas, procure um médico.
Exemplos:
“Aula 1 – Aspectos positivos sobre a humanização nas aulas”.
“Música Para Ouvir (Arnaldo Antunes)
Música para ouvir no trabalho
Música para jogar baralho
Música para arrastar corrente
Música para subir serpente (...)”
“gra·má·ti·ca
substantivo feminino
1. Estudo e tratado dos fatos de uma língua e das leis que a regem.
2. Livro em que se acham expostas as regras da linguagem.
gramática generativa
[Linguística] Gramática formal capaz de gerar o conjunto infinito das frases
de uma língua por meio de um conjunto finito de regras.
gramática gerativa
[Linguística] O mesmo que gramática generativa.
Exemplo:
No trânsito, o sentido é a vida.
Exemplos:
Telefonemas, cumprimentos, saudações.
4.4.1 - METÁFORA
Mas isso não interessa, o importante é que ele é inteligente que nem uma águia
para preparar as aulas.
Mesmo após o curso, continuou tirando minhas dúvidas, igual a um anjo.
Agi assim, porque aquela aluna é uma meiga tal qual uma flor.
4.4.2 - METONÍMIA
4.4.3 - CATACRESE
4.4.4 - PERÍFRASE
4.4.5 - SINESTESIA
4.5.1 – HIPÉRBATO
4.5.2 – PLEONASMO
"É uma dor que dói no peito. Pode rir agora que estou sozinho..."
(Legião Urbana)
“Chovia uma triste chuva de resignação.” (Manuel Bandeira)
“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã”.
(Chico Buarque)
Subir para
cima
Ambos os Hemorragia
dois de sangue
Encarar de
Fato real
frente
Retornar de
novo
4.5.3 – ANACOLUTO
4.5.4 – ELIPSE
4.5.5 – ZEUGMA
4.5.6 – ASSÍNDETO
4.5.7 – POLISSÍNDETO
4.5.8 – ANÁFORA
4.6.1 – ANTÍTESE
4.6.2 – HIPÉRBOLE
4.6.3 – EUFEMISMO
4.6.4 – PROSOPOPEIA
5 - FONÉTICA
Exemplos:
a) Abertas: lá, pé, dó
b) Fechadas: lê, avô
c) Reduzidas: vela(a), cale (e), cedo(o).
Exemplos:
foca (o), bala (a), morta (o), cachorro (a)
Exemplos:
clã (ã), gente (e, e) , campo (a), colchões(o), conde(o), ontem (o, e), unha (a),
mamãe (a, a), convite (o).
Exemplos:
a) Vogais tônicas:
5.3.4.1 - DITONGOS
Exemplos:
lon-gín-qua (o 'u' é uma semivogal e o 'a é uma vogal).
gló-ria (o 'i' é uma semivogal e o 'a' é uma vogal).
vá-cuo (o 'u é uma semivogal e o 'o' é uma vogal).
Exemplos:
cai-xa (o 'a' é uma vogal e o 'i' é uma semivogal).
coi-sas (o 'o' é uma vogal e o 'i' é uma semivogal).
lei-o (o 'e' é uma vogal e o 'i' é uma semivogal).
cai (o 'a' é uma vogal e o 'i' é uma semivogal).
Exemplos:
dançam (am tem som de “aom”)
Exemplos:
cai-xa (o 'i' é uma semivogal subjuntiva).
coi-sas (o 'i' é uma semivogal subjuntiva).
lei-o (o 'i' é uma semivogal subjuntiva).
cai (o 'i' é uma semivogal subjuntiva).
lon-gín-qua (o 'u' é uma semivogal prepositiva).
gló-ria (o 'i' é uma semivogal prepositiva).
vá-cuo (o 'u é uma semivogal prepositiva).
5.3.4.2 - TRITONGOS
Exemplos:
U-ru-guai (uai).
sa-guão (uao)
i-guais (uai)
5.3.4.2 - HIATO
Exemplos:
a-or-ta
cons-ti-tu-i-ção (observe que aqui há hiato “u-i” e ditongo “ão”)
ál-co-ol
5.4 – CONSOANTES
Exemplos:
Cra-te-ús
fran-cês
dig-no
Exemplos:
Cra-te-ús (encontro consonantal perfeito)
fran-cês (encontro consonantal perfeito)
dig-no (encontro consonantal imperfeito)
Exemplos:
tá-xi (“x” tem dois fonemas: “cs”)
5.4.1 - DÍGRAFOS
Exemplos:
bo-ne-ca (6 letras e 6 fonemas)
cam-pa-í-nha (9 letras e 7 fonemas, pois ‘am’ tem som de ‘ã’ e há o dígrafo ‘nh’)
lé-xi-co (6 letras e 7 foneas, pois ‘x’ tem som de ‘cs’)
cons-ti-tu-i-ção (12 letras e 11 fonemas, pois há p dígrafo vocálico ‘on’)
cri-an-ça (7 letras e 6 fonemas, pois ‘an’ é dígrafo vocálico)
5.5 - SÍLABAS
6 - APOSTA ESTRATÉGICA
No decorrer desta aula, passamos por diversos assuntos. Em cada um deles cabe um destaque!
Tipologia Textual: a aposta aqui está na diferenciação dos principais tipos textuais. É importante
conhecer o principal uso de cada um e ter belo menos um exemplo de cada.
Funções da linguagem: assunto muito presente no nosso dia a dia, a nossa aposta é em quem está
o foco de cada função. Por exemplo: função emotiva – foco no emissor. Função conativa – foco no
receptor.
Figuras de linguagem: foco principal na metáfora, metonímia, hipérbole.
Fonética: foco na diferença entre os encontros vocálicos!
7 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Tipologia textual – dissertação-argumentativa
Questão 01
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente.
Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no
caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do
pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e
geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa
saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais
curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX,
e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão.
Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos
proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos
proprietários dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade
==5617c==
industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras
mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa.
Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível
de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar
envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais
difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de
crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise, e
quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o
projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci
e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.
industrial, para confirmar o seu ponto de vista. Sendo assim, o que é afirmado no comando da questão está
correto.
Gabarito: CERTO
A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida
até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo. Esse
contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem
amamos e como morremos.
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso poucos tentam
compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse baixado algum software e ele te
solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa
imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato,
é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser resumido em uma única frase:
humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder.
Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O texto apresenta estratégia argumentativa que visa aproximar o leitor das ideias desenvolvidas pelo autor.
Certo
Errado
Comentário:
A estratégia argumentativa que verificamos é a forma como o autor se refere ao leitor, integrando-o ao que
diz, como no trecho: “Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo” e “É como se
você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em
“juridiquês”; você dá uma olhada nele...”
Gabarito: CERTO
Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz precedente veiculado
pelo Ministério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege.
Certo
Errado
Comentário:
Um texto expositivo tem como característica a apresentação de informações a respeito de determinado
fato ou objeto para que o leitor entenda melhor sobre o assunto abordado ou passe a conhecê-lo. Já um
texto injuntivo apresenta instruções de como determinada situação ou determinado objeto funciona, pode
aparecer também com linguagem imperativa, ditando ordens ou dando avisos.
Vemos os dois tipos textuais no cartaz em comento. Na primeira parte do cartaz, percebemos uma
linguagem mais informativa, trata-se de texto expositivo. Já no emprego de verbos no imperativo, como
“acesse”, “conheça” e “consulte”, identificamos o texto injuntivo.
Gabarito: CERTO
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao
lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma
foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe
costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me
sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das viagens de férias que a
personagem e sua família faziam com frequência durante a sua infância.
Certo
Errado
Comentário:
O texto descritivo é aquele em que se percebe essencialmente a descrição pormenorizada de determinado
objeto, situação ou espaço. Não vemos isso no texto em questão, o que percebemos é um personagem
contando uma história sobre sua infância na fazenda durante as férias, ou seja, temos nesse texto as
principais características de um texto narrativo: narrador-personagem, enredo, espaço e tempo.
Gabarito: ERRADO
Figuras de linguagem
Questão 05
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar em Administração (IFF)/2018
Texto
No texto, que é parte da letra de uma música, os três últimos versos apresentam uma
a) comparação.
b) antítese.
c) ironia.
d) eufemismo.
e) aliteração.
Comentário:
O trecho a ser analisado é
“Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais”
Nele a figura de linguagem que podemos observar é a comparação, que é notada, principalmente pelo
emprego do vocábulo “como”. Portanto, a opção A é o gabarito dessa questão.
Nas demais alternativas, para relembrarmos:
B – antítese – ocorre quando se tem o emprego de vocábulos com sentidos opostos, como água/ fogo e
amor /ódio.
C – ironia – pode ser percebida quando o locutor diz algo com sentido contrário ao que realmente quis
expressar.
D – eufemismo – ocorre quando o locutor diz algo que poderia ser chocante para o receptor da mensagem,
mas de maneira mais leve.
E - aliteração – trata-se de um recurso estilístico caracterizado pela repetição de fonemas no início de várias
palavras ou de vários versos, como vemos em: "O rato roeu a roupa do rei de Roma".
Gabarito: A
Linguagem coloquial
Questão 06
CEBRASPE (CESPE) - Assistente de Procuradoria (PGE PE)/2019
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de
automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao
lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma
foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe
costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me
sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, na linha 5, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do
condutor do carro de boi.
Certo
Errado
Comentário:
Em um texto com registro predominantemente formal, esse pequeno trecho: “’Xô, Marinheiro! Vâmu,
Teimoso!’”, é marca de oralidade, demonstra, como dito no comando da questão, a fala do condutor do
carro de boi.
Gabarito: CERTO
Fonética
Questão 08
CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde,
por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que a variação linguística não deve ser matéria de
ensino na escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como tratá-la pedagogicamente, ou seja,
como desenvolver uma pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma sociedade que,
infelizmente, ainda não reconheceu sua complexa cara linguística e, como resultado da profunda divisão
socioeconômica que caracterizou historicamente sua formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,
escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os grupos socioeconômicos que recebem as
menores parcelas da renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos.
E há, entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à escola pública contribuir, pela oferta
de educação de qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma melhor redistribuição da renda
nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa
perspectiva, esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais
próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada
norma culta.
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco e Ana Maria
Stahl Zilles (orgs.).
Pedagogia da variação Linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola
Editorial, 2015. p. 8-9 (com adaptações).
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
Presentes no último parágrafo do texto, os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, “conjunto” e
“chamada” contêm grupos de duas letras que representam um só fonema, constituindo o que se denomina
dígrafo ou digrama.
Certo
Errado
Comentário:
A afirmação do enunciado está incorreta porque entre as palavras citadas, apenas “essas”, “conjunto” e
“chamada” possuem dígrafos, sendo eles ss, on, un e ch, que, como dito no enunciado, representam um
mesmo fonema, um mesmo som na pronúncia. Nas demais palavras, o número de letras é igual ao número
de fonemas, uma vez que todas as letras são pronunciadas.
Indo um pouco mais fundo: os dígrafos ss e ch são chamados dígrafos consonantais. Já on e um são dígrafos
vocálicos.
Gabarito: ERRADO
O carrinho de compras do sítio eletrônico está lotado, e o preço total agrada. Animado, você digita todas as
informações referentes ao cartão de crédito e, sem entender, observa a transação ser negada. Mais tarde,
descobre que o banco tinha considerado suspeito aquele seu procedimento virtual, uma vez que tinha
características semelhantes às de uma fraude. Decepcionante, não? E muito comum.
A fim de melhorar a experiência dos consumidores em compras pela Internet, cientistas do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos da América, desenvolveram um sistema baseado em
princípios de aprendizagem de máquina.
A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude é baseada em equações matemáticas e algoritmos
e funciona em duas etapas. Na primeira, o sistema recebe exemplificações de compras legítimas e
ilegítimas. Em seguida, a máquina avalia compras reais, levando em consideração os padrões observados.
O sistema funciona mais ou menos como nossos neurônios. A partir de números e fórmulas, une ponto a
ponto informações sobre características de transações já feitas pelo usuário — como valores médios gastos,
horários de compra, uso de celular, pontos usados, principais estabelecimentos —, até chegar a uma
probabilidade de fraude final. Com cada constatação, o programa consegue melhorar os padrões
aprendidos.
Segundo um arquiteto de software de uma empresa não participante do estudo, o modo como a máquina
aprende os padrões antes de começar a analisar compras interfere diretamente no registro de falsos
positivos e fraudes reais. “Se a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude, podemos aumentar
os riscos de fraudes que passam. Sendo assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações
apresentadas à máquina para não pesar um lado mais do que o outro”, detalha.
Correio Braziliense, 1.º/10/2018, p. 14 (com adaptações).
Começam a surgir, exatamente nesse período, as segmentações não convencionais. Da falta de espaço
entre fronteiras vocabulares — hipossegmentação — surgem estruturas do tipo “derepente”, “muitolonge”,
“chicobento”; da inserção de um espaço indevido no interior da palavra — hipersegmentação —, estruturas
como “em controu”, “amanhe seu”, “chapeu sinhô”.
Ana Paula Nobre da Cunha e Ana Ruth Moresco Miranda. A hipo e a hipersegmentação nos dados de
aquisição de escrita: a influência da prosódia. In: Alfa. 53 (1), 2009, p. 127-148. Internet:
<http://piwik.seer.fclar.unesp.br> (com adaptações).
Julgue o item subsecutivo, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior.
No texto predomina a função referencial da linguagem.
Certo
Errado
Comentário:
A função referencial, também chamada de denotativa, tem como característica a transmissão de
informações de maneira objetiva e clara. É exatamente o que vemos no texto em análise. Trata-se de uma
série de informações a respeito do aprendizado infantil da escrita. O enunciado da questão está correto,
portanto.
Gabarito: CERTO
8 - REVISÃO ESTRATÉGICA
8.1 PERGUNTAS