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Aula 16

INSS (Técnico do Seguro Social) Passo


Estratégico de Direito Previdenciário -
2022 (Pré-Edital)

Autor:
Equipe Rubens Mauricio, Rubens
Mauricio Corrêa

13 de Março de 2022

Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021


Equipe Rubens Mauricio, Rubens Mauricio Corrêa
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Legislação Previdenciária.
Conteúdo, fontes, autonomia.
Aplicação das normas previdenciárias.
Vigência, hierarquia, interpretação e integração.

Análise Estatística ................................................................................................................................. 2


O que é mais cobrado dentro do assunto? ....................................................................................... 4
Roteiro de revisão e pontos do assunto que merecem destaque ....................................................... 5
Conteúdo ........................................................................................................................................... 5
Fontes do Direito Previdenciário ....................................................................................................... 5
Ramo e Autonomia do Direito Previdenciário................................................................................... 9
VIGÊNCIA ......................................................................................................................................... 11
Interpretação ................................................................................................................................... 12
Integração ....................................................................................................................................... 15
Hierarquia........................................................................................................................................ 18
Competência Legislativa ................................................................................................................. 21
Aposta estratégica .............................................................................................................................. 22
Questões estratégicas......................................................................................................................... 31
Questionário de revisão e aperfeiçoamento ...................................................................................... 39
Perguntas ........................................................................................................................................ 40
Perguntas com respostas ................................................................................................................ 40
Lista de Questões Estratégicas ........................................................................................................... 46
Gabarito .......................................................................................................................................... 48

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ANÁLISE ESTATÍSTICA
Inicialmente, convém destacar os percentuais de incidência de todos os assuntos previstos no nosso
curso, com base na banca Cespe/Cebraspe, em ordem decrescente – ou seja, quanto maior o
percentual de cobrança de um dado assunto, maior sua importância:

QUESTÕES
ASSUNTO CESPE %
ANALISADAS

LEI 8.742/93 (LOAS) 81 11,51%


PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL 47 6,68%
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL 35 4,97%
SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL 32 4,55%
ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA SEGURIDADE SOCIAL 31 4,40%
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 29 4,12%
DEPENDENTES 26 3,69%
EMPREGADO 26 3,69%
ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO 25 3,55%
PENSÃO POR MORTE 24 3,41%
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 22 3,13%
SEGURADO FACULTATIVO 22 3,13%
RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 21 2,98%
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 21 2,98%
CARÊNCIA 20 2,84%
AUXÍLIO-ACIDENTE 20 2,84%
AUXÍLIO-DOENÇA 19 2,70%
MANUTENÇÃO E PERDA QUALIDADE DE SEGURADO 18 2,56%
SEGURADO ESPECIAL 18 2,56%
CÁLCULO DO VALOR DO BENEFÍCIO 16 2,27%
APOSENTADORIA POR IDADE 16 2,27%
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 15 2,13%
CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL 14 1,99%
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 13 1,85%
RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO 12 1,70%

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CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL 10 1,42%


SALÁRIO-MATERNIDADE 8 1,14%
APOSENTADORIA ESPECIAL 8 1,14%
SALÁRIO-FAMÍLIA 8 1,14%
AUXÍLIO-RECLUSÃO 8 1,14%
DECADÊNCIA 8 1,14%
PRESCRIÇÃO 7 0,99%
CONCEITO DE EMPRESA E EMPREGADOR DOMEST. 7 0,99%
INSCRIÇÃO 3 0,43%
RECURSOS DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS 3 0,43%
EMPREGADO DOMÉSTICO 3 0,43%
ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES 2 0,28%
JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA 2 0,28%
TRABALHADOR AVULSO 2 0,28%
HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL 1 0,14%
RECEITAS DE OUTRAS FONTES 1 0,14%
TOTAL GERAL 704 100,00%

Os assuntos deste relatório possuem um grau de incidência de 1,85% nas questões colhidas. A
distribuição dentro de cada subtópico está demonstrada a seguir.

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?

Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto deste relatório, possuímos a seguinte
distribuição percentual, em ordem decrescente de cobrança:

Tópico % de cobrança

Interpretação 30,77 %

Competência Legislativa 23,08 %

Conteúdo, fonte e autonomia 23,08 %

Vigência e Hierarquia 15,38 %

Integração 7,69 %

TOTAL 100,00%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE MERECEM DESTAQUE


Para revisar e ficar bem preparado nos assuntos deste relatório, você precisa, basicamente, seguir
os passos a seguir:

CONTEÚDO

Legislação Previdenciária é o conjunto de regramentos legais e infralegais que regulamentam o


sistema previdenciário brasileiro. A legislação previdenciária engloba, por exemplo, a Constituição
Federal, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos
regulamentares a os atos administrativos (tais como instruções normativas, portarias, regimentos,
resoluções, etc.).
A palavra lei, no entanto, tem diferentes sentidos, conforme seu contexto seja estrito (stricto sensu)
ou amplo (lato sensu).
A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo, que detém a
competência constitucional para legislar. São as denominadas normas legais ou primárias, que
podem inovar no direito previdenciário.
A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de normas referentes ao
funcionamento da Previdência Social, sejam normas legais (conhecidas como primárias, que podem
inovar), sejam normas infralegais (conhecidas como secundárias, que não podem inovar).

FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

"Fonte do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes
utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com
um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um Estado. Trata-se, portanto, da
matéria prima da qual nasce o direito.
A palavra fonte é empregada metaforicamente conforme observa o jurista suíço Claude Du Pasquier,
senão vejamos:

“remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem da terra; do
mesmo modo, inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é buscar o ponto pelo qual sai
das profundidades da vida social para aparecer na superfície do Direito.”

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Segundo o jurista e doutrinador Miguel Reale, “o termo fonte do direito deve indicar os processos
de produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do poder, o qual, diante de fatos e
valores, opta por dada solução normativa e pela garantia do seu cumprimento”.
Ao utilizarmos a expressão “fontes do direito”, queremos designar o texto em que o Direito está
embasado ou todos os elementos que possam ajudar na sua aplicabilidade.
Ainda no dizer de Miguel Reale:

“Por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras
jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no
contexto de uma estrutura normativa”.

Fonte do Direito é, portanto, a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria (fonte
material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção das normas.
São exemplos de fontes do direito: as leis, jurisprudência, doutrina, analogia, princípio geral do
direito, costumes e equidade.

As fontes do Direito Previdenciário podem ser primárias ou secundárias:

Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às


que têm força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento
jurídico. São atos legislativos (emanados do Poder Legislativo), ou de natureza legislativa
(atos com força de lei, emanados do Poder Executivo, cujo exemplo mais importante,
hoje, são as medidas provisórias), que têm como característica poderem inovar o direito.

Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas),


correspondem às que não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos
aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global
do Direito, sem inovar. Têm como característica a impossibilidade teórica de criar, de
forma inaugural, direitos ou obrigações, ou de modificar direitos ou obrigações previstos
em lei ou outros atos primários. São decretos regulamentares e atos administrativos, que
apenas regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam
procedimentos da administração, a fim de dar execução à lei.

São exemplos de fontes primárias do Direito (atos legais):


• Constituição Federal de 1988

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• Emendas constitucionais
• Leis complementares
• Leis ordinárias
• Leis delegadas
• Medidas provisórias
• Decreto legislativo
• Resolução do Senado
• Tratados internacionais
• Súmulas Vinculantes

São exemplos de fontes secundárias do Direito (atos infralegais):


• Decretos Regulamentares
• Portarias
• Instruções Normativas

O estudo das “fontes do direito” se inicia com a diferenciação entre direito enquanto forma, no caso
das fontes formais (norma jurídica positivada em leis, decretos, portarias, etc) e direito enquanto
matéria, no caso das fontes materiais (substância/valor/justiça).

Vejamos a seguir o conceito de fontes formais e fontes materiais do direito:

Fonte Formal do Direito: é aquela pela qual o direito se manifesta. Dividem-se em fontes formais
imediatas e fontes formais mediatas, conforme definição abaixo:

• As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito,
como por exemplo, as normas legais.

• As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina.


São os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se
exteriorizam, tornam-se conhecidas.

Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o
Direito. Este significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas.
No Brasil, temos algumas formas de expressão das fontes formais, sendo as leis a principal forma de
expressão; contando também com a jurisprudência (conjunto de entendimentos de determinado
tribunal) e a doutrina.

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Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, que revelam um direito vigente,


possibilitando a sua aplicação a um caso concreto.
No sentido formal, portanto, pode-se afirmar que a expressão “fontes do direito” diz respeito aos
processos e estruturas capazes de produzir normas jurídicas aptas a regular as interações entre
indivíduos e entre estes e o governo.
As fontes formais estatais englobam a Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do senado. Englobam, também,
decretos regulamentares do poder executivo, instruções ministeriais, circulares, portarias, ordem de
serviço e normas individuais.

As principais fontes formais da legislação previdenciária são:


• Constituição Federal;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios);
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios);
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios);
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio);
• Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS);
• Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada).

Fonte Material do Direito: É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos
econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras do direito. São
constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que são
condicionados pela moral, economia, geografia.
As fontes materiais do direito previdenciário consistem, portanto, nos fatores que interferem na
produção de suas normas jurídicas, como, por exemplo, os fundamentos do surgimento dos
benefícios previdenciários e os costumes nas relações entre o INSS e o segurado.
São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o
comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. A título exemplificativo, as
fontes materiais, dentre outras, podem ser:
- Fontes materiais históricas;
- Fontes materiais religiosas;
- Fontes materiais econômicas;
- Fontes materiais naturais;
- Fontes materiais políticas;
- Fontes materiais morais.

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No sentido material, portanto, pode-se afirmar que todo fato social é fonte do direito. Tudo o que
acontece de relevante pode dar ensejo à criação, alteração ou extinção de direitos.
No campo específico da Seguridade Social, o direito surge de variáveis sociais e econômicas como a
expectativa de vida da população, riqueza do país, Índices de desemprego, saúde dos trabalhadores,
número de acidentes do trabalho, etc.

RAMO E AUTONOMIA DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os doutrinadores mais atuais


colocam-no como ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo do direito público
(corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da Seguridade Social.
Evidentemente, nunca será direito privado, já que, na relação jurídico-securitária, há a participação
do Estado, dotado de seu poder de império, determinando a filiação compulsória ao sistema e
exigindo o pagamento de contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo didaticamente autônomo do direito público, uma vez que possui
métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna.
Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando
àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia,
em termos normativos, ao direito do trabalho.

Existem duas grandes teorias que versam sobre a autonomia do Direito Previdenciário, senão
vejamos:

• A teoria monista diz que o Direito previdenciário está inserido no Direito do Trabalho; e

• A teoria dualista, que dispõe haver plena autonomia do direito previdenciário sem qualquer
interferência do direito trabalhista.

Atualmente a grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que prega a autonomia
entre direito do trabalho e direito previdenciário.
O Direito Previdenciário é definindo como um conjunto de regras que regem o seguro social, que
tem objetos, princípios e instituto próprios e normas específicas que tratam de Seguridade Social,
além de conter um grande repertório jurisprudencial e doutrinário distintos.
Se é verdade que em alguns casos, direito previdenciário e direito do trabalho se aproximam,
também é verdade que na maioria das ocorrências tal relacionamento não acontece, não sendo
correto dizer, atualmente, que o Direito Previdenciário seja um apêndice do Direito Laboral.
O Direito do Trabalho, por cuidar basicamente de relações dentre particulares (relação
empregatícia), situa-se no campo do Direito Privado; o Direito Previdenciário, no entanto, possui

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natureza jurídica de direito público, pois a relação entre as partes estabelece-se por força da lei e
não por suas vontades.
O Poder Constituinte de 1988 criou um capítulo próprio para a Seguridade Social no Capítulo II,
incluído no Título VIII (“Da Ordem Social”), no qual constam várias disposições sobre Seguridade
Social, abrangendo a Previdência Social, Assistência Social e Saúde, que vai do artigo 194 até o artigo
204, tornando este instituto de Direito Previdenciário totalmente desvinculado do Direito do
Trabalho, que teve suas prescrições incluídas no Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título II (“Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”) no artigo 7º.

Segundo a doutrina, para caracterizar a autonomia de uma ciência é mister que:


• ela seja bastante vasta a ponto de merecer um estudo de conjunto, adequado e particular;
• ela contenha doutrinas homogêneas dominadas por conceitos gerais comuns e distintos dos
conceitos gerais que informam outras disciplinas;
• possua método próprio, empregando processos especiais para o conhecimento das verdades
que constituem objeto de suas investigações.

O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por possuir métodos próprios,
objeto próprio, princípios próprios, leis específicas e divisão interna, segundo critérios pacificamente
aceitos pela doutrina dominante.
O objeto do direito previdenciário é disciplinar a Previdência Social regrando a relação jurídica de
benefício e de custeio previdenciário, além de regrar a relação jurídica de previdência
complementar.
Porém, não se pode afirmar categoricamente que a autonomia ou distanciamento desses dois
importantes ramos do Direito implica em seu isolamento absoluto, haja vista que do ponto de vista
científico o Direito é uno e as ciências jurídicas do nosso ordenamento são um feixe de regras que
se relacionam e se interpenetram.

Assim sendo, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é


independente dos demais ramos do direito, devendo suas normas e princípios respeitar
e ser compatível com os demais princípios e ramos do direito.

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VIGÊNCIA

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível.
Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como
diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento.
Não devemos confundir vigência, validade e eficácia, pois possuem conceitos jurídicos distintos,
senão vejamos:
Validade: a validade de uma norma significa, apenas, que ela está integrada ao ordenamento
jurídico, ou seja, pertence ao conjunto das normas jurídicas.
Vigência: é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos.
Eficácia: diz respeito à possibilidade concreta de produção de efeitos.

Obs.: A vigência é requisito necessário para a eficácia da lei, mas tais conceitos não podem
ser confundidos.

Para exemplificar, podemos citar uma lei publicada dia 15 de agosto de 2018, aumentando uma
contribuição previdenciária de 11% para 14%, cuja lei tenha fixado o início da sua vigência em 01 de
setembro de 2018. Assim sendo, no dia 15/08/2018 a lei já é válida, porém ainda não está vigente.
No dia 01 de setembro de 2018 a lei estará válida e vigente, porém ainda não estará eficaz, uma vez
que, para tornar-se eficaz e produzir seus efeitos, a lei que aumenta contribuição de Seguridade
Social deverá respeitar a anterioridade nonagesimal (conhecida também por anterioridade mitigada
ou noventena), somente podendo ser exigida após 90 dias contados da data da publicação da lei.
Após os 90 dias contados da publicação da lei, esta lei terá sua eficácia, além de válida (desde a
publicação em 15/08/2018) e vigente (desde 01/09/2018, conforme previsto na própria lei)

ATENÇÃO: Para esta lei ser eficaz, não são contados 90 dias da vigência, mas sim contados
da publicação da lei).

Geralmente, uma norma entra em vigor no momento de publicação do texto legal que a veicula. No
entanto, pode ser estabelecido no próprio texto legislativo que a norma só passará a viger após
certo período de tempo, contado a partir da sua publicação. Tal período é denominado “vacatio
legis”.
No exemplo acima, a “vacatio legis” é o período compreendido entre a publicação da lei, em
15/08/2018 e sua vigência, em 01/09/2018.

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Convém lembrar que a Lei de Introdução às Normas do Direito (LINDB), de 1942, estabelece, em seu
artigo 1º, que:

“Art. 1º. Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada”.

Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, que então
será de 45 dias após oficialmente publicada.
Em relação ao prazo de vigência temos, portanto, algumas situações possíveis abaixo
exemplificadas:

• Situação 1: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. Neste caso, a vigência é
imediata, na data da publicação ;

• Situação 2: “Esta lei entra em vigor no dia 25/09/2018” (data hipotética). Neste caso, a
própria lei determina quando será o início da vigência;

• Situação 3: “Esta lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês subsequente à sua
publicação”. Neste caso, a lei determina uma regra para a apuração da data de início da
vigência;

• Situação 4: A lei nada diz a respeito da vigência. Neste caso, devemos utilizar a regra de
vigência prevista no art. 1º da LINDB: “Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”

INTERPRETAÇÃO

Interpretação quanto ao meio

• Interpretação gramatical ou literal

Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido da lei mediante a análise do significado das
palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta exclusivamente o rigoroso significado
literal das palavras constantes do texto legal, sem considerar outros valores interpretativos.
Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição em contrário, ser
utilizada isoladamente.

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• Interpretação finalística ou teleológica

Nesta técnica interpretativa busca-se o fim almejado pelo legislador, ou seja, o intérprete
busca o sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua inserção no
ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela tutelados.

• Interpretação sistemática

Nesta técnica interpretativa a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na qual
está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em
conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com
os princípios de direito envolvidos.
Deve-se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento jurídico brasileiro,
evitando contradições.

• Interpretação histórica

Por meio desta técnica interpretativa o intérprete deve levar em consideração os


antecedentes normativos e históricos, tais como circunstâncias políticas, sociais, econômicas
e culturais presentes no momento da edição da norma, mediante a análise contextual dos
interesses da época.

• Interpretação lógica

Nesta técnica interpretativa busca-se o sentido e alcance da norma levando-se em conta a


compatibilidade e concordâncias por meio de raciocínios e conclusões lógicas.

Interpretação quanto à origem (fonte)

• Interpretação legislativa ou autêntica

A interpretação é denominada autêntica quando é realizada pela mesma autoridade


responsável pela elaboração da lei que se pretenda interpretar.
Tal interpretação pode ser realizada:

a) no texto da própria lei interpretada, quando determinados conceitos e


esclarecimentos interpretativos são definidos no corpo na mesma lei;

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b) poderá ser elaborada nova lei para dirimir dúvidas sobre lei já existente.

• Interpretação judicial

A interpretação é denominada judicial quando é efetivada pelos órgãos do Poder Judiciário


(juízes e tribunais), no exercício da jurisdição, ao analisarem os processos que lhes são
submetidos.
Não devemos confundir interpretação judicial com jurisprudência. A decisão de um juiz é
fruto de sua interpretação judicial. No entanto, para falarmos em jurisprudência, é necessário
que diversas decisões se reiterem no mesmo sentido.

• Interpretação administrativa

A interpretação é denominada administrativa quando é realizada pela administração pública,


no exercício de sua função administrativa.
A administração interpreta a lei por meio de atos gerais e abstratos (atos administrativos
gerais sem analisar casos concretos) ou por meio de atos individuais e concretos (atos
administrativos específicos, aplicáveis a casos concretos).

• Interpretação doutrinária

A interpretação é denominada doutrinária quando é fruto do trabalho dos estudiosos do


direito, ao analisar didaticamente as normas jurídicas.
Tal técnica interpretativa não é de observância obrigatória, mas é uma importante
ferramenta para que o legislador, juízes e autoridades administrativas fundamentem suas
conclusões e posicionamentos.

Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)

• Interpretação declaratória

Na interpretação declaratória o intérprete, após utilizar-se dos critérios já estudados de


interpretação, conclui que há coincidência entre o que o legislador pretendia dizer e o que
efetivamente ficou disposto no texto legal, dispensando qualquer correção interpretativa do
alcance normativo.

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• Interpretação extensiva ou ampla

A interpretação extensiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo menos do


que pretendia, deixando de abranger situações que deveriam estar contempladas, sendo
necessário, neste caso, ampliar o alcance da norma, alcançado por meio da interpretação
extensiva situações que o legislador originalmente pretendia contemplar.

• Interpretação restritiva ou limitativa


A interpretação restritiva ocorre quando o legislador diz no enunciado normativo mais do que
pretendia, abrangendo situações que não deveriam estar contempladas, sendo necessário,
neste caso, restringir o alcance da norma interpretada, alcançado apenas as situações que o
legislador originalmente pretendia contemplar.

INTEGRAÇÃO

Como vimos, interpretar é buscar o conteúdo e o alcance de determinada norma jurídica. Ou seja,
quando utilizamos as técnicas de interpretação, estamos diante a norma jurídica existe, cabendo
apenas interpretá-la.
Entretanto, pode ocorrer de não existir no sistema jurídico uma norma para a situação que se
apresente para resolver. Neste caso, a interpretação torna-se prejudicada, pois não norma alguma
a se interpretar, uma vez que estamos diante de lacunas normativas, ou seja, situações não
disciplinadas por lei, mas que precisam de uma solução a ser dada pelo direito. Neste caso, o
aplicador da lei utiliza-se das técnicas de integração da legislação, para garantir a plenitude do
direito.
Em resumo, podemos distinguir a interpretação da integração conforme segue:

Interpretação: Pressupõe a existência de uma norma expressa e específica para o


caso.

Integração: Aplica-se nos casos de ausência de norma expressa e específica para o


caso.

Pelo princípio da plenitude do direito, o juiz está proibido de deixar de decidir os litígios a ele
submetidos sob a alegação de que não existe lei disciplinando a matéria, pois, nestes casos, deverá
utilizar as técnicas de integração, conforme previsto em nosso ordenamento jurídico.
Integrar, portanto, significa preencher as lacunas da lei. Assim sendo, o intérprete fica autorizado a
suprir tais lacunas existentes na norma por meio da utilização de técnicas integrativas.

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A regra geral básica para solucionar o problema das lacunas no direito brasileiro está prevista no art.
4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, conforme segue:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.
(grifos nossos)
Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas na LINDB:

• Analogia;
• Costumes; e
• Princípios Gerais do Direito

No entanto, tratando-se de contribuições previdenciárias, que são espécies tributárias, a solução


do problema das lacunas deve seguir uma regra mais específica, e que deve prevalecer, prevista no
art. 108 do Código Tributário Nacional – CTN, abaixo transcrito:
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária
utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
(grifos nossos)

Segue abaixo relação com as técnicas de integração previstas no CTN:

• a analogia;
• os princípios gerais de direito tributário;
• os princípios gerais de direito público; e
• a equidade.

A doutrina previdenciária tem adotado, outrossim, técnicas de integração mais específicas para a
Seguridade Social, como segue:

• a analogia;
• os princípios gerais da Seguridade Social;
• os princípios gerais de direito; e
• a equidade.

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Analogia

Pela analogia, a lacuna deverá ser preenchida buscando-se solução para casos semelhantes no
ordenamento jurídico, para os quais exista norma jurídica. Pelo conceito de analogia, casos
parecidos devem ser julgados de maneira semelhante.
O uso da analogia, nos termos do § 1º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na exigência de uma
contribuição previdenciária não previsto em lei.
A utilização da analogia tem por fundamento o princípio da isonomia, pois em casos semelhantes
devem-se aplicar soluções análogas.

Princípios Gerais da Seguridade Social

Não preenchida a lacuna por meio da analogia, deve o responsável pela aplicação da legislação
previdenciária recorrer-se dos Princípios Gerais da Seguridade Social.
Tais princípios estão previstos na Constituição Federal, mais exatamente nos artigos 194 a 204.

Princípios Gerais do Direito


Não preenchida a lacuna por meio da analogia nem tampouco por meio dos princípios gerais da
Seguridade Social, deve o responsável pela aplicação da legislação previdenciária recorrer-se dos
Princípios Gerais do Direito.
Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do direito, que lhe dão apoio e
coerência, fornecendo as principais diretrizes do ordenamento jurídico. Trata-se de enunciações
normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico
em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. São considerados, por
muitos autores, como sendo os alicerces do ordenamento jurídico.
Trago, também, uma das melhores definições do conceito de princípios, extraída dos ensinamentos
de Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele,


disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito
e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente por
definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe
dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das
diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico
positivo”

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Equidade

Caso nenhuma das técnicas anteriores preencha a lacuna normativa, a autoridade responsável pela
aplicação da legislação previdenciária se utilizará da equidade, procurando dar a solução mais justa,
por meio da humanização da aplicação normativa.
Quando decide por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse o legislador, com o
mais amplo senso de justiça.
Neste caso, a decisão é carregada de um amplo grau de discricionariedade para preencher a lacuna,
adequando o ordenamento jurídico, na falta de norma específica, às especificidades apresentadas
no caso concreto, decidindo da forma que entenda ser a mais justa.
O uso da equidade, nos termos do § 2º do art. 108 do CTN, não poderá resultar na dispensa de
pagamento de uma contribuição previdenciária devida.

Costumes

Nos termos do art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Considera-se costume a prática reiterada no tempo que se subtende obrigatória. A isso chamamos
juridicamente de costume, havendo a presença de dois elementos que o compõem:

• elemento objetivo (reiteração no tempo); e


• elemento subjetivo (obrigatoriedade social).

Preenchidos esses dois requisitos (reiteração no tempo e obrigatoriedade social), podemos dizer,
então, que temos um costume dentro de uma sociedade politicamente organizada. Aliás, as
regulações jurídicas, no seu nascedouro, eram tipicamente consuetudinárias (baseadas nos
costumes). Com o passar dos tempos, a lei foi assumindo o papel de destaque e os costumes se
tornaram secundários nas resolução dos conflitos sociais.
No ordenamento jurídico brasileiro é vedada a revogação da lei pelos costumes, seja na hipótese de
provocar o seu desuso, seja no caso de ser contrário à lei.

HIERARQUIA

As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam hierarquia entre si, ou seja,
existem normas superiores que devem ser respeitadas pelas normas inferiores.
Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o assunto), temos as seguintes
regras básicas de solução de antinomias (contradição entre duas leis):

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• a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de hierarquia inferior;


• a norma posterior prevalece sobre a mais antiga;
• a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da especialidade).

Portanto, quanto da aplicação da lei, deve-se seguir uma hierarquia, ou seja, as leis de menor grau
devem obedecer às de maior grau.
• No topo da hierarquia temos as normas constitucionais originais ou reformadoras.
• Seguem-se as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, as medidas provisórias e
os decretos legislativos que internalizam, no direito brasileiro, as convenções, tratados e
acordos internacionais firmados pelo Brasil.
1
• Logo abaixo estão, como norma infralegal, as normas regulamentares de âmbito
administrativo. Assim, os decretos expedidos pelo Presidente da República (art. 84, IV, da
CF/88), as resoluções, as portarias, as instruções normativas, as ordens de serviço e os
pareceres normativos são aceitos como fontes formais, na medida em que observem as
normas de hierarquia superior, uma vez que estes atos se destinam a trazer concretude para
a norma legal, orientando a forma de proceder da própria administração.

Como se constata, há uma evidente hierarquia entre as fontes. O ordenamento jurídico nacional
caracteriza as normas em categorias, quanto à hierarquia, da seguinte forma:

Normas Constitucionais:

• Constituição Federal;
• Emendas Constitucionais.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros são equivalentes a emendas constitucionais, nos termos do § 3º do art. 5º da CF/88.
As normas constitucionais são as normas mais importantes do ordenamento jurídico nacional. Por
tal razão, um dos princípios pertinentes à Constituição Federal é o princípio da supremacia
Constitucional.

Normas Infraconstitucionais:

• Normas Supralegais;
• Normas Legais; e
• Normas Infralegais.

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Normas Supralegais: são os tratados internacionais de direitos humanos


aprovados pelo procedimento ordinário. Esses Tratados, conforme dispõe o STF,
estão acima de todas as leis e a abaixo da Constituição e suas emendas.

Normas Legais:
• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias;
• Leis Delegadas;
• Medidas Provisórias;
• Decretos Legislativos; c
• Resoluções da Câmara dos Deputados;
• Resoluções do Senado Federal; e
• Tratados internacionais que não versarem sobre direitos humanos serão
equivalentes às leis ordinárias (não podendo, portanto, disciplinar matéria
reservada a lei complementar).

Caso as normas legais deixem de respeitar a Constituição, as Emendas Constitucionais ou as


Normas Supralegais, deverão ser declaradas inconstitucionais ou ilegais.

Normas Infralegais: são assim divididas:


• Decretos;
• Portarias;
• Instruções Normativas;
• Ordens de Serviço;
• outros atos administrativos.

Esses atos estão no patamar mais baixo da hierarquia normativa. Caso as normas
infralegais deixem de respeitar as Normas Constitucionais, as Normas Supralegais
ou as Normas Legais, deverão ser declaradas inconstitucionais ou ilegais.

A legislação previdenciária é submetida a esta mesma hierarquia estudada, prevalecendo as normas


constitucionais em detrimento das legais e estas, em detrimento das normas complementares
(apesar de haver divergência doutrinária sobre a hierarquia entre leis complementares e leis
ordinárias). A princípio, não há hierarquia entre as duas leis básicas da previdência (Leis nº 8.212/91
e nº 8.213/91), cabendo algumas regras de preferência em caso de conflitos de normas, como, por
exemplo:

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a) prevalência da norma específica sobre a genérica; e


b) o in dubio pro misero.

Ainda dentro da legislação previdenciária, vejamos o que está disposto no art. 85-A da lei 8.212/91:
Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo
internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei
especial.

Como podemos observar, os tratados, convenções e outros acordos internacionais que versem
sobre matéria previdenciária serão considerados como lei especial e não lei geral. Assim, pelo
critério da especialidade, havendo conflito entre lei interna e um tratado que trade de matéria
1 (tratado) sobre a norma geral (lei interna).
previdenciária, deverá prevalecer a norma especial

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre questões


relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas relacionadas à Seguridade Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
previdência social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Segue abaixo as respectivas normas constitucionais que tratam da competência legislativa


previdenciária:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
XXIII - seguridade social;

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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.
f

APOSTA ESTRATÉGICA

A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de
serem cobrados em prova, considerando o histórico de questões da banca em provas de
nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais.

Assim, a aposta estratégica é especialmente importante na sua reta final de estudos.


Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um
determinado assunto, considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis
de serem cobrados a partir de critérios objetivos, ok?
Vamos ao conteúdo da nossa aposta?
Dentro dos assuntos desta aula, o assunto “Interpretação” e “Competência Legislativa” são os que
acreditamos ter mais chances de cobrança em sua prova, conforme segue:

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Interpretação:

INTERPRETAÇÃO (SENTIDO E ALCANCE DAS NORMAS JURÍDICAS)

GRAMATICAL / LITERAL

FINALÍSTICA / TELEOLÓGICA
QUANTO AO
SISTEMÁTICA
MEIO
HISTÓRICA
9
LÓGICA

LEGISLATIVA / AUTÊNTICA

JUDICIAL
QUANTO À
ORIGEM (FONTE)
ADMINISTRATIVA

DOUTRINÁRIA

QUANTO À DECLARATÓRIA
FINALIDADE
EXTENSIVA
(EFEITOS OU
RESULTADOS) RESTRITIVA

GRAMATICAL / LITERAL

BUSCA-SE O SENTIDO DA LEI MEDIANTE A ANÁLISE DO


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS UTILIZADAS PELO LEGISLADOR

MÉTODO BASTANTE RESTRITO

NÃO DEVE SER UTILIZADO ISOLADAMENTE.

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FINALÍSTICA OU TELEOLÓGICA

BUSCA-SE O FIM ALMEJADO PELO LEGISLADOR

É O OBJETIVO A SER ATINGIDO COM O DISPOSITIVO LEGAL

SISTEMÁTICA
5
INTERPRETAÇÃO EM CONJUNTO E COMPATÍVEL COM OUTROS
DIPLOMAS LEGAIS DO ORDENAMENTO JURÍDICO E COM
OS PRINCÍPIOS DE DIREITO ENVOLVIDOS.

HISTÓRICA

ANÁLISE DO MOMENTO HISTÓRICO DA APROVAÇÃO

BUSCA-SE O SENTIDO DA LEI MEDIANTE A ANÁLISE


CONTEXTUAL DOS INTERESSES DA ÉPOCA

LÓGICA

LEVA-SE EM CONTA A COMPATIBILIDADE E CONCORDÂNCIAS POR


MEIO DE RACIOCÍNIOS E CONCLUSÕES LÓGICAS

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LEGISLATIVA OU AUTÊNTICA

REALIZADA PELO PRÓPRIO LEGISLADOR, QUANDO TRAZ


ESCLARECIMENTOS INTERPRETATIVOS NA PRÓPRIA LEI
OU ELABORA NOVA LEI PARA DIRIMIR DÚVIDAS SOBRE
LEI JÁ EXISTENTE.

JUDICIAL

É EFETIVADA PELOS ÓRGÃOS DO PODE JUDICIÁRIO, NO


EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO, AO ANALISAREM OS
PROCESSOS QUE LHES SÃO SUBMETIDOS.

ADMINISTRATIVA

É REALIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NO EXERCÍCIO


DE SUA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA.

DOUTRINÁRIA

A INTERPRETAÇÃO É DENOMINADA DOUTRINÁRIA QUANDO É


FRUTO DO TRABALHO DOS ESTUDIOSOS DO DIREITO
(DOUTRINADORES), AO ANALISAR DIDATICAMENTE AS
NORMAS JURÍDICAS.

NÃO É DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA.

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DECLARATÓRIA

O INTÉRPRETE CONCLUI QUE HÁ COINCIDÊNCIA ENTRE O


QUE O LEGISLADOR PRETENDIA DIZER E O QUE
EFETIVAMENTE FICOU DISPOSTO NO TEXTO LEGAL,
DISPENSANDO QUALQUER CORREÇÃO INTERPRETATIVA DO
ALCANCE NORMATIVO.

EXTENSIVA (AMPLA)
==1c1f95==

É USADA QUANDO O LEGISLADOR DIZ MENOS DO QUE


QUERIA E DEVIA, DEIXANDO DE ABRANGER SITUAÇÕES
QUE DEVERIAM ESTAR CONTEMPLADAS.

RESTRITIVA (LIMITATIVA)

É USADA QUANDO O LEGISLADOR DIZ MAIS DO QUE QUERIA


E DEVIA, ATINGINDO SITUAÇÕES NÃO PREVISTAS E
INDESEJADAS.

Competência Legislativa:
Conforme previsão constitucional, compete privativamente à União legislar sobre questões
relacionadas a seguridade social. Contudo, lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas relacionadas à Seguridade Social.
Ademais, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
previdência social.
Nos casos de legislação concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Outrossim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

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Caso inexista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. No entanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Fontes do Direito Previdenciário:

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL +
LEIS LEIS ATOS
(SENTIDO AMPLO) ADMINISTRATIVOS
COMPLEMENTARES EM GERAL
FONTE LEIS
FORMAL ORDINÁRIAS ATER-SE AO DISPOSTO EM
LEI, PERMITINDO SUA
JURISPRUDÊNCIA MEDIDA APLICAÇÃO AO CASO
CONCRETO.
PROVISÓRIA
LEI SEM TRAZER
INOVAÇÕES
DELEGADA

Fontes Primárias Fontes Secundárias

DEMAIS RAMOS DO DIREITO

TAMBÉM SÃO CONSIDERADOS FONTES DO


DIREITO PREVIDENCIÁRIO.

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PRINCIPAIS FONTES FORMAIS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEI Nº 8.212/91 (CUSTEIO) e LEI Nº 8.213/91 (BENEFÍCIOS)

RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048/99 (CUSTEIO E BENEFÍCIOS)

INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES Nº 77/2015 (BENEFÍCIOS)

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 971/2009 (CUSTEIO)

LEI Nº 8.742/93
(LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS)

DECRETO Nº 6.214/07
(REGULAMENTA O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA)

Ramo e Autonomia do Direito Previdenciário:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

RAMO DO DIREITO SOCIAL

RAMO DO DIREITO PÚBLICO


(CORRENTE TRADICIONALISTA)

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AUTONOMIA DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DECORRE DA EXISTÊNCIA DE
PRINCÍPIOS JURÍDICOS PRÓPRIOS

A CF/88, ATRAVÉS DOS ART. 6º E 7º, SEPAROU PREVIDÊNCIA


E TRABALHO, DANDO VIDA AUTÔNOMA A CADA
SEGMENTO JURÍDICO

Aplicação das Normas Previdenciárias:

APLICAÇÃO DAS
NORMAS
PREVIDENCIÁRIAS

VIGÊNCIA HIERARQUIA INTERPRETAÇÃO INTEGRAÇÃO

Vigência

VIGÊNCIA

DIZ RESPEITO À SUA EXISTÊNCIA JURÍDICA EM


DETERMINANDO MOMENTO

É REQUISITO NECESSÁRIO PARA A EFICÁCIA DA LEI

NORMALMENTE A LEI COMEÇA A VIGORAR EM TODO O


PAÍS NA DATA NELA PREVISTA OU, NÃO HAVENDO
DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, 45 DIAS DEPOIS DE
PUBLICADA OFICIALMENTE (ART. 1º DA LINDB).

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Integração

INTEGRAÇÃO (PREENCHIMENTO DE LACUNAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO)

ANALOGIA

PRINCÍPIOS GERAIS DA
FERRAMENTAS SEGURIDADE SOCIAL
PARA A
INTEGRAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS
DO DIREITO

EQUIDADE

SEGUNDO O ART. 4º DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO


BRASILEIRO (LINDB), “ Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”
JUIZ NÃO PODE ABSTER-SE DE JULGAR ALEGANDO A INEXISTÊNCIA DE NORMA
SOBRE DETERMINADO ASSUNTO. TEM QUE USAR RECURSOS INTEGRATIVOS.

ANALOGIA

BASEIA-SE EM SITUAÇÕES SIMILARES EXISTENTES NO


ORDENAMENTO JURÍDICO.

PRINCÍPIOS GERAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

NÃO PREENCHIDA A LACUNA POR MEIO DA ANALOGIA,


DEVERÁ O INTÉRPRETE BUSCAR A SOLUÇÃO NOS PRINCÍPIOS
GERAIS DA SEGURIDADE SOCIAL, QUE SE ENCONTRAM NOS
ARTIGOS 194 A 204 DA CONTITUIÇÃO FEDERAL.

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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO

FORNECEM AS DIRETRIZES PRINCIPAIS DO ORDENAMENTO


JURÍDICO BRASILEIRO.

EQUIDADE

É O SENTIMENTO DO JUSTO. É O RECURSO INTUITIVO DAS


EXIGÊNCIAS DA JUSTIÇA, EM CASO DE OMISSÃO NORMATIVA.

COSTUMES

BASEIA-SE NAS PRÁTICAS REITERADAS, DE LONGA DATA,


PELA SOCIEDADE E ACEITAS COMO CORRETAS.

QUESTÕES ESTRATÉGICAS

Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas


selecionadas estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que
você deve esperar para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do
assunto.
A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de
questões, mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de,
relativamente, poucas questões.

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Para os assuntos deste relatório, apresentamos as seguintes questões estratégicas:

Questão sobre Fontes do Direito Previdenciário

1. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
As fontes formais do direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes podem ser
imediatas ou mediatas.
As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como
por exemplo, as normas legais.
As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. São os
meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se
conhecidas.
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser primárias ou secundárias.
Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às que têm
força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento jurídico.
Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem às que
não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e servem de
precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
No direito Previdenciário temos como principais fontes formais:
• Constituição Federal – fonte primária;
• Lei nº 8.212/91 (custeio) e Lei nº 8.213/91 (benefícios) – fonte primária;
• RPS, aprovado pelo decreto nº 3.048/99 (custeio e benefícios) – fonte secundária;
• Instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 (benefícios) – fonte secundária;
• Instrução normativa RFB nº 971/2009 (custeio) – fonte secundária;
• Lei nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS) – fonte primária;
• Decreto nº 6.214/07 (regulamenta o Benefício de Prestação Continuada) – fonte secundária.

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Assim sendo podemos perceber que dentre as fontes formais do direito previdenciário incluem-se a
CF e as Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991, como afirma o enunciado. Assertiva correta.

Gabarito: CERTO.

Questão sobre Ramo do Direito Previdenciário

2. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo reconhecida, pela
doutrina majoritária, sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
A assertiva está incorreta, pois o enquadramento do Direito Previdenciário, apesar de não ser
pacífico, tem sido classificado pelos doutrinadores mais atuais como ramo do direito social,
enquanto outros classificam como ramo do direito público (corrente tradicionalista), voltada para o
estudo e a regulamentação da Seguridade Social. Evidentemente, nunca será direito privado, já que,
na relação jurídico-securitária, há a participação do Estado, dotado de seu poder de império,
determinando a filiação compulsória ao sistema e exigindo o pagamento de contribuições.
Trata-se, outrossim, de um ramo autônomo do direito público, uma vez que possui métodos, objeto
e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão interna.
Além disso, a própria CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando
àquela vida autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia,
em termos normativos, ao direito do trabalho.
No entanto, apesar de didaticamente autônimo, o direito previdenciário não é independente dos
demais ramos do direito, devendo suas normas e princípios respeitar e ser compatível com os demais
princípios e ramos do direito, uma vez que o direito é uno e indivisível. Mas, para efeito sistemático
e didático, o direito é dividido em ramos e o direito previdenciário pertence a um ramo
didaticamente autônomo.

Gabarito: ERRADO.

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Questão sobre Vigência

3. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014)


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para produzir seus efeitos. É uma
característica da norma que indica o lapso de tempo no qual a conduta por esta prescrita é exigível.
Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as normas jurídicas têm efeito, bem como
diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento.
Para responder essa questão vamos consultar o art. 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro - LINDB:

Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
(Destaques Nossos).

Podemos concluir, portanto, que uma lei pode não especificar o seu período de vacância, que então
será de 45 dias após oficialmente publicada. Sendo assim podemos concluir que a assertiva está
correta.

Contudo nunca nos esqueçamos do “salvo disposição contrária”, evitando cairmos em pegadinhas.

Gabarito: CERTO.

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Questão sobre Interpretação

4. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar o texto legal
a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei
objeto de interpretação como parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que objetivam
definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.
Os métodos de interpretação utilizados são:
Interpretação quanto ao meio
• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação semântica,
textual ou verbal);
• Interpretação finalística ou teleológica;
• Interpretação sistemática;
• Interpretação histórica;
• Interpretação lógica.
Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)
• Interpretação legislativa ou autêntica;
• Interpretação judicial;
• Interpretação administrativa;
• Interpretação doutrinária.
Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)
• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva

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A interpretação teleológica é uma técnica em que se busca o fim almejado pelo legislador, ou seja,
o intérprete busca o sentido da norma por meio do entendimento da finalidade de sua inserção no
ordenamento jurídico e por meio dos valores por ela tutelados.
Por outro lado, pela interpretação sistemática a norma é analisada como parte de um sistema
jurídico na qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada
em conjunto e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os
princípios de direito envolvidos, devendo-se buscar harmonia e unicidade, característicos do
ordenamento jurídico brasileiro, evitando contradições.
Desta forma, fica evidente que a assertiva trata da técnica de interpretação sistemática (e não de
interpretação teleológica).

Gabarito: ERRADO.

Questão sobre Interpretação

5. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal
a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei
objeto de interpretação como parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Por meio da interpretação sistemática, a norma é analisada como parte de um sistema jurídico na
qual está inserida, uma vez que a lei não existe isoladamente, devendo ser interpretada em conjunto
e de forma compatível com outros diplomas legais do ordenamento jurídico e com os princípios de
direito envolvidos, devendo-se buscar harmonia e unicidade, característicos do ordenamento
jurídico brasileiro, evitando contradições.
Assim sendo, correta está a presente assertiva ao afirmar que, no método de interpretação
sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal a ser interpretado com as demais normas
que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei objeto de interpretação como parte de um
todo.

Gabarito: CERTO.

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Questão sobre Interpreetação

6. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo
legal.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Por meio da Interpretação gramatical ou literal, o intérprete busca o sentido e o alcance da lei
mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo legislador, levando-se em conta
exclusivamente o rigoroso significado literal das palavras constantes do texto legal, sem considerar
outros valores interpretativos. Por tratar-se de um método muito restrito, não deve, salvo disposição
em contrário, ser utilizada isoladamente.
Desta forma, podemos afirmar que a assertiva está correta, pois, de fato, ao se utilizar do método
de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo legal.

Gabarito: CERTO.

Questão sobre Competência Legislativa

7. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016).


Com relação ao conteúdo e à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.
Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar sobre questões
específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre este assunto são encontradas na
Constituição Federal. Assim sendo, vamos consultar a CF/88 e conferir a resposta:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)

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XXIII - seguridade social;


(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

Apesar de não constar o Distrito Federal no texto da Constituição Federal, ainda assim a assertiva
está correta, pois o DF tem as mesmas competências legislativas dos Estados e Municípios. Como
podemos ver, a assertiva está correta.

Gabarito: CERTO.

Questão sobre Competência LEgislativa

8. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016).


Acerca do regime geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos
estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO

COMENTÁRIOS:
Essa questão fala sobre competência legislativa. As regras sobre esse assunto são encontradas na
Constituição Federal. Vamos, então, consultá-la em seus artigos 22 e 24 abaixo:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
(...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.

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§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.

Podemos concluir que a assertiva está errada ao afirmar que é vedado aos Estados e ao Distrito
Federal legislar sobre a previdência social, pois, de acordo com a CF/88, em regra, Estados e Distrito
Federal cuidam da suplementação da norma, tornando-as adequadas às necessidades especificas de
cada região, cabendo à União a tarefa de estabelecer as normas gerais.

Gabarito: ERRADO.

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de perguntas
que exigem respostas subjetivas.
São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.
O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo,
mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.
Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a
resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?
Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!
Vamos ao nosso questionário:

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PERGUNTAS

1) Qual é o conceito de legislação previdenciária?


2) Qual é a diferença da lei em sentido estrito para a lei em sentido amplo?
3) O que são fontes do direito?
4) O que são fonte primárias do direito?
5) O que são fontes secundárias do direito?
6) Qual é a diferença entre fonte formal e fonte material?
7) Em qual ramo do direito o direito previdenciário se enquadra?
8) O direito previdenciário é autônomo ou não em relação ao direito do trabalho?
9) Como se dá a vigência das normas previdenciárias?
10) O que é interpretação da legislação previdenciária?
11) Quais são as técnicas de interpretação da legislação previdenciária?
12) O que é integração da legislação previdenciária e quando deverá ser utilizada?
13) Quais são as técnicas de integração da legislação previdenciária?
14) O que é hierarquia de normas e como se dá tal hierarquia em relação à legislação
previdenciária?

PERGUNTAS COM RESPOSTAS

1. Qual é o conceito de legislação previdenciária?


Legislação previdenciária é o conjunto de leis e atos normativos referentes ao
funcionamento da Previdência Social.

2. Qual é a diferença da lei em sentido estrito para a lei em sentido amplo?


A lei em sentido estrito (stricto sensu), é a norma elaborada pelo Poder Legislativo, que
detém a competência constitucional para legislar. São as denominadas normas legais ou
primárias, que podem inovar no direito previdenciário.

A lei em sentido amplo (lato senso) compreende todo o conjunto de normas referentes ao
funcionamento da Previdência Social, sejam normas legais (conhecidas como primárias, que
podem inovar), sejam normas infralegais (conhecidas como secundárias, que não podem
inovar).

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3. O que são fontes do direito?


Fonte do direito é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes
utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de
normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um Estado.

4. O que são fonte primárias do direito?


Fontes Primárias (também denominadas fonte legal, direta ou imediata), corresponde às
que têm força suficiente para gerar a regra jurídica, podendo inovar no ordenamento
jurídico. São atos legislativos (emanados do Poder Legislativo), ou de natureza legislativa
(atos com força de lei, emanados do Poder Executivo, cujo exemplo mais importante, hoje,
são as medidas provisórias), que têm como característica poderem inovar o direito.

5. O que são fontes secundárias do direito?


Fontes Secundárias (também denominadas fontes infralegais ou mediatas), correspondem
às que não têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e
servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito, sem inovar.
Têm como característica a impossibilidade teórica de criar, de forma inaugural, direitos ou
obrigações, ou de modificar direitos ou obrigações previstos em lei ou outros atos primários.
São atos administrativos, que apenas regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos
e uniformizam procedimentos da administração, a fim de dar execução à lei.

6. Qual é a diferença entre fonte formal e fonte material?


Fontes Formais do Direito são aquelas pela qual o direito se manifesta. Tais fontes podem
ser:
▪ As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do
direito, como por exemplo, as normas legais.
▪ As fontes formais mediatas são os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a
doutrina. São os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas
jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
▪ Leis (fontes primárias)
▪ Atos administrativos/infralegais (fontes secundárias)
▪ Jurisprudência
▪ Doutrina
▪ Demais ramos do direito

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Fontes Materiais do Direito são os estudos filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou
dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras do
direito. São constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e
que são condicionados pela moral, economia, geografia. No sentido material, portanto,
pode-se afirmar que todo fato social é fonte do direito. Tudo o que acontece de relevante
pode dar ensejo à criação, alteração ou extinção de direitos.

7. Em qual ramo do direito o direito previdenciário se enquadra?


O enquadramento do Direito Previdenciários não é pacífico, mas os doutrinadores mais
atuais colocam-no como ramo do direito social, enquanto outros classificam como ramo do
direito público (corrente tradicionalista), voltada para o estudo e a regulamentação da
Seguridade Social.

8. O direito previdenciário é autônomo ou não em relação ao direito do trabalho?


O direito previdenciário é considerado um ramo autônomo do direito público, uma vez que
possui métodos, objeto e princípios jurídicos próprios, além de leis específicas e divisão
interna.
A CF/88 separou a Previdência Social do ramo do Direito do Trabalho, dando àquela vida
autônoma, não mais prevalecendo a antiga concepção de que a previdência pertencia, em
termos normativos, ao direito do trabalho.
A grande maioria dos juristas defende e milita na teoria dualista, que prega a autonomia
entre direito do trabalho e direito previdenciário.
O Direito Previdenciário adquiriu status de ramo autônomo do direito por possuir métodos
próprios, objeto próprio, princípios próprios, leis específicas e divisão interna, segundo
critérios pacificamente aceitos pela doutrina dominante.

9. Como se dá a vigência das normas previdenciárias?


Em regra, a lei começará vigorar no país na data nela prevista ou, não havendo previsão, 45
dias após oficialmente publicada.

10. O que é interpretação da legislação previdenciária?


Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que
objetivam definir o conteúdo, sentido e o alcance das normas jurídicas.

11. Quais são as técnicas de interpretação da legislação previdenciária?


Interpretação quanto ao meio
• Interpretação gramatical ou literal (também conhecida como interpretação
semântica, textual ou verbal);

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• Interpretação finalística ou teleológica;


• Interpretação sistemática;
• Interpretação histórica;
• Interpretação lógica.

Interpretação quanto à origem (quanto à fonte)


• Interpretação legislativa ou autêntica;
• Interpretação judicial;
• Interpretação administrativa;
• Interpretação doutrinária.

Interpretação quanto à finalidade (efeitos ou resultados)


• Interpretação declaratória
• Interpretação extensiva
• Interpretação restritiva.

12. O que é integração da legislação previdenciária e quando deverá ser utilizada?


A integração é o preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico, aplicando-se nos casos
de ausência de norma expressa e específica para o caso.

13. Quais são as técnicas de integração da legislação previdenciária?


Segundo o no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, quando
a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com:
• Analogia;
• Costumes; e
• Princípios gerais de direito:

Segundo o no art. 108 do Código Tributário Nacional- CTN, na ausência de disposição


expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará
sucessivamente, na ordem indicada:
• Analogia;
• Princípios gerais de direito tributário;
• Princípios gerais de direito público;
• Equidade.

Segundo a doutrina previdenciária, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com:
• Analogia;
• Princípios gerais da Seguridade Social;

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• Princípios gerais de direito; e


• Equidade.

14. O que é hierarquia de normas e como se dá tal hierarquia em relação à legislação


previdenciária?
As normas que compõem o ordenamento jurídico brasileiro guardam hierarquia entre si, ou
seja, existem normas superiores que devem ser respeitadas pelas normas inferiores.

Em se tratando de conflitos positivos (mais de uma norma sobre o assunto), temos as


seguintes regras básicas de solução de antinomias (contradição entre duas leis):
• a norma de hierarquia superior prevalece sobre a norma de hierarquia inferior;
• a norma posterior prevalece sobre a mais antiga;
• a lei especial prevalece sobre a lei geral (critério da especialidade).

Normas Constitucionais:
• Constituição Federal;
• Emendas Constitucionais.
• Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros (são equivalentes a emendas constitucionais, nos
termos do § 3º do art. 5º da CF/88.

Normas Infraconstitucionais:
• Normas Supralegais;
• Normas Legais; e
• Normas Infralegais.

São exemplos de normas Infraconstitucionais:


• Normas Supralegais: os tratados internacionais de direitos
humanos aprovados pelo procedimento ordinário. Esses Tratados,
conforme dispõe o STF, estão acima de todas as leis e a abaixo da
Constituição e suas emendas

• Normas Legais:
o Leis Complementares;
o Leis Ordinárias;
o Leis Delegadas;
o Medidas Provisórias;
o Decretos Legislativos;
o Resoluções da Câmara dos Deputados;

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o Resoluções do Senado Federal; e


o Tratados internacionais que não versarem sobre direitos
humanos serão equivalentes às leis ordinárias (não
podendo, portanto, disciplinar matéria reservada a lei
complementar).

• Normas Infralegais:
o Decretos;
o Portarias;
o Instruções Normativas;
o Ordens de Serviço;
o outros atos administrativos.

Muito bem, pessoal! Finalizamos mais uma aula do nosso Passo Estratégico de Direito
Previdenciário.
O assunto desse relatório é muito cobrado em provas de concursos e servirá, também, como uma
importante base conceitual para os capítulos seguintes.

Um grande abraço e que Deus os abençoe.

Até a próxima aula!!!

Rubens Mauricio
@profrubensmauricio

/profrubensmauricio

Prof. Rubens Maurício

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

Questão sobre Fontes do Direito Previdenciário

1. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP – 2014).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis n.º 8.212/1991 e n.º 8.213/1991.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Questão sobre Ramo do Direito Previdenciário

2. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo reconhecida, pela
doutrina majoritária, sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Questão sobre Vigência

3. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - Consultor Legislativo – 2014)


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
A vigência da lei de natureza previdenciária segue a regulamentação da Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro, de modo que, salvo disposição contrária, entra em vigor quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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Questão sobre Interpretação

4. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação teleológico o intérprete busca compatibilizar o texto legal
a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei
objeto de interpretação como parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Questão sobre Interpretação

5. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação sistemático, o intérprete busca compatibilizar o texto legal
a ser interpretado com as demais normas que compõem o ordenamento jurídico, visualizando a lei
objeto de interpretação como parte de um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Questão sobre Interpreetação

6. (CESPE - Analista Legislativo - CAM DEP - 2014) (Adaptada).


Acerca da legislação previdenciária, especialmente no que se refere às suas fontes, autonomia,
vigência e interpretação, julgue o item que se segue.
Ao se utilizar do método de interpretação gramatical, o intérprete busca a literalidade do dispositivo
legal.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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Equipe Rubens Mauricio, Rubens Mauricio Corrêa
Aula 16

Questão sobre Competência Legislativa

7. (CESPE - Técnico do Seguro Social – INSS - 2016).


Com relação ao conteúdo e à autonomia da legislação previdenciária, julgue o item abaixo.
Lei complementar editada pela União poderá autorizar os estados e o DF a legislar sobre questões
específicas relacionadas à seguridade social.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Questão sobre Competência LEgislativa

8. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ PA – 2016).


Acerca do regime geral e dos regimes especiais de previdência social, julgue o item seguinte.
É competência privativa da União legislar sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos
estados e ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.
( ) CERTO
( ) ERRADO

GABARITO

1. CERTO
2. ERRADO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO
6. CERTO
7. CERTO
8. ERRADO

INSS (Técnico do Seguro Social) Passo Estratégico de Direito Previdenciário - 2022 (Pré-Edital) 48
www.estrategiaconcursos.com.br 48
Material adquirido em http://tiny.cc/RTCursos2021
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